Práxis e Pragmatismo: Para um (re)esclarecimento

June 2, 2017 | Autor: Paulo Antunes | Categoria: Praxis, John Dewey, Karl Marx, Pragmatismo, Filosofia
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áxis e Pragmatismo: a um (re )esclarecimento «Zur Wahrheit gehort nicht nur das Resultat, sondem auch der Weg. Die Untersuchung der Wahrheit muB selbst wahr sein, die wahre Untersuchung ist die entfaltete Wahrheit, deren auseinandergestreute Glieder sich im Resultat zusammenfassen.» Karl Marx (1842) «the true means the verified and means nothing else» John Dewey (1919)

§ 1 O escopo do presente artigo giza os seus contornos numa revisitação da obra Freedom and Organization. 1814-1914 (1934) de Bertrand Russell (1872-1970). À parte todas as considerações por este urdidas de tecitura político-económica (I), o autor a dada altura deixaria escapar (sem que lhe seja imputada uma toada de ocasional distração) uma identificação que assoma merecedora de um (re )esclarecimento. A identificação de que se vai tratar, estabelecida por Russell, aparece no Capítulo XVIII, da Seção C: Socialismo, da respetiva obra: «A filosofia advogada na parte inicial destas teses [Thesen über Feuerbach de Marx] é aquela que desde então se tomou familiar ao mundo filosófico através dos escritos do DL Dewey, sob o nome de pragmatismo ou instrumentalismo. Se o DL Dewey está ciente de ter sido antecipado por Marx, eu não sei, mas indubitavelmente as opiniões deles acerca do estado metafísico da matéria são virtualmente idênticas.» (2) Constitui o mote do presente artigo - procurar (re)esclarecer uma eventual relação entre ambas as «filosofias» referidas, a práxis materialista dialética em Karl Marx (1818-1883) e Friedrich Engels (1820-1895) e o pragmatismo «instrumentalista» em John Dewey (1859-1952) -, com vista a averiguar se há nos seus autores sustento para a sua identificação (3), ou seja, se o materialismo dialético pode ter sido realmente uma «antecipação» do pragmatismo ou instrumentalismo (4). Para tanto, o artigo seguirá como fio condutor as teses de uma práxis-prática e estas enquanto critério de verdade. É o próprio Russell quem VÉRTICE 174/Janeiro-Fevereiro-Março 2015

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