Produção de Material Didático: o gênero em questão

Share Embed


Descrição do Produto

PRODUÇÃO DE MATERIAL DIDÁTICO: O GÊNERO EM QUESTÃO

Esp. Fernanda Priscila Carraro (UNICENTRO/I)

Resumo: Este artigo pretende discutir brevemente sobre o ensino crítico e a produção de materiais didáticos, levando em consideração o papel do professor como consumidor/produtor de materiais. Para isto, a pesquisa será pautada nos trabalhos de Ferreira (2006 e 2012), Freire (2010), Auad (2006), Pereira e Gottheim (2013), entre outros autores que tratam da temática abordada. Por fim, será proposta uma unidade didática que objetive levar o aluno à reflexão sobre papéis exercidos por homens e por mulheres na sociedade atual. Palavras-Chave: produção de materiais, ensino crítico, gênero. Resumen: Este artículo pretende discutir brevemente acerca de la enseñanza crítica y la producción de materiales didácticos, llevando en cuenta el papel del profesor como consumidor/productor de materiales. Para esto, la pesquisa será pautada en los trabajos de Ferreira (2006) e (2012), Freire (2010), Auad (2006), Pereira e Gottheim (2013), entre otros autores que tratan de la temática abordada. Al final, será propuesta una unidad didáctica que objetive llevar el alumno a la reflexión acerca de los papeles ejercidos por los hombres y por las mujeres en la sociedad actual. Palabras-Clave: producción de materiales, enseñanza crítica, género.

1 Introdução

Muito se tem discutido sobre o termo gênero (SCOTT, 1995) e sobre a educação de meninos e meninas (AUAD, 2006) na escola. A existência de designações de papéis a serem exercidos por homens e por mulheres ainda se fazem presentes em nossas práticas diárias. O objetivo principal deste trabalho é incentivar a reflexão sobre os papéis exercidos por homens e por mulheres em nossa sociedade. Também proporcionar, através do ensino crítico, um espaço de discussão sobre a temática que está presente em nosso meio, além de refletir sobre a produção de material didático, levando em consideração o papel do professor e do aprendiz enquanto produtores/consumidores de materiais de ensino/aprendizagem.

Revista Interlinguagens

2014

5ed

v.1

ISSN2178-955X

Página 137

Para a breve reflexão proposta para tratar sobre o ensino crítico e a produção de material didático, tomarei como base os pressupostos teóricos de Ferreira (2006) e (2012), Freire (2010), Auad (2006), Pereira e Gottheim (2013), entre outros. A primeira parte do trabalho apresenta as reflexões sobre o que é material didático e sobre a produção de materiais didáticos, bem como sobre o ensino crítico e/ou aprendizagem significativa. No segundo apartado, é apresentada a proposta de sequência didática elaborada para trabalhar com as questões de gênero: os papéis designados para as mulheres e para os homens em nossa sociedade. E, por fim, as conclusões.

2 A produção de materiais didáticos para o ensino de línguas

Antes mesmo de chegarmos ao entendimento do que é a produção de material didático, vale a reflexão do que é material didático (MD). Segundo Barros e Costa (2010), são ferramentas utilizadas pelo professor em seu trabalho. Ou seja, um elemento importante para o estudo de uma língua e que, na escolha do material, devem ser considerados os objetivos e necessidades dos alunos, do professor e da instituição de ensino. Os materiais devem contemplar os requisitos exigidos pelos documentos oficiais que regem a educação brasileira (LDB, PCN, OCEM). Além disso, este elemento (MD) não se refere apenas aos livros didáticos ou materiais publicados, e sim a qualquer material que sirva de suporte para o desenvolvimento do trabalho do professor. Dito isto, entende-se que o professor é um produtor de material para o ensino, pois utiliza diferentes elementos para atingir seus objetivos de ensino/aprendizagem. Assim, o MD pode ser um texto escrito, uma imagem, uma história em quadrinhos, um conto, um anúncio, um bilhete de metrô, ou até mesmo os materiais orais previstos pelo professor ou inventados na hora da prática em sala de aula. Quanto à produção de material didático, segundo Silva (2005), esta corresponde a propor estratégias para uma aprendizagem significativa. A língua, segundo a autora, não é formada somente por uma conduta verbal. Deve-se levar em consideração o público a que o material será destinado bem como os objetivos que os aprendizes pretendem alcançar ao aprender a nova língua.

Revista Interlinguagens

2014

5ed

v.1

ISSN2178-955X

Página 138

De uma forma geral, os materiais de ensino de línguas

que adotamos ou produzimos se compõem de amostras de língua, ou seja, de porções variadas de discursos orais ou escritos que objetivam colocar o aluno em contato com o idioma estudado e promover uma compreensão do funcionamento e do uso de tal idioma; de conceitualizações – informações e sistematizações dos conteúdos trabalhados (gramaticais, lexicais, culturais, etc.); e de atividades diversas para a prática dos conteúdos e desenvolvimento das habilidades (ler, ouvir, falar, escrever). (BARROS e COSTA, 2010. p. 89)

Ou seja, todo e qualquer elemento utilizado em sala de aula, com a finalidade de ensino/aprendizagem, seja ele oral ou escrito, pode ser considerado um MD. E a forma como estes elementos são utilizados, desde a escolha do material até a maneira de aplicá-lo, é de responsabilidade do professor. De acordo com Almeida Filho (2013) produzir um MD “equivale metaforicamente a escrever uma partitura para ser interpretada em execuções na materialidade da aula e suas extensões” (p. 13), ou seja, prever ações referentes aos conteúdos previstos para o trabalho. Ainda, segundo o autor, temos que nos lembrar, também, de uma explicação metodológica de cada MD produzido. Mas isso “não é tudo e nem é a parte mais importante do processo” (p. 17), por isso não daremos atenção, nesta pesquisa, aos métodos e enfoques para o ensino de línguas, mas vale ressaltar que o MD produzido reflete as ideologias e metodologias utilizadas pelo professor, nesse caso o produtor de materiais.

3 Ensino crítico: breve reflexão

O trabalho do professor é infindável. E por mais que ele se realize dentro de uma sala, isso não quer dizer que ele esteja isolado do mundo e da sociedade. É por isso que o professor deve estar sempre atualizado, buscando aperfeiçoamento e tentando “compreender melhor a realidade que nos cerca e, ainda, nos posicionar frente às ideologias que perpassam e, muitas vezes, determinam a nossa prática” (FREITAS e PESSOA, 2012, p. 145). Ao fazer isso, segundo Freitas e Pessoa, o professor não

Revista Interlinguagens

2014

5ed

v.1

ISSN2178-955X

Página 139

somente se aperfeiçoa, mas também reflete sobre “a complexidade que envolve o ato de educar” (2012, p. 146). Levando em consideração o fato de que o professor deve relacionar, de acordo com as leis que regem a educação básica brasileira, os conteúdos trabalhados em sala com o social, ou seja, com o cotidiano do aluno e com suas experiências vividas, entende-se que o professor pode tratar, em suas aulas, de assuntos relacionados ao meio social em que vive e que, consequentemente, compartilha com seus alunos. Por isso, o trabalho do professor também diz respeito às discussões de temáticas relacionadas à raça, etnia, sexualidade, gênero, etc. Assuntos estes que, infelizmente, ainda são considerados tabus em nossa sociedade. Para tratar disso, tomamos como base o Ensino Crítico, que

refere-se aos meios e métodos que testam e esperam mudanças de estruturas das escolas que permitem desigualdades e injustiças sociais. O ensino crítico é uma ferramenta político-cultural que trata seriamente a noção de diferenças humanas, particularmente aquelas diferenças relacionadas a raça, classe e gênero. [...] E finalmente um ensino crítico também discute as crenças impregnadas no sistema escolar. (KAMPOL, 1994, p. 27 apud FERREIRA, 2006, p. 27)

Através do ensino crítico, o professor pode obter resultados significativos na formação crítica e reflexiva de seus alunos. “Educar homens e mulheres, para uma sociedade democrática e igualitária, requer reflexão coletiva, dinâmica e permanente.” (AUAD, 2006, p. 14) E é neste sentido que proponho a unidade didática, para que a educação crítica destes meninos e meninas da escola seja refletida em suas identidades futuras, haja vista que “as práticas escolares (...) são percebidas como elementos que produzem e posicionam os sujeitos que delas participam. Os significados são produzidos nas práticas.” (AUAD, 2006, p. 14-15). É importante ressaltar que,

Gênero não é sinônimo de sexo (masculino ou feminino). As relações de gênero correspondem ao conjunto de representações construído em cada sociedade, ao longo de sua história, para atribuir significados, símbolos e diferenças para cada um dos sexos. (AUAD, 2006, p. 21).

Desta forma, justifico a importância de se trabalhar a questão de gênero e preconceito com relação aos papéis designados para homens e para mulheres

Revista Interlinguagens

2014

5ed

v.1

ISSN2178-955X

Página 140

atualmente, pois estas designações são construídas socialmente, e o trabalho desta temática em sala de aula – espaço de formação e construção de identidade(s) – é crucial para a formação crítica e reflexiva dos aprendizes. Como afirma Ferreira (2006) “o espaço escolar também é responsável pela construção da cidadania” (FERREIRA, 2006, p. 27). Além disso, a prática de produção de material crítico para o ensino é importante não somente para a formação do aluno, mas também para a formação e reflexão da prática do professor, pois como afirma Freire (2010), “na formação permanente de professores, o momento fundamental é o da reflexão crítica sobre a prática. É pensando criticamente na prática de hoje ou de ontem que se pode melhorar a próxima prática”. (FREIRE, 2010, p. 39). Vale ressaltar que, a unidade que ora proponho, foi desenvolvida tomando como base os exemplos contidos na obra de Ferreira (2006): Formação de professores raça/etnia: reflexões e sugestões de materiais de ensino em português e inglês.

4 Proposta de Unidade Didática: trabalhando com o tema gênero

Neste apartado apresentarei a unidade didática (UD) desenvolvida (em anexo) a partir de elementos diversos, mas que se relacionam entre si devido a sua temática. Apresento, também, os objetivos do MD desenvolvido, e as atividades propostas. O principal objetivo da elaboração desta unidade é criar um ambiente de discussão, em sala de aula, sobre o tema: O papel da mulher na sociedade: passado, presente, futuro. O título objetiva levar o aprendiz à reflexão sobre os papéis exercidos pela mulher, e também pelo homem, levando em consideração estes três tempos: o antes, o agora, e o depois. Dentre os objetivos específicos, estão: i) identificar, a partir dos materiais utilizados em sala de aula, a curiosidade dos alunos em buscar que tipos de programações são ofertadas/destinadas para mulheres na mídia (jornais, revistas, televisão, etc.); ii) usar diferentes materiais para desenvolver nos alunos a reflexão sobre o tema abordado; iii) desenvolver nos alunos a curiosidade de estudo sobre os papéis exercidos por homens e mulheres em nossa sociedade; iv) desenvolver o senso crítico e reflexivo nos alunos a partir de discussões dos materiais utilizados em sala de aula; e v) relacionar o tema

Revista Interlinguagens

2014

5ed

v.1

ISSN2178-955X

Página 141

trabalhado com aspectos vividos pelos próprios alunos, a fim de detectar a presença e a experiência de algum fato relacionado aos materiais trabalhados em sala. A unidade didática inicia com a seguinte pergunta: “Qual(is) é(são) a(s) diferença(s) entre homens e mulheres?”. Com esta questão, objetiva-se que os aprendizes se manifestem dizendo se existem diferenças entre homens e mulheres e quais seriam estas diferenças, em que aspectos, situações, atitudes, etc., para que se desenvolva uma discussão sobre o tema proposto, e para avaliar o conhecimento prévio dos alunos. É importante que o professor esteja mediando estas discussões para ajudar na reflexão e entendimento dos alunos. Depois da discussão mediada pelo professor, a unidade apresenta algumas questões para desenvolver a reflexão entre os alunos, que podem estar divididos em grupos. Na segunda parte da UD, os aprendizes poderão assistir ao vídeo “The Impossible Dream” (1984), e refletir sobre quais papéis são designados, no vídeo, para homens e para mulheres, assim, desencadeando uma discussão sobre o que a mulher representa na sociedade de antes, e de hoje. Esse vídeo serve também para gerar questões como: pensar a época em que se fez o vídeo, como eram os costumes da sociedade em relação aos papéis do homem e da mulher, e fazer um comparativo com os dias atuais. Neste apartado, ainda, é apresentado o texto “Ellas, clases de cocina; ellos, de gestión”, publicado recentemente no site de notícias El País, que serve para motivar os alunos a estudar e discutir sobre o tema, devido a recente publicação no site, justificando assim que ainda hoje existe o preconceito de gênero e que ainda existem estereótipos com relação aos papéis sociais de homens e de mulheres. As perguntas apresentadas servem para que os alunos consigam interpretar as informações do texto, bem como consigam refletir sobre o conteúdo apresentado: cursos destinados para homens e cursos destinados para mulheres, e o que este objetivo representa/reflete na sociedade em relação aos papéis destinados a homens e a mulheres. Nesta parte da unidade, será solicitada uma tarefa para casa, como pesquisa, que os alunos busquem alguma notícia, imagem ou informação que demonstre o preconceito contra a mulher. Para isso, sugere-se que o professor retome as discussões já realizadas a partir das perguntas de conhecimento prévio e os resultados das atividades já realizadas em sala. A terceira atividade da parte dois, apresenta uma história em quadrinhos (doravante HQ), do autor Quino, e posteriormente algumas questão sobre esta, para que os

Revista Interlinguagens

2014

5ed

v.1

ISSN2178-955X

Página 142

aprendizes relacionem os conteúdos das atividades anteriores com o conteúdo apresentado na HQ. Por fim, este apartado apresenta uma tarefa de pesquisa sobre o tema estudado. Na parte três da UD, se pode trabalhar com o filme: “O Sorriso de Monalisa”, lançado em 2003, com roteiro de Mark Rosenthal e Lawrence Konner e direção de Mike Newell. Este filme apresenta uma atmosfera que retrata os costumes dos anos 1950. Trata da história de uma professora de Arte que enfrenta uma escola feminina tradicionalista, onde as melhores e mais brilhantes jovens mulheres dos Estados Unidos recebem uma excelente educação para se transformarem em cultas esposas e responsáveis mães. No filme, a professora irá tentar “abrir os olhos” de suas alunas para que reflitam sobre seus papéis sociais e que sigam carreiras e não somente estudem para serem boas donas de casa. Com este objetivo, a professora enfrenta a administração da escola e até mesmo as garotas que lá estudam. As questões apresentadas servem para a discussão sobre o filme e a sua relação com o tema da UD. A tarefa final solicita que, os alunos divididos em grupos, apresentem um comercial representando alguns estereótipos de mulheres ironizando o preconceito existente em relação ao gênero feminino e em relação ao papel que este “deve” cumprir na sociedade. É importante deixar claro para os alunos os objetivos desta atividade que é o de identificar estas designações de papéis existentes na sociedade nos dias de hoje, reforçando a ideia de que não devem apoiar atitudes preconceituosas e pedir para que apresentem, além do comercial, uma reflexão justificando a atuação no vídeo.

5 Considerações finais

Esta pesquisa buscou discutir e propor reflexões sobre os materiais didáticos para o ensino de línguas, com especial atenção à produção de MD e o ensino crítico. A bibliografia utilizada oferece aos professores e interessados nas temáticas abordadas a possibilidade de aprofundamento teórico. No campo das línguas estrangeiras, é necessário reforçar que nós, profissionais que utilizamos a língua como ferramenta de trabalho e pesquisa, busquemos constantemente o aperfeiçoamento e a reflexão crítica sobre o nosso desempenho profissional a fim de

Revista Interlinguagens

2014

5ed

v.1

ISSN2178-955X

Página 143

desconstruir tais discursos que reforçam o preconceito e assim construir uma sociedade mais igualitária. Outro objetivo foi o de refletir sobre o espaço de discussão que a sala de aula de língua dispõe para o trabalho de professores e alunos, e que este deve levar em conta o meio social dos aprendizes e também deve contribuir para a formação crítica e reflexiva de ambos, já que este espaço, o da sala de aula, é também um formador de identidade(s).

Referências Bibliográficas

ALMEIDA FILHO, José C. P. Codificar conteúdos, processo, e reflexão formadora no material didático para ensino e aprendizagem de idiomas. In.: Materiais didáticos para o ensino de língua estrangeira: processos de criação e contextos de uso. Campinas, SP: Mercado das Letras, 2013. AUAD, Daniela. Educar meninos e meninas: relações de gênero na escola. São Paulo: Contexto, 2006. BARROS, Cristiano S. COSTA, Elzimar G. M. Elaboração de materiais didáticos para o ensino de espanhol. In.: BARROS, Cristiano S. COSTA, Elzimar G. M. (coord.) Espanhol: ensino médio. Ministério da Educação. Brasília: Secretaria de Educação Básica, 2010. FERREIRA, Aparecida de J. Formação de professores raça/etnia: reflexões e sugestões de materiais de ensino em português e inglês. Cascavel: Assoeste, 2006. ______. (Org.). Identidades sociais de raça, etnia, gênero e sexualidade: práticas pedagógicas em sala de aula de línguas e formação de professores/as. Campinas: Pontes, 2012. FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 2010. FREITAS, Marco T. U. PESSOA, Rosane R. Gênero, sexualidade e ensino crítico de línguas estrangeiras: intersecções com a formação de professores/as. In.: FERREIRA, Aparecida de J. (org.). Identidades Sociais de Raça, Etnia, Gênero e Sexualidade: práticas pedagógicas em sala de aula de línguas e formação de professores/as. Campinas, SP: Pontes, 2012. SCOTT, Joan Wallach. “Gênero: uma categoria útil de análise histórica”. Educação & Realidade. Porto Alegre, vol. 20, nº 2, jul./dez. 1995, pp. 71-99. Revisão de Tomaz Tadeu da Silva.

Revista Interlinguagens

2014

5ed

v.1

ISSN2178-955X

Página 144

SILVA, Érica A. O papel feminino. Fonte: . Acesso: 18/08/2013. SILVA, Luz M. P. Enseñanza de español para brasileños: elaboración de material didáctico. In.: SEDYCIAS, João (org.). O ensino do espanhol no Brasil: passado, presente, futuro. São Paulo: Parábola Editorial, 2005.

Anexos

UNIDADE DIDÁTICA

O PAPEL DA MULHER NA SOCIEDADE: PASSADO, PRESENTE, FUTURO

PARTE 1

Discussão prévia ¿Cuál(es) es(son) la(s) diferencia(s) entre hombres y mujeres? ¿De qué manera usted cree que estas diferencias pueden tener efecto en la vida de las personas?

1. Discusión en grupos

1. ¿Cuál es el papel de los medios (periódicos, televisión, revistas, radio, etc) en la construcción o perpetuación de los papeles destinados para hombres y para mujeres? De ejemplos.

2. ¿Cree que los medios de comunicación pueden colaborar con la (des)construcción de estos estereotipos? ¿Cómo?

3. ¿Cómo es presentada la belleza de la mujer en los medios de comunicación?

4. ¿Cuáles son los tipos de programaciones destinadas para mujeres y para hombres en los medios de comunicación, y qué cree usted acerca de esto?

Revista Interlinguagens

2014

5ed

v.1

ISSN2178-955X

Página 145

PARTE 2

2.1 VÍDEO: THE IMPOSSIBLE DREAM (1984)

(Video disponible en: http://www.youtube.com/watch?v=dKSdDQqkmlM. Acceso en 15/07/2014.)

1. A partir de lo que ha visto en el video, contesta a las preguntas: a) ¿Qué pasa en la historia que ha visto?

b) ¿Ya ha participado/presenciado alguna actitud semejante a la del video? ¿Cómo fue? c) El video se intitula: “The imposible dream”, un sueño imposible. Este video hace referencia a los años 80. ¿Cree que todavía este sueño es imposible? ¿Y cree que, en los días de hoy, aún existen situaciones como en la del video? Explique su respuesta.

d) ¿Está de acuerdo con los papeles definidos en la historia? ¿Por qué?

e) ¿Qué ocurre en el final de la historia? ¿Qué piensa usted acerca de esto?

2.2 TEXTO: “ELLAS, CLASES DE COCINA; ELLOS, DE GESTIÓN”

1. Lee el siguiente texto:

Ellas, clases de cocina; ellos, de gestión La Comunidad de Madrid subvenciona una oferta de Formación Profesional diferenciada por sexos que imparten cinco centros segregados de la región PILAR ÁLVAREZ Madrid 15 FEB 2013 - 22:18

Revista Interlinguagens

2014

5ed

v.1

ISSN2178-955X

Página 146

Si es chica, que aprenda cocina, moda o secretariado. Si es chico, que se centre en gestión administrativa, telecomunicaciones o finanzas. Un total de 24 centros educativos separan a alumnos y alumnas en Madrid. Cinco de ellos, todos sostenidos con fondos públicos, ofertan ciclos de Formación Profesional con un perfil que dista ampliamente si el alumno es hombre o si se trata de una mujer.

Cursos de chicos Telecomunicaciones, Sistemas Microinformáticos y Redes, Administración de Sistemas Informáticos en Red, Instalaciones Electrotécnicas, Sistemas Electrónicos y Automatizados, Gestión Adm., Adm. y Finanzas, Desarrollo de Ap. Informáticas, Desarrollo de Ap. Multiplataforma, Impresión en Artes Gráficas, Preimpresión en A. Gráficas, Sistemas Microinformáticos y Redes, Diseño y Producción Editorial.

La Educación segregada por sexos está en el centro del debate por varias razones. La nueva reforma que prepara el Ministerio de Educación ampara que estos centros reciban fondos públicos, mientras comunidades como Andalucía acaban de retirar las ayudas a 12 colegios después de que una sentencia del Supremo estableciera en julio de 2012 que pueden negarles el concierto. Madrid, gobernada por el PP, no solo subvenciona con fondos públicos 11 de los 24 colegios que gestionan principalmente dos órdenes ultracatólicas: Opus Dei y Legionarios de Cristo. También ha cedido suelo público para la construcción de al menos tres de ellos y respalda sus currículos amparándose en la “libertad de elección de los padres”, según un portavoz de la Consejería de Educación. ¿Y cuál es ese currículo? Cinco centros concertados ofertan Formación Profesional. Los tres masculinos se centran en cursos como Instalaciones Electrónicas o Desarrollo de Aplicaciones Informáticas. Los dos femeninos, en Secretariado, Cocina y Gastronomía o Educación Infantil (ver cuadro). “Obedecen al tipo de trabajo que se entienden propio de las mujeres”, considera Carmen Heredero de Pedro, coordinadora del Observatorio de la Igualdad de Género de CC OO Madrid y autora del informe Una educación diferenciada para la diferencia entre los sexos, editado en 2011 y presentado ayer en la Asamblea de Madrid. “Este tipo de educación no favorece la igualdad de sexos aunque sus defensores sostengan lo contrario”, considera Heredero.

Cursos de chicas Dos centros concertados solo para alumnas ofrecen los siguientes ciclos formativos de FP: Gestión Administrativa, Dietética, Secretariado, Cocina y Gastronomía, Educación Infantil, Dirección de Cocina, Gestión de Alojamientos Turísticos, Patronaje y Moda. Educación asegura que nunca ha recibido quejas por esta oferta.

“No es una cuestión de género, sino de historia”, señala Alfonso Aguiló, presidente de la Asociación Madrileña de Empresas Privadas de Enseñanza y director del Tajamar, uno de los centros masculinos con FP. “El centro tiene más de 50 años y la oferta es antigua, no es fácil cambiar la maquinaria o despedir al profesorado, exige inversiones importantes”, explica. “No creo que sea sexista ni hemos recibido quejas por sexismo”, añade Aguiló. La Consejería de Educación, que no

Revista Interlinguagens

2014

5ed

v.1

ISSN2178-955X

Página 147

ha facilitado el dato de cuánto dinero público reciben estos centros, tampoco tiene constancia de quejas. “Buscamos salidas profesionales”, añade por su parte Carmen Calvo, directora de comunicación del colegio Fuenllana, uno de los centros para chicas. “Empezamos con hostelería y turismo, que tradicionalmente es más demandado por los hombres y seguimos con patronaje y moda porque ofrecía posibilidades de trabajo”. Su colegio recibe peticiones de alumnos que derivan a otros centros. El claustro está formado solo por profesoras y reservan a los docentes varones para “clases extraordinarias”. “No tendríamos inconveniente en contratarlos, pero no los ha habido nunca”, asegura Calvo, que explica que el edificio “está estructurado” para mujeres. La oferta “no la decide la consejería sino los propios centros, suponemos que en función de la demanda que reciben”, añade el portavoz de Educación. Heredero le replica: “Puede que los chicos busquen profesiones propias, pero la labor educativa es romper los estereotipos y acabar con ese círculo vicioso”.

Fuente: El País: http://sociedad.elpais.com/sociedad/2013/02/15/actualidad/1360959027_922543.html. Acceso en 20.07.2014.

Ahora contesta a las preguntas:

a) ¿Cuáles son los asuntos tratados en el texto?

b) ¿Quiénes son las personas involucradas?

c) ¿Dónde ocurrió?

d) Cuáles son las principales informaciones presentadas?

e) ¿De dónde fue retirado este texto? ¿Cree que tiene alguna influencia en relación a la formación de papeles de hombres y de mujeres en la sociedad?

f) ¿Está de acuerdo con la idea presentada en el texto? Explique su respuesta.

g) ¿Cree que existe prejuicio en las informaciones contenidas en el texto?

h) ¿De qué manera se puede cambiar la situación presentada?

Revista Interlinguagens

2014

5ed

v.1

ISSN2178-955X

Página 148

i) ¿Qué relación tiene el texto con el video presentado anteriormente?

j) ¿Cómo usted ve representado, en los medios de comunicación, el papel de la mujer en la sociedad?

l) ¿De qué manera cree que esta institución influencia en la formación de los papeles de hombres y mujeres en la sociedad?

2.3 Mira la siguiente tira:

Mafalda. Del autor Quino.

a) ¿Cuál es el tema principal de la historia?

b) ¿Qué relación tiene la temática con lo que hemos visto en las actividades anteriores?

c) ¿Hay alguna crítica involucrada en este contexto?

d) ¿Cómo cree que debería ocurrir un diálogo sin prejuicio entre las niñas? Crea este diálogo:

Revista Interlinguagens

2014

5ed

v.1

ISSN2178-955X

Página 149

2.4 Tarea:

1. Buscar en los medios de comunicación (radio, televisión, internet, periódicos, revistas, etc.) imágenes, noticias o situaciones en que demuestre el prejuicio de género o que transmita un mensaje de que hay papeles destinados para hombres y papeles destinados para mujeres. 2. A partir de esto, buscar situaciones que cree ser “correctas” y sin prejuicio para elaboración y presentación de carteles en clase.

PARTE 3

FILME: O SORRISO DE MONALISA

3.1 A partir de la película que ha visto, reflexiona acerca de las cuestiones a seguir: a) ¿Cuál es la temática principal de la película?

b) ¿Hoy en día existen mujeres que estudian para ser buenas amas de casa? ¿Por qué cree que esto ocurre?

c) ¿En la época de la historia tratada en la película, existían muchos prejuicios en relación a los papeles que ejercían las mujeres? ¿Y en los tiempos de hoy, eso pasa igual? Explique su respuesta.

3.2 Tarea final: a) Crea un video de un comercial dónde represente algún(os) estereotipos de mujeres, presentes en los tiempos de hoy, ironizando los prejuicios existentes en nuestra sociedad, y preséntalo para la clase.

Revista Interlinguagens

2014

5ed

v.1

ISSN2178-955X

Página 150

Lihat lebih banyak...

Comentários

Copyright © 2017 DADOSPDF Inc.