PREVALÊNCIA DE MALOCLUSÕES EM ESCOLARES DE 6 A 12 ANOS DA REDE MUNICIPAL DE ENSINO DA COMUNIDADE JARDIM DO OURO ITAITUBA / PARÁ.

August 1, 2017 | Autor: Wilson Bellincanta | Categoria: Clinical Epidemiology, Odontologia, Itaituba, Ortodontia, Tapajós
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Wilson João Bittencourt Bellincanta

PREVALÊNCIA DE MALOCLUSÕES EM ESCOLARES DE 6 A 12 ANOS DA REDE MUNICIPAL DE ENSINO DA COMUNIDADE JARDIM DO OURO ITAITUBA / PARÁ.

Monografia apresentada à CIODONTO DE SETE LAGOAS – MG, Unidade avançada de Cuiabá-MT, como um dos requisitos necessários para obtenção Ortodontia.

CUIABÁ - MT 2009

do Título de Especialista em

2

Wilson João Bittencourt Bellincanta

PREVALÊNCIA DE MALOCLUSÕES EM ESCOLARES DE 6 A 12 ANOS DA REDE MUNICIPAL DE ENSINO DA COMUNIDADE JARDIM DO OURO ITAITUBA / PARÁ.

Monografia apresentada à CIODONTO DE SETE LAGOAS – MG, Unidade avançada de Cuiabá-MT, como um dos requisitos necessários para obtenção

do Título de Especialista em

Ortodontia. Orientador: Regalado.

Cuiabá – MT 2009

Prof.

Fabiano

Ferreira

3

CIODONTO DE SETE LAGOAS – MG UNIDADE AVANÇADA DE CUIABÁ - MT CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM ORTODONTIA

Coordenador do Curso: Prof. Ms. Marcos Cirino Coordenador Pedagógico: Prof. Ms. Sidnei Valieri

iii

4

Wilson João Bittencourt Bellincanta

PREVALÊNCIA DE MALOCLUSÕES EM ESCOLARES DE 6 A 12 ANOS DA REDE MUNICIPAL DE ENSINO DA COMUNIDADE JARDIM DO OURO ITAITUBA / PARÁ.

Coordenador do Curso: Prof. Ms. Marcos Cirino

BANCA EXAMINADORA

Prof.: ________________________________________ Prof.: ________________________________________ Prof.: ________________________________________

Aprovada em: ___/___/_____

iv

5

“Não basta ensinar ao homem uma especialidade. Porque assim poderá se tornar uma máquina útil, mas não uma personalidade harmoniosamente desenvolvida. É necessário que o estudante adquira uma compreensão dos valores éticos, um sentimento daquilo que vale a pena ser vivido, daquilo que é belo, do que é moralmente correto. Sem cultura moral, não há solução para os grandes problemas humanos”. Albert Einstein

6

v AGRADECIMENTOS

A Deus que no seu infinito amor e misericórdia iluminou meus passos para transpor mais esta etapa da minha vida. Aos meus pais, irmãos, tios que de alguma maneira contribuíram para a realização deste trabalho. Gostaria de agradecer também ao orientador Profª Fabiano Regalado, que estava sempre em condições de dar explicações sobre o projeto e monografia hora apresentada, e sobretudo tendo paciência para ensinar e principalmente ouvir, sabendo colocar as palavras certas nos locais exatos, facilitando muito o desenvolvimento de todas as etapas exigidas no trabalho. Aos professores do Curso de Especialização em Ortodontia Cuiabá MT e aos demais professores do referido curso, sempre demonstrando interesse e sanando todas as dúvidas que surgiam, não apenas no trabalho, mas também no decorrer dos anos de formação em especialista em Ortodontia.

7

vi SUMÁRIO

AGRADECIMENRTO

vi

LISTA DE FIGURAS

viii

RESUMO

x

I.

INTRODUÇÃO

01

1.1.

OBJETIVO

03

II.

REVISÃO DA LITERATURA

04

III.

METODOLOGIA

13

IV.

RESULTADOS

16

V.

DISCUSSÃO

22

VI.

CONCLUSÃO

26

VII.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

27

ABSTRAT

31

8

vii Lista de Figuras

Figura 1. Prevalência de maloclusão entre as crianças. Figura 2. Prevalência de maloclusões no sentido Ântero-Posterior entre as crianças. Figura 3. Prevalência de maloclusões no sentido vertical entre as crianças.

9

viii Lista de Tabelas

Tabela 1. Caracterização das crianças amostradas. Tabela 2. Prevalência de maloclusão e oclusão normal entre as crianças. Tabela 3. Prevalência de maloclusões no sentido Ântero-Posterior entre as crianças e sua distribuição entre os gêneros. Tabela 4. Prevalência de mordida aberta entre os gêneros. Tabela 5. Prevalência de mordida profunda entre os gêneros. Tabela 6. Prevalência de mordida cruzada entre os gêneros. Tabela 7. Prevalência de mordida cruzada na região anterior e posterior, em relação ao gênero das crianças.

10

ix RESUMO

Objetivo: estudar a prevalência de maloclusões em crianças de 6 a 12 anos da Comunidade Jardim do Ouro, pertencente ao município de Itaituba-PA, Brasil. Métodos : realizou-se um estudo observacional transversal em 86 crianças, selecionadas de forma aleatória, de ambos os sexos. Dentre as características da oclusão, foram observadas: relação de molar classe I, classe II e classe III, presença de mordida aberta anterior, mordida cruzada anterior e ou posterior e mordida profunda. Os dados foram coletados por um examinador, registrados em fichas padronizadas e submetidos à análise estatística(teste Bias de comparação por amostragem) . Resultados:

a

incidência de maloclusão foi alta (75,59%) entre as crianças examinadas, prevalecendo o gênero Feminino. Segundo a classificação de Angle, 62,06% das crianças eram portadoras classe I, 35,62% de classe II e 2,32% de classe III. A mordida aberta foi encontrada em 20,93% da amostra; a mordida profunda em 22,09% e a mordida cruzada em 25,58% das crianças. Conclusões : a alta incidência de maloclusões é alta. A implementação de ações para a prevenção do surgimento ou agravamento de maloclusões é de

11 extrema necessidade, uma vez que estas podem causar outros danos à saúde bucal, como o surgimento de cárie e doença periodontal.

Palavras Chaves : Levantamento Epidemiológico, Maloclusão. x

Bellincanta, W ilson João Bittencourt PREVALÊNCIA DE MALOCLUSÕES EM ESCOLARES DE 6 A 12 ANOS DA REDE MUNICIPAL DE ENSINO DA COMUNIDADE JARDIM DO OURO ITAITUBA - PARÁ/ W ilson João Bittencourt Bellincanta – Cuiabá, 2009. X, 31f. Monografia (Especialização) - CIODONTO DE SETE LAGOAS – MG, Unidade avançada de Cuiabá-MT, Curso de Pós-Graduação em Ortodontia. Título em inglês: P revalence

of malocclusion in children 6 to 12 years of the Garden of gold belonging to the municipality of Itaituba-PA, Brazil . 1.Levantamento Epidemiológico. 2.Maloclusão.

12 I INTRODUÇÃO

A oclusão é controlada por um equilíbrio de forças, qualquer modificação nesse sistema de forças é o suficiente para provocar um desequilíbrio funcional, seguido por modificações nas posições dos dentes e conduzindo à má oclusão. As más oclusões constituem um grupo de terceira maior prevalência dentre as patologias bucais, sendo inferior, apenas, à cárie e a doença periodontal.(Bresolin, 2000). Contudo, a medição desta prevalência tem mostrado complexa, os seus resultados considerados controvertidos e difíceis de serem comparados, o que aponta para a necessidade de criação de novos estudos e índices que sejam mais amplamente utilizados (Roncalli et al,2000). As diversas pesquisas realizadas no Brasil têm realçado que a maloclusão representa um importante problema de saúde pública, dada a sua grande incidência a ao período precoce de aparecimento. Além desses dados juntamente com as pesquisas feitas em diversos países, levaram a Organização Mundial de Saúde, (OMS) a considerar a maloclusão o terceiro maior problema odontológico e de saúde pública mundial. O tema da oclusão dentária, no entanto, permanece pouco estudado, apesar desses levantamentos epidemiológicos terem produzido extensa base de dados populacionais. Para Jabur et al,(1997) essa visão predominantemente morfológica das más oclusões prejudica a percepção de relevância dos aspectos funcionais

13 relativos ao sistema estomagnático; tal relevância pode ser ilustrada através da síndrome do respirador bucal, que está relacionada à problemas respiratórios

e

alérgicos.

Percebe-se,

portanto,

que

a

severidade

proporcionada pelas más oclusões e alterações funcionais tende a ser subestimada em termos epidemiológicas quando sua avaliação se detém na perspectiva morfológica e ou

estética do sistema estomagnático.

Nesse sentido, é relevante que pesquisadores explorem essas bases de dados, com a finalidade de descrever e analizar os indicadores dos problemas oclusais da população, já que dentes protraídos, irregulares ou mal-ocluidos podem causar disturbios para o individuo como: problemas psicossociais relacionados ao comprometimento da estética dentofacial, dificultades no movimiento mandibular devido à falta de coordenação muscular ou dor, disturbios na articulação têmporo-mandibular, alterações na mastigação, deglutição e fonação e maior susceptibilidades a trauma oclusal, à doença periodontal acentuada e à cárie dentária (PROFFIT; FIELDS JR, 1995). Desta forma, o conhecimento da distribuição da maloclusão na população fornece parâmetros para futuras análises comparativas, instruindo os gestores de saúde no planejamento de serviços e na tomada de decisões em saúde coletiva.

14 1.1 Objetivos

Este estudo teve por finalidade fazer um levantamento epidemiológico de má

oclusões

(sentidos

vertical,

horizontal

e

antero-posterior)

em

escolares de 6 à 12 anos da rede municipal de ensino da Comunidade Jardim do Ouro na cidade de Itaituba – PA.

Palavras Chaves : Prevalência, Levantamento Epidemiológico, maloclusões.

15 II. REVISÃO DA LITERATURA A Classificação de Angle (1899) mais utilizada e compreendida entre os profissionais, é divida em: •

Classe I, a cúspide mésio-vestibular do primeiro molar superior oclui no sulco central do primeiro molar inferior;



Classe II, a cúspide mésio-vestibular do primeiro molar superior oclui no espaço entre a cúspide mésio-vestibular do primeiro molar inferior e a vertente distal da cúspide vestibular do segundo pré-molar inferior;



Classe III, a cúspide mésio-vestibular do primeiro molar superior oclui no espaço interdental entre a vertente distal da cúspide distal do primeiro molar inferior e a vertente mesial da cúspide mesial do segundo molar inferior. A boca apresenta várias estruturas e estas, em seu conjunto,

desempenham

funções

importantes

para

o

correto

funcionamento

do

organismo humano. Nesse sentido, ao conjunto formado pelas estruturas, (componentes

morfológicos),

da

boca

e

suas

funções

(componentes

funcionais), denomina-se sistema estomagnático (Bueno, 1991). Os diferentes trabalhos publicados utilizaram metodologias distintas para análise e mensuração dos problemas de oclusão, como a Classificação de Angle, o Indice de Necessidade de Tratamento Ortodôntico, características oclusais isoladas foram realizados com o intuíto de comparar índices utilizados

no

estudo

da

maloclusão,

com

o

objetivo

de

confiabilidade e a praticidade destes no registro das maloclusões.

verificar

a

16 Breakspear (1951) ao avaliar 100 registros de escolares que haviam sido atendidos e que tinham extraído precocemente um ou dois molares de apenas um lado da boca, mas que possuíam os dentes correspondentes no lado oposto, para que estes fossem usados como controle. Neste estudo, o autor calculou e mediu as perdas de espaço ocorridas pela perda precoce de espaço dos primeiros e segundos molares decíduos, relacionando-se com a quantidade de perda de espaço com a idade. O autor conclui que há alta porcentagem de maloclusões que são causadas por perda precoce de molares decíduos e a incidência de fechamento de espaço após uma exodontia precoce ocorreu em 98% dos casos analizados. Segundo Owen (1971), a perda de um ou mais dentes decíduos podem causar aparecimento de inúmeras anormalidades na dentição permanente advinda da dentição temporária. Dentre os efeitos desta perda, o autor cita o desvio da linha média, possibilidade de Classe II ou III de Angle, a redução ou aumento do comprimento do arco, aumento da perda de espaço, má posição dentária além de uma simetria do arco e mudança na seqüência de erupção dentária. Ao se avaliar um programa de saúde pública para prevenir maloclusão dentária, Seraphim (1978) verificou alta prevalência destas em 50 crianças de 12 anos, em idade escolar do Estabelecimento de Ensino do Jardim Nossa Senhora Auxiliadora, na cidade de Campinas –SP. Desta avaliação, 46% apresentavam dentes apinhados, 18% sobressaliência exagerada, 34% de sobrmordida profunda, 38%

mordida cruzada, 70% relações anormais de

17 caninos e molares, abrangendo um total de 96% de maloclusões dentais, resultado que sugere a implementação de programas educativos. Silva – Filho, Freitas e Cavassan (1990) examinaram a prevalência de oclusão normal e de maloclusão na dentição mista de 2.416 escolares de 7 a 11 anos matriculados em estabelecimentos de ensinos públicos e privados no município de Bauru- SP, tomando por instrumento de medida a Classificação de Angle. Os resultados demonstram um baixo percentual

de oclusão

normal, com apenas 11,47 % da população estudada apresentando esta condição. Entre as maloclusões, a de Classe I foi a mais prevalente (55% das maloclusões), seguida pela maloclusão de Classe II (42%) e por último a de Classe III (3%). No nível sócio-econômico mais baixo ocorreu um aumento no percentual de maloclusões de Classe I em detrimento da redução de oclusão normal. Já as maloclusões de Classe II e III não foram influenciadas pela condição sócio-econômica. Esta diferença na prevalência de maloclusão de Classe

I

em

função

da

condição

sócio-econômica

relaciona-se

principalmente, segundo os autores, com a perda precoce de dentes decíduos e permanentes. Os autores relatam que a perda precoce de dentes decíduos e permanentes, que com maior freqüência aflui nos grupos de nível sócio-econômico mais inferior, ocorre pela falta de orientação e de cuidados odontológicos preventivos. Já as maloclusões esqueléticas de Classe II e III não se mostraram sensíveis aos fatores sócio-econômicos, uma vez que não foram

registradas

diferenças

estatisticamente

significativas.

Portanto,

segundo os autores, as maloclusões esqueléticas guardam uma forte relação

18 genética, não sendo influenciáveis pelos fatores ambientais, pelo menos para a sua instalação. A mordia aberta é a falha de um dente ou um conjunto de dentes em encontrar os antagonistas no arco oposto. Durante o curso normal de irrupção é esperado que os dentes e o osso alveolar de suporte se desenvolvam até encontrar seus antagonistas (Moyers, 1991). A mordida profunda torna-se um problema clínico quando a função oclusal ou temporomandibular é ou pode

tornar-se prejudicada e quando a estética

facila é afetada e o limite de extensão para a superposição incisal é observado com relações oclusais posteriores normais. A mordida cruzada é o termo usado para indicar uma relação buçolingual ou labiolingual anormal dos dentes. A falha dos dois arcos em ocluir normalmente na relação lateral pode ser devida a problemas localizados de posição dentária de crescimento alveolar ou uma grave discrepância entre a mandíbula e a maxila. A classificação das maloclusões

basea-se na descrição da oclusão

dentária e suas alterações, comparadas com uma oclusão normal. Os objetivos da classificação das maloclusões, segundo Brito (1993) são: •

Reunir um grande número de casos de maloclusões em um pequeno número de grupos, cada uma das quais contendo somente casos caracterizados por um fator comum e de significado fundamental;



Fascilitar a compreesão e a comunicação;



Obter conclusões mais exatas com relação à etiologia, a interceptação e tratamento das maloclusões

19 Perdas prematuras de dentes podem influenciar o desenvolvimento de maloclusões, Mc Donald e Avery 1994. A perda do segundo molar decíduo, antes da erupção do primeiro molar inferior permanente, acarretará na migração e deslocamento mesial do primeiro molar inferior permanente, mesmo antes de sua erupção. Assim também ocorre quando há perda do primeiro molar permanente antes da irupção do segundo molar permanete, que migrará mesialmete. Biscaro, Pereira e Magnani (1994) avaliaram a prevalência das principais maloclusões na cidade de Piracicaba-SP. Foram Examinadas 891 crianças de 7 a 12 anos de idade, matriculadas em 8 escolas públicas. Os resultados mostram que 97,7% das crianças apresentavam algum tipo de maloclusão. Destas, 68,8% apresentavam maloclusão Classe I de Angle, 17,8% maloclusão de Classe II Divisão 1, 6% Classe II Divisão 2, e 5,2% Classe III. Cerca de 22% das Crianças apresentavam algum tipo de cruzamento e 10,1% diastema incisal. Não houve diferenças estatísticamente significativas entre os sexos na prevalência das maloclusões. A elevada prevalência dos problemas de oclusão foi indicada como possivelmente associada a hábitos bucais indesejáveis. Galvão et al (1994) observaram que as pesquisas epidemiológicas sobre a incidência de maloclusões na América Latina são escassas, de natureza regional e não obedecem uma metodologia uniforme. No Brasil, particularmente a classificações de suas populações apresenta enormes dificuldades, pois trata-se de um verdadeiro caldeirão de raças e portanto, devem ser consideradas as diferenças regionais que ocorrem.

20 SOARES, E. A.; SALES, R. D (1996), avaliaram uma amostra composta por 794 escolares da rede municipal de ensino da cidade de Olinda – PE, na faixa etária de 5 à 13 anos, sendo 392 do gênero masculino, e 402 do gênero feminino, fizeram parte do trabalho realizado por Soares e Sales, 1996. Após avaliação dos resultados, os autores puderam concluir que quanto ao tipo de má oclusão, independente do gênero, houve a prevalência da má aclusão Classe I com 74,56% sobre a Classe II (22,29%) e a Classe III (3,15%) nas crianças portadoras ou não de mordida aberta anterior. E que a mordida aberta anterior afeta crianças de ambos os gêneros, sem diferenças significativas, havendo uma prevalência maior desta má oclusão na faixa etária de 5 a 13 anos. Houve também uma maior prevalência de hábitos de sucção nessa faixa etária. Batista et al (1997), a fim de determinar a prevalência de 1000 escolares entre 6 e 14 anos da rede municipal de ensino, observando a oclusão normal e de maloclusões em escolares da cidade de Niterói – RJ. A classificação foi feita seguindo a proposta por Angle. A prevalência de maloclusões nos escolares foi de 74,6% com os meninos apresentando índice de 76% e as meninas 73%, com relação a maloclusão Classe I em 46,6% quando considerado o grupo total, a Classe II foi o segundo grupo mais prevalente, encontrado em 24,7% e a Classe III em 3,3% do grupo total. Uma investigação epidemiológica foi conduzida por Gaba et al, 1998, com uma amostra de 3164 crianças da zona rural, com idade de 6 a 15 anos de idade, no distrito de Ambala na Índia. Das crianças avaliadas, 70,8% tinham oclusão normal e 29,2% apresentavam má oclusão. A má oclusão

21 Classe I foi encontrada em 14,4% das crianças, enquanto a Classe II foi observada em 13,5% e a má oclusão Classe III foi vista em apenas 1,3% da população estudada. Encontraram 3% das crianças com presença de hábitos orais anormais, predominantemente pressão lingual e sucção de polegar. A distribuição dos hábitos em crianças com má oclusão foi de 10%. Brandão et al,1999, examinaram 1576 pré-escolares e escolares da rede pública de ensino da cidade de Belém-PA e verificaram que, na dentadura decídua, houve uma prevalência de 47,1% de má oclusão, dos quais, 27,7% eram de Classe I, 16,7% de Classe II e 2,7% de Classe III, segundo a relação sagital dos caninos decíduos. Na dentadura mista, os autores observaram uma prevalência de 85,8% de má oclusão, sendo 49,1% de Classe I, 26,8% de Classe II e 9,7% de Classe III. Na dentadura permanente, houve uma prevalência de 82,17% de má oclusão, sendo 36,9% de Classe I, 38,6% de Classe II e 7,6% de Classe III. Com esses resultados os autores concluíram que a prevalência da má oclusão foi alta na amostra examinada, sem diferenças entre gêneros e que essa prevalência aumenta significativamente na transição da dentadura decídua para a mista e se mantém semelhante na dentadura permanente. Ao verificar as mordidas abertas observaram que ocorriam em 15,2 % das crianças na dentadura decídua, 17,1 % na dentadura mista e 12,6% na dentadura permanente. Para determinar a incidência de maloclusões na população da cidade de Goiânia – GO, Andrade et al (1999) avaliaram 3050 estudantes dse 7 a 12 anos por meio de um exame clínico, em 122 escolas urbanas das redes pública

e

particular

de

ensino,

constatando

84,16%

das

crianças

22 apresentaram algum tipo de maloclusão, sendo 78,8% a do tipo Classe I, 17,18% ClasseII e 4,02% do tipo Classe III. A Sobremordida profunda esteve presente em 16,75%, a mordida cruzada posterior em 14,06%, a mordida cruzada anterior em 10,29% e a mordida aberta anterior em 12,29 %. Os autores não levaram em consideração a diferença entre os gêneros. Thomazine e Imparato (2000), com o objetivo de determinar a prevalência de mordida aberta e de mordida cruzada, avaliaram as características oclusais de 525 escolares, de ambos os sexos, com idade entre 6 e 9 anos de 3 escolas públicas da cidade de Campinas-SP. Os resultados mostraram que 34,10% da amostra possuía algum tipo de maloclusão, onde 13,52% das crianças apresentaram mordida aberta, 14,86% apresentaram mordida cruzada e 5,71% apresentaram mordida cruzada e mordida abertaconcomitantemente. Dos 101 casos de mordida aberta, observou-se em relação à amostra (525 crianças), que a prevalência foi praticamente igual em ambos os sexos, havendo predominância da mordida cruzada posterior (16,95%), seguida de mordida cruzada anterior (3,05%) e mordida cruzada anterior e posterior (0,57%), sobressaindo a mordida cruzada posterior unilateral (73,03%). Carvalho et al (2000) avaliaram 1000 fichas clínicas de pacientes examinados na disciplina de Ortodontia da Universidade Estadual do Rio de Janeiro – RJ, com idade entre 8 e 15 anos, com o objetivo de analisar a prevalência de mordida anterior e posterior. Amalocluão do tipo mordida cruzada foi encontrada com maior freqüência no gênero feminino. Ambos os gêneros apresentaram, juntos, uma prevalência de 37,6% de mordida

23 cruzada, sendo 15,7% na região posterior, 11,7% na região anterior, 9,6% combinada (anterio e posrterior) e 0.6% da amostra possuíam mordida cruzada total. Para verificar a prevalência de mordida aberta (MA) e mordida cruzada (MC) na dentadura decídua, Moraes et al, 2001, compuseram uma amostra de 989 crianças, de ambos os gêneros, entre dois e cinco anos de idade, procedentes de creches públicas de Aracaju–SE, Beyeux–PB, João Pessoa– PE. Constataram que 396 (59,95%) crianças eram portadora de mordida aberta. Os outores concluíram ser elevado o número de crianças que apresentavam má oclusão na dentadura decídua, particularmente a mordida aberta, estando esta comumente relacionada à sucção de chupeta (37,14%). Medeiros et al (2007) examinaram uma amostra de 50 crianças, de 6 a 12 anos de uma escola municipal urbana da cidade de Campina Grande – PB, para avaliar a epidemiologia das maloclusões. Em 84% da amostra a maloclusão esteve presente, não havendo diferença entre os gêneros; 32% dos escolares Apresentaram mordida cruzada, sendo destas, 62,5% na região posterior, 12,5% na região anterior e 25% em ambas; 28% apresentaram mordida aberta anterior. Quanto a relação de molar, 54% da amostra possuía relação molar de Classe I, 36% de Classe II e 10% de Classe III.

24 III. MATERIAIS E MÉTODOS

A pesquisa caracterizou-secomo sendo observacional , epidemiológica e transversal. A técnica utilizada foi a observação direta. E este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética. O estudo compreendeu todos os estudantes da escola e pré-escola pública da rede municipal de ensino fundamental na Comunidade do Jardim do Ouro, no município de Itaituba, compreendidos na faixa etária de 6 a 12 anos de ambos os sexos, somando-se um total de 86 estudantes, sendo 29 meninos e 57 meninas. A faixa etária escolhida refere-se ao período considerado adequado para o diagnóstico, prevenção, interceptação, orientação e tratamento da maioria dos problemas ortodônticos. A coleta de dados foi realizada mediante exame clínico bucal por um aluno de especialização em ortodontista (W.J.B.B.), juntamente com o seu professor e orientador (F. R.), auxiliado por uma anotadora. Previamente ao trabalho de campo, a equipe participou de um exercício de calibração envolvendo 12 escolares de 6 a 12 anos de idade do Curso de Especialização em Ortodontia de Cuiabá, que não foi sorteada para compor a amostra. Para verificar a variabilidade diagnóstica intra-examinador, tendo por base as orientações e observações separadas de cada tipo de máoclusão. Os escolares foram examinados, individualmente, no espaço físico do consultório odontológico da empresa SERABI MINERAÇÃO LTDA, ao longo

25 do atendimento odontológico prestado à comunidade, localizada próxima a comunidade Jardim do Ouro e por onde desempenha o projeto social, realizados todos os finais de semana ao longo do ano. Durante o exame o escolar permaneceu sentado na cadeira odontológica para avaliação sob jogo clínico antes dos procedimentos clínicos instituídos pela empresa. Solicitouse o consentimento, por escrito, aos responsáveis pelas crianças e a sua presença foi permitida em todos os momentos de sua avaliação clínica. Ao final dos exames, os seus resultados, bem como algumas medidas interceptivas

de

hábitos

bucais

deletérios

,

foram

transmitidos

aos

responsáveis.O examinador utilizou luvas descartáveis e máscara durante os exames. Foram elaboradas fichas clínicas, onde constavam o nome, idade, sexo e a indicação das maloclusões: Classe I, Classe II ou Classe III de Angle, mordida aberta, mordida profunda, mordida cruzada anterior e mordida cruzada posterior. Em seguida, a oclusão dentária foi analisada com o auxílio de jogo clínico,

sendo

considerada

normal

quando

todas

as

suas

relações

constituintes (vertical, transversal e ântero-posterior) estavam normais. Nesse sentido para análise vertical foram consideradas as presenças de: normalidade, mordida aberta e mordida profunda. Para a análise transversal utilizou os seguintes critérios : normalidade, presença de mordida cruzada uni ou bilateral. Para a análise da relação ântero-posterior, utilizou-se a classificação de Angle, levando em consideração a chave molar. Os critérios clínicos

26 utilizados para o levantamento epidemiológico das más-oclusões inclui avaliação das seguintes condições: Má-oclusão de Angle, Mordida Aberta, Mordida Profunda, Idade, Sexo, Mordida Cruzada Post. Após a coleta de dados, foi realizado o estudo estatístico, método Bias, para verificar resultados e prevalências.

27 IV. RESULTADOS

Após a coleta de informações, foi deita a análise estatística dos dados. Foram examinados 86 crianças ao total, de ambos os sexos, entre seis e doze anos de idade. Durante o estudo estatístico foi utilizado o teste Bias de comparação por amostragem. Dentro da amostra, 29 crianças eram do gênero masculino e 57 do gênero feminino. A tabela1 demostra a distribuição das crianças segundo o gênero. A prevalência de maloclusões entre as crianças foi alta, sendo de 75,59% (65 crianças). Apenas 21 crianças apresentaram uma oclusão considerada normal (Classe I com ausência de apinhamento, mordida cruzada, mordida aberta ou mordida profunda). Na tabela 2 e figura 1, podemos observar a caracterização dessa porcentagem.

Tabela 1. Caracterização das crianças amostradas. Variável

Quantidade

Porcentual

Feminino

57

66,27%

Masculino

29

33,73%

Sexo

28 Tabela 2. Prevalência de maloclusão e oclusão normal entre as crianças. Maloclusões

Oclusão normal

Frequência

65

21

Percentual

75,59%

24,41%

Variável

Figura 1. Prevalência de maloclusão entre as crianças.

24,41%

Maloclusão Oclusão normal

75,59%

4.1 Sentido Ântero-Posterior

Quando classificadas segundo Angle, a Classe I prevaleceu com 62,06%, seguida da classe II com 35,62% e da Classe III com 2,32%. A Figura 2 representa a distribuição da Classe I, II e III entre as crianças, independente do gênero.

29 Figura 2. Prevalência de maloclusões no sentido Ântero-Posterior entre as crianças.

3% 35%

62%

C las s e I

C las s e II

C las s e III

Quando estudadas em relação ao gênero, a Classe I e II teve maior prevalência entre as meninas. Entre o gênero masculino, a prevalência foi de 75,86% para a Classe I, 20,68% para a Classe II e 3,46% para a classe III. No Gênero feminino, a Classe I foi encontrada em 56,15% da amostra, a Classe II em 43,85% e a Classe III em nenhuma criança do gênero feminino.

30 Tabela 3. Prevalência de maloclusões no sentido Ântero-Posterior entre as crianças e sua distribuição entre os gêneros. Variável

Classe I

Classe II

Classe III

Total

Meninos

22

6

1

29

Meninas

32

25

0

57

Total

54

31

1

86

4.2 Sentido Vertical Dentre as maloclusões no sentido vertical, a mordida profunda e a mordida aberta foi a que mais prevaleceu entre as crianças. Na figura 3 podemos observar esta diferença. Figura 3. Prevalência de maloclusões no sentido vertical entre as crianças.

20,93 % (18 casos)

22,09 % (19 casos)

Mordida Profunda Em

relação

a

mordida

aberta,

Mordida Aberta foram

encontrados

18

casos,

representando 20,93% da amostra, sendo 55,56% do gênero feminino e 44.44% do gênero masculino. A tabela 4 demostra a prevalência de mordida aberta entre os gêneros.

31

Tabela 4. Prevalência de mordida aberta entre os gêneros. Frequência Meninos

Percentual 9,31%

8

(entre os 29 meninos)

Variável

Meninas

11,62%

10

(entre as 57 meninas)

Total

20,93%

18

(entre as 86 crianças

Quando examinada a maloclusão mordida profunda, 18 crianças (22,09%) a apresentaram. As meninas foram as mais acometidas por essa anormalidade, representando 73,68% dos casos e os meninos 26,31% . A tabela 5 demonstra a prevalência de mordida profunda entre os gêneros.

Tabela 5. Prevalência de mordida profunda entre os gêneros. Frequência Meninos

9

Percentual 10,47% (entre os 29 meninos)

Variável

Meninas

10

11,62% (entre as 57 meninas)

Total

19

22,09% (entre as 86 crianças

32 4.3 Sentido tranversal Ao se analisar a presença de mordida cruzada, a prevalência foi de 25,58% entre os escolares examinados. Na tabela 6 podemos observar a prevalência de mordida cruzada entre os gêneros. Tabela 6. Prevalência de mordida cruzada entre os gêneros. Frequência Meninos

8

Percentual 11,36% (entre os 29 meninos)

Variável

Meninas

10

14,21% (entre as 57 meninas)

Total

18

25,58% (entre as 86 crianças

Tabela 7. Prevalência de mordida cruzada na região anterior e posterior, em relação ao gênero das crianças.

Anterior

Posterior

Masculino

50% (1 casos)

28,58% (4 casos)

Feminino

50% (1 casos)

71,42% (12 casos)

33 V. DISCUSSÃO

A oclusão normal é definida como uma relação dentária harmoniosa, cujas variações individuais dependem de aspectos morfológicos, além de modificações funcionais e patológicas, portanto, a Ortodontia sendo uma especialidade da Odontologia que estuda a oclusão dentária tem como o objetivo fazer com que o individuo atinja o melhor em função e estética dentofacial, mas ao se analisar a manutenção dos aspectos normais da oclusão, a prevenção ou a interceptação são negligenciadas, a maloclusão pode se desenvolver e condutas corretivas serão necessárias. A alta prevalência de maloclusões dentárias é uma realidade, de acordo com essa pesquisa, 75,59 %, dos escolares da escola municipal de Itaituba/Pará possuíam algum tipo de maloclusão. Este resultado é próximo ao encontrado por Batista et AL. (1997) o índice foi de 74,6% da amostra com maloclusões dentárias. Já Seraphim (1978) que teve 96% das crianças examinadas com maloclusões. Outros resultados similares foram encontrados nos estudos de Andrade et al. (1999), onde a prevalência chegou a 84,16% das crianças. Brandão et al (1999) com prevalêcia de 85,8% de má oclusão na dentadura mista, e Ramos et al. (2000) em sua pesquisa, encontraram 89% das crianças com maloclusões. Este

resultado

ainda confirma os achados de Medeiros et al. (2007) onde 84% da amostra da maloclusão esteve presente. Sentido Antero-Posterior Quando as maloclusões foram classificadas segundo Angle, a classe I foi a mais prevalente, em ambos os gêneros. Em relação ao grupo total, prevaleceu com

34 62,06% seguida da Classe II com 35,62% e da classe III com 2,32%. Estes dados são similares aos de Silva Filho et al (1990), onde a classe I teve uma incidência de 55%, seguida pela malloclusão classe II 42% e por último a de classe III com 3%; e aos dados encontrados por Biscaro et al (1994) onde a maloclusão Classe I esteve presente em 68,8%, seguida da Classe II com 23,8% e da classe III com 5,2%. Soares e Sales et al (1996), obtiveram resultados parecidos, onde a classe I esteve presente em 74,56% sobre a classe II 22,29% e a classe III 3,15% nas crianças analisadas. Batista et al (1997) apresentou um resultado de classe I com 46,6%, seguida da classe II em 24,7% e da classe III com 3,3%. Gaba et al (1998) também com índices de 14,4% para classe I, seguida da classe II, observada em 13,5% e da classe III com 1,3%. Comparando os resultados de Brandão et al, (1999) os achados foram parecidos, sendo 49,1% de classe I, 26,8% de classe II e 9,7% de classe III. Dados similares foram encontrados por Andrade et al (1999) sendo a classe I obtida por 78,8% seguida da classe II com 17,18% e 4,02% da classe III. Sentido Vertical De acordo com Moyers (1991), mordida aberta é a falha de um dente ou dentes em encontrar os antagonistas no arco oposto. Durante o curso normal de erupção é esperado que os dentes e o osso alveolar de suporte se desenvolvam até encontrar os seus antagonistas. Qualquer interferência no curso normal da erupção e no desenvolvimento alveolar poderá resultar em uma mordida aberta. As causas de mordida aberta geralmente são : distúrbios na erupção dos dentes e crescimento alveolar, interferências mecânicas na erupção e crescimento alveolar e displasia esquelética vertical. Verificando a prevalência de mordida aberta entre os escolares examinados,

35 18 casos foram encontrados, correspondendo à 20,93% da amostra, sendo a maioria do gênero feminino com 55,56% seguida do gênero masculino com 44,44%. Estes dados são similares aos de Brandão et al (1999), que encontrou um índice de 17,1% na amostra. Andrade et al (1999) obtiveram valores menores em seus estudos 12,29%, os autores não levaram em consideração a diferença entre os gêneros. Já Thomazine e Imparato (2000) a prevalência de mordida aberta esteve presente em 13,52% da amostra. Moraes et al (2001) constaram que 59,95% das crianças eram portadora de mordida aberta, os autores concluíram ser elevado o número de crianças que apresentavam mordida aberta estando esta comumente relacionada ao uso de chupeta. Moyers (1991) explica que o limite de extensão para a superposição incisal é observado com relações oclusais posteriores normais. A mordida profunda torna-se um problema clínico quando a função oclusal ou temporomandibular é ou pode tornar-se prejudicada e quando a estética facial é afetada. A profundidade da mordida deve ser relacionada com a saúde dos tecidos moles e as estruturas de suporte, com a função temporomandibular e os efeitos do futuro crescimento esquelético nestes fatores. Dentro do universo amostral examinado, 22,09% das crianças apresentaram mordida profunda, onde a maioria esteve presente no gênero feminino. Resultados não similares foram encontrados por Andrade et al (1999) que observou a presença de sobremordida em 16,75% da amostra. Sentido Transversal Mordida cruzada é o termo usado para indicar uma relação bucolingual (labiolingual) anormal dos dentes, segundo Moyers (1991). A falha dos dois arcos

36 em ocluir normalmente na relação lateral pode ser devida a problemas localizados de posição dentária ou de crescimento alveolar, ou a uma grave discrepância entre a mandibula e a maxila. Esta pode envolver um ou mais dentes, no segmento anterior ou posterior, podendo ser uni ou bilateral. A prevalência de mordida cruzada entre os escolares avaliados foi de 25,58%, sendo a localização posterior a mais prevalente ( 77,77% dos casos de mordida cruzada) prevalecendo o gênero feminino com 71,42% e o masculino com 28,58%, não confirmando estes resultados, Andrade et al (1999) encontraram prevalência de 14,06% de mordida cruzada posterior. Thomazine e Imparato (2000), em seu estudo, obtiveram prevalência de 14,86% de mordida cruzada posterior e Carvalho et al (2000) a mordida cruzada foi encontrada com maior freqüência no gênero feminino, sendo 15,7% na região posterior.

37 VII. CONCLUSÕES

Após este levantamento epidemiológico pode-se chegar as seguintes conclusões: 1. A prevalência de Maloclusões é alta nos escolares da rede municipal de Ensino na Comunidade Jardim do Ouro, Itaituba-PA, atingindo 75,59% da amostra. 2. A maloclusão Classe I de Angle foi a mais prevalente entre as crianças (62,06%), seguida da Classe II (35,62%), e por fim a Classe III (2,32%). 3. No Sentido Vertical a mordida profunda foi a maloclusão mais prevalênte, atingindo 22,09% das crianças, a maioria do gênero Feminino, a mordida aberta foi encontrada em 20,93% da amostra, sendo a maioria do gênero Feminino. 4. A mordida cruzada esteve presente em 25,58% das crianças, sendo a maioria na região posterior (77,77%) 5. Há a necessidade de implementação de ações para a prevenção do surgimento ou agravamento de maloclusões, uma vez que estas podem causar outros danos à saúde bucal, como o surgimento da cárie e doença periodontal.

38 VIII – BIBLIOGRAFIA Andrade SBM, Póvoa VMA, Andrade LP, Mendonça Neto T, Spirandelle ACMA. Estudo epidemiológico sobre as maloclusões em escolares de 7 a 12 anos na cidade de Goiânia –GO. Revista Goiânia de Ortodontia 1999; 5(1): 713. Angle EH Classification of malocclusion. Dental Cosmos 1899; 41: 248-64.

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42

ABSTRACT

Objective: To study the prevalence of malocclusion in children 6 to 12 years of the Garden of gold belonging to the municipality of Itaituba-PA, Brazil. Methods: it was a cross sectional observational study in 86 children, selected at random, from both genders. Among the features of the occlusion, were: molar ratio of Class I, Class II and Class III, presence of anterior open bite, cross bite and earlier or later and bite deep. Data were collected by an examiner, recorded on cards and submitted to standard statistical analysis. Results: The incidence of malocclusion was high (75.59%) among children examined, whichever is female. According to the classification of Angle, 62.06% of children were carrying Class I, Class II 35.62% and 2.32% of class III. The open bite was found in 20.93% of the sample, the bite deep in 22.09% and 25.58% in cross bite of children. Conclusions: The high incidence of malocclusion is high. The implementation of actions to prevent the emergence or worsening of malocclusion is of extreme necessity, since they can cause other damage to oral health, such as the appearance of caries and periodontal disease.

43 TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO Você está sendo convidado (a) a participar, como voluntário(a), da pesquisa: PREVALÊNCIA DE MÁS-OCLUSÕES EM ESCOLARES DA REDE PÚBLICA MUNICIPAL DA COMUNIDADE JARDIM DO OURO ITAITUBA / PARÁ. No caso de você concordar em participar, favor assinar ao final do documento. Sua participação não é obrigatória. Sua recusa não trará nenhum prejuízo em relação à pesquisa. Título da Pesquisa: PREVALÊNCIA DE MÁS-OCLUSÕES EM ESCOLARES DA REDE PÚBLICA MUNICIPAL DA COMUNIDADE JARDIM DO OURO ITAITUBA / PARÁ. Pesquisador (a) Responsável: Wilson João Bittencourt Bellincanta Endereço: Rua Tailândia nº 340 Bairro Shangrilá CEP 78070-195 Cuiabá MT Telefone: (65) 3628-3008 (93) 3541-2498 Distrito de Moraes Almeida ITAITUBA - PA Rodovia br 163 Km 1.185 s/n centro CEP 68180-000 OBJETIVOS: Este estudo teve por finalidade fazer um levantamento

epidemiológico de má oclusões em escolares de 6 à 12 anos da rede municipal de ensino da Comunidade Jardim do Ouro na cidade de Itaituba - PA. .PROCEDIMENTOS DO ESTUDO: Exame clínico dos pacientes, sob luva e ambiente à luz artificial, em consultório particular. RISCOS E DESCONFORTO: a participação nesta pesquisa não traz complicações legais. Nenhum dos procedimentos usados oferece riscos à sua dignidade. CONFIDENCIALIDADE: é assegurada sua privacidade, ou seja, será mantido em sigilo, sua identidade ou qualquer outro elemento que possibilite a sua identificação. BENEFÌCIOS: Proporcionar um maior conhecimento e esclarecimento aos

profissionais em relação à má oclusões, bem como seus resultados em relação as alterações funcionais: mordida aberta, mordida cruzada e respiração bucal. de forma que o conhecimento que será construído a partir desta pesquisa possa ser útil para melhorar ou propor mudanças se assim for necessário no ambiente de trabalho. PAGAMENTO: a sr(sra) não terá nenhum tipo de despesa para participar desta pesquisa, bem como nada será pago por sua participação. Após estes esclarecimentos, solicitamos o seu consentimento de forma livre para participar desta pesquisa. Consentimento Livre e Esclarecido Tendo em vista os itens acima apresentados, eu, de forma livre e esclarecida, manifesto meu consentimento em participar da pesquisa. ________________________________________________ Assinatura do Participante da Pesquisa _______________________________________________ Assinatura do Pesquisador Telefones Pesquisador: (93) 3541-2498 Orientador: Prof. Fabiano Regalado Rua Alagoas nº 94 Jardim dos estados. Campo Grande MS CEP 79020-120 (67) 3028 7919

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