PROPOSTA METODOLÓGICA PARA GESTÃO INTEGRADA DA QUALIDADE DAS ÁGUAS

RESUMO É inegável a importância da avaliação da qualidade da água na gestão de recursos hídricos. Tradicionalmente, esta avaliação tem se baseado em parâmetros físico-químico e biológicos definidos em documentos legais, procedimento este que apresenta severas limitações tanto com relação aos parâmetros selecionados, como por não considerar as relações de causa e efeito do processo de deterioração da qualidade da água. Este artigo descreve as etapas de uma nova proposta metodológica para avaliação da qualidade de água, aplicada à bacia hidrográfica do rio Cotia (Alto Tietê, Região Metropolitana de São Paulo-RMSP, Brasil), um dos sistemas produtores de água potável da RMSP. Esta proposta parte do conhecimento da condição real do corpo d'água em estudo para prospectar as possíveis fontes de poluição, georeferenciando-as de modo a permitir a identificação das reais pressões exercidas pelas atividades humanas sobre o corpo d'água. A metodologia adotada possibilitou à companhia de saneamento fundamentar, com critérios sitematizados e holísticos, a definição das estragégias para a conservação dos recursos hídricos, superando as limitações da abordagem pontual. Palabras Clave: Qualidade de água, Gerenciamento ambiental, Impacto ambiental. INTRODUÇÃO Na gestão de recursos hídricos, a avaliação da qualidade das águas é imprescindível e, comumente, baseia-se em parâmetros físico-químicos e biológicos recomendados em documentos legais de ordem federal e estadual. No entanto, se a gestão pretende ter um enfoque ambiental, faz-se necessária uma análise mais abrangente do espaço onde as águas se inserem, buscando-se interpretar as relações entre os diversos elementos que compõem o meio. Para tanto, acredita-se que uma avaliação da qualidade da água, além do enquadramento dos parâmetros físico-químicos e biológicos aos critérios de imposição legal, deve considerar duas outras perspectivas: a dos elementos que caracterizam a composição natural das águas da bacia hidrográfica e a das pressões antrópicas que podem alterar sua composição.