QUEIROZ, Francisco - A primeira oficina de cantaria de mármores no Porto. Notas para uma biografia de Emídio Carlos Amatucci (1811-1872). In \"O Tripeiro\", 7ª série, ano XVII, n.º 2, Fevereiro de 1998, p. 51-55.

May 19, 2017 | Autor: Francisco Queiroz | Categoria: Cemetery Sculpture and Monuments, The Use of Marble and Other Stones, Historical cemeteries
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TUI FM IO 7.a SERIE • ANO XVII * N.9 2

FEVEREIRO 1998 PUBLICACÃO M ENSAL - 3 5 0S0 0

VISITA À NOVA GALERIA DE ESCULTURA DE SOARES DOS REIS ESBOÇOS, AAAQUETES

E MODELOS 0 processo criativo em Soares dos Reis

A PRIMEIRA OFICINA DE CANTARIA DE MÁRMORES NO PORTO

ta Inês (erigido por uma comissão ligada à Irman­ dade de Nossa Senhora da Lapa) e o mausoléu a José Ferreira Borges (eri­ ceu e onde gido pela Associação terá vivido durante alguns Comercial do Porto). Am­ Notas para uma biografia anos, no Charqueiro, fre­ bos datam de cerca de guesia de S. Víctor[}). 1839-41 e foram coloca­ de Emídio Carlos Amatuc ci Sabem os que Em ídio dos junto à primitiva entra­ Amatucci foi ajudante de da no Cemitério da Lapa*. [ 1811- 1872 ] escultura nas obras do Em Lisboa, o arranque da Palácio da Ajuda (2). É indústria de cantaria apli­ provável que Emídio fosse filho de Carlos Amatucci: cada à arte funerária foi compreensivelmente mais fácil. escultor retratista que, no início do século XIX, também Local de abundância de mármore, ainda antes da criação esteve ligado às obras do Palácio da Ajuda, tendo fa­ dos primeiros cemitérios públicos lisboetas, existia já na lecido em 1 8 1 9 í3). Sendo assim, Emídio Amatucci tal­ capital uma oficina, liderada pelo escultor francês Pedro vez fosse irmão do pintor João Carlos Amatucci (nasci­ Bartolomeu Déjeant*, certamente conhecedor das mais do em 1 804 e, segundo Vasco Valente, provável filho modernas técnicas e estéticas do mármore aplicado à arte cemiterial, então já um dado adquirido em França. de Carlos Amatucci). Quando se começaram a estabelecer os primeiros ce­ mitérios «modernos» no Porto, em finais da década de 30*, OS PRIMORDIOS OR OFICINR não existiam ainda oficinas de mármore na cidade. Aqui, Não sabemos quando Emídio Amatucci terá vindo para o mármore era um material estranho, dada a cumplicidade o Porto. Talvez já aqui habitasse em 1842, a julgar pela de séculos com o granito. Os primeiros monumentos fu­ existência na cidade de uma litografa chamada Rafaela nerários construídos nestes novos cemitérios (Lapa e Pra­ B. Amatucci,5). Rafaela seria talvez irmã de Emídio, já do do Repouso) foram-no, quase todos, em granito. No que, em 1845, tinha a mesma morada deste(6). Quan­ entanto, vivia-se uma mentalidade Romântica e cada vez to a nós, é bastante provável que Rafaela e Emídio ti­ mais o mármore se tornava essencial na construção de vessem vindo para o Porto na mesma época. No en­ belos monumentos revivalistas*. O Porto endinheirado tanto, a primeira referência concreta a Emídio Amatucci, procurava já este material insistentemente. como escultor na cidade, só surge em 18 4 4 |7), com ofi­ A princípio, foram sobretudo os mais ricos que manda­ cina na Rua de Sta. Catarina n.g 2 0 (8). ram construir em mármore os seus mausoléus e, mais tar­ Emídio Amatucci não seria um escultor com formação de, jazigos-capela. Os dois primeiros monumentos em académica. Porém, a circunstância de, no Porto, não mármore erigidos em cemitérios do Porto terão sido cons­ ter existido tradição no trabalho do mármore até mea­ truídos em Lisboa (4), demonstração clara de que não dos do século XIX, produziu um curioso fenómeno social: existia ainda na Cidade uma oficina capaz de os fazer o artífice vindo de Lisboa (onde era um mero canteiro, em mármore, dado que não havia aqui qualquer tradi­ equivalente ao pedreiro portuense), no Porto foi cha­ ção de trabalho neste material. Estes primeiros monu­ mado escultor, porque trabalhava o mármore (como os mentos foram: o mausoléu ao Bispo D. Manuel de San-

A P R I M E I R A OFICINA DE CANTAR I A DE MÁRMORES NO PORTO

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CEMI TÉRI O DA LAPA, CAPELA LATERAL N.? 42. C O N S T R U Í D A PELA O F I C I N A DE E M Í D I O AMATUCCI , POR VOLTA DE 1 865. L I N H A S A R Q U I T E C T Ó N I C A S N E O C L Á S S I C A S . BELAS F I G U R A S A L E G Ó R I C A S : FÉ (NO C O R O A M E N T O DO FRONTÃO CURVO), E S P E R A N Ç A E C A R I D A D E . E Q U I L Í B R I O E M O N U M E N T A L I D A D E COEXI STEM. TRATA-SE DE U M A CAPELA M U I T O INTERESSANTE, DA QUAL C O N H E C E M O S U M A CÓPIA DE 1 8 71 , FEITA NA M E S M A OFI CI NA: A CAPELA FORBES ( P R A D O DO REPOUSO, SECÇÀO 34, N.? 172)

escultores académicos). Esta situação só vai alterar-se em finais do século XIX, quando as oficinas de mármore proliferam no Porto e perdem muita qualidade. Aí come­ çam a ser chamados marmoristas*. Pensamos que Emídio Amatucci deixou Lisboa precisa­ mente com o objectivo de montar uma oficina de már­ mores no Porto. Segundo o próprio, foi o primeiro que no Porto estabeleceu aliem de outras industrias huma of­ ficina de todo e qualquer trabalho em mármore(9). Uma das indústrias a que Emídio se referia era a litografia. Este facto poderá sugerir que Rafaela Amatucci terá vin­ do, de facto, para o Porto juntamente com Emídio e que esta trabalharia também a pedra na oficina de Emídio Amatucci, embora com destino à litografia. Curioso é o facto de ter existido no Porto um outro litografo, Fran­ cisco José Carlos Amatucci, que litografou estampas para o Porto Elegante (1 864-05)(,0). Francisco era certamente urn outro parente de Emídio.

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Possuímos referência concreta ao trabalho de Emídio Amatucci desde 1 846, no Cemitério da Lapa, local onde se encontra grande parte das suas melhores obras. Em Janeiro desse ano, Emídio contrai uma dívida de 10$050 para com a Irmandade da Lapa, referente à differença no terreno de sepultura que mandou abrir no cemi­ tério pora o falecido M anoel da Cruz Braga[U). Em 8 de Fevereiro de 1 848, Emídio entra para a Irmandade da Lapa(12). Provavelmente, a sua entrada para a Irman­ dade poderá estar relacionada com serviços que ele prestaria como canteiro/escultor no dito cemitério. N o início desse mesmo ano, estaria concluída a placa de mármore que ainda hoje se vê na entrada principal do cemitério e pela qual, a 1 de Março de 1848, a Ir­ mandade da Lapa lhe entregou a quantia de 17 $ 9 8 0 , devida a huma pedra e letreiro do dístico que se vê no portão que fecha o cemitério{}3). A sua actividade como escultor não cessou, embora as suas primeiras obras da­ tadas e epigrafadas, em cemitérios, surjam só a partir de 1 8Ó0. Antes dessa data, podemos apenas atribuir-Ihe a autoria de um jazigo: o de Josefina Luisa dos San­ tos Dias, no Cemitério da Lapa(14). Nas décadas de 40 e 50, no Porto ou em Lisboa, os mo­ numentos funerários não eram geralmente assinados. Se só no início da década de 60 passam a existir no Porto vá­ rias oficinas de mármore, só então começam a justificar-se as epígrafes. Em geral, a epígrafe dos construtores era uma forma de publicidade. Esta só seria necessária numa altura em que, por um lado, começassem a surgir insis­ tentemente encomendas e, por outro, começassem a sur­ gir outras oficinas concorrentes. Assim se compreende tam­ bém que, numa primeira fase, as epígrafes fossem bastante curtas. As epígrafes de Emídio Amatucci eram normalmente colocadas em locais pouco visíveis dos monumentos. Para além de empreitadas no Cemitério da Lapa, Emídio participaria de alguma forma na vida da cidade e da própria Irmandade da Lapa. Chegou a serjuiz de Di­ reito pela freguesia de Santo Ildefonso(15).

0 PflPEL DE EMIDIO AMATUCCI NO SUAGIMENTO E NA CONSOLIDAÇÃO DE UMA ESTÉTICA POATUENSE NA AATE FUNERÁRIA O arrojo de Emídio Amatucci em estabelecer uma ofici­ na de mármores no Porto resultou e, durante anos, dirigiu a única oficina de mármores com carácter semi-industrial existente no Porto. As poucas oficinas dos acadé-

micos de eníõo nào se dedicavam, por princípio, à cons­ trução de monumentos fúnebres. Só em 1854 conhece­ mos outra referência a uma hipotética oficina de mármores: a de José Joaquim Pinto, na época estabelecido na Rua do Bonjardim, 3 9 8 (16). Mais tarde, surgem os nomes de António Almeida Costa(17) (pelo menos a partir de 1860], de Joaquim Antunes dos Santos (pelo menos a partir de 1862 (18)) e de José Almeida Costa (19) (pelo menos a partir de 1 864). E curioso que os três últimos canteiros terão vindo também de Lisboa(20). Emídio morre, em Braga, a 1 1 de Novembro de 18 7 2 (21). A oficina continuou com José Carlos Amatucci, filho seu e de sua mulher Joana Sousa Amatucci(22). Aquando do falecimento do pai, José Carlos tinha 33 anos. Dois anos depois, foi referenciado como marmorista, sendo soltei­ ro e morador na Rua de Sta. Catarina, juntamente com seu irmão Domingos Carlos(23). O ano da morte de Emídio Amatucci (1 872) pode ser considerado como um marco emblemático da viragem que se desenhava na orgânica das oficinas portuenses de mármore. Daí em diante, as novas oficinas não fo­ ram mais fundadas por canteiros vindos de Lisboa à pro­ cura de um bom negócio, numa cidade que estranhava o mármore, mas que dele necessitava para materializar o ideal do cemitério Romântico. As oficinas posteriores seriam de uma nova geração de canteiros, normalmen­ te saídos das oficinas portuenses já existentes ou que, entretanto, fechavam as suas portas. A maior parte das obras desta oficina encontradas em cemitérios possui apenas a epígrafe Amatucci. Como distinguir as obras do pai e do filho? Pela nossa obser­ vação, Emídio raramente assinava com o seu primeiro nome. Ao contrário, José Carlos assinava normalmente com o primeiro e último nomes. A datação seria a úni­ ca forma exacta de determinar qual dos dois teria diri­ gido o construção do monumento, no caso das epígra­ fes em que apenas surge Amatucci. No entanto, com alguma segurança podemos afirmar que estas epígrafes serão quase todas, senão todas, de Emídio Amatucci. O hábito de epigrafar só com um apelido e sem indicação da morada do oficina é típico de fases mais recuadas da arte funerária oitocentista. Daí que esta atitude de con­ traste entre pai e filho se compreenda perfeitamente, mesmo à luz da Psicologia. Não é de excluir, no entan­ to, a hipótese de terem existido obras de parceria, nomea­ damente no início dos anos 70. A primeira obra data­ da que conhecemos de José Carlos Amatucci é de 1875.

CEMITÉRIO DA PÓVOA DE VARZI M. E S QU EM A DA FACHADA DE UM JAZIGO-CAPELA CONSTRUÍ DO PELA OFICINA DE E M Í D I O AMATUCCI, POR VOLTA DE 1 867-1 871. ESTA CAPELA NÃO É TÃO O R I G I N A L NEM TÃO M O N U M E N T A L COMO A DA FIGURA ANTERIOR. NO ENTANTO, NOTE-SE COMO UMA M O L D U R A DE PORTA EM ARCO QU E B R A D O ( R E V Í V A L I S M O DE I NFLUÊNCIA GÓTICA) COEXISTE EM H A R M O N I A COM OS ELEMENTOS CLASSICIZANTES. ENCONTRAM- SE OUTROS EXEMPLOS DESTE MODELO DE JAZIGO-CAPELA NO CEMITÉRIO DA LAPA E, SOBRETUDO, NO PRADO DO REPOUSO.

É também desta época a única epígrafe conhecida em que José Carlos acrescenta filho, para se distinguir de Emídio, recentemente falecido. A oficina Amatucci terá fechado em 1885, com a morte de José Amatucci(24). Emídio Amatucci dominou a construção de monumentos funerários em mármore no norte do país durante as dé­ cadas de 50 e 60, altura em que a procura de monu­ mentos nesse material era ainda diminuta e limitada aos mais abastados. José Amatucci teve uma influência mais pequena, apenas em meados da década de 70 e iní­ cio da década de 80, pois na época existiam já outras ofic inas no Porto, menos artísticas, mais industriais e competitivas. Quase todas estas oficinas estavam es­ sencialmente vocacionadas para o fabrico de peças de mobiliário e, sobretudo, de monumentos funerários. A ofi­ cina de Emídio Amatucci terá sido bastante mais artesanal que as posteriores, por ter sido a primeira e pela própria sensibilidade do artífice. O trabalho do mármore no Porto

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foi sempre muito mais ortesanal do que em Lisboa. As oficinas de Lisboa, por serem de maior dimensão, por possuírem as suas próprias lavras de mármore e se dedicarem a uma gama muito maior de produção, asseme­ lhavam-se muito mais a oficinas industriais de cantaria. As obras de Emídio Amatucci são, em geral, de muito boa qualidade. Destaque-se a habilidade deste virtuo­ so no esculpir de figuras alegóricas. De referir que Emí­ dio Amatucci terá colaborado com o escultor João Cor­ reia de Lacerda. O busto de Manuel Francisco Duarte Cidade, esculpido em 1866 para a Santa Casa da M i­ sericórdia do Porto é um exemplo. Aliás, nesse ano, Emí­ dio Amatucci e João Correia de Lacerda possuíam ofi­ cina no mesmo local (Rua de Santa Catarina, 76), apesar de serem referenciados em separado1251. De todas as oficinas de cantaria que assinaram obras nos cemitérios portuenses, a de Emídio Amatucci foi a que utilizou uma linguagem mais clássica. A este facto não deve ter sido alheia a sua ascendência italiana, a sua colaboração nas obras do Palácio da Ajuda, bem como o facto de ter sido o mais antigo dos cantei­ ros/escultores do Porto com obras em cemitérios. Daí que tenha pertencido a uma geração totalmente diferente da maior parte dos canteiros portuenses do século XIX, mui­ to mais receptivos à modo do neogótico que caracteri­ zou o gosto Romântico portuense. José Carlos não possuía a mesma sensibilidade e o mes­ mo virtuosismo do pai, mas algumas das suas obras não deixam de ter bastante qualidade e, sobretudo, de se­ guirem um gosto clássico, mesmo numa época em que o uso do neogótico era já quase «obrigatório». De notar a colaboração que terá existido entre Soares dos Reis ejosé Amatucci, já que este último lhe adquiriu mode­ los em gesso. Provavelmente, estes modelos destinavam-se a ser reproduzidos em mármore na sua oficina. Esta cola­ boração, ainda não convenientemente estudada, não deixa de levantar questões sobre a origem dos modelos utilizados por esta e outras oficinas, em termos de escultura funerária. Com uma origem artística diferente dos artífices que vi­ riam a constituir, em Lisboa, uma estética muito influen­ ciada pelo miniaturismo de Père Lachaise (o cemitério mais farnoso na Europa de então), Emídio Amatucci foi um dos factores mais importantes na emergência de uma estética tipicamente portuense de arte funerária que, do Cemitério da lapa, irradiou para todo o norte de Portu­ gal*. O Cemitério da lapa, o mais elitista de todo o nor­ te do país, foi o fulcro de uma estética muito própria, que

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os cemitérios lisboetas, mais internacionais e mais este­ reotipados, nunca viriam a conhecer. É também por essa razão que os grandes cemitérios por­ tuenses (lapa, Prado do Repouso e Agramonte) causam tanta perplexidade a alguns visitantes oriundos de outros países. Estes cemitérios, magníficos repositórios de monu­ mentos que espelham a mentalidade Romântica portuense, são verdadeiros museus do m orte (26). Nessa perspectiva, deveriam ser objecto de maior protecção em termos de património. Ainda se assiste à destruição de belos monu­ mentos, por puro desconhecimento do seu valor. Os cemitérios portuenses são uma mais volio da cidade, não só como forma de compreensão da sua história mas também em termos turísticos. Infelizmente, ambas as fa­ cetas não têm sido ainda devidamente potenciadas. Algumas obras de Emídio Carlos de Sousa Amatucci, saídas da sua oficina da Rua de Sta. Catarina: • Lapa — mausoléu n.9 9 (29 divisão) e placo de mármore que encima a entrada do cemitério, com alocução fúnebre (con­ cluída em 1848); capelo lateral n.9 42 (aqui reproduzida); capela n.9 107 (29 divisão); capela n.9 78 (29 divisão); mau­ soléu n 9 68 ( l 9 divisão); mausoléu n.9 31 (19 divisão); mau­ soléu n.9 34 (19 divisão); mausoléu n.9 29 (29 divisão); mau­ soléu n.9 41 ( l 9 divisão, secção 2 ),27); mausoléu n.9 96 (da Marquesa de Vagos, na l 9 divisão, secção ó); mausoléu n.9 1 19 (19 divisão, secção 7); um outro mausoléu (na secção 1 1). • Prado do Repouso — capela n.9 172 (secção 34), datada de 1 8 7 1 ; mausoléus n.9 124 (secção 33), n.9 140, n.9 1óó, n.9 29 (secção 12), n.9 30 (secção 9), n.9 81 (secção 42) e qua­ tro outros monumentos (secções 1, 17 e 22). • Secção Privativa da Santa Casa da Misericórdia do Porto (no Prado do Repouso) — mausoléus n.01 1 e 2. • Agramonte — capela n.9 4 1 4 e outra capela, datada de 1 8 6 0 (28) (ambas na secção 16); um outro mausoléu. • Póvoa de Varzim — uma capela (aqui reproduzida). • Vila do Conde — um mausoléu. • Régua — mausoléu n.9 3, mausoléus n.9 7 e n.9 9. • Aveiro — um mausoléu. • Braga — dois mausoléus(29). Algumas obras de José Carlos de Sousa Amatucci, saídas da sua oficina na Rua de Sta. Catarina, 146: • Lapa — capela n.9 187, datada de 1 8 7 5 e capela n.9 188, datada de 1 8 8 3 (ambas na secção 10); capela n.9 169 (sec­ ção 9); mausoléu n.9 124-A (secção 7). • Prado do Repouso — mausoléus n.9 292, n.9 344, n.9 345, n.9 2ó7 (secção 53), n.9 366 (secção ó, datado de 1882); quatro outros mausoléus (dois na secção 34 e os restantes nas secções 46 e 47) e duas outras capelas (secções 8 e 52); dois outros mausoléus.

• Agramonte — capela n.9 67 (secção 7), de 1875 e mauso­ léu n 5 103 (secção 6|. • Secção Privativa da Ordem Terceira de S. Francisco (em Agra­ monte) — mausoléu n.9 2. • Secção Privativa da Ordem Terceira do Carmo (em Agra­ monte) — capela n.9 75 e um mausoléu. • Bonfim — três mausoléus. • Matosinhos — um mausoléu. • Rio Tinto — dois mausoléus (um deles de 1878). • Braga — um monumento. FRANCISCO • Chaves — um mausoléu. QUEIROZ

NOTRS * Os assuntos assinalados com asterisco são objecto de desen­ volvimento na nossa Tese de Mestrado em História da Arte: O ferro na arte funerário do Porto oitocentista. O Cemitério do Ir­ mandade de Nossa Senhora da tapa, 1833-1900, vol. I, ca­ pítulo 3, apresentada à Faculdade de Letras da Universidade do Porto em 1997. (1) Arquivo Corrente do Cemitério de Braga (A.C.C.B.), Termos de Enterramento, L.9 2, fl. 199. (2) A.H.M.P., A/laço 4321, Documento n.9 21-8C de 30 de Ou­ tubro de 1862. Este documento, bem como outros do mesmo maço, referem-se ao concurso para o monumento a D. Pedro IV, no qual Emídio participou com um projecto, não tendo obtido gran­ des resultados. (3) VALENTE, Vasco — Verbetes novos de velhos artistas. In «Museu», n.9 1, vol. I, Porto, 1942, p. 78. (4) Sabemos que o primeiro destes monumentos foi construído em Lisboa. Quanto ao segundo, apenas conjecturamos, dadas as semelhanças com o anterior. (5) Que nesse ano morava na Rua da Reboleira, 23 a 30. Cf. LIMA, Henrique Campos Ferreira, In «Museu», vol. I, n.9 3, Por­ to, 1942, p. 171. (6) A julgar pela informação contida nas estampas litografadas por Rafaela Amatucci nos doze números do periódico Industrial Portuense, de 1845 a 1846. (7) Almanaque do Cidade do Porto para o anno de 1844. Por­ to, Typographia Commercial Portuense, 1844, p. 167. (8) Almanaque da Cidade do Porto para o anno de 1845. Por Domingos José Villela. Porto, Typographia Faria Guimarães, 1844, p. 85. (9) A.H.M.P., Moço 4 3 2 1 , Documento n.9 2 1-8C. (10) UMA, Ob. cif., p. 171. Um retrato seu pode ser encontrado em Maria da Fonte, n.e 1, de 1885. (1 1) Arquivo da Irmandade de Nossa Senhora da Lapa (A.I.N.S.L.), tivro do Benefício feito em 14 de M aio de 1842 no Peai Theatro de S. João a favor das obras do Cemitério de Nossa Senhora da Lapa, fl. 51. (12) A.I.N.S.L., Entradas, L.9 II, fl. 24 (irmão n.9 3298). (1 3 ) A.I.N.S.L., Secretário, 1842 a 1859, fl. 111, verba 1 10. (14) No ano de 1 8 5 8 /5 9 , Emídio contrai uma dívida para com a Irmandade da Lapa, referente a um resto de terreno para Josefina Luísa dos Santos Dias, que também devia a sua entra­ da como irmã da Lapa. Esta dívida, de 18$500, ainda não ti­

nha sido paga em 1861 /6 2 f lesse mesmo ono, Emídio fíriha contraído já outra dívida, de 25$000, referente ao meio terre­ no que mais ocupou para assentar o monumento de TAonoel José Teixeira. Cf. A.I.N.S.L., tivro do Benefício feito em 14 de M aio de 1842..., fls. 101 e 104. (15) Almanaque do Porto e seu Districto para 1871... p 374 (16) Almanaque da Cidade do Porto e Villa Novo de G o/a para o anno de 1855. Porto, Typ. de S. J. Pereira, 1854, p. 154. (17) Que ficou mais conhecido como industrial e proprietário da Fábrica Cerâmica das Devezas. Sobre este importante hornem e virtuoso artista veja-se o nosso trabalho Um virtuoso do mármore. Outras notas para uma biografia de António de Almeida Costa ¡1832-1915), a publicar no próximo número do Boletim da As­ sociação Cultural Amigos de Gaia. (18) A.H.M.P., Moço 4 3 2 1 , doc. n.9 16, de 29 de Julho de 1862, referente ao projecto apresentado por Joaquim Antunes dos Santos, em parceria com o escultor lisboeta Pedro Carlos dos Reis, para o monumento a D. Pedro IV. (19) Talvez parente de António Almeida Costa. (20) Eventualmente, José Joaquim Pinto também poderá ter vin­ do de Lisboa. Conhecemos muito pouco deste canteiro. Note-se que Joaquim Antunes dos Santos não terá realmente vindo de Lis­ boa mas apenas estabelecido um depósito de mármores no Por­ to, na Rua de Santa Catarina, o qual seria talvez administrado pelo seu irmão João Antunes dos Santos. (21) Segundo o tivro de Óbitos n r 2 (A.I.N.S.L.), a fls. 218, ano de 1 8 7 2 /7 3 , registo 47, Emídio era viúvo, escultor mar­ morista e faleceu em Braga, onde foi sepultado no cemitério da mesma cidade na capella. No entanto, nos Termos de Enterra­ mento, L.9 2, a fls. 199 (A.C.C.B.), pode ler-se que Emídio foi sepultado em campa rasa. (22) A.I.N.S.L., Entradas, L.9 III, n.9 7334. (23) IDEM, Ibidem, n.9 731 2. Domingos Carlos, à data de en­ trada para a Irmandade da Lapa, em 18 de Novembro de 1874, era solteiro, de 29 anos. Não é referida profissão. Não sabe­ mos se de alguma forma ele colaborava na oficina do irmão mais velho. (24) A.I.N.S.L., Registro Geral dos Enterramentos effectuados no Cemitério privativo da Real e Venerável Irmandade de Nossa Senhora da tapa da Cidade do Porto, fl. 57. (25) Almanaque do Porto e seu Districto paro 1866-67. Porto, Typ. José Lourenço de Sousa, 1866, p. 120. (26) Aliás, no século XIX, os cemitérios eram também concebi­ dos como local agradável de passeio. (27) Este mausoléu é semelhante aos dois primeiros mausoléus construídos na secção privativa da Santa Casa da Misericórdia do Porto, no Prado do Repouso, também de Amatucci. (28) O terreno onde esta se situa foi adquirido em 1892, por troca com outro terreno no Prado do Repouso. A capela terá sido trazida deste último cemitério. (29) Pensamos que, pelo menos, um destes mausoléus é de Emí­ dio, uma vez que este veio a falecer em Braga, como se referiu, o que poderá indicar que nessa cidade se encontrasse a as­ sentar um monumento. Este monumento poderia ter sido igual­ mente uma hipotética estátua no Santuário do Sameiro, segun­ do uma tradição oral que circula nos descendentes desta família. Os nossos agradecimentos ao Sr. Horácio Carlos Amatucci por esta informação.

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