Quem os partidos seguem no Facebook? As redes partidárias no Brasil

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Grupo de Trabalho: 11 Comunicação e Comportamento Político

Quem os partidos seguem no Facebook? As redes partidárias no Brasil

Marcelo Alves dos Santos – Universidade Federal Fluminense

Quem os partidos seguem no Facebook? As redes partidárias no Brasil Marcelo Alves dos Santos1

Resumo: este trabalho apresenta resultados parciais de uma agenda de pesquisa acerca das características da comunicação política em rede desenvolvida a partir de plataformas das mídias sociais. Buscamos compreender como os atores políticos estruturam redes de atuação coletiva por meio da criação e da articulação de diversos canais comunicativos. Questionamos quem os partidos seguem no Facebook? O objetivo é elucidar redes de atuação partidária na internet por meio de métodos de mapeamento e de análise de redes sociais. O resultado aponta para a composição de redes partidárias com baixo grau de intersecção. Estas redes reúnem agentes internos, como diretórios regionais, lideranças e militantes, assim como externos, movimentos sociais, sindicatos e imprensa com a finalidade de repercutir e replicar o alcance do discurso partidário. Ao final, sugerimos breves apontamentos teóricos e desafios para pesquisas futuras. Palavras-Chave: Comunicação Política, Partidos, Análise de Redes, Internet, Facebook.

Uma das características mais interessantes da internet como meio é a possibilidade de criar redes estruturadas de relacionamento com outros agentes e deixar rastros visíveis. Mesmo assim, a maior parte da literatura acadêmica de Internet e Política se debruça sobre os conteúdos e estratégias do canal oficial dos políticos de modo isolado, pouco considerando a dinâmica coletiva do ecossistema midiático. Com o objetivo de oferecer subsídios empíricos, este trabalho explora essa lacuna, tentando elucidar como se dá a formação de novas formas de comunicação por meio de redes partidárias online. Desse modo, o foco deste artigo é a dimensão relacional interpartidária na internet, sob o viés da comunicação política. Buscamos demonstrar que as organizações partidárias desenvolvem estratégias de apropriação das mídias sociais, com diferentes graus, para transpor a lógica partidária para o ambiente online. Apresentamos a ideia de redes partidárias como um espaço de ligações entre os partidos, lideranças, diretórios, secretarias e outros atores que atuam a partir de algum nível de coordenação institucional. Entendemos como redes partidárias todo o conjunto de ligações estruturais estabelecidas no ecossistema online entre os partidos e os demais agentes, institucionais ou não, isto é, lideranças, movimentos sociais, sindicatos, ONGs, empresas,

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Doutorando em Comunicação, Programa de Pós-Graduação em Comunicação da Universidade Federal Fluminense (PPGCOM/UFF), Bolsista da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). 2

ativistas, imprensa, jornalistas, celebridades, blogueiros, órgãos de gestão governamental, entre outros. Iremos analisar os padrões de criação de redes partidárias por meio dos chamados links de saída (outbound links) presentes nas fan-pages oficiais dos 35 partidos nacionais registrados no Tribunal Superior Eleitoral. Links de saída são os repositórios dos canais que os partidos seguem oficialmente no Facebook, indicando um espaço de construção ideológica/simbólica, fontes de conteúdo e possíveis elos de interação. Os resultados parciais apontam para a formação de espaços de comunicação partidária nas mídias sociais que pouco se interseccionam. Cada partido estabelece redes de atuação comunicativa de acordo com seus objetivos organizacionais. O artigo está dividido em quatro seções: (1) apresenta a literatura mais recente sobre os estudos de internet e política com foco nos partidos; (2) debate os trabalhos empíricos sobre a construção de redes comunicacionais na internet; (3) situa conceitos e procedimentos metodológicos da composição de amostras por mapeamento ego-centrado e análise de redes (4) discussão dos resultados. Ao final, sugerimos breves apontamentos teóricos e desafios para pesquisas futuras.

Novos estudos sobre comunicação político-partidária digital São escassas as referências acerca da adoção das mídias sociais como recurso de comunicação dos partidos. Em geral, os trabalhos se referenciam em perspectivas teóricometodológicas derivadas dos estudos sobre a imprensa, websites e blogs adaptando-as para analisar os canais em plataformas de redes sociais como Facebook e Twitter, sobretudo no que diz respeito ao conteúdo (Aggio, Reis, 2013; Massuchin, Tavares, 2015; Penteado, Santos, Araújo, 2009). As mídias sociais dão visibilidade a um modelo de ação comunicativa partidária em rede que mobiliza diversos agrupamentos organizacionais, lideranças e militantes. Desenvolvemos uma breve revisão bibliográfica que traça o arco de estudos contemporâneos sobre as estratégias de adoção da internet na política, com enfoque nos partidos. Um marco para o estudo da comunicação político-eleitoral foi a campanha de Barack Obama para a presidência dos Estados Unidos em 2008. Desenvolvendo estratégias empregadas por Howard Dean nas prévias democratas em 2003, as experiências de Obama 3

determinaram a ampliação das possibilidades comunicativas, sobretudo pela diversificação dos meios, foco em audiências de nicho e engajamento de movimentos de base e de eleitores na mobilização offline, na arrecadação de doações e na criação de conteúdo. Nesta campanha, são definidas as técnicas do período chamado por Gomes et al (2009) de pós-web, que tem como característica a integração de plataformas, aplicativos e canais oficiais de disseminação de conteúdo e de relacionamento online, sobretudo as mídias sociais, com atenção especial para a cultura da conexão e a participação dos eleitores. No Brasil, no entanto, as possibilidades de comunicação em rede ainda estão em desenvolvimento (Braga, França, Nicolás, 2009; Rocha, 2014). Aggio (2011) destaca que a legislação eleitoral proibiu, até 2008, a utilização das mídias sociais. “As campanhas online brasileiras, até 2010, portanto, só podiam ser praticadas nos ambientes internos aos web sites oficiais dos candidatos e partidos” (AGGIO, 2011, p. 428). Entre 2000 e 2010, passamos por um processo de experimentação das ferramentas digitais, com foco maior nos websites, emails, bate-papos e blogs. Apenas de 2010 em diante que os comitês adotaram, ainda timidamente, as mídias sociais, como Orkut, Facebook, Youtube, Instagram e Twitter. Esse anacronismo imposto pela legislação tornou lenta a adoção das novas tecnologias, fazendo com que, especialmente no início, funcionassem de modo vestigial. A internet replicava e adaptava conteúdos pensados inicialmente para a mídia de massa. Todavia, a conjuntura de comunicação político-partidária nacional na internet pós-2010 aponta para uma aceleração nas transformações. As eleições de 2010 podem ser compreendidas como um marco no contexto de evolução do uso da internet em campanhas, na medida em que “as ferramentas digitais, por conta de sua difusão junto ao eleitorado, assumem uma importância, de certa forma, inédita” (MARQUES, SAMPAIO, 2011, p. 210). Os autores apontam três transformações em curso: (a) aumento e diversificação na oferta de informação política, levando à maior disputa pela atenção dos usuários; (b) possibilidade de participação dos cidadãos; e (c); transparência. “O Twitter se revelou, nas eleições de 2010, como uma rede de ligação que une outras diferentes redes existentes na internet e que pouco se tocavam” (IBID, p. 214). Naquele ano, estudo empírico de Nicolás, Braga e Becher (2012) indica uso generalizado de Facebook, Twitter e Youtube pelos candidatos, deixando blogs, fóruns e salas de bate papo em segundo plano ou em desuso. 4

O cenário se manteve em evolução em 2014. Carlomagno (2015) aponta para a redução da utilização de Twitter, Youtube e blogs. “O Facebook ultrapassa o twitter no pleito de 2014, sendo a midia social mais utilizada tanto em termos do percentual de candidatos que utilizaram esta mídia quanto do número médio de seguidores que cada um tem” (CARLOMAGNO, 2015, p. 14). O autor mostra que o ano de 2010 representa o maior salto quantitativo em investimentos na internet em campanhas digitais. O pleito de 2014 assinalou um gasto agregado com internet que chegou a R$ 50 milhões de reais. Longe de se equiparar aos esforços de produção realizados para rádio e televisão, a internet vem ganhando cada vez mais espaço no conjunto comunicativo dos atores políticos. Enquanto os estudos empíricos sobre comunicação política digital, em especial tendo como objeto as mídias sociais, nas campanhas eleitorais nacionais estão em crescimento, o mesmo não pode ser dito sobre a adoção destes meios pelos partidos políticos em sua atuação cotidiana. Um estudo robusto nessa direção, de Braga, Carlomagno e Rocha (2015), realiza apontamentos compreensivos sobre a incorporação das mídias sociais pelo sistema partidário brasileiro. Os resultados indicam que a presença dos partidos nas mídias sociais (medida por somatória de métricas fornecidas por Facebook, Twitter e Youtube) é mais fortemente relacionada à força eleitoral, ou seja, tamanho da bancada de deputados federais e o acesso ao fundo partidário. Nesse sentido, os autores apontam para uma polarização do grau de atenção entre PSDB e PT. “Partidos com perfil ideológico e programático mais definido e que possuem uma postura mais proativa em defenderem seus pontos de vista, tendem a ser mais atuantes e populares nas redes sociais” (BRAGA, CARLOMAGNO, ROCHA, 2015, p. 65). Eles categorizam a atuação partidária digital em três grupos: (a) pequenos partidos fisiológicos de centro-direita que possuem canais online apenas atendendo às suas lideranças personalistas; (b) partidos de centro e esquerda com maior investimento e presença online mais qualificada; e (c) partidos intermediários, que não apresentam estratégia definida, mas se comunicam por meio da “tentativa e erro”. Talvez a investigação empírica mais abrangente acerca deste tema seja a dissertação de Rocha (2014). Analisando as páginas dos partidos brasileiros no Facebook, o autor assinala que seu uso ainda é precário e considera que, comparativamente, os esquerdistas tendem a utilizar melhor a plataforma. “Todavia, os dados nos demonstram que, apesar de estarem presentes, os partidos não parecem atribuir uma importância tão grande as novas mídias” 5

(ROCHA, 2014, p. 96). Nossa preocupação geral quanto a estas conclusões é que podem exagerar as “potencialidades” destas ferramentas de modo quase idealista, sobretudo no que se refere à variável interação, levando em conta uma base comparativa insatisfatória, em detrimento das estratégias de fato empregadas pelos partidos políticos. Neste artigo, apostams em outra forma de abordar o fenômeno. Lançamos olhar para além dos canais oficiais dos partidos, a fim de explorar uma lacuna na bibliografia especializada. As mídias sociais são, por definição, um espaço para construir relacionamentos e trocas informacionais. Essa característica pressupõe a criação de redes de contato entre partidos e outros atores do mundo político, institucionais ou não. De um lado, partidos podem instrumentalizar estas ferramentas para desenvolverem uma rede interna extensa, contendo secretarias, diretórios estaduais e municipais, facções e lideranças. De outro, podem investir em conexões com agentes externos, como governo, sindicatos, movimentos sociais e imprensa. Há, ainda, um interessante fenômeno de incentivo a redes não oficiais de comunicação política, envolvendo blogs, páginas de financiamento escuso, robôs e espaços de base. Esse grande ecossistema de redes pode agir a partir de dinâmicas de solidariedade – ampliando o alcance das mensagens partidárias e endossando seus enquadramentos – ou de conflito, convocando seguidores a “invadir” redes rivais e disputar os quadros de interpretação dos acontecimentos. Pretendemos conduzir um esforço analítico empírico com a finalidade de desvelar como os partidos constroem redes de comunicação a partir do espaço do Facebook.

Comunicação política em rede As redes sociais têm conotação sociopolítica e se referem às trocas formais e informais de insumos de diversas naturezas entre partidos e instituições públicas ou privadas, como recursos informacionais, financeiros e humanos (ver Huckfeldt, Sprague, 1987; Knoke, 1994; Koger, Masket, Noel, 2009; Lazer, 2011; Masket et al., 2009; Ward, Stovel, Sacks, 2011). Já as mídias sociais tornam visível uma parcela bem específica do capital de relacionamento interpartidário2. Ou seja, são duas faces diferentes de um problema: as 2

Interessante ressaltar a diferença entre os conceitos de redes sociais e mídias sociais. Frequentemente tomados como sinônimos, os termos se referem a objetos e fenômenos diferentes. As redes sociais são os relacionamentos estabelecidos entre um conjunto de atores, frequentemente associados em entidades de visão comunitarista e coletivista, como organizações de bairro, igrejas, sindicatos, movimentos sociais e partidos. Os Sites de Redes 6

relações partidárias na sociedade e a reconstrução destas ligações com fins comunicacionais nas plataformas digitais. Nesse sentido, conexões em website e canais nos sites de redes sociais remedeiam algumas conexões que os partidos estabeleceram primariamente em outras instâncias do campo social. Além disso, também criam novos vínculos, existentes apenas no ambiente online. Mas ao que nos referimos ao falar de redes partidárias online? Estas redes são os traços estruturais de um conjunto de relações laterais entre grupos influentes no mundo da política que os partidos escolhem tornar público. Estas ligações são visíveis e deixam rastros de dados. No entanto, elas não são meros espelhos, reflexos das relações partidárias. Omitem, por exemplo, contatos com empresas e lobistas, centrais para compreender as esferas de influência partidária, mas não tão interessantes do ponto de vista do discurso partidário e da formação do campo de atuação simbólica e ideológica. Há, portanto, uma estratégia de construção de redes na comunicação partidária, algumas delas oficiais (publicizadas) outras não-oficiais (não publicizadas). Paralelamente, não estamos tratando nesta investigação das práticas de interação possíveis nestas redes, no sentido de diálogo em igualdade de condições entre elite partidária e movimentos de base ou trocas comunicacionais interinstitucionais. Tomando outra via, as redes partidárias online são reconstruções peculiares que obedecem a processos multifacetados, colonizados pelas lógicas midiáticas e políticas num âmbito de diferentes níveis profissionalização da comunicação e do marketing dos partidos. Nesse sentido, elas configuram um espaço simbólico que reconstrói características particulares de cada partido, de acordo com diversas variáveis e trajetórias organizacionais (Ackland & Gibson, 2013; Gibson & Ward, 2000; Gibson et al, 2003). Ou seja, definem um espaço de atuação da lógica partidária a partir das ferramentas da internet. Apesar de oferecer a potencialidade de formulação de relacionamentos dialógicos interinstitucionais, estas redes referem-se muito mais às ações de construção de estruturas de solidariedade com outras entidades, levantando uma condição de possibilidade de interação, que pode ou não ser desenvolvida de acordo com as orientações da política de comunicação

Sociais (SRSs) – ou mídias sociais – remediam este potencial para o ambiente digital, onde pessoas podem criar avatares e se relacionar com outras pessoas. Para uma discussão mais aprofundada acerca da especificidade destes conceitos, ver Recuero, Zago e Bastos (2015). 7

partidária3. A rede partidária estabelece a estrutura de ligações nas mídias sociais. Já a comunicação partidária em rede pode ativar essas estruturas com diversos fins comunicativos. Tais redes também são determinadas e limitadas pelos aspectos técnicos de cada plataforma, além de modelos de uso e objetivos traçados por cada partido. Nesta seção, analisaremos o escopo bibliográfico que oferece subsídios para nossa perspectiva teórico-metodológica que considera as redes online de comunicação política dos partidos. Há poucos trabalhos – tanto no Brasil, como internacionalmente – que analisam os padrões de relacionamento em rede desenvolvidos na internet pelos partidos para atingir objetivos institucionalmente estratégicos. A maior parte trata dos hiperlinks em sites. O modelo metodológico para análise de páginas partidárias proposto por Gibson e Ward (2000) apresenta uma variável que busca explorar as trocas horizontais por meio do hiperlink, a categoria de fortalecimento da rede organizacional. Assim, desde os estudos pioneiros, existe a intenção de compreender a formação de redes comunicativas online. Segundo eles, o objetivo de estabelecer redes se refere a esforços para fortalecer as trocas com organizações que podem ter caráter (a) interno: lideranças, diretórios, secretarias e grupos de pressão; e (b) externo: movimentos sociais, sindicatos, governo e imprensa. “A Web aumenta as capacidades dos partidos de construir ligações simplesmente porque providencia espaço extra para a discussão de temas relevantes para esses grupos” (IBID, p. 305-6). Foot e Schneider (2002) defendem que as práticas de ação online a partir da criação de hiperlinks representam alterações sutis, porém importantes das dinâmicas comunicativas dos personagens políticos. Eles analisam um banco de dados de um milhão de hiperlinks na eleição estadunidense de 2000, apontando mudanças nas práticas comunicativas por meio de três padrões de ação online: (a) coprodução – descentralização da ação; (b) carnavalização – liberação de dinâmicas criativas; e (c) mobilização – envolvimento civil na convocação de participação pelas redes pessoais. Nesse sentido, as novas ferramentas transformam pontualmente as técnicas de campanha digital. “Sugerimos que analisar o que os atores políticos de fato fazem na web revela um sistema político em evolução” (FOOT & SCHNEIDER, 2002, p. 223).

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Iremos elaborar em trabalhos futuros sobre as trocas de insumos comunicacionais efetivamente realizadas nestas redes partidárias. O que podemos entender como ativação da comunicação em rede. 8

Este recurso pode ser medido por meio do fluxo horizontal de comunicação entre as instituições online, por exemplo, por meio de hiperlinks entre sites. Estudos empíricos extensivos foram realizados nesse sentido. Investigando comparativamente links internos e externos de sites de candidatos das eleição geral britânica de 2000 e estadunidense de 2001, Gibson et al. (2003) indicam que a construção de redes possuiu pouca prioridade para os partidos, especialmente nas trocas relativas a entidades externas. Acerca dos sites dos candidatos congressistas na eleição de 2002 nos EUA, Foot et al (2003) testam as referências externas dos websites, considerando partidos, governo, imprensa e grupos civis. Eles mostram que as práticas variam de acordo com as estratégias adotadas. Romero-Frias e Vaughan (2012) olham o problema por uma perspectiva diferente, elucidando as relações entre mídia e política. Eles encontram padrões de criação de hiperlink consistentes com a orientação política das organizações. Hsu e Park (2011) argumentam que os hiperlinks são criados entre sites com funções diversas, como: (a) aumentar popularidade; (b) trocar informações; (c) reconhecer pares; e (d) reforçar comunidades. Assim, defendem que há efeitos sociológicos na formação dos hiperlinks: “é um canal de comunicação entre partidos políticos, entre partidos políticos e lideranças e entre lideranças e o público em geral” (HSU & PARK, 2011, p. 364). Os autores afirmam que as conexões online apontam para um determinado campo de atuação política e ideológica. Este campo agrega diversos atores em torno de uma estratégia de comunicação similar. “Portanto, ao analisar os padrões de ligações, nós podemos capturar uma perspectiva construída socialmente de relações entre os membros dentro de um grupo online de atores que compartilham o interesse ou uma agenda em uma rede social” (HSU & PARK, 2011, p. 357). O trabalho mais abrangente e com implicações teóricas significativas é o de Ackland e Gibson (2013). Os autores exploram a lógica comunicativa partidária em rede a partir das conexões de hiperlinks, internas e externas, com fins comunicacionais. “A comunicação em rede é quando o link é relacional, no sentido de estabelecer uma conexão com a organização ou ator como um todo e, portanto, realiza uma declaração geral sobre os valores e orientações políticas às quais o ator que cria o link adere” (ACKLAND & GIBSON, 2013, p. 233). Nesse sentido, eles identificam três tipos de comunicação política em rede: (a) confirmação ou reforço identitário: o link cumpre uma função de apoiar uma causa, tema ou organização, ratificando os posicionamentos; (b) multiplicação de força: possuem a finalidade de replicar a 9

disseminação das mensagens e aumentar a presença online; e (c) destituição do oponente: tem uma ação negativa de crítica a um grupo antagônico. Ackland e Gibson (2013) coletam dados de 113 partidos políticos em seis democracias: Alemanha, Austrália, Áustria, França, Itália e Reino Unido. Os resultados do estudo evidenciam que os partidos utilizam hiperlinks de modos relacionais, com o objetivo de promover políticas e posicionamentos da organização. Os links “agem como uma nova forma de comunicação indireta para partidos (e outros atores) para retratar mensagens substantivas sobre sua identidade central e sua presença mais ampla no mundo offline” (ACKLAND & GIBSON, 2013, p. 241). Estes trabalhos sobre dinâmicas de comunicação em rede se inserem em arcabouços teóricos mais amplos que tratam, por meio de diferentes perspectivas, de transformações socioculturais, tecnológicas e políticas na comunicação contemporânea (Chadwick, 2013; Klinger, Svensson, 2014). Em geral, o argumento é que o sistema midiático híbrido sobrepõe e entrelaça lógicas de massa e de rede, produzindo dinâmicas de conflito e de cooperação. Este cenário influencia as características da comunicação política, estimulando práticas relacionais, tornando de suma importância a qualidade das conexões construídas. A lógica midiática em rede, então, estipula que não é suficiente para os políticos, por exemplo, manter um perfil no Facebook, eles também necessitam se conectar ao maior número de usuários possível, com a finalidade de conseguir atenção para si mesmos, o partido e suas mensagens. Uma consequência importante da lógica midiática em rede é que a comunicação política em plataformas de mídias sociais não pode ser dirigida a audiências de massa, já que não há audiências de massa. Portanto, estar conectado a muitos outros é importante, pois significa popularidade. (KLINGER & SVENSSON, 2014, p. 13).

Como demonstramos nesta breve revisão, grande parte dos estudos que investigam empiricamente estas práticas na internet dedica-se aos hiperlinks contidos em websites de partidos. Uma exceção é o trabalho de Hsu e Park (2011), que também considera a formação das redes online políticas pelo Twitter na Coréia do Sul. Eles afirmam que esta plataforma adiciona novas características ao fenômeno, tornando os fluxos mais dinâmicos e as redes mais densas. Nesse sentido, este artigo explora uma lacuna nas investigações empíricas de internet e política. O objetivo inicial é lançar as primeiras bases para uma agenda de pesquisa sobre comunicação relacional dos partidos nas mídias sociais. Por isso, buscamos responder, a princípio, quais são as redes imediatas de comunicação partidária no Facebook e suas características. Em outros trabalhos, iremos analisar como os partidos e demais atores ativam 10

estas redes, ou seja, como se dá o fluxo de trocas comunicacionais a partir desta estrutura subjacente.

Metodologia O estudo empírico conduzido neste artigo é um mapeamento das ligações de saída a partir das páginas oficiais dos 35 partidos políticos registrados no Tribunal Superior Eleitoral (TSE)4. O Facebook foi escolhido por ser a principal plataforma de mídias sociais utilizada por agentes políticos, de acordo com investigação realizada por Carlomagno (2015). A metodologia aplicada combina técnicas de coleta de dados de redes ego-centradas, ou seja, a partir de conexões realizadas pelos atores políticos, com métricas de análise de redes sociais. Os procedimentos combinados demonstram um panorama das redes partidárias construídas no Facebook. Essas conexões são coletadas a partir da função Page Like Network do aplicativo Netvizz, desenvolvido pelo grupo de pesquisa Digital Methods Initiative, chefiado por Bernhard Rieder na Universidade de Amsterdã5. A ferramenta extrai dados relativos às páginas que os partidos seguem no Facebook. Ou seja, assim como os usuários, os canais podem “curtir” outras fan-pages. Isso só pode ser realizado por um dos gestores do canal6. As páginas seguidas ficam públicas na seção “Curtidas Desta Página” no Facebook, como sugestões de outras páginas que o usuário pode ter interesse em curtir. Quando uma página curte a outra, ela passa a receber todas as publicações realizadas em sua linha do tempo, tornando mais fácil o acompanhamento diário dessas postagens. Além disso, estabelece ligações entre um conjunto de atores para futuras referências, trocas de informações e compartilhamento de publicações. É uma atividade que cumpre função semelhante ao “Blogroll” dos blogs e às seções de links de instituições parceiras geralmente disponíveis em sites.

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Dentre todos os partidos, apenas o PP não possui canal oficial no Facebook, reduzindo a amostra para 34. Detalhes sobre o funcionamento desta ferramenta podem ser consultados no paper “Studying Facebook via data extraction: the Netvizz application” de Rieder (2013). 6 Portanto, é uma ação que é controlada estritamente pelo partido, mais especificamente pela Secretaria de Comunicação e pelas pessoas (ou agências) responsáveis pelos meios digitais. Contudo, é necessário salientar que os partidos podem ter diferentes políticas de mídias sociais e, até mesmo, ignorar totalmente esta função de criação de redes. 5

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Para esclarecimento metodológico, cabe definir alguns os conceitos que perpassam essa coleta. A extração de dados é feita pelo método de composição de amostragem chamado de ego-network, ou seja, extrai as ligações imediatas a partir de atores, definidos como sementes (Benevenuto, Almeida, Silva, 2011). Para os fins desse estudo, as sementes são os partidos políticos brasileiros. O resultado é o que Recuero (2009, p. 98) chama de redes associativas, ou seja, são conexões mais estáveis, que pouco se alteram com o tempo. Assim como Hsu e Park (2011) e Ackland e Gibson (2013), partimos da premissa que estas redes representam um agrupamento de canais no Facebook que atua com alguma coesão simbólica na produção de conteúdo. Outro conceito importante para compreender como a coleta foi realizada é o grau de separação. Nesse sentido, o grau de separação indica quantas ligações dois agentes precisam fazer para se conectar. A extração de dados foi feita com graus de profundidade 1.0 e 1.5, ou seja, adiciona à amostra as páginas que os canais seguem (grau 1.0) e todas as conexões existentes entre elas (grau 1.5). Com isso, nos dedicamos às redes formadas a partir das ligações de saída de todos os partidos em grupo e às ligações dos demais agentes entre si. As redes resultantes são direcionadas, isso quer dizer que as ligações estabelecidas são vias que possuem um sentido determinado. Quando uma página segue a outra, a ação realizada representa uma aresta de saída. Assim, um canal realiza a atividade (saída) e outro recebe (entrada). Nesse sentido, utilizaremos três métricas de análise de redes que focam em atributos dos atores, indicando a densidade das ligações de cada nó: grau de saída (quantas páginas um canal curtiu); grau de entrada (quantas páginas seguem aquele canal) e grau (soma de grau de entrada e grau de saída).

Resultados parciais e análise Os resultados demonstram a visualização das redes que representam os canais que os partidos seguem no Facebook. Os 34 partidos analisados seguem um total de 2.055 atores, média de 60,44. Os dados foram plotados por meio do programa de análise de redes Gephi. O Force Atlas 2 foi o desenho aplicado. Com ele, os nós se repelem e são atraídos pelas ligações. Isso quer dizer que tendem a se aproximar partidos que seguem páginas em comum. A Figura 01 apresenta os dados coletados com grau de profundidade 1.0. O tamanho dos nós é escalonado de acordo com o ranking do grau de saída (quantas páginas são seguidas): 12

Figura 01 – Rede Partidos no Facebook Grau 1.0 Esta primeira rede traz diversos achados de suma importância. O primeiro deles é que a rede possui 2.089 nós e 2.110 arestas, resultando em uma densidade de 1.01 pontos. O grau médio é 2,024. Dos 2.089 nós, 2028 possuem apenas uma ou nenhuma ligação. Essa baixa densidade indica que os partidos constroem ligações majoritariamente exclusivas, isto é, há poucas conexões em comum. Isso é corroborado pelo fato de que, grosso modo, os partidos não seguem uns aos outros. As poucas exceções são: PSB->Rede; PTC->PMDB; PSDB>Solidariedade; Solidariedade->PMDB e Solidariedade->PSDB. Além disso, quatro partidos não seguem nenhuma fan-page: Partido da Mulher Brasileira (PMB); Partido Novo; Partido Pátria Livre (PPL); e Partido Republicano da Ordem Social (PROS). Na prática, os partidos estabelecem campos de atuação nas mídias sociais extremamente segmentados, com pouca sobreposição e solidariedade entre si. Quando investigamos quem os partidos seguem em comum, a rede demonstra algumas poucas conexões que indicam pontualmente direcionamentos das estratégias de ação dos partidos. Por exemplo, PCdoB e PT são aproximados por três canais: Lula, Dilma Rousseff e Direitos Humanos – Brasil. Além de aproximar estes dois nós na rede, este achado sugere uma área de referência convergente, decorrente da coalizão formada no governo federal e de laços com movimentos sociais. Encontramos o mesmo padrão entre PT e PMDB, que seguem igualmente Ministério da Saúde, Ministério do Turismo, Marta Senadora e Secretaria do Governo. Essas ligações apontam para o caráter de inserção governamental de ambos os partidos e para a troca de partidos realizada por Marta. Isso nos leva a questionar quais são os canais que são mais seguidos pelos partidos. Filtrando os dados para excluir os partidos, o ranking do grau de entrada está representado na 13

Tabela 01. O resultado mostra que os canais que possuem maior intersecção entre os partidos são: (1) órgãos de governo; (2) imprensa tradicional; e (3) lideranças políticas. Ainda assim, somente 34 canais de nossa amostra são seguidos por mais de um partido no Facebook. Página Senado Federal Folha de S.Paulo Câmara dos Deputados VEJA Aécio Neves Marina Silva Observador Político Estadão Eduardo Cunha Conselho Nacional de Justiça (CNJ)

Grau de entrada 6 6 4 3 3 3 3 3 3 3

Tabela 01 – Páginas mais seguidas sem partidos O panorama da rede indica que cada partido estabelece majoritariamente referências diferentes entre si. Por outro lado, as poucas ligações interseccionadas indicam agrupamentos minimamente coerentes com estratégias interpartidárias de condução política. Nessa linha, são identificáveis três grupos: (1) PMDB e PSD; (2) PT e PCdoB; e (3) PSDB, Democratas, Solidariedade, PSC, PSB Nacional e Partido Verde. Estão localizados entre eles, PTB e PRB, mas sem constituir um sistema de atuação próprio. Nesse sentido, entendemos que a rede representa conexões que favorecem as posições partidárias referente à: (1) formação de coalizões e (2) composição ideológica. A Figura 02 mostra a rede formada pelo grau de profundidade 1.5. A rede possui 2.127 nós e 17.046 ligações e grau médio de 8,014. Grosso modo, são os mesmo nós seguidos pelos partidos, com a adição das ligações entre eles. Assim, a amostra da coleta é definida pelo ego dos partidos e as páginas que eles seguem. Então, o Netvizz extrai todas as conexões existentes entre esses nós resultantes. O tamanho dos rótulos segue o ranking de grau de entrada e as ligações imediatas entre os partidos estão coloridas em vermelho para destacar sua proporção referente ao todo.

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Figura 02 – Rede Partidos no Facebook Grau 1.5 Esta segunda rede traz um achado significativo. Além dos canais oficiais dos partidos, há um universo amplo e diversificado de agentes do sistema político que estão presentes nas mídias sociais. Se o primeiro grafo indica que é quase ausente as trocas de comunicação entre partidos, o segundo sugere a atuação robusta de outros agentes na construção de campos de atuação com lógicas de comunicação partidárias nas mídias sociais. Nesse sentido, encontramos um ecossistema em que cada partido produz uma espécie de “campo de ação” distinto dos demais. Analisando o panorama geral, identificamos traços de agrupamentos que seguem posicionamentos ideológicos e coalizões governamentais de cunho nacional. Por exemplo, na parte da esquerda, temos o PT perto do centro, o PSOL e o PCdoB mais afastados e, bem acima, PSTU e PCB. Há diferentes funções entre os agentes desses campos de comunicação partidários, referentes ao seu ordenamento (a) interno: lideranças, secretarias diretórios estaduais e municipais que se engajam em replicar as mensagens partidárias; e (b) externo: imprensa, governo, movimentos sociais, sindicatos e outros que fazem parte de

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quadros de referência dos partidos. Por limitações de espaço, as consequências teóricas e análises mais detalhadas destes dados serão realizadas em outros trabalhos.

Conclusões Este artigo explora uma lacuna nos estudos de Internet e Política. Muito pouco se sabe sobre as estruturas de comunicação política em rede nas mídias sociais. As transformações tecnológicas recentes transformaram o ecossistema midiático na internet. Contudo, a literatura acadêmica pouco explora essas novas possibilidades, dedicando-se sobretudo à análise dos conteúdos e das estratégias dos canais oficias dos políticos. Oferecemos uma nova perspectiva sobre o problema, buscando mapear e entender como são criadas as estruturas partidárias no Facebook. Para isso, questionamos quem os partidos seguem? Os resultados ainda preliminares indicam que há pouca cooperação e troca de informação entre os partidos nas mídias sociais. Sugerimos que o campo de ação partidário seja restrito e estruturado de acordo com as hierarquias organizacionais. Nesse sentido, encontramos pouca relação interseccional entre diferentes partidos. Os canais que possuem grau de entrada maior que um são limitados e referentes a órgãos do governo, imprensa tradicional e lideranças políticas. Por outro lado, há um amplo e diversificado universo de páginas que reproduzem e amplificam o discurso partidário nas mídias sociais. Chama a atenção a quantidade de canais criados para diretórios estaduais e municipais, além de secretarias temáticas, especialmente no PMDB. Essa característica pode ser reflexo da estrutura organizacional federalizada do partido, que privilegia as composições regionais. Além disso, é de se destacar também as ramificações da máquina de comunicação petista, que envolve além dos agrupamentos regionais, agentes do que pode ser chamado de “linha auxiliar”, como a Blogosfera Progressista e toda uma rede informal composta em torno do Muda Mais, perfil petista ativo desde a campanha de 2014, como: Soldadinho de chumbo; Po Serra; Seja Dita Verdade; Política no Face II e Exército Vermelho. Iremos elaborar sobre as tipologias da comunicação partidária em rede e como essas estruturas podem ser acionadas para produzir conteúdo em trabalhos posteriores.

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ANEXO 1 TABELA DE DADOS QUANTITATIVOS DAS REDES

Partido Democratas Partido Comunista Brasileiro - PCB (Oficial) Partido da Mobilização Nacional Partido da Mulher Brasileira - PMB Partido da Republica - Nacional Partido dos Trabalhadores Partido Ecológico Nacional PEN51 Partido Novo Partido Patria Livre- PPL 54 Partido Trabalhista Cristão Partido Verde PCdoB - Partido Comunista do Brasil PCO - Partido da Causa Operária PDT Nacional PHS - Partido Humanista da Solidariedade PMDB Nacional PPS - Partido Popular Socialista PRB - Partido Republicano Brasileiro Nacional PROS PRP Nacional Prtb Renova Brasil PSB Nacional 40 PSC Nacional PSD PSDB PSDC Nacional PSL PSOL 50 - Partido Socialismo e Liberdade PSTU Nacional PTB - Partido Trabalhista Brasileiro PTdoB Nacional PTN - Partido Trabalhista Nacional REDE Solidariedade

Curtidas Falando Grau de Sobre entrada 141975 7801 51 83057 3399 9

Grau de saída

Grau 98 4

149 13

2599 3590 1646 978968 30045 1047716 868 942 95228 100260 17686 18540 5487 22925 11934 64210

133 494 47 113623 848 330376 7 0 3791 12620 456 1197 377 11689 279 3083

2 1 8 76 5 5 0 1 39 67 9 10 5 137 6 73

7 0 0 110 30 1 0 4 120 222 15 33 9 518 9 121

9 1 8 186 35 6 0 5 159 289 24 43 14 655 15 194

39599 3596 4800 170694 65657 66586 1299726 4589 4179 260305 54481 4231 2318 3953 73767 30487

912 202 11 5379 1157 2548 264897 167 853 16804 20029 90 8 136 7843 575

1 0 1 63 30 71 61 1 0 17 20 15 1 4 14 36

0 6 1 117 117 154 80 1 3 15 25 130 1 24 22 85

1 6 2 180 147 225 141 2 3 32 45 145 2 28 36 121

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