PRÁXIS DO ENSINO DE ARQUITETURA E URBANISMO: A extensão como escopo de sua estruturação

June 1, 2017 | Autor: F. Nascimento Corghi | Categoria: Education, Educational Technology, Social Research Methods and Methodology
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PRÁXIS DO ENSINO DE ARQUITETURA E URBANISMO: A extensão como escopo de sua estruturação CORGHI, FERNANDA N. (1); HIRATA, MÁRCIA S. (2); SILVA, MARCELO J. (3). 1. Universidade Federal de São João del-Rei/UFSJ. Departamento de Arquitetura, Urbanismo Artes Aplicadas/DAUAP Campus Tancredo Neves. Avenida Visconde do Rio Preto, s/n° -Colônia do Bengo - CEP 36301-360 São João del-Rei (MG) / DAUAP – sala 3.02RE [email protected] 2. Universidade Federal de São João del-Rei/UFSJ. Departamento de Arquitetura, Urbanismo Artes Aplicadas/DAUAP Campus Tancredo Neves. Avenida Visconde do Rio Preto, s/n° -Colônia do Bengo - CEP 36301-360 São João del-Rei (MG) / DAUAP [email protected] 3. Universidade Federal de São João del-Rei/UFSJ. Departamento de Arquitetura, Urbanismo Artes Aplicadas/DAUAP Campus Tancredo Neves. Avenida Visconde do Rio Preto, s/n° -Colônia do Bengo - CEP 36301-360 São João del-Rei (MG) / DAUAP [email protected] RESUMO

O curso Arquitetura e Urbanismo (AU) da Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ) foi criado no ano de 2009, e possui Projeto Pedagógico (PPC) diferenciado devido a flexibilidade de sua grade curricular, que permite novos arranjos interdisciplinares em unidades curriculares bimestrais ou semestrais, voltadas sobretudo à prática, que podem ser cursadas por alunos de diversos períodos e interesses, sem que isso interfira na apreensão dos requisitos mínimos necessários à sua formação profissional. Nele, a prática projetual se dá através de disciplinas praxiológicas, denominadas Estúdios, Intermediários, de oferta bimestral para alunos do 3º ao 6º período, e Avançados, de oferta semestral para alunos do 8º ao 9º período. No presente artigo trataremos especificamente das atividades desenvolvidas e resultados de dois Estúdios, um intermediário e outro avançado, que foram articulados no segundo semestre de 2014 devido à afinidade entre os temas abordados e ao interesse dos alunos. Isto garantiu um maior aprofundamento teórico e prático sobre a formação urbana, bem como sobre a forma de acesso à terra e à moradia em bairros de classes populares ao longo do século XX na cidade de São João del-Rei/MG, além dos impactos inerentes a este processo. O primeiro deles, “Urbanismo topográfico”, visou desenvolver uma reflexão crítica quanto aos impactos socioambientais relacionados ao uso do solo na ocupação humana, dando ênfase ao fenômeno das voçorocas urbanas, processos erosivos muito comuns na região de São João del-Rei, devido à fragilidade natural do solo e às exploração e ocupação intensivas do mesmo. Já o segundo, “Moradia e cidade: modernidade e atraso”, visou compreender a forma de produção de nossas cidades por meio da aproximação do contexto socioeconômico expresso pela precariedade habitacional de significativa parcela da população, sob a atual influência de uma lógica financeirizada

sobre o urbano. Os alunos foram estimulados a pensar tais questões a partir da leitura e discussão de textos, de visitas de campo aos bairros periféricos atingidos por voçorocas, de entrevistas a moradores, do levantamento e análise de dados sobre a população e o território urbano. Enfatizou-se também na importância da adoção de ações não estruturais, como a sensibilização da população, o fortalecimento de sua participação e o aprimoramento de processos de licenciamento e fiscalização, para a superação de tais desigualdades e precariedades e se ressaltou o papel do arquiteto e urbanista como profissional responsável por intermediar a ação de diferentes campos do conhecimento que tratam do urbano. Com base nesta metodologia foram definidas como áreas de estudo as bacias hidrográficas do Córrego do Lenheiro e do Ribeirão São Francisco Xavier sendo produzidas, no estúdio intermediário, uma nova base cartográfica da sede municipal, uma maquete educativa sobre a relação entre urbanização e impactos ambientais e uma cartilha explicativa. Esta pesquisa inicial foi aprofundada no segundo bimestre, pelos alunos do estúdio avançado, e seus produtos vêm servindo de base para novas disciplinas e nas ações com a população local no âmbito de um projeto de extensão interdisciplinar da UFSJ, mostrando a importância da relação entre ensino, pesquisa e extensão. Palavras-chave: Ensino de AU; Extensão; Praxis; Plano Pedagógico do Curso (PPC)

HABITAR 2015 Belo Horizonte, de 20 a 22 de outubro de 2015

1 – Apresentação Este artigo aborda a experiência de fusão de duas disciplinas praxiológicas do curso de

Arquitetura e Urbanismo (AU) da Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ) durante o segundo semestre de 2014. O Plano Pedagógico do Curso (PPC) de AU possui um

caráter diferenciado por permitir novos arranjos interdisciplinares bimestrais e/ou semestrais. Para permitir a flexibilidade das unidades curriculares de ensino, sobretudo das voltadas à

prática, as ementas são amplas e agregam alunos de diversos períodos e interesses, sem

que isso interfira na apreensão dos requisitos mínimos necessários à sua formação profissional.

O curso teve origem no Programa de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais, REUNI, com propósito de consolidar o papel cultural e intelectual da universidade

junto à sociedade na mesorregião das Vertentes no Estado de Minas Gerais. O PPC considera a ampliação do número de arquitetos urbanistas no mercado de trabalho,

repercutindo em mudanças estruturais na construção civil, planejamento e gestão das

cidades da região, “promovendo uma integração entre Universidade e comunidade por meio do estudo e da intervenção no ambiente construído” e (...) “principalmente a produção realizada em conjunto com a comunidade” sem exclusão de nenhuma classe social (UFSJ, 2013, p. 12).

O curso inicia-se com oficinas onde o aluno tem uma visão panorâmica da prática projetual, aprofundada

nas

unidades

de

ensino

praxiológicas,

os

Estúdios,

divididos

em

Intermediários, com alunos do 3º ao 6º período concomitantemente, e Avançados, com alunos do 8º e 9º períodos. Os primeiros são oferecidos bimestralmente e os avançados

semestralmente. Os alunos selecionam os próprios estúdios e a complexidade do conteúdo trabalhado é determinada pelo seu estágio no curso (idem p. 22).

A flexibilidade das ementas aliada ao interesse diversificado dos alunos permitiu que no decorrer do segundo semestre de 2014 dois Estúdios fossem articulados, sendo um

intermediário e outro avançado. Idealmente tal fusão procurou maior embasamento teórico com enfoques diversificados, além de continuidade dos trabalhos do primeiro bimestre ao longo do segundo bimestre, posto que o Estúdio semestral poderia levar a cabo as atividades iniciadas, conforme o caráter extensionista sob o qual o curso se estrutura.

2. Propostas dos Estúdios

2.1. Estúdio "Moradia e Cidade: modernidade e atraso"

Este Estúdio Avançado, ao longo do segundo semestre de 2014 teve por objetivo, conforme sua ementa, "permitir ao aluno a compreensão da forma de produção de nossas cidades

modernas e desiguais, por meio da aproximação do contexto socioeconômico expresso pela precariedade habitacional de significativa parcela da população, sob a atual influência de

uma lógica financeirizada sobre o urbano", forma perversa de inclusão urbana (Pereira, 1997). Tal problematização inicia com o processo de industrialização do país e da cidade de

São João del-Rei, desde o final do século XIX até a atualidade, como parte da lógica global dominante de desenvolvimento. Isto é complementado com a observação de realidades

existentes, sobre a qual é proposto o exercício prático e respectiva bibliografia. Neste

sentido, procura-se partir do interesse e da realidade próxima ao aluno, de modo a inseri-lo em sua temporalidade e espacialidade, para que o exercício propositivo signifique a reflexão sobre sua própria inserção social, como estudante de uma Universidade Pública e como futuro profissional inserido no agenciamento da produção do espaço.

2.2. Estúdio Urbanismo Topográfico

O Estúdio Intermediário "Urbanismo Topográfico", lecionado ao longo do primeiro bimestre do segundo semestre de 2014, teve por intuito levar uma reflexão crítica quanto aos

impactos socioambientais relacionados ao uso do relevo para a ocupação humana. A ênfase foi dada nos processos de voçorocamento antrópicos, atendo-se aos aspectos dos loteamentos para a fundamentação desta lógica.

A presença de erosões antrópicas na zona urbana, dado o seu caráter difuso relacionado a

práticas da construção civil, possui parte de seu controle realizado por meio de medidas não estruturais. Estas requerem práticas de sensibilização popular, fiscalização do poder

público, cumprimento das práticas de licenciamento e de implantação das obras, entre outras (Freitas et al., 2001).

Visando a dinamização desta práxis, buscou-se instigar os alunos em sentido à atuação prática em termos destas medidas, sobretudo relacionadas ao licenciamento urbanístico e

ambiental de loteamentos, uma vez que há abertura legal para a participação popular. Isto significa ampliar a possibilidade de reflexão por parte da população em termos preventivos, campo que se abre à atuação dos arquitetos e urbanistas.

2.3. Revisão bibliográfica

a) Os "campos cegos" da produção do espaço atual Para o Estúdio "Moradia e Cidade", inicialmente introduziu-se discussões que relacionam

precariedade habitacional e centralidade da produção do espaço na contemporaneidade HABITAR 2015 Belo Horizonte, de 20 a 22 de outubro de 2015

local. Para tanto, observações de Engels (1987) quando do início da industrialização moderna foi cotejada com a realidade local trazida por Carneiro (2009).

Com a junção dos estúdios houve a oportunidade de aproximação de uma problemática

ambiental local, as voçorocas, foco do Estúdio "Urbanismo Topográfico". Esta forma agressiva de erosão, marcante na região do Campo das Vertentes, aparece como especificidade de densa problematização, semelhante à ocupação por habitações de baixa renda de áreas em preservação ambiental. Dois textos em especial foram então propostos

para integração temática topográfica e de produção desigual do espaço urbano: o capítulo

"Campo Cego" de "A Revolução Urbana" de Lefebvre (2004) e o artigo "Da organização à produção do espaço no movimento do pensamento geográfico", de Carlos (2012).

O primeiro permite aprofundar a discussão por trás do embate entre expansão urbana e

preservação ambiental, a relação entre Sociedade e Natureza, expressão da dificuldade com que o ser humano relaciona-se com a natureza por ele próprio produzida, as cidades.

Com isto, Lefebvre refere-se a um campo, tanto mental quanto social, cegado pelo poder das ideologias e da linguagem, mas simultaneamente aberto à compreensão e a possíveis

ações (2003, p. 31) dentro de seu viés analítico focado na forma moderna de reprodução das relações sociais de produção.

Já Carlos, ao trazer o "movimento do pensamento geográfico", faz densa síntese do

conceito "produção do espaço" relacionado às temporalidades das práticas sociais:

"desloca-se o enfoque da localização das atividades no espaço, para a análise do conteúdo da prática sócio-espacial como movimento de produção/apropriação/reprodução da sociedade em suas contradições e virtualidades - que escapa à realidade presentificada" (2012, p. 70).

b) Legislação ambiental e urbanística versus a práxis A questão emblemática das voçorocas é agravada pela utilização do seu interior e perímetro imediato para habitação e locação de prédios institucionais. Este quadro demonstra uma carência de ações estratégicas em termos de planejamento preventivo de situações de

risco. Não há restrição com práticas extensivas de terraplenagem e com o carreamento de terra para as galerias de drenagem e fundos de vale, mesmo nas épocas de chuva.

Neste momento, tanto a legislação ambiental quanto a urbana são postas em cheque, ainda

mais ao se pensar a formação do ambiente urbano mais de uma década depois de aprovação do Estatuto da Cidade (Lei 10.257/2001), que visa justamente à regulação da

“propriedade urbana em prol do bem coletivo, da segurança e do bem-estar dos cidadãos, bem como do equilíbrio ambiental” (Brasil, 2001).

O meio ambiente definido na Política Nacional de Meio Ambiente não contrasta com esta definição do Estatuto, quando o considera como o “conjunto de condições, leis e interações de ordem física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas”, conforme artigo 3o da Lei 6.938/1981. Esta inclusive enfatiza a compatibilização do

desenvolvimento socioeconômico com a qualidade ambiental e estabelece instrumentos preventivos de impacto como o licenciamento e a avaliação de impacto ambiental.

Os loteamentos são considerados fonte de degradação ambiental pela Resolução 237/97 do CONAMA e, portanto, necessitam de licenciamento ambiental. Isto significa que devem ter suas fases licenciadas paulatinamente com a garantia técnica de se ater aos condicionantes

do meio ambiente para que possam ter seus impactos mitigados e compensados

previamente. O licenciamento ambiental é realizado após a emissão da licença urbana regulamentada pela Lei 6.766/79.

A emissão da licença ambiental se faz de acordo com restrições técnicas de interesse do

meio ambiente, enquanto bem público primário, e não de interesses particulares que corroboram práticas ilícitas relativas à atuação da própria administração pública (Jelinek,

2013, p. 9). No caso de já haver impacto é “necessária a elaboração de um diagnóstico ambiental da área e plano de controle ambiental, ambos a serem submetidos à apreciação do

órgão

ambiental

competente,

que

poderá

exigir

compensatórias e condicionantes” (Jelinek, 2013, p. 10).

medidas

restauradoras

ou

No caso desta emissão para empreendimentos considerados efetivamente causadores de degradação ambiental, deve-se ater ao rigor da Resolução CONAMA 001/86 que exige

Estudos prévios de Impacto Ambiental (EIA). Embora nem todos os empreendimentos

necessitem do estudo, isto não significa a dispensa de uma análise técnica apurada da área visando à prevenção, mitigação e compensação dos seus impactos. Existe uma série de métodos para esta avaliação de impacto, entre eles, mecanismos de tomada de decisão que

utilizam listagens de controle, matrizes de interação e símbolos, entre outros, para classificar

e qualificar os impactos e os aspectos, e comparar alternativas de projetos (Moreira, 1999, p. 2). Os “aspectos” são tomados como os mecanismos ou processos através dos quais ocorrem os impactos.

Não tomar as devidas medidas na fase de licenciamento ambiental é o mesmo que optar por lidar com os impactos dos empreendimentos implementados, tais como as erosões e as HABITAR 2015 Belo Horizonte, de 20 a 22 de outubro de 2015

inundações. E quando em um licenciamento urbano inexiste restrição à declividade viária,

de maneira que se permita o acesso tanto a deficientes físicos quanto ao transporte público

de grande porte, o poder público mostra-se omisso quanto a análise dos empreendimentos,

uma vez que deveria direcionar os critérios que permitiriam a acessibilidade no processo de formação das cidades.

c) São João del-Rei Ao longo dos anos o desenvolvimento urbano sanjoanense esteve submetido à lógica de

diferentes processos econômicos e políticos. Estes, por sua vez, foram decisivos para consolidação de uma cidade marcada pela existência de um conjunto urbano, com

elementos da arquitetura brasileira dos séculos XVIII e XIX em seu centro, o que levou ao

seu tombamento em 1938 (Nascimento et al., 2013, p. 767), bem como pelo crescimento

das periferias a partir da segunda metade do século XX, devido ao fluxo migratório

provenientes das imediações do Campo das Vertentes, processo relacionado à origem de diversos conflitos ambientais (Carneiro, 2009, p. 5).

Uma vez que a origem da cidade remonta ao período colonial e ao ciclo do ouro em Minas

Gerais, a conformação de seu núcleo primitivo foi orientada pela práxis portuguesa, sendo

marcante a atuação da câmara municipal na ordenação do território. Tal práxis estava

atrelada ao valor de uso do espaço urbano, bem como aos interesses dos agentes

econômicos locais – primeiramente mineradores e, com a decadência do ouro, a elite formada por comerciantes e industriários de setores tradicionais da economia. Ainda no Brasil colonial a ação destes últimos consolidou a cidade como um importante polo comercial no cenário nacional, que foi gradualmente se resumindo à esfera regional ao

longo do século XX, devido à ação do Estado na reorganização da economia e pela consolidação da “indústria de bens intermediários” na região central de Minas (Nascimento et al., 2013; Carneiro, 2009, pp. 4-5).

Deve-se à estagnação econômica no interior do estado, decorrente da conjuntura econômica nacional, e à condição de polo regional, o fato de a cidade atrair expressivo

número de emigrantes a partir da segunda metade do século XX. Estes ocuparam as

periferias, juntamente com os moradores expulsos do centro, por não terem condições de acesso ou de se manter nestas terras devido à sua valorização (op. cit.) .

Neste processo, em que houve crescimento da demanda habitacional, ocorreu a ruptura

com o modelo urbano empregado no centro, que se torna evidente nas áreas de transição

entre o chamado “centro histórico” e a cidade “moderna”, onde também fica patente a incapacidade da administração local com relação a ações de planejamento, dada a natureza

e a existência dos conflitos ambientais nas periferias e o contraste entre estas e o núcleo urbano original.

Nesta dinâmica de formação urbana, reproduz-se assim, de maneira impensada, ora a lógica colonial ora a lógica contemporânea de ocupação, atendendo a demandas imediatas

por habitação e a um crescente mercado imobiliário, que hoje tem agravados os conflitos

sociais e ambientais pela relação financeirizada com a terra, o que nos permitiu definir o modelo metodológico a ser aplicado em aula. Porém, apesar da bibliografia desenvolvida

até o momento por diferentes pesquisas1, ainda não há na cidade uma base de dados consolidada que permita uma abordagem mais aprofundada do objeto, o que demandou a elaboração destas bases durante a disciplina.

3. Metodologia aplicada

3.1. Aportes teóricos para intervenção urbana A área de Arquitetura e Urbanismo lida com processos de transformação urbana, portanto do mundo e sua sociedade. No Brasil, desde seu crescimento urbano exacerbado, marcado pelo modelo industrial de desenvolvimento com desigualdade social a partir de meados do século XX, tal disciplina é questionada por seus próprios profissionais e pela sociedade por

seu deslocamento da realidade social, incapaz de contribuir com soluções para os desafios apresentados.

Entre as inúmeras experiências que procuraram enfrentar tal distanciamento tivemos a

industrialização parcial da construção, criação de assessorias técnicas com atuação junto a associações de moradores de baixa renda, mudanças na forma de inserção do trabalhador

da construção no canteiro e no desenho. Em comum, refletiam sobre sua inserção no processo social produtivo, ou seja, compreender a "produção do espaço", o que exigia

articulação entre teoria e prática, a "teoria (a produção do conhecimento como ato de compreensão do mundo) e a prática (práxis) em sua indissociabilidade” (Carlos, 2012).

Procurou-se assim apresentar aos alunos a teoria por trás das práticas em Arquitetura e Urbanismo, base para compreenderem o objetivo do estúdio e respectivas propostas de

intervenção espacial. Sem dúvida, este método significa uma dada forma de inserção do ensino nas práticas sociais correntes.

As leituras propunham um diálogo entre reflexão e proposição em torno das voçorocas. Ou seja, a formulação de um diagnóstico sobre os aspectos e impactos das voçorocas no

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espaço urbano, e a busca de soluções e proposições para os desafios encontrados. Contaram com a compreensão dos aspectos "cegos" da prática social e urbanística na

produção do espaço, principalmente como relação Sociedade/Natureza. Assim, a disseminada "questão ambiental", para além de sua fácil fetichização ou instrumentalização

atual, é ressignificada, tanto para alunos quanto para os professores envolvidos, como

problematização e como prática propositiva, cientes de que apenas se iniciara o movimento de iluminar o significado do enfrentamento de um complexo problema concreto.

Conforme já dito anteriormente, em São João del-Rei, como em outras cidades, nas últimas décadas houve uma expansão urbana marcada por loteamentos e ocupações regulares e irregulares, grande parte em áreas de interesse de preservação ambiental, no nosso caso,

também limítrofes a voçorocas. Isto se tornou mais evidente na produção recente de loteamentos de classe média construídos dentro do marco urbanístico legal, multiplicados pelos recursos da lógica global financeirizada, que reproduz um urbano mercantilizado de

baixa qualidade e salubridade ambiental, e que portanto se contrapõe aos interesses coletivos, bem como, contraditoriamente, se distancia cada vez mais de sua identidade

colonial considerada patrimônio histórico nacional, que incluía um traçado urbano português mais conectado às condições ambientais de seu território.

Diferente de outras condicionantes, o problema das voçorocas mostra-se menos evidente,

uma vez que é naturalizado, quando de fato é resultado da própria inadequação da ocupação de um território geologicamente sensível. Nos loteamentos observamos vários problemas projetuais: lotes que futuramente estarão sob o risco; áreas de voçorocas

indicadas como área verde ou institucional; traçado urbano e atividades de terraplenagem

que aceleram as erosões, quando não criam condições para uma nova voçoroca. Apesar

disto, tal como todo o país que passou por um boom imobiliário, os lotes são rapidamente vendidos.

E aqui ficou evidente o surgimento de uma contradição. Esta forma de produção do espaço urbano por meio de loteamentos, ao não atentar para efetiva solução do avanço das

voçorocas, ou ao não considerar tal problema em seu projeto e execução da infraestrutura,

produzirá a inviabilização da própria urbanização e até a eliminação de sua base material, o

lote. A naturalização da voçoroca como fenômeno da natureza, e a urbanização como objeto de negócios imobiliários, parece assim caminhar para a impossibilidade da reprodução da

própria acumulação, negando qualquer forma de uso do espaço urbano, exceto como área de preservação permanente de difícil manutenção. 1

As bases encontradas até o momento estão dispersas e desatualizadas (a base cadastral é de

3.2. Trabalhos de campo

Os trabalhos de campo foram introdutórios à percepção dos alunos quanto à questão das erosões versus urbanização, realizados em São João del-Rei (Foto 1) e

nos municípios de Tiradentes e Nazareno, distantes do primeiro respectivamente 11,6 e 51 Km.

Em Nazareno houve visita à ONG Maria de Barro, que desenvolve ações de

conscientização ambiental concomitantemente à recuperação de voçorocas. Foi possível compreender que o surgimento destas erosões se relaciona à fragilidade do solo e também às práticas de ocupação e uso extensivo do solo (mineração, agricultura, pecuária, ocupação urbana), bem como à naturalização de sua

presença. Nas demais cidades, verificou-se como as ocupações antrópicas, das mais antigas aos novos loteamentos, desconsideram a existência das voçorocas, quando não as induz.

Foto 1 Trabalho de campo em erosão urbana de São João del-Rei. Fonte:UFSJ/DAUAP (2014) aproximadamente da década de 1970) e os arquivos do Plano Diretor (2006) são, muitas das vezes, disponibilizados em arquivos não editáveis, o que dificulta uma nova produção sobre eles. HABITAR 2015 Belo Horizonte, de 20 a 22 de outubro de 2015

3.3. Construção da base cartográfica de São João del-Rei Concomitante às etapas anteriores, foi proposta a confecção de mapas temáticos onde foram espacializados os diferentes fatores observados em campo e nas leituras. Porém, como dito anteriormente, tendo em vista que o curso não possui uma base cartográfica

digital única e atualizada do município, optamos pela complementação do material cartográfico produzido para a pesquisa Sistema de Equipamentos Coletivos e Espaços Públicos, conduzida pela professora Dra. Adriana Gomes do Nascimento (2010), que compila dados disponibilizados pela Prefeitura Municipal e outros órgãos governamentais.

O material utilizado nesta composição foram: as cartas topográficas de São João del-Rei e

Tiradentes, ambas de 1975 em escala 1:50.000, disponíveis em formato vetorial pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE); as cartas cadastrais da sede municipal

elaboradas para a Companhia Energética de Minas Gerais (CEMIG), em escala de 1:2.0002;

a malha viária do distrito sede, desenhada em CAD para o desenvolvimento do Plano Diretor de 2006; uma ortofoto da sede municipal de 2005, ambas disponibilizadas pela Prefeitura Municipal.

Estes dados foram tratados na plataforma CAD (sigla em inglês para Desenho Assistido por

Computador), a opção por esta plataforma deve-se ao fato de ser difundida entre os alunos de arquitetura, já familiarizados com seu ambiente de trabalho, sendo mais vantajosa neste momento que outros softwares de geoprocessamento.

Os dados foram organizados em camadas diferentes e georreferenciados na Projeção Universal Transversa de Mercator (UTM), uma vez que as cartas topográficas do IBGE e as

cadastrais da CEMIG foram elaboradas nesta projeção. Ressaltamos que esta configuração

possibilita uma maior intercambialidade entre os dados constantes nesta base (Figura 1),

bem como a sua complementação com dados coletados em campo com auxílio de GPS, por exemplo.

A ortofoto e a malha urbana foram igualmente georreferenciadas através do comando de alinhamento dos elementos com base em pontos de referência comuns, apresentando, portanto, uma precisão aproximada, devido à divergência na projeção das bases, mas que permite a confecção de uma base cadastral minimamente atualizada.

2

Estas cartas não trazem indicação da data de confecção, porém, acredita-se que sejam da década de 1970.

Figura 1: Base cartográfica de São João del-Rei (organização: SILVA, M.J., 2014)

3.4. História oral

Outro método de diagnóstico para intervenções urbanas introduzido foi a utilização de

entrevistas de História Oral, aplicada à história da ocupação de um território. Diferente de entrevistas objetivas, neste método há proeminência da subjetividade da apropriação

espacial. Através desta forma de obtenção de narrativas urbanas, em que não ocorre intervenção do entrevistador, procura-se apreender as valorações e expectativas de

moradores quanto à conformação urbana existente ou a ser transformada, o que realça a apropriação do espaço por usos urbanos.

Obtém-se assim histórias que configuram uma identidade dos moradores que podem trazer elementos para a compreensão da paisagem e do patrimônio cultural, materializáveis em

setores a serem valorizados por um plano urbano, e que orientam eventuais faseamentos. Enfim, podem potencializar processos participativos e indicar estratégias de intervenção

mais sensíveis aos conflitos sociais e ambientais existentes, em uma espécie de pedagogia dialógica do uso do espaço urbano.

4. Produtos finais do Estúdio "Urbanismo Topográfico" 4.1. Mapas temáticos e matriz de aspectos e impactos

A partir da confecção da base cartográfica descrita no item 3.3 elaborou-se mapas temáticos pela sobreposição de informações dispersas: Plano Diretor de São João del-Rei, Plano HABITAR 2015 Belo Horizonte, de 20 a 22 de outubro de 2015

Local de Habitação de Interesse Social (PLHIS), mapeamento de bacias hidrográficas, voçorocas da cidade e elementos verificados em campo.

A cartografia conta com uma matriz de aspectos e impactos (Figura 2) confeccionada pelos alunos. Sobre ela refletiram os impactos em cadeia produzidos pela ocupação que

desconsidera os aspectos físicos e os instrumentos e políticas públicas de planejamento urbanístico e regional. A espacialização de diferentes fatores e conflitos socioambientais,

por meio da matriz e dos mapas, contribuiu para a definição da área objeto de estudo do

segundo bimestre do Estúdio Moradia e Cidade, que por sua vez tem contribuído para reflexões e propostas de intervenção por outros estúdios e práticas de extensão.

4.2. Revista

Foi produzida uma revista compilando o trabalho de ambas as turmas, com uma síntese dos

levantamentos e diagnósticos desenvolvidos. Também foi produzida para acompanhar a maquete impermeável da área selecionada, citada mais à frente. Entre as temáticas abordadas encontra-se um caderno de diagnóstico referente às erosões visitadas,

cartografias em escala reduzida com textos explicativos, descrição do processo de criação da maquete (junto a instruções de uso e reparo, posto que é impermeável e que serve a trabalhos de educação ambiental e urbana), e histórico e detalhamento do bairro São Dimas, local onde as atividades tiveram continuidade no estúdio avançado e nos trabalhos de extensão já existentes na Universidade.

Figura 2 Matriz de aspectos e impactos produzida para o mapa e maquete. Fonte: UFSJ/DAUAP

4.3. Maquete impermeável Baseando-se no potencial de sensibilização educacional conferido pelas maquetes do Projeto Akvolernigi, onde agentes comunitários da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paul (Sabesp) confeccionaram as bases cartográficas que utilizariam em seus trabalhos de sensibilização popular (Rutkowski et al., 2010), uma maquete foi realizada

com intuito de evidenciar como o adensamento antrópico é refém da lógica topográfica das

bacias hidrográficas, sobretudo em linhas de drenagem natural e planícies de inundação (Foto 2).

O recorte da área da maquete foi escolhido pelos alunos por diversos motivos, entre eles: dar continuidade aos trabalhos do estúdio avançado e de projetos de extensão já em

andamento na área; explicar e demonstrar a lógica hidrológica da bacia hidrográfica em

questão; permitir materializar diagnósticos e prognósticos na área já em processo de adensamento e esboçar cenários de minimização de impactos em áreas ainda não ocupadas.

A maquete foi produzida em escala horizontal 1:5000 e vertical 1:2000. A distorção vertical

procurou aproximar o sentimento vivenciado nas encostas na reprodução tridimensional. A utilização de material impermeável visou seu uso em trabalhos de sensibilização ambiental e

urbana, com simulações de chuva e alagamento por meio de uma simples garrafa de água com furos.

A maquete foi projetada de maneira a incorporar a revista e a cartografia, guardadas em um

recorte feito em sua lateral. Instruções foram distribuídas em todo o perímetro para facilitar o manuseio e a manutenção. Além de dados cartográficos básicos, como norte e escala, a maquete conta com ícones referentes aos impactos da Matriz (Figura 1), possíveis de serem

fixados na maquete juntamente com os aspectos causadores do impacto, representados por meio de alfinetes coloridos, o que permite criar cenários preventivos em atividades de sensibilização.

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Foto 2 Maquete impermeável. Fonte: UFSJ/DAUAP (2014).

5. Continuidade no Estúdio "Moradia e cidade: modernidade e atraso"

A partir do diagnóstico e sensibilização dos alunos dos dois estúdios no primeiro bimestre, a

etapa propositiva teve continuidade no segundo bimestre no estúdio "Moradia e cidade". Conforme método estabelecido, de partir do interesse e da realidade próxima ao aluno,

houve aproximação do projeto colaborativo em desenvolvimento no bairro São Dimas, onde parte deles atua, o "Parque Chacrinha". Tal projeto reúne diversas atividades de ensino,

pesquisa e extensão da Universidade, envolvendo professores e alunos das áreas de Biologia, História, Teatro, Arquitetura e Urbanismo, entre outros.

O lugar surge a partir da confluência de interesses em torno do centro comunitário e da quadra do bairro, construído em terreno da UFSJ com doações estrangeiras no âmbito de

uma antiga atividade extensionista junto à comunidade e uma ONG. No entanto, com a descontinuidade das ações de extensão o espaço permaneceu subutilizado, portanto

potencializador de conflitos sociais e violência urbana. Desde então tem sido foco de preocupação por parte da UFSJ e da comunidade do entorno. Hoje, somente a quadra permanece em uso, uma vez que é uma das poucas áreas de lazer para os jovens.

Além deste conflito relacionado à precariedade urbana periférica, a presença de uma das

maiores voçorocas da cidade é objeto de preocupação de muitos pesquisadores da

Universidade, uma vez que algumas casas e mesmo prédios da Universidade são afetados

pela ampliação do processo erosivo, com impactos físicos e sociais em toda sua bacia hidrográfica. A partir da confluência de interesses no projeto colaborativo, tem-se a

oportunidade de aprofundamento do conhecimento de um fenômeno geológico não tão

comum aos estudos urbanos. Por sua composição interdisciplinar e de diálogo com a

comunidade envolvida, permite ao curso uma perspectiva de que suas propostas acadêmicas sejam inseridas nas práticas urbanas que demandam soluções para a presença de voçorocas, para assim evitar a perda dos usos de partes do território da cidade.

Neste sentido, no estúdio ficou definido a elaboração de um plano urbanístico local, ciente

dos limites de um processo maior que demanda aproximação com a comunidade. Entendese que a contribuição ocorrerá por meio de informações e diretrizes que orientem o diálogo

urbano entre as partes envolvidas, bem como promovam o fortalecimento e permanência de

apropriações coletivas que transformem a lógica fragmentada com que este espaço foi produzido.

6. Conclusão A articulação dos dois estúdios, que nasceram com intuito interdisciplinar devido à

complementaridade de seus conteúdos, junto à diretriz praxiológica do PPC do curso,

mostrou o potencial multiplicador de seus respectivos pressupostos integradores. Isto

somado ao tripé ensino/pesquisa/extensão do ensino público universitário, alimentou o avanço de cada uma de suas partes, em um processo que tem conseguido dar continuidade nas diversas esferas envolvidas.

Primeiramente, a fusão interdisciplinar mostrou-se uma oportunidade para os estudantes integrarem conhecimentos fragmentados do ensino tradicional disciplinar, no caso aspectos

dinâmicos da topografia e aspectos teóricos e críticos da produção do espaço desigual contemporâneo. Por sua vez, os trabalhos desenvolvidos ao longo dos Estúdios permitiram

traçar algumas considerações acerca da lógica atual de produção do espaço urbano no Brasil e na realidade local, ao passo que explicitou a importância de, neste âmbito, repensar

a atuação do arquiteto e do urbanista, atualmente regida pela financeirização da economia e da terra urbana. Acreditamos que isto contribui para esclarecer campos cegos de nossa

visão sobre o urbano (Lefebvre,2004) uma vez que, não somente permite avanço nas pesquisas, como coloca-se como prática do próprio processo de aprendizado dos futuros profissionais.

HABITAR 2015 Belo Horizonte, de 20 a 22 de outubro de 2015

Tal prática, devido à articulação com projetos de extensão, constituiu-se em uma dinâmica de trocas em que a extensão ganhou em qualidade e profundidade na atuação junto à

comunidade envolvida, e os estúdios ganharam ao poderem aproximar-se e contribuir para um processo concreto. Isto permitiu a reunião de conhecimento técnico e da realidade local,

que reverberou em outras atividades de ensino e pesquisa, as quais estão sendo

conduzidas por alguns dos participantes nos estúdios e outras propostas de extensão

subsequentes. Tem-se assim um processo contínuo de articulação do ensino, da pesquisa e da extensão, com retorno mais efetivo para a população e para a cidade.

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