Práticas Pedagógicas através do olhar Psicológico

June 3, 2017 | Autor: Matheus de Oliveira | Categoria: Pedagogia, FORMAÇÃO DOCENTE E PRÁTICAS PEDAGÓGICAS, Psicologia
Share Embed


Descrição do Produto


13

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL
FACULDADE DE EDUCAÇÃO
DISCIPLINA: PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO INTRODUÇÃO
PROFESSORA: DARLI COLLARES



Bruna Kin Slodkowski
Juliana da Silva da Rosa
Matheus de Oliveira Silva
Milton Vagner Bevilaqua




Sapiência e Docência: As práticas pedagógicas através do olhar psicológico




Porto Alegre
2015


Sumário
"O tempo" ............................................................................................................. 3
Epítome ................................................................................................................. 4
Metodologia ..........................................................................................................5
Composição de ideias ............................................................................................ 6
Interligando conceitos ............................................................................................ 8
Fechamento das ideias.............................................................................................9
Referenciais Teóricos ...........................................................................................10













"O Tempo"
A vida é o dever que nós trouxemos para fazer em casa.
Quando se vê, já são seis horas!
Quando se vê, já é sexta-feira!
Quando se vê, já é natal…
Quando se vê, já terminou o ano…
Quando se vê perdemos o amor da nossa vida.
Quando se vê passaram 50 anos!
Agora é tarde demais para ser reprovado…
Se me fosse dado um dia, outra oportunidade, eu nem olhava o relógio.
Seguiria sempre em frente e iria jogando pelo caminho a casca dourada e inútil das horas…
Seguraria o amor que está a minha frente e diria que eu o amo…
E tem mais: não deixe de fazer algo de que gosta devido à falta de tempo.
Não deixe de ter pessoas ao seu lado por puro medo de ser feliz.
A única falta que terá será a desse tempo que, infelizmente, nunca mais voltará.
Mario Quintana



Epítome

Com base nos autores trabalhados no decorrer do semestre buscamos embasamentos teóricos que pudessem delinear ocorrências singulares e conjuntas de cada componente do grupo a fim de demonstrar conceitos psicológicos/ epistemológicos que retratem a escolha do curso de Pedagogia. Por meio do resgate de algumas memórias prazerosas, outras agoniantes estabelecemos um pensamento crítico contrapondo com os conceitos dos autores. Através da interlocução será perceptível as mudanças com relação a imagem tínhamos com relação ao professor e a importância de seu papel.




Metodologia

Partimos então das similaridades de todos os textos elaborados por nós (componentes do grupo), onde fica evidenciado que a Pedagogia não era a primeira opção de ninguém, ela surgiu por fatores distintos, ora por estar no subconsciente, ora por fazer alusão a uma área específica da qual a pessoa quer seguir na vida profissional. Buscamos detalhes minuciosos que tentassem demonstrar isso, mas de fato, faltam-nos argumentos consistentes para elaborar algo que seja claro o suficiente para afirmar o motivo do qual a Pedagogia apareceu em nossas vidas como algo padrão para quatro pessoas totalmente diferentes.
Quiçá, o que fica subentendido nos quatro textos do qual nós mesmos produzimos e comparamos é a vontade de mudar a sociedade, sim a sociedade! Pois, esse processo longo só pode acontecer quando quatro futuros educadores chegarem a sala de aula com a sede de conhecimento, de querer explorar o mundo pessoal de cada criança e com isso instigar ela a buscar sempre o seu melhor, logo estaremos mudando sua forma de pensar o que mais tarde acarreta em mudar uma classe e assim ir ampliando a melhoria.
Claro que isso não é algo fácil de ser feito e terá muitas objeções no caminho, mas com vontade e paciência, chegamos lá. Outro quesito que deveras foi muito constante em nossas produções, com certeza foram as agradáveis relações interpessoais na fase de descobertas dos anos iniciais do Ensino Fundamental, tendo nós então a convivência com amigos de escola e de relembrar o quão bom era a ajuda mútua entre todos da sala, por outro lado o que é corriqueiro também como nossas lembranças é a defasagem em matemática, pois, como na maioria dos casos, ela é a grande vilã do boletim.
Organizamos-nos para realizar esse trabalho de forma virtual utilizando as redes sociais para manter a comunicação, tivemos espaços em sala de aula para criarmos roteiros e discutirmos ideias ou dúvidas. A criatividade foi explorada, significativamente, a fim de caracterizar nossas aprendizagens em relação à disciplina.



Composição das ideias
De acordo com as experiências adquiridas no ensino fundamental, a maior parte dos professores exigia a famosa "decoreba", não estimulando a criatividade, nem reflexões críticas o que dificultava a abertura para posicionamentos frente algum tema. Em meio às discussões, Bruna relembrou momentos de frustrações na sexta série, quando encontrava alguns obstáculos durante a aula de história, apesar de gostar muito de participar. Seu maior desafio era simplesmente o fato da professora não aceitar questionamentos e sugestões sobre sua metodologia.
Por meio do texto "Aprender Investigando" foi possível à compreensão de que as experiências do sujeito devem ser consideradas, visto que, o mesmo não é uma "tábula rasa", e que os conhecimentos não serão transmitidos, mas sim construídos pelo indivíduo através do seu contato com o meio (DELVAL,2001. p.115). Devemos abrir espaços para que as crianças possam produzir ou construir seus conhecimentos (FREIRE, 2003, p. 47), ou seja, o professor tem o papel de mediador no processo de ensino-aprendizagem. Com essa leitura surgiram possibilidades de reflexões antes inimagináveis, por exemplo, questões de como construímos nosso conhecimento, não conhecia as teorias: empirista, apriorista e construtivista. Entretanto agora é possível a percepção e entendimento das mesmas.
Precisa-se de mais clareza nos conceitos de educação e aprendizagem, porque sua compreensão é fundamental para a qualidade do seu trabalho. Compreender que o ensino de conteúdos não é sinônimo de transferência de saberes é de suma importância para a aprendizagem significativa dos alunos, repensar nos conceitos mencionados acima é refletir sobre o que somos e qual o nosso papel de educador (FREIRE, 1996, p. 43-44).
O texto "Paradigma e o Trabalho pedagógico" ressalta que os diferentes grupos sociais são tolerados na escola, pensado nessa questão, nota-se que a "diferença" é tratada como sinônimo de problemas e é um equívoco querer tratar todos como iguais na realidade escolar, porque está sendo suprimidas as diferenças que são importantes para trabalhar os conceitos de discriminação e preconceito. (CANDAU, 2003.) Cremos que "o preconceito gera um comportamento discriminatório e que esse tratamento discriminatório inferioriza e invisibiliza," e ainda, devemos ter atitudes de "valorizar as diferenças". Omitir a diferença e não trabalhar o tema em sala de aula, apenas reforça os estereótipos estigmatizantes do preconceito. (CANDAU, 2003. p.9)
Esse texto indica que o trabalhador é semelhante a uma ''mercadoria'', refere-se também as ideias de "descartabilidade e substituição" do funcionário o que se resume no processo de "coisificação do trabalhador", no qual não vê o SUJEITO trabalhador, mas sim uma máquina de gerar lucro. Com essa questão Bruna ainda relembra que durante a 5ª série teve uma professora de língua portuguesa que dizia em todas as aulas sentir-se como uma máquina e sua única função era educar. Essa frase ecoou um longo tempo em seus pensamentos de modo que, a partir dessa leitura que ela fez sentido.
Sobre o currículo é mencionando que "destruir a tradição em seu processo de construção e preservação de conhecimento", nos faz pensar sobre aulas inovadoras que fujam da famosa "decoreba" ou "quem é o personagem principal da história". Essa postura acaba, por vezes, desestimulando os alunos nos seus processos criativos, insistindo apenas na repetição de conteúdos e uniformizando o pensamento do aluno.


Interligando conceitos
Seguindo então a reflexão feita por Claparède no texto, é possível a relação com nossos textos com uma associação entre o trecho que diz que somos readaptados para executar condutas na organização mental, onde todo e qualquer estranhamento que recorra ao nosso modo de agir, de primeiro momento, nos faz retroceder a ação para analisar o erro/ empecilho para então fazer um caminho alternativo que nos faça lidar com essa nova situação e que possamos a partir daí ganhar novas formas de ver uma mesma situação, logo, nossos textos relatam que Pedagogia não estava intrínseco em cada um de nós, que foi por outros motivos particulares que nos fez chegar nela, por ter um objetivo inicial que em determinado momento nos desviou do trajeto percorrido até então, primeiramente nos causando um estranhamento e nos fazendo refletir do porquê ter acontecido de tal forma e então nos fazendo buscar um caminho alternativo que nos faça chegar no mesmo objetivo ou em algum bem similar ao que estávamos buscando.
Posteriormente, o texto retrata uma das muitas relações que já se traçaram sobre afetividade e conhecimento, criando-se então duas ramificações: "ação primária" que seria a RELAÇÃO entre o sujeito e o objeto, também podendo ser traduzido para a inteligência. E "ação secundária" que seria a REAÇÃO do sujeito sobre a sua própria ação, que também poderia ser traduzida para o sentimento. Claparède diz no documento que os sentimentos atribuem objetivo à conduta, ao passo que a inteligência restringe-se a fornecer os meios, isso se é aplicado para nós no momento em que buscamos uma alternativa de curso que não fosse o nosso objetivo principal, pois, utilizamos da ação primária para identificar algo que nos fosse mais familiar para ter essa relação mais próxima do curso a ser seguido, e através da ação secundária, pode-se dizer que por processo de eliminação surgiu a Pedagogia como objetivo.








Resultam-se então da ação primária e secundária as vivências que cada uma traz o que se é denominado no texto como vida afetiva e vida cognitiva, ao qual se pode deduzir que são dois redutos que se aproximam um do outro, mas não se misturam, pois de acordo com a Psicologia da Inteligência, são duas condutas que se tangenciam para a formação cognominal do saber tendo como referência a forma de raciocinar que só é elaborada através de algumas familiaridades sentimentais vividas pelo indivíduo e que não se pode ter afetividade cognitiva se não tiver compreensão ou discriminação sobre tal, como se é citado. Isso exemplifica claramente o que mostramos nos textos, quando se analisa o desenvolvimento dos relatos, pois, dentre as vivências afetivas e cognitivas de cada um pelas faculdades estruturais das quais a escola e as lembranças escolares influenciaram o modo de pensar sobre a educação e como chegamos à Pedagogia por pensar em inovar nas metodologias de ensino, sentimentalizando as boas vivências em escola e raciocinando sobre o quão prazeroso eram esses momentos descontraídos de aprendizagem e discriminando e compreendendo o lado negativo da aprendizagem por incompatibilidade de compreensão em certas matérias vistas na sala somadas a metodologia de ensino fracionado.
O texto relata ainda que a inteligência é uma adaptação mental resultante, pois é através dela que estabelecemos uma relação recíproca com o universo, sabendo-se de antemão que sua origem é incerta, podendo ser das mais variadas vertentes. Apoiando-nos em Claparède e Stern como referência, podemos constatar em seus relatos que a inteligência é uma adaptação mental a novas circunstâncias, ou seja, avançando um pouquinho a graduação e visando a carreira docente, relato com certa precisão que a faculdade cognitiva mais elevada na compreensão de transpassar informações que agreguem no aprendizado das crianças, esse fardo só será adquirido na convivência com a prática diária de ser professor/pedagogo, não ouso dizer que sairemos da faculdade totalmente aptos para o desempenho da função sem ter o contato prático com a carreira.



Fechamento de Ideias
 
Para a composição desse trabalho, usamos como conclusão então os fatores que nos trouxeram até aqui sobre como a disciplina possibilitou uma reflexão sobre o que é ser professor, quais metodologias concordamos ou não, como aguçamos nosso olhar sobre as praticas pedagógicas e por meio dos textos e das conversas construímos uma nova visão.
Tendo como apoio o texto "A Produção de Conhecimento em Psicologia: a análise do comportamento", podemos constatar que o que nos fez elaborar um pensamento conjunto na disciplina à fim de que sanássemos algumas dúvidas e compreendêssemos a introdução do ponto de vista psicológico para o comportamento em correlação com a educação, o ponto de vista behaviorista tratado no texto, foi entendido como um conjunto de fatores internos e externos que colidem e acompanham um ao outro que formam uma troca de informações resultantes na produção de conhecimento. Exemplificamos inicialmente a parábola das estátuas pensantes, que ilustram a concepção moderna de Homem, relacionamos esse escrito com a turma em geral no início das aulas, como se fossemos a fileira de estátuas, imóveis, que refletíamos através das nossas próprias vivências afetivas e com isso, estávamos fechados em nossos próprios interiores fazendo-se valer apenas por um ponto de vista para os fatos. Mas com a maleabilidade teórico-reflexiva elaborada pela professora, pudemos nos tornar flexíveis e construir uma corrente de pensamentos que conversem entre si, formando um conhecimento conjunto, mas permanecendo todos com suas essências afetivas de representações dos acontecimentos.

Conforme o positivismo lógico ou behaviorismo metodológico, que debateram um projeto de reconhecimento da Psicologia como uma "ciência do comportamento", pode-se afirmar que diante uma breve análise comportamental da turma enquanto formadores de um conhecimento científico, podemos destacar alguns discursos como constituintes do ramo científico, uma vez que ciência é um conjunto de propostas empíricas elaboradas através de pesquisas nas quais os demais membros do grupo estejam de acordo, desde que essas propostas estudadas sejam comprovadas em seu discurso.
Temos ainda a visão de Mach, positivista adepto da corrente darwinista que deduz que o conhecimento e suas vertentes epistemológicas são resultado de processos adaptativos, ora por alguma intenção, ora por alguma necessidade; Ambas fazem parte do processo histórico da evolução humana. Podendo ser delineado esse pensamento em nossas aulas através da construção cognitiva de cada um, ou seja, os elos criados entre as dialéticas elaboradas, denotam uma progressão entre estes dois quesitos nos quais para a "evolução" como estudantes precisamos inserir esses conhecimentos como interesse em assimilar o conteúdo à fim de compreender o que é proposto ou como necessidade, visando a carreira docente na qual, será imprescindível conglomerar a Psicologia com as demais práticas e teorias pedagógicas dentro de sala.
Em suma, é relevantemente enriquecedor usufruirmos de momentos em que embasados por referenciais teóricos concisos e consistentes, possamos por a teste nossa capacitação de argumentar e criar pontos de ligação entre as oratórias que nos instigue a ouvir, refletir e expor um contraponto ou um reforço do que foi exposto, isso resulta em um comportamento conjunto de exposições com um mesmo propósito, mas de visões distintas, como se fossemos as estátuas pensantes da parábola de Norbert Elias, mas tendo momentos de troca entre ambos, partilhando conhecimento.





Imagens





 


Referenciais Teóricos:
DELVAL, Juan. Aprender investigando. IN: BECKER, Fernando; MARQUES, Tânia B. I. (Org.) Ser professor é ser pesquisador. Porto Alegre: Mediação, 2007,p.115-128. 
 
FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia - Saberes Necessários à Prática Educativa. 36ªed. Editora Paz e Terra. Coleção Saberes. 1996, p.144. 

BARBOSA MOREIRA, Antonio Flavio; CANDAU, Vera Maria; Educação escolar e cultura(s):construindo caminhos. Revista Brasileira de Educação,2003. 13 f.

PIAGET, Jean. La Psychologie de I'intelligence, part. (Inteligência e Adaptação Biológica). Zahar Editores (1983) págs: 13-27.
TOURINHO, Emmanuel Zagury. A Produção de Conhecimento em Psicologia: a análise do comportamento. Pará: Psicologia, Ciência e Profissão, 2003, págs: 30-41, V.23, Sº (2). Disponível em < http://www.scielo.br/pdf/pcp/v23n2/v23n2a06.pdf > Acesso em: 18.Nov.2015
RESENDE. Lúcia Maria Gonçalves de. Paradigma e Trabalho Pedagógico. 3ª Ed. Campinas, SP: Editora Alínea,2014.p. 10-28.
 
SLODKOWSKI, Bruna Kin. Lembranças Infantis. Texto produzido em sala de aula na disciplina de Psicologia da Educação: Introdução no dia 3 de ago. de 2015. Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Faculdade de Educação. 2f. Disponível em: .
 
ROSA, Juliana da Silva da. Pedagogia em minha vida. Texto produzido em sala de aula na disciplina de Psicologia da Educação: Introdução no dia 3 de ago. de 2015. Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Faculdade de Educação. Disponível em: .
 
SILVA, Matheus de Oliveira. Entrando de gaiato na pedagogia. Texto produzido em sala de aula na disciplina de Psicologia da Educação: Introdução no dia 3 de ago. de 2015. Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Faculdade de Educação. Disponível em: .
 
BEVILAQUA, Milton Vagner. Meu amigo Charlie Brown. Texto produzido em sala de aula na disciplina de Psicologia da Educação: Introdução no dia 3 de ago. de 2015. Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Faculdade de Educação. Disponível em: .










Lihat lebih banyak...

Comentários

Copyright © 2017 DADOSPDF Inc.