Práticas na rede um estudo sobre o consumo digital dos jovens portugueses.pdf

May 19, 2017 | Autor: Bruno Reis | Categoria: Youth Studies, Digital Media
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IX Congresso Comunicação e Transformações Sociais

Volume 1 C IÊNCIA DA I NFORMAÇÃO C OMUNICAÇÃO E E DUCAÇÃO

Coimbra 2015

F ICHA T ÉCNICA TÍTULO

Comunicação e Transformações Sociais (vol. 1) Ciência da Informação, Comunicação e Educação EDITORES

Carlos Camponez Bruno Araújo Francisco Pinheiro Inês Godinho João Morais IMAGEM DE CAPA

Emanuel Pimenta PAGINAÇÃO

Filomena Matos ISBN

??? DEPÓSITO LEGAL

??? Coimbra, 2017

© O conteúdo desta obra está protegido por Lei. Qualquer forma de reprodução, distribuição, comunicação pública ou transformação da totalidade ou de parte desta obra carece de expressa autorização do editor e dos seus autores. Os artigos, bem como a autorização de publicação das imagens são da exclusiva responsabilidade dos autores.

Comissão Científica Editorial Carlos Camponez Bruno Araújo Francisco Pinheiro Gil Baptista Ferreira Inês Godinho Joana Lobo Fernandes João Miranda João Morais Pedro Jerónimo Rosa Sobreira Sara Meireles Sílvio Santos

Comissão Científica do Congresso Ana Lúcia Terra Ana Teresa Peixinho Clara Almeida Santos Carlos Camponez Eduardo Camilo Fábio Ribeiro Felisbela Lopes Francisco Pinheiro Gil Baptista Ferreira Inês Godinho Isabel Ferin Isabel Vargues Joana Lobo Fernandes João Carlos Correia João Figueira João Morais Jorge Pedro Sousa José Gomes Pinto Luís Costa Dias Madalena Oliveira Maria Augusta Babo Maria João Silveirinha Maria da Luz Correia Nilza Sena Mirian Tavares Moisés de Lemos Martins Óscar Mealha Paulo Serra Pedro Jorge Braumann Rita Basílio de Simões Rosa Maria Sobreira Sandra Pereira Sara Pereira Silvana Mota-Ribeiro Sílvio Correia Santos

Índice P REFÁCIO

1

I NTRODUÇÃO

5

C IÊNCIA DA I NFORMAÇÃO

9

Servicios a la investigación en la biblioteca universitaria: gestión de la identidad digital Viviana Fernández Marcial & Llarina González Solar

10

A abordagem sistémica na gestao da informação na Universidade de Coimbra: potencialidade e desafios, presente e futuro Liliana Isabel Esteves Gomes

24

Relações (inter)disciplinares entre a Ciência da Informação e a Ciência da Comunicação: uma análise bibliométrica das cocitações e mobilidade das bancas nas teses de programas brasileiros de pós-graduação João de Melo Maricato & Filipe Reis

36

Informação, comunicação e conhecimento: os desafios da sociedade do século XXI Maria Beatriz Marques

48

Uma perspectiva histórica sobre as licenças de acesso à informação: das licenças de software ao licenciamento de livros electrónicos em bibliotecas públicas António Machuco Rosa

63

Normalização – condição sine qua non para a comunicação da informação em arquivos históricos ou definitivos Gracinda Maria Ferreira Guedes

76

Nós na rede. Conexão e participação em dois grupos do Facebook a partir dos digital methods Jorge Martins Rosa & Janna Joceli C. de Omena

81

Mediatização das Marchas Populares de Lisboa: análise de um metaprocesso históricosocial Élmano Ricarte de Azevêdo Souza & Rita Maria Brás Pedro Figueiras 99

i

Twitter e a Privacidade: A partilha de Estratégias e Ferramentas Ana Serrano Tellería

112

Políticas de gestão do e-mail: uma abordagem comparativa de recomendações nacionais Ana Lúcia Terra

144

Elaboração de estratégia para mensuração de critérios de qualidade na recuperação de datasets disponíveis em sítios governamentais Fernando de Assis Rodrigues & Ricardo César Gonçalves Sant’Anaa

155

Diretrizes curriculares nacionais e a construção de propostas curriculares inovadoras: um estudo de cotejamento dos projetos políticos pedagógicos da UNIRIO e UFMG Dayanne da Silva Prudencio & Mara Eliane Fonseca Rodrigues

170

Biomechanics and Animation: information technology and arts interactions José Maria Dinis, Filipe Costa Luz & João M.C.S. Abrantes

186

Técnicas infográficas para dashboard turístico open data Ricardo Carvalho & Óscar Mealha

196

Tradição é herança cultural: memória em arquivos e as transformações sociais Zeny Duarte

219

Acessibilidade e produtos de apoio nas bibliotecas universitárias brasileiras e portuguesas: ações e estratégias Isabel Cristina dos Santos Diniz, Ana Margarida Almeida & Cassia Cordeiro Furtado

228

C OMUNICAÇÃO E E DUCAÇÃO

242

Educação e comunicação: a aproximação entre as ciências Suyanne Tolentino de Souza

243

A visão de adolescentes com câncer sobre a divulgação da sua imagem: entre a privacidade e a autoafirmação Lidia Marôpo, Raiana de Carvalho & Inês Vitorino Sampaio

258

Comunicação e ludicidade como plataforma teórica na projeção do modelo criain-forma-ação Filipe Manuel Dias Vagos

268

ii

Comunicação e ludicidade como plataforma teórica na projeção do modelo criain-forma-ação Rita de Cássia Maia da Silva, Lídia Oliveira & Pedro Miguel dos Santos Beça Pereira

282

A criação de plataformas comunicativas para a construção de sonhos e da cidadania na infância Ana Lúcia Dias Garcia

288

A inclusão digital do idoso. Entre oportunidades e desafios Simone Petrella & Mafalda Oliveira

303

Educação, partilha e comunicação mediada: conclusões de um estudo exploratório em contexto educativo Elvira Rodrigues & Joaquim Escola

314

Operacionalizar criatividades através de literacias audiovisuais para a realização do webdocumentário “olhares sonhadores” Vania Baldi & Inês Santos Moura

327

A importância da comunicação no desencadear de comunidades de prática. Caso de projetos de empreendedorismo social Ana Luísa Rego Melro & Lídia de Jesus Oliveira da Silva

339

Realidade aumentada aplicada em manuais escolares de educação visual José Duarte Cardoso Gomes, Mário Vairinhos, Cristina Maria Cardoso Gomes & Lídia Oliveira

346

Scratch, um brinquedo potenciador de brincadeiras das crianças Patrícia Oliveira e Conceição Lopes

370

Práticas na rede: um estudo sobre o consumo digital dos jovens portugueses Inês Amaral, Paula Lopes, Célia Quintas & Bruno Reis

381

Adolescentes na cibercultura: sociabilidade e construção de conhecimento – uma pesquisa de campo Sebastião Gomes de Almeida Júnior

387

Os discursos dos jovens sobre o mundo do trabalho: pesquisa de recepção na rede pública de ensino Alexandre Akio Casoto Suenaga

400

iii

A gamificação da experiência de aprendizagem – revisão metodológica de investigações na área dos jogos para a educação Conceição Costa, Sara Henriques, Carla Galego, Kathleen Tyner, Luis Pedro, Carlos Santos & João Batista

409

Canal Laborav: práticas para um devir audiovisual inventivo Alita Villas Boas de Sá Rego

432

Uma ferramenta para a inteligência coletiva: musibraille na educação musical e formação na Cibercultura Dolores Tomé & Ana Margarida Almeida

443

Reflexão sobre os desafios que os seniores enfrentam aquando do uso das tecnologias da informação e comunicação Ana Paula Henriques Vazão, Ana Isabel Veloso & Sónia Almeida Ferreira

454

iv

Práticas na rede: um estudo sobre o consumo digital dos jovens portugueses Inês Amaral [email protected]

Universidade Autónoma de Lisboa / CECS (Universidade do Minho) / Instituto Superior Miguel Torga

Paula Lopes [email protected]

Universidade Autónoma de Lisboa / CECS (Universidade do Minho)

Célia Quintas [email protected]

Universidade Autónoma de Lisboa / Instituto Politécnico de Setúbal

Bruno Reis [email protected]

Universidade Autónoma de Lisboa

Resumo Neste trabalho apresentamos os resultados do projeto “Direitos digitais: Uma password para o futuro”, desenvolvido por um grupo de investigadores da Universidade Autónoma de Lisboa em parceria com a DECO, e descrevemos indicadores de práticas e consumos digitais de jovens estudantes portugueses. Ao analisar as atividades online mais comuns, as práticas digitais, consumos digitais e comportamentos nas redes sociais, o nosso objetivo é descrever a geração Millennium numa era de ecrãs e mobilidade. Palavras-chave: consumo digital; práticas digitais; media digitais; audiências; jovens.

A influência das novas tecnologias nas esferas pública e privada da sociedade, mais do que uma reformulação, originou um novo campo social que interfere diretamente na forma como percepcionamos o mundo, nos relacionamos com este e com os outros. Progressivamente, surgiu e consolidou-se um universo de sociabilização: o ciberespaço. Ainda que virtual, existe e produz efeitos. Pode ser definido como o espaço potenciado pelas Comunicações Mediadas por Computador (CMC) e assume-se como um modelo de comunicação individual, permitindo ao receptor ser simultaneamente emissor. Espaço de fluxos (Castells, 1996), arroga-se como a dimensão social da Internet permitindo a difusão de comunicação/informação à escala global. As novas potencialidades técnicas transformam o receptor num utilizador com capacidade para definir percursos, ritmos, estilos de navegação e interação com o sistema e com outros utilizadores. Assumindo o foco nas dimensões e indicadores para avaliar os níveis de literacia IX Congresso Sopcom. pp. 381-386.

Coimbra, novembro de 2015

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digital, o consumo e a percepção de direitos no espaço digital, este trabalho avalia uma possível relação direta entre práticas e aptidões técnicas. O projeto de pesquisa "Direitos Digitais: uma password para o futuro", uma parceria entre a Universidade Autónoma de Lisboa (UAL) e a Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor (DECO) com financiamento do Fundo para a Promoção dos Direitos do Consumidor. enquadra-se no contexto de uma série de dezoito conferências em capitais de distrito de Portugal sobre consumo, literacia digital e direitos digitais. As conferências tinham como propósito explicar situações de risco na Internet e fornecer informações sobre direitos e deveres no mundo digital. O projeto de teve como objetivo identificar a literacia digital, bem como práticas e consumo de media, compreender as percepções de novos medias, explicar situações de risco na Internet, e fornecer informações sobre dos direitos e deveres no mundo digital. O público-alvo eram estudantes do ensino básico, secundário e profissional. Neste trabalho procurámos avaliar uma possível relação direta entre as capacidades/aptidões práticas e capacidades/aptidões técnicas. Ao analisar as atividades online mais comuns, as práticas digitais, consumos digitais e comportamentos nas redes sociais, o nosso objetivo é descrever a geração Millenium numa era de ecrãs e mobilidade. “Existe uma ligação direta entre práticas e capacidades técnicas?” é a questão de investigação que norteia este trabalho, que se divide em duas sub-questões de investigação: (1) “A maior parte das atividades online induzem práticas digitais com relações diretas com a criação e competências de comunicação?”; (2) “As capacidades/aptidões técnicas estão relacionadas com a sociabilidade em rede?”. As hipóteses de trabalho delineadas como possíveis respostas à questão de investigação são as seguintes: (1) As atividades online mais comuns induzem práticas digitais que têm relações diretas com capacidades de criação e comunicação. (2) A sociabilidade em rede está relacionada com capacidades/aptidões técnicas. O nosso quadro teórico inscreve-se num modelo de análise desenhado (Peréz-Tornero et al., 2010, Livingstone e Helsper 2009, Pereira 2012, Lopes 2014) que avalia a dimensão das competências individuais com base em quatro aptidões técnicas (Acesso, Criação, Compreensão e Comunicação), cujos critérios e indicadores se concretizam no instrumento metodológico desenhado.

Amostra e metodologia A pesquisa empírica foi operacionalizada através de estratégia metodológica de tipo quantitativo-extensivo, com recurso ao inquérito por questionário, aplicado a uma amostra de 1814 estudantes a frequentar o Ensino Básico (3º ciclo), Secundário e Profissional, em estabelecimentos de ensino nas 18 capitais de distrito de Portugal Continental. A recolha de informação decorreu entre março de 2014 e janeiro de 2015. Conforme referido anteriormente, a amostra foi composta por 1814 estudantes a frequentar o Ensino Básico (3º ciclo), Secundário e Profissional. 52,2% dos inquiridos são do género masculino e 47,8% do género feminino. Dos inquiridos, 14,3% encontram-se a frequentar o ensino básico, 43,8% o ensino secundário e 41,9% o ensino profissional, nos anos lectivos de 2013/2014 e 2014/2015. A média de idades é de 16 anos e cerca de 90% da amostra são menores

Práticas na rede: um estudo sobre o consumo digital dos jovens portugueses

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de idade. Os distritos mais representados no estudo são Coimbra (10,7%), Viseu (9,1%) e Lisboa (8,9%). No que concerne à escolaridade dos progenitores, verifica-se que há 26 casos de progenitores que não sabem ler nem escrever e 381 casos de pais com estudos até ao 4º ano de escolaridade. A maioria dos pais e das mães destes inquiridos estão empregados/a trabalhar.

Figura 1. Instrumento Metodológico baseado em Hobbs e Frost (2003) e Lopes (2014)

O instrumento metodológico delineado foi composto por 27 perguntas e procurou aferir e cruzar as dimensões individuais com aptidões individuais. Os indicadores para análise foram: Características Sociodemográficas; Contexto Social da Educação; Acesso; Frequência de uso; Atividades; Aptidões; Práticas Sociais em Rede; Sociabilidade em Rede; Capacidades/Aptidões Técnicas. A operacionalização da pesquisa teve por base uma estratégia metodológica quantitativa-extensiva.

Práticas na rede: resultados Quase 90% dos jovens inquiridos afirmam que acedem à rede diariamente e a média de utilização indica 253 minutos/dia. Cerca de 40% dos estudantes estão online duas horas por dias, mas quase 10% navega na Internet mais de 8 horas. Nesta situação encontramos mais jovens do sexo masculino, inquiridos mais velhos e mais estudantes do ensino profissional. As diferenças de sexo no acesso à Internet diariamente são reduzidas: 87% dos inquiridos sexo feminino utiliza a rede todos os dias e 91,6% do sexo masculino tem a mesma prática. Os números divergem, essencialmente, no que concerne ao nível de ensino. Os alunos do Ensino Básico têm uma percentagem de 76,7%, menor quando comparada com 91,1% e 92,1% do Ensino Secundário e Ensino Profissional, respectivamente. A faixa etária doa 19-22 anos acede todos os dias à rede com uma percentagem de 92,5%. Os inquiridos com 23-26 anos ou mais de 26 anos têm uma taxa de 80%. E se até aos 14 anos se verifica que os inquiridos acedem com intensidade (77,6%) mas menor do que os mais velhos, a diferença entre as faixas etárias dos 15-18 anos (91,1%) e dos 19-22 anos (92,5%) é muito similar.

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Tabela 1. Práticas em rede – atividades regulares mais comuns.

O computador portátil é o equipamento mais usado por estes inquiridos para aceder e navegar na rede (cerca de 92%). O telemóvel é também um dispositivo um dispositivo utilizado com muita frequência pelos inquiridos (79,3%). Contrariando as afirmações da “geração tablet”, os nossos resultados revelam que apenas 38,7% dos inquiridos acede à Internet através deste

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equipamento. Dois aspectos relevantes a salientar são o acesso à rede através da televisão (7,9%) e a ligação pelo computador da escola (22,8%). Apenas 0,4% dos inquiridos afirmou aceder à Internet através do computador fixo (PC), o que revela uma clara mudança para a era da mobilidade e dos multi-dispositivos. As competências de Acesso, Comunicação e Criação são as mais evidentes. As atividades preferidas dos inquiridos são ouvir música online (59,7%), ver filmes/séries/vídeos online (56%) e participar em redes sociais (cerca de 51,6%). Destaca-se ainda uma prática de criação: jogar online (43%). As restantes atividades indicadas são todas com uma prevalência inferior a 22%. Nas práticas menos comuns estão manter uma página online (cerca de 3%), manter um blogue (cerca de 4%) e fazer upload de vídeos (cerca de 5%). As atividades diárias mais comuns são participar em redes sociais (64,3%), ouvir música online (60,5%) e jogar online (30,4%).

Práticas em Rede: resultados Quase 65% dos inquiridos afirmam participar em redes sociais todos os dias. Há mais raparigas (68,8%) e mais inquiridos a frequentarem o Ensino Secundário (66,6%) a participarem diariamente nas redes sociais. Aferimos ainda que são os estudantes na faixa etária entre os 23 e os 26 anos (75%) que acedem mais às redes sociais, numa base diária. No entanto, os números são expressivos em todas as faixas etárias: até aos 14 anos são 58,1% dos inquiridos que referem aceder diariamente às redes sociais; entre os 15 e os 18 anos, 65,4%; na faixa dos 19 aos 22 anos, a percentagem é de 62,6%. Apurámos ainda que, em 17 dos 18 distritos de Portugal Continental, dos inquiridos que dizem participar em redes sociais, mais de 50% afirma fazê-lo diariamente. A exceção é Faro (47,8%). O distrito de Beja lidera a tabela, com 78,8%. Verificámos que a maioria dos inquiridos afirma ter um perfil nas redes sociais (69.3%) e menos de 1000 amigos ou seguidores (quase 70,6%). Cerca de 25% dos inquiridos assume ter mais do que um perfil em redes sociais e apenas 5,8% refere não ter conta numa plataforma de rede social. Dois resultados interessantes passam pelo facto de existirem mais jovens do sexo feminino e mais inquiridos do Ensino Profissional que participam diariamente em redes sociais. O Facebook é a rede com maior prevalência. Cerca de 86% dos inquiridos revelaram ter um perfil nesta plataforma, sendo que não se verificam diferenças ao nível de ensino, sexo ou faixa etária. Note-se que todos os valores estão acima dos 80%. O Twitter e o Instagram são as redes mais utilizadas a seguir ao Facebook mas com valores substancialmente inferiores: 30,7% e 25,6%, respectivamente. Refira-se que estas plataformas são mais utilizadas por estudantes do Ensino Secundário (36,7% navegam no Twitter e 28,9% no Instagram), por elementos do sexo feminino (Twitter com 35,3% e Instagram com 33,1%) e na faixa etária entre os 15 e os 18 anos (33,8% no Twitter e 27,1% no Instagram).

Notas finais Os media digitais estão integrados na vida quotidiana e a produção digitalmente mediada está a transformar os ambientes sociais, pois potencia novos mecanismos de participação socialmente

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interventivos. Os resultados deste trabalho corroboram esta ideia. O estudo demonstra que em todos os distritos de Portugal Continental as frequências de acesso diário à Internet são superiores a 70%. Os resultados revelaram também que quase 90% dos jovens inquiridos acede à Internet todos os dias com um tempo médio de utilização de 253 minutos por dia. Cerca de 40% dos estudantes afirmaram que estavam online cerca de duas horas por dia, mas quase 10% está ligado à Internet mais de oito horas por dia. O receptor foi agora convertido em utilizador, com possibilidade de personalizar e mediar a comunicação num contexto colectivo que se assume como um novo universo de interação e sociabilização: o ciberespaço. E neste sentido, concluímos que as práticas mais comuns centram-se no acesso, comunicação e criação, demonstrando que os serviços de social media têm transformado a forma como os jovens comunicam e interagem com os outros online. Os resultados globais deste estudo permitem concluir que (1) há uma relação direta entre o consumo digital e práticas sociais e, (2) competências técnicas determinar o consumo tecnológico da denominada geração Millennium.

Bibliografia Hobbs, R. & Frost, R. (2003). Measuring the acquisition of media-literacy skills. Reading Research Quarterly, 38(3): 330-355. Livingstone, S. & Helsper, E. (2009). Balancing opportunities and risks in teenagers’ use of the internet: the role of online skills and internet self-efficacy. New media & society. Livingstone, S. et al. (2011). Risks and safety on the internet: the perspective of european children. Full findings and policy implications from the EU Kids Online survey of 9-16 year olds and their parents in 25 countries. Londres: LSE. Livingstone, S.; Kirwil, L.; Ponte, C. & Staksrud, E. (2013). In their own words: What bothers children online?. Londres: LSE. Livingstone, S. et al. (2014). EU kids online: findings, methods, recommendations. Londres: LSE. Obercom (2014). A Internet em Portugal: a sociedade em rede 2014. Lisboa: Obercom. Lopes, P. (2014). Literacia mediática e cidadania: práticas e competências de adultos em formação na grande Lisboa (Tese de doutoramento). Lisboa: Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa – Instituto Universitário de Lisboa (ISCTE-IUL). Pereira, L. M. G. (2012). Conceções de literacia digital nas políticas públicas: estudo a partir do Plano Tecnologico de Educação. Pérez-Tornero, J. M. & Cerdá, J. F. M. (2011). Hacia un sistema supranacional de indicadores mediáticos.: políticas de alfabetización en la Unión Europea. Infoamérica: Iberoamerican Communication Review, (5): 39-57. Pérez-Tornero, J. M., et al. (2010). Trends and models of media literacy in Europe: between digital competence and critical understanding. anàlisi, (40).

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