programa de curso: estudos de elites políticas (profissionalização política) (ufpr 2/2016)

June 1, 2017 | Autor: Adriano Codato | Categoria: Political Science, Elites (Political Science), Political Elites
Share Embed


Descrição do Produto

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ SETOR DE CIÊNCIAS HUMANAS; SETOR DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA POLÍTICA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM POLÍTICAS PÚBLICAS PROGRAMA DE DISCIPLINA

Código: HC797 / Disciplina: ESTUDO DE ELITES POLÍTICAS: QUESTÕES DE TEORIA E MÉTODO (ciência política) Código: PPU755 / Disciplina: ESTUDO DE ELITES POLÍTICAS: QUESTÕES DE TEORIA E MÉTODO (políticas públicas) Professores responsáveis: ADRIANO CODATO; FLÁVIO HEINZ Semestre/Ano: 2 / 2016 Tipo: Optativa Carga Horária Total: 60 / Nº de Créditos: 4 / Quintas-feiras, 14h e 30min – 18h. EMENTA O objetivo deste curso é apresentar aos alunos os fundamentos teóricos e metodológicos dos estudos sobre as elites políticas, desde a sua origem nos autores clássicos até os estudos contemporâneos. Syllabus Cursos padrão sobre “elites” tendem a expor e explicar as grandes teorias tradicionais sobre o assunto, indo dos fundadores até o debate entre neo-elitistas e pluralistas nos anos 1950. O propósito desta disciplina é tratar a literatura nacional e internacional mais recente sobre recrutamento de elites políticas, com foco nas legislativas. As tensões dessa literatura advêm de duas perspectivas diferentes entre si. A primeira, tratada a partir da Sociologia Política, focaliza basicamente o perfil social dos grupos dirigentes (isto é, origem de classe, tipo e tamanho do patrimônio herdado ou construído, acesso à educação superior e posse de títulos escolares, habilidades profissionais, gênero, origem étnica, e outros indicadores de posição social). A segunda perspectiva, abordada pela Ciência Política neo-institucionalista, busca compreender a carreira padrão de grupos de elite (idade de ingresso no mundo política, número de mandatos antes de chegar a posições superiores na hierarquia política, quantidade de partidos por que passou, carg os estratégicos que dirigiu, processos de seleção de candidatos, as conexões entre o formato do sistema político e os perfis e estratégias de carreira, etc.). Ambas as abordagens serão tratadas neste curso. Assim, há três grandes tópicos que nos preocupam aqui. Eles estão ligados a aspectos estruturais, institucionais e motivacionais dos caminhos que conduzem a posições de poder : i) a relação entre recrutamento político e configuração do campo político; ii) a relação entre elites políticas e estrutura social; iii) a relação entre recrutamento político e mecanismos institucionais. Essas questões serão estudadas sempre em três níveis: teórico, histórico e metodológico. Módulo I: Sócio-história da classe política 11 de agosto (Adriano Codato) Aula 1: Como e para quê estudar elites políticas? Referências obrigatórias: 1.

HOFFMANN-LANGE, Ursula. Methods of elite Research, in Dalton, Russell J. and Klingemann,Hans -Dieter (eds.). The Oxford Handbook of Political Behavior . Oxford: Oxford University Press, 2007, pp. 910-927. (fichamento 1)

2.

BLONDEL, Jean and MULLER-ROMMEL, Ferdinand. Political Elites. In: Dalton, Russell J. and Klingemann,Hans-Dieter (eds.). The Oxford Handbook of Political Behavior . Oxford: Oxford University Press, 2007, pp. 819-832. (fichamento 2)

3.

CZUDNOWSKI, Moshe M. Introduction: A Statement of the Issues. In Czudnowski, M. M. (ed.), Does Who Governs Matter? Elite Circulation in Contemporary Societies. DeKalb: Northern Illinois University Press, 1982. pp. 3-12.

1

4.

MARENCO DOS SANTOS, A. Estudos de elites políticas explicam como instituições tornam -se instituições? BIB. Revista Brasileira de Informação Bibliográfica em Ciências Sociais, n. 65, p. 5-26, 2008. (link) http://bit.ly/1d0R5Bk

18 de agosto (Adriano Codato) Aula 2: A profissionalização dos políticos profissionais Referências obrigatórias: 1.

ELIASSEN, K. A.; PEDERSEN, M. N. Professionalization of Legislatures: Long-Term Change in Political Recruitment in Denmark and Norway. Comparative Studies in Society and History, v. 20, n. 2, p. 286-318, 1978 (fichamento 3) (link)

2.

FIORINA, M.P., 1994. Divided Government in the American States: A Byproduct of Legislative Professionalism? The American Political Science Review, 88(2), pp.304–316. (fichamento 4)

Referências seminários: 1.

BLACK, G. S. A Theory of Political Ambition: Career Choices and the Role of Structural Incentives. The American Political Science Review, v. 66, n. 1, p. 144-159, 1972. (seminário 1)

2.

SANTOS, F. G. M.; PEGURIER, F. J. H. Political Careers in Brazil: Long-term Trends and Cross-sectional Variation. Regional & Federal Studies, v. 21, n. 2, p. 165-183, 2011. (seminário 2) (link)

25 de agosto (Adriano Codato) Aula 3: A profissionalização política em perspectiva histórica Referências obrigatórias: 1.

WEBER, M. The Profession and Vocation of Politics. In: LASSMAN, P.; SPEIRS, R. (Eds.). Weber: Political Writings. Cambridge: Cambridge University Press, 1994. p. 309-369. http://bit.ly/1fbPIVw (fichamento 5)

2.

PHÉLIPPEAU, Eric. Sociogênese da profissão política. In: GARRIGOU, Alain e LACROIX, Bernard (Orgs.). Norbert Elias: a política e a história. São Paulo: Perspectiva, 2010. (fichamento 6)

3.

COTTA, M. & BEST, H., 2000. Between Professionalization and Democratization: A Synoptic View on the Making of the European Representative. In Parliamentary Representatives in Europe 1848-2000. Legislative Recruitment and Careers in Eleven European Countries. Oxford, England: Oxford University Press, pp. 493–526.

4.

JOANA, J. L’invention du député. Réunions parlementaires et spécialisation de l'activité politique au XIXe siècle. Politix, v. 9, n. 35, p. 23-42, 1996. http://bit.ly/1eYiXc6

Referências seminários: 1.

MARENCO DOS SANTOS, A. Não se fazem mais oligarquias como antigamente: recrutamento parlamentar, experiência política e vínculos partidários entre deputados brasileiros (1946-1998). Porto Alegre - RS: Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS, 2000. (seminário 3) http://bit.ly/1eLFE4y

2.

MARTINO, M. DI. A política como profissão: análise da circulação parlamentar na Câmara dos Deputados (19462007). São Paulo. Universidade de São Paulo, 2009. (seminário 4) http://bit.ly/1mRhQkc

2

15 de setembro (Adriano Codato) Aula 4: As lógicas sociais do recrutamento político e a origem profissional da elite política Referências obrigatórias: 1.

GAXIE, D. As lógicas do recrutamento político. Revista Brasileira de Ciência Política, n. 8, p. 165-208, 2012. (fichamento 7) http://bit.ly/1fc1MWy

2.

GUTTSMAN, W.L., 1951. The Changing Social Structure of the British Political Élite, 1886-1935. The British Journal of Sociology, 2(2), pp.122–134. (fichamento 8)

3.

HUBÉ, Nicolas. Le recrutement social des professionnels de la politique. In: Cohen, A.; Lacroix, B.; e Riutort, P. Nouveau manuel de science politique. Paris: La Découverte, 2009.

Referências seminários: 1.

BARMAN, R.; BARMAN, J. The Role of the Law Graduate in the Political Elite of Imperial Brazil. Journal of Interamerican Studies and World Affairs, v. 18, n. 4, p. 423-450, 1976. (seminário 5)

2.

ESPINOZA, V. Redes de poder y sociabilidad en la élite política chilena: Los parlamentarios 1990 -2005. Polis (Santiago), v. 9, n. 26, p. 251-286, 2010. (seminário 6)

3.

CORADINI, O. L. Representação política e de interesses: bases associativas dos deputados federais de 1999 -2007. Sociedade e Estado, v. 26, n. 1, p. 197-220, abr. 2011. http://bit.ly/1g9azvs (seminário 7)

Aulas 5 e 6: 22 e 23 de setembro Evento: " Ciência Política e História: desafios metodológicos da pesquisa social sobre elites "

29 de setembro (Adriano Codato) Aula 7: Política profissional e representação nas democracias estáveis Referências obrigatórias: 1.

POLSBY, Nelson W. A institucionalização da câmara dos deputados dos Estados Unidos. Revista de Sociologia e Política, 16(30), 221-251. 2008. https://dx.doi.org/10.1590/S0104-44782008000100014 (fichamento 9)

2.

NORRIS, Pippa. Recrutamento político. Revista de Sociologia e Política, 21(46), 11-32. 2013 https://dx.doi.org/10.1590/S0104-44782013000200002 (fichamento 10)

Referências seminários: 1.

PATZELT, Werner J. Recruitment and Retention in Western European Parliaments. Legislative Studies Quarterly, v. 24, n. 2 (May, 1999), pp. 239-279. (seminário 8)

2.

CAMINO, Iván Mauricio Obando. Legislative Institutionalization: Historical Origins and Analytical Framework. Estudios Políticos, 42, enero-junio 2013, pp. 180-195. http://bit.ly/1eQa4Tt (seminário 9)

3

6 de outubro (Adriano Codato) Aula 8: Teses sobre a composição dos quadros políticos brasileiros Referências obrigatórias: 1.

MARENCO DOS SANTOS, A. Nas fronteiras do campo político. Raposas e outsiders no Congresso Nacional. Revista Brasileira de Ciências Sociais, v. 12, n. 33, p. 87-101, fev. 1997. (fichamento 11) http://bit.ly/1filSge

2.

RODRIGUES, L. M. Mudanças na classe política brasileira. São Paulo: PubliFolha, 2006. (fichamento 12) http://bit.ly/1eYjYkq

Referências seminários:

1.

PEREIRA, C. & RENNÓ, L., 2013. Should I stay or should I go? Explaining Political Ambition by Electoral

Success. Journal of Politics in Latin America, 5(3), pp.73–95. http://bit.ly/1nbhBnT (seminário 10) 2.

BOLOGNESI, B., PERI SSI NOTTO, R.M. & CODATO, A., 2016. Reclutamiento político en Brasil. Mujeres, negros

y partidos en las elecciones federales de 2014. Revista Mexicana de Ciencias Políticas y Sociales, 61(226), pp.183–212. http://bit.ly/1nbgRPP (seminário 11) 3.

SPECK, B.W. & MANCUSO, W.P., 2014. A Study on the I mpact of Campaign Finance, Political Capital and

Gender on Electoral Performance. Brazilian Political Science Review, 8(1), pp.34–57. http://dx.doi.org/10.1590/1981-38212014000100002 (seminário 12)

Módulo II – Prosopografia, profissão e política no Brasil, séculos XIX e XX.

13 de outubro (Flavio Heinz) Aula 9: Prosopografia e política Referências obrigatórias: 1. 2.

HEINZ, F. & CODATO, A. “A prosopografia explicada para cientistas políticos”. In R. Perissinotto & A. Codato, eds. Como estudar elites. Curitiba: Editora UFPR, pp. 249–275. 2015. (fichamento 13) FERRARI, M. “Prosopografía y história política. Algunas aproximaciones”. Antíteses, v. 3, n. 5, p. 529– 550, 2010. (fichamento 14)

Referências seminários: 1.

CANTÓN, Dario. El parlamento argentino en épocas de cambio 1890, 1916 y 1946. (seminário 13)

2.

FERRARI, Marcela. “Dirigentes políticos cordobeses nos tempos da república verdadeira, 1916-30: uma aproximação prosopográfica”. In: HEINZ, F.M. (org) Por outra história das elites. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2006. (seminário 14)

3.

LINTEAU, Paul-André. “Representação política em Montreal, (1880-1920)”. In: HEINZ, F.M. (org) Por outra história das elites. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2006. (seminário 15)

4.

STONE, Lawrence. “Prosopografia”. Rev. Sociol. Polít., Curitiba, v. 19, n. 39, p. 115-137, jun. 2011. http://www.scielo.br/pdf/rsocp/v19n39/a09v19n39.pdf

4

20 de outubro e 3 de novembro (Flavio Heinz) Aulas 10 e 11: Ser político no Império do Brasil Referência obrigatória: 1.

CARVALHO, José Murilo de. A Construção da Ordem. Rio: Editora da UFRJ/ Relume-Dumará, 1996. Capítulos II a VII. (fichamento 15)

Referências seminários: 1.

BASILE, Marcello. Deputados da Regência: perfil socioprofissional, trajetórias e tendências políticas. In: José Murilo de Carvalho; Adriana Pereira Campos. (Org.). Perspectivas da cidadania no Brasil Império. 1ªed.Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2011, v. , p. 87-122. (seminário 16)

2.

NEVES, Lúcia Maria Bastos Pereira. Corcundas e constitucionais: a cultura política da Independência (1820 -1822). Rio de Janeiro: Editora Revan, 2003. (seminário 17)

3.

MARTINS, Maria Fernanda Vieira. “A velha arte de governar: o Conselho de Estado no Brasil Imperial”, Topoi, v. 7, n.12, jan-jun-2006, 178-221. (seminário 18)

10 de novembro (Flavio Heinz) Aula13 Família e região na política brasileira do século XIX. Referência obrigatória: 1.

GRAHAM, Richard. Clientelismo e política no Brasil do século XIX. Parte I, Capto. 1, “Famílias, Clientes e Controle Social”, pp.27-66. Rio de Janeiro: Editora UFRJ, 1997. (fichamento 16)

Referências obrigatórias: 2.

VARGAS, Jonas Moreira, “’Um negócio entre famílias’ – A Elite Política do Rio Grande do Sul (1868-1889)”, In: HEINZ, F.M. (org), História social de Elites. São Leopoldo: Oikos, 2011, p.28-55 (seminário 19)

3.

CUNHA, Alexandre Mendes. Minas Gerais, da capitania à província: elites políticas e administração da fazenda em um espaço em transformação. Tese de doutorado em História. PPG-História da UFF, 2007. Parte II. (seminário 20)

4.

VARGAS, Jonas Moreira. “Um império de cruzes, togas e espadas”. Notas comparativas sobre as elites políticas do Rio Grande do Sul, do Ceará e da Bahia no período monárquico”. In: HEINZ, F.M. (org) Poder, Instituições e Elites – 7 Ensaios de Comparação e História. São Leopoldo: Oikos, 2012, pp. 115-146. (seminário 21)

17 de novembro – Não haverá aula 24 de novembro (Flavio Heinz) Aula 13: Transição de elites do Império à República: elites regionais e política na 1ª República Referências obrigatórias: 1.

LOVE, Joseph & BARICKMAN, Bart. “Elites Regionais” In: HEINZ, F.M. (org) Por outra história das elites. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2006. (fichamento 17)

Referências seminários: 2. 3.

RICCI, Paolo & ZULINI, Jaqueline. “Partidos, competição política e fraude eleitoral: a tônica das eleições na Primeira República” Dados, Rio de Janeiro, v.57, nº2, 2014, 443-479. (seminário 22) ARRUDA Larissa. Disputas oligárquicas: as práticas políticas das elites mato-grossenses. EDUFSCar, 2015 (seminário 23)

5

4.

VISCARDI, Claudia Maria Ribeiro. O Teatro das Oligarquias. Uma Revisão da Política do Café com Leite. Belo Horizonte, Fino Traço. 2012. (seminário 24)

Referências complementares: 1.

LEVINE, Robert M. A Velha Usina. Pernambuco na Federação brasileira, 1889-1937. Rio de Janeiro: Paz & Terra, 1980. (Capto. 5)

2.

LOVE, Joseph. A Locomotiva. São Paulo na Federação brasileira, 1889-1937. Rio de Janeiro: Paz & Terra, 1982. (Capto 5) WIRTH, John. O Fiel da Balança. Minas Gerais na Federação brasileira, 1889-1937. Rio de Janeiro: Paz & Terra, 1982. (Capto.5) GRAHAM, Richard. “Comparing Regional Elites – a review”. Society for Comparative Study of Society and History , 1983. PANG, Eul-Soo. Coronelismo e oligarquias, 1889-1934: a Bahia na Primeira República Brasileira. Eul-Soo Pang. Civilização Brasileira, 1979.

3. 4. 5.

AVALIAÇÃO O curso está organizado com base em aulas expositivas. A avaliação compreenderá seminários, fichamentos de textos e um ensaio final. A cada sessão haverá textos de leitura obrigatória. Todos os estudantes devem entregar, na aula correspondente, os fichamentos sobre os textos apontados como referência obrigatória. Além disso, haverá outros dois ou três textos que serão objeto de seminário. Para a avaliação será levada em conta a participação efetiva em sala, os fichamentos semanais, o desempenho no seminário e o ensaio final. Recursos eletrônicos de pesquisa: The observatory of social and political elites of Brazil (UFPR) http://observatory-elites.org/

6

Lihat lebih banyak...

Comentários

Copyright © 2017 DADOSPDF Inc.