Quebrando os mitos da Adoção

September 30, 2017 | Autor: Élcio Ferreira | Categoria: Caminhos da Adoção, Adoção, TEXTOS SOBRE ADOÇÃO, Lei no. 12.010/2009 – Lei da Adoção
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Quebrando os mitos da Adoção


Élcio José de Souza Ferreira, Técnico judiciário TJAP, Bel. Em Direito pelo
CEAP, Especialista em Direito Público. Equipe Interprofissional VIJ - Área
Cível Administrativa.

São muitos os mitos da adoção, dentre eles, se fala "Só dá
certo adotar crianças pequenas, com idade de até 2 ou 3 anos", pois afirmam
que é mais fácil educá-las e moldá-las com os hábitos e costumes
familiares. Isso é absolutamente um mito. "Os homens são produto do meio",
do meio onde vivem...e,"homem é naturalmente bom", nascem bons e se tornam
maus pelo meio social onde vivem, já diziam os pensadores gregos e, outros
mais contemporâneos, como Rousseau, que cunhou a celebre frase "Os homens
são produto do meio..."e, Karl Marx, acrescentando outro pensar que disse
ser além, além de ser do meio, "é fruto do meio em que vive e ..., o
indivíduo, necessariamente, é um "produto" da organização social da qual
ele faz parte. Onde, sofre a influência das relações sociais, da divisão de
classes sociais, da razão direta entre a pobreza e a riqueza, esse
distanciamento é que faz a diferença entre adotar e procriar. Sendo a
procriação deliberadamente uma ação direta da vontade de ter um filho, com
ou sem a capacidade de criá-lo ou da falta de capacidade de evitá-lo, isto
quando não se tem condições de tê-los, educá-los, mantê-los em suas
subsistências mais essenciais, tais como: alimentação regular, moradia
digna, etc... Ter e manter um filho dá trabalho em qualquer situação, seja
biológica ou não.
Esse mito da adoção é portanto um paradigma que pode ser
quebrado pela boa aplicação de medidas correcionais familiares, de hábitos
e costumes e geralmente isso acontece naturalmente por melhorias das
condições de vida das pessoas e, neste caso em especifico, de adoção de
crianças acima de 3 anos e adoções tardias de adolescentes acima de 12 anos
de idade. Evidente que o trabalho aumenta com o aumento da idade,
evidentemente que aumenta a responsabilidade e os custos também, com
educação, manutenção, alimentação e culturas familiares. Quebrar paradigmas
de maus costumes é tão difícil quanto domar um cavalo bravio, mas não chega
a ser impossível e nem tampouco fácil. O que as pessoas não querem é ter os
encargos com crianças e adolescentes que estão mal habituados, mal
acostumados, mal educados e cheios da cultura dos palavrões de baixo calão
etc. Evidente que pessoas com maus hábitos dão muito trabalho, inclusive os
nossos filhos naturais, dentro das nossas casas criam e cultuam maus
hábitos e, temos muito trabalho para freá-los, reeducá-los e moldá-los
dentro de uma cultura familiar de bons hábitos etc... Então dizer que
adotar crianças e educar com idades superiores a 03 anos e
adolescentes(acima de 12 anos até 18 anos) é quase impossível, é pura
ficção social cultural brasileira. Temos que mudar isso, temos que
evoluir, posto que, os estrangeiros europeus, norte americanos e, até
orientais em geral, fazem constantemente esse tipo de adoção, além de
adotarem inclusive crianças com doenças crônicas, congênitas e até crianças
com disfunções físicas e problemas psicológicos;
Outro paradigma que precisa ser quebrado é que "a adoção é um
ato de benevolência, de amor pelo próximo e a única forma de preservar bens
e direitos, o que não é verdadeiro. É sim verdadeiro, na vontade de ter um
filho como se fora de forma natural, um filho que se faz através da adoção,
porque a sua realização, é como uma parição, é como um parto, de uma
gravidez que se desenvolve fora do útero, no útero mental dos pretendentes,
em vista dos laços de filiação e parentescos reais, legitimados que são
juridicamente pelo estado, em virtude das leis do nosso país e, do amor
incondicional que se conforma com a pretensão realizada, daí todos os
direitos advindos como consequências dessa filiação em âmbito Civil e
etc...
A adoção é sim um ato de amor, mas de amor materno e paterno,
onde ambas as vontades se juntam para realizarem "uma gravidez e um parto
cerebral", onde o amor é o mesmo como se fora o filho oriundo de uma
relação biológica, natural e com o envolvimento absoluto de ambos para a
realização e o sucesso do ato.
Os nossos filhos são oriundos das nossas expectativas, das
nossas vontades, das nossas razões existenciais, neles colocamos os nossos
hábitos, nossos costumes, nossas vontades e também, todos os nossos
defeitos se não formos atentos em reconhecê-los e corrigi-los em tempo.
Portanto, não há nenhuma diferença entre filhos quaisquer que sejam as suas
origens biológicas ou ideológicas e filosóficas, são filhos e, filhos são
criados como filhos, tratados como filhos e, educados como devem ser os
filhos.
' Esses paradigmas, portanto, devem ser quebrados e, a família
brasileira só estará evoluída quando souber que educar leva tempo, custos e
muita dedicação. Quanto menos gastarmos para educarmos nossos filhos, mais
evoluídos estaremos. Filhos, queremos tê-los, mas precisamos ter
consciência do compromisso assumido diante das razões das suas existências.
Os mitos da adoção, são fantasias, é o "navegar na maionese". Quem deseja
e, alcança um filho, cria o seu filho com todo cuidado, esmero e vontades,
para a vida em sociedade.
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