Quando as senhoras de classe alta usavam máscaras

May 23, 2017 | Autor: R. Charters-d'Aze... | Categoria: History, History of Costume, Costume (Art History), Historia, Costumes, Costume
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EstóriasdanossaHistória Ricardo Charters dAzevedo

Quando as senhoras de classe alta usavam máscaras

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INo século XVII,evitar uma queimadura de sol obrigava ser -se mudo e ter um aspeto assustador. Não era de bom gosto que as damas refinadas e de classe alta na Europa do século XVItivessem um bronzeado, especialmente no seu rosto. Ter a tez queimada sigrúficava que se trabalhava ao sol e mostrava que, muito possivelmente, se era pobre. Para se não cair na crítica, nem descer de estatuto, por se estar bronzeado, algumas senhoras do século XVIusavam máscaras de rosto chamadas visards (ou moreta em Itália, ou viseira) para cobrir as suas delicadas faces. Infelizmente, com as máscaras mal podiam falar, além de parecer que pertenceriam a um qualquer culto do mal. A máscara era muito simples, mas impressionava. Apenas um pequeno número de máscaras chegou até nós. O espécime mais intacto, a Daventry Mask, parece quase uma viseira. Encontrado no século XVIperto da cidade de Daventry, em Northamptonshire, no Reino Unido, a máscara consiste numa camada exterior de veludo preto, seguido por camadas de papel prensado, com um forro de seda no interior. O revestimento oval da face estende para fora para acomodar o nariz, e há uns furos pequenos para permitir ver e uma abertura para a boca. Junto com a máscara, foi descoberta uma pequena conta de vidro ligada a um fio que passava pelo buraco da boca da mascara. Este grânulo (às vezes um botão) permitia que a máscara se mantivesse junto ao rosto. Ao contrário de tiras de cabeça, que dariam mau aspeto, uma senhora ostentando uma máscara iria segurar o grânulo entre os dentes para manter a máscara no lugar. Se ela quisesse falar, teria que remover a máscara. Isso teve o efeito colateral de essendalmentesilendar o usuário. Na era isabelina, quando as máscaras estavam no seu auge de popularidade, esse silêncio era

Jornal de Leíria 16 de Março de 2017

geralmente visto como acrescentando mistério. Uma das primeiras referências a essas máscaras vem de um texto do século XVIde William Harrison chamado Description ofEngland. O autor descreve o uso de máscaras importadas para o Reino Unido a partir de uma tendência que começou na França. Pouco tempo depois a máscara passou a ser um artigo requestado pelos ricos e por aqueles que que se consideravam sodalmente importantes. Encontramos outro exemplo da existência da máscara num acessório para uma boneca. Aparentemente, a máscara tornara-se tão popular que até os brinquedos infantis as incorporavam.

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Apesar da sua influência perturbadora e sílencíadora, as máscaras permaneceram em voga até pelo menos o século XVII,antes de desaparecerem na obscuridade histórica. Máscaras semelhantes podem ser vistas em pinturas no final do século XVIII.Tendências de moda de hoje, sem dúvida, olhar estranho ou assustador ~ alguns séculos, mas mesmo nesse futuro distante, as máscaras ainda estarão no topo da lista dos momentos mais assustadores da moda.

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