Prognóstico para um Domínio Muçulmano na Europa

May 23, 2017 | Autor: Daniel Vilela | Categoria: Islam, Islamismo, Fundamentalismo Islâmico, Ocidente, Imigração
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Prognóstico para um Domínio Muçulmano na Europa É inevitável comparar o avanço da imigração muçulmana na Europa com as invasões bárbaras durante o declínio do Império Romano – algo que o cineasta canadense Denys Arcand realizou de forma primorosa por meio dos filmes O Declínio do Império Americano (1986) e As Invasões Bárbara (2003). Para muitos, uma Europa muçulmana também é algo inevitável, não apenas devido à imigração, mas também devido à alta taxa de natalidade entre os islâmicos. É verdade que os latinoamericanos, os africanos não muçulmanos e mesmo os cristãos do leste europeu também são vistos como bárbaros invasores pelos conservadores da Europa Central e Ocidental e pelos conservadores dos Estados Unidos, ainda assim, os islâmicos são os mais temidos pelos cristãos reacionários. O Canadá, por meio do governo do primeiro-ministro Justin Trudeau, encontrou a solução mais satisfatória, digna e racional: integrar os imigrantes à sociedade. Cristãos e muçulmanos sempre estiveram em conflito no decorrer da História, algumas vezes com maior intensidade, como durante as Cruzadas, na Idade Média. Na Primeira Guerra Mundial, o Império Otomano, aliado da Alemanha nos conflitos, foi desintegrado, perdendo territórios no leste europeu. As sociedades e as nações muçulmanas tornaram-se frágeis e instáveis. Na Segunda Guerra Mundial, o mundo islâmico serviu de palco da guerra entre as potências europeias. Do início da Guerra Fria até os dias atuais, guerras civis em nações muçulmanas são orquestradas a partir dos interesses dos Estados Unidos e da Rússia. A guerra, portanto, é um dos principais fatores da imigração dos islâmicos. A partir de uma visão superficial, poderíamos dizer que a cultura e a sociedade muçulmana possuem um défice civilizatório, pois nas nações islâmicas não ocorreu algo semelhante ao Iluminismo e à Revolução Francesa, ou seja, não surgiu um movimento em favor da primazia da razão sobre as paixões religiosas, não houve uma profunda revalorização da ciência, e não houve um movimento político em defesa dos ideais de igualdade, liberdade e fraternidade. Entretanto, esta é uma visão superficial, pois, se nos atentarmos às sociedades europeias e aos Estados Unidos, perceberemos um grande retrocesso civilizatório no mundo cristão atual. Há, na Europa e nos Estados Unidos, movimentos e grupos conservadores que desejam expulsar e barrar os imigrantes, incentivando o ódio e o preconceito, temem perder seus privilégios e temem tornarem-se uma minoria perseguida em vez de continuarem a ser um grupo hegemônico e repressor, alguns destes grupos baseiam-se no fanatismo religioso cristão e no ultranacionalismo. Portanto, não devemos apenas lutar para que as culturas muçulmanas se apropriem de parte dos ideais do Iluminismo e da Revolução Francesa durante seu avanço sobre o continente europeu, mas também lutar para que a própria Europa Cristã resgate a primazia da razão sobre as paixões

religiosas e nacionalistas. Devemos sempre lutar pelo diálogo e pela paz, por meio da razão, por meio do avanço da ciência e da tecnologia. Se os conflitos no Oriente Médio e em partes do Norte da África não cessarem, a consolidação de uma Europa muçulmana ou de uma Europa multicultural será um dos grandes desafios e um grande teste para a humanidade nos próximos séculos. Daniel Marques Vilela é historiador e escritor de livros de ficção e de não ficção.

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