Produtividade e qualidade fisiológica de sementes de feijão em conseqüência da aplicação foliar de manganês

June 20, 2017 | Autor: Glauco Miranda | Categoria: Randomized Block design, Common bean
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M.E. DE SÁ et al.

PRODUTIVIDADE E QUALIDADE FISIOLÓGICA DE SEMENTES DE AMENDOIM “DA SECA” EM FUNÇÃO DE ÉPOCAS DE SEMEADURA E DOSES DE CÁLCIO1 MARCO EUSTÁQUIO DE SÁ2, EDSON LAZARINI2, CARLOS ALEXANDRE COSTA CRUSCIOL3 e ALBERTO RICARDO GOLFETO4

RESUMO - O presente trabalho teve por objetivo estudar o efeito da calagem em diferentes épocas de semeadura, na cultura do amendoim “da seca”, na produtividade de grãos e qualidade de sementes comercializáveis. O experimento foi conduzido ano de 1991 na Fazenda de Ensino e Pesquisa - UNESP Campus de Ilha Solteira em condições de campo, em um Latossolo vermelho-escuro, argiloso, em Selvíria - MS. O delineamento estatístico utilizado foi o de blocos ao acaso em esquema fatorial, com quatro repetições. Foram estudadas quatro épocas de semeadura do amendoim “da seca”, cultivar Tatu 53 (E1 - 21/01, E2 - 04/02, E3 - 18/02 e E4 - 04/03), combinadas com quatro doses de cálcio (Ca1= 0kg de cálcio/ha, Ca2= 45kg de cálcio/ha, Ca3= 90kg de cálcio/ha e Ca4= 135kg de cálcio/ha), aplicadas no sulco de semeadura, usando como fonte calcário dolomítico com PRNT de 90,1%, com teores de 21% de CaO e 18% de MgO. A adubação constou da aplicação nos sulcos de semeadura, de 10kg de N/ha, 75kg de P2O 5/ha e 25kg de K2O/ha. A aplicação de cálcio não afetou o peso de 100 sementes, tão pouco a produtividade de sementes, mas proporcionou a maior porcentagem de germinação e sementes mais vigorosas. A menor disponibilidade de água à cultura proporcionou sementes de qualidade inferior. A produtividade de sementes foi sensivelmente reduzida nas semeaduras tardias. O cultivo do amendoim “da seca” para produção de sementes, quando semeado em épocas tardias, deve ser realizado com o emprego de irrigação. A semeadura do amendoim “da seca” no início da segunda quinzena do mês de janeiro proporcionou melhores produtividade e qualidade de sementes. A aplicação de 45kg de cálcio/ ha nos sulcos de semeadura foi suficiente para proporcionar sementes de boa qualidade. Termos para indexação: calagem, germinação, vigor, amendoim, deficiência hídrica. SEED YIELD AND PHYSIOLOGICAL QUALITY OF DROUGHT SEASON PEANUT AFFECTED BY SOWING TIME AND CALCIUM LEVEL ABSTRACT - It was studied the effect of calcium fertilization and sowing time difference of drought season peanut, in the seed yield and physiological quality in the seed comercialization. The experiment was installed in field conditions in a Dark Red Latosol, loamy texture, previously cultivated with corn, at Experimental Farm - UNESP - Campus of Ilha Solteira - Selvíria-Brazil. The experimental design utilized was randomized blocks, in factorial, four replications. Four sowing times, cultivar Tatu 53, (E1 - 21/01, E2 - 04/02, E3 - 18/02 and E4 - 04/03), arranged with four calcium level (Ca1 = 0kg calcium/ha, Ca2 = 45kg calcium/ha, Ca3 = 90kg calcium/ha and Ca4 = 135kg calcium/ha), applied at the sowing time into the furrow, using dolomite lime with PRNT 90,1% (21% CaO and 18% MgO), were studied. The fertilization consisted in the application of 10kg of N/ha, 75kg of P2O5/ha and 25kg of K2O/ha. It was determined the seed yield, 100 seeds weight and seed physiologic quality (germination and vigor). The calcium fertilization did not affect the 100 seeds weight, as seed yield, but provided a larger germination percentage and more vigorous seeds. The physiological seed quality was smaller at the time of lower pluvial precipitation. The seed yield was reduced in later sowing. The drought season peanut crop for seed production, when sowed late it should be added to the irrigation. Sowing of drought season peanut in beginning of the second fortnight of January provided better as yield as quality seeds. The application of 45kg calcium/ha into the furrow was sufficient to provide better quality seeds. Index terms: lime, germination, peanut, vigor, hidric deficiency.

INTRODUÇÃO 1

Aceito para publicação 08.10.98.

2

Prof. Dr. - Faculdade de Engenharia/UNESP - Campus de Ilha Solteira, Cx. Postal 31, 15385-000, Ilha Solteira-SP.

3

Prof. Dr. - Faculdade de Ciências Agronômicas/UNESP - Campus de Botucatu, Cx. Postal 237, 18603-970, Botucatu-SP.

4

Eng° Agr° - Faculdade de Engenharia/UNESP - Campus de Ilha Solteira.

Revista Brasileira de Sementes, vol. 20, no 2, p.32-38 - 1998

O amendoim é uma espécie que tem grande necessidade de cálcio na zona de desenvolvimento dos frutos (Walker, 1975). O conteúdo de Ca na solução do solo é influenciado pelo conteúdo de Ca solúvel e trocável, de água (Keisling et al., 1982) e do teor de potássio no solo (Cox et al., 1982).

PRODUTIVIDADE E QUALIDADE FISIOLÓGICA DE SEMENTES DE AMENDOIM

A redução do conteúdo de água no solo diminui a absorção de Ca, induzindo deficiência deste na planta (Hallock & Allison, 1980). A redução nos teores de Ca pode ser constatada nas folhas (Hirsch, 1975), nos frutos (Conkerton et al., 1989) e nas sementes (Kvien et al., 1988). Baixos níveis de Ca no solo produzem escurecimento e colapso da base da plúmula reduzindo a porcentagem de germinação (Cox et al., 1976). Em solos ácidos a disponibilidade de Ca, entre outros nutrientes, é reduzida. O aumento da acidez incrementa o número de ginóforos por planta, no entanto, diminui o número de ginóforos que se transformam em frutos e, consequentemente, a produtividade de sementes (Slack & Morril, 1972). A produtividade, também, é afetada pelo peso das sementes. Em pesquisas realizadas com a cultura do amendoim, foi observado que o peso de 100 sementes foi incremento quando se aplicou calcário (Nakagawa et al., 1990; e Fernandez, 1996), em cultivo “das águas”. No entanto, nem sempre verifica-se resposta à aplicação de calcário (Nakagawa et al., 1990 e 1993 e Rossetto, 1993). Esta diversidade nos resultados obtidos, pode ser atribuída às condições químicas dos solos em que foram realizados os estudos, principalmente a saturação por bases e o teor de Ca no solo, bem como a quantidade e distribuição pluvial durante o ciclo da cultura. Da mesma forma, o efeito da calagem na produtividade de sementes tem sido contraditório, mas Nakagawa et al. (1993) e Fernandez (1996) obtiveram um aumento com a aplicação de calcário, enquanto Rossetto (1993) não verificou o mesmo resultado, justificado em parte, devido ao não efeito no peso de 100 sementes. As características dos solos onde se realizaram experimentos para avaliar a qualidade das sementes em função da calagem foram muito variadas. Observou-se aumento da porcentagem de germinação das sementes produzidas em solo com pH 4,4 e 6mmolc.dm-3 de Ca e saturação por bases igual a 43% (Nakagawa et al., 1993). Entretanto, não foi observado num solo com V% igual a 19,5 e 5,5mmolc.dm-3 de Ca e pH 4,2 (Fernandez, 1996). Os cultivares de sementes pequenas têm menores requerimentos de Ca que os de sementes grandes (Cox et al., 1982). Segundo Adams et al. (1993) o teor de Ca na semente é influenciado pelo teor de Ca e o conteúdo de água no solo, sendo que na germinação há maior correlação com o teor de Ca na semente que no solo. No entanto, não existem dados na bibliografia que especifiquem o nível de Ca no solo para obter alta porcentagem de germinação, em cultivares do grupo Valência. Nos cultivares do grupo Virgínia, observou-se que quando o nível de Ca no solo foi maior ou igual a 400mg.Ca.kg-1 de solo, a porcentagem de germinação alcançou 98-100%, e reduziu-se até 89-95% quando o teor de Ca no solo foi menor ou igual a 240mg.Ca.kg-1 de solo (Adams & Hartozg, 1991). Foi constatado que o teor mínimo de Ca no solo para máxima germinação

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seria entre 235 e 286 mg.kg-1, dependendo do cultivar (Adams et al., 1993). Quando o vigor foi avaliado através de plântulas no teste de germinação, Rossetto (1993) observou que a calagem aumentou a porcentagem das plântulas normais fortes e da primeira contagem do teste de germinação, avaliado imediatamente após a colheita e após seis meses de armazenamento, entretanto Nakagawa et al. (1993) não observaram efeito nas plântulas da primeira contagem e Fernandez (1996), constatou que o vigor, avaliado através da classificação das plântulas normais fortes, não foi afetado pela presença de calagem, sendo que a diferença pode ter sido devido ao alto teor de cálcio nas sementes, uma vez que Rosseto (1993), no mesmo cultivar, constatou menor teor de cálcio. O cálcio faz parte da parede celular na forma de pectatos. Sementes oriundas de solos com teores adequados de cálcio apresentam maior espessura do tegumento, o que resulta em menor perda de água. Dessa forma, a aplicação de calcário tem efeito positivo na sanidade das sementes secas, tanto a campo quanto à sombra. Este efeito é atribuído ao elevado teor de cálcio no tegumento e ao aumento da espessura do tegumento e da parede celular da exotesta (Fernandez, 1996) A partir do exposto, o presente trabalho teve por objetivo estudar o efeito da calagem e da época de semeadura do amendoim “da seca”, na produtividade de grãos e na qualidade de sementes comercializáveis. MATERIAL E MÉTODOS O experimento foi conduzido, em condições de campo no ano de 1991, na Fazenda de Ensino e Pesquisa (FEP), pertencente a Faculdade de Engenharia de Ilha Solteira - UNESP, localizada no Município de Selvíria (MS), apresentando como coordenadas geográficas 51o22’ W e 20o22’ S, com Latossolo vermelho-escuro, epi-eutrófico álico, textura argilosa (Demattê, 1980) cultivado anteriormente com milho. Na Tabela 1 estão contidos os resultados da análise química do solo, amostrado na área experimental, a 0-0,20m de profundidade. Os dados referentes às precipitações pluviais e às temperaturas máxima e mínima diárias, do período de condução do experimento, coletados no Posto Meteorológico da FEP, encontram-se na Figura 1. O solo foi preparado através de uma aração e duas gradagens, sendo a primeira levada a efeito logo após a aração e a segunda, às vésperas da semeadura. A adubação constou da aplicação nos sulcos de semeadura, de 10kg de N/ha, 75kg de P2O 5/ha e 25kg de K2O/ha através da formulação química 4-30-10. Utilizou-se uma densidade de 18 sementes viáveis por metro linear. As sementes, anteriormente à semeadura, foram Revista Brasileira de Sementes, vol. 20, no 2, p.32-38 - 1998

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M.E. DE SÁ et al.

TABELA 1. Análise química do solo. Fazenda de Ensino e Pesquisa, Selvíria-MS. M.O.

pH

P resina

3

H + Al

K

Ca

2,4

mmolc/dm 26 18

3

(g/dm ) (CaCl2 ) (mg/dm ) 36 4,6 10

47

Mg

SB

CTC

V

93,4

(%) 50

3

46,4

tratadas com fungicidas dissulfeto de tetrametil-tiuram, na forma de pó seco na dose de 175g de i.a.100kg-1 de sementes, visando à proteção das plântulas contra fungos de solo. Foram estudadas quatro épocas de semeadura do amendoim “da seca”, cultivar Tatu 53, (E1 - 21/01, E2 - 04/02, E3 - 18/ 02 e E4 - 04/03), nas quais as respectivas emergências se deram em 30/01 (E1), 10/02 (E2), 26/02 (E3) e 11/03 (E4), combinadas com quatro doses de cálcio (Ca1= 0kg de cálcio/ha, Ca2= 45kg de cálcio/ha, Ca3= 90kg de cálcio/ha e Ca4= 135kg de cálcio/ha), aplicadas no sulco de semeadura, usando como fonte calcário dolomítico com PRNT de 90,1%, com teores de 21% de CaO e 18% de MgO. As doses de cálcio foram aplicadas manualmente nos sulcos de semeadura às vésperas da mesma.

S

E

O delineamento experimental utilizado foi o de blocos casualizados com quatro repetições em esquema fatorial 4x4. As parcelas constaram de seis fileiras de plantas de 5m de comprimento espaçadas de 0,5m. Foi considerada como área útil, para as avaliações, as quatro fileiras centrais de cada parcela, desprezando-se 0,5m nas extremidades de cada fileira de plantas, que resultou em 8m2. Para o estabelecimento das plântulas, realizou-se, quando necessário, em todos os tratamentos, irrigações para a germinação e emergência uniforme das plântulas, sendo cessada posteriormente e todos os tratamentos ficaram dependentes da precipitação pluvial natural. O controle de plantas daninhas foi realizado com a aplicação do herbicida pré-emergente Alachlor, após a semeadura das parcelas de cada época, na dose de 2,64kg de i.a./ha, e por uma capina manual durante o desenvolvimento da cultura, na qual, foi realizado o chegamento de terra junto às plantas (amontoa). Quando necessário realizou-se a aplicação do inseticida Methamidophós na dose de 0,33l de i.a/ha, para o controle de trips (Enneothrips flavens e Caliothrips brasiliensis) e a aplica-

C

IF

E1 E2 E3 E4

45

100

40

90

35

80

Temperatura (°C)

60

25

50

20

40

15

30

10

20

5

10

0

JANEIRO Precipitação

FEVEREIRO

MARÇO

Temperatura máxima

ABRIL

MAIO

Temperatura mínima

JUNHO

Precipitação (mm)

70

30

0

Temperatura média

FIG. 1. Valores diários médios de precipitação pluvial (mm), temperatura máxima, mínima e média (oC), observados por ocasião da instalação e da condução do experimento. Fazenda de Ensino e Pesquisa, Selvíria – MS. 1991. (E1 = semeadura 21/01; E2 = semeadura 04/02; E3 = semeadura 18/02; E4 = semeadura 04/03; S = semeadura; E = emergência; IF = início do florescimento; C = colheita). Revista Brasileira de Sementes, vol. 20, no 2, p.32-38 - 1998

PRODUTIVIDADE E QUALIDADE FISIOLÓGICA DE SEMENTES DE AMENDOIM

ção de Benomyl na dose de 125g de i.a./ha, para o controle de cercosporioses (mancha preta - Cercosporidium personatum e mancha castanha - Cercospora arachidicola). A colheita foi efetuada manualmente e individualmente na área útil de cada parcela. Em todos os tratamentos, o arranquio das plantas foi realizado quando observou-se mais de 70% dos frutos com o interior escuro e as sementes com tegumento vermelho, através de uma amostragem nas fileiras de plantas das bordaduras. A seguir, após a secagem à sombra em terreiro cimentado quando as sementes atingiram aproximadamente teor de água de 10% , foi realizada a trilha manual e a limpeza do material, separando as impurezas das vagens. Posteriormente, realizou-se a debulha das vagens de cada parcela. Em laboratório, determinou-se o peso das sementes e o teor de água pelo método da estufa (Brasil, 1992) e calculou-se a produção de sementes por hectare (kg/ha), corrigindo para 13% (base úmida). A seguir, coletou-se uma amostra de sementes de cada parcela, que foram utilizadas para as análises laboratoriais. Foram determinados: peso de 100 sementes - foi realizado através da pesagem de oito repetições de 100 sementes, segundo Brasil (1992); teste de germinação - realizado na temperatura constante de 30oC, com quatro repetições de 50 sementes para cada tratamento, tratadas com Captam na dose de 1,5g de i.a.kg-1. Foi utilizado o papel-toalha umedecido com água numa proporção de 2,5 vezes o peso do papel e as contagens foram ao 4o e 8o dia após o início do teste (Brasil, 1992); primeira contagem do teste de germinação - efetuada computando-se as porcentagens de plântulas normais no quarto dia após a semeadura (Vieira & Carvalho, 1994); velocidade de germinação - realizada em conjunto com o teste de germinação de acordo com a fórmula apresentada por (Vieira & Carvalho, 1994): Vg = N1/D1 + N2/D2 + ... + Nn/Dn onde: Vg = velocidade de germinação; N1, N2, Nn = número de plântulas germinadas a 1, 2 e n dias após a montagem do teste; D1, D2, Dn = número de dias após a implantação do teste. TABELA 2. Precipitação pluvial (mm) e precipitação pluvial média diária (mm/dia)1, durante os períodos da emergência ao início do florescimento, do início do florescimento à colheita e durante o ciclo da cultura, em função das épocas de semeadura do amendoim “da seca”. Selvíria-MS, 1991. Épocas de semeadura

Período

___________________________________________________________________

E1 (21/01) 1

E2 (04/02)

Emergência-florescimento 186,2 (8,9) 176,3 (8,0) Florescimento-colheita 462,4 (5,9) 353,1 (4,6) Ciclo 648,6 (6,6) 529,4 (5,3)

E3 (18/02)

E4 (04/03)

339,1 (14,7) 184,9 (7,7) 139,3 (1,7) 142,9 (1,7) 478,4 (4,6) 327,8 (3,1)

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Os dados obtidos foram analisados estatisticamente, sem transformação dos dados, segundo o delineamento em blocos ao acaso, com quatro repetições. Nas comparações das médias dos tratamentos, adotou-se o teste de Tukey a 5% de probabilidade. RESULTADOS E DISCUSSÃO O peso de 100 sementes (Tabela 3) não foi afetado pelos tratamentos com cálcio, no entanto, houve efeito significativo para épocas de semeadura e para interação doses de cálcio e épocas. No desdobramento doses de cálcio dentro de épocas houve efeito significativo somente na época 3, em que a dose Ca2 (45kg de Ca/ha) proporcionou peso de 100 sementes significativamente superior em relação a dose Ca1 (sem aplicação de Ca), não diferindo das doses Ca3 e Ca4. Desdobrando a interação épocas dentro de doses, constata-se efeito significativo em todas as doses de cálcio. Observa-se que o peso de 100 sementes foi significativamente menor na época 4 em todas as doses de cálcio, e na dose Ca1 este resultado se manifestou, também, na época 3. Com relação à época de semeadura, estes resultados podem ser explicados pela má distribuição e menor precipitação pluvial (Figura 1 e Tabela 2) ocorrida após o início do florescimento até o momento de colheita, principalmente, durante o cultivo da época 4, reduzindo o enchimento das vagens, devido a deficiência hídrica, resultando em sementes de menor peso. A ocorrência de deficiência hídrica durante a fase de enchimento dos frutos, altera a relação peso de sementes/frutos (Rao et al., 1985). Além disso, a deficiência hídrica afeta a composição das sementes, diminuindo o volume e o peso médio dessas, reduzindo o movimento e a absorção de Ca e outros nutrientes imóveis no floema (Ross & Kuien, 1989). Já, os re-

TABELA 3. Dados médios de peso de 100 sementes (g) em função da época de semeadura e de doses de cálcio na cultura do amendoim “da seca” (Ca1= 0kg de cálcio/ha, Ca2= 45kg de cálcio/ ha, Ca3= 90kg de cálcio/ha e Ca4= 135kg de cálcio/ha).

Época de semeadura

Doses de cálcio

______________________________________________________________________________________

Ca1 E1 (21/01) E2 (04/02) E3 (18/02) E4 (04/03) Média CV(%)

38,1abA 41,6aA 37,2 bB 35,9 bA 38,2A

Ca2

Ca3

Ca4

Média

37,9abA 40,3abA 41,7aA 36,5 bAA 39,1A

40,9aA 40,0abA 41,0aAB 36,3bA 39,6A

39,0abA 39,0abA 40,7aAB 34,7 bA 38,4A

39,0a 40,2a 40,2a 35,9b

5,9

Médias seguidas de mesma letra, minúscula na coluna e maiúscula na linha, não diferem significativamente entre si pelo teste de Tukey, a 5%.

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sultados referentes ao peso de 100 sementes obtidos no presente trabalho, são discordantes dos obtidos por Nakagawa et al. (1990 e 1993) e Fernandez (1996), e respaldados pelos obtidos por Fornasieri et al. (1987), Caires (1990 e 1994) e Rossetto (1993). Segundo York Jr. & Colwell (1951), uma das funções primárias do cálcio na nutrição do amendoim é auxiliar no maior desenvolvimento dos grãos, mas os resultados positivos são mais evidentes em solos com baixo teor de cálcio, o que pode explicar o resultado obtido no presente trabalho, já que o solo utilizado apresentava 26mmolc.dm-3 (Tabela 1). A produtividade de sementes (Tabela 4) não foi afetada pelas doses de cálcio, somente pelas épocas de semeadura. Assim, a época 1 diferiu significativamente das demais proporcionando uma produtividade de 1567 kg/ha, e a época 2 de 1160 kg/ha. A partir da segunda época de semeadura houve uma redução acentuada na produtividade de sementes, ocorrendo uma redução de mais de 50% na época 3, podendo ser atribuída à menor disponibilidade hídrica, decorrente de menores precipitações pluviais manifestadas nas épocas mais tardias (Figura 1 e Tabela 2), que provavelmente reduziu o número de vagens por planta. Quanto a não resposta da produtividade de sementes à doses de cálcio, Rossetto (1993), também, não verificou resposta a calagem justificado pelo não efeito no peso de 100 sementes, discordando dos resultados obtidos por Nakagawa et al. (1993) e Fernandez (1996), que trabalhou em um solo com teor inicial médio de cálcio 5,5mmolc.dm-3 e boa distribuição pluvial. A porcentagem de germinação (Tabela 5) foi influenciada pelas doses de cálcio, pelas épocas de semeadura e interação doses e épocas. Desdobrando a interação através de doses dentro épocas, constata-se efeito significativo somente na época 3, ocorrendo uma maior germinação quando da aplicação da dose Ca2, que diferiu significativamente das doses Ca1 e Ca4, não diferindo da dose Ca3. Esse resultado pode ser atribuído ao maior TABELA 4. Produtividade de sementes (kg/ha) em função da época de semeadura e de doses de cálcio na cultura do amendoim “da seca” (Ca1= 0kg de cálcio/ha, Ca2= 45kg de cálcio/ha, Ca3= 90kg de cálcio/ha e Ca4= 135kg de cálcio/ha). Época de semeadura

Doses de cálcio

______________________________________________________________________________________

Ca1

Ca2

Ca3

Ca4

Média

E1 (21/01) E2 (04/02) E3 (18/02) E4 (04/03) Média

1578 1063 533 250 856A

1783 1030 565 597 994A

1475 1147 550 511 921A

1431 1402 600 454 972A

1567a 1160 b 562 c 453 c

CV(%)

27,02

Médias seguidas de mesma letra não diferem significativamente entre si pelo teste de Tukey, a 5%.

Revista Brasileira de Sementes, vol. 20, no 2, p.32-38 - 1998

TABELA 5. Germinação total (%) em função da época de semeadura e de doses de cálcio na cultura do amendoim “da seca” (Ca1= 0kg de cálcio/ha, Ca2= 45kg de cálcio/ha, Ca3= 90kg de cálcio/ha e Ca4= 135kg de cálcio/ha). Época de semeadura

Doses de cálcio

______________________________________________________________________________________

Ca1

Ca2

E1 (21/01) E2 (04/02) E3 (18/02) E4 (04/03) Média

96,0aA 93,8aA 80,5 bB 90,5aA 90,2B

99,0aA 95,5abA 91,5 bA 92,5 bA 94,6A

CV(%)

3,4

Ca3

Ca4

100,0aA 99,0aA 93,0 bA 97,0abA 86,5 cAB 82,5 cB 93,2 bA 92,0 bA 93,2AB 92,6AB

Média 98,5a 94,8 b 85,2 c 92,1 b

Médias seguidas de mesma letra, minúscula na coluna e maiúscula na linha, não diferem significativamente entre si pelo teste de Tukey, a 5%.

peso de 100 sementes obtido, também, na dose Ca2. Com relação ao desdobramento épocas dentro de doses, houve efeito significativo em todas as doses estudadas. Na dose Ca1, a época 3 proporcionou a menor porcentagem de germinação, diferindo significativamente das demais. Nas demais doses o maior maior valor de porcentagem de germinação foi alcançada na época 1. De maneira geral, a porcentagem de germinação respondeu apenas à dose Ca2. Nakagawa et al. (1990 e 1993) sob várias condições de solos observaram aumento da porcentagem de germinação com aplicação de calcário. No entanto, Fernandez (1996) não constatou alteração na porcentagem de germinação com aplicação de calcário. Segundo Adams et al. (1993) a alta porcentagem de germinação relaciona-se ao conteúdo de Ca no solo, desde que a disponiblidade de água não seja limitante para a absorção do nutriente pela planta, e na semente. Observa-se que as porcentagens de germinação nas épocas 1 e 2 foram elevadas, o que indica que a disponibilidade de Ca no solo (Tabela 1) foi adequada para a obtenção de sementes de boa qualidade, estando o teor original no solo acima do considerado mínimo para a germinação nos cultivares do tipo Virgínia (entre 11,7 e 14,3mmol/ dm3 de Ca) (Adams et al., 1993). Deve-se ressaltar, ainda, que os cultivares de sementes pequenas tem menores requerimentos que os de tipo Virgínia (Cox et al., 1982). Além do teor de Ca no solo, o conteúdo deste na semente pode ser influenciado pelo nível de água no solo (Adams et al., 1993). Sob as condições em que foi cultivado, principalmente, na época 1, pode-se considerar que a disponibilidade de água foi adequada para obtenção de sementes de boa qualidade (Figura 1 e Tabela 2). O vigor das sementes, expresso pela primeira contagem de germinação (Tabela 6), foi afetado pelas doses de cálcio, pelas épocas de semeadura e pela interação doses e épocas. Desdobrando a interação doses dentro de épocas, houve efeito significativo nas épocas 1, 2, e 3. Nas épocas 1 e 2 houve resposta

PRODUTIVIDADE E QUALIDADE FISIOLÓGICA DE SEMENTES DE AMENDOIM

TABELA 6. Primeira contagem de germinação (%) em função da época de semeadura e de doses de cálcio na cultura do amendoim “da seca” (Ca1= 0kg de cálcio/ha, Ca2= 45kg de cálcio/ha, Ca3= 90kg de cálcio/ha e Ca4= 135kg de cálcio/ha). Época de semeadura

Doses de cálcio

______________________________________________________________________________________

Ca1

Ca2

Ca3

Ca4

E1 (21/01) E2 (04/02) E3 (18/02) E4 (04/03) Média

92,5aB 85,0 bB 69,5 cC 84,5 bA 82,9B

98,0aAB 92,5abA 87,0 bcA 80,0 cA 89,4A

100,0aA 91,0 bAB 82,0 cAB 85,0 bcA 89,5A

99,0aAB 95,0aA 75,5 cBC 84,0 bA 88,4A

CV(%)

4,3

TABELA 7. Índice de velocidade de germinação (IVG) em função da época de semeadura e de doses de cálcio na cultura do amendoim “da seca” (Ca1= 0kg de cálcio/ha, Ca2= 45kg de cálcio/ ha, Ca3= 90kg de cálcio/ha e Ca4= 135kg de cálcio/ha). Época de semeadura

Média 97,4a 90,9 b 78,5 d 83,4 c

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Doses de cálcio

______________________________________________________________________________________

Ca1 E1 (21/01) E2 (04/02) E3 (18/02) E4 (04/03) Média CV(%)

11,8aA 11,1abB 9,4 cC 10,9 bA 10,8B

Ca2 12,3aA 11,8abAB 11,2 bcA 10,8 cA 11,5A

Ca3 12,5aA 11,5 bAB 10,6 cAB 11,2 bcA 11,5A

Ca4 12,4aA 12,0aA 9,9 cBC 11,0 bA 11,3A

Média 12,2a 11,6 b 10,3 d 11,0 c

3,7

Médias seguidas de mesma letra, minúscula na coluna e maiúscula na linha, não diferem significativamente entre si pelo teste de Tukey, a5%.

Médias seguidas de mesma letra, minúscula na coluna e maiúscula na linha, não diferem significativamente entre si pelo teste de Tukey, a 5%.

a aplicação de cálcio, ocorrendo na dose Ca1 a menor porcentagem de germinação, ou seja, a aplicação de cálcio (Ca2, Ca3 e Ca4) proporcionou sementes mais vigorosas. Já na época 3 a aplicação da menor dose de cálcio Ca2 resultou no maior vigor, estando relacionado, provavelmente, ao maior peso de 100 sementes obtido nesta dose (Tabela 3). No desdobramento épocas dentro de doses, constata-se efeito significativo em todas as doses de cálcio estudadas. Com exceção da dose Ca4, que proporcionou maior vigor nas duas primeiras épocas de semeadura, todas as demais apresentaram maior vigor na época 1, o que permite inferir que a época de semeadura influi sensivelmente no vigor das sementes quando é realizada tardiamente, devido, provavelmente, a menor absorção de cálcio e ao menor acúmulo de fotossintatos nas sementes decorrente da deficiência hídrica estabelecida nestas épocas (Figura 1 e Tabela 2), refletindo no menor peso das sementes (Tabela 3).

afetado pela presença de calagem, sendo que a diferença pode ter sido devido ao alto teor de cálcio nas sementes, uma vez que Rosseto (1993), utilizando o mesmo cultivar, contatou menor teor de cálcio.

Ainda com relação ao vigor, através do índice de velocidade de germinação (Tabela 7), os resultados são um reflexo dos manifestados no teste de primeira contagem de germinação. Assim, houve efeito de doses de cálcio, épocas de semeadura e da interação doses e épocas. Desdobrando doses dentro de épocas, constata-se efeito nas épocas 2 e 3. Em ambas a aplicação de cálcio proporcionou maior velocidade de germinação, atingindo o maior valor na dose Ca4 e Ca2, respectivamente, para a época 2 e 3. Porém, na época 2 a dose Ca4 diferiu significativamente, somente, da dose Ca1, enquanto na época 3 a diferença foi em relação as doses Ca1 e Ca4. Quanto ao desdobramento épocas dentro de doses, houve efeito significativo em todas as doses de cálcio, tendo a época 1 proporcionado os maiores valores. Analisando os resultados referentes a aplicação de cálcio, estes concordam com os obtidos por Rossetto (1993) que verificou maior vigor das sementes com a aplicação de calcário. No entanto, Fernandes (1996), contatou que o vigor, avaliado através da classificação das plântulas normais fortes, não foi

- o cultivo do amendoim “da seca” para produção de sementes, quando semeado em épocas tardias, deve ser realizado com o emprego de irrigação;

CONCLUSÕES - A aplicação de cálcio não afetou o peso de 100 sementes, tão pouco a produtividade de sementes; - a aplicação de cálcio proporcionou maior porcentagem de germinação e sementes mais vigorosas; - menor disponibilidade de água à cultura proporcionou sementes de qualidade inferior; - a produtividade de sementes foi sensivelmente reduzida nas semeaduras tardias;

- semeadura do amendoim “da seca” no início da segunda quinzena do mês de janeiro proporcionou melhores produtividade e qualidade de sementes; - a aplicação de 45kg de cálcio/ha nos sulcos de semeadura foi suficiente para proporcionar sementes de boa qualidade. REFERÊNCIAS ADAMS, J.F. & HARTZOG, D.L. Seed quality of runner peanuts as affected by gypsum and soil calcium. Journal of Plant Nutrition, New York, v.14, n.8, p.841-51, 1991. ADAMS, J.F.; HARTZOG, D.L. & NELSON, D.B. Supplemental calcium application on yield, grade, and seed quality of runner peanut. Agronomy Journal, Madison, v.85, p.86-93, 1993. Revista Brasileira de Sementes, vol. 20, no 2, p.32-38 - 1998

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