Produção de biomassa de capuchinha sob diferentes doses de nitrogênio

June 4, 2017 | Autor: Carolina Tirloni | Categoria: Nitrogen, Biomass production, Randomized Block design, Medicinal Plant
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Produção de biomassa de capuchinha sob diferentes doses de nitrogênio José Hortêncio Mota1,4; Rosimeire Pereira Gassi2,4; Cassiano Cremon2,4; Carolina Tirloni2,4; Maria do Carmo Vieira3,4, Néstor A. Heredia Zárate.3,4 1

Pesquisador DCR CNPq; 2 Doutorando em Agronomia; 3Professor do curso de Agronomia, 4 Universidade Federal da Grande Dourados – UFGD, Depto de Ciências Agrárias, Caixa Postal 533, 79804-970, Dourados-MS. E-mail: [email protected]

RESUMO O objetivo do trabalho foi avaliar a capacidade produtiva da capuchinha sob diferentes doses de nitrogênio. Os tratamentos em estudo foram quatro doses de nitrogênio na forma de uréia (0; 40; 80; 120 kg ha-1). Foi utilizado o delineamento blocos casualizados, com quatro repetições. Os espaçamentos foram de 30 cm para plantas e de 50 cm para fileiras, a área total de cada parcela foi de 4,05 m2 (2,70 m de comprimento e 1,5 m de largura). Sendo que as doses de uréia foram aplicadas aos 10 e 20 dias após a implantação do experimento. Como a parte comercial das plantas são as flores, que são comestíveis foram realizadas 10 colheitas a cada sete dias sucessivamente, onde foram avaliadas o número de flores, biomassa fresca e seca, e após o termino do experimento foi realizado o corte de duas plantas para estimar a biomassa fresca e seca. As características avaliadas, não apresentaram diferenças significativa entre as diferentes doses de nitrogênio estudada. Palavras chave: Tropaeolum majus L., nitrogênio, plantas medicinais. ABSTRACT – Biomass production of nasturtium under different doses of nitrogen The aim of this work was to evaluate productive capacity of nasturtium under different doses of nitrogen. Studied treatments were four doses of nitrogen in urea form (0; 40; 80; 120 kg ha-1). A randomized block design was used with four replications. Spaces between plants were 30 cm and between rows were 50 cm, with total area of each plot of 4.05 m2 (2.70 m length and 1.5 m width). Doses of urea were applied on 10 and 20 days after the establishment of the experiment. As commercial parts of plants are flowers, that are edible, 10 harvest were done at every seven days successively, in which were evaluated the number of flowers, fresh and dried biomass, and after the end of the experiment a cut of two plants was done for estimating the fresh and dried biomass. Evaluated characteristics did not show significative differences between different doses of nitrogen studied. Keywords: Tropaeolum majus L., nitrogen, medicinal plants.

INTRODUÇÃO A Tropaeolum majus L., conhecida vulgarmente como capuchinha, possui ampla utilização, existindo relatos de seu uso como planta medicinal, consorciada, melífera, corante natural, hortaliça não-convencional e ornamental. Além disso, possui grande importância na apicultura comercial (Ortiz de Boada & Cogua, 1989). Devido à beleza de suas flores e folhagem é utilizada em projetos de paisagismo (Bremness, 1993). A planta de capuchinha é bastante rústica, de fácil cultivo e encontrada em várias partes do mundo. Sendo que em alguns países com a Índia, toda a planta é utilizada na alimentação, já na França, as flores, botões florais e frutos são empregados na sofisticada culinária, e no Brasil, a planta de capuchinha é utilizada na medicina popular como antiescorbútica, tônica, expectorante e os frutos secos como purgante (Panizza, 1997). Entre as indicações medicinais, a capuchinha é citada como antiespasmódica, antiescorbútica, antisséptica, estimulante do bulbo capilar, expectorante, desinfectante das vias urinárias, digestiva e dermatológica; algumas espécies do gênero também são usadas como anticoncepcionais (Font Quer,1993). O nitrogênio é componente de proteínas, clorofila e enzimas. É, portanto um nutriente fundamentalmente responsável pelo crescimento vegetativo. Quando há falta de nitrogênio, a planta se torna verde amarelada, com queda prematura das folhas, não se desenvolvendo e nem produzindo satisfatoriamente, é um nutriente que pode ser aplicado via foliar quando necessário para estimular a vegetação das plantas, pois devido as grandes quantidades retiradas pelas culturas, é possível fornecer uma porcentagem significativa pelas folhas. Esse trabalho teve como objetivo avaliar a capacidade produtiva da capuchinha sob diferentes doses de nitrogênio.

MATERIAL E MÉTODOS O experimento foi conduzido em área do Horto de Plantas Medicinais do Núcleo Experimental de Ciências Agrárias da Universidade Federal da Grande Dourados, em Dourados-MS, no período de 01/04/2004 a 17/09/2004. O município de Dourados situa-se em latitude de 22º13’16”S, longitude de 54º17’01”W e altitude de 430 m. O clima da região, segundo a classificação de Köppen, é Mesotérmico Úmido; do tipo Cwa, com temperaturas e precipitações médias anuais variando de 20o a 24oC e de 1250 mm a 1500 mm, respectivamente. Os tratamentos em estudo foram quatro doses de nitrogênio na forma de uréia (45% de N) em quatro doses (0; 40; 80; 120 kg ha-1). As plantas de capuchinha foram semeadas

em bandejas de poliestireno de 128 células preenchidas com substrato comercial, e após 30 dias as mesmas foram transplantadas no campo, sendo que a aplicação das doses de uréia foram realizadas aos 10 e 20 após a implantação do experimento. Foi utilizado o delineamento blocos casualizados, com quatro repetições. Os espaçamentos entre plantas foram de 30 cm entre plantas e 50 cm nas fileiras, a área total de cada parcela foi de 4,05 m2 (2,70 m de comprimento e 1,5 m de largura). Como a parte comercial das plantas são as flores, que são comestíveis, foram realizadas 10 colheitas a cada sete dias onde foram avaliados os números de flores, biomassa fresca, seca, e após o término do experimento foi realizado o corte de duas plantas para estimar a biomassa fresca e seca. As médias foram testadas pelo teste F, a 5% de probabilidade. RESULTADOS E DISCUSSÃO Não foram verificadas diferenças significativas para as características avaliadas em função dos tratamentos (Figura 1). Como as doses de nitrogênio foram aplicadas aos 10 e 20 dias após o plantio das mudas, e a capuchinha cultivada por 79 dias no campo, a ausência de resposta significativa das características avaliadas aos tratamentos pode estar relacionada provavelmente, ao processo de lixiviação sofrido pelo nitrogênio durante o período em estudo, ficando a produção influenciada apenas pela matéria orgânica presente no solo, que forneceu nutrientes às plantas em quantidades necessárias para o seu desenvolvimento. Estes dados estão coerentes com os obtidos por Sangalli (2003), que ao estudar a produção de flores da capuchinha em função do uso de resíduo orgânico associado ou não ao nitrogênio, observou que a maior produção de massa fresca, seca e número de flores da planta ocorreram quando se utilizou o tratamento resíduo orgânico associado ao nitrogênio.

AGRADECIMENTOS Ao CNPq, pelas bolsas concedidas e à FUNDECT, pelo apoio financeiro. LITERATURA CITADA BREMNESS, L. Manual del herborista. Madrid: Raízes, 1993.285p. FONT QUER, P. Plantas medicinales el dioscórides renovado. Barcelona: Editorial Labor S.A. 1993. v. 2. 637p. ORTIZ DE BOADA, D.; COGUA, J. Reconocimiento de granos de polen de algunas plantas melíferas en la sabana de Bogotá. Agronomia Colombiana, v. 6, p. 52-63, 1989.

PANIZZA, S. Plantas que curam: cheiro de mato. 2a. ed. São Paulo: IBRASA, 1997, 279p. SANGALLI, A. Produção de biomassa de Tropaeolum majus L. em função de nitrogênio e resíduos orgânicos. 2003. 35f. Dissertação (Mestrado em Agronomia) – Campus de Dourados, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Dourados/MS.

FIGURA 1. Massas frescas e secas de flores (MFF e MSF) e massas frescas e secas de plantas (MFP e MSP) de capuchinha adubada com quatro de nitrogênio. UFGD, Dourados, 2004.

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