PROCESSOS DE EDUCAÇÃO NÃO FORMAL NAS IGREJAS INCLUSIVAS EM GOIÂNIA

September 6, 2017 | Autor: Rafael Hendges | Categoria: Educação Não Formal
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Faculdade de Ciências Sociais











PROCESSOS DE EDUCAÇÃO NÃO FORMAL NAS IGREJAS INCLUSIVAS EM GOIÂNIA






Fancivaldo Alves
Marcos Augusto Paiva Melo
Rafael Hendges Coutinho












GOIÂNIA
2014

INTRODUÇÃO
A escolha do tema deste trabalho tem o intuito de encontrar e apresentar uma forma de educação não formal dentro de igrejas em Goiânia que trabalham sob a ótica da teologia inclusiva.O trabalho foi feito a partir de observações dos cultos religiosos e da liturgia usada para evangelizar os membros que frequentam essas igrejas e sob o embasamento de estudiosos do assunto.
A teologia inclusiva surgiu a partir de uma série de eventos e acontecimentos ao sul da Califórnia nos Estados Unidos, o Reverendo Troy D. Perry, percebeu que muitos jovens que se descobriram homossexuais entravam em conflitos familiares e religiosos, muitos desses jovens depois de passarem por alguns problemas cometiam suicídio ou se "desvirtuavam" para um afastamento religioso. O Pastor é expulso de sua ordem religiosa pentecostal no ano de 1960 por causa de sua homossexualidade, depois disso ele tem uma série de crises pessoais e percebe a necessidade de trazer os jovens gays para o encontro com a palavra de Deus, independente da sexualidade.
No campo esperamos encontrar processos de educação não formais, haja visto previamente que há um incentivo/esforço por parte da igreja para que os fieis busquem um estudo aprofundado e sistemático da bíblia, tentando resolver varias contradições em relação às práticas sexuais entre pessoas do mesmo sexo (no caso a relação homem-homem é execrada no contexto bíblico, já as mulheres não são citadas como adeptas da prática do lesbianismo), que é vista de forma tão abominável. Segundo a teologia inclusiva, deve-se levar em conta o contexto histórico no qual essas passagens foram escritas, pois nesta época predominava uma sociedade machista, patriarcal e também a intenção por parte de pastores de igrejas tradicionais em influenciar seus fiéis a obterem uma visão de mundo em que a homossexualidade é vista como patologia e antinatural.
Encontramos três igrejas com embasamento na teologia inclusiva em Goiânia: Athos & Vida, IRIS e a Conquista Plena, todas possuem CNPJ, sendo assim, enquadrando as em um caráter institucionalizado, podemos encontrar a mesma forma de hierarquia de uma igreja pentecostal ou tradicional evangélica.
Os cultos são conduzidos por pastores que possuem formação para exercer tal função. No Brasil as igrejas inclusivas ficaram popularmente conhecidas como "igrejas gays", todavia não se trata do total direcionamento ao público LGBT, a instituição acolhe todas as pessoas, independente da orientação sexual, é importante relatar que não existe um processo de "reeducação", o que é perceptível nas igrejas tradicionais, um dos motivos que afastam os homossexuais das mesmas.
A maioria das pessoas (pois os frequentadores não são todos homossexuais) que buscam essas igrejas descobriram em certo momento de suas vidas que eram/são homossexuais e que necessariamente não precisam se distanciarem de Deus, porém para o exercício da fé em seu maior grau é necessário reuniões de indivíduos com pensamentos iguais e o compartilhamento da fé (os cultos). Entretanto nas igrejas tradicionais a linha de pensamento é de "oposição" às práticas homossexuais, o que gera o não reconhecimento, a não representação, ou seja, existe um certo conflito que distancia e que exclui os LGBT´s das igrejas, daí surgindo uma relação de imagem do homossexual como imoral, promíscuo e mundano.
Um dos princípios originários da educação popular tem sido a criação de uma nova epistemologia baseada no profundo respeito pelo senso comum que trazem os setores populares em sua prática cotidiana, problematizando-o, tratando de descobrir a teoria presente na prática popular, teoria ainda não conhecida pelo povo, problematizando-a, incorporando-lhe um raciocínio mais rigoroso, científico e unitário. (GADOTTI, 2007, p.24)
Partimos então do pressuposto que as igrejas inclusivas têm uma prática social e pedagógica, que ao ensinar e abrir as portas do templo religioso para as minorias LGBT´s proporciona novos conhecimentos não somente religiosos mais de vida prática. Como afirma Moacir Gadotti "a educação não formal é também uma atividade educacional organizada e sistemática, mas levada a efeito fora do sistema formal." (GADOTTI, 2005. p. 02).
Nesse sentido entendemos que o tipo de educação presente nesse lócus é popular, partindo da concepção de Paulo Freire a educação popular é realizada por meio de processos de formação, onde os sujeitos estejam sempre ativos na construção de uma nova realidade, onde eles são dotados de intencionalidade o que lhes permitem assumir uma responsabilidade de transformação da sua própria existência. Porem é bom que tenhamos esclarecido justamente o que fala Gadotti, por mais que essa educação não esteja nós moldes formais, não significa dizer que falte uma hierarquia e uma organização.


6. DISCUSSÃO

No trabalho proposto procuramos observar e nos atentar as práticas educacionais não formais dentro das igrejas inclusivas de Goiânia, para tanto foi necessária uma pesquisa bibliográfica sobre o que seria educação não formal. Nesse sentido utilizamos três autores que são: Moacir Gadotti e Paulo Freire com uma visão sobre educação não formal e Pierre Bourdieu que dispõe sobre o aspecto sociológico.
Dentro dessa perspectiva "a educação não formal é também uma atividade educacional organizada e sistemática, mas levada a efeito fora do sistema formal." (GADOTTI, 2005. p. 02). Nesse sentido o que pode ser constatado é que por mais que esta instituição religiosa esteja fora dos parâmetros formais da educação, vemos que a mesma não se desprende de rigores e normas que se assemelham ás instituições formais.

Ao reconhecer que, precisamente porque nos tornamos seres capazes de observar, de comparar, de avaliar, de escolher, de intervir, de romper, de optar, nos fizemos seres éticos e se abriu para nós a probabilidade de transgredir a ética, jamais a transgressão como um direito, mas como uma possibilidade. Possibilidade contra que devemos lutar e não diante da qual cruzar os braços. (FREIRE, 1996. p. 39)
Nesse sentido entendemos que a educação popular, partindo da concepção freiriana, é realizada por meio de processos de formação, onde os sujeitos estejam ativos na construção de uma nova realidade, onde esses sujeitos são compostos não só de uma subjetividade sui generis, mas de uma intencionalidade que lhes permitem assumir uma postura transformadora da sua existência.
Então podemos constatar duas coisas, essa pratica apesar de não ser formal tem suas características organizadoras, hierárquicas e rígidas. E que também é transformadora da realidade social de cada individuo.
Na ótica sociológica utilizaremos o conceito de habitus de Bourdieu para trabalhar o recorte temático, o habitus é um mediador entre a estrutura e prática. Cada individuo se relaciona de acordo com a sua posição na estruturas sociais, o que faz com que sua subjetividade seja constituída a partir dessas experiências, construindo uma espécie de matriz, arcabouço de percepções, vivencias e apreciações que orientam suas ações na sociedade. O habitus seria, então, a introjecção, das regras e normas da estrutura social em relação a posição de onde veio o sujeito, e que passa assim a pautar as ações e representações que eles têm em sociedade.
Bourdieu classifica o habitus de duas maneiras: o habitus primário é aquele transmitido de maneira comum sem muitas pressuposições ou cálculos, de uma maneira inconsciente, pela educação familiar e regras de classe. O habitus secundário é explicito, precede um modelo de aplicação, regras e normas definidas e é metodicamente organizado, proveniente da educação escolar, da indústria cultural e dos meios de comunicação de massa.

6.3 Aspectos metodológicos do trabalho de campo e do desenvolvimento
O método de analise que iremos utilizar é o qualitativo
(...) a pesquisa qualitativa, costuma ser direcionada ao longo do seu desenvolvimento; alem disso, não busca enumerar ou medir eventos e, geralmente, não emprega instrumental estatístico para analise dos dados seu foco de interesse é amplo e parte de uma perspectiva diferenciada da adotada pelos métodos quantitativos. Dela faz parte da obtenção de dados descritivos mediante contato direto e interativo do pesquisador com a situação do objeto de estudo. Nas pesquisas qualitativas, é frequente que o pesquisador procure entender os fenômenos, segundo a perspectiva dos participantes da situação estudada e, a partir daí situe sua interpretação dos fenômenos estudados. (NEVES, 1996. p.01)

A partir do método qualitativo optamos por fazer uso da técnica de observação participante, que consiste na coleta de dados através da participação do pesquisador na vida cotidiana, nas vivencias e experiências do grupo, organização ou instituição estudada. Para tanto compreendemos que o uso dessa técnica é perigoso, no sentido que a proximidade pode nos levar a cometer erros de interpretação, por esse motivo buscamos constituir um diário de campo no qual em visitas relatamos o que era pertinente nos cultos. Cultos que tem a presença de fieis que são adeptos da teologia inclusiva, sendo composto tanto por homossexuais como por heterossexuais.
Faz se necessário uma breve reconstituição histórica do nosso campo e de como a teologia inclusiva se constitui enquanto um novo paradigma religioso.
A teologia inclusiva surgiu a partir de uma série de eventos e acontecimentos ao sul da Califórnia nos Estados Unidos, o Reverendo Troy D. Perry, percebeu que muitos jovens que se descobriram homossexuais entravam em conflitos familiares e religiosos, muitos desses jovens depois de passarem por alguns problemas cometiam suicídio ou se "desvirtuavam" para um afastamento religioso, o Pastor é expulso de sua ordem religiosa pentecostal no ano de 1960 por causa de sua homossexualidade, depois disso ele tem uma série de crises pessoais e percebe a necessidade de trazer os jovens gay para o encontro com a palavra de Deus, independente da sexualidade.
Em 1968 iniciou um movimento international metropolitan community (IMC) onde foi celebrado o primeiro culto religioso com 12 pessoas na sala da casa do reverendo e hoje é conhecida como metropolitan community church ( MCC), ele portanto tinha o interesse estabelecer uma proximidade de Deus com a comunidade LGBT, lutando pelos direitos internacionais e a igualdade, fazendo também a conciliação da homossexualidade a religião, aprimorando os estudos bíblicos mostrando que independente da condição homoafetiva, há possibilidade de estar em comunhão com Deus.
Tentativas de introduzir a Igreja da Comunidade Metropolitana no Brasil foram feitas nos anos 2000. A denominação de origem norte-americana, que possui filiais em cerca de vinte países, foi criada em 1968, em Los Angeles, pelo reverendo Troy Perry, que teria sido expulso de sua igreja em razão de sua orientação sexual. Hoje há no Brasil células, missões e congregações (em São Paulo, Belo Horizonte, Fortaleza, Vitória e Salvador). O passo pioneiro para a implementação da ICM no país, contudo, foi dado na cidade do Rio de Janeiro, entre 2002 e 2004, quando ali foram criados grupos hoje já extintos. Nessa mesma época, surgiu também uma missão em Porto Alegre. Em seguida, a ICM implantou uma nova igreja em Niterói. Em fins da primeira década do século XXI, a Igreja da Comunidade Metropolitana encontrava-se ainda em Fortaleza, Natal, Vitória, Belo Horizonte, São Paulo e Rio de Janeiro (NATIVIDADE - 2008)

A Igreja Renovação Inclusiva para a Salvação - IRIS foi a primeira igreja com essa vinculação teológica fundada em Goiânia (tem sua fundação em 2009, pelo pastor Edson Santana do Nascimento); no ano seguinte em 2010 é fundada (Athos & Vidas), posteriormente houve o advento de outras instituições com ideologias distintas, porém com a mesma política de inclusão, que tem como consequência, a promoção da justiça, a paz e o bem estar humano, como a igreja Conquista Plena.
As três igrejas representam um marco no campo religioso, na medida em que se colocam como adeptas a essa nova teologia e passam a dialogar com as questões consideradas inferiorizadas e tidas como execráveis socialmente, pois ás ideologias tradicionais consideram a homossexualidade como patologia social, onde por muitas vezes isso é reproduzido pela mídia de massa e passa a fazer parte do imaginário comum das pessoas que é entendido como algo antinatural, repulsivo e hediondo.
As especificidades que pudemos encontrar neste campo são relacionadas tanto as questões de gênero, poder, preconceito, hierarquia religiosa, relação entre pensamento tradicional e pensamento "novo", pensando na macro estrutura, dessa forma entendemos que o campo está inundado de relações conflituosas, pois o que está implicado dentro desse cosmos religioso são posições e pensamentos opostos, caindo em uma ideia do senso comum e de uma interpretação do não reconhecimento da diversidade sexual.
Mas quando pensamos as relações internas desse grupo, notamos um ambiente harmônico em que os fieis comungam e compartilham de suas experiências e vivencias, sempre relatando a partir da questão religiosa, portanto a organização que ali existe e opera é dotada de uma funcionalidade e organicidade impar, é algo que funciona muito bem; vemos que as pessoas tem um bom relacionamento entre si, respeitam a igreja e entendem como ela é importante para suas vidas.

6.1 DIÁRIO DE CAMPO
Após o levantamento das igrejas inclusivas em Goiânia, procuramos os pastores responsáveis, e em contato com o Pr Edson Santana, fomos convidados a participar de um seminário sobre a teologia inclusiva, com o tema: A bíblia e a homossexualidade, que iria ser conduzida por um Pr do estado do Paraná, porém por problemas pessoais ele não pode estar presente, mas o seminário foi realizado por outra palestrante irmã Mônica.
Primeiro dia de visita ao campo
Goiânia 12/04/2014. Igreja conquista plena –palestra sobre igreja inclusiva –
Ao chegar á igreja conquista plena, nós fomos recebidos por membros da comunidade, houve uma breve apresentação de nosso grupo para os fiéis ali presentes, então começa um momento de louvou, sendo conduzida por um rapaz que faz orações, canta alguns cânticos e hinos e por fim pede aos presentes que façam uma oração a palestrante, para que a mesma seja guiada pelo espírito santo.
Começa o momento de introdução ao tema citado, a Mônica diz que antes do conhecimento da teologia inclusiva, se sentia uma pessoa "desamada" por Deus, que não poderia estar em união com ele, pois se sentia pecadora, sendo que para os tradicionalistas é impossível ser gay e ser cristão, (na visão tradicionalista o problema maior não é a condição da pessoa em ser gay, são as práticas homossexuais, que para eles são algo "abominável por Deus")
Ela faz uma distinção entre as igrejas tradicionais* e igrejas inclusivas, levantando-se aqui uma profunda tristeza com outros irmãos em cristo (outras igrejas evangélicas) que refutam a ideia que a homossexualidade nunca será bem vista perante aos olhos de Deus, sendo que eles usam a bíblia sem a compreensão da diversidade sexual e uma interpretação de forma equivocada do contextos sócio-histórico cultural do período em que foi escrito a bíblia, fazendo uma citação do livro de leviticos, onde se encontra a seguinte passagem "um homem que se deitar com outro homem é abominado por Deus", a palestrante diz que em relação a sociedade da época a mesma era machista e patriarcalista e a ideia de um homem ter relação sexual com outro e ao ser penetrado está negando a sua virilidade masculina se rebaixando ao nível das mulheres, tonando-se assim um efeminado, (a bíblia não faz nenhuma menção a prática sexual de mulher com mulher, pois para essa sociedade as mulheres eram seres inferiores) a pregadora diz que a palavra de deus não deve ser usada para minha justificação do que é conveniente para si próprio, é necessário entender o contexto em que a mesma foi escrita.
Posteriormente a mesma pede que todos leiam uma passagem na bíblia, em João Cap:3 ver: 17, onde há na passagem a ideia de que Jesus veio ao mundo para a salvação de todos, e não um determinado grupo de pessoas, sendo assim os homossexuais também serão salvos, mas que para isso tanto para distintas sexualidades é necessário que somente busquem estar em comunhão com Deus e sigam seus preceitos.
As igrejas tradicionais questionam a destruição de Sodoma e Gomorra, como reafirmação do desprezo por Deus pelos homossexuais, porém novamente ela volta a falar que se não usarmos os conceitos de interpretação iremos sempre condenar os homossexuais, que nessa passagem entende-se que as destruições das cidades se deram pelo mau comportamento de seus cidadãos, pois eles eram xenofóbicos, pedófilos, ladrões assassinos, e uma visão que os tradicionalistas carregam era que essa cidade era uma cidade gay, a pregadora faz uma critica a esse discurso dos tradicionalistas dizendo se fosse uma cidade 100% gay não teria possibilidade de a mesma ser umas das maiores cidades nessa época, pois não existe e nunca existiu a fertilização e a possibilidade de homem com homem se engravidarem e nem mulher com mulher, era necessário que houvessem héteros, sendo refutada a ideia de que a destruição da cidade se deu por outros motivos e não pelo índice de homossexuais existentes nelas.
A igreja incita um estudo mais aprofundado da bíblia que isso deve ser feito de forma mais exegeta ou até mesmo um estudo hermenêutico e faz um a critica que os irmãos cristãos usam somente passagens isoladas para defender o que lhe são pertinentes.


Segundo dia de visita ao campo
Goiânia 20/04/2014 igreja conquista plena – domingo de páscoa-
Em uma conversa informal com o pastor José Ricardo, ele nos diz que há pessoas heterossexuais que frenquentam essa comunidade, vão aos cultos e participam de atividades religiosas "extra-culto" e que isso o alegra bastante, pois os frequentadores heterossexuais levam seus filhos , tirando a ideia de que a igreja que ele congrega é somente uma igreja gay.
Antes de o estudo bíblico começar a abertura se dá por meio de cânticos louvores, ai o condutor da oração pede para que façamos oração ao pastor para que o espírito santo possa conduzir-lo, e para que ele esteja repleto de sabedoria, então o Pr pede para que os fieis abram a bíblia na seguinte passagem: Matheus Cap: 28 Vers:1 – passagem da ressurreição de cristo –
O Pr chama atenção, pois cristo ressuscitou e isso nos trás a prova de que estamos por ele salvos, que independente de nossa situação(gay) e que o mundo condena a nossa "homoafetividade"( como não salvos) cristo veio ao mundo para nos dar a salvação, nos reconhecendo como filhos de Deus, pois somos por ele sua imagem e semelhança, e incita aos seus fieis que devem anunciar aos excluídos de que os homossexuais tem a garantia da salvação divina, devemos propagar essa salvação.
A por parte da pregação do pastor uma incitação a preparação dos fieis para a segunda vinda de cristo, pois onde todos que os tiverem em cristo estarão por ele salvos, devem-se preparar para o grande dia, onde devemos pensar em nossos atos cotidianos, pensar em nossos erros, onde e em qual parte de nossas vidas devemos buscar uma melhora, sermos cada dia mais santos e colocar sempre Deus em primeiro plano.
Eles não vêem que ser gay é um pecado, pois é uma condição de estado,(justificando de que sempre foram assim) da mesma forma que heterossexual não estão em pecado por seu sexualidade, mas estarão em pecado, caso haja mal comportamento e comprometimento da sexualidade (assegurando assim a ideia de que sexo antes do casamento é pecado)
Posterior a pregação, o pastor faz um introdução a oferta, onde deve-se agradecer a Deus pelos bens que ele nos concede, por isso deve-se de coração entregar alguma quantia valor que o fiel acha necessário em agradecimento a Deus.

Terceiro dia de visita ao campo
Goiânia 17/05/2014 Igreja I.R.I.S
Primeiro dia da visita á igreja Iris, os cultos são realizados na casa do Pr Edson, porém no dia da visita não aconteceu o ritual litúrgico do culto, pois o Pr disse que os fieis não puderam ir hoje, tivemos uma conversa informal, onde foi me dito que aproximadamente freqüentam 12 pessoas nessa igreja, e dessa conversa, percebi que essa comunidade religiosa, está passando por pequenos problemas, a igreja não possui sede própria, o numero de fieis são reduzidos comparados aos da igreja conquista plena, mas vejo que essa comunidade religiosa possui trabalhos fora litúrgicos, que é de reintegração de travestis ao mercado de trabalho, onde possuem carteira assinada, saindo assim da ruas se prostituindo, e também voltando para escolas, ela voltam para os estudos, assistência a pessoas portadoras do vírus H.I.V, podemos aqui encontrar mais espaços informais de assistencialismo á comunidade.
Quarto dia de visita ao campo
Goiânia 25/05/2014 igreja conquista plena
Definição: A igreja conquista plena tem cerca de um ano de fundação, ela faz uso da teologia inclusiva e mantêm um distanciamento de outras vertentes religiosas tradicionais, porém em questão de segmento religioso ele possuem uma postura tradicionalista, sendo que há algumas normas onde os fieis não, podem freqüentar ambientes considerados impróprios, e não há prática sexual antes do casamento.
Aos poucos vai enchendo a igreja a maioria dos freqüentadores são casais, há poucos solteiros nesse meio religioso, e a maioria que são casados tem bastante tempo de relacionamento com seu parceiro.
Começa o culto e o animador, pede aos fieis que suas orações sejam dirigidas ao gays que não buscaram ainda o caminho do senhor, para que Deus possa tocar-los com seu amor, nessas pessoas que freqüentam lugares LGBTT, que freqüentam ceitas, terreiro de macumba, e que se desvirtuam dos preceitos divino.
Que eles como cristãos devem buscar esses jovem ir de encontro deles e falar de Deus para eles, apontando que em outros lugares não há aceitação de sua sexualidade e fazendo com que esses jovens possa ir ao encontro de uma fé que os reconheça.
O Pr começa o culto, pedindo que os fieis abram a bíblia na passagem de Josué Cap: 1 ver: 7 onde é relatado que não devemos seguir nem para os caminhos da direita e nem para esquerda, que o caminho de Deus é um só, vejo que na pregação de hoje eles fazem uma critica a teologia da prosperidade, pois Deus não é um "supermercado", onde tudo que desejamos recorremos a ele, é necessário que pedimos a Deus o nosso básico para nossa sobrevivência, sem a necessidade de exageros, e que por mais estejamos com dificuldades temos que sempre agradecer a Deus pelo dom da vida.
Deve-se seguir as leis de Deus, pois só assim será possível herdar o reinos dos céus, os caminhos do senhor não é uma trajetória fácil, é necessário que tenham fé esperança no senhor, e relação a isso o Pr introduz o momento da oferta que agora é o que devemos fazer em agradecimento a tudo que possuímos e darmos ao que é merecido á Deus.


6.2 ACHADOS DO CAMPO:
Quando decidimos trabalhar o tema proposto, procuramos em primeira instancia o endereço e o telefone da igreja I.R.I.S, para termos o primeiro contato com os seus membros, porém o endereço encontrado no site, era da antiga sede da igreja, que já não existia mais os cultos realizados no local indicado, entramos em contato pelo telefone do Pr Edson e fomos convidados a participar do seminário sobre teologia inclusiva, na igreja conquista plena
Com esse convite, tivemos a oportunidade de ter o primeiro contato com o nosso campo de pesquisa, e descobrimos que tinha mais três igrejas sob a ótica da teologia inclusiva.
Percebemos mais acessibilidade do Pr Edson, o mesmo muito empolgado com a pesquisa, nos disponibilizou materiais que forma uteis para a realização desta pesquisa e tirou nossas duvidas a respeito da compreensão do tema deste trabalho, fomos apresentado ao Pr José Ricardo que em uma conversa informal percebemos que existia uma pequena diferença entre a igreja I.R.I.S e a Conquista Plena, pois foi visto que a a primeira tinha mais acessibilidade com a diversidade sexual e a segunda tinha um certo receio em se tratar do reconhecimento da transexualidade.
Houve também um constrangimento da nossa parte pela tentativa que um dos pastores de outra igreja, teve insistentemente para que tivéssemos mais assiduidade nos cultos, dando a entender que ele queria que congregássemos ali, sendo difícil a nossa frequência dominical, pois como se tratava de uma pesquisa tínhamos mais duas igrejas para comparecer, pois os cultos coincidiam no mesmo dia e horários, impossibilitando a assiduidade cobrada pelo Pr. José Ricardo.
Dentro de nossas verificações, podemos comprovar que existe uma prática de educação não formal, voltada para o estudo e aprendizagem da teologia inclusiva, sendo que na maioria das pregações assistidas víamos que os seus fiéis eram instruídos para que nãoi aceitassem que outras vertentes religiosas os descriminassem/segregar sua orientação sexual, independendo então da sua sexualidade, notamos que as igrejas instruem essas pessoas para uma prática de vida religiosa na qual elas não só são aceitas por Deus, como são aceitas por si mesmas.





7. REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS:
GADOTTI, Moacir. A Questão da Educação Formal/ Não-Formal.
_________________ Paulo Freire e a educação popular. PROPOSTA, Revista Trimestral de Debates da Fase. Jul/Set 2007.
NATIVIDADE, Marcelo. 2010. Uma homossexualidade santificada? Etnografia de uma comunidade inclusiva pentecostal. Publicação de Instituto de Estudos da Religião. relig. soc. vol.30 no.2 Rio de Janeiro 2010.
NEVES, Jose Luis. Caderno de Pesquisas em Administração, São Paulo,V.1, Nº3, 2ºSE/1996.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996.


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