Produtos Diretos Proporção Indiretos Total

October 4, 2017 | Autor: Isabela Rodrigues | Categoria: Custos
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Antonio Santana Rodrigues

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Administração de Custos

APRESENTAÇÃO É com satisfação que oferecemos a você aluno (a), esta apostila de Custos. O principal objetivo desta apostila é propiciar aos (às) alunos (as) uma apresentação do conteúdo básico da disciplina.

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Além deste material, serão disponibilizados exercícios, aulas expositivas, troca de experiências, usando exemplos de empresas, para que o aluno possa identificar a importância dos Custos para a Logística, e como gerir os processos logísticos em função do lucro da empresa. Lembramos que a Logística é parte integrante de um sistema maior chamado empresa, que funciona como um corpo, onde cada membro (setores) deve funcionar em sintonia, com o objetivo traçado pela organização.

Antonio Santana Rodrigues Professor de Custos

NOTA DO PROFESSOR Caro aluno (a)

O objetivo deste módulo de Custos, do curso de Técnico de Logística da Pronatec/FAC, é propiciar conhecimentos básicos de custos gerais, e de custos logísticos, tais como identificação de custos, diferenciação de custos e despesas, importância da gestão de custos no processo logístico, bem como a ação do técnico de logística para que se possa obter os resultados desejados pela empresa.

Lembre-se que a Logística é parte de um sistema chamado empresa, onde tem a responsabilidade de utilizar recursos em benefício do projeto empresarial e da fidelização do cliente, principal responsável pela continuidade dos negócios.

Apesar de custos envolver cálculos, o principal a absorver são os conceitos e objetivos de se gerir custos. Os cálculos nos dão os valores, mas o entendimento dos conceitos nos dá o porquê, o como, onde, quando, qual a forma de se usar esta ferramenta tão importante nos controles e na geração de receitas pela empresa.

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INTRODUÇÃO A Contabilidade de Custos – que atende essa necessidade – destina-se à geração de informações contábeis de interesse dos usuários internos da empresa, servindo de apoio indispensável a decisões gerenciais das mais diversas naturezas. Enquanto a Contabilidade Financeira é sintética e regida por regras bem definidas 3 que atendem o interesse do publico externo à empresa (ao qual se destinam às informações por ela geradas), a Contabilidade de Custos é analítica e flexível, produzindo dados de receita, custo e resultado por produto, por departamento, por cliente, etc. Inicialmente desenvolvida para uma melhor avaliação dos estoques, da qual depende a apuração do Custo dos Produtos ou Serviços Vendidos e, consequentemente, dos Resultados, as funções da Contabilidade de Custos expandiram-se, à medida que aumentava a competição dos mercados, de forma a abranger, hoje, todas as áreas e atividades das empresas, assumindo uma posição de absoluto destaque entre as prioridades da empresa bem administrada. Por isso, aumenta, a cada dia, a necessidade de divulgação e aplicação das técnicas de análise e de controle dos gastos empresariais, das quais se ocupa a Contabilidade de Custos. Segundo Figueiredo e Caggiano (1997), custos são essencialmente medidas monetárias dos sacrifícios com os quais uma organização tem que arcar a fim de atingir seus objetivos. Consequentemente, são partes muito importantes do processo decisorial, e não é surpresa que os contadores estejam muito envolvidos com a coleta e análise das informações de custos. Ainda segundo Figueiredo e Caggiano (1997), as informações de custos são necessárias para quatro propósitos principais: 

Para decisão de planejamento;



Para decisões de controle;



Para mensuração de lucros; e



Para informação aos empregados.

HISTÓRICO Segundo Bruni e Famá (2004), o nascimento da Contabilidade de Custos decorreu da necessidade de maiores e mais precisas informações, que permitissem uma tomada de decisão correta após o advento da Revolução Industrial. Com a Revolução Industrial, as empresas passaram a adquirir matéria-prima para 4 transformar em novos produtos. O novo bem criado era resultante da agregação de diferentes materiais e esforços de produção, constituindo o que se convencionou chamar de custo de produção ou fabricação. Atualmente as empresas enfrentam o dinamismo do mercado globalizado, as informações são altamente divulgadas em pequeno espaço de tempo, novas ferramentas gerenciais são desenvolvidas e as preocupações de a empresa conseguir se manter no mercado aumentam. A necessidade da análise e do controle dos gastos empresariais acentua-se à medida que cresce a competição entre as empresas. A atual tendência à globalização dos mercados, que estende essa competição a um nível internacional, enfatiza como não poderia deixar de ser, a necessidade da adoção de técnicas e procedimentos que permitam o adequado gerenciamento desses gastos. Quase só existia a Contabilidade Financeira que, desenvolvida na Era Mercantilista, estava bem estruturada para atender às empresas comerciais. Levantamento de forma simples dos Estoques e apuração do resultado. Estoques Iniciais (+) Compras (-) Estoques finais (=) Custo das Mercadorias Vendidas Confrontando esse montante com as receitas líquidas chegava-se ao Lucro Bruto, do qual bastava deduzir as despesas necessárias à manutenção da entidade

durante o período, à venda dos bens e ao financiamento de suas atividades.

Com o surgimento da indústria, tornou-se bastante complexa a tarefa de avaliar os estoques dos produtos existentes na empresa e por ela produzidos, pelo fato de que os produtos incorporam diversos fatores de produção utilizados para sua obtenção. Seu valor de “Compras” na empresa comercial estava agora substituído por uma série de valores pagos pelos fatores de produção utilizados. Assim, a preocupação primeira dos contadores foi a de fazer da Contabilidade de Custos uma forma de resolver seus problemas de mensuração monetária dos estoques e do resultado, não a de fazer dela um instrumento gerencial. Nas últimas décadas, a Contabilidade de Custos vem evoluindo e modernizandose, deixando de ser mera auxiliar na avaliação de estoques e de lucros globais, para tornar-se um importante instrumento de controle e de suporte às tomadas de decisões. Característica da empresa moderna: a) melhoria contínua e eliminação do desperdício; • lotes de produção pequenos; • baixos estoques; • fluxo contínuo de materiais. b) filosofia da qualidade total.

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OBJETIVO O objetivo básico da Contabilidade de Custos é de ser utilizado como instrumento que possibilita à administração da empresa gerenciar suas atividades produtivas, comerciais e financeiras, através do conhecimento dos custos dos seus produtos para avaliar estoques e apurar o resultado das indústrias.

NECESSIDADE A Contabilidade de Custos é de suma importância para a organização, pois através dela, o gestor pode traçar estratégias e metas como por exemplo: adequar o preço de venda ao valor praticado no mercado, pois, para a empresa é condição indispensável saber o valor do custo de produção do produto para poder fazer esse cálculo. A administração necessita de elementos e informações rápidas e exatas, tanto quanto possível, a fim de que se possa tomar, em tempo real, as providências adequadas para manter o equilíbrio econômico/financeiro e aumentar a eficiência da empresa. Isto não só em tempos normais, mas, principalmente, em épocas de desequilíbrio econômico, quando existe forte concorrência ou estão em perspectiva de novos concorrentes, ocasiões como estas é que obrigam o gestor a fazer revisões de suas estratégias e metas nos âmbitos da política e fixação de preços.

IMPORTÂNCIA Dentre as principais importâncias da Contabilidade de Custos, destacam-se: 

Permitir avaliar os custos unitários de produção, consequentemente fixar os preços de venda;



Permite localizar os desperdícios de material, horas máquinas/homens, aproveitar resíduos, reduzir ou eliminar gastos;



Permite apuração de custos por elementos, seções, departamentos, produtos, períodos, etc.;



Oferece elementos para estudo acurado das despesas, bem como o controle

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e previsão dos negócios; 

Fornece rapidamente os inventários de materiais; produtos em elaboração e produtos acabados, facilitando o levantamento de balancetes, balanço e demonstração de resultados parcial/total (relatórios contábeis);



Oferece elementos para comparação e interpretação dos custos ocorridos por departamentos, fases de fabricação, produtos;



Permite descobrir quais os produtos/serviços mais lucrativos para a empresa.

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TERMINOLOGIA O ponto inicial da exposição sobre custos está na terminologia. Infelizmente, encontramos em todas as áreas, principalmente nas sociais (e econômicas em particular) uma profusão de nomes para um único conceito e também conceitos diferentes para uma única palavra. GASTOS – Sacrifício que a entidade arca para obtenção de um bem ou serviço, 8 representado por entrega ou promessa de entrega de ativos (direitos: dinheiro / bens / clientes a receber). O gasto se concretiza quando os serviços ou bens adquiridos são prestados ou passam a ser de propriedade da empresa. Para Padoveze (2004), gastos são todas as ocorrências de pagamentos ou recebimentos de ativos, custos ou despesas. Significa receber os serviços e produtos para consumo para todo o processo operacional, bom como os pagamentos efetuados e recebimentos de ativos. Como se pode verificar, gastos são ocorrências de grande abrangência e generalização. Exemplos: 1. Gasto com mão de obra (salários e encargos sociais) = aquisição de serviços de mão de obra; 2. Gasto com aquisição de mercadorias para revenda; 3. Gasto com aquisição de matérias-primas para industrialização; 4. Gasto com energia elétrica = aquisição de serviços fornecimento energia; 5. Gasto com aluguel de edifícios;

INVESTIMENTOS – Gasto com bem ou serviço ativado em função de sua vida útil ou de benefícios atribuíveis a períodos futuros. Todos os sacrifícios havidos pela aquisição de bens ou serviços (gastos) que são “estocados”, nos Ativos da empresa para baixa ou amortização quando de sua venda, de seu consumo, de seu desaparecimento ou de sua desvalorização são especificamente chamados de investimentos (Martins, 2003). Exemplos: 1. Aquisição de móveis e utensílios; 2. Aquisição de imóveis;

3. Despesas pré-operacionais; 4. Aquisição de marcas e patentes; 5. Aquisição de matéria-prima; 6. Aquisição de material de escritório. EXEMPLOS: Aquisição de uma máquina industrial ou um lote de matérias-primas, pois a empresa desembolsa recursos com esses ativos, visando um retorno futuro sob a forma de produtos fabricados pelo equipamento ou pela transformação das matérias-primas em produtos elaborados e sua comercialização com lucro, 9 posteriormente.

CUSTO – Gasto relativo à bem ou serviço utilizado na produção de outros bens e serviços: são todos os gastos relativos à atividade de produção. Segundo Martins (2003), o custo é também um gasto, só que reconhecido como tal, isto é, como custo, no momento da utilização dos fatores de produção (bens e serviços), para a fabricação de um produto ou execução de um serviço. Exemplos: 1. Salários do pessoal da produção (MOD); 2. Matéria-prima utilizada no processo produtivo; 3. Combustíveis e lubrificantes usados nas máquinas da fábrica; 4. Alugueis e seguros do prédio da fábrica; 5. Depreciação dos equipamentos da fábrica; 6. Gastos com manutenção das máquinas da fábrica. EXEMPLOS: Matérias-primas consumidas; salários e encargos sociais dos operários da fábrica; combustíveis, energia elétrica e água utilizadas no processo fabril; seguro do prédio industrial, manutenção, depreciação e outros, devem ser considerados custos. Outra forma de identificar os gastos que podem ser classificados como custos é que esses geralmente ocorrem durante todo o processo produtivo, ou seja, os insumos de produção consumidos desde a fase inicial de fabricação até a etapa em que o produto está completamente pronto, disponível para despacho aos clientes da organização industrial.

DESPESA – Gastos com bens e serviços não utilizados nas atividades produtivas e consumidos com a finalidade de obtenção de receitas. Para Bruni e Famá (2004), despesas, correspondem à bem ou serviço consumido

direta ou indiretamente para a obtenção de receitas. Não estão associadas à produção de um produto ou serviço. Como exemplos de despesas podem ser citados

gastos

com

salários

de

vendedores,

gastos

com

funcionários

administrativos, etc. EXEMPLOS: Gastos ligados às atividades gerenciais da empresa (como despesas de vendas, despesas administrativas e despesas financeiras); e ainda: gastos com aluguel, salários e energia elétrica da administração (despesas administrativas), gastos com juros pagos por atraso na quitação de uma duplicata e tarifas de 10 manutenção de conta bancária (despesas financeiras) e gastos com comissões de vendedores e propaganda (despesas de vendas).

DESEMBOLSO – Saídas de caixa para atender a aquisição de um bem ou serviço. Pode ocorrer antes, durante ou após a entrada da utilidade comprada, portanto defasada ou não do gasto. PERDA – É um gasto não intencional decorrente de fatores externos fortuitos ou da atividade produtiva normal da empresa. No 1º caso, são considerados da mesma natureza que as Despesas e são jogadas diretamente contra o resultado do período. EXEMPLOS: Valores relacionados com a deterioração anormal de ativos causados por incêndios ou inundações, os furtos de mercadorias ou matérias-primas, o corte equivocado de uma peça (tornando-a imprestável para uso ou reaproveitamento). Tais tipos de gastos não devem ser considerados integrantes dos custos de fabricação dos produtos, de vez que são fatores oriundos de ineficiência interna da empresa.

DESPERDÍCIO – São os gastos relacionados com atividades que não agregam valor, do ponto de vista do cliente, que implicam dispêndio de tempo e dinheiro desnecessários aos produtos (ou serviços). EXEMPLOS: São mais difundidos na área da Engenharia de Produção do que nas áreas contábil e administrativa e podem englobar os custos e as despesas utilizados de forma não eficiente: a) Se a pintura de uma parede apresenta padrão de excelência apenas com uma demão de tinta e o trabalhador aplica duas demãos de tinta nessa parede, representa desperdício de tinta e de mão-de-obra;

b) A produção de itens defeituosos, pois o retrabalho das unidades mal fabricadas ocasiona um dispêndio desnecessário; c) A inspeção de qualidade (assume-se que o produto deveria ser fabricado corretamente em cada setor, descartando uma inspeção adicional).

Diferença entre Custos e Despesas Em termos práticos, nem sempre é fácil distinguir Custos e Despesas. Pode-se, entretanto, propor uma regra simples do ponto de vista didático: todos os gastos realizados com o produto até que esteja pronto, são Custos; a partir daí, são Despesas. Assim, por exemplo, gastos com embalagens são Custos se realizados no âmbito do processo produtivo (o produto é vendido embalado); são Despesas, se realizados após a produção (o produto pode ser vendido com ou sem embalagem). Todos os Custos que estão incorporados nos produtos acabados que são fabricados pela empresa industrial são reconhecidos como Despesas no momento em que os produtos são vendidos. A matéria-prima industrial que, no momento de sua compra, representava um Investimento, passa a ser considerada Custo no momento de sua utilização na produção, e torna-se Despesa quando o produto fabricado é vendido. Entretanto, a matéria-prima incorporada aos produtos acabados em estoque, pelo fato destes serem ativados, volta a ser Investimento. Os encargos financeiros incorridos pela empresa, mesmo aqueles decorrentes da aquisição de insumos para a produção, são sempre considerados Despesas.

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Por que é necessário identificar ou distinguir os conceitos de custos, despesas, perdas, investimentos e desperdícios? Competitividade de mercado Evitar o equívoco de repassar para o preço de venda todos os gastos da empresa

CLASSIFICAÇÃO CLASSIFICAÇÃO DE CUSTOS – Quanto à alocação ao produto CUSTO DIRETO – São todos os custos efetuados exclusivamente com a fabricação do produto. São aqueles custos que podem ser identificados com facilidade como

apropriáveis a este ou aquele item produzido. Exemplos: 1. Matérias-primas – Normalmente a empresa sabe qual a quantidade exata de matéria-prima que está sendo utilizada para a produção de uma unidade do produto. Sabe-se o preço da matéria-prima, o custo daí resultante está associado diretamente ao produto; 2. Mão de Obra direta – Trata-se dos custos com os trabalhadores utilizados diretamente na produção. Sabendo-se quanto tempo cada um trabalhou no produto e o preço da mão de obra, é possível apropria-la diretamente ao produto; 3. Material de embalagem; 4. Depreciação de equipamento quando é utilizado para produzir apenas um tipo de produto; 5. Energia elétrica das maquinas, quando é possível saber quanto foi consumido na produção de cada produto;

CUSTO INDIRETO – São os custos que dependem de cálculos, rateios ou estimativas para serem apropriados em diferentes produtos, portanto, são os custos que só são apropriados indiretamente aos produtos. O parâmetro utilizado para as estimativas é chamado de base ou critério de rateio. Exemplos: 1. Depreciação de equipamentos que são utilizados na fabricação de mais de um produto; 2. Salários dos chefes de supervisão de equipes de produção; 3. Aluguel da fábrica; 4. Gastos com limpeza da fábrica; 5. Energia elétrica que não pode ser associada ao produto.

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OBSERVAÇÕES: a) Se a empresa produz apenas um produto, todos os seus custos são diretos; b) Ás vezes, o custo é direto por natureza, mas é de tão pequeno valor que não compensaria o trabalho de associa-lo a cada produto, sendo tratado como indireto. Exemplo: gasto com verniz e cola na fabricação de móveis.

14 CLASSIFICAÇÃO DE CUSTOS – Quanto ao volume CUSTO FIXO – Custos fixos são aqueles cujos valores são os mesmos qualquer que seja o volume e produção da empresa. É o caso, por exemplo, do aluguel da fábrica. Este será cobrado pelo mesmo valor qualquer que seja o nível de produção, inclusive no caso da fábrica nada produzir. Observe que os Custos Fixos são fixos em relação ao volume de produção, mas podem variar de valor no decorrer do tempo. O aluguel da fábrica, mesmo quando sofre reajuste em determinado mês, não deixa de ser considerado um Custo Fixo, uma vez que terá o mesmo valor, qualquer que seja a produção do mês. Outros exemplos: imposto predial, depreciação dos equipamentos, salários de vigias e porteiros da fábrica, prêmios de seguro, etc. Segundo Sanvicente (1997), definimos como custo fixo todo aquele item de custo ou despesas que não varia, em valor total, com o volume de atividade ou operação. Portanto, o seu valor unitário é que varia com o volume de operação. Para Braga (1995), são custos que permanecem constantes dentro de certo intervalo de tempo, independentemente das variações ocorridas no volume de produção e vendas durante esse período. O referido intervalo de tempo não costuma ser superior a alguns meses. Configurada uma retração mais prolongada nas atividades ou um ciclo de expansão dos negócios, o valor total desses custos e despesas será ajustado para um novo patamar, em decorrência de decisões da administração.

GRÁFICO REPRESENTATIVO DOS CUSTOS FIXOS (CF)

custo

custo

custo Custo fixo unitário

Custo fixo 15 unitário Unidades produzidas

Unidades produzidas

Unidades produzidas

Fonte: FGV modificada pelo autor

CUSTO VARIÁVEL – Custos variáveis são aqueles cujos valores se alteram em função do volume de produção da empresa. Exemplo: matéria-prima consumida. Se não houver quantidade produzida, o Custo Variável será nulo. Os Custos Variáveis aumentam à medida que aumenta a produção. Segundo Sanvicente (1997), já o custo variável é aquele que se altera em relação direta com as modificações do volume de atividade. Portanto, o custo variável total (CVT) é perfeitamente variável, como o próprio termo indica, e o custo variável unitário constante. São aqueles cujo valor total aumenta ou diminui direta e proporcionalmente com as flutuações ocorridas na produção e vendas (Braga, 1995). Segundo Hoji (2004), o valor total dos custos e despesas variáveis varia proporcionalmente à quantidade de produção. Unitariamente, os CDVs são fixos.............a proporcionalidade dos CDVs não é exata em alguns casos, pois vários fatores (humanos, mecânicos, ambientais etc.) influenciam o nível de produção. Por exemplo: algumas máquinas funcionam com maior eficiência algum tempo depois de colocadas em funcionamento; no final do dia, a produtividade dos operários diminui em função do cansaço etc. Mas, de modo geral, pode-se considerar que os CDVs variam linearmente.

GRAFICO REPRENSENTATIVO DOS CUSTOS VARIÁVEIS (CV) custo

custo

custo Custo variável total

Custo variável unitário

prática

teoria

,

16 Unidades produzidas

Unidades produzidas

Unidades produzidas

Fonte: FGV modificada pelo autor

Segundo Martins (2003), é de grande importância notar que a classificação em Fixos e Variáveis leva em consideração a unidade de tempo, o valor total de custo com um item nessa unidade de tempo e o volume de atividade. Não se trata, como no caso da classificação de Diretos e Indiretos, de um relacionamento com a unidade produzida. Por exemplo, a matéria-prima é um Custo Variável, já que, por mês, seu valor total consumido depende da quantidade de bens fabricados. Entretanto, por unidade elaborada a quantidade de matéria-prima é provavelmente a mesma; mas isso não lhe tira a característica de Variável; pelo contrario, reforçao. CUSTO SEMI-FIXO – Custos Semi-Fixos são custos que são fixos numa determinada faixa de produção, mas que variam se há uma mudança nesta faixa. Considere, por exemplo, a necessidade de supervisores de produção de uma fábrica expressa na tabela a seguir: Volume de Produção

Quantidade Necessária de Supervisores

Custo em R$ (Salários + Encargos

0 – 20.000

1

120.000

20.001 – 40.000

2

240.000

40.001 – 60.000

3

360.000

60.001 – 80.000

4

480.000

CUSTO SEMI-VARIÁVEL – Custos Semi-Variáveis são custos que variam como o nível de produção mas que, entretanto, têm uma parcela fixa que existe mesmo que não haja produção. É o caso, por exemplo, da conta de energia elétrica da fábrica, na qual a concessionária cobra uma taxa mínima mesmo que nada seja gasto no período, embora o valor da conta dependa do número de quilowatts consumidos, portanto, do volume de produção da empresa.

Outros exemplos: aluguel de uma copiadora no qual se cobra uma parcela fixa mesmo que nenhuma cópia seja tirada; gasto com combustível para aquecimento de uma caldeira, que varia de acordo com o nível de atividade, mas que existirá, mesmo que seja num valor mínimo, quando nada se produza, já que a caldeira não pode esfriar. Exemplo 3: Classifique os custos a seguir em Diretos (D) Indiretos (I)

e

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Fixos (F) Variáveis (V)

Custos material de embalagem

Diretos / Indiretos

Fixos / Variáveis

D

V

D ou I

F ou V

matéria-prima

D

V

salários e encargos da supervisão produção

I

F

aluguel da área fabril/fabrica/produção

I

F

salários e encargos do pessoal da produção

D

V

depreciação das máquinas da fabricação

I

F

D ou I

F ou V

I

F

energia elétrica da fabricação / produção

consumo de água da fabricação refeições e viagens dos supervisores da produção

Exercícios: a) O que são custos diretos? b) Conceitue custos indiretos. Exemplifique. c) O que são custos fixos e variáveis?

Classifique os custos em Custos Fixos (F), Custos Variáveis (V), Custos Indiretos (I), Custos Diretos (D). Custos matéria-prima consumida na produção Encargos e salários dos supervisores da produção Luz e força consumida na produção MOI do pessoal da produção MOI do pessoal da produção Depreciação de máquinas da produção Aluguel da fábrica Encargos e salários do gerente da produção Material de embalagem consumido na produção

Diretos / Indiretos

Fixos / Variáveis

Distinção dos Conceitos “Lucro” e “Pró-Labore” •

Lucro é a remuneração do capital investido pelos acionistas na empresa, depois de deduzidas das receitas todas as despesas e custos do período.



Pró-Labore é o valor que a empresa remunera os acionistas quando estes exercem atividade produtiva na empresa

O Pró-labore é uma das despesas do período, enquanto o lucro é o resultado final 18

das operações. Demonstração de Resultado do Período (DRE) RECEITAS DE VENDAS

100.000

(-) Custos dos Produtos Vendidos

(60.000)

(=) LUCRO OPERACIONAL BRUTO

40.000

(-) DESPESAS OPERACIONAIS Financeiras

(2.000)

Vendas

(3.000)

Administrativas(Pró-labore dos sócios)

(10.000)

(=) LUCRO OPERACIONAL LÍQUIDO

25.000

Remuneração do Trabalho Remuneração do Capital

Diferença entre LUCRO e PRÓ-LABORE



QUAL VALOR DEVE SER PAGO AOS SÓCIOS POR TRABALHAREM NA EMPRESA? A mesma quantia que a empresa pagaria a terceiros (não-sócios) para executar as funções exercidas por estes. Assim, se para um profissional executar as funções de gerente comercial os sócios concordariam em pagar $ 2.000,00 por mês, seria esta a remuneração que eles deveriam retirar da empresa mensalmente a título de pró-labore, se atuantes nesse cargo gerencial.

CONCEITOS E PRÁTICAS DE MÉTODOS DE APROPRIAÇÃO DE CUSTOS A Contabilidade de Custos se desenvolve oferecendo às empresas novas ferramentas que auxiliam na tomada de decisão. A gestão de custos se torna imprescindível e a escolha de métodos de custeio que irão auxiliar no gerenciamento da empresa deve ser estudada, para fazer com que o projeto de implementação tenha êxito. Dentro de um novo mercado tão globalizado e altamente competitivo, em que as 19 tecnologias (TI), estão cada vez mais rompendo fronteiras e maximizando as negociações entre organizações, e até entre países. A preocupação das empresas se volta, então, em ter uma gestão eficaz e eficiente, com a finalidade de obter resultados esperados, através de desempenhos ótimos, para as organizações. Segundo Laudon & Laudon (2004), administradores não podem ignorar os sistemas de

informação

porque

estes

desempenham

um

papel

fundamental

nas

organizações atuais. Os sistemas de hoje afetam diretamente o modo como os administradores decidem, planejam e gerenciam seus funcionários e cada vez mais determinam quais produtos serão produzidos e onde, quando e como. Por conseguinte, a responsabilidade pelos sistemas não pode ser delegada a tomadores de decisões técnicos. Para tanto é necessário estabelecer estratégias, desenvolver novas ferramentas de análises que auxiliem na tomada de decisão. A Contabilidade de Custos apresenta vários sistemas de custeio sendo que determinados métodos são aplicados apenas para fins gerenciais, pois possuem restrições impostas pela legislação para fins contábeis. Essa evolução de métodos se deve à necessidade de as entidades, hoje, buscarem ferramentas que proporcionem melhor visão da organização, fazendo com que as mesmas tenham um papel importante na avaliação de desempenho de forma que dê sustentação na tomada de decisões.

MÉTODOS DE CUSTEIO Existem diversos métodos de custeio, cada um com uma metodologia própria, com vantagens e desvantagens de aplicação. Os métodos mais utilizados no Brasil são: o Método por Absorção (atende as necessidades societárias e fiscais) e o Método de Custeio Variável (atende as necessidades gerenciais). Entretanto, outros métodos de custeio são utilizados para necessidades gerenciais como: Método de Custeio Pleno (RKW) e o Custeio Baseado em Atividades (ABC). Entende-se por Métodos, a forma de apuração de custos de um determinado produto. Dependendo do método de custeio adotado, têm-se diferentes custos para um mesmo produto. ABORDAGEM POR ABSORÇÃO Custeio por Absorção é o método de apropriação de custos derivado da aplicação dos Princípios da Contabilidade geralmente aceitos, em que consiste na alocação de todos os custos de produção aos bens produzidos pela empresa, ou seja, todos dos gastos fabris de produção são distribuídos para todos os produtos fabricados pela empresa. Assim todo o esforço de fabricação medido em termos de custos é absorvido pela produção. As despesas relativas aos gastos da administração, comercialização e financeiros são descarregadas para o resultado do exercício (DRE). Outros critérios têm surgido através do tempo, mas o custeio por absorção é o único adotado pela contabilidade financeira, portanto válido tanto para fins de elaboração do Balanço Patrimonial como Demonstração de Resultado. Apesar de sofrer criticas e conter certas falhas como instrumento gerencial é o único permitido para fins de avaliação de estoque, além de ser admitido pela legislação do imposto de renda. Os conceitos de investimento, custo direto, custo indireto e despesas administravas, comerciais e financeiras é de suma importância para aplicação ou distribuição dos custos de produção aos produtos fabricados pela empresa. O método de custeio consiste em considerar custos de produção a todos os gastos com a matéria-prima direta e indireta consumidas, a mão-de-obra direta e indireta aplicadas e os demais custos indiretos incorridos no processo de produção de bens destinados à venda. Nesse sentido os custos decorrentes da obtenção ou transportes para colocar a matéria-prima em condições de produção serão custos.

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As despesas com a administração da empresa, comercialização dos produtos e os gastos financeiros decorrentes de empréstimos e, ainda, os gastos fabril cuja produção não se destina à venda, não são tratados como custos, indo diretamente para o resultado do período (considerados despesas do período). Para Crepaldi (2004), o Custeio por Absorção ou Custeio Pleno consiste na apropriação de todos os custos (sejam eles fixos ou variáveis) à produção do período. Os gastos não fabris (despesas) são excluídos. È o método derivado da aplicação dos princípios fundamentais de Contabilidade e é, no Brasil, adotado pela legislação comercial e pela legislação fiscal. Não é um principio contábil em si, mas uma metodologia decorrente da aplicação desses princípios. Dessa forma, o método é válido para a apresentação de demonstrações financeiras e para o pagamento do Imposto de Renda. Segundo Padoveze (2004), é o método de custeamento , onde, para se obter o custo dos produtos, consideram-se todos os gastos industriais, diretos ou indiretos, fixos ou variáveis. Os gastos industriais indiretos ou comuns são atribuídos aos produtos por critérios de distribuição. Custeio por Absorção é o método derivado da aplicação dos princípios da contabilidade geralmente aceitos, nascido da situação histórica mencionada. Consiste na apropriação de todos os custos de produção aos bens elaborados, e só os de produção; todos os gastos relativos ao esforço de produção são distribuídos para todos os produtos ou serviços feitos (Martins, 2004). Segundo Bernardi (2004), esse sistema, como o nome sugere, direciona todos os custos de uma fábrica, diretos e indiretos, fixos e variáveis para uma produção dada, e finalmente aos produtos. As despesas são direcionadas para os resultados da empresa. Sua principal finalidade e utilidade é a avaliação de estoque, podendo ser utilizado como parâmetro para a formação de preços. Quatro aspectos devem ser considerados na adoção desse custeio, para avaliar o custo de um produto: 

Relacionamento a determinado volume de produção;



Métodos de rateio dos custos indiretos e fixos que podem gerar distorções nos custos unitários;



Capacidade utilizada da fabrica;



Níveis de eficiência e produtividade.

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Gráfico do Sistema de Custeio por Absorção Custeio por Absorção Empresa Industrial

Despesas

Custos

Custos fixos e indiretos (rateio); Custos Variáveis e diretos

22 Estoque de Produtos Demonstração de Resultados

Vendas

Receita Líquida CPV Lucro Bruto Despesas Operacionais Lucro Líquido

Fonte: Martins (2003) modificada pelo Autor

Segundo Crepaldi (2004), o custeio por absorção segue os seguintes passos: a) separação dos gastos do período em custos e despesas; b) classificação dos custos em diretos e indiretos; c) apropriação dos custos diretos aos produtos; d) apropriação, por rateio, dos custos indiretos de fabricação. Exercício Resolvido: Exemplo: Gastos

$ mil

Salários da fábrica (MOD + MID)

100

Matéria-Prima

120

Comissões sobre vendas

10

Depreciação de maquinas e equipamentos

5

Energia elétrica da fabrica

8

Manutenção de maquinas e equipamentos

3

Seguros da fábrica

7

Salários da administração

10

Material de expediente

5 268

Custos

$ mil

Salários da fábrica (MOD+MID)

100

Matéria-Prima

120

Depreciação de maquinas e equipamentos

5

Energia elétrica da fabrica

8

Manutenção de maquinas e equipamentos

3

Seguros da fábrica

7 243

Total dos Custos do Período é de: $ 243.000,00

Gastos

$ mil

Comissões sobre vendas

10

Salários da administração

10

Material de expediente

5 25

Total das Despesas do Período é de: $ 25.000,00 Os gastos, no valor de $ 268.000,00, ficaram assim distribuídos: Gastos

$ mil

Custos de produção

243

Despesas do período

25 268

Como já sabemos, as despesas não compõem o custo dos produtos e, como consequência, serão lançadas diretamente no resultado do exercício. Assim sendo, suponhamos que a empresa trabalhe na produção de dois produtos: A e B, devemos, então, fazer a apropriação dos custos diretos. Verificamos que para o consumo da matéria-prima, a empresa possui um sistema de controle dos materiais, que lhes proporciona a condição de identificar quanto matéria-prima, cada produto consumiu. Assim sendo, temos: Custo Direto

$ mil

Produto A

80

Produto B

40 120

Com relação aos salários da fábrica, existe a necessidade de se separar a mão-deobra direta e a indireta. Com isso a empresa mantém cálculos que permitem a apuração das horas gastas em cada produto e as horas de mão-de-obra indireta.

23

Custo Direto

$ mil

Mão-de-obra: Produto A

50

Mão-de-obra: Produto B

30

Total MOD

80

Mão-de-obra indireta (MOI)

20 100

Dessa forma, os $ 80.000 são apropriados diretamente aos produtos A e B, enquanto $ 20.000, serão incorporados aos gastos gerais de fabricação para posterior distribuição: Diretos

24

Custo

A

B

MOD

50.000

30.000

80.000

Matéria-prima

80.000

40.000

120.000

Indiretos

Total

Depreciação

5.000

5.000

Energia

8.000

8.000

Manutenção

3.000

3.000

Seguros da fábrica

7.000

7.000

MOI

20.000

20.000

43.000

243.000

Total

130.000

70.000

Como podemos constatar, do total de custos, $ 200.000 já estão apropriados aos produtos A e B, e os gastos gerais de fabricação, ou custos indiretos de fabricação, no montante de $ 43.000, precisam, por algum critério, ser rateados aos produtos A e B. A seguir, mostraremos algumas formas de alocação desses custos indiretos aos dois produtos. Produtos

Diretos

Proporção

Indiretos

Total

Base Rateio

A

130.000

65%

27.950

157.950

Custos Diretos

B

70.000

35%

15.050

85.050

Total

200.000

100%

43.000

243.000

A ultima coluna indica-nos o custo total de cada produto e a penúltima o montante de custos indiretos de fabricação distribuídos segundo os custos diretos de cada produto. Outras alternativas de rateio, Produtos

Matéria-

Proporção

Indiretos

Subtotal

MOD

Total

prima Base Rateio

A

80.000

67%

28.667

108.667

50.000

158.667

Matéria-Prima

B

40.000

33%

14.333

54.333

30.000

84.333

Total

120.000

100%

43.000

80.000

243.000

163.000

Produtos

MOD

Proporção

Indiretos

Subtotal

Matéria-

Total

prima Base Rateio MOD

A

50.000

63%

28.675

76.875

80.000

158.667

B

30.000

37%

16.125

46.125

40.000

84.333

Total

80.000

100%

43.000

123.000

120.000

243.000

Para Crepaldi (2004), existem vários critérios de rateio, alguns descendo a detalhes como distribuição do aluguel (ou depreciação do prédio, se for próprio), por metros quadrados, materiais auxiliares de acordo com o consumo de matéria-prima, depreciação de maquinas de acordo com horas trabalhadas etc. O nível de detalhamento a ser usado depende de relevância dos valores envolvidos e do bom- 25 senso de cada um, visando eliminar as arbitrariedades. É impossível determinar uma regra de rateio. Exercícios: a) Quais os métodos de custeio usados na contabilidade? b) O que você entende por Custeio por Absorção? c) Segundo Crepaldi (2004), quais são os passos que o Custeio por Absorção segue para calculo do mesmo?

Esquema Básico da Contabilidade de Custos  Para chegarmos ao custo de cada produto de forma mais real possível, devemos seguir alguns passos, veremos aqui, o esquema básico para se chegar a esses custos.  Um dos maiores problemas da Contabilidade de custos consiste na forma de transferir os custos indiretos aos produtos.  Processo denominado rateio.  Devemos adotar algum critério de rateio, normalmente são adotados os critérios: horas-máquina, mão-de-obra direta, materiais diretos, entre outros.  Quando a empresa produz um único produto, a alocação dos custos indiretos é simples, transfere todos os custos diretamente para o produto.  Todavia, quando são mais de um, a aplicação de rateio torna-se necessária.  Passos:  1º passo: separação entre custos e despesas;  2º passo: apropriação dos Custos Diretos diretamente aos produtos e serviços;  3º passo: rateio dos custos indiretos

EXEMPLO  Suponhamos que estes sejam os gastos de determinado período da Empresa X:  Comissão de vendedores

R$

80.000

 Salários de Fabrica

R$

120.000

 Matéria-prima consumida

R$

350.000

 Salários da Administração

R$

90.000

 Depreciação da Fábrica

R$

60.000

 Seguros da Fábrica

R$

10.000

 Despesas Financeiras

R$

50.000

 Honorários da Diretoria

R$

40.000

 Materiais Diversos – Fábrica

R$

15.000

 Energia Elétrica - Fábrica

R$

85.000

 Manutenção – Fábrica

R$

70.000

 Despesas de Entrega

R$

45.000

 Correios e Telefone

R$

5.000

 Material de Consumo - Escritório

R$

5.000

 Total gastos/abril

R$ 1.025.000

 1º passo: separação entre custos e despesas; Custos de Produção  Salários de Fábrica

R$ 120.000

 Matéria-prima consumida

R$ 350.000

 Depreciação na Fábrica

R$

60.000

 Seguros da Fábrica

R$

10.000

 Materiais diversos – Fábrica

R$

15.000

 Energia Elétrica – Fábrica

R$

85.000

 Manutenção – Fábrica

R$ 70.000

 Total

R$ 710.000

Despesa Administrativa  Salários da Administração

R$

90.000

 Honorários da Diretoria

R$

40.000

 Correios e telefones

R$

5.000

 Material de consumo- Escritório

R$

5.000

 Total

R$ 140.000

Despesas de Vendas  Comissões de Vendedores

R$ 80.000

 Despesas de Entrega

R$

 Total

R$ 125.000

45.000

26

 Despesas Financeiras

R$

50.000

 2º passo: apropriação dos Custos Diretos diretamente aos produtos e serviços;  Suponhamos que a empresa produza três produtos diferentes, chamados A, B e C. 

O passo seguinte a distribuição dos custos diretos aos três produtos.

 Suponhamos, ainda, que além da matéria-prima, sejam custos diretos, parte da

27

mão-de-obra e parte da energia elétrica.  Quanto da matéria-prima utilizada iria para cada produto?  Para o consumo de matéria-prima, empresa mantém um sistema de requisições de tal forma a saber sempre para qual produto dói utilizado o material retirado do almoxarifado.  E a partir dessas requisições, podemos dizer que a distribuição é a seguinte: Matéria-prima:  Produto A

R$ 75.000

 Produto B

R$ 135.000

 Produto C

R$ 140.000

 Total

R$ 350.000

 E em relação a mão-de-obra, fica um pouco mais complexo, pois temos que dividir entre os custos diretos e indiretos.  A empresa

mantém uma verificação de quais foram os operários que

trabalharam em cada produto no mês e por quanto tempo. Conhecidos tais detalhes, foi possível calcular os valores os quais são: Mão-de-obra: Indireta Direta   

R$ 30.000 Produto A Produto B Produto C Total

R$ 22.000 R$ 47.000 R$ 21.000

R$ 90.000 R$ 120.000

 E a energia elétrica?  A verificação da energia elétrica é evidenciada que, após anotado o consumo na fabricação dos produtos durante o mês, R$45.000 são diretamente atribuídas e R$40.000 só alocáveis por critérios de rateio, já que existem medidores em apenas algumas máquinas. Energia Elétrica: Indireta Direta  Produto A  Produto B  Produto C Total

R$ 40.000 R$ 18.000 R$ 20.000 R$ 7.000

28 R$ 45.000 R$ 85.000

Diretos

Itens

Indiretos

Total

Produto A

Produto B

Produto C

Matéria-prima

75.000

135.000

140.000

-

350.000

Mão-de-obra

22.000

47.000

21.000

30.000

120.000

Energia Elétrica

18.000

20.000

7.000

40.000

85.000

Depreciações

-

-

-

60.000

60.000

Seguros

-

-

-

10.000

10.000

Materiais diversos

-

-

-

15.000

15.000

Manutenção

-

-

-

70.000

70.000

Total

115.000

202.000

168.000

225.000

710.000

 3º passo: rateio dos custos indiretos  Existem várias formas de fazer esse rateio, a mais simplista seria a de alocar aos produtos A, B e C proporcionalmente ao que cada um já recebeu de custos diretos, esse critério é utilizado quando os custos diretos correspondem a grande porção dos custos totais.

Produtos

Custos diretos

Custos Indiretos R$

%

Produto A

115.000

23,71

53.351

23,71

168.351

Produto B

202.000

41,65

93.711

41,65

295.711

Produto C

168.000

34,64

77.983

34,64

245.938

Total

485.000

100

100

710.000

225.000

%

Total R$

R$

Outro critério de rateio  Suponhamos agora que resolvêssemos usar outro critério de rateio. Conhecendo o tempo de produção de cada um, pretende-se fazer a distribuição dos custos indiretos proporcionais a ele, e faz uso dos próprios valores reais de Mão-de-obra Direta, por ter sido esta calculada com base nesse mesmo tempo.

Produtos

Mão de Obra Direta R$

%

Custos Indiretos R$

%

Base Rateio

Produto A

22.000

24,44

55.000

24,44

MOD

Produto B

47.000

52,22

117.500

52,22

Produto C

21.000

23,34

52.500

23,33

Total

90.000

100%

225.000

100%

Custo Indireto

Total

Custo Direto Produto A

115.000

55.000

170.000

Produto B

202.000

117.500

319.500

Produto C

168.000

52.500

220.500

Total

485.000

225.000

710.000

29

PONTO DE EQUILÍBRIO O ponto de equilíbrio é um indicador de segurança do negócio, pois mostra o quanto é necessário vender para que as receitas se igualem aos custos. Ele indica em que momento, a partir das projeções de vendas do empreendedor, a empresa estará igualando suas receitas e seus custos. Com isso, é eliminada a possibilidade de prejuízo em sua operação. O ponto de equilíbrio de um produto é o valor específico que deve ser cobrado para vendê-lo e cobrir todos os custos de produção e despesas gerais, atingindo uma margem de lucro justa. É, em geral, calculado sob a forma de percentual da receita projetada. Por exemplo, um ponto de equilíbrio de 65% para uma receita de R$ 100.000,00 anuais indica que a empresa terá eliminado as possibilidades de prejuízo quando tiver atingido o montante de R$ 65.000,00 em vendas, passando, a partir de então, a acumular lucro. A lógica do ponto de equilíbrio mostra que, quanto mais baixo for o indicador, menos arriscado é o negócio.

Fórmula de cálculo do ponto de equilíbrio Ponto de Equilíbrio = (Custo Fixo / (Receita – Custo Variável)) x 100 Lembrando: Margem de Contribuição = Receita – Custo Produtos Vendidos. Utilizando os dados da Estrutura Gerencial de Resultados, temos: Ponto de Equilíbrio = (132000 / 152880) x 100 = 86,34% Se esse percentual for calculado sobre o faturamento projetado, teremos o seguinte resultado: R$ 364.000,00 x 86,34% = R$ 314.277,60. Ou seja, R$ 314.277,60 seria o valor mínimo que a empresa teria que vender no ano para não ter lucro e nem prejuízo.

30

31

Cálculo do ponto de equilíbrio da empresa por unidades vendidas Passo 1: Calcular margem de contribuição: subtrair da receita líquida por unidade o custo variável por unidade Passo 2: Calcular o volume do ponto de equilíbrio: dividir os custos fixos pelo valor obtido na margem de contribuição Para ilustrar o cálculo do ponto de equilíbrio de uma empresa usa-se a situação: uma indústria quer produzir e vender uma determinada peça no valor de R$20,00 a unidade. O empresário calculou que vai ter um custo de R$3 mil mensais em gastos fixos, como aluguel, luz, salários da administração, etc. O empreendedor também calculou que a empresa vai gastar R$8,50 pela produção de cada peça, contando a mão de obra dos funcionários e matéria prima para a peça. Dessa forma, a margem de contribuição será de R$ 20,00 – R$ 8,50 = R$ 11.50, já o volume do ponto de equilíbrio será de R$ 3.000 / R$ 11.50 = 260 unidades. Isso quer dizer que a empresa precisa vender 260 peças por mês para operar sem lucro ou sem prejuízo no mês. Cálculo do ponto de equilíbrio por faturamento Esse cálculo é indicado para empresas que possuam uma grande variedade de produtos ou serviços. Assim, segue-se a fórmula abaixo: Passo 1: Definir a margem de contribuição: subtrair da receita total (RT) os custos variáveis

Passo 2: Calcular o índice da margem de contribuição: dividir o valor obtido na margem de contribuição pela receita total Passo 3: Calcular o ponto de equilíbrio: dividir os custos fixos pelo índice da margem de contribuição Dessa forma, uma indústria que produz diferentes peças deve averiguar quanto precisa gerar de receita por ano para cobrir todos os seus custos. Se no levantamento anual a empresa teve uma receita total de R$ 100 milhões, um custo variável total de R$ 70 milhões e um custo fixo de (CF) R$ 19.500, significa que: Formula: PE = Custo Fixo / IMC (índice da margem de contribuição) - Margem de contribuição:(RT) R$ 100 mi - (CV)70 mi = R$ 30 mi - Índice da margem de contribuição: R$ 30 mi / (RT) R$ 100 mi = (IMC) 0,3 - (PE) Ponto de equilíbrio: (CF) R$ 19.500,00 / (IMC) 0,3 = R$ 65 mi Para não ter prejuízo e nem lucro, a empresa deve contar com uma receita mínima de R$ 65 mi por ano. Porém, não se pode apenas ter o valor suficiente para ficar sem lucros ou prejuízos, pois sem lucros ela não poderá investir e melhorar o seu trabalho ou serviço. O Ponto de Equilíbrio aponta o valor mínimo, mas é preciso aumentar o preço do seu produto ou diminuir algum custo para que se obtenha lucro.

32



O Ponto de Equilíbrio (PE) informa ao empresário o faturamento mensal mínimo necessário para cobrir os custos (fixos e variáveis), informação esta que muitas vezes é vital para a análise de viabilidade de um empreendimento ou da adequação da empresa em relação ao mercado.



Para calcular o Ponto de Equilíbrio (PE) em reais (faturamento), faça o seguinte:

Fórmula: PE = Custo Fixo / IMC (índice da margem de contribuição). Portanto, inicialmente calcule: 

O valor total do custo fixo mensal.



O índice da margem de contribuição.

Para calcular o índice da margem de contribuição utilize o DRE. Modelo de Demostrativo de Resultados – DRE

*Indíce da Margem de Contribuição 35 / 100 = 0,35 Assim, após ter em mãos as duas informações, divida o custo fixo pelo índice da margem de contribuição e terá o ponto de equilíbrio mensal da sua empresa. PE (R$) = Custo fixo / IMC (Ìndice Margem Contribuição) PE (R$) = R$ 7.500 / 0,35 = R$ 21.428,57

33

FORMAÇÃO DE PREÇOS Estabelecer o preço de venda é um dos mais importantes momentos nas decisões a serem implantadas na empresa. Por quanto devem ser vendidas as mercadorias, produtos ou serviços. Esse fator pode representar o sucesso, a rentabilidade, a competitividade ou não da empresa e, consequentemente, sua evolução ou extinção.

34

Segundo Santos (1995, p.4), pode se afirmar que: a fixação de preços de venda dos produtos e serviços é uma questão que afeta diariam ente a vida de uma empresa, independentemente de seu tamanho, da natureza de seus produtos ou do setor econômico de sua atuação.

Esta dificuldade de formar preço de venda pode atingir toda uma cadeia produtiva, desde o fornecedor da matéria prima, passando pelo fabricante, distribuidores, varejistas até o consumidor final. Assim sendo, inúmeros são os fatores que influenciam a determinação do preço de venda, tais como: mercado, custos, concorrência, entre outros. Partindo de tais fatores, surgem alguns modelos para determinação de preço de venda. A formação do preço de venda não visa o simples aumento do faturamento da empresa, mas a combinação de preço e volume mais lucrativo, pois faturamento maior nem sempre significa lucro maior. O preço de venda deve ser justo para o consumidor e adequado para garantir a sobrevivência da empresa. O preço de venda é, sem dúvida, a ferramenta que produz os efeitos mais intensos e imediatos. A resposta do cliente à redução de preços não deixa dúvidas quanto a isto. De acordo com o Sebrae (2003, p. 11) “Preço é mais do que o valor de um produto: é quanto o cliente paga para suprir uma necessidade!”. Na literatura, encontram-se diferentes métodos de formação de preço de venda e, alguns fatores devem ser levados em consideração para essa formação. Exemplo: conhecer o custo da mercadoria, embora necessário, não é suficiente. No caso das empresas comerciais, pode-se levar em conta as características do mercado, o segmento da economia que atua, a linha de produtos da empresa, etc. Outras informações também são importantes, tais como, conhecer os preços das mercadorias dos concorrentes, os preços de produtos similares ou substitutos, a estratégia de marketing da empresa, dentre outros subsídios que devem considerar. Com base nas informações obtidas, o preço de venda pode ser formado a partir dos custos, do mercado ou na combinação de ambos, devendo assim, proporcionar aos empresários a maximização dos lucros e o alcance das metas de vendas previstas.

Wernke (2004) defende quatro métodos para a formação do preço de venda: a) Baseado no custo da mercadoria - Este é o mais comum na prática dos negócios, pois consiste em adicionar uma margem fixa a um custo base, conhecida como mark-up, suficiente para cobrir os lucros desejados pela empresa. b) Baseado no preço da concorrência – É qualquer método que determina os preços que devem ser comparados aos preços dos concorrentes, que existam no mercado. Esse método pode ser desdobrado em: Método do preço corrente (preços semelhantes em todos os concorrentes); Método de imitação de preços (preço 35 semelhante de um concorrente específico); Método de preços agressivos (adoção de redução drástica de preços); e Método de preços promocionais (preços baixos para atrair clientes e compensação com a venda de outros produtos). Entretanto, ao adotar este método, pura e simplesmente, a empresa pode ter a lucratividade comprometida, uma vez que não se tem o conhecimento se a concorrência está tendo ou não lucro. c) Baseado nas características do mercado - Este método exige conhecimento profundo do mercado por parte da empresa. O conhecimento do mercado permite ao administrador decidir se venderá o produto por um preço mais alto para atingir os clientes de classe econômica mais alta, ou a um preço popular para que possa atrair a atenção das camadas da população mais pobre. d) Método misto - Consiste na combinação dos custos envolvidos, do preço dos concorrentes e na característica do mercado. A formação do preço de venda, sem levar em consideração, esses três fatores, pode ser perigosa, pois os métodos anteriormente citados adotam somente um ou outro desses fatores. Há uma tendência por parte de alguns autores na utilização da Margem de Contribuição, para política de preços. “A diferenciação na utilização dos custos é outra tendência dos autores, ou seja, custos diferentes para finalidades diferentes. Para finalidades contábeis, são os custos históricos e, para formação do preço de venda, são os preços atuais”. (CREPALDI, 2002). Basicamente, a formação do preço de venda pode ser simplificada pela equação Custo + Lucro + Despesas Variáveis = Preço de Venda. A apuração dos custos se faz pelos próprios elementos da contabilidade, com auxílio de informações extra-contábeis, como controles de estoques, rateios de custos indiretos, horas de produção, etc. Desta forma, a contabilidade de custos pode ser definida como um conjunto de registros específicos, baseados em escrituração regular (contábil) e apoiada por elementos de suporte (planilhas, rateios, cálculos, controles) utilizados para identificar, mensurar e informar os custos das vendas de produtos, mercadorias e

serviços. As despesas administrativas, apesar de não serem registradas habitualmente como custos contábeis, precisam ser mensuradas e acrescentadas à planilha de custos para a correta formação do preço, pois se tratam de encargos necessários e que devem ser remunerados pelas vendas. Quanto ao lucro, convém ressaltar que este pode ser fixado por produto, por hora de serviço ou atividade, ou ainda em termos de percentual sobre as vendas. As despesas variáveis compreendem, entre outras: fretes sobre vendas, comissões, 36 encargos financeiros para suporte do prazo de recebimento das faturas e tributos sobre vendas. Somados todos esses itens, será determinado o preço. Este precisa ser avaliado, comparado, analisado, equalizado com os preços da concorrência. Se está mais alto que esta, uma avaliação precisa ser feita, questionando-se: - há excesso de custos industriais, mercadológicos ou de outras ordens, que estão sobrecarregando o preço? - a formação do preço de venda está correta, em todas as etapas? - os tributos estão aplicados de forma correta na planilha? - a margem de lucro é compatível com a linha de produtos e o risco empresarial? Em outra situação, a apuração de preços muito abaixo da concorrência leva à necessidade do administrador a indagar: - foram somados todos os custos reais, efetivos, dos processos, matérias primas, embalagens e outros itens na formação do preço? - os custos aplicados são os de reposição? - a margem de lucro remunera adequadamente o capital empregado? - foram incluídos os custos financeiros para financiamento ao cliente na venda a prazo? - todos os tributos, comissões e outras despesas variáveis foram incluídos na planilha? 4.1 Estrutura do Preço de Venda Entende-se como preço de venda, o valor monetário que a empresa cobra de seus clientes em uma transação comercial. Este valor deverá ser suficiente para que a empresa cubra todos os gastos que foram necessários para colocar o produto, mercadoria ou serviço, à disposição do mercado, até a transferência da propriedade e da posse destes, incluindo o lucro desejado ou possível.

Estes gastos normalmente incluem a aquisição de matérias primas, mercadorias, serviços, como a mão-de-obra direta e indireta, além dos gastos com estocagem, financeiros, tributos, e outros. Para aglutinar estes gastos, pode-se utilizar os seguintes elementos: preço de venda, custo, despesas variáveis, despesas fixas e margem de lucro. Decorrente da quantidade de estudos sobre o tema, o custo pode ser o principal elemento que impacta a formação do preço de venda. Obs.1: Despesas variáveis são entendidas como os gastos decorrentes das vendas. 37 Por exemplo: tributos diretos e indiretos, comissões, fretes, propagandas etc. Obs.2: Despesas fixas são conceituadas como os gastos que obrigatoriamente existirão, mesmo que não haja vendas. Por exemplo: alugueis das edificações, parte fixa dos salários dos vendedores, remuneração dos sócios gerentes, salários administrativos, etc. Obs.3: Margem de lucro é o valor que a empresa entende ser suficiente para atender as seguintes finalidades: remuneração do capital investido, reinvestimento na própria empresa, outros investimentos de curto e longo prazo, distribuição aos sócios e empregados, a remuneração pelo risco do empreendimento, e também para compor o patrimônio da empresa. Normalmente apenas os sócios, ou a alta administração, e quem define esta margem de lucro. Como custo poderá ser o primeiro elemento que influência o preço de venda, são apresentadas a seguir algumas óticas e formas de influências. Segue abaixo um exemplo da estrutura da formação do preço de venda: Preço de venda = 100 % Custo do Produto/Mercadoria/Serviço = % Despesas Variáveis = % Despesas Fixas = % Margem de Lucro = % 4.2 Cálculo do preço de Venda Preço de Venda =

Custo Unitário -------------------------------------------------100% - (%DV + %DF + %ML) *

DV – Despesas Variáveis DF – Despesas Fixas ML – Margem de Lucro * Fator de Formação do Preço de Venda (Mark-up) - 100% - (%DV + %DF + %ML)

Exemplo: Informações: Custos do Produto = R$ 10,00 Despesas Variáveis = 15% Despesas Fixas = 25% Valor das Despesas Fixas/Valor das Vendas Totais 2.500,00/R$ 10.000,00 Margem de Lucro = 10% 10,00 Preço de Venda = ---------------------------------------- = R$ 20,00 100% - (15% + 25% + 10 %)

Outro exemplo: A empresa XYZ está enquadrada no regime de tributação federal pelo Simples Nacional e a alíquota é de 8,36%. A partir das inovações propostas pelo administrador, resolveram bonificar os vendedores em 2% sobre as vendas. O sócio deseja obter um lucro de 12% na comercialização de suas mercadorias, e o custo da referida mercadoria foi de R$ 13,25. Portanto, para formar o Preço de Venda (PV), teremos:

38

MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO O termo Margem de Contribuição tem um significado igual ao termo Ganho Bruto sobre as Vendas. Isso indica para o empresário o quanto sobra das vendas para que a empresa possa pagar suas despesas fixas e gerar lucro. Dá-se o termo Margem por que é a diferença entre o Valor da Venda (preço de venda) e os Valores dos Custos e das Despesas específicas destas Venda, ou seja, valores também conhecidos por Custos Variáveis e Despesas Variáveis da venda. Chama-se Contribuição porque representa em quanto o valor de cada venda contribui para o pagamento das Despesas Fixas e também para gerar Lucro.  Margem de Contribuição MC = Valor das Vendas – (CPV+Despesas Variáveis)  Razão de contribuição Razão de Contr.= MC / Preço Produto A

Produto B

Total A e B

Receita Operacional (Preço (p)x Qtde)

R$ 10,00

R$ 20,00

R$ 30,00

Custos Produtos Vendidos (CPV)

R$ 6,00

R$ 10,00

R$ 16,00

Margem de Contribuição (MC)

R$ 4,00

R$ 10,00

R$ 14,00

40%

50%

46,67%

Margem de Contribuição % (MC%)

 Margem de contribuição com fator limitante Produto A

Produto B

Preço (p)

10,00

20,00

Custos variáveis (CV)

6,00

10,00

Margem de Contribuição (MC)

4,00

10,00

Razão de Contribuição (RC)

40%

50%

Produção/hora

3un

1 um

MC/h

12,00

10,00

39

Conhecer a Margem de Contribuição que as vendas proporcionam é fundamental para o planejamento de qualquer empresa e é essencial para poder tomar decisões. Principalmente se considerarmos que a Margem de Contribuição pode ser fixada como meta no momento da definição do preço de venda dos produtos e serviços. Se ela não é conhecida, a empresa pode estar vendendo bastante e mesmo assim tendo prejuízo. É a Margem de Contribuição que irá garantir a cobertura do custo fixo e da geração de lucro, após a empresa ter atingido o Ponto de Equilíbrio, ou Ponto Crítico de Vendas (Break-even-point).

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EXERCÍCIOS DE CÁLCULO Exercício 1 A Fábrica de Sorvetes Gelado LTDA, apresenta custos fixos anuais iguais a R$ 40.000,00. Seus custos variáveis são iguais a R$ 13,50 por caixa. Comumente, o preço de venda médio é igual a R$ 22,00. Supondo produções de 10.000 e 20.000 caixas, calcule: a) o custo fixo total e unitário; b) o custo variável total e unitário; c) o custo total e unitário; d) as receitas totais; e) o lucro bruto total e o unitário. Obs: A quantidade vendida é o total produzido

Exercício 2 A empresa Fabricante S.A produz os itens Alfa, Beta e Delta. O custo a ratear entre os três produtos totaliza $ 36.000,00. O rateio é baseado nas horas/máquina (h/m) trabalhadas para cada um deles. Com o consumo de 120, 240 e 360 h/m para cada tipo de produto, respectivamente, foi concluída a produção de 300 unidades, em quantidades rigorosamente iguais de Alfa, Beta e Delta. O custo direto unitários também foi o mesmo para cada tipo de produto, ou seja, $ 250,00. Com base nessas informações, pode-se afirmar que: a) ( ) O custo unitário de Alfa foi de $ 250,00; b) ( ) O custo unitário de Delta foi de $ 310,00; c) ( ) O custo unitário de cada um dos três produtos foi de $ 370,00; d) ( ) O custo unitário de Beta foi de $ 430,00; e) ( ) O custo total do período foi de $ 36.000,00.

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Exercício 3 A Canecão S.A fabrica canecas decoradas com personagens famosos de desenhos animados. No ultimo ano 200.000 canecas foram fabricadas e 207.000 foram vendidas a $ 5,00 cada uma. O custo unitário real para uma caneca é o seguinte: Materiais diretos $ 0,50 MOD $ 1,20 CIF variáveis $ 0,75 CIF fixos $ 1,60

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Total do custo unitário $ 4,05 As despesas de vendas consistiam de uma comissão de $ 0,25 por unidade vendida e os pagamentos de propaganda totalizando $ 25.000. As despesas administrativas, todas fixas, totalizaram $ 50.000. Não havia estoques iniciais ou finais de produtos em processo. O estoque inicial de produtos acabados era de $ 40,500 por 10.000 canecas. Pede-se: a) Calcule o número de canecas e o valor do estoque final de produtos acabados; b) Prepare uma demonstração do custo de produtos vendidos; c) Prepare uma demonstração de resultado de custeio por absorção. Exercício 4 A indústria Ceras do Nordeste S.A produz cera em pó e cera em barra, ambas usadas para diversos fins. Em determinado período produziu 80.000 kg de cera em pó e 70.000 kg de cera em barra, incorrendo nos seguintes gastos: Matéria-prima MOD Material de embalagem

em Pó

em Barra

$ 2/kg

12.000 kg

8.500 kg

$ 6/hora

6.700 h

4.000 h

80.000

43.000

123.000

Custos Indiretos de Fabricação _ CIF Supervisores da produção

5.000,00

Depreciação de móveis e utensílios (produção)

9.000,00

Depreciação de máquinas e equipamentos (produção)

9.500,00

Seguro da Fábrica

3.000,00

Energia elétrica consumida na produção

8.500,00

A matéria-prima consumida, a MOD e o material de embalagem são comuns aos

dois produtos. A empresa não possui medidores de energia, assim sendo, todo o gasto com energia elétrica é fixo. Os CIF são incorporados aos produtos de acordo com o tempo usado na produção, sabendo-se que são necessários 10 minutos para produzir um kg de cera em pó e 8 minutos para produzir um kg de cera em barra. 43 Pede-se: a) elaborar um quadro de apropriação de custos aos produtos; b) calcular o custo unitário de cada produto.

Exercício 5 Devem ser classificados como custos de produção os itens: a) Matéria-prima, MOD, honorários da diretoria; b) Pro labore, seguros da Fábrica, MOD; c) Aluguel de galpão (produção), fretes de venda, matéria-prima; d) Salários da Administração, MOD, matéria-prima; e) Energia elétrica direta, MOD, insumos de acabamento.

Exercício 6 A empresa Diamante produz dois produtos, A e B, cujo volume de produção é de 20.000 unidades do produto A e 16.000 unidades do produto B por período. As vendas em média são: 90% e 95% dos produtos A e B respectivamente. Sabe-se que os CIF totalizam $ 500.000,00 por período. Em determinado período, foram registrados os seguintes custos diretos por unidade ($): A

B

Material-direto (MD)

20

25

Mão-de-obra direta

15

8

Pede-se calcular o valor dos CIF de cada produto utilizando o custos de MOD como base de rateio.

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