Programa Radiofônico Papo Cabeça

July 15, 2017 | Autor: G. Miranda | Categoria: Radio, Comunicação
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Descrição do Produto

CADERNO DE RESUMOS ISBN: 978-85-99679-27-2

REALIZAÇÃO

APOIO

EXPEDIENTE

Coordenação Prof. Dr. Jefferson O. Goulart Prof. Dr. José Carlos Marques Comitê Científico Prof. Dr. Carlo José Napolitano Prof. Dr. Jean Cristtus Portela Profª. Drª. Lucilene dos Santos Gonzales

Promoção Departamento de Ciências Humanas Faculdade de Arquitetura, Artes e Comunicação Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” Chefia do Departamento de Ciências Humanas Prof. Dr. Jean Cristtus Portela (2011-2013) Prof. Dr. Célio José Losnak (2009-2011)

Apoio Empresa Júnior de Relações Públicas – RPJr Grupo de Estudos em Comunicação Esportiva e Futebol – GECEF Programa de Pós-Graduação em Comunicação – FAAC/UNESP Fundação para o Desenvolvimento da UNESP – FUNDUNESP Pró-Reitoria de Pesquisa da UNESP – Prope/UNESP Pró-Reitoria de Extensão da UNESP – Proex/UNESP Fundação Vunesp Design e Editoração Eletrônica Edvaldo José Scoton Contatos Av. Eng. Luiz Edmundo Carrijo Coube, nº 14-01 -Vargem Limpa – Bauru/SP - CEP 17.033360 – Fones: (14) 3103-6064 / (14) 3103-6036

Copyright Departamento de Ciências Humanas – FAAC/UNESP, 2011 ISBN 978-85-99679-27-2

SUMÁRIO APRESENTAÇÃO Futebol, Comunicação e Cultura RESUMOS A agressividade dentro do campo de futebol. Thiago Thadeu Dias Paluan

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9

A cidadania nos jornais Folha de S. Paulo e O Estado de S. Paulo: os enquadramentos noticiosos do caso Geisy Arruda. Murilo Cesar Soares, Noemi Correa Nueno

10

A comunicação interna no contexto das tecnologias digitais de comunicação. Fernanda Terezinha de Almeida, Maximiliano Martin Vicente

11

A construção da cidadania no filme Fuga para a Vitória. Maximiliano Martin Vicente

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A Copa do Mundo de 1970 e a revista Placar, Eric Moreira Profitti

13

A Copa do Mundo em cores e em alta resolução, ao vivo: o futebol para os telespectadores de 1970 e de 2010, Santiago Naliato Garcia

14

A crítica literária e a imprensa atual: análise da coluna Prosa de Sábado, do suplemento literário Sabático. Felipe de Oliveira Mateus

15

A crônica do futebol no Fantástico: a busca por uma narrativa além do factual. Renata Barreto Malta

16

A espetacularização do futebol: as conseqüências da influência midiática dentro do esporte. Luís Henrique Mendonça Ferraz

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A ética da bola. Jefferson O. Goulart

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A Gestão da Comunicação na Copa Africana de Futebol 2010. Edilson Marques da Silva Miranda, Leopoldo Martinho Baio

19

A imagem em jogo. Representatividade do uso da fotografia no futebol. Ana Carolina Milo Britto

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A imagem em preto-e-branco. Sara Lemes Perenti Vitor

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A Lenda Alenta: a importância da (re) contação de histórias. Jamile Coutrim Dalri

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A manipulação velada dos veículos de comunicação: Estudo de caso – Capas da Revista Veja. Rúbia Gabriele dos Santos Rodrigues

23

A Mensagem da Face Jornalística: Uma Leitura Sobre a Cobertura da Imprensa Esportiva em Brasil e Portugal. Lincoln Chaves de Oliveira

24

A mensuração da opinião pública no apoio a gestão organizacional: caso universidades privadas de Bauru. Mônica Santos Martins Unger, Célia Maria Retz Godoy dos Santos

25

A Musicoterapia na reabilitação dos pacientes com afasia de broca. Thiago Henrique Xavier Rodrigues

26

A narrativa fantástica em coraline. Aline Aparecida dos Santos

27

A regulação da propriedade dos meios de comunicação social na constituinte de 87/88: monopolização versus pluralidade dos meios e das informações. Bárbara Bressan Belan, Carlo José Napolitano

28

A regulação da propriedade imaterial na constituinte de 87/88: direito à comunicação, direitos fundamentais e econômicos. Carlo José Napolitano, Mirela Dias de Aguiar Peloso, Gabriela Garcia Brandão

29

A Semiologia de Roland Barthes. Helena Silva Ometto, Jean Cristtus Portela

30

Análise da abordagem sociológica do programa Observatório do Esporte. Fernando Trindade, José Carlos Marques

31

Análise da apresentação de esportes diversos no Programa Observatório do Esporte da UNESP FM. Nathalia Fernanda Boni, Ângelo Sottovia Aranha

32

Análise de conteúdo: notícias divulgadas nos sites folha.com e globo.com sobre os jogos mundiais militares. Elis Angela dos Anjos

33

Análise do esforço de comunicação da Confederação Brasileira de Rugby na divulgação do esporte no Brasil. Marta Regina Garcia Cafeo

34

Aprendizagem de crianças com dificuldades em matemática: um estudo com a utilização da linguagem logo. Roberta Ribeiro Soares Moura Padoan

35

As condições materiais do jornalismo: o mercado de trabalho Cristiane Hengler Corrêa Bernardo, Inara Barbosa Leão

36

As novas demandas na produção de conteúdos para a televisão digital Leire Mara Bevilaqua

37

As relações sociedade-natureza e suas interações com os processos de degradação ambiental. Edvaldo José Scoton, Rosane Aparecida Gomes Battistelle

38

Basquete x futsal: o duelo por espaço dos esportes „amadores‟ na mídia impressa bauruense. Júlio César Penariol

39

Bruxas cibernéticas. Patricia Basseto dos Santos

40

Comunicação Pública e Gestão Democrática – uma análise da I Conferência Nacional de Transparência e Participação Pública. Antonio Carlos Sardinha

41

Comunicação visual através de web sites: uma análise semiótica. Barbara dos Santos

42

Comunicando pelo Twitter. Rafael Chinaglia Leite

43

Corpo e representação na Educação Física. Ana Carolina Biscalquini Talamoni

44

Crítica em perspectiva semiótica: o caso de Barbara Heliodora. Alana Carrer Martins

45

De Volta aos Trilhos: o Esporte Clube Noroeste em busca do orgulho perdido. Marcelo Ribeiro Ricciardi

46

Debates, o jogo agonístico das habilidades retóricas. Suzan Martins Pereira

47

Democracia e Internet: o uso da web 2.0 por comunicadores políticos. Karol Natasha Lourenço Castanheira

48

Educação e consciência ambiental: uma experiência didático-pedagógica. Maria da Graça Mello Magnoni

49

Educomunicação: o desafio da construção cidadã a partir de um mundo editado. Rosa Malena Pignatari, Maria Antonia Vieira Soares

51

Eleições presidenciais brasileiras: o perfil de Dilma Rousseff na ótica do New York Times. Maria Inez Mateus Dota

53

Entre o Samba e a Bossa: as canções da dor demais. Cláudia Regina Paixão, Wellington César Martins Leite

54

Estatuto do torcedor e estádio alfredo de castilho: reflexos em âmbito local. Fernando Menezes Oliver

55

Freesom. Mariana de Souza Duré, Paula Pinto Monezzi

56

Futebol e cidades criativas: Barcelona conexão S.Paulo. Juarez Tadeu de Paula Xavier

57

Globo Esporte: da Informação ao Entretenimento. Beatriz Albuquerque e Castro

58

Guerra de kosovo: análise semiótica da cobertura josnalística do conflito. Amanda Pioli Ribeiro

59

Havaianas segundo Bakhtin. Fadia Camacho Feitosa, Andreza Patrícia Balbino Cezário

60

Imagem do Papa na imprensa brasileira: a cobertura da Folha de S. Paulo sobre pedofilia. Marcello Zanluchi Surano Simon 63 Imagens, intenções e diretrizes editoriais: estratégias do jornalismo visual na cobertura política. Tássia Caroline Zanini

62

Impactos das tecnologias digitais sobre a comunicação persuasiva. João Eduardo Justi

64

Interações no ciberespaço e no espaço urbano. Luis Enrique Cazani Junior

65

Jornal do Ferradura: Estímulo à Mobilização Social. Aline Cristina Camargo, Laura Luz Pessanha Henriques

66

Jornalismo e Cidadania: uma análise comparativa de coberturas de violações de direitos do adolescente. Aline Maria Fuzisaki Leão

67

Jornalismo e meio ambiente: A contribuição dos meios de comunicação e o conceito de sustentabilidade. Pedro Celso Campos

68

Jornalismo em TV digital e redação convergente. Ricardo Polettini

69

Juventude, Estilo de Vida e Consumo. Thaís Helena Paixão

70

Luiz Beltrão: Vez e voz dos marginalizados. Ana Lucia Lima de Assis, Elaine Cristina Gomes de Moraes

71

Marcas da enunciação: a breagem actorial nos programas de ensino de Linguística. Henri Georges Chevalier

72

Merchandising social na novela paginas da vida. Aline Dória De Alcantara Camargo, Leticia Passos Affini

73

Movimentos sociais e a realização de eventos para a cidadania. Elaine Cristina Gomes de Moraes, Murilo Cesar Soares

74

Multimodalidade e mídia-educação: uma proposta para livre expressão e criatividade na escola. Marcele Tonelli de Oliveira, Roseane Andrelo

75

Nos dias de hoje, Vale-Tudo! Fábio de Lima Alvarez

76

Notas para uma história da Semiologia. Jean Cristtus Portela

77

Novas estratégias de comunicação na Diocese de Bauru e proposta do diálogo interreligioso: o caso da revista Conversa. Paulo Vitor Giraldi Pires

78

Novas tecnologias e a web 2.0: mediadoras da divulgação do processo de inclusão digital? Tatiana de Carvalho Duarte

80

Núcleo Artístico – Rádio Unesp Virtual. Paula Cristina dos Reis Costa

81

63

Núcleo de jornalismo da rádio unesp virtual: uma experiência prática. Mirele Carolina Ribeiro Corrêa

82

O Cinema Experimental de Matthias Müller. Cristiane Sabino Vianna de Oliveira

83

O futebol como expressão dos direitos humanos. Loriza Lacerda de Almeida

84

O futebol feminino frente ao discurso machista Matheus Seiji Bazaglia Kuroda

86

O Futebol no Regime Militar Brasileiro (1964-1985): Uma análise bibliográfica inicial. Rafael Nogueira Rodrigues, Jean Fabiano Marcato Lamana, Pedro Lucas dos Santos Pêgo

87

O início da telenovela no Brasil. Rafaela Calado Bortoletto

88

O jeitinho brasileiro: futebol e economia criativa como ferramentas de transformação social. Juliana Santos, Vitor Soares Torres, Luiz Fernando de Araújo Valim

89

O jogo entre luz e sombra na produção de sentido de fotografias da Magnum In Motion. Erica Cristina de Souza Franzon

90

O meio revista como ferramenta da Comunicação Institucional. Bruna Silvestre Innocenti Giorgi, Lucilene dos Santos Gonzales

91

O mito da caverna e as marcas na literatura: um paralelo entre a odisséia e os lusíadas. Maria Angélica Seabra Rodrigues Martins

92

O publico na Televisão : da platéia ao Reality Show. Débora dos Santos De Grande

93

O relações públicas entre a ironia das comédias e a realidade das organizações. Clóvis Aparecido Moscardini Júnior, Christiane Delmondes Versuti

94

O valor da nossa camisa: práticas de consumo e identificação coletiva entre membros de uma torcida organizada. Gabriel Moreira Monteiro Bocchi, Antônio Mendes da Costa Braga

95

Observatório do esporte nos esportes regionais. Rodrigo Turati Pessoa, Marcos Américo

96

Os símbolos esportivos: um estudo semiótico das logomarcas que atuam no esporte. Adenil Alfeu Domingos

97

Panoramas da interatividade no radiojornalismo esportivo em São Paulo. Daniel Gomes do Nascimento de Araújo

98

Pelas Entrelinhas: Esporte e Políticia na Folha de S.Paulo e O Estado de S.Paulo. Luis Paulo Isnard Jarussi

99

Política 2.0 no youtube: jornalismo cidadão e a campanha online de barack obama. Rafael Lefcadito Álvares

100

Programa - Papo Cabeça. Giovani Vieira Miranda Projeto de Requalificação do Estádio “Alfredo de Castilho” – Noroeste – Cidade de Bauru. Bruna de Brito Prado, Bruno de Souza Arruda, Marcela Zanni Siqueira, Talita Cristina Pereira

101

Rádio Unesp Virtual. Camila Helena Franzoni Ribeiro, Maíra Batista Diogo, Gabriel Silva Teixeira Dias

104

Reconfigurando o Corpo na Pós-Modernidade. Muriel Emídio Pessoa do Amaral, Adenil Alfeu Domingos

105

Reflexão: a indústria cultural, a culturas híbridas e a televisão pública. Vivianne Lindsay Cardoso

106

Relações públicas e eventos esportivos: tendência ou modismo. Larissa Meza Ribeiro da Silva

107

Representações midiáticas de telejornais brasileiros sobre a tragédia da região Serrana do RJ. Guilherme Vallera Tavares

108

103

Responsabilidade Social da Mídia: o papel da ouvidoria nas emissoras de TV brasileiras de concessão pública. Deborah Cunha Teodoro

109

Semiótica da Cultura: As representações sociais e culturais através das imagens da mídia. Rodrigo Carvalho da Silva

110

Televisão digital: potencialidades da multiprogramação. Elica Ito

111

Temas tabus em narrativas seriadas. Lucas Vicente Bortoletto

112

Transmídia e Interação: o caso spoiler em Lost. Caroline Rye Yamasaki, Maria Luiza Furatori Leopassi

113

Um modelo de programa para alfabetização de adultos tendo como suporte plataformas interativas. Alex Sampaio Lima

114

Um primeiro olhar sobre a influência da mídia na personificação política dos acadêmicos de Comunicação Social. Ariane Esteves Amaro

115

Uma relação entre os apelidos e o público nos casos de Pelé e Guga. Thiago Camargos Koguchi

116

Uniforme esportivo: Identidades e significados. Gabriel Arroyo

117

Variante da Língua Portuguesa na transmissão radiofônica de futebol: aspectos léxsico-sintáticos. João Batista Neto Chamadoira

118

FUTEBOL, COMUNICAÇÃO E CULTURA A Jornada Multidisciplinar consolidou-se como um dos principais eventos do calendário acadêmico da UNESP de Bauru. Essa conquista está diretamente vinculada à perseverança de seus idealizadores e dos organizadores que se seguiram, mas também à valiosa contribuição intelectual dos que por ela passaram e, sobretudo, à resposta vigorosa da comunidade acadêmica. Tornou-se, assim, para além dos clichês, um evento que efetivamente articula as dimensões estruturais da universidade: ensino, pesquisa e extensão. A quantidade e a qualidade de trabalhos inscritos e de participantes, a diversidade de temas de pesquisa de graduação e pós-graduação, a integração e o diálogo com a sociedade, além das generosas provocações estimuladas por conferencistas e debatedores, tudo isso representa um patrimônio valioso que vem sendo aperfeiçoado a cada edição. Em 2011, a escolha temática teve uma dupla motivação. De um lado, incorporar à agenda da academia um tema de grande impacto na sociedade brasileira, mas ainda relativamente pouco absorvido pela pesquisa científica. De outro, intensificar a reflexão sobre temas sociais da identidade cultural brasileira que pudessem ser interpretados sob múltiplos ângulos. Assim nasceu a edição sobre “Futebol, Comunicação e Cultura”. O resultado foi além das expectativas mais otimistas, tanto pela acolhida do tema, quanto pelo interesse dos participantes ou ainda pelas inquietantes provocações de expositores e pela maneira inevitavelmente apaixonada que o tema suscita. Falou-se muito sobre futebol e das muitas manifestações que o cercam, e mais ainda da identidade cultural de nosso país e até da contemporânea dimensão futebolística globalizada. Em resposta à questão indigesta formulada pelo antropólogo Roberto Da Matta – pioneiro na introdução desse tema de pesquisa das ciências humanas –, de que o futebol seria a maior expressão de democracia da sociedade brasileira, podemos pensar de forma saudavelmente contraditória. Como lembra José Miguel Wisnik, o futebol “é a afirmação de um paradoxo da escravidão como um mal nunca superado e, ao mesmo tempo, um bem valioso em nossa existência, não pela escravidão enquanto tal – o que é obvio e gritante nos céus –, mas pela amplitude da humanidade que desvelou”. Em síntese, é simultaneamente veneno e remédio. Assim encerramos nosso trabalho com a sensação de dever cumprido, afinal a Jornada manteve a vocação que é sua marca registrada, qual seja, incentivar a reflexão multidisciplinar sobre temas relevantes para o país e a comunidade acadêmica, permitindo e estimulando o contato entre pesquisadores de diferentes áreas do conhecimento. E um de seus melhores produtos agora pode ser acessado, na forma do Caderno de Resumos. Boa leitura.

Bauru, setembro de 2011.

Jefferson O. Goulart e Zeca Marques Coordenadores da XIII Jornada Multidisciplinar

10 A 12 DE MAIO DE 2011 Unesp - Campus Bauru – FAAC-Faculdade de Arquitetura, Artes e Comunicação - Departamento de Ciências Humanas

A AGRESSIVIDADE DENTRO DO CAMPO DE FUTEBOL THIAGO THADEU DIAS PALUAN [email protected] Graduado em Marketing

Palavras-chave: Agressividade; Atitude; Temperamento; Personalidade.

Durante uma partida de futebol, que pode levar aproximadamente noventa minutos, ou até mais alguns minutos, os jogadores estão preparados fisicamente para que o objetivo seja cumprido: a vitória. Porém o preparo psicológico deixa a desejar, desencadeando atitudes comportamentais negativas durante o jogo, que são transmitidas para a sociedade (torcedores). É fato que os seres humanos são agressivos, apesar de ser profissional, cada jogador tem sua personalidade e a agressividade é uma característica comportamental do ser humano. Visto que nem sempre a agressividade parte do princípio de ser física, pode ainda ser verbal ou não verbal, e durante uma partida, está presente a cada momento. Esta agressividade pode ainda ter vínculo com a história particular de cada indivíduo em sua formação e isto difere um do outro. Já dentro do campo de futebol, um lugar muitas vezes “sagrado” pelos participantes, o jogador pode desenvolver este tipo de comportamento com o objetivo de intimidar, se autoafirmar e ainda prejudicar o adversário com o propósito de favorecer o seu grupo na vantagem pelo prêmio. Este fator social, presente na personalidade de cada um, torna-se “explosivo”, pois nem sempre é considerada violência e sim a maneira de reagir sensivelmente a cada estímulo gerado de insegurança. Com base neste princípio, a agressividade é constituída por aspectos que compõem a personalidade, e este trabalho visa explorar o temperamento do jogador de futebol durante o jogo, bem como a agressividade presente no individualismo de cada participante com o meio em que este está inserido (time) através de uma pesquisa descritiva, com o objetivo de sugerir o preparo psicológico e individual de cada jogador antes do jogo com o intuito de demonstrar para a sociedade que a agressividade durante a partida de futebol tem características individuais e não coletivas.

III Jornada Multidisciplinar “Futebol, comunicação e cultura”, 2011 – Caderno de Resumos

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10 A 12 DE MAIO DE 2011 Unesp - Campus Bauru – FAAC-Faculdade de Arquitetura, Artes e Comunicação - Departamento de Ciências Humanas

A CIDADANIA NOS JORNAIS FOLHA DE S. PAULO E O ESTADO DE S. PAULO: OS ENQUADRAMENTOS NOTICIOSOS DO CASO GEISY ARRUDA MURILO CESAR SOARES [email protected] Professor Doutor -Unesp -FAAC

NOEMI CORREA NUENO [email protected] Mestranda em Comunicação -Unesp -FAAC

Palavras-chave: Cidadania; Jornalismo; Gênero feminino.

Este artigo analisa as representações construídas sobre a então estudante Geisy Arruda em 2009, quando a universitária foi hostilizada por cerca de 700 alunos de sua escola, a UNIBAN, com a alegação de que utilizava um vestido curto e tinha atitudes “provocativas” em relação aos colegas. Nossa análise procura relacionar o papel de dois jornais em relação aos direitos de cidadania da estudante, examinando os enquadramentos dos textos veiculados nos jornais Folha de S. Paulo e O Estado de S. Paulo relacionados ao caso e aos seus desdobramentos.

O objetivo foi verificar a pertinência das considerações de

Bourdieu sobre o jornalismo em relação ao gênero feminino, bem como a adequação da crítica dos movimentos feminista e de mulheres contemporâneos de que os meios reforçam a dominação masculina. Foi realizada uma análise de enquadramento das matérias do período, focalizando como a estudante foi referida nos textos. Verificou-se a predominância de um enquadramento neutro, seguido do favorável em relação à compreensão do acontecimento como caso de intolerância e violência. Foram minoritárias em ambos os jornais as expressões que constroem um enquadramento contrário a tomar os acontecimentos como violência. Os dados, portanto, mostram que não se pode considerar que, nesse caso, os jornais tenham apenas reproduzido as expressões de dominação masculina. No entanto, os mesmos dados, ao mostrarem uma proporção majoritária de termos neutros, sugerem que o jornalismo ainda se mantém cauteloso quando a questão é debater papéis e valores masculinos e femininos em nossa sociedade.

III Jornada Multidisciplinar “Futebol, comunicação e cultura”, 2011 – Caderno de Resumos

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10 A 12 DE MAIO DE 2011 Unesp - Campus Bauru – FAAC-Faculdade de Arquitetura, Artes e Comunicação - Departamento de Ciências Humanas

A COMUNICAÇÃO INTERNA NO CONTEXTO DAS TECNOLOGIAS DIGITAIS DE COMUNICAÇÃO FERNANDA TEREZINHA DE ALMEIDA [email protected] Mestranda - Comunicação -Unesp -FAAC

MAXIMILIANO MARTIN VICENTE [email protected] Professor Doutor -Unesp -FAAC

Palavras-chave: Comunicação Organizacional; Comunicação Interna;Tecnologias Digitais de Comunicação; Interatividade.

Vivenciando o ambiente interno das organizações, estando estas inseridas no atual contexto tecnológico, pode-se perceber uma tríade de fatores no âmbito da comunicação interna estabelecida nessas organizações. O primeiro mostra que dentro da comunicação organizacional, a comunicação interna é a que menos teve práticas e processos alterados desde a formação moderna das organizações. Na grande maioria, é mantida a mesma lógica de comunicação linear baseada em estruturas hierarquizadas. Como segundo fator, tem-se que dentre as organizações que utilizam as tecnologias digitais de comunicação na comunicação interna, grande parte o fez sem que os processos fossem repensados à luz das práticas interativas de comunicação. Modernizam-se os instrumentos, mas a lógica da comunicação permanece a mesma. E como terceiro fator observa-se que um número crescente de pessoas que iniciam suas carreiras nas organizações, possui uma lógica de comunicação caracterizada pela colaboração, interatividade e pelo compartilhamento de informações, própria da cultura digital. Uma vez adotada ou absorvida a “cultura participativa”, não se pode esperar que apenas no ambiente organizacional estas pessoas convivam com um processo de comunicação estático. Assim, visualiza-se um cenário que demandará uma mudança na forma como a comunicação interna é pensada dentro das organizações, não apenas pelas questões de produtividade, controle e competitividade; mas principalmente para que acompanhe as novas práticas sociais de comunicação. A pesquisa tem por objetivo analisar como a adoção das tecnologias digitais de comunicação na comunicação interna pode contribuir para a geração de conhecimento nas organizações, a partir de um estudo de caso. A base teórica será composta pela comunicação organizacional e as tecnologias digitais de comunicação.

III Jornada Multidisciplinar “Futebol, comunicação e cultura”, 2011 – Caderno de Resumos

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10 A 12 DE MAIO DE 2011 Unesp - Campus Bauru – FAAC-Faculdade de Arquitetura, Artes e Comunicação - Departamento de Ciências Humanas

A CONSTRUÇÃO DA CIDADANIA NO FILME FUGA PARA A VITÓRIA MAXIMILIANO MARTIN VICENTE [email protected] Professor Doutor -Unesp -FAAC

Palavras-chave: Comunicação; Cinema; Cidadania; Futebol.

A construção da cidadania não envolve apenas um dialogo com as instituições políticas estabelecidas numa determinada sociedade. A forma como ela pode ser construída perpassa os produtos culturais contribuindo dessa maneira para criar atitudes e valores que podem vir a somar na conscientização social e, consequentemente, na luta mais objetiva na hora de construir a cidadania. Este trabalho discute exatamente como o cinema pode ser transformado numa ferramenta capaz de evidenciar situações promotoras da cidadania. De forma mais concreta um filme será estudado para aferir como a cidadania pode ter esses desdobramentos midiáticos incluindo, nesse caso concreto, uma película voltada para o futebol: Fuga para a vitória. Concretamente o filme em questão reúne elementos relevantes para discutir temas próprios da construção da cidadania: política, divertimento, resistência, questão social, entre outros. Tendo como base um episodio verídico ocorrido na Segunda Guerra Mundial e dirigida por John Huston e congregando futebolistas de primeiro nível como Pelé, Ardiles e Bobby Moore a fita narra a derrota de uma seleção alemã (nazistas) por aliados que planejam a fuga de um campo de concentração tendo como álibi o jogo. A comunicação justamente estabelece reflexões sobre o cinema e o futebol, dentro do contexto proposto, para refletir sobre a construção da cidadania.

III Jornada Multidisciplinar “Futebol, comunicação e cultura”, 2011 – Caderno de Resumos

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10 A 12 DE MAIO DE 2011 Unesp - Campus Bauru – FAAC-Faculdade de Arquitetura, Artes e Comunicação - Departamento de Ciências Humanas

A COPA DO MUNDO DE 1970 E A REVISTA PLACAR ERIC MOREIRA PROFITTI [email protected] Graduado em História -Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)

Palavras-chave: Futebol; Revista Placar; Copa do Mundo de 1970.

Este trabalho tem como objetivos: discutir a relação entre o futebol e a identidade nacional brasileira na década de 1970, quando vigorava a ditadura militar no Brasil; e discutir, por meio do estudo crítico da revista Placar, como as análises jornalísticas sobre a participação da seleção brasileira na Copa de 1970 expressaram críticas, expectativas, projetos e estereótipos acerca da sociedade brasileira. Para alcançarmos os objetivos, adotam-se os seguintes métodos: o levantamento bibliográfico das obras que tratam, direta ou indiretamente, do tema proposto, bem como de trabalhos acerca da sociedade e da política no Brasil dos anos 1970. A análise bibliográfica acompanha o levantamento, a pesquisa e a análise da revista Placar do ano de 1970, com especial atenção ao período específico da Copa do Mundo realizada no México. Nossa pesquisa tem como base teórica autores como Simoni Lahud Guedes (2009), Marcos Guterman (2006) e Plínio Labriola Negreiros (2009), os quais apontam que a identidade nacional brasileira é constantemente discutida por meio do desempenho da seleção nacional de futebol em disputas internacionais, principalmente durante o período de disputa da Copa do Mundo. Em relação aos resultados da pesquisa, podemos apontar que na análise das revistas Placar do ano de 1970 percebemos que o treinador João Saldanha é apontado como a síntese da imagem do povo brasileiro que seria “mais brigão do que pacífico, mais apaixonado do que amarrotado” (Placar, 01, 1970:05). A questão da malícia e da malandragem é muitas vezes mencionada também, por exemplo, na charge do cartunista Henfil, que trata do jogo entre Brasil e Inglaterra durante a Copa do Mundo de 1970 e que mostra os brasileiros de uma forma bem descontraída ao contrário dos ingleses que são retratados como calculistas e com medo da seleção brasileira.

III Jornada Multidisciplinar “Futebol, comunicação e cultura”, 2011 – Caderno de Resumos

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10 A 12 DE MAIO DE 2011 Unesp - Campus Bauru – FAAC-Faculdade de Arquitetura, Artes e Comunicação - Departamento de Ciências Humanas

A COPA DO MUNDO EM CORES E EM ALTA RESOLUÇÃO, AO VIVO: O FUTEBOL PARA OS TELESPECTADORES DE 1970 E DE 2010 SANTIAGO NALIATO GARCIA [email protected] Mestrando em Comunicação -Unesp -FAAC

Palavras-chave: Copa do Mundo em cores; Copa do Mundo digital; Televisão; Futebol.

Quarenta anos separam a utilização de dois avanços tecnológicos nas transmissões televisivas para as massas: as transmissões, ao vivo, da Copa do Mundo de Futebol de 1970 em cores – realizada no México – e a transmissão da Copa do Mundo de 2010 em alta definição – realizada na África do Sul. Neste estudo de caso serão ressaltadas ambas ocasiões e suas inovações tecnológicas. Tais avanços, bem aceitos por aqueles que vivenciaram tais mudanças, representam momentos nos quais os jogos esportivos passam a mover inovações tecnológicas e estéticas, atualizando as definições de linguagem da televisão, como os proporcionados pelos planos de câmera e utilização de equipamentos como o videotape e replays. O objetivo deste trabalho é elencar algumas características inovadoras apresentadas nestes dois momentos da televisão mundial, formular tanto recuperações teóricas quanto apresentar imagens captadas nestes dois formatos, estáticas e em movimento, nas diferentes décadas: a transmissão em cores e em alta resolução. Será realizado, para isso, revisão bibliográfica e pesquisa de periódicos, como jornais e revistas, que veicularam, cada qual em sua época, informações sobre as atualizações na qualidade da imagem nessas transmissões. Com isso, buscaremos não apenas retratar o início comercial de novos recursos tecnológicos na TV, mas também esclarecer como os recursos foram recebidos pelos espectadores. Serão realizadas, também, entrevistas com espectadores que acompanharam esses dois momentos marcantes da televisão como forma de entender o que representaram, na extremidade da recepção, essas mudanças nas características televisivas. Uma das hipóteses é de que as inovações apresentadas nas décadas de 70 e de 2010 trouxeram imagens com capacidade técnica mais apuradas, reformulando de forma positiva a relação do espectador com a televisão.

III Jornada Multidisciplinar “Futebol, comunicação e cultura”, 2011 – Caderno de Resumos

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10 A 12 DE MAIO DE 2011 Unesp - Campus Bauru – FAAC-Faculdade de Arquitetura, Artes e Comunicação - Departamento de Ciências Humanas

A CRÍTICA LITERÁRIA E A IMPRENSA ATUAL: ANÁLISE DA COLUNA PROSA DE SÁBADO, DO SUPLEMENTO LITERÁRIO SABÁTICO FELIPE DE OLIVEIRA MATEUS [email protected] Graduando - Comunicação Social - Jornalismo -Unesp -FAAC

Palavras-chave: Crítica literária; Crítica jornalística; Suplementos literários; Jornalismo cultural.

Esta pesquisa propõe uma análise comparada da coluna de crítica literária Prosa de Sábado, integrante do suplemento literário Sabático, do jornal O Estado de S. Paulo. Tratase dos textos produzidos pelo crítico de origem acadêmica Silviano Santiago e pelo jornalista Sérgio Augusto no período de agosto de 2010 a julho de 2011. Assim, tem-se por objetivo investigar e demarcar os contrastes e as aproximações entre a crítica literária do meio universitário, acadêmico, e a de linhagem jornalística. Para tanto, serão verificadas características comuns e contrastantes em relação à temática dos textos, seus valores críticos e os posicionamentos tomados pelos autores. A partir dessa análise prévia e tendo como base os pressupostos teóricos de Pierre Bourdieu e sua teoria dos campos, pretendese refletir sobre o lugar que os críticos em questão ocupam em seus distintos campos de legitimação artística – a academia e o jornalismo – e como eles compartilham uma mesma instância de difusão, no caso, o suplemento Sabático. Também com base nas colocações de Beatriz Sarlo relativas ao papel dos intelectuais na contemporaneidade e nos estudos de Flora Sussekind sobre a crítica enquanto formato jornalístico e sobre os suplementos literários, a pesquisa também se ocupa em abordar históricamente a presença da literatura na imprensa brasileira, seguindo a ideia do próprio Santiago ao afirmar que a história da imprensa é a história de sua desliteraturização, além de refletir sobre a presença dos críticos e dos suplementos literários no contexto atual do jornalismo cultural no Brasil.

III Jornada Multidisciplinar “Futebol, comunicação e cultura”, 2011 – Caderno de Resumos

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10 A 12 DE MAIO DE 2011 Unesp - Campus Bauru – FAAC-Faculdade de Arquitetura, Artes e Comunicação - Departamento de Ciências Humanas

A CRÔNICA DO FUTEBOL NO FANTÁSTICO: A BUSCA POR UMA NARRATIVA ALÉM DO FACTUAL RENATA BARRETO MALTA [email protected] Doutoranda em Comunicação -Universidade Metodista -São Paulo

Palavras-chave: Futebol; Comunicação; Espetáculo.

Entendemos que o acesso à informação é cada vez maior e que os programas televisivos vêm buscando formas de se destacar na mídia e atrair um público cativo. A crônica poderia, assim, ser uma saída para trabalhar flagrantes de fatos que, via de regra, não teriam tanta importância e, provavelmente, não seriam notados. A crônica tem seu objeto, de acordo com Neves (1992; p.75), “no cotidiano construído pelo cronista através da seleção que o leva a registrar alguns aspectos e eventos e abandonar outros”. Poderíamos afirmar que esse seria um gênero híbrido que mesclaria o lírico da literatura com o prático do jornalismo. A linguagem, em geral, utilizada nesse gênero, é simplificada, através da aplicação das normas da língua falada, resultando em um texto leve e descontraído. Quando o Fantástico noticia os gols do domingo ele procura ir além do factual, ou seja, dos resultados obtidos nos campos. A busca pelo inovador seria uma tentativa de fugir do mero informativo. Assim, as crônicas esportivas do Fantástico perseguem uma filosofia de montar o espetáculo do espetáculo, já considerando, aqui, o futebol como espetáculo. As narrativas seriam tecidas com fragmentos de factuais entrelaçados a símbolos ideologicamente pensados, construindo redes de intertextualidades. A análise do corpus, metodologia aqui utilizada, ajuda-nos a entender como o Fantástico extrapola a simples narrativa factual de partidas de futebol buscando pontos de convergência ou divergência entre os jogos disputados no domingo. Esses pormenores, que na maioria das vezes passariam despercebidos, colocados lado a lado nas crônicas do Fantástico, causam estranhamento e garantem o caráter cômico das suas crônicas futebolísticas. A busca pelo que não é óbvio envolve o olhar técnico e o lírico capaz de despertar pensamentos e sentimentos subjetivos, tecendo uma narrativa com característica sinestésica que tem a intenção de atingir todos os poros do receptor. Assim, o futebol é apresentado como espetáculo de forma fantástica e inovadora.

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A ESPETACULARIZAÇÃO DO FUTEBOL: AS INFLUÊNCIA MIDIÁTICA DENTRO DO ESPORTE

CONSEQUÊNCIAS

DA

LUÍS HENRIQUE MENDONÇA FERRAZ [email protected] Graduado em Comunicação social - Jornalismo -Unesp -FAAC

Palavras-chave: Futebol; Espetáculo; Meios de comunicação; Jornalismo esportivo; Jogos agonísticos. A pesquisa tem por objetivo discutir as relações e implicações entre o futebol brasileiro e sua espetacularização na mídia. A análise abordará o esporte televisado através de uma perspectiva de entretenimento, em que o jornalismo esportivo fica aquém de ser exercido em sua plenitude. O trabalho será contextualizado de maneira qualitativa, por meio das declarações do técnico de futebol, Renê Simões, no dia 15 de setembro de 2010, em entrevista ao canal Sportv, após a partida entre Santos e Atlético Goianiense. Nessa coletiva de imprensa, Renê Simões, técnico do time Goiano, demonstra preocupação com o futuro de Neymar, a nova jóia do esporte nacional. O técnico evidencia as qualidades do jogador como inquestionáveis, mas faz uma advertência para a imprensa, que celebra a genialidade e a “brasilidade” do atleta sem maiores questionamentos: “Nós estamos criando um monstro no futebol brasileiro”. Simões atribui essa preocupação pelo comportamento do atleta no decorrer da partida, e o cita como “um todo poderoso dentro do campo”, que amparado pelos meios de comunicação, transgride inúmeras regras socialmente estabelecidas dentro dos jogos (Agôn). Os meios de comunicação de massa, principalmente a televisão, exploram o futebol com espetáculo, pois os dramas presentes nas partidas evocam sentimentos e emoções que estão arraigadas em nossa cultura. Dessa forma, reduzem as partidas de futebol apenas ao sensacionalismo descabido. A mídia está preocupada em engrandecer as figuras nas quais tem interesse, em virtude da movimentação milionária em torno da paixão futebolística. O esporte no país torna-se cada vez mais rentável, tanto para as mídias, quanto para os clubes e seus jogadores. Por fim, a proposta da pesquisa é averiguar o posicionamento da imprensa, durante os jogos ao vivo e os programas de jornalismo esportivo, como práticas que impõe um discurso ideológico previamente estabelecido aos telespectadores. Outro ponto a ser discutido serão as consequências da influência midiática dentro do futebol, relacionado à motivação intrínseca e extrínseca dos jogadores de futebol na contemporaneidade.

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A ÉTICA DA BOLA JEFFERSON O. GOULART [email protected] Professor Doutor -Unesp -FAAC

Palavras-chave: Futebol; Ética; Bola.

O futebol teria uma ética própria? Essa pergunta espinhosa é o ponto de ponto de partida de um ensaio exploratório que postula problematizar os conteúdos morais que ensejam o universo futebolístico como fenômeno social marcado por múltiplos conflitos e tensões. Mais ainda: trata-se de interpretar esse objeto em um contexto de progressiva institucionalização e profissionalização que o elevaram à condição de negócio e mercadoria. A hipótese a ser testada e problematizada é: o esporte em geral e o futebol em particular teriam uma alteridade específica, qual seja, a necessidade do outro não se estabelece numa perspectiva de respeito à diferença própria de outras formas de sociabilidade, mas, antes, na tentativa absolutizante de derrotar o(s) antagonista(s). Nessa lógica amigo-inimigo em que o fair play figura tão somente como valor normativo e imagem retórica, emerge uma rivalidade que, com efeito, depende do outro para nutri-la, mas que abriga a prevalência de um objetivo estratégico supremo: impor-se e submeter o interlocutor. Trata-se, supostamente, de uma dialética da conquista, a qual, para sacramentar o triunfo dos vencedores, obrigatoriamente requer derrotados. Dessa perspectiva analítico-conceitual, um campo empírico fértil para investigar o conteúdo ético do futebol remete a episódios recentes em que há plausibilidade de que eventualmente também se joga para perder, e que essa conduta teria uma moralidade legítima.

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A GESTÃO DA COMUNICAÇÃO NA COPA AFRICANA DE FUTEBOL 2010 EDILSON MARQUES DA SILVA MIRANDA [email protected] Graduando - Comunicação Social - Relações Públicas -Unesp -FAAC

LEOPOLDO MARTINHO BAIO [email protected] Graduando - Comunicação Social - Relações Públicas -UNiA - Universidade Independente de Angola

Palavras-chave: Futebol; Comunicação; África; Angola.

A Copa das Nações Africanas é a principal competição de futebol organizada pela Confederação Africana de Futebol – CAF, que é um órgão ligado à FIFA – Federação Internacional de Futebol Associado, e é o principal evento esportivo do continente africano. O evento teve a sua primeira edição no ano 1957, e após o ano de 1968 passou a ser realizado a cada 2 anos. Em 2010, pela primeira vez, a Copa das Nações Africanas foi realizada em Angola, e o pais teve a sua estréia de experiência de organização de um evento de escala continental. O objetivo da pesquisa foi analisar a gestão da comunicação na realização deste evento esportivo. O país Angola esteve por 30 anos mergulhado em uma guerra civil. Faz apenas sete anos que a guerra acabou, e que a paz foi estabelecida no país. Para a mídia internacional, Angola esteve, sempre, associado ao seu cenário de guerra. O futebol constituiu-se na grande oportunidade do país em mudar a sua imagem. O futebol propiciou a possibilidade da criação da marca “Angola” associada à gestão de evento internacional e atrelado a ideia do desenvolvimento turístico do pais. A pesquisa abordou a criação do Comitê Organizador do Campeonato Africano das Nações – COCAN 2010. Analisou a estrutura e as competências do DIPM - Direção de Informação Publicidade e Marketing, órgão responsável pelo processo de gestão da comunicação do CAN 2010 (Campeonato Africano das Nações). A pesquisa abordou o relacionamento da coordenação evento com a mídia e a sua comunicação interna e externa. Tratou-se dos veículos de comunicação utilizados, desde página na Web, programas oficiais de radio e de televisão, outdoors, e a visibilidade do evento no estrangeiro. Para realizar a pesquisa, foram entrevistadas pessoas do staff do COCAN 2010, profissionais da comunicação social em Angola e atletas angolanos. A pesquisa bibliográfica e a observação in loco das publicidades veiculadas na imprensa angolana e em outdoors também fizeram parte da metodologia de pesquisa.

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A IMAGEM EM JOGO: REPRESENTATIVIDADE DO USO DA FOTOGRAFIA NO FUTEBOL ANA CAROLINA MILO BRITTO [email protected] Mestranda em Comunicação - Jornalismo -Unesp -FAAC

Palavras-chave: Futebol; Fotografia; Representação; Pelé.

A proximidade entre o futebol e o público brasileiro tem sido tema de relevantes discussões no meio acadêmico entre os pesquisadores em comunicação. O compartilhamento de valores, representações e sentidos que se organizam em torno do esporte agem na constituição de uma comunidade simbólica, permeada por ações, regras, imagens e memórias. Desse modo, através do entendimento de que o homem cria o seu discurso através da linguagem, entendido não como fala individual, como antecipa Michel Foucault, será analisada a fotografia do famoso soco no ar do jogador brasileiro Pelé, em 1970, do fotógrafo Orlando Abrunhosa, retomada pela revista Fotografe Melhor (n. 169 de outubro de 2010, p. 82) em comparação com a fotografia que veio a estampar a capa do filme documentário “Pelé Eterno” de 2004, produzido pela Universal Pictures. Os objetos serão analisados no contexto das particularidades do futebol proposto por Roberto DaMatta, à luz do conceito de representação social e mediática de Serge e através das crônicas de Nelson Rodrigues, que colaboram com uma “doação de sentido, uma vez que organiza os fatos e consiste em importante registro” (Maia e Oliveira, 2010). Num primeiro momento, a fotografia analisada em seu contexto nos leva a entender a importância da figura de Pelé, um jogador que acima de tudo acreditava em si mesmo e mantinha acesa a esperança daqueles que compactuavam com o “complexo de vira-latas”, termo criado por Nelson Rodrigues. E no que tange que alguns atributos verdadeiramente representativos do futebol há uma não caracterização do mesmo na capa do documentário “Pelé Eterno”, em relação ao recorte da fotografia de Pelé, que elimina um dos principais atores na partida: os pés. Dessa forma, sabendo que “a fotografia é subversiva, não quando aterroriza, perturba ou mesmo estigmatiza, mas quando é pensativa” coloca-se em xeque o jogo de representações que permeia a sociedade por meio das imagens sugeridas para este estudo.

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A IMAGEM EM PRETO-E-BRANCO SARA LEMES PERENTI VITOR [email protected] Mestranda em Comunicação - Jornalismo -Unesp -FAAC

Palavras-chave: Fotografia; Henri Cartier-Bresson; Imagem preto-e-branco; Vilém Flusser.

O propósito da pesquisa é legitimar a fotografia em preto-e-branco partindo da ideia passada por Vilém Flusser, destacando o fotógrafo Henri Cartier-Bresson, considerado o mestre do fotojornalismo. O trabalho de Cartier-Bresson é produzido em imagens preto-ebranco, independentemente do que fotografe, tornando-se essa uma característica marcante do fotógrafo. Sobre as cores nas fotografias, Flusser apresenta questões relevantes e que serão aqui consideradas, coloca a imagem em preto-e-branco como a imagem mais próxima do real. Afirma que as fotografias coloridas dão a impressão de real, mas quanto mais “fiéis” se tornarem as cores, mais essas são mentirosas, já que o “verde Kodak” difere do “verde Fuji”.A partir da reflexão apresentada por Flusser, as imagens de Cartier-Bresson ganham ainda mais legitimidade, e uma possível razão para o fotógrafo não utilizar cores em seu trabalho é a busca de uma imagem ideal, sem cores que pudessem modificar a realidade da mesma, pois as fotografias em preto-e-branco são a magia do pensamento teórico e é nisto que reside seu fascínio. Revelam a beleza do pensamento conceitual abstrato. Cenas em preto-e-branco não existem, mas fotografias em preto-e-branco, sim. As cores nas imagens penetram os olhos e a consciência, e acabam poluindo o sentido implícito na fotografia.

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A LENDA ALENTA: A IMPORTÂNCIA DA (RE) CONTAÇÃO DE HISTÓRIAS JAMILE COUTRIM DALRI [email protected] Graduanda Comunicação Social: Relações Públicas -Unesp -FAAC

Palavras-chave: Literatura infantil; Leitura, Inclusão sociocultural; Cidadania.

A lenda Alenta: (re) contando histórias é um projeto de inclusão sociocultural que visa proporcionar a crianças carentes o acesso a um dos bens culturais de nossa sociedade: a literatura. As crianças através da construção do hábito de leitura passam a apropriar-se da principal ferramenta para sua autonomia crítica e formação de sua cidadania. O objetivo do projeto é proporcionar a crianças carentes uma possibilidade de inclusão cultural, por meio do contato com obras literárias infantis de qualidade. Assim como fornecer às crianças os rudimentos da estrutura narrativa, visando à possibilidade de dar a voz a essa população socialmente excluída. Fazer ver às crianças, de maneira lúdica, que a leitura do mundo passa pela leitura de várias linguagens. Em relação aos discentes, o objetivo é levá-los à utilização de meios de comunicação não-midiáticos, proporcionando-lhes o contato direto com o público, contribuindo assim para a desautomação de suas atitudes perante o receptor. O projeto teve a duração de três anos (2007-2009), sob a coordenação da Profª Dra. Maria do Carmo Almeida Corrêa. Foi executado por alunos do curso de Comunicação Social da FAAC- Unesp, Bauru, que participavam de uma reunião semanal, a fim de adquirir embasamento teórico sobre o papel da literatura na formação da criança, além de esclarecimentos

sobre

metodologia

de

leitura

e

de

contação

de

histórias.

Concomitantemente a isso, os alunos atuavam como intermediários entre a literatura e a clientela, por meio de visitas semanais a duas instituições bauruenses que atendem crianças carentes. Nessas visitas, as crianças passam a ter contato com a literatura (primeiro passo na formação do hábito de leitura) e passam a adquirir de forma lúdica conhecimentos sobre linguagem, narratividade e poesia. Os resultados podem ser verificados a partir do interesse espontâneo das crianças pela leitura livre, e também pela evolução na produção de textos.

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A MANIPULAÇÃO VELADA DOS VEÍCULOS DE COMUNICAÇÃO: ESTUDO DE CASO – CAPAS DA REVISTA VEJA RÚBIA GABRIELE DOS SANTOS RODRIGUES [email protected] Graduanda - Comunicação Social - Jornalismo -Unesp -FAAC

Palavras-chave: Revista; Manipulação; Análise Semiótica; Peirce.

O presente trabalho visa investigar, através de análises semióticas, a possível manipulação na formação da opinião do leitor encontrada nas capas da Revista Veja. Voltada para a classe social A e B, Veja traz semanalmente em suas edições assuntos como política, economia, cultura e comportamento. O fato de ser a revista mais lida no país e ser dirigida à classe dominante fez com que se tornasse o objeto de estudo deste trabalho. Ainda nesse contexto, há a intenção de despertar os leitores para a manipulação velada dos veículos de comunicação; mostrar a relevância da aplicação semiótica na capa e como ela influencia o olhar do leitor e, ainda, contribuir para produção de informação mais qualificada. Para o presente evento foi escolhida a capa da edição de junho/10, que traz o episódio “Cala Boca Galvão”. Para realizar as análises, utilizaremos a Semiótica de Charles Sanders Peirce (1839-1914), por se mostrar pertinente ao objeto a ser analisado. No seu significado mais simples, semiótica é o estudo dos signos. A análise será realizada da seguinte forma: a) descrição dos elementos da capa; b) ícone, índice e símbolo, que, segundo a teoria de Peirce, correspondem respectivamente ao nosso primeiro, segundo e terceiro olhar, à relação do signo com seu objeto; c) Rema, discendi, argumento, que, segundo a teoria de Peirce, corresponde à relação do signo com seu interpretante; d) a interpretação da capa; e e) a manipulação encontrada. Na análise a ser apresentada, encontramos diversos vestígios da tentativa de passar uma imagem negativa do locutor esportivo Galvão Bueno, no episódio ocorrido durante a Copa do Mundo 2010. Indícios como a expressão do locutor, a mancha em seu terno, o uso sutil da palavra “engolfou”, a citação da emissora para qual o locutor trabalha e o recurso da caixa alta para destacar a última frase “FÚRIA DO TWITTER” passam a impressão de que ele foi realmente derrubado pelo movimento “Cala boca Galvão” e que teve sua imagem afetada por conta disso, o que não é uma verdade absoluta.

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A MENSAGEM DA FACE JORNALÍSTICA: UMA LEITURA SOBRE COBERTURA DA IMPRENSA ESPORTIVA EM BRASIL E PORTUGAL

A

LINCOLN CHAVES DE OLIVEIRA [email protected] Graduado em Comunicação social - Jornalismo -Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU)

Palavras-chave: Brasil; Portugal; Record; Lance!; Jornalismo; Esporte.

O artigo científico para conclusão de pós-graduação em Jornalismo Esportivo e Negócios do Esporte nas Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU), com nome A Mensagem da Face Jornalística: Uma Leitura Sobre a Cobertura da Imprensa Esportiva em Brasil e Portugal buscou estudar, durante janeiro, as capas dos jornais Lance! (Brasil) e Record (Portugal). A ideia foi analisar, a partir da seleção e distribuição do conteúdo nas capas, reflexões sobre a linha editorial dos veículos esportivos de maior circulação em seus países. Além de possibilitar outra visão aos que já acompanhavam tais jornais, outro objetivo era ser um ponto de partida e um incentivo para uma análise mais extensa sobre a comunicação esportiva em ambos os países, segmento pouco abordado neste universo. Dentre os autores observados, destaca-se Charles Peirce, cujo estudo sobre semiótica da imagem foi abordado em Introdução à análise da imagem, de Martine Joly. Ambos trabalham o conceito de imagem –compreendida em um conjunto de fotos e, inclusive, manchetes – como algo que pode ser trabalhado para que passe uma determinada mensagem ou exprima certo modo de pensar. Foram selecionadas duas hipóteses para estudo: o impacto da cultura esportiva de cada país na elaboração das capas e o peso das torcidas futebolísticas nos destaques. Foi possível observar que, tanto em Portugal como no Brasil, o aspecto mercadológico (o que pode vender) mostrou-se a frente da tradição e valorização esportiva do país quando o esporte em questão não era o futebol. Confirmou-se, ainda, a hipótese acerca da representatividade das torcidas (consumidores) na distribuição do conteúdo na página frontal, além de ter sido possível observar uma maior atenção, por parte de Record, aos feitos de atletas do país, limitando seus destaques de capa não-futebolísticos a tais competidores – procedimento que nem sempre fora visto em Lance!. Porém, enfatiza-se: trata-se de um estudo inicial, passível de novas hipóteses e reflexões em outros meses ou a partir de comparações com outros veículos.

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A MENSURAÇÃO DA OPINIÃO PÚBLICA NO APOIO À GESTÃO ORGANIZACIONAL: O CASO DAS UNIVERSIDADES PRIVADAS DE BAURU MÔNICA SANTOS MARTINS UNGER unger.mô[email protected] Graduada em Administração -

CÉLIA MARIA RETZ GODOY DOS SANTOS [email protected] Professora Doutora -Unesp -FAAC

Palavras-chave: Pesquisa; Marketing; Opinião pública.

O crescimento acelerado do número de Instituições de Ensino Superior, originou maior concorrência especialmente entre as organizações de ensino privado. Além disso, como o público-alvo não aumentou na mesma proporção que o oferecimento de cursos, os clientes/consumidores destes serviços foram divididos entre estas organizações. Vale destacar o fato dos cursos ofertados nem sempre atenderem às expectativas dos consumidores exigindo assim, o uso de ferramentas para definir as demandas e anseios do público em questão. A busca de informações junto aos interessados por meio da pesquisa de opinião seria uma das ferramentas mais adequadas para se explorar os diferenciais nos cenários; social, político, econômico e financeiro. Nesse sentido, entendendo a importância de se capturar a opinião dos públicos de interesse para subsidiar o planejamento dos cursos já oferecidos, as estratégias de divulgação dos mesmos e a criação de novos produtos ou cursos, é que se resolveu analisar como esta ferramenta é utilizada por Instituições de Ensino Superior, particulares e quais alternativas efetuadas para se definir as áreas e cursos mais solicitados no mercado. Ao término do estudo pretende-se ter levantado – por meio de entrevistas com coordenadores e responsáveis de cada uma das Universidades com sede em Bauru - os procedimentos de métodos utilizados pelos departamentos de marketing destas para direcionar suas decisões estratégicas diante da grande concorrência no setor.

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A MUSICOTERAPIA NA REABILITAÇÃO DOS PACIENTES COM AFASIA DE BROCA THIAGO HENRIQUE XAVIER RODRIGUES [email protected] Graduado em Música e RegênciaUnesp -

Palavras-chave: Musicoterapia; Afasia; Linguagem; Prática clínica.

A presente pesquisa objetiva demonstrar os benefícios que a musicoterapia pode proporcionar aos pacientes que sofrem de afasia de broca, um distúrbio de linguagem decorrente de lesão ou disfunção encefálica, que interfere no processamento e na produção linguística, uma vez que afeta a expressão e a compreensão verbal, comprometendo a inserção do afásico na sociedade. Para isso, aplicou-se o referencial teórico da musicoterapia, cuja literatura ainda é incipiente na área, a um grupo de adultos afásicos de uma clínica de fonoaudiologia de uma universidade pública de Bauru/SP, em sessões semanais, com duração média entre 30 e 45 minutos cada, no decorrer de um ano, visando constatar a capacidade de recuperação da comunicação e da coordenação motora dos pacientes. Por meio de uma pesquisa de campo qualitativa com intervenção direta do pesquisador, o processo musicoterápico revelou-se um importante instrumento no auxílio à reabilitação dos afásicos, demonstrando a possibilidade de atuação do musicoterapeuta no campo da saúde ao contribuir para o bem estar físico, mental e espiritual dos pacientes. Assim, verificou-se que a utilização da música, considerada uma forma de linguagem, pode funcionar, enquanto recurso terapêutico, como um facilitador da comunicação, sendo capaz de estimular a expressão e o convívio dos afásicos em sociedade.

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A NARRATIVA FANTÁSTICA EM CORALINE ALINE APARECIDA DOS SANTOS [email protected] Graduanda - comunicação Social - Radialismo -Unesp -FAAC

Palavras-chave: Narrativa; Semiótica greimasiana; Percurso gerativo; Coraline.

Este trabalho apresenta um dos aspectos abordados na pesquisa de iniciação científica “O fantástico em Coraline: uma abordagem semiótica”, que consiste em aplicar a teoria semiótica greimasiana na novela Coraline (2002), do autor inglês Neil Gaiman, e em sua transmutação para o produto audiovisual Coraline e o mundo secreto (2009), e, partindo dos princípios semióticos de geração de sentido, fazer uma análise comparativa desses produtos. De acordo com os objetivos sugeridos, o córpus desta pesquisa será analisado levando-se em consideração a semiótica francesa, as teorias estruturais sobre o fantástico e o processo de transmutação do texto literário verbal em filme de animação. O presente trabalho tem por objetivo depreender as características do texto literário Coraline, com foco nos percursos do sujeito e do antissujeito. Pretende-se compreender de que maneira esses percursos se relacionam, a partir dos programas narrativos de base e dos programas de uso relevantes. A análise do material literário tem como base teórica reflexões sobre as publicações de Propp e a semiótica narrativa de Greimas, bem como considerações relacionadas à teoria do fantástico desenvolvida por Filipe Furtado, com base em Todorov. A análise do nível narrativo apresentada demonstra a relação entre os elementos semióticos contidos no texto literário e a caracterização essencial do gênero fantástico.

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A REGULAÇÃO DA PROPRIEDADE DOS MEIOS DE COMUNICAÇÃO SOCIAL NA CONSTITUINTE DE 87/88: MONOPOLIZAÇÃO VERSUS PLURALIDADE DOS MEIOS E DAS INFORMAÇÕES BÁRBARA BRESSAN BELAN [email protected] Graduanda - Comunicação Social - JornalismoUnesp -FAAC

CARLO JOSÉ NAPOLITANO [email protected] Professor Doutor -Unesp -FAAC

Palavras-chave: Comunicação Social; Exclusividade; Monopólio, Oligopólio; Propriedade dos meios; Regulação.

Trata-se a presente de projeto de pesquisa em iniciação científica que objetiva investigar a regulação jurídica constitucional da propriedade dos meios de comunicação e para tanto propõe a revisitação ao processo constituinte de 1987/88, no intuito de verificar e interpretar, em uma perspectiva histórica e também dogmática, a regulação jurídica almejada durante o processo constituinte para a propriedade dos meios de comunicação e para a divulgação de informações. Por hipótese, a pesquisa parte do pressuposto de que a intenção constituinte, no plano jurídico normativo, foi a de impor severas restrições à propriedade dos meios de comunicação, proibindo-se, de forma expressa, a formação de monopólios e/ou oligopólios no setor, e, em consequência, propiciar um mercado plural e diversificado na veiculação de informações. No entanto, compreende-se que, no plano da realidade, muitas empresas de comunicação atuam de forma ilegal, ora em forma de oligopólio ou até mesmo monopolizando determinados setores da economia, ora, controlando as informações veiculadas por essas empresas, como pode ser verificado na recente questão acerca do monopólio dos direitos de transmissão dos jogos do Campeonato Brasileiro de Futebol da Série A, por parte da Rede Globo de Televisão, tema que será utilizado para justificar a ilegalidade apontada para o setor. A comunicação tratará especificamente das questões jurídicas relacionadas à decisão proferida pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica, no processo administrativo movido em relação à Rede Globo de Televisão e que trata do monopólio das transmissões do Campeonato Brasileiro de Futebol da série A.

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A REGULAÇÃO DA PROPRIEDADE IMATERIAL NA CONSTITUINTE DE 87/88: DIREITO À COMUNICAÇÃO, DIREITOS FUNDAMENTAIS E ECONÔMICOS CARLO JOSÉ NAPOLITANO [email protected] Professor Doutor -Unesp -FAAC

MIRELA DIAS DE AGUIAR PELOSO [email protected] Graduanda - Comunicação Social - JornalismoUnesp -FAAC

GABRIELA GARCIA BRANDÃO [email protected] Graduanda - Comunicação Social - JornalismoUnesp -FAAC

Palavras-chave: Regulação constitucional, Constituinte, Direito à comunicação, Direitos fundamentais, Propriedade imaterial. Trata-se a presente de resultado de pesquisa que partiu do pressuposto que o direito à comunicação é composto por um conjunto de direitos isolados, relacionados à regulação jurídica da comunicação, que reunidos se transformam naquele. Dentro desses direitos que compreendem o direito à comunicação podem ser relacionados os direitos à propriedade imaterial (direitos autorais, direito da propriedade industrial, direitos sobre os programas de computadores), dentre outros. Esses direitos estão previstos e garantidos na constituição brasileira de 88 no artigo 5º, XXVII que dispõe sobre os direitos autorais e no artigo 5º, XXIX que trata dos direitos da propriedade industrial. A regulação constitucional desses direitos garante o acesso à cultura, à educação e à informação, direitos fundamentais do cidadão. No entanto, também configuram normativas de grande conotação econômica. A compreensão desses direitos, simultaneamente, como mercadoria e como direitos fundamentais pode, potencialmente, gerar um conflito de interesses, o que, por hipótese, acarretou grandes discussões e debates na sua regulação constitucional. A partir das considerações apresentadas, o projeto objetivou verificar e interpretar, na perspectiva dogmática e histórica, a regulação constitucional dos direitos relativos à propriedade imaterial produzida durante o processo constituinte de 87/88, no intuito de averiguar eventual choque de interesses econômicos e sociais na produção desses direitos. A hipótese da pesquisa, que restou comprovada, era de que prevaleceu, ao final dos debates constituintes, a concepção desses direitos como direitos econômicos em detrimento da sua compreensão como direitos fundamentais. Para se alcançar o objetivo proposto foram pesquisadas nos Diários do Congresso Nacional as propostas e as discussões dos constituintes acerca da regulação dos direitos de propriedade imaterial, interpretando-se essa regulação constitucional.

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A SEMIOLOGIA DE ROLAND BARTHES HELENA SILVA OMETTO [email protected] Graduanda em Comunicação Social - Jornalismo -Unesp -FAAC

JEAN CRISTTUS PORTELA [email protected] Professor Doutor -Unesp -FAAC

Palavras-chave: Semiologia; Linguística; Roland Barthes; Ferdinand de Saussure. O legado de Ferdinand de Saussure é vasto e complexo, envolvendo as dualidades concebidas para o estudo da língua que serviram de parâmetro não só à Linguística, mas também à Semiologia. As bases fundamentais da ciência dos signos foram lançadas na passagem do século XIX para o XX e um dos principais estudiosos dessa nova ciência foi Roland Barthes, pertencente à Escola Estruturalista. Barthes criticava os conceitos teóricos herméticos da década de 50 e, influenciado por Saussure, fez um novo estudo teórico e concretizou alguns fundamentos da Semiologia. Para estudar a vertente barthesiana da semiologia de Saussure, é necessário analisar também a obra de Louis Hjelmslev, já que foi através de sua ótica que Barthes analisou os estudos de Saussure. Hjelmslev desenvolveu uma teoria própria a partir dos pressupostos de Saussure, a glossemática e suas análises serviram de base para que Barthes analisasse a obra saussuriana. Para desenvolver esse estudo foram feitas leituras das obras dos três autores com o objetivo de estabelecer relações, semelhanças e diferenças entre seus pressupostos e, até mesmo, inferir e identificar as influências de um sobre as análises de outro, considerando a época de seus estudos e a ordem cronológica das descobertas e conclusões. A base para realizar essa pesquisa é o conhecimento prévio dos pressupostos saussurianos para desencadear as novas leituras barthesianas e saber como compará-las e relacioná-las, sendo assim, essa será a metodologia aplicada: um estudo comparativo e cronológico dos pressupostos. O objetivo desta pesquisa é descrever e compreender a semiologia de Barthes marcada pela ótica hjelmsleviana de Saussure, explorando suas características e realizações. Com essa análise em mãos, a semiologia de Barthes irá se estabelecer como única e diferenciada, numa visão evolutiva da semiologia original de Saussure. Se ela não tiver permanecido estagnada é sinal que seus fundamentos são adaptáveis aos contextos de cada época, verificando sua aplicabilidade e eficácia verdadeiras. Como resultado, espera-se a obtenção desse panorama semiológico para esclarecer o ensino e o aprendizado dessa disciplina, aprimorando sua didática nas Ciências Humanas.

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ANÁLISE DA ABORDAGEM SOCIOLÓGICA DO PROGRAMA OBSERVATÓRIO DO ESPORTE FERNANDO TRINDADE [email protected] Graduando - Comunicação Social: Jornalismo -Unesp -FAAC

JOSÉ CARLOS MARQUES [email protected] Professor Doutor -Unesp -FAAC

Palavras-chave: Observatório do Esporte; Sociologia; Métodos de análise.

O Observatório do Esporte é um programa esportivo veiculado na Rádio Unesp FM 105,7, que tem como intuito discutir o mundo do esporte além do que é noticiado pela mídia em geral. O programa é composto pelos docentes Marcos “Tuca“ Américo e José Carlos Marques, que são responsáveis por centrar as discussões num molde acadêmico, evitando o senso comum. A apresentação desse trabalho visa mostrar como é feita essa análise acadêmica pelos docentes, que se utilizam das diversas teorias do esporte para fomentar suas explicações. A apresentação terá exemplos de pautas escolhidas para os programas e as diferentes abordagens do ponto de vista acadêmico dos docentes presentes na mesa. Teóricos do mundo esportivo, tanto nacional como internacional, são utilizados nas discussões. O resultado disso é o que o “slogan” do programa trata: “Informação além das 4 linhas”, ou seja, uma visão diferente do que é visto comumente nas mídias esportivas tanto no rádio, como televisão e internet. O projeto é financiado pela PROEX – Pró-Reitoria de extensão universitária e é coordenado pelos professores doutores Angelo Sottovia Aranha, Tuca Américo e José Carlos Marques.

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ANÁLISE DA APRESENTAÇÃO DE ESPORTES DIVERSOS NO PROGRAMA OBSERVATÓRIO DO ESPORTE DA UNESP FM NATHALIA FERNANDA BONI [email protected] Graduanda - Comunicação Social - JornalismoUnesp -FAAC

ÂNGELO SOTTOVIA ARANHA [email protected] Professor Doutor -Unesp -FAAC

Palavras-chave: Observatório Esporte; Esportes.

O Observatório do Esporte é um programa veiculado semanalmente na Rádio Unesp FM, de Bauru/SP que analisa criticamente, através de matérias, comentários e opiniões embasadas, o esporte em suas mais variadas formas. Os fatos esportivos são expostos em análises que podem abranger o âmbito cultural, social, econômico, político, antropológico. Além disso, procura-se mostrar todas as modalidades esportivas, inclusive aquelas menos focados pela mídia em geral. Além dos comentários e do panorama envolvendo partidas, jogadores, torcida, contratações, entre outros, voltados ao futebol, o programa sempre leva em conta outras modalidades esportivas. A despeito do futebol, procuramos abordar o tema de maneira que os ouvintes, não interados no assunto, compreendam totalmente determinada partida ou competição. O vôlei, basquete, futebol de salão, automobilismo, entre outros esportes que não o futebol também são divulgados nos âmbitos regional, nacional e internacional. Além disso, o programa promove esportes poucos difundidos na mídia, mostrando suas regras e colocando o ouvinte a par do que se trata, através de especialistas no assunto. O objetivo do presente estudo é demonstrar como o programa Observatório do Esporte aborda as diferentes modalidades esportivas, exceto o futebol. Para isso, analisaremos pautas de programas anteriores e as diferentes abordagens, escolhas de fontes e uso da linguagem, com o intuito de mostrar como são abordados os esportes em geral.

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ANÁLISE DE CONTEÚDO: NOTÍCIAS DIVULGADAS NOS SITES FOLHA.COM E GLOBO.COM SOBRE OS JOGOS MUNDIAIS MILITARES ELIS ANGELA DOS ANJOS [email protected] Graduada em Administração e Ciências Contábeis

Palavras-chave: Comunicação; Esporte; Militares; Mundiais; Jogos.

O objetivo do presente trabalho é analisar através de respostas encontradas na Teoria Organizacional, os diferentes enfoques com relação aos Jogos Mundiais Militares que serão disputados em sua quinta edição, de 16 a 24 de julho deste ano, no Rio de Janeiro. Serão analisadas notícias publicadas entre os meses de abril de 2009 a abril de 2011 nos sites da folha.com, site do Jornal Folha de São Paulo e globo.com, site das Organizações Globo que tem sua sede no Rio de Janeiro.

Com as explicações da Teoria Organizacional, fica

evidente que o mecanismo que promove o conformismo é a socialização do redator no que diz respeito às normas do seu trabalho, que ocorre por um “processo de osmose”, como afirma Breed (1955), todos sabem qual é a política editorial, e os pontos de vista da empresa chegam a controlar o trabalho do jornalista. Traquina (2004) afirma existir “a importância de uma cultura organizacional e não de uma cultura profissional”. As notícias sofrem uma influência econômica e são resultado de processos de interação social que têm lugar dentro da empresa jornalística, sendo, portanto, o trabalho jornalístico influenciado pelos meios de que a organização dispõe. Assim a teoria aponta a importância do fator econômico na atividade jornalística. Através das matérias analisadas e em conformidade com estudos da Teoria das Organizações, fica evidenciado que o site folha.com enfatiza notícias gerais sobre o evento, apontando possíveis problemas que poderão ocorrer com relação à organização e estrutura, já as notícias publicadas no site globo.com dão maior ênfase aos atletas, a grandiosidade do evento e a importância da cidade do Rio de Janeiro sediar um evento mundial, que representa um marco na história esportiva nacional. Destacam-se as matérias publicadas quanto a introdução de atletas olímpicos na carreira militar, para reforçar a equipe brasileira e assim ajudar o país na conquista de medalhas.

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ANÁLISE DO ESFORÇO DE COMUNICAÇÃO DA CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE RUGBY NA DIVULGAÇÃO DO ESPORTE NO BRASIL. MARTA REGINA GARCIA CAFEO [email protected] Pós-Graduanda em Comunicação Midiática -Unesp -FAAC

Palavras-chave: Comunicação; Esporte; CBRu; Rugby.

O Rugby é visto como um esporte que trabalha importantes valores, tais como espírito de equipe, lealdade, diversidade e respeito, que podem contribuir com a formação de caráter dos jovens e adolescentes. Hoje é o segundo esporte de equipe mais popular do mundo, perdendo apenas para o futebol. A Confederação Brasileira de Rugby (CBRu) está determinada a promover o esporte em todo território nacional, visando divulgar o potencial dessa modalidade esportiva e todas as suas oportunidades. Para contribuir com o seu objetivo está firmado importantes parcerias de marketing esportivo com grandes marcas nacionais que apóiam o plano de comunicação. O marketing esportivo tem se mostrado no Brasil como uma ferramenta estratégica de comunicação eficiente para o patrocinado e para patrocinador. Para isso a CBRu elaborou um plano de desenvolvimento, chamado de Projeto 2016, que visa: “garantir o retorno do Investimento dos parceiros e patrocinadores, garantir o financiamento para o progresso profissional e contínuo das equipes nacionais masculina e feminina, posicionar o Rugby do Brasil como referência no continente Americano e criar uma estrutura de competição nacional vibrante através de uma plano de comunicação dinâmico e abrangente. O presente artigo tem como finalidade analisar os esforços de comunicação da Confederação Brasileira de Rugby para divulgar a modalidade esportiva no Brasil,

no ano de 2010. O estudo será realizado através de pesquisa

bibliográfica e análise de conteúdo da comunicação da CBRu, divulgados nos canais de televisão aberta e fechada, jornais, rádio e internet e terá como embasamento as teorias da comunicação; como a teoria dos signos e a comunicação como processo de influência.

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APRENDIZAGEM DE CRIANÇAS COM DIFICULDADES EM MATEMÁTICA: UM ESTUDO COM A UTILIZAÇÃO DA LINGUAGEM LOGO ROBERTA RIBEIRO SOARES MOURA PADOAN [email protected] Mestranda em Televisão Digital -Unesp -FAAC

Palavras-chave: Dificuldade de aprendizagem; Linguagem LOGO; Ensino da matemática. Computadores; Educação; Software educativo.

As novas perspectivas educacionais estão fazendo com que os computadores passem a entrar nas salas de aula das escolas de ensino fundamental, levando estas a vivenciarem um momento de mudança, desenvolvimento e integração da instituição com o mundo globalizado. Desenvolver o raciocínio ou possibilitar situações de resolução de problemas essa certamente é a razão mais nobre do uso do computador na educação. LOGO, é uma linguagem de programação voltada para a educação, e, portanto, especialmente adequada para o trabalho com crianças. Embora, quando de sua criação, LOGO não contivesse características eminentemente gráficas, sentiu-se, à medida que a linguagem evoluiu, a necessidade de dotá-la de recursos gráficos para torná-la mais acessível e mais interessante para crianças. O LOGO propõe um ambiente de aprendizagem no qual o conhecimento não é meramente passado para o aluno, mas, uma forma de trabalho em que esse aluno em interação com os objetos desse ambiente, pode desenvolver outros conhecimentos. Essa pesquisa visa elaborar e avaliar um programa de intervenção com a utilização do software educativo LOGO para crianças com dificuldades de aprendizagem em matemática, mais precisamente com relação ao raciocínio e conceitos matemáticos básicos, proporcionando, também, subsídios teórico-práticos para os professores atuarem com a informática como recurso de ensino para crianças com este perfil e ainda investigar as condições para a incorporação deste programa à prática pedagógica. A metodologia será aplicar a pesquisa em crianças de 7 anos, correspondentes a 1ª série do Ensino Fundamental de escolas públicas do município de Bauru/SP que apresentam dificuldades de aprendizagem em matemática. Pretende-se com essa pesquisa contribuir para a aprendizagem de crianças com dificuldades em matemática e também proporcionar subsídios teórico-práticos para os professores atuarem com a informática como recurso de ensino para crianças com esse perfil.

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AS CONDIÇÕES MATERIAIS DO JORNALISMO: O MERCADO DE TRABALHO CRISTIANE HENGLER CORRÊA BERNARDO [email protected] Professora Doutora -Unesp -Campus Experimental de Tupã

INARA BARBOSA LEÃO [email protected] Professora Doutora

Palavras-chave: Mercado; Comunicação; Jornalismo; Controle.

Este texto tem como objetivo central caracterizar como o mercado de trabalho para a área de jornalismo exerce o controle sobre a atividade profissional do jornalista. A pesquisa foi estruturada às vistas do Materialismo Histórico Dialético e, por isso, percorreu um caminho que apresenta diferentes elementos constitutivos da realidade histórica na criação do que, usando a concepção de Marx (1974), chamamos de forças produtivas e das relações de produção. O mercado de trabalho brasileiro é o corpus de análise para nossa pesquisa, sendo que para integrá-lo consideramos os veículos impressos, como os jornais e revistas; os telejornais; os programas de rádio de caráter jornalístico; os jornais e revistas on line; as agências de notícias e as assessorias de comunicação. Diante de um mercado que tem suas estruturas totalmente voltadas para a imprensa capitalista as sínteses possíveis ficam restritas às alternativas de emancipação a esse mercado, pois entendemos que o jornalismo condicionado historicamente, se entendido como estrutura comunicacional, é evidentemente hegemonizado pela lógica do capital que o controla e, consequentemente, o direciona. O método escolhido ancorou suas análises na regulamentação da profissão, na antiga reserva de mercado para o profissional frente a disputa pelo fim da obrigatoriedade do diploma com o objetivo de garantir os preceitos Constitucionais de Liberdade de Expressão e, por fim, questões sobre as críticas mútuas entre mercado e academia sobre a qualidade do ensino em busca de preparar o jornalista para estar apto ao exercício profissional. Como síntese possível, vislumbramos a mídia independente como única alternativa emancipatória diante de um jornalismo ancorado na dependência quase total da publicidade defendendo os interesses do capital.

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AS NOVAS DEMANDAS NA PRODUÇÃO DE CONTEÚDOS PARA A TELEVISÃO DIGITAL LEIRE MARA BEVILAQUA [email protected] Mestranda - Televisão Digital: Informação e Conhecimento -Unesp -FAAC

Palavras-chave: Televisão digital; Produção de conteúdo; Produção interativa.

Com a transição do sistema analógico para o digital, o Brasil estará diante de uma das mudanças mais significativas da televisão, desde a sua implantação no país. A melhora na qualidade do som e da imagem, uma vez que não mais sofrerão interferências ao serem representados por bits, é a principal qualidade divulgada. Porém, ela não é a única. Junto com som e imagem de qualidade, será possível enviar e receber informações a partir dos chamados serviços interativos. A portabilidade e a mobilidade também são características do novo sistema. Será possível sintonizar a televisão digital por meio dos dispositivos móveis e portáteis. Sendo assim, serão exigidos novos fluxos de produção de conteúdo, uma vez que linguagem e formatos da televisão analógica precisarão ser redefinidos ou adaptados. O mesmo acontecerá com o processo de veiculação, que terá à disposição plataformas convergentes e integradas em uma rede de distribuição, acessada de qualquer lugar e por diversos dispositivos. O telespectador, de receptor passará a interagente, mudando a forma de consumir conteúdos midiáticos, já que agora ele participará de forma ativa na produção dos conteúdos. Diante do exposto e com base em revisões bibliográficas, o objetivo deste trabalho é refletir quais são as novas demandas na produção de conteúdo com a implantação do sinal digital, uma forma de contribuir para que a televisão digital não seja apenas uma evolução tecnológica da televisão analógica, mas sim uma nova plataforma de comunicação democrática.

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AS RELAÇÕES SOCIEDADE-NATUREZA E SUAS INTERAÇÕES COM OS PROCESSOS DE DEGRADAÇÃO AMBIENTAL EDVALDO JOSÉ SCOTON [email protected] Mestrando Engenharia de Produção -Unesp -Faculdade de Engenharia

ROSANE APARECIDA GOMES BATTISTELLE [email protected] Professora Doutora -Unesp -Faculdade de Engenharia

Palavras-chave: Sociedade-natureza; Meio ambiente; Degradação ambiental.

O interesse em compreender a relação que se dá individual ou coletivamente com diferentes componentes da natureza – água, vegetação, solo, ar, clima e outros – tem-se manifestado nas últimas décadas, nas mais variadas áreas do conhecimento. Compreender tal relação é o ponto de partida para o diálogo interdisciplinar na gestão do meio ambiente, entendido como o complexo de fatores bióticos, abióticos e antrópicos, que interagem em determinado espaço geográfico, na busca de soluções para processos degradantes e de prevenção contra o pouco que ainda resta para a sobrevivência humana com qualidade e para a conservação das espécies vivas. A partir da literatura disponível, apresentam-se e discutemse sinteticamente as abordagens que se têm destacado em estabelecer a lógica explicativa das interações que se relacionam entre os seres humanos e outros componentes do meio ambiente, individual ou coletivamente. Identificou-se um elenco de nove abordagens distintas, permeando as diversas áreas do conhecimento. Se a complexidade das relações que se estabelecem entre os vários componentes ambientais não pode ser suficientemente explicada com uma única abordagem, abordagens multifocais não podem estar desprovidas de fundamentação teórica, isto é, de lógica consistente que permita a compreensão da dinâmica entre os fatores supostamente envolvidos no processo. A combinação de abordagens que se complementam pode levar a explicação consistente da realidade; já a complementação das abordagens que sustentam princípios opostos, dificilmente produzirão explicação sólida das relações sociedade-natureza.

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BASQUETE X FUTSAL: O DUELO POR ESPAÇO DOS ESPORTES „AMADORES‟ NA MÍDIA IMPRESSA BAURUENSE JÚLIO CÉSAR PENARIOL [email protected] Graduado em Comunicação social - Jornalismo -Unesp -FAAC

Palavras-chave: Literatura infantil; Leitura; Inclusão sociocultural; Cidadania.

As duas modalidades esportivas consideradas “amadoras” – entre aspas, porque ambas possuem estrutura profissional, atletas que recebem salários e visam ao alto rendimento – mais representativas da cidade de Bauru e, por isso, mais retratadas pela mídia impressa local (Jornal da Cidade e Jornal Bom Dia) são o basquete masculino, representado pelo time Itabom/Bauru, e o futsal masculino, representado pela equipe FIB/Bauru. A pesquisa consiste em analisar o Jornal da Cidade e o Bom Dia durante os meses de março e abril, período em que as duas modalidades estão envolvidas em competições importantes: o basquete disputa a Liga Nacional e o futsal inicia sua campanha no Campeonato Paulista da primeira divisão, e verificar o espaço ocupado por elas nas mídias. Para isso, utilizamos as teorias do jornalismo e os critérios de noticiabilidade no meio impresso. Entrevistas com os editores de esporte dos dois jornais também auxiliam a verificar, na prática, como se dão as decisões sobre a cobertura das duas modalidades. Com base nos dados coletados, procuramos entender por que, apesar do destaque que o basquete e o futsal têm na imprensa, o primeiro recebe mais espaço que o segundo em ambos os jornais.

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BRUXAS CIBERNÉTICAS PATRICIA BASSETO DOS SANTOS [email protected] Graduada Comunicação Social: Rádio e TVUnesp -FAAC

Palavras-chave: Semiótica; Religião; Wicca.

O presente trabalho tem como objetivo a revelação da existência da “bruxa cibernética”, um fenômeno da era globalizada, em que a bruxaria antiga renasce através dos meios cibernéticos sob o nome de Wicca. E a iniciação passa a ocorrer a partir do écran. Através da utilização da teoria semiótica busca-se desvendar o processo de catequisação de uma religião tida como marginal através da plataforma tecnológica. Com o uso de metodologia indutiva-dedutiva pude comprovar a existência do fenômeno religioso que nomeei como “bruxa cibernética” de praticamentes da Wicca surgidos a partir da interação com o ciberespaço. O resultado é uma monografia de oitenta páginas em que comparo a religião em sua forma tradicional de comunicação oral com a religião em sua forma virtual, onde os meios e a propagação são totalmente alterados através do ciber sem perder sua essência e um documentário com depoimentos “das ciber-bruxas”. Há a comprovação não só de um novo fenômeno religioso, como também da propagação do glocal, o nicho conquistando seu lugar no mundo por meio dos códigos binários, que permitem não só o livre acesso a doutrinas antes restritas como a horizontalização dos ritos.

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COMUNICAÇÃO PÚBLICA E GESTÃO DEMOCRÁTICA – UMA ANÁLISE DA I CONFERÊNCIA NACIONAL DE TRANSPARÊNCIA E PARTICIPAÇÃO PÚBLICA. ANTONIO CARLOS SARDINHA [email protected] Mestrando em Comunicação -Unesp -FAAC

Palavras-chave: Comunicação pública; Participação; Gestão pública; Direito à informação; Direito à comunicação Apesar dos desafios para se legitimarem como espaços decisórios sobre temas de interesse coletivo, as conferências públicas são espaços importantes em que governo e sociedade civil debatem políticas públicas a serem implementadas pelo Estado nas mais diversas áreas (SILVA, 2009). A inédita Conferência Nacional de Transparência e Participação surge nesse contexto com a proposta de delinear meios para fortalecer o controle do Estado por parte da sociedade. Na minuta em discussão, divulgada pelo Governo Federal para orientar a preparação das etapas locais da conferência, estão entre os eixos temáticos sugeridos três questões que relacionamos estruturalmente às políticas de comunicação: (1) promoção da transparência pública e acesso à informação, (2) o engajamento e capacitação da sociedade para o controle social e (3) a atuação dos conselhos de políticas públicas como instâncias de controle. Por meio de pesquisa bibliográfica, buscamos analisar com base nas referências sobre Comunicação Pública (DUARTE, 2009; PITTA, 2001; BRANDÃO, 2009; MATOS; 1999; 2009) e das reflexões sobre democracia e participação (DAGNINO, 2002; TATAGIBA, 2002, AVRITZER e SANTOS, 2002), o escopo e dimensão conferidos às políticas de comunicação no contexto da gestão pública e do controle social sobre as ações do Estado, em estudo do regimento interno que regulamenta a realização da Conferência Nacional de Transparência e Participação. Identifica-se que o entendimento elementar está ainda em pensar a comunicação como ferramenta para aperfeiçoar a transparência e a estimular a participação no processo de execução das políticas pelos governos. Em uma perspectiva crítica sobre política de comunicação pública no Brasil (SIGNATES, 2009; LASSANCE, 2011, FAUSTO NETO, 1995), entendemos que o desafio – operacional e epistêmico - sobre o papel da Comunicação no contexto da participação e transparência na gestão pública deve ser apontado não como estratégia ou ação isolada, em que funcionalmente se atribui a essa área uma natureza publicista ou de ferramenta meramente facilitadora, na compreensão de que esse discurso escamoteia o teor regulatório que marcadamente caracteriza a comunicação quando apropriada pelo Estado, sobretudo em um contexto democrático como o brasileiro.

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COMUNICAÇÃO VISUAL ATRAVÉS DE WEB SITES: UMA ANÁLISE SEMIÓTICA BARBARA DOS SANTOS [email protected] Graduada em Letras -Unesp -Marília

Palavras-chave: Comunicação visual; Design; Layout; Semiótica; Tipologia; Websites.

OBJETIVOS DA PESQUISA: O principal objetivo da pesquisa é analisar dois grandes sites diferentes entre si, que suscitem comparações, acerca de seu layout, tipologia e conteúdo. Para isso, se faz necessário os estudos de semiótica. Primeiramente, faremos uma análise linguística, ou seja, ressaltaremos como a linguagem verbal e/ou não verbal se manifesta nas páginas que compõe o produto midiático, visando um público específico. Num segundo momento, traremos as discussões da semiótica a partir de três elementos importantes: conteúdo temático, construção composicional e ato estilístico, dito em outras palavras, do tema, da composição e do estilo. CORPUS: A bibliografia utilizada para o trabalho foi: FIORIN, J. L. Introdução ao pensamento de Bakhtin. São Paulo: Ática, 2006, 144 p. PORTELA, J. C. (org.). Semiótica e Mídia: textos, práticas, estratégias. Bauru, SP: Unesp/FAAC, 2008, 269 p. TEORIA: Utilizamos como principal teórico dos gêneros do discurso, o linguista russo Mikhail Bakhtin (1895 – 1975). A partir desse pensador, tentaremos entender a questão da linguagem enquanto expressão e conteúdo, à luz dos elementos de enunciação (enunciado, enunciador e enunciatário). Como essa teoria se aplica os gêneros digitais, mas precisamente o site , e de que forma a semiótica pode contribuir para isso. METODOLOGIA: A metodologia utilizada será uma apresentação em power point, em que haverá uma explanação de trinta minutos e uma sessão de perguntas e discussões.

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COMUNICANDO PELO TWITTER RAFAEL CHINAGLIA LEITE [email protected] Graduado em Comunicação social - Jornalismo -Unesp -FAAC

Palavras-chave: Twitter; Comunicação; Atletas; Jogadores; Futebol.

Em um mundo cada vez mais globalizado, onde a busca por informação e o acesso se tornam democratizados, ou mais compartilhados, a internet tem papel fundamental na história e na vida de cada cidadão e as relações interpessoais se baseiam, em muitos casos, no que ela oferece. O advento da internet, poucos anos atrás, possibilitou uma mudança de comportamento. Foi possível “aproximar” pessoas, ainda mais depois que surgiram as redes sociais. Ter uma página pessoal no Orkut, no Facebook ou no Twitter (pra citar apenas as redes mais populares) se tornou questão de status, e de estar inserido na sociedade da informação, para alguns. Além de ter amigos virtuais, mesmo sem conhecêlos pessoalmente. Essa aparente aproximação entre indivíduos, muda o jeito de agir das pessoas. Analisando o tema pela ótica da comunicação, decidi verificar o impacto disso no esporte. Mais precisamente, nos atletas que se utilizam dessas ferramentas. Delimitando minha pesquisa na utilização do Twitter (microblog, onde só podem ser digitados 140 caracteres por vez), é possivel perceber que hoje não é preciso mais o intermediador, o repórter, para se ter uma comunicação entre fã e atleta. Eles conseguem se comunicar sozinhos, por meio do twitter. Ao mesmo tempo, essa liberdade, faz com que o site seja usado como meio de expressar sentimentos, desabafos. O que não se diz nas relações interpessoais cotidianas, cara-a-cara, se manifesta na vida online. Isso, pode causar (e já causou em alguns casos) repercussões, confusões e mal entendidos, de acordo com o que for publicado. A imprensa passa, então, a se pautar por essas publicações também e não mais (e apenas como antes) pelas conversas.

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CORPO E REPRESENTAÇÃO NA EDUCAÇÃO FÍSICA ANA CAROLINA BISCALQUINI TALAMONI [email protected] Doutoranda - Educação para a CiênciaUnesp -Faculdade de Ciências

Palavras-chave: Corpo; Educação física; Representação.

Os discursos pós-modernos sobre o corpo são cada vez mais densos e se centram na busca pelo corpo “ideal”. Através da mídia e de outros canais de comunicação, suscitam uma “nova lógica” para a qual o corpo é um “projeto pessoal” que ao ser moldado, contribuiria para a formação de identidades consonantes com a centralidade do corpo, da beleza e da estética na cultura contemporânea. Esses “projetos corporais” situam-se nas fronteiras entre a autonomia/ controle, prazer/ sofrimento, libertação/ subordinação, inclusão/ exclusão, estimulando os sujeitos a estabelecerem novas relações (inclusive tecnológicas), com seus corpos. Assim, observa-se o aumento de hábitos corporais incompatíveis com a saúde, que em suas formas mais mórbidas de manifestação, pode implicar no surgimento de doenças orgânicas ou transtornos psicológicos como a bulimia, a anorexia, e mais recentemente a vigorexia. As estratégias de manipulação do corpo pautam-se visão cartesiana do corpo, tradicional nos meios científicos e reiterada, sobretudo pelos meios de comunicação através da metáfora do “corpo/máquina”. Deste modo, buscou-se investigar, através de Pesquisa Qualitativa em Educação, as representações de corpo nutridas por estudantes de um curso de licenciatura em Educação Física, já que estas representações influenciam no modo como concebem seus corpos e o corpo do outro, objeto de sua futura profissão. Foram entrevistados 25 alunos do primeiro ano, 16 do sexo feminino, e nove do sexo masculino. Ao responderem à questão “como você define o corpo humano?”, 88% dos alunos responderam que se trata de um conjunto de órgãos e sistemas que funcionam de forma interdependente, o que pôde ser interpretado como uma visão cartesiana do corpo, sustentada inclusive por adjetivos como, “perfeito”, “fascinante”, “completo”, “complexo”, “um computador programado”, dentre outros. Foi possível concluir que as representações do corpo dentre os alunos entrevistados não se mostram diferentes daquelas presentes nos discursos científicos e midiáticos, que reiteram que o corpo, assim como uma máquina, pode ser programado, reprogramado e com isto, constantemente aperfeiçoado, aprimorado.

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CRÍTICA EM PERSPECTIVA SEMIÓTICA: O CASO DE BARBARA HELIODORA ALANA CARRER MARTINS [email protected] Graduanda - Comunicação Social - JornalismoUnesp -FAAC

Palavras-chave: Crítica; Semiótica; Jornalismo; Teatro.

Esta pesquisa tem por objetivo analisar, tomando por base as teorias da Semiótica francesa (ou greimasiana), o desenvolvimento do texto crítico da carioca Barbara Heliodora e paralelamente o da crítica de teatro, gênero textual de grande popularidade no jornalismo e portanto, de grande relevância para os estudiosos da área. Para isso, como corpus desta pesquisa serão analisados nove textos da autora, selecionados da seguinte forma: cada 3 anos de atividade corresponderão aqui à análise de um texto crítico, por exemplo: Barbara trabalhou 3 anos na revista Visão (de 1986 à 1989), portanto, para compreender esse período será analisada apenas uma das críticas publicadas durante esse triênio. A opção pela Semiótica greimasiana justifica-se por ser uma metodologia que fornece todos os elementos necessários à interpretação do conteúdo textual e sua relação tanto no ramo do teatro quanto do jornalismo. A partir da comparação entre seus textos, entre as muitas características destacadas, percebe-se como mais imediata, que Hediodora tem a preocupação de sempre ancorar seu discurso a elementos conhecidos da realidade do leitor, como forma de afirmar sua capacidade de análise crítica e portanto, “convencer” o enunciatário a confiar em seu julgamento.

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DE VOLTA AOS TRILHOS: O ESPORTE CLUBE NOROESTE EM BUSCA DO ORGULHO PERDIDO MARCELO RIBEIRO RICCIARDI [email protected] Graduado em Comunicação social - Jornalismo - Unesp - FAAC

Palavras-chave: Futebol; Bauru; Noroeste; Paulistão; Interior; Estaduais.

Em 2006, o Esporte Clube Noroeste, time da cidade de Bauru, fez aquela que pode ser considerada a melhor participação de toda a sua trajetória em décadas no Campeonato Paulista, a principal competição de seu calendário. Por si só, a campanha histórica, que valeu uma quarta posição entre os vinte clubes da competição, já seria digna de registro. Ainda mais quando se leva em conta que, poucos anos antes, a instituição se encontrava sob risco de fechar suas portas. As atuações do zagueiro Bonfim, dos meias Hernani e Lenílson ou do atacante Leandrinho, mais do que encherem de entusiasmo a população local, permitiram também fazer um questionamento mais amplo a respeito de toda a estrutura sobre a qual foi construído o futebol brasileiro. O Paulistão, campeonato que, no passado, já chegou a se estender por um semestre inteiro, hoje dura pouco mais que quatro meses e há até quem proponha a sua extinção. Porém, convém lembrar que, para quem gosta de futebol e mora no interior, o torneio é uma das raras chances de poder presenciar, ao vivo, atletas dos quatro principais times do estado: Corinthians, Palmeiras, São Paulo e Santos. São eles quem dão sentido à disputa. Ao mesmo tempo, tais grandes forças reclamam cada vez mais do excesso de jogos ao longo da temporada, tanto mais para uma competição que já não goza do mesmo prestígio. Seria correta tal relação de dependência por parte das agremiações menores? Haveria um futuro viável para o Noroeste e demais times de mesmo porte? Em um cenário em que investimentos financeiros são obrigatórios para os resultados em campo, todos terão seu espaço? As respostas para essas perguntas apontam para o futuro de uma das maiores paixões do povo brasileiro.

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DEBATES, O JOGO AGONÍSTICO DAS HABILIDADES RETÓRICAS SUZAN MARTINS PEREIRA [email protected] Pós-Graduanda em Linguagem, Cultura e Mídia - Unesp - FAAC

Palavras-chave: Debates; Jogo; Discurso.

Por ser uma prática comum na comunicação oral, os debates abrangem diversas possibilidades discursivas, articulando enunciados aparentemente neutros inseridos em um tema principal utilizando como suporte a mediação, que o remete a regras e protocolos. Objetiva-se, neste artigo, relativizar o formato dos debates que se baseiam no método dialético de teses e objeções ao conceito de jogo por meio das concepções teóricas, pretende-se também, estabelecer parâmetros que relacionem a atividade mental e social à competição discursiva, ideológica e persuasiva implícita ou explícita presente nesses torneios. O discurso e o jogo se associam à medida que refletem cultura e sociedade, transformando os debates competitivos em um elo inegável entre essas duas vertentes. Este trabalho justifica-se pela necessidade de um maior aprofundamento sobre a conexão entre as formas discursivas e lúdicas que o debate representa, pontuando informações importantes sobre o jogo como forma de atividade agonística, que incorpora outros elementos em maior ou menor proporção. A hipótese que classifica os debates como jogo agonístico das habilidades retóricas é explanada a partir da definição dos termos principais e que envolvem o jogo e a prática discursiva, questiona-se ainda os elementos antagônicos que alteram os possíveis resultados do jogo, bem como as funções do debate competitivo na sociedade. Discute-se, também, o papel do discurso persuasivo na composição dos textos utilizados nos debates, expondo os conceitos da retórica para desmistificar a estrutura dos argumentos. Este trabalho se apoiou nos vieses teóricos erigindo uma ponte entre as diversas conceituações de jogo e discurso direcionadas aos debates em formato de competição, permitindo uma reflexão sobre essa prática, que nos permite concluir que esse exercício intelectual agrega a civilidade, disciplina e eloquência.

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DEMOCRACIA E INTERNET: O USO DA WEB 2.0 POR COMUNICADORES POLÍTICOS KAROL NATASHA LOURENÇO CASTANHEIRA [email protected] Mestranda em Comunicação - Unesp - FAAC

Palavras-chave: Democratização; Internet; Comunicação; Políticos; Redes sociais.

Com a liberação da internet para a campanha eleitoral de 2010 e de olho nos 32 milhões de eleitores brasileiros com acesso a web, muitos partidos políticos apostam nas redes sociais como o twitter para divulgar propostas, prestar contas e conquistar votos, através da interação com os eleitores. Dados das últimas eleições realizadas no nosso país já evidenciavam o uso dessa ferramenta, por parte de alguns candidatos, para chegar aos eleitores e estabelecer, desta maneira, formas alternativas de comunicação não se restringindo, portanto, ao uso dos métodos mais tradicionais como o rádio e a televisão. Sendo, o discurso tão importante na sociedade informacional, na qual, tecnologia e conhecimento caminham juntos, tem o poder aquele que consegue convencer melhor. Pensando por este lado, os políticos deixam de ser meros políticos e passam a ser comunicadores políticos. Passam a migrar os discursos e utilizar as mídias digitais como forma de difundir informação. Com isto, o objetiva-se neste artigo analisar a democratização da comunicação a favor da política nas novas tecnologias. Através do método de pesquisa bibliográfica, concluiu-se que fazer uma campanha eleitoral hoje é um campo de possibilidades e de acessos a meios alternativos, como por exemplo, o uso da web 2.0. Alternativa e não uma solução do fazer política atualmente, porque apenas 31,5% da população brasileira possuem acesso à internet (63,3 milhões de usuários diante de uma população de 200 milhões de pessoas). Portanto, ao adentrarmos ao ciberespaço, não estamos falando de todos e nem com todos, mas com uma parcela que tende a crescer progressivamente, mas ainda carente financeiramente para ter condições técnicas para utilizar a internet, e cognitivo para ter conhecimento necessário para operar sobre esta nova tecnologia. Apesar dessa configuração de inclusão/exclusão digital, podemos afirmar que a internet, por sua arquitetura descentralizada, inaugurou novos espaços de reivindicação e de encontro, possibilitando o desenvolvimento de novas vozes de resistência e formas de aglutinação.

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EDUCAÇÃO E CONSCIÊNCIA AMBIENTAL: UMA EXPERIÊNCIA DIDÁTICOPEDAGÓGICA MARIA DA GRAÇA MELLO MAGNONI [email protected] Professora Doutora - Unesp - Faculdade de Ciências

Palavras-chave: Educação; Ensino de Geografia ; Consciência Ambiental.

As atividades a serem relatadas fizeram parte das aulas de Geografia no Ensino Fundamental e das atividades da “Oficina de Geografia”, na disciplina Conteúdos e Metodologias de Geografia, no curso de Pedagogia da UNESP, campus de Bauru (SP). A atividade organizada a partir da exposição da prática pedagógica desenvolvida na Educação Básica, teve o objetivo de proporcionar às futuras pedagogas, a oportunidade de análise dos vários conteúdos abordados no desenvolvimento do conceito Educação Ambiental, da metodologia empregada e dos recursos didáticos desenvolvidos. No Ensino Fundamental, iniciamos o tema a partir de uma aula-passeio realizada num bairro pobre periférico da vizinha cidade de Agudos, denominado “Taperão” e, entre as alunas do Curso de Pedagogia as discussões tiveram início a partir da “aula passeio” ao Córrego da Água Comprida, próximo à Universidade.

A aula-passeio, a hora da conversa, o desenho, a pintura, a

fotografia, programas de televisão, o jornal em sala aula, a biblioteca de classe, as fichas de conteúdos e de atividades, a produção do texto impresso e do vídeo, depoimentos de moradores da cidade, entrevistas, letras de músicas, poemas e charges, foram algumas das técnicas e dos recursos propostos por Célestin Freinet e explorados através da Pedagogia do Bom Senso. Na Educação Escolar, Freinet, atento às situações do cotidiano e à necessidade de impedir a perpetuação da práxis que não proporcionava nem a compreensão dos procedimentos e nem o conhecimento da realidade nas quais deveriam ser aplicadas, tomou como básico na construção do conhecimento a “experiência tateante”. O objetivo de Freinet era o de, a partir da consideração das várias experiências reais dos alunos, vincular a educação escolar às questões sociais, culturais, econômicas. A reflexão sobre a Educação Ambiental nos leva à questão mais ampla que é a Educação, logo à questão dos valores, dos objetivos a que nos propomos a partir do processo educativo. Se a questão dos valores é considerada central na reflexão em relação à Educação, é a partir dos valores transmitidos e construídos em nossa realidade, no nosso contexto, implícitos na Educação escolar e não-escolar de nossas crianças, presas nos apartamentos ou nos

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barracos, cercadas nos condomínios ou nas favelas, vendo o mundo a partir do cimento e do ferro

ou

do

lixo

e

do

papelão,

submissas

às

propagandas

apelativas

e

homogeneizadoras, apesar das diferenças sócio-econômicas gritantes, sendo construídas na frieza, na dureza e na sede do consumo desenfreado ou impossibilitado, que podemos entender a Educação; repensá-la. Os resultados das discussões dos conceitos e conteúdos voltados à questão ambiental originaram diferentes recursos a serem explorados, avaliados e complementados no processo educativo escolar.

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EDUCOMUNICAÇÃO: O DESAFIO DA CONSTRUÇÃO CIDADÃ A PARTIR DE UM MUNDO EDITADO ROSA MALENA PIGNATARI [email protected] Mestre em comunicação - Unesp - FAAC

MARIA ANTONIA VIEIRA SOARES [email protected] Professora Doutora - Unesp - FAAC

Palavras-chave: Educomunicação; Interdisciplinaridade; Cidadania; Metassignificação.

A educomunicação é um campo de estudos que integra Comunicação e Educação e surge também como um terreno de síntese dialética entre a Pedagogia e a Comunicação. Segundo Ismar Soares (2007), professor e coordenador do Núcleo de Comunicação e Educação da USP (NCE), o campo - interdisciplinar e autônomo – de intervenção social “é compreendido como um novo gerenciamento, aberto e rico, dos processos comunicativos dentro do espaço educacional e de seu relacionamento com a sociedade”. Na contemporaneidade é notória a disputa que há entre as tradicionais agências de socialização como a família e a escola, de um lado, e os meios de comunicação, de outro. Ambos os lados pretendem ter a hegemonia na influência da formação de valores, na condução do imaginário e dos procedimentos dos indivíduos/sujeitos (Baccega, 2009). Nessa altercação, a cultura mediática representa uma realidade outra construída pelo processo de edição. O mundo que nos é apresentado pelos relatos mediáticos é redesenhado de modo a passar por inúmeras mediações até que se manifeste no jornal, no rádio, na televisão, na internet. E são essas mediações (instituições/tecnologias/pessoas) que selecionam o que vamos ouvir, ver ou ler; que fazem a montagem do mundo que conhecemos.

Essa

realidade

outra

que

a

edição

constrói

reconfigura-se

no

enunciatário/receptor, com seu universo cultural e dinâmica próprios. Se o mundo a que se tem acesso é este, o editado, é nele, com ele e para ele que se desafia construir a cidadania. A questão, desse modo, é como trabalhar esse mundo editado presente no cotidiano que, pela persuasão que o caracteriza, interfere astuciosamente nas decisões de professores, alunos, familiares, frente à ideia de que ser cidadão, no sentido de participação democrática no destino da sociedade, é interferir no curso da história, modificando-a e, assim, alargando as fronteiras identitárias

em nome da noção de pertencimento, de

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reconhecimento social mútuo. Portanto, não se trata mais de discutir se os meios de comunicação devem ou não ser usados no processo educacional, tampouco o de procurar estratégias de educação para os meios, mas de constatar que os meios constituem variáveis no processo educacional por onde passa a construção da cidadania. Frente ao exposto, defende-se a discussão do campo como metassignificação de um novo espaço teórico complexo que exige o reconhecimento dos meios de comunicação como um outro lugar do saber, atuando juntamente com a escola e outras agências de socialização.

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ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS BRASILEIRAS: O PERFIL DE DILMA ROUSSEFF NA ÓTICA DO NEW YORK TIMES MARIA INEZ MATEUS DOTA [email protected] Professora Doutora - Unesp - FAAC

Palavras-chave: Jornalismo; Linguagem; Análise do discurso.

O objetivo deste trabalho é verificar qual o perfil da então candidata Dilma Rousseff traçado pelo jornal The New York Times, na campanha das eleições presidenciais brasileiras de 2010. Nesse sentido, busca-se mostrar que imagem da candidata o periódico apresenta para os cidadãos do mundo, uma vez que se trata de um veículo com prestígio e inserção em todas as partes do globo. Fundamenta-se nos Estudos do Jornalismo, procurando mapear as escolhas efetuadas pelo jornal e, consequentemente, os subtemas explorados na construção do perfil de Dilma Rousseff e os recursos discursivos empregados para tal. Assim, baseia-se nos trabalhos de Sousa (2004 e 2006) e Traquina (2004 e 2005), que se debruçam sobre questões relativas à construção das notícias. O instrumental metodológico advém da Análise do Discurso, tanto na linha francesa com os trabalhos de Maingueneau (2001) e Charaudeau (2006), como na Análise Crítica do Discurso com os estudos de Fairclough (2005 e 2001) e Fowler(1991). O corpus utilizado foi coletado diariamente na versão on-line do referido jornal, nos meses de agosto, setembro e outubro de 2010, perfazendo um total de 9 notícias. Os resultados da análise efetuada apontam, principalmente, a candidata Dilma Rousseff sem o carisma de Lula e como tendo sido Ministra das Minas e Energia e Chefe de Gabinete do governo de Lula, funcionária eficiente e respeitada, militante de um movimento de esquerda durante a ditadura militar no Brasil, oriunda de família de classe média relativamente privilegiada e adepta do controle do Estado sobre a economia.

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ENTRE O SAMBA E A BOSSA: AS CANÇÕES DA DOR DEMAIS. CLÁUDIA REGINA PAIXÃO [email protected] Graduada em Comunicação Social – habilitação em Radialismo - Unesp - FAAC

WELLINGTON CÉSAR MARTINS LEITE [email protected] Graduado em Comunicação Social – habilitação em Radialismo - Unesp - FAAC

Palavras-chave: Samba-Canção; Música; Show; Rádio.

“Entre o Samba e a Bossa: as canções da dor demais”, trata-se de uma monografia desenvolvida para a obtenção do bacharelado em Rádio e Televisão. O trabalho, como o próprio nome diz, teve como objetivo principal resgatar um gênero musical situado entre o samba e a bossa e que é lembrado até hoje por suas letras ultra-românticas: o sambacanção. O desafio era investigar o gênero samba-canção através do seu histórico e da experiência de seus autores, que com seus depoimentos constituíram o corpus da pesquisa. O método de abordagem da pesquisa foi o hipotético-dedutivo e o método de procedimento o histórico e experimental. Na busca de maior compreensão do fenômeno, foram realizadas entrevistas, audições no Museu da Imagem do Som do Rio de Janeiro e visita à Funarte. O corpo teórico do trabalho foi construído por obras sobre música, mídia, produção musical e história da urbanização no Rio de Janeiro. A pesquisa teve aplicação prática através da organização de um espetáculo musical e de um especial radiofônico baseado no show. Como resultado, verificou-se a importância do samba-canção para a música popular brasileira, uma vez que ele foi o responsável por introduzir um modo diferenciado de se fazer sambas, deslocando-o da batucada, dando ênfase na melodia e nas orquestrações mais elaboradas. A temática norteadora desse estilo eram as dores do coração, um misto de mágoa, ciúme, saudade, vingança e culpa. Acusado por uns como brega, cafona e tido por outros como dono de letras de alto grau de lirismo, é inegável que ele marcou uma época. Desta forma, esta pesquisa contribuiu para dar luz a um gênero ainda pouco estudado, mesmo possuindo extensa musicografia.

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ESTATUTO DO TORCEDOR E ESTÁDIO ALFREDO DE CASTILHO: REFLEXOS EM ÂMBITO LOCAL FERNANDO MENEZES OLIVER [email protected] Graduado - Jornalismo - Unip - Bauru

Palavras-chave: Estatuto; Torcedor; Noroeste; Alfredão; Impressos locais. Há praticamente 08 (oito) anos está em vigor no país o chamado “Estatuto de Defesa do Torcedor”, legislação nacional aplicável ao desporto profissional e que estabelece, dentre outras determinações, normas de proteção aos apreciadores dos espetáculos esportivos. Em julho do ano passado, o referido estatuto passou por uma minirreforma com a inclusão e supressão de diversos artigos, incisos e parágrafos, tornando-o mais rigoroso para os acompanhantes e clubes, associações e entidades esportivas. Em âmbito local, os torcedores que frequentam o estádio Alfredo de Castilho, o “Alfredão”, conhecem os direitos e deveres previstos nessa lei? O Esporte Clube Noroeste cumpre integralmente as exigências do Estatuto? Os meios de comunicação impressos da cidade, principalmente nos jogos contra os “grandes” da capital, divulgam algo sobre o assunto? As autoridades públicas locais são procuradas por eventuais descumprimentos desse estatuto? O corpus da pesquisa abrange os cadernos de esportes dos dois jornais diários do município, o Bom Dia Bauru e o Jornal da Cidade, da véspera, do dia da partida e do dia seguinte ao jogo do Noroeste e São Paulo Futebol Clube, ocorrido na primeira quinzena do mês de abril deste ano e que foi assistido por mais de sete mil e quinhentos torcedores, recorde de público durante todo o Campeonato Paulista no “Alfredão”. Para a análise do trabalho são considerados assuntos direta e indiretamente relacionados ao estudo em tela (Estatuto). Gerente do clube, jornalistas dos veículos impressos, representantes de órgãos públicos e torcedores

noroestinos complementam

a metodologia

deste trabalho.

Constantes

divulgações facilitariam a compreensão dessa lei pelos admiradores do futebol no “Alfredão”, local sem precedentes de grandes tumultos.

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FREESOM MARIANA DE SOUZA DURÉ [email protected] Graduanda em Comunicação Social - Jornalismo - Unesp - FAAC

PAULA PINTO MONEZZI [email protected] Graduanda em Comunicação Social - Jornalismo - Unesp - FAAC

Palavras-chave: Música; Jornalismo; Informação; Shows; Lançamentos.

O Freesom é uma revista radiofônica semanal com duração de 30 minutos, veiculada na Rádio Unesp Virtual, que aborda notícias sobre música tanto no âmbito nacional quanto internacional. O programa foi criado em agosto de 2010, e atualmente possui duas equipes de sete pessoas. Cada edição conta com: - Uma matéria de abertura, que apresenta a cobertura de um show recentemente realizado na cidade de Bauru; - O bloco „Em que bandas anda‟, retomando a carreira de um cantor/grupo que sumiu da mídia; - O quadro „Notas Musicais‟ informa com pequenas notas as novidades no universo musical; - Em seguida, o repórter da semana faz uma resenha ao vivo, conferindo nota a algum CD, clipe ou DVD lançado; - E o bloco „Luz, câmera e som‟ finaliza o programa com a trajetória de músicas que marcaram filmes ou seriados; Ao final de cada matéria, uma música correspondente a ela vai ao ar. Acompanhando a edição radiofônica, o Freesom possui um blog, atualizado diariamente: http://www.programafreesom.blogspot.com. O objetivo do projeto consiste em treinar os participantes para o meio radiofônico e virtual, além de divulgar conteúdo cultural, voltado especificamente para a música, através de matérias, entrevistas e textos opinativos. Conservamos o caráter factual do jornalismo, mas abrimos espaço também para curiosidades e marcos da trajetória da música, até esta alcançar o cenário que conhecemos hoje.

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FUTEBOL E CIDADES CRIATIVAS: BARCELONA CONEXÃO S.PAULO JUAREZ TADEU DE PAULA XAVIER [email protected] Professor Doutor - Unesp - FAAC

Palavras-chave: Economia criativa; Design, Arquitetura; Sustentabilidade; Cidades criativas; Futebol.

Os projetos de pesquisas desenvolvidos no Núcleo de Estudo e Observação em Economia Criativa têm como objetivo contribuir para consolidar as bases conceituais da área de Economia Criativa, com ênfase na cultura, tecnologia e economia. A área tem amplo espectro de estudo e observação (patrimônio histórico, mídias digitais, edições impressas, arquitetura, design gráfico, modo, ambiente, audiovisual, jornalismo, publicidade) e convergência com o conceito de Cidades Criativas, desenvolvido pela Unctad - Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento. Para este estudo, o corpus é a construção da arena esportiva do Sport Club Corinthians Paulista, para a abertura da Copa do Mundo de Futebol, em 2014, na cidade de S. Paulo, no bairro de Itaquera, extremo Lesta do município. O quadro teórico de referência serão os estudos realizados no âmbito da Unctad e os seus desdobramentos conceituais, como os desenvolvidos no seio do projeto do ministério da Cultura e das redes em economia criativa desenvolvidas no país (Economia Criativa como estratégia de desenvolvimento: uma visão dos países em desenvolvimento. Organização Ana Carla Fonseca Reis. São Paulo: Itaú Cultural, 2008.) Para este estudo será desenvolvida a metódica da leitura comparativa entre as potencialidades das cidades de Barcelona e S. Paulo, com destaque para a o universo criativo propiciado pelo Futebol, com a utilização de imagens – próprias e capturadas pelo software Google Earth – e narrativas de jornais e dos sítios das cidades observadas. A cidade de S. Paulo apresenta as mesmas potencialidades e possibilidades observadas na cidade de Barcelona, para o desenvolvimento de projetos de Cidades Criativas, com o futebol como epicentro da articulação de projetos, processos, pessoas e recursos criativos.

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GLOBO ESPORTE: DA INFORMAÇÃO AO ENTRETENIMENTO BEATRIZ ALBUQUERQUE E CASTRO [email protected] Graduanda - Comunicação Social - Radialismo - Unesp - FAAC

Palavras-chave: Comunicação; Telejornalismo; Telejornalismo esportivo; Globo Esporte.

O presente artigo tem como objetivo analisar do novo formato do programa Globo Esporte da Rede Globo de Televisão, no ar desde 1978. Idealizado por Leo Batista, o programa passou por várias modificações, principalmente após a entrada do jornalista Tiago Leifert. Para tanto se observou o desenvolvimento do telejornalismo brasileiro, desde o surgimento da televisão no país; do telejornalismo esportivo, presente na programação brasileira depois de apenas alguns meses da entrada da TV Tupi no ar e a trajetória do programa, desde seu surgimento, passando pelas baixas de audiência até seu restabelecimento. Baseando-se no artigo Globo Esporte São Paulo: Ousadia e Experimentalismo no Telejornal Esportivo, de Patrícia Rangel Moreira Bezerra, Mestre em Comunicação na Contemporaneidade pela Faculdade Cásper Líbero, e da observação das características e variações do programa, como a fusão entre jornalismo e entretenimento, procurou-se detectar as mudanças relevantes, elencar as possíveis causas e apontar quais os reflexos dessas alterações para os espectadores e para o próprio jornalismo, questionando se o programa pratica ou não o verdadeiro jornalismo. Sob uma ótica mais radical, o sucesso da receita experimentada pelo Globo Esporte é resultado da chamada Indústria Cultural. Porém, não se pode negar que a experiência deu certo, chegando a superar, em níveis de audiência, as emissoras concorrentes e o programa que sempre atinge a maior pontuação vespertina da Rede Globo.

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GUERRA DE KOSOVO: ANÁLISE SEMIÓTICA DA COBERTURA JORNALÍSTICA DO CONFLITO AMANDA PIOLI RIBEIRO [email protected] Graduanda - Comunicação Social - Jornalismo - Unesp - FAAC

Palavras-chave: Discurso; Guerra; Kosovo; Semiótica; Análise.

A pesquisa analisa a produção jornalística do jornal diário Folha de S. Paulo referente a dois períodos da guerra de Kosovo: A primeira semana dos ataques da OTAN à região (março/99) e a última semana desses ataques (junho do mesmo ano). O estudo será realizado com base na semiótica francesa de A. J. Greimas, com o objetivo de entender como a cobertura dessa guerra foi construída discursivamente, e como seus elementos textuais e discursivos são dispostos de forma a montar o cenário que é apresentado ao leitor. Será aplicada a teoria semiótica nas matérias analisadas, definindo seu sistema narrativo, por meio da análise e da construção dos atores (personagens), além de mostrar a sistematização de alguns outros fatores (contextualização da guerra, os protagonistas, os antagonistas e o objeto de valor), que compõem outros cenários discursivos. Durante a organização do córpus desse projeto, foram necessárias uma série de observações e buscas por especificações que justificassem o período escolhido para análise. Para encontrar o objeto escolhido, acessou-se o arquivo do jornal Folha de S. Paulo, disponibilizado online, buscando encontrar todas as menções da palavra “Kosovo”. Por meio dessa contabilidade, foi possível notar os períodos em que houve o maior número de referências. Assim, escolheram-se os dois pontos culminantes dessa época: a primeira e a última semana dos ataques da OTAN ao país. Foram recenseadas as páginas do jornal que continham a citação “Kosovo” durante essas semanas, e observadas características das matérias: sua data de impressão, título, autor, caderno em que foram colocadas, gênero jornalístico a que pertenciam, e a presença – ou não – de fotos e infográficos. Desse modo, nessa primeira parte da pesquisa, foi possível notar como foi construída a guerra nas principais páginas da Folha e quais foram as figuras e os temas recorrentes: locais em que ocorreram os bombardeios, quantos mortos deixaram, os erros de ataque, as consequências da destruição e o número de fugitivos e refugiados que surgiram.

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HAVAIANAS SEGUNDO BAKHTIN FADIA CAMACHO FEITOSA [email protected]

ANDREZA PATRÍCIA BALBINO CEZÁRIO [email protected]

Palavras-chave: Inovação; Apelo sedutor; Metáfora; Bakhtin.

A escolha do anúncio das Havaianas, surgiu da ideia de conhecer a linguagem publicitária de um produto popular que faz parte do cotidiano dos brasileiros, encontrado nos lares, de uma forma universal. Para confirmar, analisamos a linguagem publicitária utilizada no anúncio Havaianas: Novo Havaianas com Murilo Rosa, Fernanda Tavares e André Dale, baseamo-nos nas teorias de Bakthin. As Havaianas surgiram em 1962, inspiradas na sandália japonesa Zori, a versão nacional trouxe o diferencial de ser 100% em borracha, natural e nacional o que garante a extrema durabilidade de suas sandálias. Abordagem Semiótica: (linguagens envolvidas na construção do objeto da análise) São três os elementos principais em que devemos nos fundamentar para verificar o gênero do discurso a que pertence determinado enunciado - conteúdo temático, plano composicional e estilo verbal - “...fundem-se no todo do enunciado e todos eles são marcados pela especificidade de uma esfera de comunicação” (Bakthin, 1992: 277). Consideremos, ainda, que as três características aqui arroladas como principais nada representam se o enunciado não for analisado levando-se em consideração todo um contexto. Ou seja, os enunciados pertencem à determinada esfera da atividade humana, são devidamente localizados em um tempo e espaço (condição sócio-histórica) e dependem de um conjunto de participantes e suas vontades enunciativas ou intenções. Para a confirmação das teorias anteriormente discutidas, o anúncio publicitário “Novo comercial Havaianas com Murilo Rosa, Fernanda Tavares e André Dale”, utiliza-se das representações de identidade cultural, em âmbito nacional e regional, como estratégia de comunicação publicitária de marcas, produtos e serviços. Faz dos signos e valores culturais um “apelativo” para estimular o consumo, pois geram uma identificação da marca enunciada com os valores nacionais, proporcionando, dessa forma, um diferencial de dimensão afetiva. Para convencer os telespectadores, os anúncios buscam imagens e sons para chamar atenção, como por exemplo, cenários, a construção do diálogo com a câmera (filmagem), tentando passar o cotidiano, os temas III Jornada Multidisciplinar “Futebol, comunicação e cultura”, 2011 – Caderno de Resumos

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como fonte das vozes sociais (a cultura de um povo sendo massificadas como forma de manter o produto no mercado), os enunciatários. A marca Havaianas hoje é conhecida mundialmente e seus anúncios televisivos têm um argumento de autoridade significativo sobre seus telespectadores. Ocorre a manipulação da sociedade para consumir seu produto, utilizando da imagem de atores e atrizes nos seus anúncios mostrando que usam o produto, ou seja, os famosos anúncios testemunhais. Com o destaque que a TV tem na sociedade, ocorre autoridade na grande maioria da sociedade. Mostrando que o povo brasileiro de qualquer idade, raça, cor, nível social pode usar as sandálias Havaianas. O fato é que o par de sandálias já foi item de cesta básica e vendida por preço bem acessível, sendo a opção mais barata de calçados. Antes era vista como chinelo que todos tinham vergonha de usar. E a partir dos anos 90 surge a versão sandália das Havaianas Top, buscando ampliar seu público consumidor entre as classes A e B, até então não desejadas e trabalhadas pela comunicação, veiculando um novo discurso publicitário que atinge a todas as tribos existentes no território nacional.

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IMAGEM DO PAPA NA IMPRENSA BRASILEIRA: A COBERTURA DA FOLHA DE S. PAULO SOBRE PEDOFILIA MARCELLO ZANLUCHI SURANO SIMON [email protected] Mestrando em Comunicação - Unesp - FAAC

Palavras-chave: Comunicação; Jornalismo; Análise do Discurso; Papa; Pedofilia; Igreja. A Igreja Católica Apostólica Romana (que, por praticidade, chamaremos simplesmente de Igreja Católica), ao longo do tempo, tornou-se uma das mais importantes instituições sociais em nível mundial que a história conheceu e conhece. Atualmente, pesquisas do Anuário Pontifício apontam para um número de aproximadamente 1,2 bilhão de católicos no mundo, o que revela, ao menos, quantitativamente, a influência da ação católica romana, cuja cosmologia tem sido propagada junto à humanidade através de mensagens e práticas. Esta visão de mundo, em tese, está embasada principalmente no Evangelho e na própria Tradição. A influência revela-se presente, ainda que em medidas diferentes, junto àqueles católicos cuja inserção na Igreja Católica limita-se a uma prática ritual, bem como junto àqueles cristãos de outras denominações, fiéis de outras religiões (não cristãs) e até mesmo pessoas sem uma convicção religiosa. Por isso, a importância do catolicismo não é ignorada pelos seus opositores, que dentro ou fora da Instituição, tecem críticas positivas ou negativas sobre atitudes e posicionamentos, colocando-a como objeto de pesquisa em todos os níveis e áreas, sobretudo nas Ciências Humanas e Sociais e, mais recentemente e com destaque, na Comunicação Social. Em virtude da representatividade da Igreja Católica e de seu atual líder, o Papa Bento XVI, este trabalho pretende analisar os diferentes simulacros que foram atribuídos ao Pontífice durante a exposição do tema pedofilia nas reportagens do jornal Folha de S. Paulo, em 2010. Para tanto, este estudo será embasado nas Teorias do Jornalismo, principalmente sustentadas por autores como Mauro Wolf, Jorge Pedro Sousa e Nelson Traquina, com a finalidade de compreender como se processa a produção das notícias. Partindo desta fundamentação, serão utilizados os aparatos da análise do discurso de linha francesa, através de suas teorias e metodologias, para analisar como são construídos os enunciados no jornal Folha de S. Paulo, como forma de investigar a produção de discursos, observada sob o ponto de vista da posição ideológica, presente em cada ator social num determinado espaço de tempo. Ao pesquisar as formações de discurso em notícias de um veículo impresso, a análise do discurso facilita, dentro dos estudos de jornalismo, a identificação das vozes e sentidos que estão no texto ou que são adjacentes a ele.

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IMAGENS, INTENÇÕES E DIRETRIZES EDITORIAIS: ESTRATÉGIAS DO JORNALISMO VISUAL NA COBERTURA POLÍTICA TÁSSIA CAROLINE ZANINI [email protected] Mestranda em Comunicação - Unesp - FAAC

Palavras-chave: Campanha presidencial de 2010; Jornalismo visual; Imaginário político; Revistas semanais.

A partir do acompanhamento crítico da cobertura jornalística no período da campanha presidencial de 2010, desde a definição dos candidatos até a repercussão do resultado, este artigo descreve e analisa alguns comportamentos do jornalismo visual na formação do imaginário político, especificamente nas características que servem de sustentação para o julgamento de valores da candidata eleita Dilma Rousseff e do Partido dos Trabalhadores (PT). O corpus selecionado compreende as edições das revistas semanais Veja e Istoé publicadas no período de janeiro de 2009 a dezembro de 2010, com recorte específico nas imagens de capa e aberturas de grandes matérias que trazem a candidata eleita ao longo da campanha – espaços em que as informações visuais costumam ser construídas de forma mais cuidadosa, permitindo, na análise, obter elementos que denunciam as intenções e diretrizes editoriais, declaradas ou latentes. As observações identificadas são relatadas a partir da composição da imagem da candidata e seu partido político, em plano geral e sob a discussão de tópicos específicos, como enquadramento, ação e contexto (cena e cenário), gestualidade, caricaturização, cores e iluminação. A análise é complementada com a apresentação de algumas características do jornalismo visual na cobertura política, com base em autores como Flusser, Pross, Baitello, Romano e Guimarães, com o objetivo de demonstrar como pode ser verificada a intencionalidade de alguns produtos midiáticos e de contribuir para o entendimento do comportamento da mídia no que se refere ao jornalismo político.

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IMPACTOS DAS PERSUASIVA

TECNOLOGIAS

DIGITAIS

SOBRE

A

COMUNICAÇÃO

JOÃO EDUARDO JUSTI [email protected] Mestrando - Comunicação - Unesp - FAAC

Palavras-chave: Propaganda; Digital; Consumidor; Marca; Persuasão.

O que é propaganda e qual a sua função social? Como a propaganda se modificou com as transformações tecnológicas? Quais as principais mudanças que o advento das tecnologias digitais trouxe para a comunicação persuasiva? Essas são as questões principais que norteiam o trabalho. Num primeiro momento, apresentamos o conceito de propaganda e como a propaganda altera seus objetivos com o passar do tempo e se torna um modelo de referência a ser seguido pelo público. Depois, a grande questão que se coloca é quais tipos de anúncios seriam capazes de despertar a atenção desse público e impulsioná-los à compra, hoje, quando estamos expostos a mais de 3 mil propagandas por dia, em diferentes plataformas midiáticas, e quando as novas ferramentas online de informação e comunicação nos permitem produzir conteúdos de mídia, inclusive contra ou a favor, das marcas e produtos que consumimos. Em seguida, apresentamos a propaganda como espetáculo que visa não mais a simples identificação do consumidor com marcas ou pessoas ideais, mas sim proporcionar a vivência de momentos de lazer e diversão agradáveis, patrocinados pela marca. O trabalho continua com a discussão a respeito da lógica da extensão de marca e mostramos que os publicitários também não querem apenas que o consumidor faça uma única compra, mas que estabeleça uma relação de longo prazo com a empresa e que os novos modelos de marketing procuram expandir os investimentos emocionais, sociais e intelectuais do consumidor, com o intuito de formatar os padrões de consumo. Encerramos demonstrando que a publicidade está mais dependente de consumidores ativos e envolvidos para divulgar marcas em um mercado saturado e, em alguns casos, procura formas de aproveitar a produção midiática dos consumidores fiéis para baixar os custos de produção das propagandas. Os exemplos das campanhas publicitárias da cerveja Skol e do automóvel Tahoe revelam os benefícios e os perigos de se apelar à cooperação da audiência.

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INTERAÇÕES NO CIBERESPAÇO E NO ESPAÇO URBANO. LUIS ENRIQUE CAZANI JUNIOR [email protected] Graduando em Comunicação Social - Radialismo - Unesp - FAAC

Palavras-chave: Audiovisual; Interação; Mobilidade.

Procura-se nesse trabalho expor os processos de interação proporcionados por narrativas audiovisuais instituídas no ciberespaço e em espaços urbanos para acesso via de dispositivos móveis. Centra-se no estudo de caso proposto por Robert Yin e nos estudos de interatividade com Alex Primo, Fernando Crocomo e Lev Manovich, para análise do seguinte corpus: o filme para GPS (Global Positioning System) Nine Lives, produzido em 2007 e a websérie Desenrola, de 2008. Em nove fragmentos, Nine Lives encontra-se disponibilizado em localidades ao qual está relacionado, permitindo ao interagente se inserir no espaço narrativo e reconstruir o percurso das personagens pelo processo de montagem do audiovisual. Para o seu desenvolvimento optou-se pelo uso de flashbacks dada à quebra da linearidade da informação na exibição e por um balanceamento narrativo de acordo com a movimentação do lugar que também determina a duração de cada parcela. Com Alex Primo, classifica-se o filme como promotor de uma interação reativa, e com Lev Manovich, interatividade fechada pela limitação das possibilidades oferecidas. Na websérie Desenrola há a simulação de conversas com o expectador quebrando a denominada "quarta parede", referente à separação entre público e personagens, além da utilização excessiva de câmeras subjetivas como forma de sua inserção. Convida-se o expectador a enviar vídeos sobre a temática exposta numa bidirecionalidade similar à proposta de Fernando Crocomo, além de recados em redes sociais. Destaca-se o concurso cultural que oferece ao público a oportunidade de ingressar na banda da estória “Estudante paga meia”, como forma de aproximação entre mundo virtual e real. Com Alex Primo, classifica-se a websérie como promotora de uma interação mista (mútua e reativa) e com Lev Manovich, interatividade fechada. Afirma-se que enquanto a websérie encontra-se sob a lógica on demand, o gpsfilme se estabelece "sob entrada” para acesso via dispositivo móvel, o que ocasiona um rompimento com o antigo paradigma analógico de assistir peças audiovisuais, oriundo das novas formas de interação entre o emissor e o interagente.

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JORNAL DO FERRADURA: ESTÍMULO À MOBILIZAÇÃO SOCIAL ALINE CRISTINA CAMARGO [email protected] Graduanda - Comunicação Social - Jornalismo - Unesp - FAAC

LAURA LUZ PESSANHA HENRIQUES [email protected] Graduanda - Comunicação Social - Jornalismo - Unesp - FAAC

Palavras-chave: Jornalismo comunitário; Cidadania; Comunidade; Mobilização. A necessidade social da informação é hoje suprida em grande parte pelo jornalismo. É por meio do profissional jornalista que as informações chegam de forma mediada, e não direta, à sociedade. A relação entre jornalismo e democracia pode ser percebida a partir do direito dos eleitores de conhecer todas as propostas e alternativas, o que só ocorre caso haja pluralismo nos meios de comunicação. “Onde o pluralismo social é forte, a liberdade e a democracia tendem a ser fortes; e, inversamente, as forças que enfraquecem o pluralismo social também enfraquecem a liberdade e a democracia”, afirma Gentilli (2002, p. 14). Um dos caminhos para se alcançar a democracia por meio de jornais comunitários está na tentativa de se garantir o direito à informação de boa qualidade e que realmente interesse à comunidade, o “que fomenta o exercício da cidadania necessário ao exercício pleno do conjunto dos direitos de cidadania e, portanto, um fator decisivo no processo de aprofundamento democrático”, aponta Gentilli (2002, p. 23). Assim como defende Callado e Estrada (1985, p. 8), acreditamos que “o jornal comunitário é muito mais do que um órgão de informação; é um instrumento de mobilização”. Com este objetivo, o Jornal do Ferradura pretende dar visibilidade às atividades culturais e sociais da região, além de ressaltar as necessidades dos moradores, promover a identificação entre o jornal e os agentes sociais do bairro, com a intenção de estimular a organização para a reivindicação de direitos coletivos, como obras de infra-estrutura, difusão de manifestações culturais da própria comunidade, e contribuir para que se desmistifique a visão negativa que a sociedade bauruense tem do bairro, não de forma solidária ou assistencialista, mas sim como compromisso com o leitor. A produção de um jornal comunitário exige várias etapas, assim como a de um jornal convencional. A principal diferença na produção dos dois tipos é que, no caso do jornal para a comunidade, os moradores do bairro participam ativamente da escolha dos assuntos a serem tratados no periódico por meio de reclamações e sugestões de temas. Ou seja, o Jornal do Ferradura usa métodos e técnicas jornalísticos convencionais, mas sempre com uma visão social e sem fins mercadológicos.

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JORNALISMO E CIDADANIA: UMA ANÁLISE COMPARATIVA DE COBERTURAS DE VIOLAÇÕES DE DIREITOS DO ADOLESCENTE ALINE MARIA FUZISAKI LEÃO [email protected] Mestranda em Comunicação - Unesp - FAAC

Palavras-chave: Jornalismo; Cidadania; Direitos da infância e da Adolescência; Violência estatal; Enquadramento; Folha de S. Paulo; Jornal da Cidade.

O objetivo deste trabalho é a questão da cidadania, entendida como a posse de direitos, e sua relação com o jornalismo, considerado fundamental para a efetivação desses direitos, pois possui o poder simbólico de agendar e enquadrar temas, além de fomentar o debate na sociedade. Com o objetivo de compreender de que maneira os jornais atuam na consolidação da cidadania e investigar como são construídos os enquadramentos noticiosos, capazes de apresentar aos leitores uma versão dos fatos, optamos pela análise comparativa de dois jornais, sendo um de abrangência nacional e outro de circulação regional. Para examinarmos os enquadramentos presentes nas narrativas desses dois jornais, escolhemos o caso de um adolescente morto por policiais em Bauru/SP, em dezembro de 2007, por considerarmos um grave caso de violação dos direitos de cidadania, já que foi um crime cometido por agentes do Estado contra um garoto. Dividimos nossa pesquisa em duas etapas: fundamentação teórica e análise dos jornais. Iniciamos o trabalho abordando o conceito de cidadania e as mudanças sofridas por ele no decorrer da história. Em seguida, discorremos sobre o surgimento da imprensa como direito de expressão e a função do jornalismo para difundir os direitos de cidadania. A seguir, apontamos o papel da ANDI na consolidação dos direitos da infância e da juventude na imprensa brasileira. Tratamos do processo de produção jornalística expondo as implicações do agendamento e da seleção de notícias, os critérios de noticiabilidade e as influências do enquadramento na construção da realidade. Por fim, apresentamos uma análise comparativa, baseada na metodologia da análise do enquadramento, das notícias publicadas nos dois jornais, referentes ao caso do garoto assassinado por policiais. Dessa forma, foi possível observar que os jornais cumpriram sua função social de dar visibilidade a um caso de violação dos direitos e de exigir a prestação de contas daquilo que é de responsabilidade do Estado, promovendo, assim, o exercício da cidadania e contribuindo para a formação de uma sociedade verdadeiramente democrática.

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JORNALISMO E MEIO AMBIENTE: A CONTRIBUIÇÃO DOS MEIOS DE COMUNICAÇÃO E O CONCEITO DE SUSTENTABILIDADE

PEDRO CELSO CAMPOS [email protected] Professor Doutor - Unesp - FAAC

Palavras-chave: Jornalismo Ambiental; Teorias da comunicação; Sustentabilidade.

Este artigo é uma reflexão sobre a contribuição que os meios de comunicação social podem dar ao debate público sobre os problemas ambientais. A Agenda XXI e vários outros documentos da ONU chamam atenção para a necessidade de informar e conscientizar a sociedade. Por outro lado, as Teorias da Comunicação têm sempre em comum o imperativo do emissor se fazer entender pelos receptores, de tal modo que eles possam ser agentes da mudança e não apenas passivos observadores. O primeiro passo, portanto, é estudar a questão ambiental, pautar adequadamente o tema e levar esclarecimento. Não é o que ocorre, por exemplo, com alguns conceitos técnicos da área, destacando-se o de “sustentabilidade”, surgido nos anos 70 para nortear políticas públicas a serviço da preservação da vida presente e, principalmente, futura, e, hoje, utilizado até mesmo como parâmetro de preservação dos lucros e das vantagens resultantes da exploração da natureza.

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JORNALISMO EM TV DIGITAL E REDAÇÃO CONVERGENTE RICARDO POLETTINI [email protected] Mestrando - TV Digital - Unesp - FAAC

Palavras-chave: Televisão digital; Telejornalismo; Convergência de mídias; Gestão do conhecimento.

O avanço da tecnologia fez com que a informação se impusesse a outros parâmetros que antes delineavam a eficiência das organizações no mercado. O desenvolvimento das TIC modificou os processos comunicativos e mudou a maneira de o público consumir informação. Essa nova realidade midiática provoca transformações nas rotinas de trabalho nas empresas produtoras de conteúdo para os meios de comunicação. Assim, o jornalismo aos poucos abandona o modelo industrial analógico de produção, em que o trabalho determina funções e etapas definidas. A redação de jornalismo passa a funcionar como uma usina de processamento de conteúdos, capaz de atender as demandas de outras plataformas e de transformar a informação processada em conhecimento. No caso da TV digital, essas transformações se fazem ainda mais contundentes, já que a produção de conteúdos em formato digital facilita o intercâmbio entre as diferentes plataformas tecnológicas disponíveis. Este estudo, de caráter exploratório, se apóia em teorias da sociedade em rede, na gestão do conhecimento e artigos diversos sobre o processo de convergência experimentado em empresas de comunicação. Aponta para uma tendência de produção multiplataformas que exige novas competências dos profissionais de comunicação e da tecnologia da informação.

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JUVENTUDE, ESTILO DE VIDA E CONSUMO. THAÍS HELENA PAIXÃO [email protected] Mestranda em Comunicação - Unesp - FAAC

Palavras-chave: Juventude; Consumo; Mídia.

A pesquisa tem como objetivo, primeiramente, falar do jovem como ator social e sua consolidação na sociedade moderna, assim como, a forte relação da mídia nesse processo, valorizando a cultura jovem e ligando-a as atividades de consumo e estilo de vida. A partir do século XX, nas décadas de 50 e 60 o ator social jovem, antes “excluído” se consolidou. Eric Hobsbawm (HOBSBAWM, 1995) fala do início de uma “cultura jovem”. Hoje em dia, há o aumento da variedade de produtos, expansão do acesso aos mesmos e formas híbridas de usá-los. Por conseguinte, a mídia utiliza-se de pessoas jovens e bonitas para atrair consumidores e determinar estilos de vida. Não somente na publicidade, mas também em matérias jornalísticas, há a atração do público-jovem ao consumo e estilo de vida, precisamente, em revistas teens. Para este fim é utilizada a pesquisa bibliográfica, artigo científico e análise de textos ligados ao consumo, produtos e marcas de uma revista Capricho do dia 24/11/2010. O resultado é a amostra de como a revista não vende somente matérias, mas produtos, marcas, estilo de vida e cultura (filme, música, livro) estereotipada.

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LUIZ BELTRÃO: VEZ E VOZ DOS MARGINALIZADOS ANA LUCIA LIMA DE ASSIS [email protected]

ELAINE CRISTINA GOMES DE MORAES [email protected] Mestranda em Comunicação - Unesp - FAAC

Palavras-chave: Folkcomunicação; Comunicação; Folclore.

Este trabalho foi realizado na Disciplina Matrizes Comunicacionais Latino-Americanas do Programa de Pós-Graduação em Comunicação da UNESP/Bauru e tem como objetivo demonstrar a importância do trabalho pioneiro de Luiz Beltrão e a origem do termo Folkcomunicação que surgiu, em 1967, com sua tese de doutoramento: Folkcomunicação um estudo dos agentes e dos meios populares de informação de fatos e expressões de ideias. Foi o primeiro Doutor em Comunicação do Brasil. Sua tese teve repercussão no exterior sendo recebida com entusiasmo por teóricos e pesquisadores. Luiz Beltrão nasceu em Olinda/PE (1918), graduou-se em Direito e dedicou sua vida profissional ao jornalismo. Seu interesse pela cultura popular, pelos trabalhadores classistas e por sua sensibilidade em entender o cotidiano das camadas que vivem à margem da sociedade o levou a analisar a comunicação popular, observando até que ponto a mídia influenciava determinadas comunidades. Percebeu que alguns grupos sociais encontraram formas alternativas de comunicação, como os cordelistas que, através da música, transmitem informações para diversas gerações. Seus estudos resultaram na identificação e classificação de três grupos de usuários de folkcomunicação que estão não só à margem do sistema político como do de comunicação social: grupos rurais marginalizados – isolados geograficamente, com penúria econômica e baixo nível intelectual; grupos urbanos marginalizados – nos escalões inferiores da sociedade, subalternos desassistidos, subinformados e com mínimas condições de acesso; grupos culturalmente marginalizados – urbanos ou rurais, que representam contingentes de contestação aos princípios, à moral ou à estrutura social vigente. Ao falecer, em 1986, Luiz Beltrão deixou muitos ensinamentos e reflexões curiosas e atraentes a leitura, e principalmente, grandes contribuições a área de comunicação.

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MARCAS DA ENUNCIAÇÃO: A BREAGEM ACTORIAL NOS PROGRAMAS DE ENSINO DE LINGUÍSTICA HENRI GEORGES CHEVALIER [email protected] Graduando em Comunicação Social - Jornalismo - Unesp - FAAC

Palavras-chave: Greimas; Enunciação; Programa de Ensino.

O presente trabalho faz parte de uma pesquisa que visa analisar como se organiza e se distribui o ensino de Linguística, com atenção especial às ideias de Ferdinand de Saussure, nas grades dos Cursos de Jornalismo ministrados em Universidades públicas do Estado de São Paulo. Como metodologia de análise são utilizados os procedimentos da Semiótica francesa, mais especificamente a análise segundo os níveis discursivo e narrativo do percurso gerativo do sentido. A Semiótica francesa apresenta uma característica particular. Seus objetos de estudo são o texto e o discurso, definidos como aquilo que apresenta uma totalidade de sentido, totalidade esta que a Semiótica procura explicar do ponto de vista do enunciado (daquilo que aparece como texto e como discurso) e do ponto de vista da enunciação (das forças que atuam na organização e na produção dos textos e discursos). Nesse sentido, diz-se habitualmente que a Semiótica procura explicar não apenas o que o texto diz, mas como o texto diz o que diz. Centrando as atenções na questão da enunciação, mais especificamente no conceito de sujeito (e de breagem actorial), o presente trabalho objetiva a exploração do que é chamado por Jacques Fontanille de breagem, a qual se desdobra em embreagem e debreagem. A debreagem nos dá sensação de imparcialidade e, portanto, de verdade “absoluta”. Apesar de marcado pelo ponto de vista do enunciador, assim como qualquer outro texto, por meio da debreagem enunciva do sujeito, cria-se a impressão de que o texto do Programa de Ensino é isento de ideologia e de opiniões, ainda que se saiba que, de um ponto de vista sociossemiótico, nenhum texto é isento, mas se articula de forma complexa com um “contexto de produção” textualizado e, portanto, passível de uma análise formal.

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MERCHANDISING SOCIAL NA NOVELA PAGINAS DA VIDA ALINE DÓRIA DE ALCANTARA CAMARGO [email protected] Graduanda - Comunicação Social - Jornalismo - Unesp - FAAC

LETICIA PASSOS AFFINI [email protected] Professora Doutora - Unesp - FAAC

Palavras-chave: Merchandising Social; Telenovela; Campanhas; Páginas da Vida.

Esse trabalho apresenta uma análise do modo como campanhas sociais são introduzidas nas narrativas das telenovelas brasileiras. Aborda-se em particular a novela “Páginas da Vida” de Manoel Carlos, exibida em 2006/2007, pela Rede Globo de Televisão, no horário nobre. A trama aborda temas como a síndrome de down, o soropositivo e o afrodescendente. Contou também com a participação de cidadãos no final de cada capítulo relatando suas vivencias, dando verossimilhança para a trama e tornando-a crível. A telenovela é um produto de entretenimento que reproduz situações cotidianas de forma ficcional e focando o lazer do telespectador. O público é composto por telespectadores que relaxam, depois de um dia cansativo de trabalho, em frente a televisão. Visto o tamanho do alcance, de proporções inigualáveis, que a telenovela brasileira atinge e seu poder de influência, aproveita-se para inserir na trama uma propaganda, uma ideologia, uma campanha, uma prestação de serviço social. Trata-se de um trabalho baseado em pesquisa teórica, ensaística, qualitativa que analisa os aspectos culturais e sociais de um determinado momento, assim como seu contexto. A análise é feita com base em dados obtidos por revisão de literatura, vídeos arquivados de capítulos da novela baixados do YouTube e resumos colhidos em páginas da emissora. Apesar de a televisão não moldar a sociedade, possui grande abrangência de público e é capaz de propagar uma ideia por todo o território nacional, visto que 97% dos lares possuem aparelho receptor. Conclui-se que a inserção de campanhas sociais nas narrativas televisivas fomentam a conscientização e o debate pelo público, fazendo-o ao menos refletir sobre o tema e a questão social causando ou não uma possível mudança de hábitos ou forma de pensar.

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MOVIMENTOS SOCIAIS E A REALIZAÇÃO DE EVENTOS PARA A CIDADANIA ELAINE CRISTINA GOMES DE MORAES [email protected] Mestranda em Comunicação - Unesp - FAAC

MURILO CESAR SOARES [email protected] Professor Doutor - Unesp - FAAC

Palavras-chave: Cidadania; Comunicação; Eventos; Movimentos sociais.

Se por um lado o advento da globalização proporcionou uma aproximação física entre as nações e um avanço tecnológico, por outro, deve-se considerar que esses benefícios não atingem de maneira uniforme a população brasileira, composta por grupos heterogêneos, os quais muitos deles não têm acesso a esses benefícios. Ao se analisar o contexto histórico brasileiro, verifica-se o início da cultura de exploração desde a chegada dos portugueses com a escravidão indígena e posteriormente africana. Apesar do fim da escravidão e a garantia dos direitos estabelecidos na Constituição de 1988 a todos os cidadãos, é inquestionável a desigualdade social no que diz respeito ao acesso real a esses direitos. Com o objetivo de lutar pela garantia dos direitos dessas pessoas, surgem os movimentos sociais, que atuam por meio de ações de mobilização social a fim de transformar as necessidades de um grupo em realidade. Nesse contexto, o papel da comunicação torna-se estratégico para a organização desses movimentos, para despertar o envolvimento e a coresponsabilidade dos participantes com o movimento e para o planejamento de ações para a conquista dos objetivos propostos. Um instrumento de comunicação muito utilizado nesses movimentos é a realização de eventos, também comumente encontrado no campo mercadológico para a integração de públicos e divulgação de produtos ou serviços. Nos movimentos sociais, observa-se a constante utilização de eventos, sejam em formato de passeatas para protestar ou reivindicar direitos como também por meio de reuniões para compartilhamento de ideias e opiniões em fóruns, seminários, debates e outras tipologias. Observa-se que os eventos tornam-se meios de representações perante o poder público, mídia e sociedade. Este estudo propõe uma análise sobre a utilização de eventos pelos movimentos sociais, como essas ações os representam e qual a sua contribuição como instrumento da cidadania.

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MULTIMODALIDADE E MÍDIA-EDUCAÇÃO: UMA PROPOSTA PARA LIVRE EXPRESSÃO E CRIATIVIDADE NA ESCOLA MARCELE TONELLI DE OLIVEIRA [email protected] Graduanda - Jornalismo - Universidade do Sagrado Coração - Bauru

ROSEANE ANDRELO [email protected] Professora Doutora - Unesp - FAAC

Palavras-chave: Mídia-educação; Jovens; Criatividade; Linguagens; Música; Fotografia.

Com o advento das mídias e da cultura de massa, ações de mídia-educação tornam-se cada vez mais necessárias no contexto da escola. O presente estudo focou a construção de metodologias e materiais capazes de exercitarem a leitura crítica das mídias e estimularem a produção de conteúdos criativos usando as linguagens multimodais do som e da imagem. As atividades foram testadas em oficinas com alunos do Ensino Médio Público e os exercícios propostos exploraram os recursos do rádio e da fotografia. Utilizando de maneira simultânea as linguagens aprendidas, os estudantes elaboraram um programa radiofônico e posteriormente uma fotoestória. Como instrumento de publicação e junção dos conteúdos desenvolvidos foi explorado o potencial da plataforma Mypace, que mostrou ser um espaço capaz de colaborar para o exercício da livre expressão. Os resultados das análises obtidas mostraram que os estudantes, apesar de serem alvos de um aprendizado acrítico e passivo, possuem grande capacidade de expressão e potencial criativo quando são instigados a falar sobre algo através das linguagens midiáticas, bem como capacidade para sintetizar o próprio aprendizado. A pesquisa também mostrou as dificuldades estruturais de aplicação e de realização de atividades desse tipo fora do contexto diário da escola.

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NOS DIAS DE HOJE, VALE-TUDO! FÁBIO DE LIMA ALVAREZ [email protected] Graduado - Comunicação Social: Jornalismo - Unesp - FAAC

Palavras-chave: MMA (Mixed Martial Arts); Vale-Tudo; Esportes; Mito; Espetáculo.

O presente trabalho busca lançar algumas bases para a compreensão do MMA (Mixed Martial Arts), ou Artes Marciais Mistas (também conhecido como Vale-Tudo) como fenômeno midiático em plena expansão. A partir de um conceitual que busca definir o esporte como produto socialmente construído, refrator e refratário do espírito de uma época, versaremos sobre como o MMA se insere em nossa atual sociedade, evidenciando valores inerentes a uma sociedade de consumo e do espetáculo. Além disso, traçando paralelos entre o esporte e a guerra, buscaremos iniciar uma discussão sobre os valores encenados no octágono, a arena moderna, palco das violentas batalhas corpo-a-corpo, evidenciando suas inúmeras relações subjacentes à própria atividade em si. Espírito guerreiro, empreendedorismo, força, inteligência e altivez são atributos buscados e largamente empregados ao se tratar dos praticantes das artes marciais mistas, propiciando um terreno fértil para o surgimento de figuras passíveis de se tornarem mitos. Esportes de combate sempre existiram na história humana, nas mais diversas civilizações – podemos citar como exemplos o pankration, o boxe, o wrestling, dentre outros – onde o espírito agonístico e vertiginoso sempre cativaram o público de forma bastante incisiva. Podemos, então, falar que o MMA é algo novo ou uma atividade corriqueira, inerente à natureza humana? Como a “pancadaria” televisionada arrebata audiências em todo o mundo e alavanca uma indústria bilionária? Marketing puro ou reflexo de um zeitgeist? Metodologicamente, nos apoiaremos em autores que discutem o esporte, como Johan Huizinga, Roger Caillois e T.J. Cornell, e em autores que discutem a questão do mito, como Mircea Eliade, Joseph Campbell e Roland Barthes. A pesquisa é exploratória e pode ter um tom ensaístico, não por capricho, mas sim devido à escassez de bibliografia específica sobre o tema MMA.

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NOTAS PARA UMA HISTÓRIA DA SEMIOLOGIA JEAN CRISTTUS PORTELA [email protected] Professor Doutor - Unesp - FAAC

Palavras-chave: Semiologia; Ferdinand de Saussure; Historiografia da Linguística. As ideias de Saussure suscitam ainda – seja como complemento seja como contraponto – vivo interesse nos dias de hoje por parte da comunidade de estudiosos. Além disso – e mais importante, segundo o ponto de vista aqui adotado, que prioriza o ensino – o pensamento saussuriano encontra-se disseminado de forma generalizada no ensino de graduação e pósgraduação em humanidades de universidades de todo o mundo. Na formação de comunicadores, professores de língua materna e estrangeira, antropólogos, sociólogos, psicólogos, as ideias saussurianas são introduzidas e debatidas. Na quase totalidade de disciplinas de graduação e pós-graduação das áreas de Linguística, Análise do Discurso e Teorias da Comunicação, a partir do momento em que se trata da natureza da significação e da comunicação humanas, não se pode ignorar a reflexão sobre a língua e a linguagem empreendida por Saussure, que resultou na virada semiológica de que trata este trabalho. Entre 1964 e 1974, foram publicados quatro manuais de Semiologia em língua francesa por grandes expoentes da Linguística da época: R. Barthes, G. Mounin, P. Guiraud e Jeanne Martinet. Essa década, responsável pela virada semiológica francesa, marcou a história dos estudos semióticos e semiológicos de forma permanente. No pioneiro Éléments de Sémiologie (1964), R. Barthes deu forma ao projeto iniciado em seu Mitologias (1957), que buscava na leitura hjelmsleviana do legado saussuriano os conceitos que embasariam a Semiologia enquanto método. Em Introduction à la Sémiologie (1970), de G. Mounin, o campo semiológico encontra-se largamente ampliado, em franca extrapolação das bases saussurianas, processo que culminará na publicação do acessível La Sémiologie (1971), de P. Guiraud, como um livro de bolso na coleção “Que-sais-je?” – cujo equivalente no Brasil foi a coleção Primeiros Passos, da extinta editora Brasiliense – e na edição de Clefs pour la Sémiologie (1973), de J. Martinet, publicado no catálogo da Éditions Seghers, na coleção “Clefs pour...”. Essas obras, que serão objeto de um estudo temático e estrutural neste trabalho, têm em comum o fato de serem introduções às “semiologias saussurianas” – para usar o termo cunhado por R. Engler – e o mérito de terem esboçado o programa semiológico e, posteriormente, semiótico da segunda metade do século XX, por meio de sua preocupação com as diversas linguagens e os métodos que nos dão acesso a sua significação.

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NOVAS ESTRATÉGIAS DE COMUNICAÇÃO NA DIOCESE DE BAURU E PROPOSTA DO DIÁLOGO INTERRELIGIOSO: O CASO DA REVISTA CONVERSA PAULO VITOR GIRALDI PIRES [email protected] Graduado - Comunicação Social: Jornalismo - Unesp - FAAC

Palavras-chave: Revista Conversa; Igreja Católica; Diocese de Bauru; Comunicação Religiosa.

A comunicação religiosa tem sido importante para a Igreja Católica Apostólica Romana prosseguir com seu objetivo de levar a palavra de Cristo aos seus fiéis. Como Instituição milenar e instância produtora de sentidos, num universo simbólico cada vez mais competitivo e no mundo cada vez mais pluralista e secularizado, a Instituição necessita de uma comunicação mais eficiente, mais presente, que nasça no interior da comunidade e que contribua para que esta cumpra seu papel social e sua razão de ser, na promoção do diálogo interreligioso. Este trabalho tem por objetivo apresentar os primeiros resultados do novo produto de comunicação desenvolvido para a Diocese de Bauru, lançado em outubro de 2010. A revista informativa denominada “Conversa”, com edições bimestrais, foi desenvolvida ao longo de dois anos de projeto, em parceria com a Pastoral da Comunicação Diocesana e o bispado, com o objetivo de agregar a comunicação já existente entre a diocese e a comunidade local. O objetivo inicial da criação da Conversa foi contribuir para uma melhoria e ampliação da comunicação religiosa, na tentativa do diálogo interreligioso. Para tanto, busca a colaboração de padres, leigos, professores universitários, profissionais de diferentes áreas e representantes da sociedade, para produção dos conteúdos, como proposta de ampliar o diálogo interno e externo da Igreja, qualificando ainda mais o processo de comunicação atual da diocese. Como metodologia, utilizou-se a pesquisa bibliográfica, principalmente no que se refere à fundamentação acerca das práticas jornalísticas e da comunicação religiosa. Além da pesquisa documental que buscou nos principais documentos publicados pela Igreja Católica, analisar como a comunicação vem sendo pensada e executada. Especificamente no que diz respeito ao conteúdo e formato da revista, foram utilizados critérios propostos pela prática jornalística e com base em Instruções Pastorais e Decretos da Igreja Católica (Communio et Progressio e Inter Mirifica). Como resultado desta pesquisa, apresentou-se a Revista Conversa, como um desafio lançado para a Igreja Católica de Bauru e para os que desejam fazer comunicação III Jornada Multidisciplinar “Futebol, comunicação e cultura”, 2011 – Caderno de Resumos

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diferenciada, evangelizadora e, sobretudo, profissional. A execução de novos produtos de comunicação social na Igreja, e especificamente na Diocese de Bauru nos meios sociais, tão defendida pela Igreja exige, no entanto, a competência profissional a exemplo deste projeto, abertura a temáticas e fontes mais ousadas e o exercício do diálogo mais efetivo, ainda que isso implique num certo confronto.

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NOVAS TECNOLOGIAS E A WEB 2.0: MEDIADORAS DA DIVULGAÇÃO DO PROCESSO DE INCLUSÃO DIGITAL? TATIANA DE CARVALHO DUARTE [email protected] Graduada em Comunicação Social - Jornalismo - Unesp - FAAC

Palavras-chave: Novas tecnologias; Web 2.0; Inclusão digital; Políticas públicas.

Vivemos um período técnico-científico que se distingue dos anteriores pela profunda interação da ciência e da técnica a fim de ampliar o alcance comercial do capitalismo. As novas tecnologias da comunicação e da informação (NTCI`s) e a WEB 2.0 surgem nesse contexto. Porém, em meio ao processo de inclusão digital, o Brasil depara-se em um crescente paradoxo: simultaneamente ao aparecimento de novas formas de participação e promoção, o país continua a apresentar altos índices de exclusão digital. A multiplicidade imediata de culturas constitui fator determinante a medida que deflagra-se com a alta variabilidade de povos, relações socioeconômicas e faixas etárias. Fatores que influenciam diretamente nas formas de absorção de conteúdo e informação pelas pessoas. Assim, as iniciativas públicas, para garantir o acesso às tecnologias, demandam a utilização das mais diversas mídias que divulguem o processo de inclusão. Na visão de que, com a evolução da sociedade, a forma de obtenção de conteúdo também evolui, temos a demanda de novas formas de publicidade adequadas e que atinjam ao público de forma mais efetiva. As novas tecnologias surgem, portanto para favorecer a tendência da difusão. E o conteúdo comunicacional se torna sujeito a esse contexto, por meio da digitalização e da comunicação em redes (mediada ou não por computadores) para a captação, transmissão e distribuição das informações. Assim, através de revisão bibliográfica, da análise de redes sociais e da aplicação de questionários on-line, levantamos a discussão sobre qual seria a melhor forma de divulgar as políticas públicas de inclusão digital. A proposta desse artigo é, portanto, analisar se o advento da web 2.0 seria a abertura para que a inclusão digital fosse difundida. Além de demonstrar como as próprias novas tecnologias podem ser mediadoras desse processo de inclusão digital em torno das mais variadas identidades populacionais brasileiras.

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NÚCLEO ARTÍSTICO – RÁDIO UNESP VIRTUAL PAULA CRISTINA DOS REIS COSTA [email protected] Graduanda - Comunicação Social – Radialismo - Unesp - FAAC

Palavras-chave: Produção artística; Web-rádio; Comunicação.

O Núcleo de Produção artística da Rádio UNESP Virtual existe desde 2004. O projeto articula as disciplinas teórico-práticas do curso de Radialismo. A produção contínua dos programas permite que os alunos participantes exercitem suas práticas profissionais e conheçam mais sobre a produção de um programa radiofônico em todos os seus aspectos dentro de uma emissora – desde a organização de reuniões até a veiculação do produto final, passando por pesquisa e produção de roteiro. Cada programa é acompanhado e analisado semanalmente pelos diretores do núcleo, para assegurar a qualidade da programação e o aprendizado correto para os alunos envolvidos na produção. Atualmente o Núcleo Artístico da Web-Rádio UNESP Virtual possui 17 programas. O núcleo abrange projetos diversificados de cunho experimental como nossa rádio-novela "Murder", popular como o programa semanal de fofoca “Venenosa no Ar”, de variedades onde se abordam associados a musica temas como filmes, novelas, quadrinhos e séries, como é o caso, por exemplo, do "Filmusicário", "Momento Nerd", "Vale a pena ouvir de novo", programas culturais como "Passageiro Vip", programas que exploram o dia a dia na universidade como o "Viva La Faac", e por fim contamos com os clássicos programas que falam sobre música, das mais criativas e diversas maneiras, como o "Diacronia Musical", "Obituário", "On the rock". Toda essa programação, rica em conteúdo e dinamismo, agrega cerca de sete horas de programação inédita semanal, atividade multidisciplinar que envolve mais de sessenta alunos dos cursos de Radialismo, Jornalismo e Relações Públicas. A criação de novos meios e formas de comunicação em um mercado alimentado pela internet e pela digitalização dos veículos e tecnologias de informação colocam novas exigências para formação e exercício profissional de jornalistas, radialistas e relações públicas. Desenvolver projetos de extensão articulados ao ensino e pesquisa é fundamental para agregar aos Cursos da FAAC/UNESP novos conhecimentos, métodos, parâmetros profissionais e novas possibilidades tecnológicas e comunicativas.

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NÚCLEO DE JORNALISMO DA RÁDIO UNESP VIRTUAL: UMA EXPERIÊNCIA PRÁTICA MIRELE CAROLINA RIBEIRO CORRÊA [email protected] Graduanda - Comunicação Social - Jornalismo - Unesp - FAAC

Palavras-chave: Produção Jornalística; Webrádio; Redação multimídia; Extensão. O Núcleo de Jornalismo da web-rádio “Unesp Virtual” conta com cerca de 100 alunos e apresenta 16 programas, abrangendo vários formatos de produção radiofônica, como rádio jornal, documentário, revista radiofônica, boletim e debate; e também diferentes abordagens: política, economia, esportes, cultura, cotidiano, saúde, cinema, moda e outros. O atual desafio do projeto é atender a demanda do mercado de trabalho quanto ao tipo de profissional que atende às redações de Rádio em um contexto de divergências midiáticas, para atingi-lo o Núcleo de Jornalismo trabalha não só com a produção radiofônica, disponível em www.radiovirtual.unesp.br, mas também com a produção multimidiática a partir do portal www.mundodigital.unesp.br/jornal que reúne reportagens produzidas e disponíveis nos blogs, instrumento que agrega todos os programas. Os projetos de extensão, de uma maneira geral, permitem aos alunos a prática da profissão de maneira a acrescentar conhecimento, no caso específico do curso de Comunicação Social: Jornalismo; a importância da extensão se dá na necessidade do aluno não aprender apenas o que é ser jornalista, mas também o que é ser profissional, trabalhando em equipe e enfrentando os desafios do dia a dia. Acreditamos que o Núcleo de Jornalismo da Rádio Unesp Virtual cumpre seu papel ao propiciar aos alunos um ensino multidisciplinar, aliando as técnicas do jornalismo às noções básicas de operação de áudio, manipulação de softwares de edição e redação multimídia, permitindo a interação entre os alunos dos cursos de comunicação da faculdade. Além disso, o participante do Núcleo de Jornalismo utiliza o projeto como laboratório para aperfeiçoar as técnicas radiofônicas convencionais, entrar em contato com as novas técnicas do jornalismo em web-rádio e ter experiência na produção jornalística. Trabalhando em uma via de mão dupla (equipes-ouvintes) o desafio diário, e também resultado já obtido pelo projeto, é alcançar às expectativas e ao mesmo tempo buscar a maior qualidade de nosso trabalho, buscando ferramentas atuais, como a utilização da internet de maneira a aperfeiçoar nosso trabalho, permitir não só o aprendizado e prática da técnica redacional para rádio, mas também para a web e também buscando a integração dos meios.

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O CINEMA EXPERIMENTAL DE MATTHIAS MÜLLER CRISTIANE SABINO VIANNA DE OLIVEIRA [email protected] Graduada em Comunicação Social -Unesp -FAAC

Palavras-chave: Cinema; Experimental; Alemão; Müller.

O objetivo da pesquisa é a análise dos filmes do realizador alemão Matthias Müller.Cinema Experimental é um termo que engloba uma série de gêneros. Podemos dizer que a produção do que se classifica como experimental, inicia-se com as vanguardas artísticas do século XX. Nasce como fruto das artes plásticas, ou seja, de artistas que utilizavam o filme como suporte para suas criações. Assim, é comum encontrarmos os chamados meta-filmes, ou seja, filmes em que a preocupação está na exploração do próprio celulóide. A Alemanha é um país que se destaca nesse movimento e um de seus principais representantes é Matthias Müller, diretor que utiliza muito a técnica do found footage, isto é, o trabalho com materias encontrados, pedaços de películas que são usados para compor suas obras. Artista de grande sensibilidade, despontou nos anos 90 e, desde então, vem acumulando prêmios em festivais e apresenta uma produção que merece ser divulgada e estudada. Essa pesquisa pretende analisar sua obra, considerando suas influências, inspirações, citações, a construção de seu discurso cinematográfico, revelando sua poiesis, ao mesmo tempo em que aborda o filme como objeto transacional de jogo. Para tal, o embasamento teórico abrange aspectos estruturais, semióticos, análise do discurso, teoria dos jogos e análise transacional.

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O FUTEBOL COMO EXPRESSÃO DOS DIREITOS HUMANOS LORIZA LACERDA DE ALMEIDA [email protected] Professora Doutora -Unesp -FAAC

Palavras-chave: Socialização; Juventude; Futebol.

Para compreender melhor o significado do futebol no Brasil, é necessário buscar suas raízes. Em uma breve imersão na história, verificamos que os grandes espetáculos e a fama sempre atraíram a humanidade, especialmente porque explicitam força e coragem. Por volta de 3000 A.C., há relatos de uma modalidade parecida com futebol entre militares chineses: depois das guerras, como modo de celebração, eles formavam equipes para chutar cabeças decepadas de soldados inimigos. No Japão, um pouco mais tarde, surge o jogo com oito jogadores para cada lado, usando redes feitas de fibra de bambu. Já no século I A.C. foi a vez dos gregos de Esparta. A violência era a regra também na idade média, conta a história que se juntavam 27 militares de cada lado e eram permitidos socos, pontapés e rasteiras. A disputa em arenas públicas cativa a atenção: a história do Coliseu é ilustrativa, Durante séculos, a grande a movimentação pelas lutas e embates que ali se vivenciou tomava a competitividade e a coragem como os motes do sucesso. Nesta perspectiva, as atividades que movimentam as grandes massas são aquelas que, em sua química interna possuem pitadas de suor, sangue e uma certa feracidade, que estimula a competição, criando a possibilidade de demonstrar forças e competências individuais. Na Inglaterra, mãe do futebol, o rei Eduardo II, assustado com a agressividade, proibiu a brincadeira em 1314, que renasceria entre os nobres, agora sem pancadaria – era o início de sua civilização. Efeitos no Brasil: O regime militar brasileiro usou o futebol, nos anos 70/80, manobrando a interpretação da realidade daquele período, uma das estratégias utilizadas foi usar o futebol como esporte de massa especialmente na copa de 70, construindo referências coletivas, de modo que parecesse haver na população um eixo articulado de felicidade e desenvolvimento do país. Atualmente a discussão é de outra natureza, muitos veem no futebol e nas pessoas que o praticam com sucesso, uma referência de comportamento e de vida. O processo de socialização humana possui muitas entradas e interfaces, de forma que os valores que são apreendidos e inculcados durante nosso desenvolvimento, provêm de fontes nem sempre claramente conhecidas. Podemos, de forma genérica, apontar para a televisão e seus astros, para o cinema e seus personagens, para os grandes da história que III Jornada Multidisciplinar “Futebol, comunicação e cultura”, 2011 – Caderno de Resumos

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estão nos livros, mas certamente os ídolos do esporte de massas, hábeis e sorridentes, que por suposto se deram bem e ficaram ricos, invadem a fantasia e modelam comportamentos, conforme aponta Roberto da Matta. Estes ícones de sucesso, tão badalados pela mídia em geral e pela TV em particular podem se transformar em referências, sendo homens e mulheres de boa índole e detentores de valores morais e éticos, podem contribuir para modelar um desenvolvimento sócio-cultural rico e qualitativo. Há muitas figuras públicas do futebol que inspiram a garotada a buscar mais disciplina e, aguerridos saem em busca do sonho de ser feliz e famoso. Assim, o futebol pode se transformar em uma manifestação de lazer e sociabilidade, contribuindo na defesa dos direitos humanos, favorecendo a ascensão social e a superação do racismo.

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O FUTEBOL FEMININO FRENTE AO DISCURSO MACHISTA MATHEUS SEIJI BAZAGLIA KURODA [email protected] Graduando - Letras - Universidade do Sagrado Coração - Bauru

Palavras-chave: Futebol; Comunicação; Discurso; Sociedade; Machismo.

Este trabalho, desenvolvido por meio de pesquisas bibliográfica, pretende investigar o discurso midiático em relação ao futebol feminino, exacerbando a questão cultural, históricosocial e ideológico na construção do preconceito sexual. Frente a uma realidade eminentemente machista, percebe-se que, por mais que a sociedade pareça igualitária, a mulher continua ocupando uma posição submissa. No futebol não é diferente. Como afirma Costa (2005), o esporte tem uma capacidade impressionante de sublinhar os valores da sociedade e até a lógica daqueles que governam, podendo chegar a uma teoria social, alcançando a sociologia. Logo, considera-se o futebol como um meio sócio-cultural. Justamente por refletir a vida e ser mimese da realidade, foi criado, de modo imediato, pelos discursos midiáticos, em todos os canais de comunicação, o lema “Futebol é coisa para macho”, ou seja, a mulher é considerada inapta a praticar tal esporte. Como se não bastasse, com a comunicação de massa e promulgação dessa nova cultura massificada, foram criados, embora fiquem às escondidas, outros paradigmas ainda mais complicados. Ao analisar um corpus de locutores e de comentaristas esportivos, percebe-se que, por meio de determinados termos e expressões, a mulher é vista como um objeto da sociedade, da qual deve subserviência eterna ao homem. Assim, no futebol feminino, um bom jogo não é aquele no qual as jogadoras se destacam pela técnica e por suas habilidades com os pés, mas sim, aquele em que as atletas têm boa aparência e um bom porte físico, de acordo com as tendências atuais. Desse modo, elas não são lembradas pelas suas conquistas, mas por seus trajes, pelo jeito que amarram o cabelo e pela maneira como se vestem.

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O FUTEBOL NO REGIME MILITAR BRASILEIRO (1964-1985): UMA ANÁLISE BIBLIOGRÁFICA INICIAL

RAFAEL NOGUEIRA RODRIGUES [email protected] Licenciatura em Educação Física - Unesp - Faculdade de Ciências

JEAN FABIANO MARCATO LAMANA Licenciatura em Educação Física Unesp - Faculdade de Ciências

PEDRO LUCAS DOS SANTOS PÊGO Licenciatura em Educação Física Unesp - Faculdade de Ciências

Palavras-chave: Futebol; Regime militar; Bibliografia. Nos anos do Regime Militar no Brasil (1964-1985), segundo literatura estudada, o futebol foi usado como meio político pelo Estado naqueles anos, enfatizando o uso deste esporte como propaganda positiva para o seu governo, alienando a população e afastando-a de questões políticas para a contestação do regime. Nesse sentido, objetivou-se, na presente pesquisa, analisar a bibliografia referente ao período citado, especialmente no que concerne ao contexto político, social e cultural do futebol nos anos da Ditadura Militar. Trata-se de pesquisa de natureza qualitativa, em que se realizou pesquisa e análise bibliográfica de livros, artigos, documentários e revistas referentes à ditadura militar, o futebol no contexto sócio político nesse período histórico com o intuito de colocar o pesquisador em contato com a produção da literatura referente à temática em questão. Conforme a literatura analisada, constatou-se que o Futebol, foi utilizado pelas lideranças políticas como forma de alienar a população quanto a questões políticas do momento e que o futebol foi utilizado como Propagando Nacionalista com o objetivo de divulgar a nação. O então presidente Médici apresentado como “homem do povo” se dizia “apaixonado por futebol” daí surgem bordões como “Ninguém segura esse pais” ou “Brasil, ame-o ou deixe-o”. Também verificou-se que o Futebol neste período foi utilizado como uma política semelhante à utilizada na Roma antiga denominada “Pão e Circo”, enquanto a população era entretida pelo belo futebol apresentado pela Seleção liderada por Pelé e companhia, as manobras políticas ficavam camufladas diante do futebol-arte, campeão do Mundo apresentado pela seleção de Zagallo. Conclui-se, conforme os autores estudados, que o Futebol foi utilizado como meio de propaganda política com o objetivo de desviar as atenções de um conturbado momento para o país para dentro das quatro linhas, e aproveitar o esplendoroso futebol apresentado pela seleção canarinho para realizar uma propaganda nacionalista, pró governamentalista e próditadorial. III Jornada Multidisciplinar “Futebol, comunicação e cultura”, 2011 – Caderno de Resumos

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O INÍCIO DA TELENOVELA NO BRASIL RAFAELA CALADO BORTOLETTO [email protected] Graduanda em Comunicação Social - Jornalismo - Unesp - FAAC

Palavras-chave: Audiovisual; Telenovela; Brasil.

A telenovela surge no Brasil como uma herança do rádio, no entanto, diferente do que acontece em outros países latino-americanos, que investem no melodrama, ela tem seu foco inicial nas adaptações de obras estrangeiras. Isso porque, a princípio, nos primórdios da televisão brasileira, o teleteatro era o principal produto, por conta de uma elitização desse meio de comunicação, e pelo desejo de alguns profissionais de aproximá-lo do Cinema. A telenovela firma-se como produto audiovisual nas décadas de 60 e 70, em conseqüência da popularização dos aparelhos televisores. Junto a isso, há uma melhoria no sistema de comunicações e surge também o videotape. Na década de 60 surge a TV Excelsior, que revolucionou a televisão no âmbito empresarial, além de introduzir a telenovela diária no país, reestruturando a forma como esse formato era assistido. Com a telenovela diária, e a entrada de patrocínio das grandes multinacionais como Colgate-Palmolive, a telenovela passa por um período de popularização e conquista de audiência, ultrapassando o teleteatro e firmando-se como principal produto dessa nova indústria. A telenovela ao consolidar-se no mercado, muda a sua orientação, passa a ser movida pela esfera do melodrama, que faz sucesso em outros países latinos, no entanto, no caso brasileiro, ela se esforça para manter uma identidade nacional, o que pode ser visto nas falas, no figurino e cenário. Durantes anos, ela passou por um período de experimentação até chegar hoje no padrão estabelecido pela Rede Globo, duração de 6 a 9 meses e três faixas de horário fixas: 18h, 19h e 20h (21h). É importante o reconhecimento desse produto audiovisual na indústria televisiva brasileira, fato evidenciado na pesquisa dos estudos de autores como Renato Ortiz, Silvia Helena Simões Borelli e José Mário Ortiz Ramos. Nessa pesquisa comprovamos a importância desse produto na nossa televisão e como ele se estruturou ao longo dos anos, bem como quais foram as telenovelas divisoras de água como Beto Rockefeller, Irmãos Coragem e Pantanal.

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O JEITINHO BRASILEIRO: FUTEBOL E ECONOMIA CRIATIVA FERRAMENTAS DE TRANSFORMAÇÃO SOCIAL

COMO

JULIANA SANTOS [email protected] Graduanda - Comunicação Social - Jornalismo - Unesp - FAAC

VITOR SOARES TORRES [email protected] Graduando - Comunicação Social - Jornalismo - Unesp - FAAC

LUIZ FERNANDO DE ARAÚJO VALIM Graduando - Comunicação Social - Jornalismo - Unesp - FAAC

Palavras-chave: Economia; Criatividade; Futebol; Desenvolvimento social.

O que mais encanta o mundo no futebol brasileiro é sua ginga, sua criatividade e capacidade de inovação. O “jeitinho brasileiro” de jogar é responsável pela criação de verdadeiros mitos no futebol e vai muito além dos estádios. A capacidade de inovação do povo brasileiro aliada à força cultural do futebol no Brasil tem potencial de criar uma força motriz para geração de verdadeiros polos econômicos e de geração e qualidade de vida em comunidades onde, na maioria das vezes, os investimentos em educação e cultura são nulos. Assim, discutiremos como o “jeitinho brasileiro”, por meio das teorias da economia criativa, pode reformular a estrutura dos centros urbanos degradados, utilizando o conceito de cidades criativas, durante os eventos esportivos sediados no Brasil nos próximos anos (com foco na Copa de 2014). Analisaremos dados relacionados à economia criativa e levantamentos em relação ao futebol nos últimos anos para discutir possibilidades de inserção social e melhora de qualidade de vida. Utilizaremos como base a compilação de artigos feitos pelo Itaú Cultural (organizado por REIS, Ana Carla Fonseca, 2008) e os textos feitos por Edna dos Santos-Duisenberg. Análises feitas pelo UNCTAD (Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento) e levantamentos feitos seguindo as teorias britânicas de economia criativa e suas repercussões ao longo da última década entre teóricos.

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O JOGO ENTRE LUZ E SOMBRA NA PRODUÇÃO DE SENTIDO DE FOTOGRAFIAS DA MAGNUM IN MOTION ERICA CRISTINA DE SOUZA FRANZON [email protected] Mestre em Comunicação Social - Jornalismo - Unesp - FAAC

Palavras-chave: Fotojornalismo; Luz e sombra; Magnum In Motion; Produção de sentido.

O interesse deste estudo é analisar de que forma a presença e atuação de luz e sombra (áreas iluminadas e áreas em penumbra ou totalmente escuras) nas fotografias jornalísticas configuram-se como eixos de produção de sentido capazes de resgatar simbologias arcaicas e, ao mesmo tempo, responder a determinadas estratégias de composição de imagens. Dessa forma, procurou-se descrever o papel da imagem, suas intencionalidades, as possibilidades de leitura e as estratégias discursivas das fotografias da Agência Magnum (www.magnuminmotion.com), na seção In Motion, na série Access to Life (2008), realizada por oito fotojornalistas com 30 soropositivos em nove países, quatro meses antes e depois de iniciarem o tratamento com o antirretroviral para a Aids. Este trabalho reúne imagens com intensa presença de luz e sombra, resultando em importantes instrumentos de significação, o que contempla o aporte teórico ancorado na Semiótica da Cultura e Teoria da Mídia, cujos estudos podem servir para investigar os fenômenos produzidos pela fotografia, suas intencionalidades, estratégias discursivas, por meio da análise da superfície da imagem, com o intuito de descobrir estruturas de sentido mais profundo. As ideias aqui articuladas são resultantes da leitura de teóricos como Aby Walburg, Hans Belting, Dietmar Kamper, Ivan Bystrina, Harry Pross, Vilém Flusser e de Norval Baitello Júnior. Eles entendem a imagem como ponto fundamental da cultura humana, uma vez que é a partir da produção desta cultura que os homens se diferem dos outros animais por meio da imaginação e criação de textos culturais. A proposta é realizar uma pesquisa qualitativa, um estudo descritivo-dedutivo que, na primeira fase de análise, pretende investigar os aspectos de luz e sombra. Neste sentido, mais do que fazer uma análise geral, o que se pretende é descobrir novas relações entre os elementos constitutivos da fotografia, compreendendo melhor as intenções vinculadas, as estratégias inerentes ao texto imagético, evidenciando a edição e a produção de sentido como fruto da própria estrutura da imagem e não simplesmente de técnicas de composição.

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O MEIO REVISTA COMO FERRAMENTA DA COMUNICAÇÃO INSTITUCIONAL BRUNA SILVESTRE INNOCENTI GIORGI [email protected] Graduanda - Comunicação Social – Jornalismo - Unesp - FAAC

LUCILENE DOS SANTOS GONZALES [email protected] Professora Doutora -Unesp -FAAC

Palavras-chave: Comunicação Institucional; Propaganda institucional; Revista institucional; Unesp; Jornalismo de revista.

Além de existir pouco material teórico sobre revista institucional, o objetivo maior desta pesquisa é levar informações, conhecimentos e serviços gerados pela Unesp à população mais carente de Bauru. A pesquisa partiu do princípio de fortalecer a imagem da Unesp como instituição pública, ampliando a atuação da Agência PropagAção e do Minuto Consciente – projetos experimentais que existem desde 2007 na FAAC. A pesquisa de Iniciação Científica financiada pela Fapesp desde setembro de 2010, é pautada pela Metodologia exploratória, ou seja, há primeiro um estudo teórico do assunto para depois ser colocado na prática a fomentação de uma revista institucional da Agência PropagAção. O meio impresso foi pensado como estratégia da ampliação da Comunicação Organizacional e Institucional do Minuto Consciente e da Agência PropagAção. Para isso, é necessário refletirmos sobre a Comunicação Organizacional, dando enfâse à Comunicação Institucional e

Propaganda Institucional. Desse modo, os autores: GRACIOSO, KUNSCH, REGO e

PINHO formam a base teórica da presente pesquisa. Como está em fase de conclusão, o resultado esperado da formulação da revista é: aproximar a comunidade da universidade e, assim, construir uma sociedade mais positiva e atuante em seus direitos.

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O MITO DA CAVERNA E AS MARCAS NA LITERATURA: UM PARALELO ENTRE A ODISSÉIA E OS LUSÍADAS MARIA ANGÉLICA SEABRA RODRIGUES MARTINS [email protected] Professora Doutora - Unesp - FAAC

Palavras-chave: Mito da caverna; Literatura comparada; Herói clássico; Renascimento.

A literatura é pródiga em abordar o afastamento do indivíduo de seu local de origem, motivando-o a experiências transformadoras que lhe permitem retornar renovado, para que possa transmitir suas experiências aos conterrâneos. O mito da caverna platônico surge tanto nos clássicos da Antiguidade, quanto em temáticas mais modernas, seja na literatura ou no cinema. Neste artigo, será feita uma abordagem dessa alegoria, analisando, com base no mito da caverna de Platão, na literatura comparada e nas correntes estruturalistas que estudaram o dialogismo e a intertextualidade, como foram retomados elementos marcantes de textos conhecidos, aos quais se conferiu novo efeito de sentido, na recriação de novos motivos. A partir do mito platônico será analisado o afastamento de Ulisses em A Odisséia de Homero e a partida dos portugueses liderados por Vasco da Gama, em Os Lusíadas, de Camões, e seu retorno ao local de origem, bem como os processos por que passaram os heróis em ambas as epopéias e suas reações finais face aos novos contextos. O presente trabalho é resultado de estudos desenvolvidos durante os anos de 2009-2010 no GEPLLE (Grupo de Estudos em Linguística, Literatura e Educação), em que foi enfocado o estudo do mito em suas diferentes vertentes, desde o formalismo russo, com a Morfologia do Conto Maravilhoso e as funções dos personagens desenvolvidas por Vladimir Propp, até os estudos estruturalistas de Lévi-Strauss e, modernamente, com o enfoque dado por Campbell e Volker para a construção do herói. Neste trabalho procura-se enfocar, além dessas questões, também o dialogismo e a intertextualidade propostos por Bakhtin e por Julia Kristeva, na construção do texto-discurso literário.

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O PÚBLICO NA TELEVISÃO : DA PLATÉIA AO REALITY SHOW DÉBORA DOS SANTOS DE GRANDE [email protected] Graduanda em Comunicação Social - Radialismo - Unesp - FAAC

Palavras-chave: Televisão; Público; Interatividade.

Essa pesquisa foi feita para mostrar a evolução da participação e influência do público sobre o conteúdo da televisão brasileira. A televisão chegou ao Brasil no ano de 1950, os profissionais que trabalhavam nela eram oriundos tanto do teatro consagrado quanto do rádio. Durante sua primeira década, a televisão era elitizada e o seu conteúdo mostrava isso: eram transmitidas óperas, cinemas e teleteatro, feitos pelos artistas do teatro e do cinema consagrado nacional.

Na década seguinte, o aparelho televisivo começa a se

popularizar no país, a partir daí o publico começou a interagir com a programação por meio de cartas e ligações, suas histórias passam a ser retratadas nas telenovelas que vão ganhando a simpatia da audiência e, nessa década, ganham destaque os festivais de música que levavam multidões para assistir os shows e os programas de auditórios. Nesse momento, o público participava como platéia ou competidor nas gincanas dos programas. Nos anos 70, pouca coisa mudou em relação à participação do público; já nos anos 80, com o final da censura, começa o famoso “jornalismo cão”, mostrando de forma sensacionalista as histórias populares na televisão. Nos anos 90, a novidade em programas com participação do público é o programa Você Decide, no qual o público decidia o final da história apresentada, uma forma de interatividade nova do público com a televisão. Mas o auge da participação do público na televisão ocorre no começo dos anos 2000 com os Reality Shows, no caso do Brasil, o mais popular é o Big Brother Brasil da Rede Globo. Nesse formato, o público rompe a barreira entre personagens e telespectadores: pessoas comuns são os personagens do jogo e decidem o fim do jogo, apesar da emissora ainda direcionar essas decisões na edição e em supostas fraudes.

Essa é uma pesquisa

bibliografia e videográfica; utilizamos os autores que retratam a historia da televisão brasileira como Borelli, Ortiz e Machado e o autor brasileiro sobre interatividade Alex Primo.

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O RELAÇÕES PÚBLICAS ENTRE A IRONIA DAS COMÉDIAS E A REALIDADE DAS ORGANIZAÇÕES CLÓVIS APARECIDO MOSCARDINI JÚNIOR [email protected] Graduando - Comunicação Social – Jornalismo - Unesp - FAAC

CHRISTIANE DELMONDES VERSUTI [email protected] Graduanda - Comunicação Social – Jornalismo Unesp - FAAC

Palavras-chave: Humor; Ironia; Semiótica; Relações públicas; Storytelling.

Este artigo busca apresentar uma visão da ironia que está presente na comédia e no humor, desde as suas estruturações até os seus mecanismos de funcionamento, notadamente as homonímias e as bissociações, bem como o modo pela qual podemos entender a ironia como uma ferramenta de caráter suavizador de nossos temores existenciais e capacidade de expressar alegrias ou mesmo demonstrar nossa agressividade. O humor ainda nos permite entender a realidade das organizações, notadamente em seu aspecto burocrático e modo com o qual vem dificultando as novas realizações empreendedoras. Para direcionar a discussão, foi analisado o episódio “burocracia” da série humorística “Junto e Misturado” veiculada pela Rede Globo. Tal episódio foi escolinho pelo fato de seu gênero ser uma crônica do cotidiano e retratar uma repartição pública, mesmo que de modo caricaturizado, passível de problemas e dilemas que afetam diretamente o desenvolvimento das organizações. Entende-se que um dos mecanismos mais básicos e complexos do humor está centrado na bissociação, ou seja, utiliza-se destes recursos nos textos humorísticos a fim de ativar e permitir dois mundos textuais. O texto torna-se então compatível com dois sentidos, e certamente trabalhará basicamente com mais de uma possibilidade de leitura, de seqüências lingüísticas e buscará sempre surpreender o seu receptor com as possibilidades não percebidas, pois o condicionamento discursivo que privilegiam para certos textos e contextos, uma situação imediata de comunicação e contexto, uma determinada leitura. Neste contexto, tomando a semiótica como instrumento de análise, é possível envolver o relações-públicas no enfrentamento deste modo burocrático para a realização da comunicação, haja vista todo o processo de significação aliado neste caso, trazendo à discussão as reflexões propostas por Charles S. Peirce.

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O VALOR DA NOSSA CAMISA: PRÁTICAS DE CONSUMO E IDENTIFICAÇÃO COLETIVA ENTRE MEMBROS DE UMA TORCIDA ORGANIZADA GABRIEL MOREIRA MONTEIRO BOCCHI [email protected] Graduando - Ciências Sociais - Unesp - Marilia

ANTÔNIO MENDES DA COSTA BRAGA Graduando - Ciências Sociais - Unesp - Marilia -

Palavras-chave: organizados.

Consumo;

Futebol;

Identificação;

Marketing;

Rituais;

Torcedores

A presente pesquisa vem sendo realizada no Grêmio Escola de Samba Estopim da Fiel Torcida, vinculado ao Sport Club Corinthians Paulista, localizado no município de Diadema, SP. A obtenção dos dados se dá a partir de técnicas qualitativas, como observação participante (na sede da torcida e no acompanhamento em dias de jogos do Corinthians) e entrevistas (abertas e semi-abertas) com membros da torcida. Tais entrevistas são realizadas partindo-se de divisão desta população em torcedores membros da diretoria, demais torcedores associados ao Estopim, e torcedores do Corinthians não associados à torcida consumindo produtos desta. Um dos objetivos é analisar a presença de aspectos rituais nos processos de produção, publicidade e comercialização dos produtos vendidos na sede da torcida. A comercialização destes produtos se desenvolve por meio de ações de publicidade e marketing, realizadas pelos próprios membros da torcida, entre demais associados e não associados, no cotidiano da mesma. Compreende-se aqui que tais produtos são peças e serviços de consumo individual, que carregam em si símbolos, lemas e imagens, dotados de significados e representativos de um coletivo e dos indivíduos que os compõem. Configurando, assim, uma estrutura social total, em que valores e ações sociais são compartilhados através de práticas de consumo específico na loja da torcida. Entendese que as estratégias de marketing desenvolvidas para esses produtos se baseiam, justamente, nos valores compactuados entre os membros da torcida. Desta forma, a pesquisa visa compreender as representações manifestadas nestas peças, tomando-as como leituras do cotidiano deste coletivo por aqueles que o compõe. A metodologia desta pesquisa segue caráter etnográfico, posterior às leituras, com pesquisa de campo baseada em observações participantes, e outras técnicas de pesquisa. Como primeiros resultados, tem-se a compreensão de que, para além da produção, e consumo de camisetas e bonés, bandeiras e faixas, estes próprios são peças publicitárias.

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OBSERVATÓRIO DO ESPORTE NOS ESPORTES REGIONAIS RODRIGO TURATI PESSOA [email protected] Graduando em Comunicação Social - Jornalismo - Unesp - FAAC

MARCOS AMÉRICO [email protected] Professor Doutor - Unesp - FAAC

Palavras-chave: Observatório; Esportes; Regionais.

O programa “Observatório do Esporte” veiculado pela Rádio Unesp FM, da cidade de Bauru, tem como objetivo mostrar e analisar o esporte como algo que ultrapassa os limites das quatro linhas. O “Observatório do Esporte” não toma como objetivo analisar o esporte em limites geográficos, ou esportes de alto escalão, mas sim, tudo que é compreendido como. No ano de 2011, o programa “Observatório do Esporte” vem retratando o esporte regional de Bauru como um de seus temas. Na edição 35 do programa, um dos temas retratados foi do time de futsal da cidade que disputa a primeira divisão do campeonato estadual. O programa se preocupa em mostrar a situação do clube, e, além disso, divulgar o esporte para quem ainda não tem o conhecimento na cidade. A abordagem é feita para que o ouvinte fique situado com a circunstância em que a equipe se encontra. E também, o debate após a notícia para o melhor entendimento do ouvinte ilustra a situação do esporte regional. Outro caso do esporte regional abordado no “Observatório do Esporte” é a situação do Pólo Aquático vivido na cidade de Bauru. O programa não se preocupa somente em demonstrar resultados e debatê-los, como é de costume na maioria dos veículos de comunicação, mas sim mostrar resultados e o projeto que o esporte vive na cidade. Como, por exemplo, o “Projeto Futuro”, que além de resultar em bons atletas para a modalidade, também tem um grande projeto de resgatar crianças carentes para a educação e o esporte. Além desses dois esportes, o “Observatório do Esporte” também abordou a situação do Beisebol praticado na cidade de Botucatu. O programa divulgou a situação em que o esporte se encontra na região, além das competições que o time abordado disputa.

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OS SÍMBOLOS ESPORTIVOS: UM ESTUDO SEMIÓTICO DAS LOGOMARCAS QUE ATUAM NO ESPORTE ADENIL ALFEU DOMINGOS [email protected] Professor Doutor - Unesp - FAAC

Palavras-chave: Semiótica; Símbolos esportivos; Significação; Empresas; Publicidade.

Este artigo tem a finalidade de fazer um estudo dos significados dos símbolos das grandes marcas que atuam no esporte. Para sobreviver, os grandes times passaram a ser empresas que ocupam largo espaço na mídia; as grandes empresas de produtos de consumo, aproveitando esse pormenor, aliaram-se a eles e passaram a estampar suas logomarcas nos uniformes desses times, como se formassem uma só família. Os times, desse modo, encontram um meio de sobreviver, ao passarem a ser o suporte de logos das grandes empresas, enquanto estas encontram neles um meio de serem vistas, por longo tempo em milhares de residências. Como souvenirs a serem dados, ou como objetos até de coleção, comprados pelos aficcionados de um desses times, os uniformes com logos neles estampados passaram a desfilar com contundência pelas ruas das cidades e estádios de futebol. O corpus desse estudo será essas logomarcas e a teoria de base, a semiótica norte-americana, que entende que todo objeto é um signo ideologicamente construído.

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PANORAMAS DA INTERATIVIDADE NO RADIOJORNALISMO ESPORTIVO EM SÃO PAULO DANIEL GOMES DO NASCIMENTO DE ARAÚJO [email protected] Pós Graduação/ Especialização em Jornalismo Esportivo e Negócios do Esporte - CPPG - FMU

Palavras-chave: Futebol; Radiojornalismo esportivo; Interatividade; Mídia social; Twitter.

A pesquisa, já finalizada, diagnosticou as maneiras pelas quais três emissoras rádios de São Paulo veicularam, ao longo das transmissões de jogos de futebol, as mensagens que receberam dos ouvintes por meio de fóruns online, e-mails, SMS por celular e Twitter. Com base nas transmissões das partidas Corinthians e Palmeiras, na Transamérica-Record; Palmeiras e São Paulo, na Central Brasileira de Notícias (CBN); e Palmeiras e Goiás, na Eldorado-ESPN (atual Estadão ESPN), todas realizadas em 2010. A Análise teve como objetivo verificar se a rotina de enunciação das mensagens possibilitou a interação efetiva do ouvinte – ou seja, a mensagem por ele produzida e enviada constituiu parte do conteúdo enunciado e alterou, ainda que sutilmente, o expediente padrão das transmissões – ou mais se aproximou de um registro de audiência – com a simples citação dos nomes daqueles que entraram em contato com a rádio durante o período de jogo. Para a categorização das condutas recorreu-se às conceituações de interatividade mútua e reativa, de Alex Primo (2008), e aos subconceitos de interação de Jensen (1999) - interatividade de transmissão, de consulta, de conversação, e de registro. Para melhor embasamento das análises, também foram consultadas literaturas sobre mídias sociais, Twitter, história do radialismo esportivo e peculiaridades atuais do radiojornalismo. Ao final, chegou-se a panoramas distintos de interação: na Transamérica-Record predominou o expediente de registro de audiência, com a leitura dos nomes dos ouvintes que enviaram mensagens por SMS; na Eldorado-ESPN, a interação reativa, com respostas padronizadas dos cronistas após a leitura das mensagens recebidas por fóruns online e pelo Twitter, foi o modo de interação mais recorrente; e na CBN preponderou a interação mútua, que levou à construção cooperada do conteúdo e a troca de ideias, a partir das mensagens recebidas via Twitter. Nas três rádios não houve espaço para a leitura das interações em momentos que seriam propícios como no intervalo dos jogos e após a ocorrência de lances polêmicos e marcação de gols. As constatações fazem crer que a interação das rádios com os ouvintes ainda pode ser mais bem explorada.

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PELAS ENTRELINHAS: ESPORTE E POLÍTICIA NA FOLHA DE S. PAULO E O ESTADO DE S. PAULO LUIS PAULO ISNARD JARUSSI [email protected] Graduando em Comunicação Social: Jornalismo - Unesp - FAAC

Palavras-chave: Esporte; Política; Folha de S. Paulo; O Estado de S. Paulo.

Muito mais do que apenas exercício físico e descontração, o esporte desempenha um papel dentro da sociedade que vai além do que boa parte da população vê. Por trás do evento esportivo, existe um universo de atuações políticas que regem os rumos do esporte no Brasil, e essa atmosfera político administrativa da atividade esportiva é freqüentemente descartada pelos veículos midiáticos, que por sua vez preferem representar o esporte na sua simplicidade de prática esportiva. A proposta deste projeto é analisar as características da cobertura esportiva dos dois maiores jornais do Estado de São Paulo (Folha de S. Paulo e O Estado de S. Paulo) durante o período de um mês que antecedeu a escolha do Brasil como sede da Copa do Mundo de 2014 e da Olimpíada de 2016. Os anúncios foram feitos pela FIFA, entidade máxima do futebol, no dia 30 de outubro de 2007 enquanto o anúncio do COI, Comitê Olímpico Internacional, foi feito no dia 2 de outubro de 2009. As datas analisadas são de 30 de setembro de 2007 a 31 de outubro de 2007 para o anúncio da Copa do Mundo e de 2 de setembro de 2009 a 3 de outubro de 2009, para os Jogos Olímpicos. O objetivo é analisar a contextualização feita pelos veículos escolhidos no que diz respeito ao esporte e à política, podendo distinguir desta forma o posicionamento de cada jornal perante a administração esportiva brasileira. As metodologias empregadas serão de análise de conteúdo e análise de enquadramento, a fim de descobrir qual veículo oferece ao seu público uma gama maior de informações sobre a atuação política no âmbito esportivo.

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POLÍTICA 2.0 NO YOUTUBE: JORNALISMO CIDADÃO E A CAMPANHA ONLINE DE BARACK OBAMA

RAFAEL LEFCADITO ÁLVARES [email protected] Mestrando - Comunicação - Unesp - FAAC

Palavras-chave: Ciberativismo; Política; Eleições; Obama; Internet; YouTube.

Em 2006, durante as eleições para o Congresso americano, o YouTube e outras redes sociais registraram os primeiros sinais de ciberativismo político organizado e direcionado para a Internet. Em 2008, esse movimento se intensificou com a experiência de Barack Obama e a política passou a integrar amplamente a esfera das novas mídias digitais, possibilitando mais diálogo entre políticos e eleitores. Nesse contexto, o presente trabalho investiga, de um lado, como a sociedade americana utilizou o Youtube durante as eleições de 2008, e de outro, como se estruturou a chamada campanha online do então candidato Obama. Por meio da análise de vídeos de conteúdo político postados no YouTube durante o período eleitoral, este estudo busca explicações para o fenômeno que ficou conhecido como a primeira campanha em rede de toda história. As postulações teóricas de Manuel Castells sobre a sociedade em rede foram adotadas como referencial teórico-metodológico para investigação dos sentidos produzidos pelos produtos que constituem o corpus deste projeto.

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PROGRAMA PAPO-CABEÇA GIOVANI VIEIRA MIRANDA [email protected] Graduando - Comunicação Social – Jornalismo Unesp - FAAC

Palavras-chave: Divulgação científica; Jornalismo científico; Jornalismo literário; Meio ambiente; Sustentabilidade.

O “Papo Cabeça” é o único programa da Rádio Unesp Virtual que lida com Jornalismo Científico com abordagens literárias. Com veiculação quinzenal às segundas-feiras às 13h30min (duração de 30 minutos), o programa tem como objetivo divulgar questões relacionadas ao campo das Ciências, bem como a abrangência de questões sobre ecologia, saúde, meio ambiente, sustentabilidade, de maneira atrativa, dinâmica e envolvente. A meta é que o produto seja um diferencial no estudo/divulgação de ciência em comparação com os demais programas do gênero. A cada edição, a Ciência, vista, muitas vezes, como um assunto desinteressante e complicado, é abordada de forma a despertar maior interesse e incentive a participação do público geral, com foco nos jovens e adolescentes (daí a explicação do nome do programa). Para atingir os objetivos, a linguagem utilizada é a mais clara, objetiva e explicativa possível, a fim de aproximar o ouvinte do assunto a ser tratado. As abordagens não se limitam às universidades e/ou centros de pesquisa, mas é proposta a criação de um ambiente amplo e dinâmico, que colabore para a construção da sociedade e envolva os mais diversificados setores. Entre os quadros do programa destacam-se: “Papo no Campus” (espaço para a divulgação de projetos de pesquisa desenvolvidos nos campi da Unesp);

“In Site”

(análises de produtos da mídia, como músicas, filmes, campanhas

publicitárias nas áreas de atuação do programa); “Em Tempo” (discussão de temas ligados à História, sem perder de vista a perspectiva da ciência), “Quem foi...” (biografia de cientistas e pesquisadores que contribuíram para o estudo de Ciências, principalmente brasileiros);

“Dica

Cabeça”

(pequenas

dicas

e

reflexões

sobre

preservação,

sustentabilidade, meio ambiente e Ciências ao término de cada bloco), “Ondas Verdes” (voltado para a propagação de pesquisas e projetos na área ambiental) além de outros quadros informativos que contam com ativa participação da equipe de reportagem (composta por quatro repórteres e um editor-chefe). Além da vertente radiofônica, as matérias

veiculadas

são

analisadas

e

aprofundadas

em

um

blog

(http://paponoradio.wordpress.com/), permitindo aos repórteres e colaboradores o exercício III Jornada Multidisciplinar “Futebol, comunicação e cultura”, 2011 – Caderno de Resumos

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do jornalismo em plataformas diferentes, sendo também uma forma alternativa de levar o conteúdo ao público-alvo do projeto. O programa conta com a colaboração do Projeto Toque da Ciência (www.ciencia.inf.br), um produto de divulgação científica desenvolvido por integrantes do LECOTEC - Laboratório de Estudos em Comunicação, Tecnologia e Educação Cidadã, da Unesp, que tem como meta divulgar a ciência produzida nas instituições brasileiras.

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PROJETO DE REQUALIFICAÇÃO DO ESTÁDIO “ALFREDO DE CASTILHO” – NOROESTE – CIDADE DE BAURU BRUNA DE BRITO PRADO [email protected] Graduanda - Arquitetura e Urbanismo -Unesp - FAAC

BRUNO DE SOUZA ARRUDA [email protected] Graduando - Arquitetura e Urbanismo - Unesp - FAAC

MARCELA ZANNI SIQUEIRA [email protected] Graduanda - Arquitetura e Urbanismo - Unesp - FAAC

TALITA CRISTINA PEREIRA [email protected] Graduanda - Arquitetura e Urbanismo - Unesp - FAAC

Palavras-chave: Arquitetura esportiva; Operação urbana; Copa de 2014. A cidade de Bauru, confirmada como uma das sub-sedes da Copa do Mundo de 2014, servirá de apoio para as sedes principais e seu Estádio “Alfredo de Castilho” – Noroeste será utilizado para treinamento de seleções de futebol. Devido à dimensão do evento supracitado, a disciplina de Trabalho Projetual Integrado III, do curso de Arquitetura e Urbanismo, da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, campus de Bauru, propôs como trabalho final, a execução de um projeto urbano, paisagístico e habitacional para uma área, na cidade de Bauru, com possibilidade de aplicação de um dos instrumentos do Estatuto da Cidade, a Operação Urbana Consorciada. Seu principal objetivo é a intervenção, por meio do Poder Público Municipal e participação de proprietários, moradores, usuários permanentes e investidores privados, em áreas das cidades, primando pelas transformações urbanísticas, melhorias sociais e valorização ambiental. A área de projeto atualmente encontra-se deteriorada, situa-se às margens do Córrego da Grama e é ladeada pelos bairros Vila Falcão e Jardim Rosa Branca, abrangendo as favelas São Manuel e Vila Marise, como também o Estádio do Noroeste. O partido arquitetônico justificase pela Lógica, com as noções de encaixe da matemática e pela Filosofia como instrumento de percepção do usuário. Para o projeto de requalificação do Estádio do Noroeste o intuito foi criar uma área de permanência para torcedores e vizinhança, gerando uma grande praça na entrada principal do Estádio. A capacidade foi ampliada para 30 mil espectadores e o Centro de Treinamento, composto por alojamentos, centro esportivo, administração e hotel, foi transferido para uma área que dista aproximadamente 250 metros da quadra do Estádio. III Jornada Multidisciplinar “Futebol, comunicação e cultura”, 2011 – Caderno de Resumos

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RÁDIO UNESP VIRTUAL CAMILA HELENA FRANZONI RIBEIRO [email protected] Graduanda - Comunicação Social – Radialismo Unesp - FAAC

MAÍRA BATISTA DIOGO [email protected] Graduanda - Comunicação Social – Radialismo Unesp - FAAC

GABRIEL SILVA TEIXEIRA DIAS [email protected] Graduando - Comunicação Social – Radialismo Unesp – FAAC

Palavras-chave: Web-rádio; Projeto multidisciplinar; Ensino; Extensão.

Com a retribalização do mundo, a fase atual da evolução cultural segundo McLuhan, o processo de comunicação através de mídias globais se torna cada vez mais importante para a propagação da informação. Uma dessas mídias é a Web-Rádio, já que não se restringe ao limite de ondas de Freqüência Modulada ou Amplitude Modulada (FM e AM). A Rádio UNESP Virtual é uma Web-Rádio produzida por alunos da UNESP de Bauru dos cursos de Comunicação Social. Conta com uma diretoria e com sete núcleos, cada um com suas funções específicas. A Rádio Unesp Virtual (RUV) foi criada em 2003, sendo logo integrada ao Portal Mundo Digital, que conta com mais dois projetos e tem o intuito de integrar os alunos tanto dos cursos de comunicação, como de outros cursos em um mesmo projeto multidisciplinar. Mas, principalmente, de ser um projeto de extensão que contribuísse para os alunos se familiarizarem com o rádio, um meio de comunicação muito difundido e utilizado até hoje, e que, com isso, tivessem a oportunidade de aprender como uma rádio funciona, tanto na parte técnica como na produção e execução de programas. A web rádio conta ainda com mais de trinta programas produzidos por mais de duzentos colaboradores, todos os alunos de graduação, que integram um dos três núcleos responsáveis pela análise e funcionalidade adequada dos programas, de acordo com suas características. Ao todo, são mais de oitenta horas mensais de programação inédita, abordando os mais variados temas, desde esportes até música, passando por cinema, notícias, utilidades, etc. A Rádio Unesp Virtual transmite 24 horas por dia, através do site www.radiovirtual.unesp.br. Ao veicular conteúdo pela internet, o projeto permite a divulgação externa dos cursos da universidade, se aproxima de comunidades heterogêneas e obtém retorno correspondente dos ouvintes por intermédio de um meio interativo.

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RECONFIGURANDO O CORPO NA PÓS-MODERNIDADE MURIEL EMÍDIO PESSOA DO AMARAL [email protected] Mestrando - Comunicação - Unesp - FAAC

ADENIL ALFEU DOMINGOS [email protected] Professor Doutor - Unesp - FAAC

Palavras-chave: Comunicação; Pós-modernidade; Corpo; Mídia.

Esse artigo reflete sobre a influência da pós-modernidade na representação do corpo humano. Para isso, foi necessário teorizar, sucintamente, noções do corpo como referência da primeira mídia a ser utilizada pelo homem como artefato de comunicação, ainda nos primórdios da escala evolutiva, progredindo até ao uso da tecnologia como suporte de comunicação desse mesmo corpo. Infere-se que há consequências das idéias da pósmodernidade para a ressignificação desse corpo na criação de novos símbolos e novas formas de representação para a comunicação. Como recorte teórico, parte-se das reflexões de Stuart Hall, para definir e contextualizar a pós-modernidade e de Norval Baitello Junior, sobre a temática do corpo, e concepções de Richard Dawkins para entender a relação do homem com o meio para evolução cultural. Para as reflexões desse artigo, foi necessária a revisão bibliográfica dos temas que permeiam os assuntos propostos para discutir. Esse artigo é o recorte de um objeto mais complexo que é a representação do corpo em veículos de comunicação homoeróticos tendo como foco de análise do jornal Lampião da Esquina que circularam na década de 1970/1980 e da revista Junior, que circula na atualidade. A dissertação pretende refletir sobre as mudanças ocasionadas na representação corpórea ao longo dos anos, por uma questão de ressignificação de sentido, representação e percepção.

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REFLEXÃO: A INDÚSTRIA CULTURAL, A CULTURAS HÍBRIDAS E A TELEVISÃO PÚBLICA VIVIANNE LINDSAY CARDOSO [email protected] Mestranda em Comunicação –Unesp - FAAC

Palavras-chave: Comunicação; Indústria cultural; Cultura; TV pública; Políticas públicas.

Desde seu surgimento, a televisão pública brasileira pouco teve espaço como veículo de comunicação cultural, educativo, informativo e com representatividade na sociedade. A luta e as dificuldades são imensas quanto a sua identidade, missão, obrigatoriedade, gestão, recursos humanos e financeiros, financiamento e apoio. A regulação que a norteia pouco ajuda. Engessada desde 1967, recebeu precária atenção. Foi com a chegada da tecnologia digital no Brasil que ganha novas esperanças de renovação e a criação de uma regulação efetiva. O que se busca é a garantia uma programação de alta qualidade em conteúdo, produção e uma transmissão mais diversificada e inovadora, fugindo dos padrões adotados pelas televisões comerciais nacionais que são movidos exclusivamente pela audiência e o mercado. Em um cenário incerto, surge a possibilidade para que a sociedade, caracterizada como dominada ou subalterna, tenha a chance de agir ativamente, para intervir e produzir o conteúdo a ser assistido, levando a culturas das ruas ditas populares para este meio massivo de comunicação. Em uma análise a partir dos conceitos da indústria cultural de Adorno e Horkheimer (2002), a proposta pode parecer um tanto quanto utópica. No entanto, ao analisar a perspectiva das culturas híbridas de Canclini (2003), tal iniciativa seria apenas uma transição para a televisão da hibridação que já vem acontecendo em diversas manifestações culturais na sociedade pós-moderna intercambiadas e entrelaçadas.

A

cultura popular faz parte da indústria cultural, assim como a indústria cultural integra a cultura popular em um imbricamento interdependente, criando o que denomina como cultura urbana. O que se propõe é que esta hibridação se faça presente efetivamente na televisão pública.

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RELAÇÕES PÚBLICAS E EVENTOS ESPORTIVOS: TENDÊNCIA OU MODISMO LARISSA MEZA RIBEIRO DA SILVA [email protected] Graduada em Relações Públicas -Universidade do Sagrado Coração

Palavras-chave: Eventos; Relações públicas; Planejamento; Gestão de eventos; Eventos esportivos.

Este trabalho constitui-se em um estudo teórico, prático e exploratório, que aborda o contexto da relação entre eventos esportivos e o profissional de Relações Públicas. Tendo como objetivo geral abordar a utilização das ferramentas de Relações Públicas em eventos esportivos. Acreditando-se que a ligação entre os dois sempre foi indispensável e fulcral, mas que na atualidade não tem ocorrido com a frequência que deveria. Desta forma, este trabalho propõe que a relação entre ambos é necessária e detecta, após a fundamentação teórica, pesquisa qualitativa com profissionais que atuam na gestão de eventos esportivos e um estudo exploratório em quatro diferentes eventos esportivos, Assim, podendo abordar quais são as falhas que existem pela falta de um profissional de Relações Públicas. No último capitulo aborda o tema “A mudança de cenário” aponta as possíveis alternativas para alterar estes eventos, propondo mudanças para que no Brasil o amadorismo deixe de imperar e as Relações Públicas assumam seu papel nos eventos esportivos da sociedade hodierna, para assim, conseguir alcançar a satisfação dos principais envolvidos, os públicos estratégicos.

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REPRESENTAÇÕES MIDIÁTICAS DE TELEJORNAIS BRASILEIROS SOBRE A TRAGÉDIA DA REGIÃO SERRANA DO RJ GUILHERME VALLERA TAVARES [email protected] Mestrando - Comunicação - Unesp - FAAC

Palavras-chave: Representações midiáticas; Telejornalismo; Enquadramentos noticiosos; região Serrana do Rio de Janeiro.

Em janeiro de 2011, a região Serrana do Estado do Rio de Janeiro foi castigada por fortes chuvas, que em apenas dois dias superaram as expectativas pluviométricas previstas para todo o mês de janeiro. Como resultado, quase mil mortos e mais de 20 mil desabrigados ou desalojados, acumulados em menos de uma semana de tempestades. A cobertura midiática foi intensa sobre o assunto e os telejornais dedicaram amplo espaço para noticiar a tragédia e bombardear o público com imagens de deslizamentos de terra e resgates cinematográficos. Nesse trabalho, o objetivo é avaliar como que dois dos principais telejornais brasileiros - o Jornal Nacional, da Rede Globo, e o Jornal da Record, da emissora homônima - representaram tais fatos. Foram analisadas as edições exibidas pelos dois programas no dia 12 da janeiro - segundo dia de cobertura das chuvas na região e o que teve maior espaço dedicado para informações sobre os estragos e prejuízos nos quatro municípios mais atingidos. Os programas foram observados a partir do referencial teórico das representações midiáticas e o método utilizado foi a análise de enquadramento. Dessa maneira, identificou-se maior intensidade na descrição das tragédias, dos dramas individuais e de um determinismo climático do que reflexões acerca das responsabilidades políticas sobre prevenções de desastres naturais.

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RESPONSABILIDADE SOCIAL DA MÍDIA: O PAPEL DA OUVIDORIA NAS EMISSORAS DE TV BRASILEIRAS DE CONCESSÃO PÚBLICA DEBORAH CUNHA TEODORO [email protected] Mestranda Comunicação Social: Jornalismo - Unesp - FAAC

Palavras-chave: Responsabilidade social; Mídia; Ouvidoria.

Situada no âmbito dos estudos sobre a responsabilidade social da mídia, a presente pesquisa visa avaliar o papel da ouvidoria nas emissoras de TV brasileiras de concessão pública, sejam elas comerciais ou não. Ao prestar um serviço à comunidade, a TV deveria primar por possibilitar aos telespectadores desenvolver um pensamento crítico, a partir da veiculação de informações que lhes proporcionasse educação e reflexão sobre a realidade na qual estão inseridos. Entretanto, as dificuldades encontradas para implementar políticas que atendam aos propósitos teóricos deste veículo de comunicação têm razões históricas, as quais devem ser encaradas à luz do direito brasileiro, para que possam ser superadas, juntamente com a evolução da sociedade. Com base na análise crítica do conteúdo normalmente veiculado pelas grades de programação destes meios de radiodifusão de som e imagem, serão apresentados parâmetros adequados para a regulação dos serviços a serem disponibilizados aos usuários. Neste ínterim, torna-se viável a figura da ouvidoria, que tem por função precípua zelar pela qualidade e eficiência do serviço prestado à comunidade, atuando como um canal de comunicação permanente entre emissor e receptor, sempre receptiva às manifestações do público, sejam elas reclamações, sugestões, elogios, críticas, denúncias etc. Ainda iminente na mídia televisiva, a ouvidoria, ao desempenhar seu papel e fazer valer o respeito às finalidades educativas, artísticas, culturais e informativas da programação, conforme prega o texto constitucional, pode se revelar um eficaz instrumento de concretização dos direitos do cidadão e de fortalecimento da democracia.

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SEMIÓTICA DA CULTURA: AS REPRESENTAÇÕES SOCIAIS E CULTURAIS ATRAVÉS DAS IMAGENS DA MÍDIA RODRIGO CARVALHO DA SILVA [email protected] Mestrando em Comunicação - Unesp - FAAC

Palavras-chave: Imagens; Comunicação; Cultura; Mídia; Semiótica.

Este artigo relata como a mídia constrói e dissemina suas mensagens e conteúdos através do uso intencional das imagens. Esse trabalho justifica-se pela possibilidade de se evidenciar como as imagens disseminadas em nossa sociedade pela mídia representam situações e características culturais de nossa sociedade. A pesquisa é direcionada para a análise dos usos das imagens pelo cinema como forma de transmissão de significados e conceitos. O estudo das intenções dessas imagens possui alta relevância, pois é capaz de provocar mudanças no pensamento individual e coletivo. O cinema através de suas produções apresenta diversos aspectos sobre nossa cultura e sociedade, criando imagens que têm a intenção de explicar as nossas vidas. Essas representações ao mesmo tempo em que fornecem informações sobre nossa sociedade também contribuem para a formação ou alteração de determinados aspectos culturais. Nossa cultura é um processo dinâmico, sujeito a constantes interferências e transformações. O objetivo é demonstrar através do exemplo de uma análise fílmica como a mídia imagina e tenta intencionalmente representar nosso mundo. O filme norte-americano intitulado como “Pleasantiville” e no Brasil chamado de “A vida em preto e branco” foi utilizado como objeto desta pesquisa. O estudo foi guiado pela análise temática, proposta por Casetti (1996) e com base nos postulados teóricos da semiótica da cultura, relacionando os elementos culturais de nossa sociedade e os elementos cinematográficos observados nos aspectos e características específicas do filme. Essa relação resultou nas interpretações e percepções consideradas e descritas na análise. Algumas cenas e sequências foram utilizadas como apoio e ilustração para pontos da análise que dialogam com a questão da representação e do contexto que envolve o filme. Primeiramente, foi realizada uma decupagem das cenas do filme, que incluiu a indicação de conteúdo, a transcrição de diálogos e outros parâmetros como enquadramentos, iluminação, cenografia, maquiagem, produção e mudanças de cenário. Posteriormente o filme foi revisto e a partir do objetivo pretendido e com base na decupagem, foi realizada uma interpretação dos significados e sentidos propostos pela obra.

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TELEVISÃO DIGITAL: POTENCIALIDADES DA MULTIPROGRAMAÇÃO ELICA ITO [email protected] Mestranda em TV Digital - Unesp - FAAC

Palavras-chave: Jogos; Audiovisual; Televisão digital; Multiprogramação; Sociedade da informação.

O SBTVD sistema de televisão digital adotado pelo Brasil, derivado do ISBD-T japonês, proporciona melhor qualidade de som e imagem, além de mobilidade, portabilidade, interatividade e multiprogramação. Esse último item está autorizado apenas às emissoras vinculadas à União, TV Câmara, TV Senado, TV Justiça. A TV Cultura de São Paulo obteve permissão para operar multiprogramação, em caráter experimental, através de autorização judicial. O presente trabalho tem como objetivo apresentar as especificidades e potencialidades que a multiprogramação oferece aos telespectadores. Para a análise realizou-se uma pesquisa bibliográfica, exploratória e contextual, avaliando a legislação brasileira, experiências em outros países como Japão e Estados Unidos, além da pertinência deste recurso em uma sociedade da informação a partir de Castells. Conclui-se que a discussão sobre a multiprogramação está permeada por duas searas principais, cidadania e política, o que contribui para a discussão de questões pertinentes ao cenário brasileiro de televisão digital, como, maior oferta de conteúdos na televisão pública, comercialização de espaço na grade de programação para televendas e igrejas, pulverização da audiência e diminuição do "bolo publicitário", relevância do recurso na questão da educação à distância e a constatação de que maior oferta de programas não significa, necessariamente, melhor programação.

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TEMAS TABUS EM NARRATIVAS SERIADAS LUCAS VICENTE BORTOLETTO [email protected] Graduando em Comunicação Social: Radialismo - Unesp - FAAC

Palavras-chave: Televisão; Narrativas seriadas; Temas tabus.

Investigando a História da Comunicação, percebe-se a influência dos meios de comunicação de massa sobre as sociedades em especial na cultura ocidental contemporânea. Questões sociais levantadas tanto por ficções como por programas jornalísticos podem influir nas vidas política, social e ético-cultural de uma nação inteira. Dentre os formatos de programas televisivos, ganha cada vez mais destaque o “seriado”. Herdeiro do popular gênero cinematográfico dos anos de 1910 a meados da década de 1950, com exemplos como Flash Gordon e The Perils of Pauline, os seriados, caracterizamse por um enredo fragmentado episódios, com começo, meio e fim, cada um deles apresentado em um dia ou horário diferente e subdividido em blocos menores, separados por breakes para entrada de comerciais ou chamadas de outros programas. Diferente das telenovelas, os seriados exploram mais abertamente temas polêmicos, a exemplo do tráfico de drogas em Weeds, a poligamia em Big Love, a vida pelos olhos de um serial killer em Dexter, a rotina de uma prisão de segurança máxima em Oz, ou diversidade sexual como em Queer as Folk. Analisa-se o modo como cada seriado lida com temáticas tabus através de personagens, situações e ambientes. Coloca-se a sinopse do seriado, sua linha geral de abordagem, seguindo com exemplificação de episódios específicos, os conflitos abordados, estabelecendo as convergências e divergências entre os seriados, além de apontar os estereótipos e clichês. A pesquisa constata uma grande diversidade na abordagem de temas semelhantes. Canais de televisão aberta buscam estar em harmonia com a cultura vigente, preocupando-se com experiências que levem a uma resposta moral. Canais de televisão por assinatura preocupam-se menos com julgamentos morais, buscando uma abordagem mais realista e permitindo ao telespectador uma reflexão e crítica própria de juízo e valor.

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TRANSMÍDIA E INTERAÇÃO: O CASO SPOILER EM LOST CAROLINE RYE YAMASAKI [email protected] Graduada em Comunicação Social - Radialismo - Unesp - FAAC

MARIA LUIZA FURATORI LEOPASSI [email protected] Graduada em Comunicação Social - Radialismo - Unesp - FAAC

Palavras-chave: Audiovisual; Transmídia; Ficção seriada; Spoiler.

A série Lost não se limitou apenas aos capítulos televisivos. Com o total de seis temporadas e a fim de dar ao espectador a sensação de interação e proximidade com a série, a ficção também foi inserida em outras mídias, como por exemplo a internet, jogos, filmes e outdoores. Cada vez mais acessível, com o surgimento da TV Digital e de sua mobilidade, a interatividade e suas características pôde ser analisada: a pesquisa esquadrinhou e caracterizou as consequências da inserção da ficção seriada Lost em diversos meios de comunicação, ou seja, na transmídia. Como base de pesquisa acerca das diversas plataformas em que esteve inserida, a ficção possibilitou analisar a interatividade com o advento da mobilidade da TV Digital e estudar as influências da voz coletiva na série, a fim de analisar o comportamentos dos chamados spoilers, e sua contribuição em relação aos níveis de audiência e a fidelização à série. Lost, como ficção seriada inserida em diversas plataformas, pôde ser estudado com base em Jenkins, que discute a convergência das mídias, propõe definições para as transformações tecnológicas e fundamenta seu argumento em três conceitos básicos, sendo eles a convergência midiática, inteligência coletiva e cultura participativa. O estudo e entendimento das novas oportunidades de mídia, divulgação e interatividade, relevantes na área de comunicação, foi importante para a elaboração da pesquisa, realizada de forma ensaística. E constatou-se que através do spoiler, a voz coletiva tem o poder de influenciar a narrativa da ficção.

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UM MODELO DE PROGRAMA PARA ALFABETIZAÇÃO DE ADULTOS TENDO COMO SUPORTE PLATAFORMAS INTERATIVAS ALEX SAMPAIO LIMA [email protected] Mestrando em Comunicação - Radio e TVUnesp - FAAC

Palavras-chave: Pedagogia comunicacioanal interativa; Interatividade; Tv digital.

O trabalho consiste na construção de um modelo de um programa para alfabetização de adultos tendo como suporte plataformas interativas. O objetivo geral do projeto é a construção de um espaço de aprendizagem mediada por plataformas interativas, trazendo uma proposta de ensino-aprendizagem inovadora, afixada em práticas pedagógicas renovadas trazidas dentro do conceito da pedagogia comunicacional interativa, porém condizente as práticas sociais do mundo contemporâneo. Tendo como base os conceitos de interatividade proposto por correntes construtivistas e como concretização dos referenciais da modalidade comunicacional interativa, o processo de ensino-aprendizagem em meios telemáticos como a internet, tv digital, teleconferências, vídeos-conferências, que pressupõe ações

muito

objetivas

para

sua

realização,

tais

como;

participação-interação,

bidirecionalidade-hibridação, permutabilidade/potencialidade, meios esses, que se realizam através da lógica da interatividade no meio virtual. Partindo desse enquadramento, o modelo traz o processo de colaboração e coletividade na construção do conhecimento como ponto elementar para que a lógica aluno/professor e transmissão do saber subverta os processos tradicionais e conservadores do ensino. A proposição é a realização do processo de coautoria, na qual possibilita a concretização de uma prática educativa mais interativa e emancipatória.

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UM PRIMEIRO OLHAR SOBRE A INFLUÊNCIA DA MÍDIA NA PERSONIFICAÇÃO POLÍTICA DOS ACADÊMICOS DE COMUNICAÇÃO SOCIAL ARIANE ESTEVES AMARO [email protected] Graduanda - Comunicação Social - Jornalismo - Unesp - FAAC

Palavras-chave: Influência; Mídia; Comunicador; Voto.

O trabalho concretiza uma revisão bibliográfica sobre o tema, um levantamento sobre pressupostos teóricos e a mensuração e análise de periódicos, no período que antecedeu as eleições presidenciais de 2010, assim como a aplicação de uma pesquisa quantitativa com acadêmicos de Comunicação Social, a fim de discutir a influência exercida pelo mass media na definição de voto e na formação de opinião sobre partidos e candidatos. O estudo – que é também um projeto de iniciação cientifica - propõe explorar, como a mass media e toda manifestação do meio social motiva interesses pessoais que refletem na formação da opinião pública e, consequentemente, na decisão do voto e na personalização política. Mais especificamente, a questão central é refletir como os meios de comunicação de massa atuando como vigilantes da informação e formadores de opinião – exercem influência nos acadêmicos de comunicação, que partir de um processo dialético de interlocução, informação e convencimento. Espera-se que, ao término da analise, seja possível perceber a simbiose deste processo na construção da opinião pública e da personalização politica do século XXI.

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UMA RELAÇÃO ENTRE OS APELIDOS E O PÚBLICO NOS CASOS DE PELÉ E GUGA THIAGO CAMARGOS KOGUCHI [email protected] Graduando - Comunicação Social: Jornalismo Unesp - FAAC

Palavras-chave: Esporte; Comunicação; Apelido; Relação social.

O artigo analisa a relação existente entre o público que aprecia esporte e elege seus ídolos nesse espaço e alguns atletas que tiveram sucesso em suas modalidades e ficaram conhecidos principalmente pelos seus apelidos. Dois personagens foram escolhidos para esta pesquisa: o ex-jogador de futebol Edson Arantes do Nascimento (Pelé) e o ex-tenista Gustavo Kuerten (Guga), que obtiveram vários êxitos e fizeram de seus apodos algo maior que uma referência, além da distinção de suas modalidades – o esporte considerado nacional e outro menos conhecido pelos brasileiros. A análise foi feita baseada em dois autores importantes da sociologia brasileira: Sérgio Buarque de Holanda e Roberto da Matta, cujas teorias, o “homem cordial” e o “Você sabe com quem está falando”, respectivamente, permitem traçar certas relações de aproximação e afastamento do esportista em relação ao seu público pelo conhecimento crescente de seus apelidos, concebidos desde as infâncias dos ex-atletas. Pode-se observar que o apodo cria uma relação que aproxima o público do seu esportista preferido, pois é uma maneira de comunicação e construção de identidade nacional, e vice-versa, em que Pelé e Guga se tornam mais do que ídolos, mas símbolos de vitórias e superação para quem os acompanha.

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UNIFORME ESPORTIVO: IDENTIDADES E SIGNIFICADOS GABRIEL ARROYO [email protected] Mestrando - Comunicação -Unesp -FAAC

Palavras-chave: Esporte; Camisa de futebol; Comunicação.

O estudo tem como objetivo analisar a representação da camisa de futebol como manifestação no esporte e na sociedade, ao estabelecer uma cultura de comunicação realizando uma ligação entre torcedores, times e ídolos. O uso da camisa pelo atleta é obrigatório para o diferenciar dos demais competidores, já o uso por indivíduos que não são profissionais do esporte pode ser visto como atividade voluntária. A cultura dos ambientes está ligada diretamente a quem vive nele, de acordo com Huizinga, o jogo é visto como o principal elemento humano, criador das culturas e sociedades com suas características próprias, como por exemplo na forma de se vestir para o combate ou culto. A camisa como elemento lúdico pode ser vista como o passaporte de imersão no ambiente ficcional, como forma de interação e aproximação da cultura esportiva pelos usuários. Observando a classificação do jogo por Caillois, é possível identificar as características dos jogos miméticos (Mimicry) como jogos fictícios em que os participantes adotam para si o papel de determinado personagem. “A mera identificação com o campeão constitui já um mimicry semelhante aquela que faz com que o leitor se reconheça no herói do romance”. Essa identificação com o seu time ou ídolo torna-se muito forte com o uso da camisa, elemento de comunicação que possui a força de tornar o indivíduo comum em parte da equipe, levando o mesmo a sair de sua rotina, estreitando a relação com o ídolo ou time. Ainda para Caillois, a alienação do jogo pode ser encontrada quando ao fingir-se de outro se esquece do próprio eu. Assim sendo, as identidades e os significados que a camisa de futebol representa no esporte e na sociedade possibilitam ampliar e estreitar a comunicação entre clubes, jogadores e torcedores. Com o uso da linguagem esportiva a aproximação de elementos com mesmo interesse cria um mundo lúdico, no qual o indivíduo atua fora de sua realidade cotidiana.

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VARIANTE DA LÍNGUA PORTUGUESA NA TRANSMISSÃO RADIOFÔNICA DE FUTEBOL: ASPECTOS LÉXICO-SINTÁTICOS JOÃO BATISTA NETO CHAMADOIRA [email protected] Professor Doutor - Unesp - FAAC

Palavras-chave: Língua portuguesa; Rádio; Futebol.

Este trabalho tem o escopo de apresentar os resultados de uma verificação sobre a presença dos elementos lexicais e sintáticos num texto radiofônico de uma transmissão de jogo de futebol.

O trabalho é parte de pesquisas referentes à minha atividade como

professor de lingüística, de jornalismo e radiojornalismo, como produtor de programas de rádio e observador da linguagem radiofônica. Nesta pesquisa, foi selecionado um corpus composto de texto da narração do jogo de futebol entre as equipes do Sport Club Corinthians e São Paulo Futebol Clube, no Estádio Cícero Pompeu de Toledo - transmitido pela RÁDIO JOVEM PAN, de São Paulo, na voz do narrador esportivo Nilson César, um dos líderes de audiência - realizado no dia 7 de outubro de 2007, pelo Campeonato Brasileiro de Futebol, que terminou com a contagem de a um a zero para o Corinthians. A pesquisa partiu de elementos teóricos da caracterização do veículo rádio, da importância da presença do futebol na cultura brasileira, dos conceitos relativos ao léxico e à sintaxe e dos aspectos sociolinguísticos que definem a Língua Portuguesa na sua variante empregada no rádio, na transmissão das partidas de futebol. A linguagem falada, característica do rádio e marca desse veículo e a escolha das palavras, bem como a combinação delas, nos conhecidos eixos saussurianos, devem, na transmissão dos lances do jogo, pelo narrador, substituir a presença do aficionado, do observador e torcedor no local do evento, compensando, assim, a distância e ausência. Portanto, o emprego da Língua Portuguesa na transmissão de um jogo de futebol mostrou suas próprias peculiaridades tanto no aspecto lexical, visto sob o ponto de vista da presença dos substantivos, dos adjetivos, verbos, neologismos e quanto ao aspecto sintático, observada a presença da coordenação e da subordinação.

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