Projeto Arqueológico Alto Jequitinhonha - Arte Rupestre

June 28, 2017 | Autor: M. de Souza Ferreira | Categoria: Arqueología, Arte Rupestre, Geografia, Humanidades
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Descrição do Produto

UNIVERSIDADE FEDERAL DOS VALES DO JEQUITINHONHA E MUCURI FACULDADE INTERDISCIPLINAR EM HUMANIDADES BACHARELADO EM HUMANIDADES LABORATÓRIO DE ARQUEOLOGIA E ESTUDOS DA PAISAGEM

Relatório Final de Bolsa de Iniciação Científica

800505/2012-3 - PROJETO ARQUEOLÓGICO ALTO JEQUITINHONHA ARTE RUPESTRE

Coordenador: Prof. Dr. Marcelo Fagundes Bolsista: Mateus de Souza Ferreira Edital: Edital 001/2012 PIBIC-UFVJM Vigência da Bolsa: 01/08/2012 a 31/07/2013 Fomento da Bolsa: CNPq

Diamantina/MG Julho de 2013

Sumário RESUMO .........................................................................................................................2 1 – INTRODUÇÃO ........................................................................................................3 2 – OBJETIVOS .............................................................................................................6 2.1 – Objetivo geral........................................................................................................6 2.2 – Objetivos específicos ............................................................................................6 3 – PROCEDIMENTO DE PESQUISA .......................................................................7 4 – RESULTADOS E DISCUSSÃO ..............................................................................8 5 – PLANOS DE TRABALHO ...................................................................................18 6 – CONCLUSÕES E PERSPECTIVAS ...................................................................19 7 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................21 8 – PRODUÇÃO CIENTÍFICA NO PERÍODO .......................................................23

RESUMO

O sítio Amaros 01 está localizado na Área Arqueológica de Serra Negra, Complexo do Ambrósio, em terras do município de Itamarandiba, MG. Trata-se de uma área no alto vale do rio Araçuaí, na borda leste da Serra do Espinhaço, onde foram identificados setenta sítios arqueológicos. Trata-se de uma área com alto potencial arqueológico, sobretudo no que tange os sítios com presença de painéis rupestres, que apresenta grande variabilidade quando comparada aos sítios da região de Diamantina, por exemplo. O objetivo dessa comunicação é apresentar os resultados finais da Iniciação Científica em Arqueologia Pré-Histórica no Alto Jequitinhonha, com tema principal a arte rupestre regional com ênfase no estudo cronoestilístico. O sítio Amaros 01 apresenta vários painéis rupestres, sendo mais comuns as figurações filiadas à Tradição Planalto, entretanto um deles apresenta quatro figurações típicas da Tradição Agreste (antropomorfos com mais de dois metros de comprimento), comum na região Nordeste do Brasil. A metodologia utilizada no desenvolvimento da pesquisa no sítio Amaros 01, consiste em: a) Levantamento bibliográfico sobre o tema; b) entrevistas com os moradores para identificação de outros sítios na região; c) Diversas campanhas ao sítio arqueológico para inventários fotográficos, em diferentes estações do ano e horários diferenciados do dia; d) Inventário de imagens, constituídos por fotografias com diversos aparelhos, filmagem total do painel rupestre; e) Decalque em Plástico, f) Preenchimento de uma ficha de análise de arte rupestre, abordando diferentes categorias que serão trabalhadas posteriormente em laboratório; f) Tratamento das imagens para criação de pranchas explicativas por meio digital utilizando diversos softwares (Corel Draw, http://www.dstretch.com); g) Descrição e análise minuciosa dos fatores interferentes ao sítio (geologia, hidrografia, vegetação, clima, animais, etc.). Até o presente momento os resultados são parciais, mas já se pode inferir que os painéis rupestres do sítio Amaros 01 são riquíssimos em informações, uma vez que apresenta figurações em estilos diferentes da maioria dos sítios regionais. Espera-se, assim, criar um banco de dados com as principais características cronoestilísticas das pinturas rupestres desse sítio, cooperando assim para a compreensão da arte rupestre regional e possibilitando um melhor entendimento da associação entre Tradições, uma vez que, seus respectivos autores respeitaram o espaço, sendo visível que não houve a sobreposição de Tradições.

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1 – INTRODUÇÃO

A Área Arqueológica de Serra Negra está localizada a nordeste de Minas Gerais, assentada nos domínios da Província de Mantiqueira, exatamente no limite entre o Cráton do São Francisco e a Faixa Araçuaí, cuja expressão local é a Cordilheira do Espinhaço Meridional, modeladas por rochas da unidade Supergrupo Espinhaço de idade Paleo/mesoproterozóico (Fagundes et al, 2012a, 2012b). O sítio Amaros 01 localiza-se na Área Arqueológica de Serra Negra, Complexo do Ambrósio (conforme figura 01), em terras do município de Itamarandiba, MG. Trata-se de uma área no alto vale do rio Araçuaí, na borda leste da Serra do Espinhaço, onde foram identificados setenta sítios arqueológicos. Trata-se de uma área com alto potencial arqueológico, sobretudo no que tange os sítios com presença de painéis rupestres, que apresenta grande variabilidade quando comparada aos sítios da região de Diamantina, por exemplo.

FIGURA 01 - Mapa Hipsométrico da Serra do Ambrósio. Fonte: LAEP, 2011. 3

Os abrigos rupestres encontrados na Área Arqueológica da Serra Negra se caracterizam pela diversidade de figurações com diferentes estilos e tradições, e também pela presença de pacote sedimentar favorável chegando à profundidades superiores a 40 cm, o que se torna importante para o contexto arqueológico, pois pode nos trazer mais informações além das figurações rupestres, estes sítios ainda não foram escavados pelo Laboratório de Arqueologia e Estudos da Paisagem (LAEP/UFVJM), mas o Sítio Amaros 01 está nos planos para próxima escavação, o que servirá para pesquisas futuras e sistematização das pesquisas arqueológicas na área. A maior parte da área de pesquisa encontra-se inserida nos domínios do Grupo Guanhães - Formação Serra Negra, dominantemente constituída por Unidades do embasamento (gnaisses), de idade Arqueana. Em todo caso, tanto na porção NE quanto SE da área, são os quartzitos que marcam as elevadas serras alinhadas no sentido NWSE e que atingem seu ponto culminante no Pico Pedra Menina (1.595m) (FAGUNDES et al, 2012a) A Área Arqueológica de Serra Negra está constituída por três Complexos Arqueológicos (Serra do Ambrósio, Campo das Flores e Felício dos Santos). Por Complexo Arqueológico se entende uma assembleia de sítios implantados em um determinado domínio biogeográfico e, portanto, apresenta características geoambientais semelhantes, somada ao repertório cultural, sistema de implantação de assentamento (sejam aldeias a céu aberto ou abrigos, sítios de ocupação semipermanente ou temporária), sobretudo vinculado ao conceito de lugares persistentes (SCHALANGER, 1992 apud FAGUNDES 2012a). A soma de vários Complexos forma uma Área Arqueológica que, além de compartilhar características semelhantes, possui indicadores de uma rede de trânsito entre o grupo (ou mesmo grupo) que divide um determinado território. Cabe destacar que, de forma alguma, utilizam-se os conceitos de etnicidade ou identidade na definição de Complexo ou Área. Com isso não se refuta esta possibilidade que, quiçá, poderão ser inseridas do decorrer da pesquisa, com o aumento na quantidade de dados e suas futuras interpretações. Dos sítios componentes dos Complexos, a grande maioria são abrigos sob rocha (quartzítica), com presença de painéis com mais variados grafismos rupestres, como será discutido a frente. Os sítios a céu aberto, que devem existir, ainda não foram evidenciados. 4

Entretanto, parte-se do princípio que o ápice de ocupações regionais deve estar relacionado aos grupos de caçadores-coletores nômades, porém, por enquanto trabalhamos no nível de hipótese. Esse trabalho tem como objetivo apresentar os resultados da Iniciação Científica em Pré-História Geral, que teve como foco os painéis rupestres do sítio Amaros 01, localizado em terras do município de Itamarandiba, MG. A intenção era classificar as figurações rupestres por meio de diferentes metodologias, em campo e laboratório, de modo que se pudesse compreender as técnicas utilizadas pelo “pintor”, tintas, disposição das figurações nos painéis, escolha do abrigo, bem como suas relações sincrônicas e diacrônicas.

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2 – OBJETIVOS

2.1-



Objetivo Geral

Analisar os painéis rupestres do sítio Amaros 01 de modo que se possam indicar os diferentes estilos e/ou tradições arqueológicas.

2.2-

Objetivos Específicos  Fazer uma análise detalhada cronoestilística das figurações;  Analisar o painel em termos diacrônicos e sincrônicos;  Estabelecer uma estratigrafia do painel rupestre;  Compreender o uso e ocupação desse sítio em termos holísticos e diacrônicos;  Compreender a relação do sítio em estudo com os demais em seu entorno.

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3 – PROCEDIMENTO DE PESQUISA

A metodologia utilizada no desenvolvimento da pesquisa no sítio Amaros 01 consistiu em:  Levantamento bibliográfico sobre o tema;  Diversas campanhas ao sítio arqueológico, diferindo entre estações, climas regionais e horários do dia, de forma que se pudessem fotografar os painéis em diferentes tipos de luz;  Confecção de inventário de imagens, constituídos por fotografias com diversos aparelhos, filmagem total do painel rupestre;  Preenchimento de ficha de análise de arte rupestre, destacando as principais características técnicas e estilísticas dos painéis.  Tratamento das imagens para criação de pranchas explicativas por meio digital utilizando diversos softwares (Corel Draw, Photoshop) e até mesmo aplicativo online próprio para arte rupestre (http://www.dstretch.com/);  Descrição e análise minuciosa dos fatores interferentes ao sítio (geologia, hidrografia, vegetação, clima, animais, etc.);

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4 – RESULTADOS E DISCUSSÃO

Com os resultados finais dessa IC, já se pode inferir que os painéis rupestres do sítio Amaros 01 são riquíssimos em informações, uma vez que apresenta figurações em estilos diferentes da maioria dos sítios regionais. Com as análises, elaborou-se um banco de dados com as principais características cronoestilísticas das pinturas rupestres desse sítio, cooperando assim para a compreensão da arte rupestre regional e possibilitando um melhor entendimento da associação entre Tradições, uma vez que, seus respectivos autores respeitaram o espaço, sendo visível que não houve a sobreposição de Tradições. Ao realizar todas as etapas da metodologia foi criado um quadro de figurações, contabilizando todas as figuras encontradas e classificando-as de acordo com sua tradição ou grupo rupestre. FIGURAÇÕES Antropomorfos Cervídeos Peixes Aves Mamíferos Geométricos Traços Aleatórios Não Identificados Pichações Total de figuras

QUANTIDADE 5 8 8 0 1 0 7 7 14 50

PORCENTAGEM (%) 10% 16% 16% 0% 2% 0% 14% 14% 28% 100%

TABELA 01 – Figurações encontradas no sítio Amaros 01. FERREIRA/2013.

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GRÁFICO 01 – Quantidade de figurações encontradas no sítio Amaros 01. FERREIRA/2013.

GRÁFICO 02 – Quantidade em porcentagem figurações do sítio Amaros 01. FERREIRA/2013.

Como se pode perceber o Sítio Amaros 01 possui visivelmente hoje cerca de cinquenta figurações dentre elas, em sua maioria pichações, o que não é normal ao tratar-se de um sítio pré-histórico, mas esse alto número de pichações deve-se à exposição do sítio rupestre as margens de uma estrada secundária que liga as cidades de Senador Modestino Gonçalves e Itamarandiba, por onde o fluxo de pessoas é alto, tanto automóvel quanto moradores das proximidades a pé fazem esse percurso. As figurações rupestres deste sítio arqueológico podem ser visualizadas ao simplesmente passar pela estrada, o que facilita as ações antrópicas. 9

Dentre as pichações existente no painel a de maior relevância seria a estrela do PT (Partido do Trabalhador) com um número 13 (conforme figura 02), além desta pichação tem também diversos números e letras aleatórias pintadas na parte inferior do painel. Um dado impressionante é que, de uma campanha ao sítio arqueológico para a outra, em questão de oito a dez meses de diferença, esse número de pichações praticamente dobrou. Além disso, ao lado sítio foi criado uma nova estrada, fazendo com que ele fique localizado bem na bifurcação criada pelas estradas (conforme mostrado na figura 03), e facilitando o acesso ao seu repertório cultural.

FIGURA 02 – Visão frontal do sítio Amaros 01. LAEP/2011

FIGURA 03 – Visão Frontal do sítio Amaros 01. LAEP/2012. 10

Se tratando de pintura rupestre, realmente pode-se observar certa padronização do painel variando pouco o número de figurações por estilo. O repertório cultural do Amaros 01 está constituído por um grande número de cervídeos, peixes e traços aleatórios o que caracteriza Tradição Planalto (conforme a tabela 02), mas também possui um número significativo de grandes antropomorfos, somando quatro, associados a Tradição Agreste, além figuras que até o momento não foram encaixadas em possíveis Tradições que serão chamadas neste relatório de “Não Identificados”. TRADIÇÕES

QUANTIDADE

PORCENTAGEM (%)

Planalto

32

64%

Agreste0

4

8%

Não Identificados

14

28%

50

100%

Total de figuras

TABELA 02 – Tradições encontradas no sítio Amaros 01. FERREIRA/2013.

Nos painéis do sítio Amaros 01 há predominância da Tradição Planalto, o que era de se esperar uma vez que está Tradição é muito comum em Minas Gerais. Uma pequena parcela das figurações é atribuível à Tradição Agreste, totalizando 8%. De qualquer forma, o fato da presença deste estilo na região é um dado extremamente importante, uma vez que permite diferentes especulações a serem investigadas pela pesquisa arqueológica, dentre elas: trata-se de um único estilo ou realmente há duas tradições arqueológicas? Os painéis são contemporâneos? Há diferenças culturais nos painéis observados no sítio Amaros 01?

GRÁFICO 03 – Porcentagem das possíveis Tradições encontradas. FERREIRA/2013. 11

GRÁFICO 04 – Quantidade de figurações por possíveis Tradições. FERREIRA/2013.

Conforme os gráficos 03 e 04, fica claro o domínio da Tradição Planalto, o que era de se esperar uma vez que está Tradição é muito comum em Minas Gerais e principalmente em Diamantina e região (LINKE, 2008). Uma pequena parcela das figurações é atribuível à Tradição Agreste, totalizando 8%, mas uma característica extremamente importante para a Arqueologia, uma vez que a Tradição Agreste é comumente encontrada no Nordeste brasileiro, mais precisamente Piauí, Pernambuco e Ceará. As Tradições Rupestres tendem a seguir uma padronização nas cores, o que foi observado em vários sítio rupestres encontrados, sendo mais comum a utilização da tonalidade vermelha nas pinturas associadas à Tradição Planalto e também a Tradição Agreste (conforme tabela abaixo 03). O vermelho é decorrente do uso de minério de ferro para a produção das tintas.

CORES Vermelho Amarelo Preto Total de figuras

QUANTIDADE 35 2 13 50

PORCENTAGEM (%) 70% 4% 26% 100%

TABELA 03 – Colorações mais encontradas nas figurações do sítio Amaros 01. FERREIRA/2013.

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GRÁFICO 05 – Domínio da coloração vermelha nas figurações rupestres. FERREIRA/2013.

GRÁFICO 06 – Porcentagem das colorações das figurações.

Como se pode perceber, a utilização do vermelho sobressai em relação aos outros, somando cerca de 70% (conforme gráfico 06) o que é comum nas pinturas rupestres associadas à Tradição Planalto em Diamantina e região (LINKE, 2008). Os painéis rupestres do sítio Amaros 01 possuem grande diversidade de grafismos, tanto em relação ao modo de grafar, quanto as mais diversas tradições e estilos utilizados pelos artistas. O estudo de Vanessa Linke (2008) buscou entender essas padronizações utilizadas pelos pintores na hora de grafar, classificando essas figurações em grandes áreas, a 13

princípios chamadas de tradição, e dentro dessas tradições foram criadas as subtradições que nada mais são do que padronização por estilos de grafar as mesmas figuras, sendo elas peixes, mamíferos, cervídeos, antropomorfos entre outros. Seguindo essa linha de raciocínio, e contribuindo para a arqueologia mineira, este trabalho teve como objetivo específico continuar essa padronização, como pode ser visto na figura 04. Cabe destacar, que as figurações encontradas neste sítio de estudo se assemelham e muito com as figurações encontradas no Complexo Arqueológico Campo das Flores. O estudo mais específico sobre as características individuais de cada figuração rupestre e suas relações intra e inter sítio, está sendo programada para nosso TCC no curso de Bacharelado em Humanidades da UFVJM, fato que irá pormenorizar nossos dados e abrir novos horizontes para uma possível pós-graduação em Arqueologia.

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FIGURA 04 – Padronização estilísticas das figurações do Sítio Amaros 01. FERREIRA/2013.

Ao analisar um sítio rupestre mesmo ele tendo suas especificidades, percebemse particularidades em seu modo de grafar como espessura do traço, tonalidade das tintas, estilo morfológico, técnica utilizada, com essas informações foi possível elaborar o quadro comparativo (figura 04) e perceber o quanto essas peculiaridades ficam claras, independente da tradição grafada.

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FIGURA 05 e 06 – Painel associada à Tradição Planalto. FERREIRA/2013.

FIGURA 07 – Antropomorfos associados à Tradição Agreste. FERREIRA/2013.

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5- PLANO DE TRABALHO

Meses de execução Descrição das Atividades 1. Revisão Bibliográfica

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

11

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

2. Coleta de dados.....

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6- CONCLUSÕES E PERSPECTIVAS

O sítio arqueológico Amaros 01 tem como principal fonte de discussão até o momento os diferentes painéis rupestres evidenciados. Assim, trata-se de um importante sítio arqueológico pré-colonial, porém que corre risco eminente de destruição em função à sua exposição às práticas de vandalismo. Está constituído por trinta e seis figurações rupestres, sendo que a maioria filiada à Tradição Planalto, comum no centro mineiro e marcada, majoritariamente, pela presença de figuras vermelhas, geralmente ocorrendo à associação clássica: cervídeos e peixes. Outros mamíferos, bem como antropomorfos, são observados, porém em menor número. Além disso, pode-se observar a presença de quatro grandes antropomorfos que se caracterizam estilisticamente aos evidenciados em sítios comuns na região nordeste do Brasil, na chamada Tradição Agreste. Justamente a pesquisa buscou entender os diferentes estilos da arte rupestres regional, bem como discutir se realmente há duas tradições rupestres, ou se trata de uma única, com representações diferenciadas do que se tem observado em Minas Gerais. Para tanto, novas campanhas de pesquisa foram programadas para serem observadas novas variáveis, tais como tipo de tinta, espessura do traço, técnicas da pintura, etc., para que, dessa forma, se obtenham dados mais assertivos. Essa pesquisa finaliza-se neste relatório, mas há diversas inquietações pelos pesquisadores do Laboratório de Arqueologia e Estudos da Paisagem (LAEP/UFVJM), há uma gama de novas pesquisas envolto deste sítio, como por exemplo, a possibilidade de escavar o local, uma vez que, possui um pacote sedimentar favorável e ajudaria entender os povos que grafaram e sua estratigrafia cronológica, assim como se as pichações continuarem crescendo quantitativamente teremos que pensar uma medida protetora e preventiva em relação ao patrimônio arqueológico, como educação patrimonial nas duas cidades, tanto Itamarandiba e suas proximidades, quanto Senador Modestino Gonçalves, o que já acontecendo graças as pesquisas realizadas no Complexo Arqueológico Campo das Flores pelo pesquisador Valdinei Amaral Leite, e em última estância um cerco ao sítio arqueológico, o que não é bem visto pelo LAEP,

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mas não podemos deixar que um sítio de grande relevância para o contexto arqueológico mineiro se vá por ações antrópicas.

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7 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BAETA, Alenice. Os Grafismos Rupestres e suas Unidades Estilísticas no Carste de Lagoa Santa e Serra do Cipó-MG. São Paulo: MAE/USP, Tese de Doutorado, 2011. FERREIRA, Eliane. Conjuntos estilísticos do sítio Serra dos Índios: Estudo da Arte Rupestre do Alto Jequitinhonha, Planalto de Minas, MG. Diamantina: LAEP/NUGEO/UFVJM, Trabalho de Conclusão de Curso, 2011. FAGUNDES, Marcelo et al. 2012a. Implicações Geológicas e Ecológicas para Assentamentos Humanos Pretéritos – Estudo de Caso no Complexo Arqueológico Campo das Flores, Área Arqueológica de Serra Negra, Vale do Araçuaí, Minas Gerais. Revista Espinhaço, 1(1), pp. 41-58. Disponível em: http://www.cantacantos.com.br/revista/index.php/espinhaco/article/view/169 FAGUNDES, Marcelo; LARA, Lucas Lara; LEITE, Valdiney A. 2012 b. Paisagem cultural da área arqueológica de Serra Negra, Vale do Araçuaí-MG: os sítios do complexo arqueológico Campo das Flores, municípios de Senador Modestino Gonçalves e Itamarandiba. Tarairiú – Revista Eletrônica do Laboratório de Arqueologia e Paleontologia da UEPB, 01 (05), pp. 41.66. Disponível em: http://mhn.uepb.edu.br/revista_tarairiu/n5/art2.pdf GASPAR, M. A Arte Rupestre no Brasil. Rio de Janeiro: 2.ed. Jorge Zahar, 2006. ISNARDIS, Andrei. Lapa, parede, painel – distribuição das unidades estilísticas de grafismos rupestres do rio Peruaçu e suas relações diacrônicas (Alto Médio São Francisco, MG). São Paulo: MAE/USP, Dissertação de Mestrado, 2004. ISNARDIS, A.; LINKE, V. Pedras Pintadas, Paisagens Construídas: a integração de elementos culturalmente arquitetados na transformação e manutenção da paisagem. Revista de Arqueologia, v. 23: pp.42-59, 2010. LEITE, Valdiney. Estudo diacrônico-estilístico da arte rupestre do sítio Itanguá 06, Complexo Arqueológico Campo das Flores, Vale do Araçuai, Minas Gerais. Diamantina: LAEP/NUGEO/UFVJM, Trabalho de Conclusão de Curso, 2012.

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LINKE, Vanessa; ISNARDIS, Andrei. Concepções estéticas dos conjuntos gráficos da tradição planalto, na região de Diamantina (Brasil Central). Revista de Arqueologia, 21: 27-43, 2008. LINKE, Vanessa. Paisagens dos sítios de pintura rupestre da região de Diamantina - Minas Gerais. Belo Horizonte: Universidade Federal de Minas Gerais, 2008. OLIVEIRA, Erik. Categorias estilísticas da Arte Rupestre do sítio Mendes I, Diamantina, MG. Diamantina: LAEP/NUGEO/UFVJM, Trabalho de Conclusão de Curso, 2012. PROUS, André. Arqueologia Brasileira. Brasília: Editora UnB, 1992. PROUS, André As Categorias Estilísticas nos Estudos da Arte Pré-Histórica: Arqueofatos ou Realidades? Revista do Museu de Arqueologia e Etnologia, São Paulo, Suplemento 3: 251-261, 1999. RIBEIRO, Loredana Repensando a tradição: a variabilidade estilística na arte rupestre do período intermediário de representações no alto-médio rio São Francisco. Revista do Museu de Arqueologia e Etnologia, São Paulo, 17: 127-147, 2007. SCHLANGER, S. 1992. Recognizing persistent places in Anasazi settlement systems. IN: ROSSIGNOL & WANDSNIDER. Space, time, and archaeological landscapes. New York and London, Plenum Press, pp. 91- 112. SEDA, Paulo R. G. A caça e a arte: os caçadores pintores pré-históricos da Serra do Cabral, Minas Gerais. Rio de Janeiro: Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Tese de Doutoramento, 1988. TOBIAS, Rogério. A arte rupestre de Jequitaí entre práticas gráficas “padronizadas” e suas manifestações locais: Interseções estilísticas no sertão mineiro. Belo Horizonte: UFMG, Dissertação de Mestrado, 2010.

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8 – PRODUÇÃO CIENTÍFICA NO PERÍODO

TÍTULO: ARTE RUPESTRE NA SERRA DOS AMBRÓSIOS: ESTUDOS ESTILÍSTICOS DO SÍTIO AMAROS 01, DIAMANTINA, MG. MODALIDADE: Pôster. EVENTO: VII Workshop Arqueológico de Xingó, II Ciclo Internacional de Simpósios Temáticos e II Reunião da Sociedade de Arqueologia Brasileira – Núcleo Regional Nordeste. DATA: 15 à 20 de Outubro de 2012. AUTORES: Mateus de Souza Ferreira e Marcelo Fagundes. LOCAL: Campus da Universidade Federal do Sergipe em São Cristóvão, Aracaju e Laranjeiras-SE. TÍTULO: SÍTIO ARQUEOLÓGICO SAMPAIO – UM ESTUDO DA ARTE RUPESTRE REGIONAL. MODALIDADE: Pôster. EVENTO: II Semana de Integração – Ensino, Pesquisa e Extensão. DATA: 05 à 08 de Junho de 2013. AUTORES: Mateus de Souza Ferreira, Erik Alves de Oliveira, Valdiney Amaral Leite e Marcelo Fagundes. LOCAL: Campus JK da Universidade Federal dos Vales Jequitinhonha e Mucuri.

TÍTULO: O SÍTIO ARQUEOLÓGICO SERRA DO RAIO I E SEU REPERTÓRIO CULTURAL – A ARTE RUPESTRE NO ALTO JEQUITINHONHA-MG. MODALIDADE: Comunicação Oral. EVENTO: II Semana de Integração – Ensino, Pesquisa e Extensão. DATA: 05 à 08 de Junho de 2013. AUTORES: Mateus de Souza Ferreira e Marcelo Fagundes. LOCAL: Campus JK da Universidade Federal dos Vales Jequitinhonha e Mucuri.

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TÍTULO: A ARTE RUPESTRE DA ÁREA ARQUEOLÓGICA DE SERRA NEGRA – ALTO ARAÇUAI: ESTUDO CRONOESTILÍSTICO DO SÍTIO AMAROS 01, ITAMARANDIBA, MINAS GERAIS. MODALIDADE: Pôster. EVENTO: II Semana de Integração – Ensino, Pesquisa e Extensão. DATA: 05 à 08 de Junho de 2013. AUTORES: Mateus de Souza Ferreira e Marcelo Fagundes. LOCAL: Campus JK da Universidade Federal dos Vales Jequitinhonha e Mucuri.

TÍTULO: ESTUDO INTERDISCIPLINAR DA ARTE RUPESTRE DA ÁREA ARQUEOLÓGICA

DE

SERRA

NEGRA



ALTO

ARAÇUAÍ:

ESTUDO

CRONOESTILÍSTICO DO SÍTIO AMAROS 01, ITAMARANDIBA, MINAS GERAIS. MODALIDADE: Pôster. EVENTO: I Semana de Geografia – Geografia em debate: Desafios na educação. PREMIAÇÃO: Menção Honrosa, 2º Lugar nas apresentações. DATA: 15 à 19 de Julho de 2013. AUTORES: Mateus de Souza Ferreira e Marcelo Fagundes. LOCAL: Campus I da Universidade Federal dos Vales Jequitinhonha e Mucuri. (AINDA NÃO RECEBI MEU CERTIFICADO DA I SEMANA DE GEOGRAFIA, PORTANTO SEGUE EM ANEXO NO CD, OS ANAIS DA PRIMEIRA SEMANA DE GEOGRAFIA)

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