Producao de iogurte de soja
Descrição do Produto
UNIVERSIDADE EDUARDO MONDLANE FACULDADE DE ENGENHARIAS DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA QUÍMICA CURSO DE MESTRADO EM TECNOLOGIA DE ALIMENTOS MÓDULO: FOOD SAFETY
PRODUÇÃO DE IOGURTE A PARTIR DE SOJA
Estudantes: Cláudia Domingos Mapure Julião Marcelino Machava
Professoras: Prof. Doutora : Custódia Macuamule
Justino Moiane
Maputo, Junho de 2016
Introdução As doenças de origem alimentar são prevalecentes em todas as partes do Mundo e constituem uma causa de sofrimento enorme dos Homens. Alimentos contaminados contribuem para 1.5 biliões de casos de diarreia em criança cada ano, resultando em mais de três milhões de mortes prematuras, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (Dewaal & Robert, 2005). Com a globalização do comércio de alimentos alguns países sofrem consequências económicas quando alimento inseguros resultam em perdas de exportações, mas também a liberalização de mercados in 1990 estimulou a abertura de abastecimento de alimentos em várias partes do Mundo, facto que por um lado tem os seus benefícios, mas também tem seus prejuízos para a saúde das populações (Hawks, et al, 2012) e (Dewaal & Robert, 2005).
Tomando em consideração esta realidade e a necessidade de continuar a produzir alimentos que não constituam perigos para a saúde pública, foram desenvolvidos vários sistemas de gestão da segurança de alimento. É neste contexto, que surge a ideia de criar uma empresa de produção de iogurte a partir de soja, seguindo o HACCP (Harzd Analyses of Critical Control Point) como modelo de gestão da segurança de alimento.
A segurança alimentar está relacionada com a presença de perigos associados aos géneros alimentícios no momento do seu consumo (ingestão pelo consumidor). Com a introdução desses perigos pode ocorrer em qualquer etapa da cadeia alimentar, torna se essencial a existência de um controlo adequado ao longo da mesma (ISSO 22.000, 2005). O presente documento constitui o projecto da empresa C&J.J Alimentos S.A
criada com
objectivo de produzir o iogurte, usando a soja como a matéria prima. O documento apresenta a génese da empresa, resume as principais etapas da fabricação do seu produto e faz todas as projecções observando os 7 passos do HACCP.
Descrição da empresa
C&J.J Alimentos S.A é uma empresa vocacionada para produção e venda de iogurte a feito a partir da soja, a qual foi criada e registada no Ministério da Indústria e Comércio em Janeiro de 2016 onde obteve a licença 25/MIC/2016. A empresa tem sua sede na cidade de Chimoio na Avenida “25 de Setembro” n0 3009, em Manica no centro de Moçambique e a sua unidade de produção de iogurte está localizada no distrito de Vanduzi, local onde é produzida em grande escala a matéria. A empresa possui 50 trabalhadores efectivos, os quais estão organizados da seguinte forma: uma direcção, constituída pelo presidente do conselho de administração, directores
para área de
finanças e património (1), produção (1) e da qualidade (1) e a equipe composta por técnicos superiores e médios de áreas especificas. A unidade fabril vai produzir e exportar o iogurte de leite de soja para o mercado europeu. Com vista a satisfazer seus clientes, a C&J.J Alimentos S.A adota sistemas de gestão de qualidade internacionalmente reconhecidos como os GMP (Good Manufactures Practice) e GHP (Good Hygine Practice) e HACCP (Harzd Analyses of Critical Control Point) para a segurança do seu produto. Missão Contribuir para o melhoramento da dieta e o desenvolvimento do sector da indústria alimentar através do fornecimento de iogurte de leite de soja seguros e com qualidade. Dar uma alternativa aos consumidores de um iogurte de origem vegetal e “free lactose”. Visão Ser uma indústria alimentar reconhecida a nível nacional e internacional nos próximos 10 anos, pela boa qualidade e segurança do seu produto, bem como pela sustentabilidade ambiental e Responsabilidade ambiental. Valores
Ética
Qualidade e segurança
Profissionalismo
Transparência
Respeito ao consumidor
Dinamismo
Inovação
Formação contínua e competências para desenvolver as actividades.
Objectivos Fornecer ao mercado local e europeu iogurte de leite de soja de boa qualidade e seguro, cuja produção e gestão são baseadas em sistemas internacionalmente reconhecidos como o ISO 9001:2000 e HACCP por forma a atender as expectativas dos seus clientes que são cada vez mais exigentes. Motivação da escolha do produto Anualmente o país produz grandes quantidades de soja, parte das quais, é subaproveitada por diversas razões, dentre elas, a falta de unidades de processamento e “Know how” local por parte dos produtores. Existem duas realidades distintas no mundo da soja moçambicana: a realidade do centro-norte e a do sul. A região centro-norte, principalmente as províncias de Tete, Zambézia e Manica, é a principal área de produção de soja do País e onde a maior parte do consumo de soja é satisfeita pela produção local. A região sul é a maior área de consumo de soja devido `a presença de grandes fábricas de ração como a Companhia Industrial da Matola. Contudo, esta realidade acarreta altos custos de logística e transporte (cerca de 50 MZN/tonelada/Km) representam um obstáculo a essa essa integração regional (Franco, et al., 2015). A soja pertence a família das leguminosas e se destaca por ser rica em proteína, lípidos, fibras, isoflavonas, sais minerais e vitaminas do complexo B, apresentam baixo índice de colesterol e possui fitoquímicos que auxiliam no combate ao câncer da próstata, osteoporose e diminuem o índice das doenças cardiovasculares (Miguel, et al., 2010) e (Casé, et al., 2005) Breve resumo histórico da produção primária da soja a nível global e de Moçambique A origem do cultivo da soja continua a ser um tema de debate científico. Contudo, estudos recentes indicam que o cultivo de soja teve sua origem a sensivelmente 5000 anos na China e foi introduzida pela primeira vez na América em 1765 e em África em 1857 através do Egipto vindo de china ((Miguel, et al., 2010).
Segundo Hanlon e Smart (2012), os brasileiros tentaram introduzir a cultura de soja pela primeira vez em Moçambique nos anos 80 no Lioma (Alto Molocué) na Província da Zambézia e a Visão Mundial tentou a reintroduzir em 2002 no País. Descrição do produto Iogurte de leite de soja produzido pela C&J.J Alimentos S.A., em Manica-Moçambique é um produto feito com base em leite extraído de grãos de soja previamente pasteurizado, o qual passará por um processo de fermentação e no final adicionado frutas cristalizadas de morango. Serão usados inoculantes para fermentar o leite de soja, que no final terá um pH=4. O iogurte será embalado em garrafas de vidro e será conservado a temperatura de refrigeração até a altura de consumo e terá uma validade de 6 meses após a data de fabrico. Intenção de uso do produto O Iogurte pode ser consumido por qualquer pessoa, incluindo intolerantes a lactose, excepto alérgicos a soja e é um produto para pronto consumo.
DESCRIÇÃO DO PRODUTO (HACCP) Nome da Empresa: C & J.J. Alimentos.SA Data: 17/05/2016 1. Nome do
Iogurte de Soja com sabor a morango
produto 2. Composição
Ingredientes: leite de soja; Açúcar; sal, morango cristalizado.
Componentes nutricionais: % de conteúdo em base seca (em 100g) Carboidrato………………………..7% Fibra bruta ………………………...9,35 Proteína ……………………………7 Gorduras totais…………………….11% Gorduras saturadas…………………5% Cinzas …………………………… 1% Colesterol …………………………0,003% Propriedade físicas PH………………………………….4.06 Viscosidade…………………….……7 Composição química (minerais) Cálcio……………………………….0,27% Ferro…………………………………0,0% Sódio………………………………...100% Outros minerais……………………..0,001% Vitaminas …………………………..0,001% 3. Estrutura
-O Iogurte será adoçado, -Embalado nas garrafas de vidro, -De pronto consumo, Destina-se aos consumidores de todas idades, incluindo crianças de 24 meses de
idade, 4. Processamento
-Extracção do leite de soja; -Pasteurização do Leite; -Fermentação.
5. Embalagem
O Iogurte será embalado em garrafas de vidros.
6. Condições de
Armazenado em câmaras frigoríficas (50C) e transportado em camionetas de caixa
armazenamento e
fechada e com um sistema de refrigeração a uma temperatura de 50C.
distribuição 7. Validade
O produto terá um período de validade de 35 dias, após a data de fabrico.
8. Instruções para
Pronto consumo e manter sempre refrigerado até a altura de consumo. Uma vez
o seu uso
aberto, deve ser consumido dentro de 24 horas.
Projecto das instalações e Layout Condições do Local onde será instalada a fábrica:
Um local que não seja susceptível `a inundações para evitar a contaminação do alimento e a perda da produção por alagamento das águas (Codex Alimentarius 2003) e (Diploma Ministerial n0 51/84 de 3 de Outubro)
Local distante dos bairros residenciais e dos locais de deposição dos Resíduos Sólidos (Lixeiras e Aterros Sanitários) e unidades industriais ameaçam a poluição ambiental e poem em causa a segurança do produto final(Codex Alimentarius 2003) e (Diploma Ministerial n0 51/84 de 3 de Outubro)
O recinto da fábrica será vedado para evitar a entrada de animais e de pessoas não autorizadas.
Local que esteja próximo das áreas de produção primária para reduzir os custos de transporte da soja, bem como a eventual contaminação ao longo percurso.
Instalações de processamento:
As instalações serão construídas de blocos de cimento rebocados por dentro e fora, com paredes internas revestidas de azulejos (material impermeável) até 2,5m de altura para permitir a limpeza eficaz (Codex Alimentarius, 2003).
A superfície do chão será lisa, impermeável e com uma certa pendente (inclinação) que direccione o escoamento das águas de limpeza ao sistema de drenagem (Codex Alimentarius, 2003).
O tecto será coberto de chapa de zinco e um tecto falso feito de chapas de unitex por forma a facilitar a limpeza e evitar a acumulação de teias de aranhas e poeira.
As janelas serão construídas a uma altura de 1,5m para ventilar as instalações e facilitar a sua limpeza e serão revestidas de uma rede anti insectos (Codex Alimentarius, 2003).
As portas serão de material inox e com um sistema de encerramento automático.
O local da recepção da soja (matéria prima) terá uma superfície lisa revistada de azulejos para permitir uma limpeza e desinfecção eficazes
O chão terá um sistema de drenagem das águas negras instalado de tal forma que as mesmas não tenham nenhum contacto com a tubagem de água potável canalizada para a produção e o consumo.
Nas entradas das instalações da produção serão montados lavabos e indicações claras da obrigatoriedade de lavar as mãos antes de entrada na fábrica (Diploma Ministerial n0 51/84 de 3 de Outubro).
Instalações para o armazenamento
As instalações terão três divisões onde cada uma irá armazenar produtos de natureza específica, sendo uma para matéria prima (soja), outra para material diverso (para limpeza, desinfectantes lubrificantes, substância química e peças de acessórios) e a terceira será usada para acomodar o produto final, iogurte. Não obstante a estas divisões, elas terão alguns aspectos comuns, a saber:
Instalações construídas de material impermeável para reduzir a humidificação dos produtos (Codex Alimentarius, 2003)
Tenham janelas revestidas de redes anti -insectos para permitir a ventilação do armazém e evitar entrada de insectos.
Dotado de condições de armazenamento que ajudem a implementação do princípio de “FIFO”- Firts in, first out na movimentação dos lotes.
Na divisão do armazenamento do iogurte terá uma câmara de refrigeração para conservar o produto.
Outras Instalações Casas de banho
Construídas e bem sinalizadas a uma distância de pelo menos de 50m da fábrica de Iogurte e tomando em consideração a direcção predominante dos ventos de modo a evitar que a circulação do ar com odor saia destes locais para a zona de produção e afecte a adequação do alimento (Codex Alimentarius, 2003) e (Diploma Ministerial n0 51/84 de 3 de Outubro).
Tenham um sistema que permita a utilização de água corrente e serão montados 5 chuveiros na razão de um para cada 10 trabalhadores segundo o (Diploma Ministerial n0 51/84 de 3 de Outubro).
Montados Lavabos para higienização e devida secagem das mãos.
Dotadas de compartimentos adequados para vestiários do pessoal da empresa com armários laváveis, desinfectáveis e desinfestáveis ou cabides individuais com divisões para roupa pessoal e uniforme dos trabalhadores (Diploma Ministerial n0 51/84 de 3 de Outubro).
Local da deposição temporária de Resíduos Sólidos
O local para deposição de lixo será fixado a 100m da unidade fabril tomando em consideração direcção mais predominante dos ventos (Diploma Ministerial n0 51/84 de 3 de Outubro).
Devidamente vedado e dividido em repartições que permitam a segregação dos resíduos sólidos em orgânicos e inorgânicos e facilitem a sua remoção.
As instalações terão um chão liso, impermeável e dotado de um sistema que permite a recolha dos líquidos e águas negras para recipiente que regularmente será removido (Codex Alimentarius, 2003)
As paredes das instalações serão revistas de azulejos de modo a tornar a superfície lisa e impermeável para uma limpeza e desinfecção eficazes.
Parque de estacionamento Construído a direcção mais predominante dos ventos para evitar que o fumo resultante da combustão interna de combustível nas viaturas possa perigar o alimento. Bloco administrativo
Localizado a uma distância de pelo menos 50m da fábrica numa posição cujos trabalhos não ponham em causa a segurança do alimento.
Iluminação
As lâmpadas montadas no tecto falso terão maior intensidade para maior visibilidade e serão protegidas para evitar a contaminação do alimento em caso da sua quebra.
Contará com iluminação natural.
Equipamentos Os equipamentos que terão um contacto directo com o alimento serão de material que reúna, dentre outras, as seguintes características:
Inox para evitar a contaminação do alimento pela corrosão (oxidação-redução) do metal,
De fácil montagem e desmontagem para permitir uma limpeza e desinfecção eficiente e deste modo evitar a acumulação de resíduos dos alimentos.
Tenham um elevado coeficiente de condutividade térmica para que o alimento alcance rapidamente e mantenha as temperaturas necessárias para cada tipo de tratamento térmico (aquecimento e resfriamento) e garantir que os microorganismos patogénicos e as toxinas sejam destruídos ou reduzidos a níveis aceitáveis (Codex Alimentarius 2003).
Os equipamentos para o aquecimento e resfriamento sejam adotados de dispositivos automáticos para o controle das temperaturas.
Os equipamentos para deposição de resíduos sólidos e substâncias químicas serão de material inoxidável e impermeável de tampas herméticas e bem identificados para permitir uma limpeza e desinfecção eficazes (Diploma Ministerial n0 51/84 de 3 de Outubro).
FLUXOGRAMA (HACCP) Nome da Empesa: C&J.J.Alimentos.S.A_ Data:_17/05/2016 Produto:_____Iogurte de soja ____
Aquisição e recepção de materia prima
PCC
Selecçã o e limpeza de grãos
Lavagem de grãos
Descascamento
Hidratação
Trituração de grãos
Tratamento termico (100° por 10 minutos) Centrifugação e remoção de residuos
Resfriamento
Adição de sal e açucar
Homogeinização
PCC
Pasteurização
Resfriamento
Adicao de inoculo
Fermentação lactica (42° por 4 horas) Adição de fruta cristalizada
Resfriamento
Embalagem
Principais etapas da produção de iogurte a partir da soja Recepção da matéria prima: Nesta etapa, há recepção e verificação da qualidade da soja, particularmente, nos seguintes aspectos: humidade que deve ser menor que 12% e nível de aflatoxinas (B1, B2, G1 e G2) presentes na matéria prima que deve ter limites (0,05-20) ug/Kg, segundo as exigência da União Europeia (ANVISA RDC n0 7, 2011). Selecção e limpeza de grãos: Faz se a selecção da soja segundo a qualidade dos seus grãos e remover todos os materiais físicos (cacos de vidro, pedras, pedaços de metais e palitos) indesejáveis. Lavagem de grãos: Usando água, remove se areia, pedras, poeiras, microorganismos da matéria prima com vista a reduzir as impurezas que vêm com soja. Descascamento: Remover a casca da soja usando a descascadeira DGS 120 com capacidade de 120Kg/h. Esta operação visa melhorar o sabor do leite de soja (devido à eliminação dos compostos adstringentes da casca) e as suas qualidades microbiológicas e nutricionais, bem como a higiene dos grãos, ao reduzir o seu nível de contaminação inicial (PesKe, 2011). Hidratação: Emergir a soja em tanques com a quantidade de água equivalente a 50% da massa da matéria prima e a temperatura ambiente, para permitir a libertação das proteínas e caboidratos durante a absorção de água. Nesta esta etapa, também há reactivação de diversas enzimas (lipoxidase e as Inhibidoras de Tripsina) e a síntese de outas (PesKe, 2011) Trituração: a soja húmida é triturada em moinho constituído por um
sistema de discos
paralelos raiados com ajuste de abertura e é construído por ferro fundido e apresenta um par de discos raiar: um fixo e outro accionado por motor com 1,5cv. Nesta operação adiciona se água quente (95oC) e agita se para dissolver proteína. Tratamento térmico: O leite extraído na etapa anterior é submetido ao aquecimento a uma temperatura de 1000C para eliminar microorganismos patogênicos e inactivar a acção do factor antitripsina. Segundo Casé,
et al.,(2005), nesta etapa também adiciona se o NaHCO3
(Bicarbonato de sódio) para regular a acidez e os ácidos livres libertados dos triglicéridos que conforma os lípidos contidos na soja.
Centrifugação e remoção de resíduos: A solução é conduzida para uma centrífuga, onde o leite é separado através de filtragem automática e contínua da massa, de sólidos insolúveis. A massa é retirada do processo, colhida em uma vasilha. Seu destino é para produção de carne vegetal, panificação, preparo de bolos e outros alimentos e o leite é bombeado para o tanque de resfriamento. Resfriamento e Adição de sal e açúcar: nesta etapa, o leite filtrado é bombeado para tanques onde se remove o calor do fluído mediante o resfriamento até 350C e ao mesmo tempo adiciona se açúcar (3%) para reduzir o sabor amargo e adstringentes da soja bem como o sal (2%) para melhorar a estabilidade físico química como emulsão. Homogeneização: o leite adoçado e salgado é homogeneizado a uma pressão 20-25MPa num homogeneizador APV Gaulin para regular a estabilidade física da gordura reduzindo o seu tamanho, tornando a mais lisa e consistente ( Silva, et al., 2010). Pasteurização (UHT Ultra High Temperatura) O leite é enviado continuamente dos tanques da homogeneização para o Pasteurizador Rápido Tubular, onde será aquecido entre 100 -1250C durante 3 segundos. Nesta fase, são eliminados os microorganismos patogênicos e é inactivado o factor antitripsina. Depois desta etapa o restante processo vai ocorrer em tanques herméticos de forma a evitar a contaminação ( Silva, et al., 2010). Resfriamento: o resfriamento começa na etapa da pasteurização durante o intercâmbio térmico entre as placas de contacto até temperatura de 42°. Fermentação láctica: nesta etapa adiciona se inóculo de lactobacillus
bulgaricus e
streptococcus thermophilus para a fermentar o leite de Iogurte a 420 C de 6 a 8 horas de tempo até atingir um PH de 4,06. A qui a fermentação láctica consiste na redução do ácido pirúvico, proveniente da glicose, em ácido láctico. Adição de fruta cristalizada: Adiciona se morango processado para proporcionar o sabor desta fruta ao Iogurte e acrescentar lhe valor nutricional. Resfriamento: O Iogurte formado é resfriado numa câmara de refrigeração a 80C durante 24 horas por forma a preservar o produto e parar a sua fermentação. Embalagem: Aqui embala se o Iogurte em garrafas de vidro porque este material é inerte (não reage quimicamente com o produto), higiénico e uma vez selada, não permite entrada e nem a
saída do ar que constitui um grande risco para oxidação do produto, também não altera a cor e o sabor. Lista dos Principais Equipamentos N/0
Equipamento
Principal função
1
Esteira Rolante
Transportar soja desde o ponto da recepção até a etapa da limpeza.
2
Máquina de limpeza Eliminar as impurezas
que a soja traz desde a zona da
de soja
produção
3
Descasdeira
Remover a casca da soja
4
Moinho
Extrair leite de soja através da acção combinada que é a pressão e adição de água
5
Aquecedor
Ferver o leite a 1000C para reduzir os microorganismos patogénicos, o sabor astringente e eliminar odor original da soja
6
Centrifugadora
7
Tanques
Purificar o leite separando as impurezas. de Reduzir a temperatura do leita através do sistema de
resfriamento (2)
intercâmbio de calor.
8
Homogeneizador
Tornar o leite mais consistente e estável termodinamicamente
9
Pasteurizador
Reduzir os microorganismos patogénicos
10
Incubadora
ou Fermentar o leite de soja
fermentador 11
Refrigeradoras
12
Tanques misturadores Adicionar e garantir a distribuição uniforme de frutas dentro de frutas
13
Máquina embalagem
14
Câmara Refrigeração
Conservar o iogurte
de Iogurte de Condicionar o iogurte para o seu transporte, conservação e protecção, embalando o. de Conservar o iogurte submetendo o a baixas temperaturas.
IDENTIFICAÇÃO DE PERIGOS Nome da Empesa: C&J.J.Alimentos.S.A_ Data:_17/05/2016 Produto:_____Iogurte de soja ____
Etapas
Tipo de perigos Biológicos
Perigos Fungos que produzem toxinas; Bactérias
Aquisição e recepção Químicos
Pode conter resíduos de pesticidas,
da matéria prima
Pode
ter
presença
de
metais
pesados
(mercúrio) Físicos
Pode conter pedras, pedaços de vidros, metais, restolhos de caule, plásticos.
Biológicos Selecção e limpeza de Químicos grãos
Físicos Biológicos
Possível presença de bactérias (Vibrião colérico , E.Coli) na água de lavagem
Lavagem de grãos
Pode conter parasitas Químicos
A
água
herbicidas,
pode
estar
pesticidas,
contaminada metais
por
pesados
(mercúrio), sulfuretos, cianetos e dioxinas. Físicos Descascamento
Biológicos
Possível presença de microorganismos devido a acumulação de produto no equipamento, como
resultado
de
uma
higienização
deficiente. Químicos
Possível presença de resíduos de detergentes usados para higienização do equipamento.
Físicos Biológicos
Pode haver microrganismos (Vibrião colérico
e E.Coli) presentes na água. Hidratação
Químicos
A
água
pode
herbicidas,
estar
pesticidas,
contaminada metais
por
pesados
(mercúrio), sulfuretos, cianetos e dioxinas. Físicos Biológicos
Possível presença de microorganismos devido a acumulação de produto no equipamento, como
Trituração de grãos
resultado
de
uma
higienização
deficiente Químicos
Possível
de
presença
de
resíduos
de
detergentes usados para higienização do equipamento. Físicos
Possível presença de pedaços de metais resultantes da decomposição do equipamento usado para a trituração. Possível
Biológicos Tratamento
térmico
presença
de
microorganismos
patogénicos termorresistentes ou devido a redução da temperatura critica.
(100° por 10 minutos)
Possível presença de resíduos de detergentes Químicos
usados para higienização do equipamento. Possível presença de pedaços de metais
Físicos
devido a decomposição do equipamento. Possível presença de microorganismos devido
Biológicos Centrifugação
e
a acumulação de produto no equipamento, como
remoção de resíduos
resultado
de
uma
deficiente
higienização Possível presença de resíduos de detergentes Químicos
Físicos
usados para higienização do equipamento
Possível crescimento de microorganismo Biológicos
devido a elevação da temperatura como consequência de uma eventual paragem do
Resfriamento
sistema de refrigeração. Possível contaminação do produto devido ao Químicos
amoníaco (NH3) do sistema de refrigeração.
Físicos Biológicos Adição de sal e açúcar possivelmente Químicos Adição de sal e açúcar
contaminado
com
(lubrificantes
e
produtos petróleo)
químicos
ou
mesmo
envenenado no seu local de origem Dosagem elevada de açúcar e sal causada por uma falha técnica Possível presença de pedaços de vidro, pedra, Físicos
metais no sal e açúcar Possível presença de microorganismos devido
Biológicos
a acumulação de produto no equipamento, como
Homogeneização
resultado
de
uma
deficiente
higienização. Possível presença de resíduos de detergentes Químicos
usados para higienização do equipamento. Possível presença de pedaços de matais
Físicos
resultantes da decomposição do equipamento que é usado na operação da homogeneização.
Biológicos Pasteurização
Possível
presença
de
microorganismos
patogénicos devido alguma falha na etapa de pasteurização
(redução
da
temperatura
critica). Químicos
Possível presença de resíduos de detergentes usados para higienização do equipamento.
Físicos Possível crescimento de microorganismo Biológicos
devido a elevação da temperatura como consequência de uma eventual paragem do
Resfriamento
sistema de refrigeração. Químicos
Possível contaminação do produto devido ao amoníaco (NH3) do sistema de refrigeração.
Físicos
Possível presença de pedaços desintegrados da câmara de refrigeração
Fermentação
láctica Biológicos
(42° por 4 horas)
-Possível devido
presença a
de
acumulação
equipamento,
como
microorganismos de
produto
resultado
de
no uma
deficiente higienização. -Adição de um inóculo contaminado Químicos
Possível presença de resíduos de detergentes usados para higienização do equipamento.
Físicos Adição
de
fruta Biológicos
cristalizada
Possível
adição
de
frutas
que
esteja
contaminada na sua zona de origem. Químicos
Possível adição de frutas com elevado teor de conservantes químicos
Físicos Biológicos Resfriamento
Possível crescimento de microorganismo devido a elevação da temperatura como consequência de uma eventual paragem do sistema de refrigeração.
Químicos
Possível contaminação do produto devido ao amoníaco (NH3) do sistema de refrigeração.
Físicos Biológicos
Possível presença de microorganismos nas
Embalagem
garrafas
como
consequência
de
uma
deficiente higienização das garrafas ou entrada dos mesmos (microorganismos) no acto de tapamento dos recipientes. Químicos
Rancidez oxidativa (oxidação da gordura) devido a entrada de ar durante o enchimento derivado de uma falha técnica.
Físicos
Introdução de pedaços de vidro de garrafas partidas durante o enchimento.
Programa de Pré- requisitos 1 PrP: Controlo da qualidade da matéria prima (soja) -Controlar a fauna microbiana (Bactérias e fungos) -Pesticidas -Humidade O quê (Actividades)
Como
Quando
Quem
-Recolher as amostras para -Analisar a presença da bactéria Uma vez por Chefe análise da presença da Rhyzobia através de adição de semana bactéria
Rhyzobia
Laboratório
no bromotimol
azul
no
cultivo
(levadura de manitol- agar). -Rejeitar os lotes que tenham níveis da bactéria Rhyzobia superiores a … -Fazer o registo de todos os resultados da análise
do
laboratório.
Realizar
testes
rápidos - Aplicar o método ELISA com Uma vez por Chefe
para determinar a presença marca
“AgraStrip
da aflatoxinas (B1, B2, G1 determinar
a
Afla”
para semana
presença
do
laboratório.
e
e G2) na soja provocadas quantifidade de aflatoxina (B1, B2, por
Fusarium
spp, G1 e G2).
collectotrichum, dematium,
- Rejeitar todos os lotes que tenham
truncato
e níveis de aflatoxinas superiores a….
Aspergillus.
- Efectuar testes rápidos -Colocar a amostra em contacto Uma vez por Chefe para detectar a presença de com uma fita contendo película semana pesticidas
e
outras superfina da enzima,
do
laboratório
que em
substâncias químicas na contacto com as moléculas do soja.
pesticida, indica sua presença
Fazer
a
medição
da - Usar o “ Aquapal” ou “Fler Sempre Bilder” para medir diretamente a chegue
humidade.
humidade da soja de forma rápida.
que Técnicos do um laboratório
novo lote de soja.
2 Controle da qualidade de água a ser usada na linha da produção O quê
Como
Quando
Quem
(Actividades ) Tratar
a
água -Ferver a água até 1000C para reduzir os No início de Técnico
antes de entrar no microorganismos patogénicos (E.Coli e cada ciclo de responsável processo produção
de Vibrião colérico).
produção.
pela planta de
-Adicional o ácido fosfórico para formar
tratamento de
flóculos e precipitar as impurezas.
água
-Filtrar a água com filtro industrial.
3 Higiene e saúde dos trabalhadores O quê
Como
Quando
Quem
(Actividades ) Treinar
os -Organizar um seminário ou workshop para Uma vez por Director
trabalhadores
instruir os trabalhadores sobre:
trimestre.
da
sobre as boas i) Higiene (asseio pessoal, corte de unhas e práticas
qualidade
de cabelo)
higiene pessoal
ii) Necessidade de usar uma bata branca limpa, toucas ou chapéu para proteger os alimentos. iii) Boas maneiras (evitar falar, tossir, fumar).
-Submeter
aos
-Testagem de tuberculose,
Uma vez por Todos
os
exames médicos -Detectar a presença de parasitas intestinas e trimestre
trabalhado
todos
infecções urinárias ou intestinais a todos os
res.
trabalhadores
trabalhadores. -Caso
se
registe
algum
trabalhador
com
problema de saúde e haja necessidade, será afastado
temporariamente
para
efeitos
de
tratamento. Higienizar mãos
as -Lavar as mãos com água limpa e corrente, dos Usar detergentes
trabalhadores
e desinfectar as mãos com etanol
Antes
de Todos
iniciar
as trabalhado
actividades e res. sempre
que
utilizar
as
casas
de
banho
4 Higienização de instalações e equipamento O quê (Actividades )
Como
Quando
Quem
os
Limpar
as --Usar detergente (
instalações
Sunlight : água) - Uma vez por Os
5ml:100litros.
mês 0
(Tecto, paredes -Usar água quente (60-70 C).
operários
ligados
a
limpeza.
e chão, janelas -Aplicar o etanol a 70% para desinfectar as e portas)
instalações
Higienizar
- Usar detergente (
Sunlight : água) - Uma vez por Os
Equipamento e 10ml:100litros
mês 0
-Bombear água quente (80-90 C) e deixar
superfícies
operários
ligados limpeza.
permanecer durante 15min nos tubos e recipientes que compõem o equipamento para remover os óleos e todo o tipo de microorganismo presente. -Aplicar o etanol a 70% para desinfectar o equipamento.
5 Armazenamento e distribuição O quê
Como
Quando
Quem
(Actividades ) Armazenar Iogurte
o -Armazenar em uma câmara de Sempre
Técnicos
refrigeração a uma temperatura de
responsáveis pelo
50C.
armazenamento e
-Manter os produtos longe do chão e das paredes, utilizando prateleiras de material de inox. -Não sobrepor os produtos -Aplicar o princípio de “FIFO”- First in, First Out
distribuição
a
Distribuir
- Distribuir o produto em camiões Sempre
Técnicos
com caixa fechada que tenha um
responsáveis pelo
sistema de refrigeração a temperatura
armazenamento e
de 50C.
distribuição
Referências bibliográfica Casé, F. et al (2005). Produção de Leite de Soja enriquecido com Cálcio Codex Alimentarius (2003). Higiene dos Alimentos, texto básico, 3a edição Diploma Ministerial n0 51/84 de 3 de Outubro do Ministério de Saúde da República Popular de Moçambique(1984). Regulamento Sobre os Requisitos Higiénicos dos Estabelecimentos Alimentares. Da Silva, A.I., et al.,(2010). Produção de Iogurte. Projecto da Faculdade de Engenharia da Universidade de Porto, Portugal. Dewaal, C.S & Robert, N.(2005). Food Safety Around the World. Center for Science in the Public Interest. Freira, R. et al (1998). Yougurt de soya: Un ptoducto natural y saludable. Franco, A. Et al (2015). A soja em Moçambique: estradas e galinhas Hanlon, J & Smart, T (2012) Pequenos agricultores ou grandes investidores? A opção para Moçambique. Relatório de pesquisa. Fuchs, R.H.B, et al (2005). Iogurt de soja suplementado com oligofrutose e Inulina. Hawks, C. et al (2012). Liking agricultural policies with obesity and noncommunicable diseases. A new perspective for globalizing world ISSO: 22.000 (2005) Norma Portuguesa. Sistema da Gestão da Segurança alimentar. Requisitos para qualquer organização que opere na cadeia alimentar. Miguel, P.R., et al.,(2010). Desenvolvimento e caracterização de Iogurte de soja com sabor a morango produzido com extracto de soja desengordurado e enriquecido com cálcio. Peske, F.B. (2011). Absorción de água bajo estrés. Seednews. La Revista Internacional de Semilla, Año Xv-N.3
Resolução da ANVISA RDC n0 7 de 18 de Fevereiro de 2011. Legislação sobre Micotoxinas. www.micotoxinas.com.br Brasil. Alimentos para humanos.
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