Processos Espaciais Urbanos em Teresina (PI): descentralização comercial no bairro Piçarra.

August 15, 2017 | Autor: Sheydder Lopes | Categoria: Geografia Urbana, Processos espaciais urbanos
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PROCESSOS ESPACIAIS URBANOS EM TERESINA (PI): DESCENTRALIZAÇÃO COMERCIAL NO BAIRRO PIÇARRA

Laryssa Sheydder de Oliveira Lopes Mestranda em Desenvolvimento e Meio Ambiente. PRODEMA/UFPI Bolsista do Programa Deutscher Akademischer Austausch Dienst - DAAD AGB- Guarabira-PB [email protected] Rafael Fernandes da Silva Mestre em Geografia. UFPB AGB- Guarabira-PB [email protected] Prof. Orientador José Luís Lopes Araújo Doutor em Geografia. USP [email protected] RESUMO: A grande cidade é lugar de uma série de processos espaciais que criam funções cuja distribuição constitui a própria organização do espaço. O processo de descentralização, verificado no bairro Piçarra, em Teresina-PI, foi viabilizado devido à demanda, o desenvolvimento dos transportes, a saturação do centro comercial e pela própria dinâmica do sistema capitalista. A concentração de vendas de material de construção na Avenida São Raimundo, é um processo que vem se firmando desde a década de 1980. O objetivo do presente trabalho é entender os processos espaciais urbanos que ocorrem em uma grande cidade e fazer uma análise de um destes processos, a descentralização, no bairro Piçarra, que hoje concentra, na Avenida São Raimundo, a maioria das lojas especializadas na venda de material de construção civil. A metodologia empregada foi a pesquisa de gabinete, onde foram pesquisados os temas relativos ao espaço urbano, a história da economia de Teresina e o crescimento da área em estudo; e a pesquisa de campo, com observação e aplicação de entrevistas aos vendedores e consumidores para se ter um maior entendimento da dinâmica do local.

PALAVRAS-CHAVE: Área central. Especialização. Material de construção. INTRODUÇÃO O espaço urbano de uma cidade capitalista apresenta vários tipos de usos que atendem às necessidades de cada sociedade. É, portanto, a materialização da divisão social do trabalho, isto é, a concentração de pessoas que individualmente exercem sua função, sejam concorrentes, seja complementar. Desta forma, o espaço urbano é contraditório e está fortemente fundamentado num processo plenamente desigual, refletindo a sociedade que o compõe.

Realizado de 25 a 31 de julho de 2010. Porto Alegre - RS, 2010. ISBN 978-85-99907-02-3

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A cidade é lugar de uma série de processos espaciais que criam funções cuja distribuição constitui a própria organização do espaço: a centralidade, o coração das atividades comerciais; a descentralização, um processo espacial associado às deseconomias de aglomeração da área central, ao crescimento demográfico e espacial da cidade, inserindo-se no processo de acumulação de capital; a coesão, um processo que gera distritos ou ruas especializadas em uma determinada especialidade; a segregação, que está ligado ao processo de exclusão social; e a inércia, A inércia, como o próprio nome diz, é a permanência de certos usos em certas áreas, apesar de terem acabado as causas que no passado justificaram a localização deste. O bairro Piçarra, que no início era alvo de discriminação, em virtude de ser um ponto de prostituição e de suas inúmeras casas de palha, começou a se destacar, como área de venda de materiais de construção, a partir da década de 1980, quando Teresina começou a sofrer o processo de descentralização de suas atividades econômicas. A metodologia empregada neste trabalho foi a pesquisa de gabinete, com o uso de livros, artigos e internet; a pesquisa de campo, com entrevistas aos consumidores e comerciantes, aquisição de mapas e fotos sobre o local da pesquisa.

PROCESSOS ESPACIAIS URBANOS Segundo Corrêa (1995) a grande cidade é lugar de uma série de processos espaciais que criam funções cuja distribuição constitui a própria organização do espaço. Os processos espaciais urbanos são os seguintes: centralização; descentralização; coesão; segregação e inércia. A área central de uma cidade capitalista pode sofrer um esgotamento de seu processo de evolução e produção. O uso intensivo do solo, o elevado preço da terra, dos impostos, a dificuldade de acesso e o limitado crescimento horizontal são fatores que fazem com que as atividades de comércio e serviços fiquem localizadas em outras áreas da cidade, distante da área central (CORRÊA, 1995). Com o crescimento das cidades, aumenta a distância entre o centro da cidade, também chamado de Central Busines District (CDB), e a demanda por serviços, tornando-se difícil atender às necessidades da população surgindo então os subcentros de comércio e serviços. Assim, a cidade monocêntrica, onde a área central era ponto de convergência geral,

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sofre mudanças, expressando maior complexidade, evidenciando e reproduzindo maiores diferenças socioeconômicas através dos processos de descentralização e recentralização com novas especializações (CASTELLS, 1975). Além dos fatores de repulsa há ainda os fatores de atração para áreas não centrais como: o baixo preço das terras e impostos; a disponibilidade de infraestrutura; facilidade de acesso; atributos atrativos como topografia e drenagem alem da possibilidade de controle de uso das terras. O processo de descentralização mantém relação com a distância entre a área central e as áreas residenciais isto porque a demanda por comércio e serviços leva as firmas a criarem filiais mais próximas ao mercado consumidor. Este processo foi viabilizado devido ao desenvolvimento dos transportes e pela própria dinâmica do sistema capitalista. É comum o surgimento de novas atividades já descentralizadas, o que evita prejuízos das áreas centrais. A coesão é o processo que gera distritos ou ruas especializadas em uma determinada especialidade. Este processo beneficia o consumidor uma vez que, apesar das lojas não manterem a mesma linha de produtos, possibilitam ao consumidor vários tipos de marcas e preços e este processo pode ser visualizado em diversas zonas de Teresina. A Avenida São Raimundo é um exemplo típico de processo de coesão, uma vez que esta área é especializada na venda de materiais de construção, ferragens e tintas. Vale ressaltar que o processo de descentralização e coesão no bairro Piçarra não exclui um ao outro, mas se completam. O processo de segregação está ligado aos grupos sociais. A forma mais visível deste processo é a segregação residencial. A segregação é um processo segundo o quais diferentes classes ou camadas sociais tendem a se concentrar cada vez mais em diferentes regiões gerais ou conjuntos de bairros e metrópoles. Nas áreas dotadas de infra-estrutura a valorização da terra é maior, o que implica na sua ocupação por uma camada da população de renda mais elevada. Assim a população pobre é obrigada a viver nas áreas periféricas ou em centros degradados, dificultando a acessibilidade, a presença da infra-estrutura, serviços urbanos etc. (SPOSITO, 1986). A inércia, como o próprio nome diz, é a permanência de certos usos em certas áreas, apesar de terem acabado as causas que no passado justificaram a localização deste. É preciso ter cuidado ao se pesquisar o processo de inércia, uma vez que ele é bem relativo. As

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mudanças muitas vezes acontecem, porém não são perceptíveis em um espaço de tempo muito curto (CORRÊA, 1995).

MODIFICAÇÕES ESPACIAIS URBANAS EM TERESINA

A cidade de Teresina tem uma economia fortemente marcada pelo setor terciário, principalmente as atividades de comércio, serviços e pela administração pública. O setor comercial é sem duvidas o mais responsável pelo fomento da economia teresinense (FAÇANHA, 2000).

Com o crescimento urbano no Estado do Piauí, o setor que mais se destacou foi o terciário, sendo o mais importante da economia de Teresina, sobretudo pela quantidade de estabelecimentos, bem como a quantidade de mão-de-obra absorvida. Os subsetores que formam o setor terciário, comércio e serviços, destacam-se na região pela qualidade (FAÇANHA, 2000, P)

A produção do espaço urbano de Teresina resultou das interações e conflitos entre os agentes e atores sociais da capital. A produção deste espaço pode ser visualizada nos diversos arranjos espaciais que dominam o cenário teresinense. Estes arranjos são verdadeiras formas espaciais produzidas ao longo dos anos através das relações sociais. A economia local baseia-se na fragilidade do setor secundário e na relação direta entre o setor público e o comércio. O setor público é o maior empregador da cidade; quando há o pagamento desta parcela da população, automaticamente o comércio é aquecido. Diante disto é notório que a dinâmica do crescimento da cidade de Teresina passa, antes de tudo, pela dinâmica do setor comercial (FAÇANHA, 2000). Atualmente a atividade comercial em Teresina está em expansão. A estabilidade econômica e as facilidades de pagamento resultaram no aumento do poder de compra da população, mesmo a de baixa renda. Estas transformações refletiram na organização das atividades comerciais da cidade, que tem passado por uma notável desconcentração dos estabelecimentos, ocasionando alguns fenômenos como a informalização do comércio; o surgimento do pólo de saúde; da zona dos shoppings centers; a descentralização e na maioria das vezes, ligada à ela, a especialização de atividades comerciais e prestadoras de

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serviços (FUNDAÇÃO CENTRO DE PESQUISAS ECONOMICAS E SOCIAIS DO PIAUÍ, 2003). Como exemplo de descentralização na capital, pode-se citar a expansão do comércio para novos bairros e áreas dinâmicas e atrativas como os bairros de Fátima, São Cristóvão, Dirceu Arcoverde e Piçarra e as Avenidas Nossa Senhora de Fátima, Miguel Rosa e João XXIII (FUNDAÇÃO CENTRO DE PESQUISAS ECONOMICAS E SOCIAIS DO PIAUÍ, 2003). Para ilustrar a especialização de atividades, tem-se a consolidação, em definitivo do comércio especializado de autopeças na Avenida Miguel Rosa (sul) e Barão de Gurguéia (Tabuleta); de material de construção na Piçarra; comércio de papelaria, pizzarias, restaurantes e farmácias na Avenida Nossa Senhora de Fátima; e o de concessionárias de automóveis na Avenida João XXIII (FUNDAÇÃO CENTRO DE PESQUISAS ECONOMICAS E SOCIAIS DO PIAUÍ, 2003).

O BAIRRO PIÇARRA

O bairro recebeu este nome por causa da grande concentração de jazidas de piçarra na área. No início do século XX a área onde hoje é o bairro Piçarra era um povoado de palhoças ao longo de um caminho de montarias, ponto de chegada para quem vinha do interior do Piauí, atravessando o rio Poti pelo antigo pontão, atualmente existe a ponte da Estrada de Ferro. Outros caminhos foram surgindo como a Estrada da Catarina, tendo como ponto de convergência o atual Mercado; desta forma, com o intenso fluxo de mercadorias, o bairro foi consolidando sua vocação comercial (SECRETARIA DO PLANEJAMENTO, 2004). A Piçarra evoluiu recebendo as primeiras melhorias urbanas como a construção do Mercado da Piçarra (construído no local da antiga feira); a Escola Domingos Jorge Velho e o Cineteatro São Raimundo, o Bagana, assim chamado devido às baganas que seus clientes jogavam no chão. Na década de 1970 foram abertas diversas avenidas; foi instalado o Hospital Casa Mater, atualmente Hospital Aliança e desenvolveu-se o comércio de material de construção, além do surgimento de vários outros bairros como o Cristo Rei, Cidade Nova e Ilhotas (SECRETARIA DO PLANEJAMENTO, 2004).

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O bairro Piçarra é hoje um importante centro comercial de material de construção civil. A venda de material de construção, tintas e ferragens começaram a ganhar destaque a partir dos anos de 1970, disponibilizando lojas especializadas com grande variedade de produtos, antes de difícil acesso ao consumidor piauiense (ARAÚJO,s/d). Nesta mesma década, o centro comercial de Teresina apresentava as primeiras características de estagnação e deteorização em algumas áreas, ao contrário do que ocorria com o comércio lojista, em ampla expansão. A partir de então verifica-se um processo de desconcentração dos estabelecimentos comerciais, que passam a buscar mais consumidores nos diversos bairros da capital. É nos anos de 1980 que o bairro Piçarra se consolida como importante centro comercial, especialmente no ramo de material de construção. Posteriormente passa a atrair estabelecimentos dos mais variados para a região, como será visto no resultado do estudo de caso (TAJRA, 1995). No Centro Comercial da Piçarra (CCP) (figura 01), mas precisamente ao longo da Avenida São Raimundo, pode-se encontrar todos os tipos de materiais de construção civil, entre eles: materiais elétricos, hidráulicos, tintas, argamassa, piso, cerâmica, louça, cimento, revestimento, tijolo, areia fina, areia grossa, telha, massará, seixo, pedras, material de fundação, ferragens e prémoldados.

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Figura 01: Portal de entrada do Centro Comercial da Piçarra Fonte: Lopes, 2009

Através da entrevista constatou-se que no CCP apresenta tanto empresas mais novas, com apenas alguns meses de instalação (J Monte Center), como empresas mais antigas, ainda da década de 1990 (CREL). A maioria das empresas tem poucos anos de existência, geralmente são as de grande porte e que apresenta maior variedade de produtos. As empresas possuem apenas de 1 a 3 anos de tempo de atividade e isto se deve à instalação das grandes empresas nesta região em virtude das vantagens oferecidas. Apesar do desaquecimento nos últimos anos das atividades nesta região de Teresina, como aponta a Agenda 2015, 25% empresas possuem mais de 10 anos de existência; a explicação para este número relativamente alto é o tipo de produto vendido, isto é, estas empresas geralmente são especializadas em um único produto, como a loja CREL, especialista na venda de tintas. Quanto aos motivos de instalação, foram verificados que: os impostos são mais baixos que outras áreas, como na zona Leste e no Centro; a facilidade de acesso é um dos fatores

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primordiais para que o CCP seja considerado um centro de referência na cidade de Teresina; tradição na família em vender materiais de construção; por haver maior proximidade com agências bancárias (Caixa Econômica e Banco do Brasil);e por haver uma maior concorrência entre as lojas estimulando a economia e aumentando as vendas. As maiores partes das lojas também possuem ou são filiais de outras lojas, mas a loja da Piçarra é sempre a que gera mais receita, com exceção da J Monte Center, que possui mais três lojas, uma no Saci, na Kennedy e no Dirceu e afirmou que a loja do Saci é que gera mais lucros. Outras lojas também possuem filiais: CREL: Dirceu, D. Severino, Marquês, Timon e Valter Alencar; a Rabelo, na Piçarreira; e a Construbem, em Timom. De todas as filiais, aquelas que dão mais lucros são do Dirceu, Saci e da Avenida Kennedy, respectivamente. A demanda por produtos da Piçarra é de todas as zonas de Teresina e também de Timon, no Maranhão, e de outras cidades do estado do Piauí como Bom Jesus, Miguel Alves, União e Altos. Atendem à clientes dos mais variados poderes aquisitivos. Quanto ao número de funcionários, foram encontradas lojas que empregam de dois à dez pessoas e poucas são familiares, somente aquelas mais antigas. A maioria das empresas apresenta um número baixo de empregados, estas geralmente são lojas pequenas e mais antigas. As empresas maiores e que se instalaram recentemente empregam mais. O pessoal ocupado são de todas as zonas de Teresina ( zonas norte, leste, centro e sul), mas a grande maioria são moradores da zona sul. As lojas que vendem materiais como areia, seixo, massará e pedras não possuem seus depósitos no bairro Piçarra, a maior parte deles é instalada nos bairros Saci e Dirceu. Estes materiais também não são mais extraídos na Piçarra, segundo os lojistas, mas também não informaram onde estão localizadas as novas jazidas. Já os produtos elétricos, hidráulicos e tintas são comprados de vários estados como São Paulo, Paraná, Aracajú, Ceará e Recife. Foi verificado também que todo tipo de material de construção pode ser encontrado no centro comercial, não havendo necessidade de deslocamento para outras áreas. Algumas lojas se especializaram em apenas um produto, sob a alegação de que quanto menos diversificada for a loja, maior é a satisfação do cliente, porque ele pode procurar diretamente o produto que deseja sem haver necessidade de sair pesquisando e encontra de todas as

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marcas e preços em um só local. Mas há também aqueles que acreditam que a diversidade de produtos atrai mais clientes porque ele acaba levando além do que foi procurar. A instalação de lojas maiores e de renome em Teresina melhorou, em parte, as vendas, segundo os lojistas, porque ao mesmo tempo em que elas atraem a clientela, ela também retira a mesma. Os donos das maiores lojas acreditam em seu potencial por proporcionarem maior conforto, facilidade de pagamento e variedade de produtos. Os donos de lojas menores, especialmente aqueles mais antigos, afirmaram que as vendas atuais se comparada com anos anteriores diminuíram, em virtude da concorrência com as grandes lojas. Em virtude da grande concentração de pessoas nos arredores do CCP foram instalados diversos estabelecimentos de comércio e prestadores de serviços ao longo da Avenida São Raimundo. Além do grande número de lojas, há ainda a proximidade com o Mercado Público da Piçarra, fator que atrai ainda mais clientes não só do próprio bairro, mas de todas as zonas de Teresina. Apesar da presença de um grande grupo de supermercado e frigorífico, os estabelecimentos de comércio varejista de pequeno porte e o Mercado Central mantém suas atividades aquecidas, pois nem sempre possuem desvantagens em relação aos preços, somente quando se trata de variedade de marcas dos produtos. A presença de duas grandes agencias bancárias é um dos principais fatores indicados pelos lojistas como vantagens de instalação das empresas na região. Além das agências bancárias há ainda duas casas prestadoras de serviços bancários e que também atendem às expectativas dos comerciantes. Pode-se observar também a concentração de pensões em virtude da proximidade com o Pólo de Saúde de Teresina e que atendem às pessoas vindas de vários estados brasileiros como o Maranhão, Mato Grosso e Pará. Além da proximidade há uma saturação no pólo, fator que levou estas pensões ao bairro Piçarra. Encontra-se ainda na Avenida São Raimundo oficinas mecânicas, pontos de moto táxi, um supermercado, salões de beleza, lan houses, óticas, depósito de bebidas, clínica odontológica, um hotel, duas lotéricas e dois bancos.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

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O estudo buscou primeiramente analisar os aspectos teóricos referentes ao espaço urbano, importante no entendimento dos processos e ações que na prática, ocorrem nas grandes cidades. Os trabalhos de Roberto Lobato Corrêa são base para o entendimento teórico sobre o espaço urbano. Sobre o bairro Piçarra, pode-se constatar que a venda de materiais de construção é a sua característica mais marcante desde os anos 1980. Ocorre, portanto, nesta região dois processos espaciais urbanos: a descentralização e a coesão, processos estes que não se anulam, mas se completam. Atrelada à venda de materiais de construção, estão diversas outras atividades comerciais e de serviços que surgiram no entorno como: lanchonetes, restaurantes, supermercados, farmácias, lojas pet, pensões, etc. e que atendem tanto aos consumidores do bairro e adjacências, quanto de outras cidades do Piauí e outros estados, que buscam no Centro Comercial da Piçarra melhores preços e variedades de marcas. A avaliação dos resultados da pesquisas pode ser importante em uma possível aplicação de políticas públicas que venham a colaborar com o desenvolvimento das vendas no bairro Piçarra.

BIBLIOGRAFIA

ARAÚJO, L. M. V. de. Uma historia construída por capuchinhos e franciscanos de mãos dadas com o povo. In: Raízes do bairro Piçarra. Teresina, s/d. CASTELLS, M. Problemas de investigação em sociologia urbana. Rio de Janeiro, Editorial Presença: Martins Fortes, 1975. CORRÊA, R. L. O espaço urbano. 3° ed. Rio de Janeiro, Ática, 1995. FAÇANHA, A C. A evolução urbana de Teresina: agentes, processos e formas espaciais da cidade. Dissertação de mestrado. Universidade Federal de Pernambuco. Recife, 2000. FUNDAÇÃO CENTRO DE PESQUISAS ECONOMICAS E SOCIAIS DO PIAUÍ. Piauí: evolução, realidade e desenvolvimento. Teresina: PMT, 2003. PREFEITURA MUNICIPAL DE TERESINA. Agenda 2015. Teresina, 2005. SECRETARIA DE PLANEJAMENTO. Teresina em bairros. Teresina, PMT, 2004. SPOSITO, Mario Encamaça Beltrão. Capitalismo e Urbanização. Rio de Janeiro: Contexto, 1986.

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TAJRA, J.E. O comércio e a indústria no Piauí. In: SANTANA, R.N.M. Piauí: formação, desenvolvimento e perspectivas. Teresina: HALLEY, 1995.

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