Processos e desafios de um estágio docente na escola de música da UFMG

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II CONGRESSO DE INOVAÇÃO E METODOLOGIAS DE ENSINO Metodologias de ensino-aprendizagem

PROCESSOS E DESAFIOS DE UM ESTÁGIO DOCENTE NA ESCOLA DE MÚSICA DA UFMG Vinícius Eufrásio1 Escola de Música – UFMG [email protected] Edite Rocha Escola de Música – UFMG [email protected]

Resumo: Este trabalho apresenta um relato de experiência acerca do estágio docente realizado no segundo semestre de 2015 através da disciplina História e Música A, que integra o quadro de disciplinas obrigatórias no âmbito do curso de Graduação em Música oferecido pela Escola de Música da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). O principal objetivo deste relato é analisar o processo de questionamento, planejamento, revisão e elaboração metodológica ocorrido em torno da aplicação da disciplina, bem como, expressar os principais desafios e reflexões que conduziram à apresentação de uma proposta de ementa, levando em conta diferentes perspectivas simultâneas: a experiência pessoal enquanto orientando, orientador, colega discente e docente. Palavras-chave: Estágio docente. Docência no ensino superior. Ensino superior de música.

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Discente em nível de mestrado do Programa de Pós-Graduação em Música da Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG, na linha de pesquisa Música e Cultura sob financiamento da CAPES – Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior.

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INTRODUÇÃO 2

Este relato de experiência é consequente da elaboração de um dossiê acerca de um estágio docente2 na Escola de Música da UFMG – Universidade Federal de Minas Gerais, realizado durante todo o segundo semestre de 2015 na disciplina História e Música A, a qual trata principalmente a temática “música e ritual” e relaciona-se diretamente com o objeto de estudo da pesquisa A Reza Cantada do Ritual de Encomendação das Almas3. O presente trabalho faz parte dos resultados obtidos após um processo de questionamento, planejamento, reformulações e deliberações de propostas metodológicas no âmbito do estágio docente na disciplina História e Música A para duas turmas no curso de graduação em música. Por ser uma disciplina obrigatória em todas as habilitações integradas ao curso, a edição ocorrida no 2º semestre de 2015 recebeu aproximadamente 100 alunos, divididos em duas turmas, sendo uma diurna, e outra noturna. Deste modo, alunos do bacharelado, da licenciatura, e também da musicoterapia, integram o corpo discente presentes nas aulas. As aulas foram ministradas para duas turmas distintas, a D1 (diurno), com 53 alunos matriculados, na qual as aulas aconteciam semanalmente, às terças-feiras de 10:30 às 12:10 horas, e a N1 (noturno), com 45 alunos matriculados, em que as aulas aconteciam às quartasfeiras de 19:00 às 20:40 horas, no período entre 1 de setembro e 16 de dezembro. Este relado de experiência está dividido em três partes, as quais são apresentados: o contexto inicial que envolveu o processo prévio do planejamento necessário para ministrar as aulas da disciplina; as reflexões e deliberações que culminaram no processo metodológico delineado para ser percorrido ao longo do semestre letivo; as considerações finais sobre a experiência de 2

De acordo com o Artigo 20 da Portaria de número 181, de 18 de dezembro de 2012, publicada pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – CAPES, o estágio docente é parte integrante da formação do pós-graduando, tendo como principal objetivo a preparação para a docência, tendo a duração de um semestre, com carga horária 4 horas semanais. Ainda segundo o mesmo Artigo, as atividades do estágio docente devem ser compatíveis com a área de pesquisa do programa de pós-graduação realizado pelo aluno. Disponível em: https://www.capes.gov.br/images/stories/download/legislacao/Portaria_181_de18122012.pdf. Acesso em: 22/01/2016. 3

Este trabalho é desenvolvido no âmbito da linha de pesquisa Música e Cultura, pertencente ao Programa de Pós-Graduação em Música, que é ofertado na Escola de Música da UFMG, no qual os autores atuam respectivamente como orientando e orientadora. Para mais informações, ver Eufrásio; Rocha (2015,2016a).

estágio docente, através das quais são expressas reflexões acerca de alguns dos principais aspectos desta atividade pedagógica, apresentando sobretudo, a proposta de ementa elaborada para disciplina, a qual parte dela, foi construída a partir de temáticas idealizadas pelos próprios alunos.

1. OPINIÕES, PERSPECTIVAS E LUGARES Inicialmente foram realizadas algumas conversas informais com alunos do curso de Graduação da Escola de Música que já haviam participado da disciplina História e Música A – MUS045 em semestres anteriores (2013 e 2014) objetivando compreender suas impressões sobre a disciplina. A partir destes diálogos, foi possível constatar que parte dos discentes que já a cursaram, conceituavam-na, segundo relatos, como “chata”, descrevendo-a como “antipatizada por parte dos alunos do curso”, sobretudo por ser uma disciplina teórica, com aulas bastante expositivas, cuja temática está relacionada à música enquanto uma prática ritualística, muitas vezes com um caráter descentralizador em relação à música de concerto europeia, apontada como principal foco de muitos dos estudantes do curso de graduação em música na UFMG4. Um outro aspecto presente nos relatos de ex-alunos da disciplina foi a existência de uma grande carga de material para leitura enquanto metodologia aplicada para a abordagem sobre os conteúdos, que como também foi possível constatar, ainda de acordo com o que foi relatado, parte dos discentes não conseguiam cumprir esta leitura proposta, o que dificultava a interação, participação e, consequentemente, interesse pelas aulas. Em um passo posterior, pensando na elaboração do planejamento inicial para a disciplina, foram contatados via e-mail, outros estagiários que ministraram esta mesma disciplina em semestres anteriores. Este contato teve como objetivo principal conhecer as perspectivas pelas

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A turma D1 era composta, em grande parte, por alunos do curso de bacharelado, enquanto a turma N1 era composta, em grande parte, por alunos da licenciatura. Em ambas as turmas notei a presença de estudantes do curso de musicoterapia, no entanto, em minoria em ambas as classes. Mais informações sobre os cursos podem ser encontradas em: . Acesso em: 16/02/2016.

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quais abordaram o conteúdo no decorrer das aulas que lecionaram e melhor compreender quais foram as abordagens metodológicas utilizadas. Apenas um estagiário correspondeu o solicitado, e gentilmente nos enviou também por e-mail, vários textos que introduziu como material de leitura para os alunos e também que serviram para fundamentação de sua prática durante seu estágio docente (2014/2º semestre). Ao analisar o material recebido, foi possível verificar, que o estagiário não seguiu a ementa original da disciplina, tendo então elaborado uma outra proposta condizente à sua abordagem. Ao compararmos a ementa original da disciplina e a ementa proposta pelo estagiário, é possível observar a existência de várias diferenças em relação às temáticas abordadas e aos textos escolhidos enquanto referencial teórico, no entanto a metodologia através da qual foi realizada a condução das aulas e das avaliações, mantiveram-se ainda, aparentemente similares ao modelo de primário de ementa estabelecido para a disciplina. Ainda durante a elaboração do planejamento inicial para o estágio do qual se trata neste relato, foi possível ter acesso aos slides utilizados em aula pelo docente que ministrou a disciplina no 2º semestre de 20135. A partir de uma análise deste material, pudemos observar também a existência de um outro modelo de condução para a disciplina, o qual também não seguiu os moldes predispostos na ementa original. A proposta utilizada em 2013 modificava não somente as temáticas a serem abordas durante as aula e os textos a serem utilizados enquanto referencial teórico, mas propunha também, formas de avaliação distintas às previstas nas ementa original da disciplina. Tendo em vista as perspectivas dos ex-alunos, e os modelos de propostas didáticas realizados nas edições anteriores (2013 e 2014) da disciplina História e Música A, e sob aprovação do diretor do Departamento de Teoria Geral da Música, optamos por propor também um outro modelo de processo metodológico para ser abordado na disciplina em 2015, distinto em partes dos dois modelos anteriores aqui citados e da ementa original da disciplina, diferenciando-se em aspectos como: a fundamentação teórica, escolha das temáticas, metodologia de realização

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A docente responsável pela disciplina neste período foi a Professora Doutora Edite Rocha, orientadora e coautora neste trabalho.

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das aulas e de avaliação do desempenho dos discentes, buscando promover constantemente uma interação dinâmica dos alunos e aumentar o seu interesse em relação ao conteúdo.

2. PROCESSOS, TRAJETOS E CONDUÇÕES Após realizarmos um processo de reflexão sobre as informações coletadas acerca do contexto anterior que envolveu a disciplina História e Música A, foi procedida uma análise comparativa entre a ementa que oficialmente rege a disciplina e as respectivas práticas docentes, bem como, o método ensino e os conteúdos presentes nas propostas executadas nos anos de 2013 e 2014. Percebeu-se que tanto em um ano quanto em outro, os conteúdos abordados foram com enfoques distintos, no entanto, não deixando de priorizar uma abordagem da música enquanto manifestação ritualística. Assim, optamos por realizar adaptações quanto aos conteúdos que deveriam ser lecionados ao longo das aulas, adequando-os a alguns dos temas inerentes à pesquisa de mestrado A Reza Cantada do Ritual de Encomendação das Almas, a qual se relaciona diretamente com a temática música e ritual, embora, sob uma perspectiva mais direcionada para as práticas ritualísticas que ocorrem no âmbito da religiosidade popular do povo brasileiro. Nas adaptações realizadas, buscamos abordagens metodológicas que provocassem uma maior interação e participação dos alunos com os conteúdos apresentados no decorrer do semestre. A principal abordagem metodológica adotada, embora ainda permanecesse com um cunho expositivo, substituía a carga demasiada de leitura de textos por parte dos alunos, em casa ou na própria aula, por explanações realizadas através de recursos midiáticos6, como por exemplo: slides, áudios e vídeos. Muitas das vezes, convidando o corpo discente a refletir, partilhar e debater as determinadas temáticas apresentadas nas ocasiões em questão.

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Todos os materiais apresentados em aula, em seguida, eram armazenados em um disco virtual do Google Drive

criado especialmente para a disciplina, ao qual todos os alunos tinham livre acesso.

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Em relação às temáticas, foi elaborada uma calendarização e enviada aos alunos para que estes pudessem ter um conhecimento prévio dos assuntos que seriam discutidos no decorrer das aulas. Para que fosse possível a formatação do conteúdo programático da disciplina foi necessário contar principalmente com um caráter de flexibilidade, pois, em vários momentos, devido a questões pedagógicas, foi necessário realizar atualizações na disposição dos conteúdos. Por fim, foi possível perceber que as atualizações das temáticas no decorrer do semestre surgiram da necessidade de adaptar o planejamento didático do conteúdo programático às necessidades de aprendizagem e demandas específicas dos discentes. TABELA 1: Calendarização final das temáticas trabalhadas ao longo do 2º semestre de 2015



DATA

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01 e 02/09/2015

02 03 04 05 06 07 08 09 10

08 e 09/09/2015 15 e 16/09/2015 22 e 23/09/2015 29 e 30/09/2015 06 e 07/10/2015 13 e 14/10/2015 20 e 21/10/2015 27 e 28/10/2015 03 e 04/11/2015

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10 e 11/11/2015

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17 e 18/11/2015

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24 e 25/11/2015

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01 e 02/12/2015 08 e 09/12/2015 15 e 16/12/2015

CONTEÚDO Aula introdutória: Plano da disciplina / Ementa / Métodos de avaliação / Lista de contatos (e-mails) / Definição de grupos de trabalho. O fato musical e ritual: introduzindo e refletindo conceitos – O que é ritual? O fato musical e ritual: introduzindo e refletindo conceitos – O que é ritual? Apoio para realização da avaliação 03: como redigir uma resenha crítica. O fato musical e ritual: introduzindo e refletindo conceitos – Repensando música Música enquanto ritual em sua história ocidental: A missa medieval. Música enquanto ritual em sua história ocidental: A missa nos séculos. Música enquanto ritual em sua história ocidental: A missa nos séculos. Música enquanto ritual em sua história ocidental: A missa nos séculos. A influência da música ritualística africana no Brasil: Candomblé. Atividade: As transformações sonoras da missa Atividade: Identificando aspectos ritualísticos O Catolicismo popular e os ritos rurais. Quem pode cantar o cântico ritual? Reflexões sobre alteridade. Uma breve abordagem sobre a intolerância religiosa Avaliação 04: Prova escrita. Feriado municipal para turma D1 / Aula extra para turma N1 Apresentação dos resultados / Revisão de notas / Encerramento da disciplina. (Elaborado pelos autores, 2015)

O caráter de flexibilidade, delineado no processo metodológico do planejamento da disciplina, possibilitou adaptações quanto ao conteúdo programático com a finalidade de sanar as necessidades percebidas nos alunos no decorrer das aulas, pois teve como objetivo central privilegiar a interação e a participação dos alunos na dinâmica pedagógica de ensino e aprendizagem que perpassa entre docente, conteúdo e corpo discente.

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Uma outra decisão metodológica que influenciou na organização estrutural da disciplina, foi a divisão de algumas das aulas7 em dois blocos de 50 minutos, onde um destes ficaria disponível ao professor para a exposição da temática proposta para o dia segundo a calendarização, e o outro ficaria para um determinado grupo de alunos8 responsável por realizar uma comunicação oral para os demais colegas de turma sobre um ritual a sua escolha que intrinsicamente envolvesse música em sua concepção. Esta abordagem metodológica apresenta um caráter não só de formação, ao colocar o aluno em um contato mais direto com um trabalho de pesquisa que trata especificamente de uma prática ritualística, mas também, contém um caráter de capacitação, pois requer que alunos participem ativamente da aula enquanto comunicadores, tendo a responsabilidade de oferecer aos seus colegas explanações sobre um conteúdo, a partir de sua própria organização e apresentação em forma de um curto seminário. Foi possível perceber que a utilização desta metodologia promoveu a formação, capacitação e avaliação dos alunos durante o processo de desenvolvimento da tarefa, além de proporcionar uma interação dinâmica entre os alunos de cada grupo enquanto comunicadores de um conteúdo de trabalho apresentado, e os demais alunos enquanto público que podia participar ativamente, particularmente na discussão após a apresentação do grupo. Pudemos observar que muitos alunos realizaram trabalhos sobre rituais que lhes despertavam curiosidade e interesse pela novidade, enquanto outros, partilharam com a turma rituais que ocorrem no âmbito da religião que participam ou da tradição comunitária de origem ou que convivem, permitindo apreciar uma troca riquíssima de conhecimentos e valores simbólicos.

3. RESULTADOS E PROPOSTAS Após todo o percurso de estágio docente ter acontecido, foram realizadas várias leituras dos relatórios e planificações realizadas no decorrer das aulas na disciplina História e Música A.

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Entre os dias 22 de setembro e 25 de novembro de 2015. Em ambas as turmas foram organizados 10 grupos de no máximo 5 participantes em cada um destes.

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Ao proceder com estas leituras, deu-se início a um extenso processo de reflexão que resultou em um dossiê, e que consequentemente sua revisão, possibilitou a apresentação deste relato de experiência. Tais reflexões levaram a perceber inúmeros aspectos do percurso traçado ao longo do semestre, e dentre eles, a abordagem diferenciada e flexível pela qual foi tratado o conteúdo programático previsto nas calendarização das aulas, recebendo uma interferência direta das demandas advindas dos alunos. Deste modo, foi apresentado em seguida, uma proposta de ementa para a disciplina, elaborada após o término do processo reflexivo a sobre a prática docente no referido estágio. Nela são pontuados os conteúdos deliberados como essenciais à abordagem da música enquanto prática ritual, tendo em perspectiva a história da música, contemplando manifestações diversas, tratando cada uma de forma contextualizada ao grupo social à qual orginalmente está associada. Esta proposta de ementa teve como alguns de seus focos: fomentar o envolvimento dos alunos com os conteúdos e, abordar, de forma crítica e reflexiva, a necessidade de uma descentralização da música europeia de concerto, abordando-a como de igual valor às manifestações sonoras provenientes de outras sociedades. Entende-se que a música produzida em contexto erudito possua grande valorização em âmbito acadêmico, mas ao estudarmos “história e música”, não podemos desconsiderar que a ideia de que variados povos possuem seu tipo particular de produção e manifestação sonora, e que estas, portanto, devem ser também consideradas. Dentre as temáticas abordadas na ementa proposta, ressaltamos a temática número 4: Os ritos sonoros e performáticos de variadas sociedades do mundo, principal resultado da metodologia didática utilizada durante o estágio na disciplina, a qual teve seus tópicos e abordagens de exposição do conteúdo, selecionadas pelos próprios discentes, e relaciona-se diretamente com os modelos de avaliações presentes na ementa. Apresentar uma proposta de ementa enquanto um dos resultados do trabalho de estagio docente, é uma contribuição que adveio de um processo de múltiplas trocas, a fim de poder colaborar com o curso de graduação em música ofertado na Escola de Música da UFMG, com

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a disciplina em si, com os próximos docentes que venham a ministrá-la, e principalmente com 9

os próximos discentes que possam vir a cursá-la. Ressaltamos que a proposta de ementa para a disciplina História e Música - A segue o contrário do ato costumeiro, que é a apresentação de uma ementa prévia, normalmente concebida ao início de uma disciplina, antes mesmo que se tenha uma noção do material humano a qual esta será destinada. A ementa que propomos, não por acaso, apresenta como diferencial, a concepção durante e após a avaliação da prática docente percorrida em um semestre de aulas, sendo estruturada após um balanço entre prós e contras de um todo, trazendo também em si, temáticas resultantes da participação efetiva de alunos e respectivos interesses. TABELA 2: Ementa proposta ao final do processo reflexivo sobre o estágio docente

Disciplina: História e Música A: Música e ritual Optativa:

Grupo nº :

Carga horária: 30

Nº de Créditos: 2

Obrigatória : X Nº de vagas: 40

Ementa: A disciplina se destina a observar a atividade musical dentro de contextos rituais. Para tal, será realizada a observação de um amplo espectro de fatos musicais pertinentes e a apresentação de ferramentas teóricas que forneçam subsídios para discutir as relações entre música e ritual. Conteúdo Programático: 1. Introdução e reflexão de conceitos:   

O que é ritual? O que é música? Repensando a função social da música

2. Música enquanto ritual e sua história ocidental:    

O ritual e música da Missa Católica medieval O ritual e música da Missa Católica através da história da música O ritual e música da Missa Católica moderna As Missas Étnicas

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3. A influência da música ritualística africana no Brasil:   

Os rituais sonoros do Candomblé e da Umbanda Os rituais sonoros do Catolicismo Negro O Catolicismo Popular e os rituais comuns à zona rural

4. Os ritos sonoros e performáticos de variadas sociedades do mundo:          

Ritos fúnebres indígenas Ritos da maçonaria e a música O festejo de São João As práticas Xamânicas Os rituais do Daime Ritos do Espiritismo A capoeira Ritos e música nos cultos Evangélicos Adoração Hare Krishina e os ritos do Budismo A música nos ritos da renovação carismática

5. Reflexões sobre ética e práticas ritualísticas performáticas  

Quem pode cantar o canto ritualístico? Reflexões sobre a espetacularização de rituais

6. Reflexões sobre rituais, sociedades e intolerância religiosa

Metodologia:  Aulas expositivas, com apresentações a partir de recursos midiáticos  Palestras de pesquisadores convidados  Comunicações orais em grupo, realizadas pelos alunos a partir de trabalhos de pesquisa propostos pelo docente  Apreciações de áudio de vídeos  Debates sobre textos, áudios e vídeos

Avaliação 01 – 20 pontos: Frequência de participação nas aulas. Avaliação 02 – 20 pontos: Comunicação oral em forma de seminário. Avaliação 03 – 30 pontos: Realização de uma resenha crítica individual sobre algum texto utilizado como fundamentação para realização da Avaliação 02. Avaliação 04 – 30 pontos: Avaliação escrita, realizada a partir da análise de áudio, vídeos e excertos de textos trabalhados no decorrer da disciplina. Bibliografia BENNET, Roy, Uma Breve História da Música, Rio de Janeiro, Zahar, 1989. CARDOSO, Ângelo Nonato Natale. A linguagem dos tambores. Tese (Doutorado em Etnomusicologia) – Universidade Federal da Bahia, Programa de Pós-Graduação em Música, Salvador, 2006. CARVALHO, José Jorge de. Metamorfose das tradições performáticas afro-brasileiras: de patrimônio cultural a indústria do entretenimento. In: LONDRES, Cecília (et. al.). Celebrações e saberes da cultura popular: pesquisa, inventário, crítica, perspectivas. Rio de Janeiro: Funarte/Iphan/CNFCP, pp. 65-83, 2004. CARVALHO, José Jorge de. ‘Espetacularização’ e ‘canibalização’ das culturas populares na América Latina. Revista Anthropológicas, ano 14, vol. 21, 2010, p. 39-76. Coleção Música Sacra. Editora: Editora Altaya, Barcelona, 1996/1997. DENIZEAU, G., Los géneros musicales. Una visión diferente de la historia de la música, Barcelona, 2008. GREEN, Lucy. Pesquisa em sociologia da educação musical. Tradução: Oscar Dourado. V Encontro Anual da Associação Brasileira de Educação Musical – ABEM, Londrina/PR, 1996, p. 25 – 35. PASSARELLI, U. Encomendação das Almas: Um Rito em Louvor aos Mortos. Revista do Instituto Histórico e Geográfico de São João del-Rei, v. 12, n. 1, 2007. PEIRANO, Mariza. Ritos de ontem e hoje. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2003. PEREIRA, J. C. O Encantamento da Sexta-feira Santa: Manifestações do catolicismo no folclore brasileiro. 1a. ed. São Paulo: Editora Annablume, 2005. RODOLPHO, Adriane Luiza. Rituais, ritos de passagem e de iniciação: uma revisão da bibliografia antropológica. Estudos Teológicos, v. 44, n. 2, p. 138-146, 2004.

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SOARES, M. P. O estudo da etnicidade no ritual dos “Encomendadores de Almas” no município de Oriximiná. Interethnic@ - Revista de estudos em relações interétnicas, v. 14, n. 2, p. 1–12, 7 jul. 2014. TURNER, Victor. The ritual process: Structure and anti-structure. Transaction Publishers, 1995.

BIBLIOGRAFIA ARROYO, Margarete. Mundos Musicais Locais E Educação Musical. Em Pauta, v. 13, n. 20, p. 95, 2002. BENNET, Roy, Uma Breve História da Música, Rio de Janeiro, Zahar, 1989. CARDOSO, Ângelo Nonato Natale. A linguagem dos tambores. Tese (Doutorado em Etnomusicologia) – Universidade Federal da Bahia, Programa de Pós-Graduação em Música, Salvador, 2006. CAROSO, Luciano. Ethnomusicology in Cyberspace: Samplertrofagia and Virality in You Tube Videos. In: ULHÔA, MARTHA TUPINAMBÁ DE; AZEVEDO, CLÁUDIA; TROTTA, FELIPE (Org.). Made ind Brazil: Studies in popular music. 1a. ed. New York & London: Routledge, 2015. v. 1. p. 163 – 172. CARVALHO, José Jorge de. Metamorfose das tradições performáticas afro-brasileiras: de patrimônio cultural a indústria do entretenimento. In: LONDRES, Cecília (et. al.). Celebrações e saberes da cultura popular: pesquisa, inventário, crítica, perspectivas. Rio de Janeiro: Funarte/Iphan/CNFCP, pp. 65-83, 2004. CARVALHO, José Jorge de. ‘Espetacularização’ e ‘canibalização’ das culturas populares na América Latina. Revista Anthropológicas, ano 14, vol. 21, 2010, p. 39-76. Coleção Música Sacra. Editora: Editora Altaya, Barcelona, 1996/1997. DENIZEAU, G., Los géneros musicales. Una visión diferente de la historia de la música, Barcelona, 2008. EUFRÁSIO, Vinícius; ROCHA, Edite. O ritual de Encomendação das Almas: A produção bibliográfica e audiovisual digital no Brasil e em Portugal. Nas Nuvens... 1º Congresso de Música, 2015.

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______. O ritual de Encomendação das Almas: aspectos de uma prática luso-brasileira. XXVI Congresso da Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Música – B. Horizonte – 2016a. ______. Reflexão etnomusicológica sobre cantos encontrados em materiais didáticos para Educação Musical. XXII FLADEM – Foro Latinoamericano de Educación Musical, 2016b. GREEN, Lucy. Pesquisa em sociologia da educação musical. Tradução: Oscar Dourado. V Encontro Anual da Associação Brasileira de Educação Musical – ABEM, Londrina/PR, 1996, p. 25 – 35. NERY, Rui Vieira; LUCAS, Maria Elizabete. Introdução. As Músicas Luso-Brasileiras no Final do Antigo Regime - Reportórios, Práticas e Representações. [S.l.]: Fundação Calouste Gulbenkian, 2013. p. 722. OLIVEIRA, Vinícius Eufrásio. VESQUES, Letícia Veiga. O Reinado de Nossa Senhora do Rosário em Cláudio/MG: Um breve relato etnográfico. 8º Congresso Internacional de PósGraduação Unis, Varginha/MG, 2015. PASSARELLI, U. Encomendação das Almas: Um Rito em Louvor aos Mortos. Revista do Instituto Histórico e Geográfico de São João del-Rei, v. 12, n. 1, 2007. PEIRANO, Mariza. Ritos de ontem e hoje. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2003. PEREIRA, J. C. O Encantamento da Sexta-feira Santa: Manifestações do catolicismo no folclore brasileiro. 1a. ed. São Paulo: Editora Annablume, 2005. RODOLPHO, Adriane Luiza. Rituais, ritos de passagem e de iniciação: uma revisão da bibliografia antropológica. Estudos Teológicos, v. 44, n. 2, p. 138-146, 2004. SEEGER, Anthony. Etnografia da música. Cadernos de Campo (São Paulo, 1991), v. 17, n. 17, p. 237–260, 2008 SOARES, M. P. O estudo da etnicidade no ritual dos “Encomendadores de Almas” no município de Oriximiná. Interethnic@ - Revista de estudos em relações interétnicas, v. 14, n. 2, p. 1–12, 7 jul. 2014. TURNER, Victor. The ritual process: Structure and anti-structure. Transaction Publishers, 1995.

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