Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social ANTROPOLOGIA E EDUCAÇÃO

June 4, 2017 | Autor: Alexandre Herbetta | Categoria: Antropologia Da Educação
Share Embed


Descrição do Produto

Universidade Federal de Goiás Faculdade de Ciências Sociais Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social 02/2015 Professor: Dr. Alexandre Ferraz Herbetta [email protected] Programa de Curso

ANTROPOLOGIA E EDUCAÇÃO EMENTA Diálogos entre antropologia e educação, Educação intercultural e interculturalidade, Modernidade, disciplina e transdisciplinaridade, Cultura enquanto matriz dos saberes; Políticas de democratização do ensino; Práticas pedagógicas, Escola e Universidade Carga Horária: 60 h Créditos: 04 Apresentação: Esta disciplina pretende oferecer uma visão ampla e atual de alguns temas e problemas referentes aos modos de produção e difusão do conhecimento na contemporaneidade, especialmente aos relacionados à escola e à universidade. Ela propõe também a formulação de novos desafios para as referidas instituições em um ambiente de crise estrutural. Pretende, ainda, trazer à tona o debate sobre a possibilidade real de democratização da educação institucional, a partir da reflexão acerca da trajetória de novos coletivos culturalmente diferenciados, como indígenas e quilombolas, nas academias e da consolidação de escolas bilíngues, interculturais e diferenciadas. Busca-se assim pensar criticamente sobre em que medida a universidade, do modo como é concebida, pode passar por transformações conjunturais, como a abertura de novos cursos e a proposição de programas que permitam o acesso e a permanência de coletivos culturalmente diferenciados no seu interior, e por transformações estruturais, como a possibilidade de gestão democratizada e de um giro epistêmico, promovendo a proposição de outro modo de se produzir conhecimento. Busca-se também refletir sobre a possibilidade de a escola se reconstruir, promovendo, por exemplo, a formação de sujeitos críticos mesmo em um mundo capitalista. Para isso, o curso se baseia na leitura de algumas obras recentes e outras clássicas dos campos em questão – antropologia e educação – e suas intersecções. Apoia-se também em literatura do campo

da pós-colonialidade e no da decolonialidade, tratando de temas que têm como pano de fundo a relação entre conhecimento e poder; regimes de produção de conhecimento e pluriepistemologias, políticas públicas,

universalidades

e

particularidades,

escola

e

desescolarização

e

colonialidade

e

decolonialidade. Desta forma, a relação entre antropologia e educação será visitada a partir dos principais modelos teórico-metodológicos elaborados, o que servirá ademais, para que se proponham novas possibilidades de produção e difusão de conhecimento e de acesso e permanência nas referidas instituições. Nesta direção, deve se refletir portanto sobre a possibilidade de existência de outras instituições

educacionais. Avaliação: A avaliação será baseada na escrita de um artigo final (70%), que tem como objetivo relacionar o conteúdo estudado a uma reflexão crítica sobre a educação institucional no Brasil, hoje. E, além disso, em uma série de seminários organizados coletivamente (30%) ao longo do curso. Cronograma:

APRESENTAÇÃO DO CURSO DIÁLOGOS, TENSÕES, VELHOS E NOVOS DESAFIOS INGOLD, Tim. 2014. That’s enough about ethnography!. | Hau: Journal of Ethnographic Theory 4 (1): 383–395. CARVALHO, José Jorge. O confinamento racial do mundo acadêmico brasileiro. REVISTA USP, São Paulo, n.68, p. 88-103, dezembro/fevereiro 2005-2006. GUSMÃO, Neusa Maria Mendes. Antropologia e educação: Origens de um diálogo.Cad. CEDES vol. 18 n. 43 Campinas Dec. 1997 http://dx.doi.org/10.1590/S0101-32621997000200002 TLOSTANOVA, Madina; MIGNOLO, Walter. 2012. LEARNING TO UNLEARN – Decolonial reflections from Eurasia and the Americas. Ohio/USA: Ohio State University Press.

A CULTURA NA EDUCAÇÃO OU A EDUCAÇÃO ENQUANTO CULTURA TOSTA, Sandra Pereir (PUC-MG)111. ANTROPOLOGIA E EDUCAÇÃO: Interfaces em construção e as culturas na escola. BOURDIE, Pierre. 2013. Educação enquanto sistema de pensamento. Em: Economia das trocas simbólicas. São Paulo: Perspectiva. BOURDIE, Pierre. 1996. La reproducción. Elementos para uma teoria del sistema de ensenanza.

México: Editorial Laia FARIA FILHO, Luciano Mendes; GONÇALVES, Irlen Antônio; VIDAL, Diana Gonçalves; PAULILO, André Luiz. A cultura escolar como categoria de análise e como campo de investigação na história da educação.

ETNOGRAFIA NA ESCOLA TIBAU, Anderson; DAUSTER, Tania. Desafios da construção de uma etnografia em educação: questões da interdisciplinaridade1 YON, Daniel A. Yon. HIGHLIGHTS AND OVERVIEWOF THE HISTORY OF EDUCATIONAL ETHNOGRAPHY. Department of Anthropology, York University, Toronto, Ontario, M6E 3N1, Canada;email: [email protected] TEZANI, Thaís Cristina Rodrigues. As interfaces da pesquisa etnográfica na educação. The ethnographical research interfaces in the education BERTELY, Maria. 2000. Conociendo nuestras escuelas: un acercamiento etnografico a la cultura escolar. Paidos Iberica. Un acercamiento etnográfico a la cultura escolar

ANDRÉ , Marli Eliza de Mendonça . 1995. ETNOGRAFIA DA PRATICA ESCOLAR. Campinas: Papirus.

CONSCIÊNCIA E SUBALTERNIDADE: EMANCIPAÇÃO E SEMIFORMAÇÃO

EDUCAÇÃO,

ADORNO, T. W. Educação e emancipação. Trad. Wolfgang Leo Maar. 4. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1995a FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 43. ed., São Paulo: Paz e Terra, 2011. DUSSEL, Enrique. 2000. Ética da Libertação na idade da globalização e da exclusão. Petrópolis: Editora Vozes. SPIVAK, Gayatri Chakravorty. Pode o subalterno falar? 1. ed. Trad. Sandra Regina Goulart Almeida; Marcos Pereira Feitosa; André Pereira. Belo Horizonte: Editora da UFMG, 2010.

A CULTURA ENQUANTO MATRIZ DOS SABERES BANIWA, Gersem. Manejo de mundo. ISA – http://www.socioambiental.org/. acesso em 12 de março de 2012.

Instituto

Socioambiental.

MUNDURUKU, Daniel. “Posso ser quem você é sem deixar de ser o que sou”: a gênese do movimento indígena brasileiro. Em: Baniwa, Gersem (org.). 2012. Olhares Indígenas contemporâneos II. Brasília: CINEP – Centro Indígena de estudos e pesquisas. LOUIDOR, Wooldy Edson. El papel de la cultura en la construcción de la democracia : una reflexión sobre la democracia cultural desde Haití . - 1a ed. - Ciudad Autónoma deBuenos Aires : CLACSO, 2015. KAMER, Julio. XAHTÃ MẼ PAHTE AMNHĨ NHĨPÊX HO HIHTỲX (SUSTENTABILIDADE): a relação entre queimadas e cantorias no território Apinajé. 2012. PROJETO EXTRAESCOLAR

APINAJÉCURSO DE TAKINAHAKỸ. UFG.

LICENCIATURA

INTERCULTURAL

INDÍGENA.

NÚCLEO

CARNEIRO DA CUNHA, Manuela. 2014. Cultura com aspas. São Paulo: Cosac Naify.

MODERNIDADE, DECADÊNCIA E DISCIPLINA LEWIS R. GORDON. 2011. Shifting the Geography of Reason in an Age of Disciplinary Decadence. TRANSMODERNITY – Journal of peripherical cultural production of the lusohispanico world. MORIN, Edgar. Métod IV. Ideias: habitat, vida, costumes, organização. Porto Alegra: Sulina. VIÑAO, Antonio. 2008. A história das disciplinas escolares. Revista Brasileira de História da Educação, v. 8, n. 3, p. 174-208. BASARAB NICOLESCU. Um novo tipo de conhecimento – transdisicplinaridade. 1º Encontro Catalisador do CETRANS - Escola do Futuro - USP, Itatiba, São Paulo - Brasil: abril de 1999. SOUZA JÚNIOR Marcílio GALVÃOAna Maria de Oliveira História das disciplinas escolares e história da educação: algumas reflexões* Universidade Federal de Minas Gerais

(DES) ESCOLARIZAÇÃO ILLICH Ivan .1995. Sociedade Sem Escolas. Petrópolis: Vozes. TASSINARI, Antonella. 2001. Escola Indígena: novos horizontes teóricos, novas fronteiras de educação. In: Antropologia, história e educação. SILVA, Aracy Lopes; FERREIRA, Mariana Kawall. São Paulo: FAPESP; Global. MASSCHELEIN Jan; SIMON, Martins. 2013. IN DEFENCE OF THE SCHOOL A PUBLIC ISSUE. E-ducation, Culture & Society Publishers, Leuven.

EDUCAÇÃO INDÍGENA OU INTERCULTURAL: UM DEBATE EPISTEMOLÓGICO E POLÍTICO FLEURI Reinaldo Matias. Intercultura e educação*. Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências da Educação. WALSH, Catherine 2009. Interculturalidade. Críticae Pedagogia Decolonial: in-surgir, re-existir e re-viver. . Em: Vera Candal (org). EducaçãoInterculturalna América Latina:entre concepções,tensões e propostas WALSH. Catherine . 2014. INTERCULTURALIDAD CRÍTICA Y PEDAGOGÍA DECOLONIAL:APUESTAS (DES)DE EL IN-SURGIR, RE-EXISTIR Y RE-VIVIR. “Interculturalidad crítica y pedagogía de-colonial: in-surgir, re-existir y re-vivir”, em Educación Intercultural en América Latina: memorias, horizontes históricos y disyuntivas políticas, Patricia Melgarejo (comp). México: Universidad Pedagógica Nacional–CONACIT, editorial Plaza y Valdés. CERRUTO A., Leonel (2009) La experiencia de la Universidad Indígena Intercultural Kawsay (UNIK). En Daniel Mato (coord.), Instituciones Interculturales de Educación Superior en América Latina. Procesos de construcción, logros, innovaciones y desafíos. Caracas: Instituto Internacional

de la UNESCO para la Educación Superior en América Latina y el Caribe (UNESCO-IESALC), págs.: 123-154.

NOVAS PRÁTICAS PEDAGÓGICAS MASCHELLEIN, Jan.2010b. “ E-ducating the gaze: the idea of a poor pedagogy.” Ethics and Education 5 (1): 43–53. WALSH, Catherine. 2013. PEDAGOGIA DECOLONIALES – práticas insurgentes de resistir, (re) existir (re) vivir. Série pensamiento decolonial. LAROSSA, Jorge. 1998. Pedagogia Profana. Belo Horizonte: Autêntica GADOTTI, Moacir. Pensamento Pedagógico Brasileiro. São Paulo : Ática, 1988.

POLÍTICAS PÚBLICAS UNIVERSIDADE

DE

DEMOCRATIZAÇÃO

DA

PALADINO Nina Paiva Almeida Mariana 2012 Entre a diversidade e a desigualdade: uma análise das políticas públicas para a educação escolar indígena no Brasil dos governos Lula . LACED/Museu Nacional. Rio de Janeiro: Contra-capa LIMA, Antonio Carlos de Souza , BARROSO Maria Macedo.Povos indígenas e universidade no Brasil : contextos e perspectivas, 2004-2008 / – 1. ed. – Rio de Janeiro : E-papers, 2013. FREITAS Ana Elisa de Castro Intelectuais indígenas e a construção da universidade pluriétnica no Brasil [recurso eletrônico]: povos indígenas e os novos contornos do programa de educação tutorial/ conexões de saberes / organização. - 1. ed. - Rio de Janeiro : E-papers, 2015 OSSOLA, M. M. (2013). Jóvenes indígenas en la frontera: relaciones entre etnicidad, escolaridad y territorialidad. Revista Latinoamericana de Ciencias Sociales, Niñez y Juventud, 11 (2), pp. 547-562

REVENDO AS PRÓPRIAS FONTES OU REINVENTANDO OS MITOS: A LEI 10639/03; LEI 11645/08 GOMES, Nilma Lino. 2012. Práticas pedagógicas de trabalho com a temática das relações étnicoraciais na perspectiva da lei 10639/03. Coleção Educação para todos. Brasília: Edições MEC/UNESCO. HERNANDEZ, Leika Keite. 2005. A África na sala de aula – visita à história contemporânea. São Paulo:Selo Negro Edições SISS Ahyass, MONTEIROAloisio Jorge de Jesus (orgs.). Negros, indígenas e a educação superior / : Aguilera Urquiza... [et al.]. - Rio de Janeiro : Quartet : EDUR, 2010 LATOUR, Bruno. Jamais fomos modernos. Jamais fomos modernos : ensaio de antropologia sime:trica {Bruno Latour; tradução de Carlos lrineu cia. Costa. _ Rio de Janeiro: Ed. 34, 1994.

CORPO, GÊNERO E EDUCAÇÃO SERRES, Michel. 2004. Variações sobre o Corpo. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil. 141 p. WENETZ Ileana, STIGGER Marco Paulo, MEYER Dagmar Estermann. 2011. As (des)construções de gênero e sexualidade no recreio escolar Rev. bras. educ. fís. esporte vol.27 no.1 São Paulo Jan./

Mar. 2013 MEYER, G.E. Dagmar E. Estermann. RIBEIRO, Cláudia Ribeiro; MARÇAL, Paulo Rennes Marçal Ribeiro. GÊNERO, SEXUALIDADE E EDUCAÇÃO. ‘OLHARES’ SOBRE ALGUMAS DAS PERSPECTIVAS TEÓRICOMETODOLÓGICAS QUE INSTITUEM UM NOVO

UNIVERSIDADE: RUPTURAS, TRANSFORMAÇÕES

CONTINUIDADES

E

KERR, Clark 2001 The Uses of the University: Fifth Edition (The Godkin Lectures on the Essentials of Free Government and the Duties of the Citizen) Harvard University Press; New edition edition (March 2, 2001) CHAUÍ, Marilena. 1997 .NEOLIBERALISMO E UNIVERSIDADE (Conferência proferida na abertura do seminário: “A Construção Democrática em questão” no dia 22 de abril de 1997, no Anfiteatro de História da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, FFLCH-USP) GIROUX. Henry A. A UNIVERSIDADE: RUPTURAS EPISTEMICAS E POLÍTICAS PARA UM NOVO AMANHA| Higher Education and the Politics of Disruption SANTOS, Boaventura. 1989. Da ideia de universidade a universidade de ideias. Revista critica de ciencias sociais. N 27/28

A, PLURI, MULTI, UNI... VERSIDADES JANINE RIBEIRO, Renato (2003a). A universidade e a vida atual – Fellini não via filmes. Rio de Janeiro: Elsevier/Campus, 2003 WALLERSTEIN. Relatório Gulbelkian. 1996. Para abrir as ciências sociais. FUNDAÇÃO GULBELKIAN. Cortez Editora. SANTOS, Boaventura. A universidade no século XXI. Para uma universidade nova (com Naomar de Almeida Filho). Coimbra: Edições Almedina, 2008. CASTRO-GOMEZ, Santiago .2005. La hybris del punto zero.ciencia, raza y ilustraciónen la Nueva Granada(1750-1816)1a ed. -- Bogotá : Editorial Pontificia Universidad Javeriana, 2005.

SEMINÁRIO FINAL

Lihat lebih banyak...

Comentários

Copyright © 2017 DADOSPDF Inc.