Psicologia e Políticas de Assistência Social - considerações sobre a pesquisa a partir do cotidiano

June 1, 2017 | Autor: J. Andrade Costa | Categoria: Políticas Públicas, Psicología Social, Vida Cotidiana, Assistência Social
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Agnes Heller foi discípula de Gyorgy Lukács e expoente da chamada Escola Marxista de Budapeste (Hungria). Para Iray Carone (2006) o trabalho intelectual de Heller situa-se para além de um neomarxismo, sendo melhor definido como um "Paradigma da Estrutura das Objetivações Sociais". Ver: Carone (2006).
Referimo-nos ao conceito de "Comunidades interpretativas" no sentido desenvolvido por Boaventura Sousa Santos, na perspectiva de construção de um novo senso-comum. Ver a esse respeito, e em relação à pesquisa participante, Schmidt (2006).
O Programa Bolsa Família foi o programa de transferência de renda mais popularizado na última década e tem despertado o interesse de diversos pesquisadores, especialmente em relação ao questionamento de se representa uma medida clientelista/assistencialista ou se possui potencial emancipatório para as famílias beneficiárias. A esse respeito, conferir Campello & Neri (2013), Euzébios Filho (2011) e Rego (2008), entre outros.
Segundo o Censo SUAS 2012. Conferir http://aplicacoes.mds.gov.br/sagi/publicacao_eletronica/muse/censo2012/ para outras informações.
Em nossa pesquisa bibliográfica, visitamos bases de dados online, tais como: "Scielo – Scientific Eletronic Library Online", "Pepsic – Periódicos Eletrônicos em Psicologia", "Teses USP", "Sapientia Teses PUC-SP" e Google Scholar. Utilizamos os descritores: "CRAS", "Centro de Referência de Assistência Social", "Proteção Social Básica", "Psicologia", "Psicólogo", "Atuação", entre outros. Foram selecionados quinze artigos, cinco dissertações, uma tese e dois livros para análise. Esta revisão faz parte de nossa pesquisa de mestrado, em andamento.
"Neodesenvolvimentismo", ou "novo-desenvolvimentismo", são termos contemporâneos utilizados por economistas e cientistas sociais na tentativa de caracterizar a situação política, econômica e social brasileira na última década. Para detalhes e críticas acerca desse assunto, conferir o volume 112, de outubro-dezembro de 2012, da "Revista Serviço Social & Sociedade", publicada pela editora Cortês e disponível online, pelo no seguinte endereço eletrônico: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_issuetoc&pid=0101-662820120004&lng=pt&nrm=iso


UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
INSTITUTO DE PSICOLOGIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA SOCIAL





José Fernando Andrade Costa




"Psicologia e Políticas de Assistência Social: considerações sobre a pesquisa a partir do cotidiano"





Trabalho final da disciplina: "Trabalho e cotidiano: aproximações teóricas e metodológicas"


Docentes: Leny Sato, Fábio de Oliveira e Mariana Prioli






Junho de 2014

Título: Psicologia e Políticas de Assistência Social: considerações sobre a pesquisa a partir do cotidiano

Autor: José Fernando Andrade Costa
Número USP: 8857171

Resumo: O presente trabalho tem por objetivo discorrer sobre as possíveis contribuições da observação do cotidiano enquanto aporte metodológico para a pesquisa em Psicologia Social no âmbito das Políticas Públicas de Assistência Social, no nível da Proteção Social Básica. Para tanto, são apresentadas alguns elementos da sociologia da vida cotidiana e do método etnográfico enquanto aportes metodológicos para a pesquisa empírica. O foco na relação entre Psicologia e Assistência Social justifica-se pela recente inserção de psicólogos no âmbito dessas Políticas Públicas e o consequente crescimento do número de pesquisas que se interrogam acerca das possibilidades e desafios para a atuação neste campo. São apresentadas e discutidas pesquisas recentes que enfocam o trabalho de psicólogos nos Centros de Referência de Assistência Social (CRAS), destacando-se os desafios e possibilidades para a pesquisa empírica interessada em conhecer as atividades cotidianas dessas unidades em suas intersecções entre trabalhadores e usuários beneficiários dos serviços.

Palavras-chave: Psicologia Social; Centro de Referência da Assistência Social (CRAS); cotidiano; etnografia.


A análise da vida quotidiana pode e deve contribuir para despertar a sociologia de um prolongado sono, ora excessivamente empirista, ora excessivamente estruturalista. Eis como se pode configurar a sociologia da vida quotidiana: espécie de lançadeira de tear, de um lado para o outro, num movimento pendular, cerzindo no universo social as micro e as macroestruturas.
José Machado Pais (2001).
Pesquisando o cotidiano: a riqueza dos "pequenos nadas" da vida
De acordo com Tedesco (1999), o crescente interesse sociológico pela vida cotidiana, nas últimas décadas, reflete o embate presente na história das ciências sociais entre as abordagens tradicionais, ou "modernas" (estruturalista, universalista, macroanalítica etc.) e as novas correntes epistemológicas, "pós-modernas" (atomista, relativista, microanalítica etc.). Neste embate entre "modernos" e "pós-modernos", o cotidiano deixa o lugar de mero depositário das análises que partiam de teorias funcionalistas e adquire o caráter de campo sociológico "enquanto terreno fértil para a definição de epistemes que transitam pela postura multidirecional, pluralista, pela crítica aos grandes modelos coletivos de sociedade e de formas conceituais" (Tedesco, p.20).
Mas, o que é o cotidiano? Como se define o objeto deste campo sociológico emergente? Segundo Pais (2001), costuma-se dizer que o cotidiano é o que se passa todos os dias: nele não há nada que fuja à ordem da rotina, da monotonia, do previsível e habitual. Contudo, o autor nos interpela a buscar conhecer "o que se passa quando nada se passa", pois se o cotidiano é, por um lado, o lugar da repetição, das ritualidades, do "conhecimento prático" (ou senso-comum), por outro é onde se dão as rupturas dessa mesma rotinarização. Aliás, as raízes semânticas de rotina já revelam essa característica: uma associação entre "rota" (caminho, via) e o latim rupta, (ruptura, corte, rompimento). Nesse sentido, mais importante do que observar apenas as regularidades da vida cotidiana é ficar atento também àquilo que a perturba. Martins (2000) refere-se à investigação do cotidiano como uma "sociologia do detalhe", no sentido de que mesmo na rotina mais alienada há momentos de iluminação e criação. Mesmo na reprodução da sociedade capitalista, onde todas as relações parecem alienadas e reificadas, há a produção de novas relações em meio à reprodução das contradições sociais: "não há repetição do velho sem uma certa criação do novo" (p.63). Trata-se, portanto, de dar voz ao silêncio, pois é justamente nos instantes da inviabilidade da reprodução, nas rupturas do cotidiano, que se instaura o momento da invenção, da ousadia, do atrevimento, da transgressão (Martins, 2000, p.64).
Segundo Pais (2001), é preciso converter o cotidiano em objeto de permanente surpresa ao se propor uma atividade de pesquisa que busque ir além do que se tem como dado a respeito de um determinado fenômeno social. Nesse sentido, a "alma" da sociologia do cotidiano não está nos fatos que são apreendidos e apresentados; a verdadeira "alma" da sociologia da vida cotidiana está no modo com nos aproximamos desses fatos – ditos cotidianos –, o modo como os interrogamos e como eles se nos revelam (p.32). À sociologia do cotidiano interessa mais a "mostração" (do latim monstrare) do social do que a sua "demonstração" por esquemas teóricos já pré-estabelecidos. Trata-se, antes, de uma perspectiva metodológica na qual o cotidiano corresponde a uma rota de conhecimento do social. Para esse autor,
a vida cotidiana não se constituiu num objecto unificado por qualquer sistema conceptual e teórico coerente e próprio, embora seja um termo que se tem imposto, orientando reivindicações, atitudes, discursos. Por outro lado, o quotidiano é um lugar privilegiado da análise sociológica na medida em que é revelador, por excelência, de determinados processos do funcionamento e da transformação da sociedade e dos conflitos sociais que a atravessam (Pais, 2001, p.72).

Uma tentativa de sistematizar o cotidiano enquanto categoria sociológica de um paradigma específico foi a de Agnes Heller (2008), para quem o cotidiano é lócus da vida de todo homem e do homem todo. Com isso, essa autora quer dizer que a vida cotidiana é vivida por todos, uma vez que não há quem esteja fora dela, e também é onde o ser humano (o "homem" de Heller) se coloca em sua integralidade: atos, sentimentos, paixões, ideologias etc. Na esfera da vida cotidiana cada homem é a síntese de particularidade e generalidade, no sentido de viver o particular (de partícula) social, que é próprio de cada um, e o genérico (do gênero humano), que corresponde ao todo da humanidade. Nas diversas esferas da vida cotidiana, portanto, se reproduzem tanto os processos de individuação quanto de alienação e preconceitos característicos da dinâmica da estrutura social.
É importante ressaltar a distinção entre pesquisar o cotidiano e pesquisar no cotidiano (Spink, 2007). Quando nos propomos a pesquisar o cotidiano, ou mesmo um cotidiano específico (por exemplo, de trabalhadores de uma fábrica), tendemos a estabelecer uma distinção entre o pesquisador e o objeto de pesquisa, no caso, o cotidiano estudado. Contudo, ao assumirmos que a pesquisa se desenvolve no cotidiano, necessariamente estamos nos colocando enquanto partícipes do fluxo de ações que conformam a realidade estudada. Ao adentrarmos, enquanto pesquisadores, no cotidiano estudado, inevitavelmente passamos a fazer parte da pesquisa. Isto não configura um problema de primeira ordem quando temos consciência de que todo conhecimento é construído nas relações sociais. Contudo, empiricamente, para pesquisarmos o cotidiano não há outro meio senão imergir no cotidiano. De tal feita, decorrem responsabilidades ética e política, além da autocrítica, enquanto pesquisadores, acerca de nossa atividade.
Peter Spink (2008) defende a importância dos pesquisadores se conectem aos "micro-lugares" presentes no cotidiano, ou seja, os fluxos constantes de pessoas, falas, espaços, conversas e objetos, assumindo-se como parte de um processo contínuo de negociação, resistência e imposição de sentidos coletivos. As conversas, os bate-papos informais, as configurações espontâneas do dia-a-dia que envolvem o pesquisador, fazem parte do método de pesquisa. O "pesquisador conversador" busca chegar mais perto, conhecer o outro, conhecer seus pontos de vista e de onde falam, pois reconhece que a objetividade é construída intersubjetivamente e, portanto, não deve se preocupar tanto com a objetividade em si, mas em como ela é entendida (Spink, 2008).
Assim, a sociologia da vida cotidiana se mostra como um campo fértil para o desenvolvimento da pesquisa em Psicologia Social, pois inevitavelmente abala as pretensões do distanciamento reificante entre "pesquisador" e "pesquisados", enquanto entidades puras, nos moldes da clássica dicotomia entre sujeito e objeto (Spink, 2008, Spink 2007, Sato & Souza, 2001). Nesse sentido, acreditamos que considerar a vida cotidiana como abordagem metodológica relevante para a Psicologia Social pode contribuir para o desenvolvimento de novos referenciais de pesquisa mais horizontais e dialógicos.

Abordagem etnográfica: desvelando a complexidade do cotidiano
Se, por um lado, a aproximação atenta ao que se passa no cotidiano já constitui, por si, uma abordagem metodológica, por outro é necessário considerar quais outras ferramentas podem contribuir para a pesquisa qualitativa em Psicologia Social a partir do cotidiano.
Podemos encontrar um valioso suporte no método de pesquisa etnográfico. Apesar de oriunda da Antropologia Cultural, a etnografia tem contribuído significativamente para pesquisas em outros campos do saber, inclusive a Psicologia Social. Se, inicialmente, o método etnográfico era utilizado por antropólogos para pesquisar grupos social e culturalmente muito diferentes dos do pesquisador, a partir das experiências da Escola de Chicago, nos anos 1920, essa metodologia passou a contribuir também com a pesquisa dos grupos sociais "familiares", urbanos. A partir de então, a etnografia pôde se estender a diversos campos de investigação, como a fábrica, a escola etc. A etnografia é uma estratégia que informa o trabalho de pesquisa, rica para o estudo dos processos e interações sociais, das práticas e das representações, pois possibilita acessar a complexidade, a singularidade, as práticas, que constituem as atividades diárias das pessoas (Sato & Souza, 2001).
De acordo com Sato & Souza (2001), a etnografia se destaca como "o método de pesquisa social por excelência", dentro de uma concepção naturalista de ciência, pois tem por principal característica a consideração de que qualquer descrição do comportamento humano requer a compreensão dos significados locais para descrevê-lo. Nesse sentido, alinhado às concepções interpretativas, o método etnográfico pressupõe que a realidade seja construída socialmente, expressando-se nas práticas, nos discursos, nas relações e nas instituições criadas.
Segundo Rockwell (citada por Sato & Souza, 2001), o trabalho etnográfico tem como características: a) documentar o não documentado; b) obter, como produto do trabalho analítico, sempre uma descrição; c) longa permanência no campo pesquisado; d) interpretar e integrar conhecimentos locais à elaboração da descrição; e) construir novos conhecimentos, a partir de realidades particulares, buscando relações relevantes às inquietações teóricas mais gerais. Além dessas características principais, a etnografia pressupõe um tipo especial de interação entre pesquisador e pesquisados: a observação participante.
Mais do que uma ferramenta de pesquisa, a observação participante se configura como um trabalho de campo que pressupõe um processo de convivência entre pessoas. Isso significa que ao "estar no campo" o pesquisador já modifica o ambiente não sendo possível, portanto, obter uma descrição "pura". Além disso, as pessoas do local (o "objeto" a ser pesquisado) também fazem perguntas para saber quem é o pesquisador, o que pretende com a pesquisa, onde irá divulgar etc. Ou seja, interrogando a seu modo, os sujeitos pesquisados também investigam os pesquisadores de profissão.
Por vezes, o pesquisador também terá que lidar com situações imprevistas, inesperadas. Assim como toda experiência de trabalho, a pesquisa acadêmica também nos coloca desafios que irão exigir respostas para além das prescrições presentes nos manuais. Sendo a pesquisa de campo, portanto, um "processo de convivência entre pessoas", não são apenas as regras e rigores metodológicos que nortearão a qualidade da pesquisa, mas a qualidade do relacionamento entre pesquisador e as pessoas do local pesquisado (Sato & Souza, 2001).
O caráter participante da pesquisa etnográfica possibilita que na relação entre "pesquisadores" e "pesquisados" se dê a composição de diferentes saberes e interpretações sobre o fenômeno estudado. Além disso, o diálogo é a base para a transposição de distâncias sociais, culturais e psicológicas entre os sujeitos que se relacionam e convivem, desde diferentes posições. Segundo Schmidt (2006, p.36) "estas posições resultam da negociação de atitudes e valores e das relações de poder envolvendo a distribuição democrática dos lugares de escuta, fala e ação no decorrer da pesquisa de campo, as formas de apropriação e destinação do saber elaborado e a apreciação de efeitos de dominação e emancipação do conhecimento e sua divulgação". O reconhecimento da alteridade e o horizonte participativo do trabalho de campo revelam as dimensões ética e política do método etnográfico e abre possibilidades para a construção de "comunidades interpretativas" (Schmidt, 2006).
"O etnógrafo observa e paralelamente interpreta", diz Rockwell,
Seleciona do contexto o que há de significativo em relação à elaboração teórica que está realizando. Cria hipótese, realiza uma multiplicidade de análises, reinterpreta, formula novas hipóteses. Constrói o conteúdo dos conceitos iniciais, não o pressupondo. Ao deparar-se com o aparente 'caos' da realidade, que costuma provocar de imediato juízos etnocêntricos, o pesquisador aprende a abandonar a formulação abstrata e demasiadamente precoce, pois é necessário 'suspender o juízo' por um momento. Assim é possível construir um objeto que dê conta da organização peculiar do contexto, incluindo as categorias sociais que expressam relações entre os sujeitos. No duplo processo de observação e interpretação, abre-se a possibilidade de criar e enriquecer a teoria (Rockwell, citada por Sato & Souza, 2001).
A construção de categorias sociais que implicam as relações entre os sujeitos envolvidos na pesquisa torna mais rica a compreensão do fenômeno em questão. Isso significa que, tendo inicialmente o pesquisador ido a campo com categorias analíticas pré-estabelecidas, no decorrer do processo de observação participante, a própria relação com "o caos da realidade" irá conduzi-lo a ordenar a interpretação dos fatos observados em novas categorias, que serão categorias sociais, pois emergem da própria dinâmica da relação social na qual o conhecimento é produzido. Assim, a orientação etnográfica posiciona-se contra a dicotomização entre as etapas de coleta e análise de "dados", considerando, o "estar no campo" como um constante diálogo entre a natureza do objeto, as hipóteses de trabalho e o que o campo "fala" (Sato & Souza, 2001). Contudo, isso não significa que os resultados da pesquisa não devam ser confrontados e submetidos à crítica de teorias mais gerais. Ou seja, se no nível metodológico a etnografia rompe com a ilusão da neutralidade do pesquisador, no plano analítico ela não dispensa o rigor teórico na interpretação do trabalho de campo.
Cabe agora perguntarmos: como a etnografia a partir do cotidiano pode contribuir para a pesquisa em Psicologia Social? Ou, mais especificamente, quais as possibilidades dessa metodologia para a pesquisa da relação entre Psicologia e Políticas Públicas de Assistência Social? Para responder a essas perguntas, temos que entender melhor o papel dos/as psicólogos/as nessa política, estabelecendo um recorte necessário para delimitar nosso objeto de estudo, neste caso a atuação de psicólogos/as no nível da Proteção Social Básica e, mais especificamente, no Centro de Referência da Assistência Social (CRAS).

A Psicologia no âmbito das Políticas Públicas: o Centro de Referência da Assistência Social
O surgimento da assistência social no Brasil está ligado às ações de caridade das senhoras da sociedade e era voltada para a população pobre e marginalizada. Nos três primeiros quartos do século passado as ações assistenciais foram pautadas pela lógica da caridade, do favor e do clientelismo. Sob o signo da bondade, reforçada pelo ethos cristão, a assistência operava no caráter de urgência, de tutela, de uma ação que parte da vontade e não do direito ou da responsabilidade do Estado pelo bem-estar da população (Yamamoto & Oliveira, 2010). Somente a partir da década de 1970, em função das tensões sociais provocadas pela contradição entre progresso econômico e aumento dos índices de pobreza, principalmente nas metrópoles, é que começam a se expandir o sistema de proteção social brasileiro, ainda que incipiente. Mas a consolidação assistência social enquanto direito social e parte da proteção social de responsabilidade do Estado ocorre apenas em 1988, com a Constituição Federal, após um longo período de lutas dos movimentos sociais pela legitimação dos direitos sociais e políticos (MDS, 2005).
A partir da década de 1990 começam a ser implantadas diversas medidas legais de proteção social, tais como a lei que garante os direitos da Pessoa Portadora de Deficiência (Lei 7.853/89), o Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei 8.069/90), o Sistema Único de Saúde (Lei 8.080/90) e, em 1993, a Lei Orgânica da Assistência Social (Lei 8.742/93), entre outras. Nos anos seguintes, principalmente na segunda gestão de Fernando Henrique Cardoso, surgem diversos programas sociais, como por exemplo: o Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (PETI), Benefício de Prestação Continuada (BPC), Programa de Garantia de Renda Mínima (PGRM), Bolsa Alimentação, Bolsa Escola etc. A partir da gestão Lula da Silva, houve um aumento substancial dos recursos do Governo Federal nas políticas sociais e a maioria dos programas anteriores foram unificados, em 2003, no Programa Bolsa Família. Em 2004 é criado o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) e promulgada a Política Nacional de Assistência Social (PNAS) e em 2005 institui-se o Sistema Único da Assistência Social (SUAS), em grande medida baseado no SUS, e ainda no mesmo ano a Norma Operacional Básica da Assistência Social (NOB/SUAS). Em 2006 é aprovada a NOB de Recursos Humanos (NOB-RH/SUAS) que inclui a psicologia entre as profissões que compõem as equipes mínimas nos Centros de Referência de Assistência Social (CRAS), no nível de Proteção Social Básica e nos Centros de Referência Especializados de Assistência Social (CREAS), no nível da Proteção Social Especial.
O CRAS é a unidade responsável pela organização e oferta de serviços de proteção social básica nos territórios em situação de vulnerabilidade social. Cabe ao CRAS atuar no nível preventivo, evitando a ocorrência de situações de risco e vulnerabilidades sociais por meio do desenvolvimento das potencialidades presentes no território, através da rede socioassistencial de proteção, do fortalecimento de vínculos familiares e comunitários, e da ampliação do acesso aos direitos de cidadania (MDS, 2009).
Com a inserção de psicólogos/as no terreno da assistência social e na lida diária com comunidades em situação de vulnerabilidade e risco sociais, vários questionamentos surgiram a respeito de qual a especificidade do trabalho do psicólogo nessa política. Para tentar dar conta desses questionamentos, duas publicações técnicas procuram orientar a atuação "psi", ressaltando o "compromisso social" da psicologia social na assistência (CREPOP, 2008; CFESS/CFP, 2007). Nos "Parâmetros para atuação de assistentes sociais e psicólogos(as) na Política de Assistência Social", publicados em conjunto pelo Conselho Federal de Assistência Social (CFESS) e pelo Conselho Federal de Psicologia em 2007, no que concerne especificamente à Psicologia, o trabalho deve ser orientado para a realização de "ações de desnaturalização da violação dos direitos e de luta pela superação das desigualdades sociais" (CFESS/CFP, 2007, p.22). Como? "Diretamente, na medida em que é necessário apresentar ações concretas, objetivas e ágeis de monitoramento, definição de indicadores de gestão e resultados que orientem a eficácia e eficiência das (...) atividades. Indiretamente, pois o sujeito atendido plenamente, por um(a) profissional comprometido(a) com seu processo de cidadania, desenvolve, pela própria experiência, a autonomia e o empoderamento para fazer valer seus direitos" (p.22). A seu turno, o documento publicado exclusivamente pelo CRP, a partir do Centro de Referência Técnica em Psicologia e Políticas Públicas (CREPOP), sob o título de "Referências Técnicas para atuação de do(a) psicólogo(a) no CRAS", ressalta a importância do "compromisso com a autonomia dos sujeitos, com a crença no potencial dos moradores e das famílias das populações referenciadas pelos CRAS, para que rompam com o processo de exclusão/marginalização, assistencialismo e tutela" (CREPOP, 2008, p.20). Nesse sentido, prossegue o manual, "os psicólogos devem promover e fortalecer vínculos-sócio afetivos, de forma que as atividades de atendimento gerem progressivamente independência dos benefícios oferecidos e promovam a autonomia na perspectiva da cidadania" (p.24).
Ocorre que essas e outras recomendações para atuação de psicólogos no CRAS configuram mais "prescrições" do que o trabalho "real" realizada diariamente por psicólogos espalhados pelos mais de 7.725 CRAS existentes no Brasil. Isso é o que se reflete em diversas pesquisas desenvolvidas recentemente no campo da Psicologia Social e em outras áreas, que tiveram por objeto o questionamento da atuação de psicólogos no CRAS (Reis & Cabreira, 2013; Sobral & Lima, 2013; Senra & Guzzo, 2012; Oliveira, Dantas, Solon & Amorim, 2011; Silva & Gorgozinho, 2011; Andrade & Romagnoli, 2010, Ansara & Dantas, 2010, Ximenes, Paula & Barros, 2009).
As publicações recentes que se debruçaram sobre o trabalho do psicólogo no CRAS apresentam características diversas. São trabalhos recentes, publicados entre 2008 e 2013, desenvolvidos principalmente em programas de pós-graduação stricto sensu, no nível de mestrado, em diversos estados do país (ES, MG, PR, RJ, RN, RS, SE, SP, TO). Utilizam diversas abordagens metodológicas (quantitativo, qualitativo, questionários fechados, entrevistas abertas etc.) e utilizam fundamentos teóricos variados, predominando o Materialismo Histórico Dialético (Psicologia Sócio-Histórica) e a Filosofia da Diferença (Foucault, Deleuze, Guattari). Cada trabalho se propõe a responder uma questão específica que pode variar desde a representação social do trabalho dos psicólogos nos CRAS de um estado ou as especificidades da atuação nas zonas rurais, até o levantamento de quantos e onde estão os psicólogos que atuam no CRAS (Sobral & Lima, 2013; Reis & Carreira, 2013; Macedo, Sousa, Carvalho, Magalhães, Sousa & Dimenstein, 2011).
A partir de uma análise preliminar da literatura, podemos apontar alguns resultados, tais como: apesar das orientações técnicas, é recorrente a falta de clareza acerca de qual a especificidade do psicólogo no CRAS; o atendimento clínico às famílias é praticado no CRAS apesar de não ser um espaço para esse tipo de atuação (CREPOP, 2008; CFESS/CFP, 2007); a formação acadêmica e a realidade brasileira das famílias em situação de vulnerabilidade parecem desvinculadas e os profissionais queixam-se de não ter tido preparo adequado para atuação na área; enquanto a premissa do compromisso social é almejada como fundamento ético-político e horizonte de transformação social pela prática "psi", vários estudos apontam para os desafios e limites da atuação de psicólogos nos CRAS, que estaria mais próxima da "administração da pobreza", da "gestão da miséria necessária" e do biopoder, do que de uma práxis emancipatória e transformadora (Souza, 2011; Oliveira, 2010).
Essas observações podem ser ilustradas por Senra & Guzzo (2012, p.298), quando afirmam que "o projeto do 'compromisso social do psicólogo' já se esgotou para a psicologia, pois mesmo com alguns avanços, tornou-se esvaziado de sentido quando não aprofunda as contradições existentes na sociedade e na própria profissão". As autoras apostam na construção de uma outra psicologia, que assuma criticamente sua função social e política e se volte para as necessidades concretas das massas populares oprimidas.
Para Oliveira, Dantas, Solon & Amorim (2011), em relação à prática psicológica na proteção social básica do SUAS, "não cabe apenas à Psicologia romper com a lógica particularista e individualizante de trabalho; é preciso que as políticas sociais, com destaque para a Assistência Social, avancem na consolidação de um sistema de garantia de direitos que efetivamente consiga promover alterações nos padrões de distribuição da riqueza socialmente produzida" (p.148). Nesse sentido, a resposta para a "questão social" brasileira passa por superar a dificuldade em expandir os direitos de cidadania, avaliados como ainda incipientes apesar dos avanços observados na última década.
Em relação à formação em psicologia, Andrade & Romagnoli (2010) apontam para a dificuldade de atuação nos CRAS tendo em vista o enrijecimento identitário da Psicologia tradicionalmente ancorada no "setting" particular, atuante apenas no âmbito "psi", enquanto o "social" seria o espaço de atuação das outras profissões, no caso, o Serviço Social. Assim, as autoras afirmam que "a formação do psicólogo e a realidade brasileira ficam desvinculadas, pois, no âmbito da formação, há uma hegemonia na ênfase clínica voltada para o atendimento às camadas sociais com grande poder aquisitivo" (Andrade & Romagnoli, 2010, p.611).
Destacam-se também os limites institucionais do trabalho no CRAS. De acordo com Ansara & Dantas (2010), existem várias contradições entre uma prática social comprometida e as exigências dos planos e programas que fazem parte das políticas públicas. As autoras apontam algumas das dificuldades com que se deparam os trabalhadores: "em meio às exigências burocráticas dos Programas de Governo e às solicitações concretas da população excluída, eles (trabalhadores) afirmam perder de vista a dimensão política de sua prática cotidiana e a noção de direito e cidadania que permeia sua relação com as comunidades" (Ansara & Dantas, 2010, p.100). Dentre os limites institucionais que desafiam o trabalho, "destaca-se a relação clientelista e paternalista que permeia as iniciativas do poder público" (p.100). Diante das inúmeras demandas da população, os trabalhadores perdem de vista quais são suas atribuições: "sentem-se pressionados a resolver os problemas no âmbito pessoal e a 'fazer pelos outros', uma vez que representam o poder público" (Ansara & Dantas, 2010, p.100).
Apesar de alguns estudos discutirem os aspectos positivos do CRAS, em especial para o processo de emancipação dos sujeitos beneficiários dos programas, como é o caso do estudo de Moreira, Ferreira, Lima & Ckagnazaroff (2012), a respeito do trabalho de um CRAS em Minas Gerais no sentido do empoderamento de mulheres beneficiárias do Programa Bolsa Família (com base no aumento do número de divórcios e da frequência em oficinas de geração de renda dessas mulheres), estes ainda são casos isolados e raros na literatura e restringem-se a resultados bastante pontuais das políticas públicas.
Em suma, muitos dos trabalhos estudados concluem apontando para a necessidade de novas pesquisas que ajudem a responder às inquietações suscitadas pela atuação dos psicólogos nas políticas de assistência social. Podemos então questionar: quais as perspectivas para o futuro da práxis "psi" no âmbito da assistência social? Manutenção do status quo, através da administração social da pobreza, ou resistência ao estabelecido em direção ao empoderamento e emancipação dos sujeitos atendidos, conforme preconizam os manuais de orientação técnica? Enfim, para prosseguir na tentativa de responder a essas perguntas, cabe voltarmos nosso olhar mais uma vez para a esfera do cotidiano.

Desafios e possibilidades para atuação dos/as psicólogos/as no CRAS: uma aproximação ao cotidiano de trabalho
O que se passa no cotidiano de um CRAS? Como são construídas diariamente as práticas que realizam os trabalhadores dessas unidades e como os beneficiários recebem os serviços? Em meio às exigências burocráticas dos programas de Governo e às demandas diárias do território, há espaço para a produção de ações transformadoras? A partir destas perguntas, deixadas pelas pesquisas analisadas, pretendemos observar atentamente o cotidiano de uma unidade CRAS, localizada na periferia da cidade de São Paulo.
Partimos da consideração de que o CRAS é uma instituição que tem por prerrogativa viabilizar a aplicação das políticas de proteção social básica em territórios em situação de vulnerabilidade social, sem suplantar as potencialidades locais. Nesse sentido, o "território" é concebido como espaço humano habitado, vivido, conjugando subjetividades e negociações cotidianas, sendo portanto fundamental reconhecer as potencialidades ativas dos territórios na constituição de processos e relações sociais de poder. Assim, o CRAS é convocado a "maior aproximação possível do cotidiano da vida das pessoas, pois é nele que riscos, vulnerabilidades se constituem" (MDS, 2004, p.15). Mas é também nos espaços coletivos do território "que se expressam a solidariedade, a extensão das relações familiares para além da consanguinidade, o fortalecimento da cumplicidade de vizinhança e o desenvolvimento do sentimento de pertença e identidade" (MDS, 2009, p. 13).
Ao adentrarmos o cotidiano do CRAS, pretendemos observar em sua dinâmica elementos que nos permitam pensar de modo mais amplo as questões sociais da desigualdade brasileira. Como nos diz Pais (2001), o cotidiano "pode significar mais do que o sentido vulgar do termo; é um conceito que pode e deve ser tomado como fio condutor do conhecimento da sociedade" (p.74). Pretendemos problematizar a função do trabalho de psicólogos/as nas as políticas de assistência social, à luz das análises conjunturais em que se inserem e se desenvolvem, em meio às mudanças econômicas e sociais observadas no Brasil na última década. O debate, nesse sentido, encontra-se hoje em relação à polêmica do dito "neodesenvolvimentismo" brasileiro, decorrente dos anos de gestão do Partido dos Trabalhadores no governo federal.
Ao elegermos a etnografia como método, por excelência, da investigação do cotidiano, buscamos conhecer as relações entre os dispositivos sociais e os dispositivos microssociais que regulam ou informam a vida social, principalmente em relação à construção de sentidos e significados atribuídos à prática de psicólogos no CRAS.
Consideramos que a "pesquisa de campo" se dá a partir da aproximação ao cotidiano enquanto "campo-tema", tal como utilizada por Kurt Lewin e defendida por Peter Spink (2008), no sentido de que "ao inserir-se no campo tema, sustenta-se o campo-tema, mantendo-o socialmente presente na agenda das questões diárias" (p.73). Desse modo, nosso tema de pesquisa (no caso, a Psicologia nas políticas de assistência social) não está em um lugar ao qual "visitamos" esporadicamente, mas configura-se como matriz de questionamento e argumento, de ação e narração, pela qual contamos com a participação ativa dos diversos atores que constituem tanto o cotidiano pesquisado, quanto o cotidiano da pesquisa.
Sabemos dos desafios de tal empreitada, especialmente tendo em vista a predominância das Organizações Não-Governamentais (ONGs) na execução dos serviços sócio-assistenciais articulados pelo CRAS. Isso exige que enfrentemos o seguinte problema: o processo de "onguização" do atendimento à população favorece ou dificulta o trabalho de psicólogos/as no CRAS, uma vez que tanto pode significar uma ampliação da rede de atenção ao território quanto pode contribuir para a desresponsabilização do Estado? Além disso, as condições de trabalho configuram um aspecto de fundamental importância a ser observado em nossa pesquisa, pois refletem diretamente nos resultados – positivos ou negativos – de qualquer equipe de trabalho.
Se estivermos atentos às práticas cotidianas do trabalho no CRAS, talvez possamos observar se e como os sujeitos agem, produzem e reinventam normas que guiam o fazer diário segundo suas próprias expectativas e convicções de modo a enfrentar as contradições entre as exigências dos programas de governo e as demandas sociais dos beneficiários dos serviços. Nesse sentido, acompanhamos Michel de Certeau (2011) e interrogamos sobre as operações tanto dos trabalhadores como dos usuários dos serviços dos CRAS em meio ao poder disciplinador engendrado através das políticas de assistência social. Como afirma Certeau, a respeito da imposição de representações e normas pelas elites para manutenção da ordem social:
A presença e a circulação de uma representação (ensinada como o código da promoção socioeconômica por pregadores, por educadores ou por vulgarizadores) não indicam de modo algum o que ela é para seus usuários. É ainda necessário analisar a sua manipulação pelos praticantes que não a fabricam. Só então é que se pode apreciar a diferença ou a semelhança entre a produção da imagem e a produção secundária que se esconde nos processos de sua utilização (Certeau, 2011, p. 39).
Interessa-nos, em nossa pesquisa, conhecer as "maneiras de fazer" cotidianas, os "usos" e "táticas" que permitem burlar os rígidos parâmetros institucionais, mesmo sem alterá-los estruturalmente, mas que provocam uma politização das práticas em favor dos mais fracos em relação ao sistema. Trata-se de observar os modos de "fazer com" no cotidiano de trabalhadores e usuários de um CRAS.
Acreditamos que tais premissas teórico-metodológicas oferecem subsídios para prosseguirmos com a investigação empírica da inserção da Psicologia nas políticas de proteção social básica, a partir das relações entre trabalhadores e usuários de uma unidade CRAS da cidade de São Paulo.

Considerações finais
Neste trabalho procuramos discorrer sobre as possíveis contribuições da observação do cotidiano e da etnografia enquanto aportes teórico-metodológicos para a pesquisa em Psicologia Social no âmbito das Políticas Públicas de Assistência Social, no nível da Proteção Social Básica. Partindo da análise da literatura disponível acerca da atuação de psicólogos/as nos Centros de Referência da Assistência Social, defendemos a necessidade de interrogarmos sobre qual a função da prática "psi" nessas unidades e se e quais usos "táticos" podem ser feitos por trabalhadores e usuários nesse contexto. Entendemos que a aproximação ao cotidiano, enquanto dimensão da realidade rica de significações, tensões e representações sobre o social, nos permite conhecer um pouco melhor a dinâmica do trabalho de psicólogos/as na Proteção Social Básica e seus desdobramentos nos níveis micro e macrossociais.

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