Quanto vale um conselho

May 23, 2017 | Autor: V. Ruffatto Grego... | Categoria: Human Resource Management, Recursos Humanos
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Quanto vale um conselho
Vanessa Ruffatto Gregoviski
O artigo se baseia na entrevista de 25 dirigentes de empresas de grande sucesso, que respondem a pergunta "qual foi o melhor conselho que já recebeu em sua vida?". Ao contrário do que diz o dito popular, conselhos se dão sim e são muito bem vindos, isso foi o que ajudou esses gestores a chegarem ao sucesso, afinal, ninguém nasce pronto. O que realmente surpreendeu foi o fato de que tais conselhos se atém principalmente a valores como a disciplina pessoal e a preocupação com os outros. Quem dá esses conselhos? Um levantamento mostrou que a maior parte são da família ou parentes, em alguns casos até antigos chefes e professores. A reportagem reforça que um conselho, por melhor que seja, pode não valer nada se não for implementado. O primeiro entrevista, Ozires Silva, presidente da Embraer, diz que lembra de algo que disseram para ele e que leva até hoje consigo: "somente tem sorte quem vai. Quem fica, seja qual for a razão, pode perder uma expressiva oportunidade". Ainda complementa dizendo que em diversas oportunidades ganhou muito por estar presente em seus compromissos. Jayme Brasil Garfinkel, presidente da Porto Seguro Seguros, conta o conselho que recebeu de seu pai ao ingressar em sua empresa, "você só será grande se a empresa for grande também", coisa que o fez pensar no coletivo ao invés de ter uma visão mais individualista e egoísta, ele conta ainda que repasse esse conselho para os mais jovens, "desprendam-se dos interesses pessoais, o ápice do sucesso é atingido quando o coletivo passa a ter mais significado que o particular". Amaury Olsen, Tigres S.A., foi aconselhado a ter bom senso e com isso chegou ao cargo de presidente, trazendo inúmeras melhorias à empresa. Richard Barczinski, H. Stern, foi aconselhado a ser inovador, fazer algo que nunca havia sido feito até então, ainda hoje, diz se patrulhar para não se acomodar em fazer as coisas sempre iguais. Jair Martins, Grupo Martins, foi aconselhado pelo pai, desde criança, "o melhor conselho será sempre o bom exemplo", na tentativa de fazer com que seu filho não perdesse valores éticos que acreditava ser importantes, e deu certo; "esse conselho me levou a lutar para melhorar sempre, tanto no aspecto profissional como no pessoal". Manoel Amorim, Telefônica São Paulo, foi aconselhado por seu chefe a pensar grande, observar projetos que chegavam à ele e que tinham potencial e investir com tudo, isso teve resultados excelentes para ele e para o chefe, que atingiram altos cargos em empresas renomadas. Emílio Odebrecht, Odebrecht S.A., diz que aprender observando bons exemplos, como seu pai e seu avô, que o inspiraram na ideia de que é melhor servir do que ser servido, transformar problemas em oportunidades, ser persistente sempre, conviver e aprender da natureza não tirando dela mais do que o necessário. Washington Olivetto, W/Brasil, recebeu um conselho quando produziu seu primeiro comercial, "simplifique", com isso ganhou um Leão em Cannes. Paulo Bellini, Marcopolo S.A., recebeu o conselho do pai para sempre tratar bem as pessoas ao seu redor, independente da posição que ocupem. Renato Bernhoeft, Bernhoeft Consultoria, em um intercâmbio, recebeu o conselho do diretor da Unesco "nunca compare os ideais de sua cultura com a realidade da cultura alheia", e isso o fez pensar e trabalhar com base nas diferenças entre as pessoas e a importância de se dar atenção a elas. Décio da Silva, WEG, recebeu o conselho de seu pai de que os homens são insubstituíveis, máquinas se compram, mas homens motivados são o que realmente fazem a diferença em um negócio, "O que eu aprendi com isso? Que mais do que investir em produtos, temos que apostar nas pessoas.". Gioji Okuhara, Faber-Castell, recebeu um conselho do gerente-geral da Colgate quando mais novo "Tome as decisões baseadas em fatos, mas vá além, para entender o que está por trás deles. Você deve vivenciar a realidade do mercado, falando com seu consumidor e seu cliente.", aparentemente tal conselho deu certo, já que ele é hoje presidente de uma das empresas mais famosas e bem sucedidas do Brasil. Chieko Aoki, Blue Tree Hotels, logo após se formar, recebeu um conselho do pai "A nossa felicidade depende da felicidade de outras pessoas, apenas proporcionando felicidade é que conquistamos nossa própria felicidade.", com o tempo pode perceber o quanto esse conselho era importante e hoje tem uma cadeia de hotéis que priorizam a felicidade do cliente e sua satisfação. Fábio Barbosa, Banco Real ABN Amro, trouxe dois conselhos que achou fundamental para sua construção profissional e pessoal: nunca fazer nada que possa se arrepender e cercar-se de pessoas que complementem, afinal, ninguém é completo. Luiza Helena T. I. Rodrigues, Magazine Luiza, recebeu o conselho da mãe de pensar em ganhar o que ela queria gastar, isso fez com que ela desenvolvesse a busca por alternativas de ganho, busca de soluções, etc. Robert Wong, P&L, nos conta que seu pai sempre falava duas coisas: pensar grande e fazer grande, e que educar é essencial. Emilio Umeoka, Microsoft Brasil, recebeu um conselho de seu professor que o faz pensar antes de decidir algo até hoje, "Na sua vida, você terá mais ou menos 20 grandes decisões a tomar, quando se vir diante de uma delas, pense bastante, pondere prós e contras e use bem sua intuição!". Roger Ingold, Accenture, dá o conselho de sempre se colocar no lugar do cliente e sempre defender a melhor solução. João Luiz Souza, IBM, um amigo sugeriu que ele procurasse uma empresa aonde sua função estivesse diretamente ligada com o objetivo-fim do negócio, pois aí faria a diferença. Depois de tantos conselhos mostrados aqui fiquei pensando em como esses ensinamentos desde a infância são importantes na formação do caráter tanto de uma pessoa comum como de um líder de uma empresa, o quanto é importante dar valor até mesmo ao papel higiênico de uma empresa para se fazer a diferença, e o quanto estudos cientificamente feitos não mostram nada mais nada menos que aqueles velhos ensinamentos de pais e avós.

Referências
Quanto vale um conselho. HSM Management, ed. 52, p. 14-23, set – out 2005.


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