Questões Sobre a Independência dos Estados Unidos da América

June 20, 2017 | Autor: Elisa Maura | Categoria: Estados Unidos
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Uma das ideias mais antigas da humanidade é a de povo "eleito" por Deus. Árabes, judeus, babilônicos, portugueses, ingleses, americanos e muitos outros povos tomaram em algum momento de sua história essa ideia do "povo eleito" e criaram uma identidade em torno da mesma. Jean Delumeau explora essas questões em obras com mil anos de felicidade. Os EUA no momento de sua fundação, quando as treze colônias se unem para lutar contra o domínio inglês e depois no seu processo de expansão territorial invoca essa mesma ideia e a transforma em uma questão íntima do seu povo.
Nesse sentido as duas frases colocadas John O'Sullivan e Barack Obama, juntamente com a imagem de Jonh Gast, retratam não somente o nascimento dessa ideia na história do povo americanos, como também o modo que essa se enraizou na cultura. O Destino Manifesto é sem dúvida uma criação, com inspiração em outros povos e na Bíblia que valida a "eleição" e legitima todas as ações dos escolhidos. Juntamente com isso está a ideia de civilização, civilizar, que trabalha como força motriz para a expansão da "escolha".
Para o historiador Leandro Karnal, o primeiro momento em que o Destino Manifesto é colocado em evidencia é na compra da Florida e da Lousiania. Karnal ainda coloca que a "eleição" por Deus, não somente garante um caráter de superioridade como também de é o caminho para o sucesso e supremacia da nação. O mesmo se deu com as nações que anteriormente se afirmaram como as "escolhidas" por Deus. Outro apontamento feito por Leandro Karnal é o fato que o Destino Manifesto lhes dá a missão de espalhar o seu modelo social para outros lugares considerados carentes.
Quando Karnal coloca o problema da missão de divulgar, ou melhor, de impor, o modelo social americano, ele está chamando a atenção para o fato de que o Destino Manifesto é em si um instrumento que permite a um povo, não somente, se colocar como sujeito superior ao outro do ponto de vista econômico e social, mas também cultural. Isso fica explicito na imagem Progresso Americano de Jonh Gast, quando uma figura celeste conduz o povo sobre as terras desconhecidas e expulsa sem qualquer problema seus habitantes.
A imagem produzida por Gast é significativa também pelo fato dela tornar visual e acessível a todos os ideias colocados no Destino Manifesto. Para, além disso, podemos observar na imagem a figura celestial como guia os homens brancos, americanos, que desbravam as terras hostis e os índios que fogem e agem de maneira pacifica, como que reconhecendo o poder e a superioridade daquele que vem. Essa imagem traz consigo algum outro ponto que também podemos observar, como com a figura celestial vai levando a modernidade, a luz (com os cabos de energia elétrica), e como se fosse levando a civilização para o oeste, onde os índios habitavam.
No tocante a frase de Barack Obama, ela tem dois significados importantes. O primeiro é da unidade de seu governo com os anteriores, de modo a deixar claro que a federação está unida do começo até os dias atuais e isso ocorre principalmente pela ideia da "eleição divina" do povo dos EUA. O segundo significado é o da retomada do espírito fundador da Nação, para mostrar que as ações desenvolvidas pelo governo e aquelas que virão estão nesse sentido unidas e justificadas.

E Pluribus Unum (De Muitos, Um). O lema expresso no Grande Selo dos EUA, que remete às treze colônias, mostra exatamente o espírito iluminista que tomou conta do país no momento de sua fundação com a independência da Inglaterra. Também é a expressão do desejo das colônias em manter sua independência sem perder a unidade. No fundo é essa frase que resume o espírito da Federação estabelecida com a independência.
Ao mesmo tempo em que esse lema representa a unidade e a independência das colônias, ele também remete ao ideal da liberdade, tão defendido pelo iluminismo, na medida em quem ao propor que muitos são um, também podemos pensar no contrário, que um é muitos e ai os interesses e ideais se entrecruzam.
O lema, Liberdade, Igualdade e Fraternidade, que representa as ideias Iluministas também apareceram nos Estados Unidos da América, junto com a democracia e independência. O Iluminismo e seus ideais que norteou a constituição americana frisaram na democracia e individualidade e na igualdade. Contudo, mesmo com o discurso de Liberdade e Igualdade, os EUA faziam a manutenção da escravidão, o que era completamente contraditório. O Iluminismo trouxe consigo a ideia da razão, da modernidade, século das luzes e claramente, todos seus ideias tiveram reflexos não apenas na Europa, mas no mundo todo.
O texto 4 de Julho: A Revolução Americana da autora Mary Junqueira, discutido em sala de aula no curso, nos ajuda a discernir as ideias sobre o que foi a Independência dos Estados Unidos da América em 4 de julho de 1776, e abre a discussão sobre o que levou às 13 colônias querem a Independência, e um dos grandes motivos foi porque as 13 colônias queriam romper com a metrópole (Inglaterra), que a explorava. A autora faz essa análise através de mapas, documentos e etc.

Referências:

KARNAL, Leandro. Estados Unidos: a formação da nação, 3ª. ed. São Paulo: Contexto, 2011.
JUNQUEIRA, Mary.A. 4 de Julho de 1776: Independência dos EUA. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2007.


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