Projeto sobre conto de terror

May 20, 2017 | Autor: Rayenna Castro | Categoria: Abordagens e estratégias utilizadas no processo de ensino e aprendizagem.
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Descrição do Produto


UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ
CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE BRAGANÇA
LICENCIATURA EM LETRAS – (HAB.) EM LÍNGUA PORTUGUESA








O gênero conto de terror como objeto de ensino em um 9º ano







Alunas: Milena de Paula Costa da Silva
Rayenna Reis Castro
Orientadora: Maria da Conceição Azevedo
























BRAGANÇA-PARÁ
JUNHO DE 2016


PROJETO DE ENSINO
Dados de identificação
Proponentes: Milena de Paula da costa Silva
Rayenna Reis Castro
Professora orientadora: Maria da Conceição Azevedo
Escola: Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Professor Bolívar Bordallo da Silva
Público Alvo: 9° ano - Ensino Fundamental.
Descrição/caracterização do contexto escolar e do público-alvo
2.1 A escola
A instituição de ensino, Professor Bolívar Bordallo da Silva, onde realizamos este estágio está localizada na travessa B com Floriano Peixoto, bairro Padre Luiz, no município de Bragança-PA. A escola atende turmas de ensino fundamental e médio, dispõe de biblioteca, laboratório de informática, sala multidisciplinar, sala de vídeo, sala de reciclagem, quadra de esporte, refeitório, lanchonete e um hall para atividade extraclasse. Além de 20 salas de aula amplas, com boa ventilação e luminosidade, com quadros em bom estado, cadeiras e mesas confortáveis.
Ao chegar à escola, fomos recebidas pela gestora, Irany Ramos Araújo, que nos encaminhou para falar com a coordenadora fulana Naircilene Vieira, que nos mostrou o horário da turma e nos apresentou para alguns professore. No primeiro dia de observação assistimos duas aulas de história e em seguida a aula de língua portuguesa, como já conhecíamos a professora devido a outros trabalhos desenvolvidos juntas, ela mais uma vez nos recebeu gentilmente. Então ficamos observando a turma, além da prática de ensino da professora e a interação entre ambos.
2.2 A Professora
A professora que nos recebeu para observar a turma, foi bastante gentil, nos cedeu uns instantes da sua aula para fazermos perguntas aos alunos, nos informou sobre quais gêneros ela costuma trabalhar com eles, além de ressaltar algumas de suas características específicas. Ela se formou pela Universidade Federal do Pará no curso de Letras - Língua Portuguesa ano de 1993 e trabalha há 17 anos na instituição, possui licenciatura no curso de informática pela UFRA- Universidade federal Rural da Amazônia, além de especialização em Língua Portuguesa.
2.3 A Turma
A turma 101, um 9º ano que funciona pelo turno da manhã, é composta por 40 alunos, meninas e meninos de faixa etária entre 13 e 15 anos, os quais residem na cidade de Bragança, porém há um rapaz e uma moça naturais da cidade de Belém. Como a maioria das turmas do ensino fundamental, esta também é muito inquieta e dispersa, durante a atividade de interpretação de texto proposta pela professora, alguns ficavam de conversa paralela e entretidos no celular, não somente na aula de Língua Portuguesa, mas também nas aulas de outras disciplinas. Nas aulas de história eles apresentaram um comportamento um pouco mais calmo, pois o professor é bastante rígido, acreditamos que por isso alunos se mantenham mais sossegados em alguns períodos, diferente das professoras de língua portuguesa e artes, as quais são mais condescendentes, fazendo com que a turma se apresente com maior distração durante as suas aulas.
Justificativa
A escolha do gênero conto de terror se deu com base nas observações feitas na turma nas aulas de língua portuguesa em que a professora já estava trabalhando com o gênero e através de um sondagem com os alunos descobrimos que eles gostam muito de tema terror, dessa forma buscaremos finalizar a abordagem do gênero visando a escrita, haja vista que eles já estudaram os aspectos orais do conto, estimulando o interesse dos alunos pela escrita e oralidade, além de despertar o imaginário e criatividade deles. Visto que a turma apresenta uma grande dificuldade na leitura e escrita, propomos este gênero com o intuito de melhorar o desempenho escolar dentro desses dois aspectos.
Objetivo geral
Inserir a prática da leitura e produção textual através do gênero conto de terror com o intuito de melhorar o desempenho oral e escrito da turma, além de estimular a criatividade e trabalhar os elementos narrativos.

Modelo didático do gênero

4.1 Conto de terror
O gênero conto de terror é um significativo instrumento para ser usado em sala de aula durante o processo de aprendizado tanto da escrita e quanto da oralidade, porém como a turma apresenta dificuldade em produzir textos escritos e ainda não teve grandes oportunidades de desenvolver essa capacidade, focaremos em atividades que proporcionem ampliar as competências de produção textual dos alunos, através dos aspectos estruturais e narrativos do conto. Haja vista também que os alunos já apresentam bastante competência na oralidade, em situações informais, e o seu próprio conhecimento de mundo, ou seja, falam bastante e já estudaram alguns contos populares e regionais, dessa forma enfatizaremos o aprimoramento da escrita.
O conto é do tipo narrativo mais curto, isto é, de configuração material narrativa pouco extensa, historicamente verificável. Ele tem origem nos casos/causos populares que, com sua função lúdica e moralizante, tanto seduziam e seduzem o auditório presencial dos contadores de casos das comunidades. Associa-se ao desejo humano de compartilhar acontecimentos, sentimentos e ideias.
De acordo com Gotlib (2008 apud VALLE e PINTO, 2012 e pág. 9):
A história do conto pode se esboçar a partir deste critério de invenção, que foi se desenvolvendo. Antes, a criação do conto e a sua transmissão oral, depois, seu registro escrito. E posteriormente, a criação por escrito de contos, quando o narrador assumiu esta função: de contador-criador-escritor de contos, afirmando, então, o seu caráter literário.
Quanto aos elementos estruturais do conto, esse gênero apresenta a seguinte configuração:
Enredo: situação inicial (apresentação), desenvolvimento (complicação), clímax e final.
1- Apresentação: é a parte do texto em que são apresentados alguns personagens e expostas algumas circunstâncias da história, como o momento e o lugar em que a ação se desenvolverá. Cria-se um cenário e uma marcação de tempo para os personagens iniciarem suas ações.
2 – Complicação: é a parte do enredo em que as ações e os conflitos são desenvolvidos, conduzindo o enredo ao clímax.
3 – Clímax: é o ponto em que a ação atinge seu momento crítico, momento de maior tensão, tornando o desfecho inevitável.
4 – Desfecho (final): é a solução do conflito produzido pelas ações dos personagens.
Elementos narrativos: narrador, personagens, tempo e espaço.
Espaço - É o local onde acontecem os fatos, onde as personagens se movimentam. Existe o espaço "físico", que é aquele que caracteriza o enredo, e o "psicológico", que retrata a vivência subjetiva dos personagens.

Tempo - Caracteriza o desencadear dos fatos. É constituído pelo cronológico, que, como o próprio nome diz, é ligado a horas, meses, anos, ou seja, marcado pelos ponteiros do relógio e pelo calendário.
O outro é o psicológico, ligado às lembranças, aos sentimentos interiores vividos pelos personagens e intrinsecamente relacionados com a característica pessoal de cada um.
Personagens - São as peças fundamentais, pois sem elas não haveria o próprio enredo.
Há a predominância de personagens que se destacam pelos atos heroicos, chamadas de principais, outras que se relacionam pelo seu caráter de oposição, as antagonistas, e as secundárias, que não se destacam tanto quanto as primárias, funcionando apenas como suporte da trama em si.
Narrador - É aquele que narra a história, atuando como um mediador entre a história narrada e o leitor/ouvinte. Classifica-se em três modalidades:
Narrador-personagem - Ele conta e participa dos fatos ao mesmo tempo. Neste caso a narrativa é contada em 1ª pessoa.
Narrador-observador - Apenas limita-se em descrever os fatos sem se envolver com os mesmos. Aí predomina o uso da 3ª pessoa.
Narrador Onisciente - Esse sabe tudo sobre o enredo e os personagens, revelando os sentimentos e pensamentos mais íntimos, de uma maneira que vai além da própria imaginação. Muitas vezes sua voz se confunde com a dos personagens, é o que chamamos de Discurso Indireto Livre.
De acordo com Valle e Pinto (2012) buscaremos oferecer aos estudantes subsídios teóricos e práticos, a partir da abordagem do conto de terror, para desenvolverem sua leitura tornando-os leitores críticos e proficientes, capazes de compreenderem e produzirem textos com maior competência.
SEQUÊNCIA DIDÁTICA
Oficinas
Objetivos
Atividades
Materiais
Duração
Apresentação da situação.





Motivar a turma;
Apresentar uma proposta de produção escrita do gênero conto para a turma.
- Sensibilização da turma a partir da leitura dos contos "Casa mal assombrada" e "Tesouro macabro" e da exibição de curtas-metragens.
- Apresentação para a turma da proposta de trabalho com contos de terror.

Cópias dos contos;

Datashow;

Lanterna;

Caixa de som.
2h aula

Produção inicial de um conto de terror.


Construir uma representação inicial da produção de um conto de terror.


- Divisão dos alunos em duplas para a realização da produção textual de um conto de terror, a partir do conhecimento adquirido nas aulas anteriores sobre o gênero com a professora.

Lousa e pincel.
2h aula
Avaliação da produção inicial.

Apresentação e exemplificação da estrutura textual do gênero.
Desenvolver a habilidade de avaliar o próprio texto e refletir sobre sua competência na produção do gênero.

Fazer com que a turma conheça e absorva características textuais do gênero.
- Reflexão sobre a estrutura textual do gênero: enredo – apresentação, complicação, clímax e desfecho; elementos narrativos – narrador, personagens, tempo e espaço, a partir de duas produções iniciais dos alunos.
Lousa e pincel;

Data show.

1h aula
Preparação da turma para a produção final do conto.
Iniciar a produção final do conto de terror.
Produção final dos contos a partir da produção inicial e do estudo da estrutura textual e dos elementos narrativos apontados na aula anterior.
Lousa e pincel,


1h aula
Exposição da produção textual para a turma.
Trabalhar a oralidade/leitura e desenvolver um exercício artesanal.
- Leitura das produções dos alunos;
Confecção de um mural ilustrados dos textos dos alunos.
Lousa e pincel.

Barbante, cola e tesoura.
2h aula




Plano de aula:
Aula 1
Oficina: Apresentação de contos de terror para a turma.
Objetivo: Gerar na turma uma sensibilização com o gênero conto de terror.
Atividades:
Levar os alunos para a sala de vídeo e proporcionar um ambiente familiar com o gênero conto de terror. Deixar a sala completamente escura e com o auxilio de uma lanterna e música de fundo fazer a leitura dos contos "Casa mal assombrada" e "Tesouro macabro".
CASA MAL ASSOMBRADA
O ano era 1944. Carlos que antes morava em Itaperuna - RJ, iria se mudar para Natividade, RJ. Estava a procura de uma casa e depois de algumas visitas, encontrou uma que seria ideal para acomodar sua família. Ao sair da casa, os vizinhos o alertaram de que ela era mal assombrada pelo espírito do antigo morador conhecido como "Manoel Açougueiro". Carlos que era metido a valentão ignorou os avisos dos futuros vizinhos e a família mudou-se na semana seguinte.
Depois de um mês instalados, a mãe e os filhos começaram a ouvir todas as noites, sem falta, às 22h horas em ponto, batidas na porta. Quando iam atender, não havia ninguém e o portão ficava sempre trancado com cadeado. Não havia tempo suficiente para alguém bater e pular o muro sem que ninguém percebesse. Carlos que sempre chegava após às 22:00 horas, não acreditava em tal estória.
Porém um dia, Carlos chegara mais cedo em casa e novamente às 22h horas bateram na porta. Carlos correu até a porta e não vendo ninguém por perto, gritou aos quatro cantos:
- "Manoel, é você? Se for você mesmo, apareça."
Para espanto de todos, nesta noite, à meia-noite o neném acordou chorando e Carlos ao entrar no quarto viu um cachorro branco dentro do berço. Ninguém na casa via o tal cachorro, mas Carlos insistia em tentar bater no cachorro com um cinto e acabava por acertar o bebê.
Apesar de toda a confusão da noite, Carlos ainda duvidava de que havia um fantasma na casa. No fim de semana, na sexta-feira, Carlos voltou a gritar aos quatro cantos da casa, fazendo dessa vez, um desafio ao tal fantasma.
- "Se tiver alguém aqui mesmo, que atire essas almofadas que estão na sala para o outro quarto".
De madrugada o filho mais velho da família, que também se chamava Carlos, acordou desesperado gritando que alguém havia atirado almofadas em sua cabeça enquanto dormia.
Carlos no dia seguinte, procurou o Monsenhor que providenciou a celebração de uma missa em intenção a alma de "Manoel, o Açougueiro". Desde aquela data, nunca mais ninguém ouviu batidas na porta da casa às 22h.

TESOURO MACABRO
A história que contarei a seguir é sobre dois amigos de infância, Pablo e José. Os dois eram mexicanos e andarilhavam em direção de San Juan, um pequeno vilarejo na província de Chiapas.
Estava chovendo muito e os cavalos já estavam inquietos. Pablo observara uma caverna em meio às árvores e exclamou: "Veja José, uma gruta seca. Vamos usá-la como abrigo até a chuva passar." José não titubeou e seguiu seu amigo até a tal gruta. Lá dentro, os dois se abrigaram e acomodaram os cavalos. A caverna era gelada e José sentiu um calafrio que percorreu sua espinha. "Vamos sair daqui Pablo, esta caverna me dá arrepios." Balbuciou José tremendo de frio e medo. "Bobagem! Lá fora podemos até morrer naquele temporal. Aqui nós estamos secos e seguros. "Retrucou Pablo.
A chuva não dava nem um sinal de cessar. José estava impaciente e Pablo curioso com a caverna. "Vamos lá para o fundo, estaremos mais seguros lá." Entusiasmou-se Pablo. "Estas louco homem, podemos nos perder naquela escuridão." Protestou José. "Covarde! Vamos lá, seja homem pelo menos uma vez nessa sua vida." Ameaçou Pablo com um sorriso sarcástico. Mesmo temendo pela sua própria vida, José segue o amigo até o fundo da caverna. Pablo, indo na frente, acende um fósforo e se surpreende com o que vê. Jogado ao chão, milhares de moedas de ouro e prata e até algumas joias que refletiam a luz do fósforo. Junto delas, um esqueleto humano. Pablo dá uma gargalhada e grita. "Estamos ricos José, ou melhor, estou rico José!" Virando-se imediatamente para o amigo e apontando a garrucha diretamente para a testa dele. Pablo dá um sorriso e vê o pavor do amigo que suplica. "Não Pablo, pelo amor de Deus... nós somos amig...." E um estrondo interrompe a voz de José. Com um tiro certeiro, Pablo espalha os miolos do amigo no chão... "He, he, he...agora o ouro é só meu, todo meu." Recolhendo o tesouro e colocando-o num saco, Pablo já vai até pensando no que fazer com o dinheiro.
O tempo passa e a chuva também. Com o tesouro devidamente embalado, Pablo sai da caverna sorrindo e gozando do cadáver do amigo. "Pena que você não poderá se divertir com este dinheiro companheiro." Pablo coloca o saco com o tesouro no lombo do cavalo e ruma para o vilarejo. Chegando lá, ele vai diretamente para uma pensão contabilizar o seu achado. Euforicamente, Pablo sobe para o seu quarto mal podendo conter sua alegria. Já no quarto, o homem tranca a porta e joga o saco no chão. Ao abri-lo, Pablo depara-se com uma cena inesperada e pavorosa. "Não, não pode ser !!!" Agoniza o coitado. Ao invés do tesouro, ele encontrou o cadáver rígido de seu amigo José.
Disponível em http://professorarejanealves.blogspot.com.br/p/contos-de-terror.html

Após a leitura mostrar vídeos de terror baixados do youtube e no final pedir para que a turma socialize alguma história de terror que eles conheçam.
Aula 2
Oficina: Preparação da turma para produção inicial de um conto de terror.
Objetivo: Começar a produção textual de um conto de terror.
Atividades:
Dividiremos a turma em duplas para darem início a uma produção inicial de um conto de terror com base no estudo que já tiveram sobre contos e na sensibilização do dia anterior.
Aula 3
Oficina: Apresentação e exemplificação da estrutura textual do gênero e avaliação da produção inicial.
Objetivo: Apresentar as características textuais do gênero e promover a habilidade de avaliar o próprio texto.
Atividades:
Nesta aula entregaremos os textos das duplas já corrigidos e produziremos nos alunos uma reflexão sobre a estrutura textual do gênero apresentando as divisões do enredo: apresentação, complicação, clímax e desfecho, além de apresentar os elementos narrativos: narrador, personagens, tempo e espaço e mostrar essas características através de duas produções iniciais feitas pelos alunos na aula anterior.
Aula 4
Oficina: Preparação da turma para a produção final do conto.
Objetivo: Iniciar a produção final de um conto de terror.
Atividades:
Os alunos irão fazer a produção final dos contos a partir das produções iniciais e levando em consideração a aula anterior sobre o estudo da estrutura textual e dos elementos narrativos.
Aula 5
Oficina: Exposição da produção textual para a turma.
Objetivo: Trabalhar a oralidade/leitura e desenvolver um exercício artesanal.
Atividades:
Neste módulo buscaremos criar na sala um clima propício para a contação das narrativas, deixando a sala escura e com música de fundo, em seguida cada dupla fará a leitura da sua produção final para a turma e para professora. Posteriormente os alunos farão desenhos para ilustrar seus textos e colocarão em exposição no mural da escola.


Referência
SILVA, Marina Cabral Da. "A Construção do Enredo"; Brasil Escola. Disponível em . Acesso em 13 de junho de 2016.
VALLE, Elenise Bensi. O professor PDE e os desafios da escola pública Paranaense. 2012





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