Quillinan - Uma Família Irlandesa em Potugal

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Descrição do Produto

Maria Júlia Oom do Valle Henriques de Oliveira Martins Paulo Duarte de Almeida

QUILLINAN UMA FAMÍLIA IRLANDESA EM PORTUGAL

2009

QUILLINAN UMA FAMÍLIA IRLANDESA EM PORTUGAL Maria Júlia Oom do Valle Henriques de Oliveira Martins* Paulo Duarte de Almeida** Este artigo foi publicado na revista “Dislivro – Histórica”, ano 2009, n.º 2, págs. 281-332. Versão revista e atualizada em Junho de 2016.

Embora desconhecendo as origens mais remotas desta família, não só devido à distância geográfica que nos separa das fontes primárias em que as poderíamos encontrar, mas também porque, ao que parece, parte dessas fontes, no que diz respeito, pelo menos, aos registos paroquiais, não existe, consideramos haver interesse na publicação das informações que conseguimos reunir sobre uma das muitas famílias estrangeiras que no séc. XVIII fixaram residência no nosso país – os irlandeses Quillinan. Trata-se de mais um caso de uma família de origem britânica que se radicou em Portugal, dando continuidade a uma tradição de boas relações políticas e comerciais existentes desde longa data1 e impulsionadas naquele século pelo Tratado de Methuen (1703) e pelo incremento da produção e comércio do vinho do Porto proporcionado pela Companhia para a Agricultura das Vinhas do Alto Douro (criada pelo Marquês de Pombal em 1756)2. Para além das particularidades do percurso familiar e biográfico de cada um dos seus membros, que, de certo, irá ao encontro dos interesses dos genealogistas, pensamos que este estudo pode também ajudar a perceber em termos sociológicos como se processava a integração de uma família estrangeira na sociedade portuguesa em geral, e na portuense em particular, no decorrer dos séculos XVIII e XIX. A diversidade de funções e áreas de interesse que dominaram o espírito dos Licenciada em Química - Ramo Educacional (U.L.M., 1973), com Pós-Graduação em Ordenamento do Território e Ciências do Ambiente (U.N.L.C.T., 1990). Professora aposentada do ensino oficial. Sócia da Associação Portuguesa de Genealogia. Investigadora genealogista. ** Licenciado em Línguas e Literaturas Modernas - Estudos Portugueses (F.L.U.C., 1999), mestre em Literatura Portuguesa Clássica (F.L.U.C., 2005). Professor do ensino oficial. Membro do Instituto de Genealogia e Heráldica da Universidade Lusófona do Porto. Investigador genealogista. Os autores agradecem que qualquer correcção ou aditamento a este artigo sejam enviados para [email protected] ou [email protected]. 1 Sobre essa secular relação, v. por exemplo: Rose Macaulay, Ingleses em Portugal (trad. de Maria Fernanda Gonçalves e António Álvaro Dória), Porto, Civilização, 1950; Consuelo Varela, Ingleses en España y Portugal: 1480-1515 – aristócratas, mercadores y impostores, Lisboa, Colibri, 1998; e L. M. E. Shaw, The Anglo-Portuguese Alliance and the English Merchants in Portugal, 1654-1810, Aldershot, Ashgate, 1998. 2 Mais especificamente sobre a relação dos ingleses com o comércio do vinho do Porto, v.: Pedro Maria Casaes Alves Pereira, A Arquitectura do Vinho do Porto: os Ingleses no Porto, s.l., s.n., 1987; Isaura Maria Roseler Ventura, Os britânicos no Porto do século XIX, Porto, s.n., 1996 (texto policopiado – tese de Mestrado em História Ibero-Americana); Maria Guilhermina Nogueiro de Oliveira Bessa Gonçalves, A Comunidade Britânica no Porto: Inter-relações históricas, económicas, culturais e educativas (texto policopiado – tese de Mestrado em Relações Interculturais), Porto, s.n., 2000; e António Barros Cardoso, Baco & Hermes: o Porto e o Comércio Interno e Externo dos Vinhos do Douro, 1700-1756, Porto, Grupo de Estudos de História da Viticultura Duriense e do Vinho do Porto, 2003 (maxime capítulos iniciais). Os autores agradecem as informações prestadas pelo Prof. Doutor António Barros Cardoso. *

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membros desta família (desde a diplomacia às armas, passando pelo comércio e pela literatura) também contribuem para a riqueza cultural que se pode perceber nas suas vidas. Os Quillinan têm a sua origem geográfica nos condados irlandeses de Tipperary e Limerick, onde o apelido era e continua a ser relativamente comum, surgindo, contudo, sob diversas formas: Quillinan, Cullinane, Callinan, Quillian, Coninan, McQuillan, McQuillian, McQuilland, etc. E um dos ramos, que com o passar dos séculos se converteu ao Protestantismo, usa actualmente a forma Collins. Basta fazer uma pesquisa na internet sobre qualquer uma destas formas do apelido para nos apercebermos da imensa quantidade de indivíduos que o usam ou usaram na Irlanda e no mundo. A antiguidade da família é atestada em The Book of Irish Families3, mas sobre a sua origem social, segundo informação do Dr. Guilherme Quillinan da Silva Machado4, «... não há dúvida que era muito antiga e de grande nobreza, mas a verdade é que o brazão é de simples knight (cavaleiro). (...) O brazão é em campo azul com uma barra de oiro, ao meio, em sentido horizontal. Do lado de baixo um crescente branco que, creio, deve ser de prata, e por cima 2 cabeças de leão em oiro. Timbre assente n’uma espécie de almofada azul, oiro, azul, oiro, azul, oiro; uma mão côr de carne humana dentro de um braço de armadura de aço com uns botões doirados, empunhando um punhal com o cabo de oiro e lâmina de aço. O brazão tem um friso de oiro. Salvo erro, pois que não sou perito em heraldica”5. Não conhecemos a fonte que permitiu esta descrição e as suas imprecisões heráldicas não nos impediriam de imaginar o brasão, mas tal esforço é desnecessário porque existem algumas representações dele, as quais tentámos organizar cronologicamente. A primeira é uma pintura sobre cartão que pertenceu ao ramo Quillinan Póvoas (figura 1); a segunda é uma marca em lacre de anel ou sinete armoriado usado pelo Dr. Guilherme Quillinan da Silva Machado (figura 2); a terceira encontra-se nas peças de um serviço de porcelana europeia mandado pintar por este diplomata (figura 3) e a última é uma interpretação bastante mais moderna e arrojada da autoria Artur Lambert Pereira da Fonseca (figura 4)6. Em todas encontramos um escudo inglês de campo azul, com debrum e faixa de ouro, acompanhada por duas cabeças de leão (ou leopardo) também de ouro em chefe e por um crescente de prata em campanha. Por timbre, um braço armado de prata, com a mão dextra de carnação empunhando adaga também de prata guarnecida e empunhada de ouro. Virol de azul e ouro e listel (de cor variada: a figura 1 apresenta-o de azul; a figura 3 de cor-de-rosa e a figura 4 de ouro) com a divisa “Vi et Virtute” (Pela força e pela virtude)7, a qual desapareceu na figura 4, figurando no listel o apelido da família8.

Michael O. C. Laughlin, The Book of Irish Families, Irish Roots Cafe, 2002, p. 222. Descendente da família e diplomata de carreira a quem nos referiremos adiante. 5 Excerto de uma carta datada de 18.04.1945, enviada pelo Dr. Guilherme Quillinan da Silva Machado a seu sobrinho António de Quillinan da Silva Machado Póvoas e hoje pertencente ao neto deste, o Senhor Eng.º Francisco Resende de Almeida e Vasconcelos Póvoas, a quem agradecemos os contributos para a realização deste estudo. 6 O facto de as quatro representações serem posteriores a finais do séc. XIX leva-nos a supor que anteriormente não houvesse grande tradição do uso ou direito ao uso desse brasão. 7 Esta divisa foi adoptada para a representação heráldica do ex-libris de João Manuel de Almeida e Vasconcelos de Quillinan da Silva Machado Póvoas, embora o brasão dos Quillinan não figure na dita representação. Sérgio Avelar Duarte, Ex-libris portugueses heráldicos, Porto, Civilização, 1990. 8 Os autores agradecem ao Senhor Doutor Manuel Artur Norton, Barão de São Roque, a leitura heráldica das imagens. 3 4

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Figura 1

Figura 2

Figura 3

Figura 4

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Embora o primeiro membro da família a estabelecer-se em Portugal tenha sido John Quillinan (referido com o n.º 3), a sua ascendência consta do assento de baptismo de um dos seus filhos pelo que julgamos oportuno apresentá-la:

1. MATHIAS (MATHEW) QUILLINAN casou com MARGARIDA (MARGARETH) QUILLINAN9, de Carrick, condado de Tipperary. Filho: 1.1. Martinho (ou Martin) Quillinan, que segue

2. MARTINHO (MARTIN) QUILLINAN casou com MARGARIDA (OU MARGARETH) CARY10. Filha de John Cary e de Ana (ou Anne) Cary, de Tipperary. Filho: 2.1. John Quillinan, que segue 3. JOHN QUILLINAN nasceu em Carrick, na Irlanda, por volta de 175411. Era comerciante e proprietário na Irlanda e em Inglaterra, tendo vindo para Portugal por razões comerciais, estabelecendo-se no Porto por volta de 178212. Casou duas vezes. A primeira com MARY RYAN, natural de Lisboa13, onde terá nascido por volta de 177014, sendo que em 1796 (ano do nascimento de seu filho João Tomás), o casal já se encontrava a residir no Porto, onde John Quillinan tinha a sua casa comercial. Mary Ryan faleceu na freguesia de Miragaia, naquela cidade, sem Sacramentos “por falecer de repente e por estar para se confessar com um Padre da Congregação do Oratório desta cidade [Porto], o Padre Duarte Culin”, a 12.05.1803, tendo sido sepultada na Igreja daquela freguesia, e tendo-lhe sido feito um Ofício de 20 Padres15. Era filha de Patrick Ryan e de Theresa Ryan, ambos naturais da Irlanda. Depois de viúvo, voltou a casar, na freguesia de N.ª Sr.ª da Vitória, no Porto, na tarde de 22.10.180316, com MARY GEORDANS, natural de Londres e falecida em 1809. Filha de Thomas Geordans e de Anne Geordans. Neta paterna de Thomas Geordans e de Mary Geordans e materna de William Shore e de Elizabeth Shore, todos naturais de Londres. No inverno de 1808, devido à invasão do General Soult e aproximação das tropas francesas do Porto, a família de John Quillinan viu-se obrigada a fugir para Inglaterra. Para além O costume britânico de as senhoras, depois de casadas, usarem apenas com o apelido do marido impede-nos de conhecer o apelido de solteira desta senhora. 10 Embora o seu apelido apareça registado desta forma, parece que a forma correcta seria Carew. Existiu em Lisboa uma outra família irlandesa com o apelido Cary, de quem descendia José Joaquim da Costa Magalhães Coutinho, neto materno de Duarte Mayne, natural da Escócia, e de Ana Cary, natural da Irlanda, o qual foi feito Cavaleiro da Ordem de Cristo, a 15.09.1803. V. Nuno Borrego, Habilitações nas Ordens Militares – Ordem de Cristo, Lisboa, Guarda-Mor, 2008, vol. II, p. 281. 11 Diz-se no seu assento de óbito que teria “pouco mais ou menos” 72 anos de idade quando faleceu. 12 A informação é do próprio John Quillinan que num interrogatório feito a 3 de Maio de 1825, transcrito e publicado por Charles Seller na sua obra Oporto, old and new, 1899, pp. 70-71, diz: “has resided in this City [Porto] for more than forty-three years” (p. 70). 13 Esta naturalidade consta do assento de baptismo de seu filho João Tomás (adiante referido). 14 Esta suposição baseia-se numa pequena nota que surge no final do seu assento de óbito que diz “Tinha 32 anos”.” 15 Arquivo Distrital do Porto (A.D.P.), Livro Misto da freguesia de Miragaia, Porto, M11 (1802-1844), fols. 3 e 3v. (bob. 343). 16 A.D.P., Livro de Casamentos da freguesia da Vitória, Porto, C5, fol. 11v. (bob. 399). 9

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dos tumultuosos acontecimentos políticos e sociais que motivaram a viagem, ela revestiu-se de grande preocupação e perigo porque Mrs. Quillinan se encontrava em avançado estado de gravidez. Embora se pusesse a hipótese de ela permanecer no Porto, o marido deve ter achado que a melhor solução era que o acompanhasse até Inglaterra, acabando ela por morrer durante a viagem, na sequência de um parto prematuro. Sobre esses trágicos acontecimentos escreveu Edward Quillinan (filho do primeiro casamento de John Quillinan, adiante referido) numas notas autobiográficas17:

«The invasion of Portugal by the French drove all the English families out of Oporto, before I had been there six months (...). We left for England. My mother-inlaw, a Portuguese, though far advanced in pregnancy, could not bear to left behind with a Portuguese family. This was very natural, but very unfortunate. It was in winter and we had a long and rough passage. She was prematurely taken in labor, and died on the passage.»

Pouco depois da chegada da família a Londres, deu-se o casamento da filha mais velha do primeiro casamento de John Quillinan – Anne, adiante referida - e um dos filhos varões, o já referido Edward Quillinan, alistou-se no exército britânico. Não sabemos quanto tempo John Quillinan permaneceu em Inglaterra, mas sabemos que aí se encontrava, residindo em Arundel Street, condado de Middlesex, Londres, a 03.02.1810 (data de um contrato de arrendamento referente a uma propriedade situada no lado nascente de Bedford Place, freguesia de St. George Bloomsburry, no mesmo condado, propriedade pertencente a James Burton, morador em Mabledon, condado de Kent) e ainda em 1812 (ano do nascimento de seu filho Henry)18. Em 1818, contudo, já tinha voltado ao Porto pois data de 1 de Janeiro desse ano o pagamento de uma subscrição de 12$800 réis para poder ler os jornais e jogar bilhar na Feitoria Inglesa daquela cidade19. Em 1821, embora residindo no Porto, mandou publicar no jornal britânico The Times um anúncio relativo à dissolução da sociedade comercial que tivera com Samuel Abbott20, mas permaneceu activo pois a sua actividade comercial está documentada em 1822, ano em que exportou 122 pipas de vinho, despachadas da Alfândega do Porto21. Nesse mesmo ano, interveio como procurador do seu ex-sócio Samuel Abbott, entretanto falido, numa causa relativa ao armazenamento de umas pipas de vinho que pertenciam ao dito comerciante e que se estavam a deteriorar por estarem armazenadas em más condições22. Embora o seu nome surja frequentemente associado ao negócio de vinhos, um interrogatório publicado por Charles Sellers

Essas notas foram publicadas postumamente por William Johnston nos Poems: by Edward Quillinan. With a Memoir by William Johnston, Londres, Edward Moxon, Dover Street, 1853, 268 pp. Devemos o conhecimentos desses escritos ao Senhor Prof. Doutor Manuel Gomes da Torre (ilustre estudioso da obra literária de Edward Quillinan), a quem muito agradecemos. O editor diz que as memórias não deverão ter sido escritas antes de 1810. 18 A maior parte da comunidade britânica regressou ao Porto por volta de 1811. 19 Os autores agradecem à Feitoria Inglesa as informações fornecidas sobre os elementos da família Quillinan. 20 A dita sociedade tinha já sido dissolvida a 31.12.1817. The Times, de 10.04.1821. 21 Paula M. M. Leite Santos, João Allen – Um Coleccionador do Porto Romântico, Lisboa, FCT, Ministério da Cultura, Instituto Português de Museus, 2005, p. 175. 22 A.D.P., JUD/TRPRT/166/12647. 17

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deixa perceber que John Quillinan se dedicava também à exportação de outros bens, tais como fruta, cortiça e lã23.

Figura 5 – Assinatura de John Quillinan.

Em 1825, interveio activamente na contenda que opôs alguns comerciantes ingleses residentes no Porto e o seu Cônsul por causa de questões relacionadas com o financiamento da construção da casa da Feitoria24. E no ano seguinte, é referido no Almanach Portuguez, no capítulo “Negociantes Estrangeiros na cidade do Porto”, como sendo morador na Rua da Ferraria de Cima (actual Rua dos Caldeireiros), n.º 12725. Fez testamento a 17.08.182626, pelo qual reconheceu a paternidade de três filhos naturais: Henry Lawson Quillinan, Maria Isabel Quillinan e Luís Quillinan e dividiu os seus bens da seguinte maneira: Legatário

Bens

Anne (Quillinan) Fox (filha) e seus filhos ................................................. Casa n.º 19 da Essex Street, Strand, Condado de Middlesex, Londres Benjamim Fox (genro) ................................. Propriedade vitalícia da casa descrita no item anterior27 Anne (Quillinan) Fox (filha), marido e filhos …………......Perdão de qualquer dívida em dinheiro Edward Quillinan (filho) ....................................................................................... 100 libras em dinheiro John Quillinan (filho) ......................................................................................................... 3 mil e 200 réis O mesmo .................................................................................... Perdão de qualquer dívida em dinheiro João Tomás Quillinan (filho) ...................................... Propriedade “South Lissiniska ou Rathfeeda”, no condado de Limerick Henry Lawson Quillinan (filho natural) ............................................................. 800 libras em dinheiro O mesmo ..........................................................................................40 libras anuais para a sua educação Maria Joaquina de Jesus (governanta) .................................................................................... 400 mil réis João Tomás da Cunha (caixeiro) ............................................................................................... 24 mil réis Herdeiro

Bens

João Tomás Quillinan (filho) ................................................................... Toda a herança remanescente

V. nota 12. V. Charles Seller, op. cit., pp. 65, 70-71. 25 Almanach Portuguez, dir. de Marino Miguel Franzini, Lisboa, na Impressão Régia, 1824-1825. 26 O testamento encontra-se no “The National Archives, Public Record Office-Catalogue”, referência PROB 11/ 1731, fols. 552 e 552v. 27 Esta doação deveria servir como quitação dos pagamentos a que o testador e seu filho Edward Quillinan estavam obrigados pela escritura antenupcial de Anne Quillinan. Caso Benjamim Fox não aceitasse tal condição, a propriedade da casa e as dívidas em dinheiro reverteriam para João Tomás Quillinan 23 24

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A análise do testamento permite perceber que, no final da sua vida, John Quillinan tinha propriedades em Londres (a casa onde provavelmente terá vivido no período em que aí permaneceu), na Irlanda e no Porto. O filho mais beneficiado é, sem dúvida, João Tomás, mas é também sobre ele que recaem mais responsabilidades pois, para além de ser testamenteiro das vontades do Pai, são entregues ao seu cuidado os seus três irmãos, filhos naturais de seu pai, os quais eram ainda umas crianças quando John Quillinan morreu (Henry tinha 14 anos; Maria Isabel, 5 anos e Luís apenas 2 anos). O sustento e educação destas crianças foram assegurados por John Quillinan como se comprova pela comparação do montante em dinheiro deixado aos filhos Edward e Henry (embora este só recebesse as suas 800 libras quando perfizesse 21 anos). Já o sustento dos dois filhos naturais mais novos foram assegurados por uma provisão à parte do testamento. O perdão das dívidas aos filhos Anne e John indicia que estes talvez recorressem com frequência à generosidade paterna e, de entre os legados em dinheiro, destaca-se pela parcimónia o legado deixado ao filho John – incrivelmente pequeno quando comparado com o deixado ao caixeiro e ainda mais pequeno quando comparado com o deixado à governanta28. Causam alguma estranheza os poucos legados deixados a criados/criadas e outros empregados, o que talvez indicie que o seu número fosse reduzido, mas destaca-se a grande quantia deixada à governanta, o que, na nossa opinião, talvez se possa justificar por, hipoteticamente, John Quillinan ter mantido com Maria Joaquina de Jesus uma relação que ia além da de patronato. Convém lembrar que no assento de baptismo do filho Luís, o mesmo é dado como filho de Maria de Jesus, que pode muito bem ser uma forma abreviada do nome da governanta. E, para além disso, John Quillinan teve o cuidado de especificar no seu testamento que a dita governanta não poderia reivindicar qualquer parte do seu património – advertência desnecessária noutras circunstâncias. John Quillinan faleceu na sua casa da Rua da Ferraria de Cima, freguesia da Vitória, Porto, com os Sacramentos da Penitência e Extrema-Unção, a 23.09.1826, sendo sepultado na Igreja da dita freguesia29. Filhos do primeiro casamento30: 3.1. ANNE QUILLINAN casada e com geração que segue no § 1. 3.2. EDWARD QUILLINAN31 terá nascido no Porto a 12.08.179132. Em 1798, partiu para Inglaterra para receber a sua primeira educação33, inicialmente na escola católica de Sedgley Park, no condado de Staffordshire (onde permaneceu muito pouco tempo), e depois em Bornheim House, Carshalton (que era então um colégio dominicano), onde estudou alguns anos. Apenas a título de curiosidade, oferece-nos dizer que em 1827 – um ano depois da morte de John Quillinan – um alqueire de trigo custava 400 réis, um de cevada, 240 réis, um de milho grosso, 360 réis, e um alqueire de azeite 1000 réis (dados constantes do Livro do Celeiro do Cabido da Sé de Coimbra, 1827 – Arquivo da Universidade de Coimbra, A.U.C.), pelo que, com a sua herança, John Quillinan poderia comprar somente 3,2 alqueires de azeite; o caixeiro 24 alqueires de azeite e a governanta 400 alqueires de azeite, ou seja, 3200 litros. 29 A.D.P., Livro de Óbitos da freguesia da Vitória, Porto, O4, fol. 250 (bob. 401). 30 Não conhecendo as datas de nascimento de todos os filhos, são apresentados pela ordem de referência no testamento de seu pai, e que muito provavelmente corresponde à do seu nascimento. 31 Referido na Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, vol. XXIV, p. 47. 32 É esta a naturalidade e data que constam da sua lápide, mas o assento do seu baptismo não foi localizado nas freguesias de Miragaia nem na de N.ª Sr.ª da Vitória, onde com mais probabilidade deveria ter ocorrido. 33 O costume de mandar os jovens para receberem a sua primeira educação em Inglaterra existiu não só entre as famílias de ascendência britânica, mas também entre algumas portuguesas ligadas ao ideário do Liberalismo (v.g. Pinto Basto). Sobre as diferenças entre os modelos de educação português e britânico e as vantagens deste, lembremos o que sobre isso escreveu, ainda no final do séc. XVIII, William Beckford no seu Diário e Eça de Queirós, um século depois, na sua magistral obra Os Maias. 28

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Figura 6 – Segdley Park.

Regressou depois a Portugal para se iniciar nos negócios de seu pai, ocupando-se da contabilidade da sua casa comercial. Devido aos acontecimentos atrás referidos, acompanhou a sua família para Inglaterra em 1808. Sobre esta fase da sua vida, Edward escreveu nas suas já referidas memórias: «I have never forgotten my parting with my mother, who, with my father, accompanied me down the river in a boat. My mother was in tears; I hung upon her neck at the ship’s side, till my father bade me go, and hurriedly gave me his blessing. I mounted the ship’s side; the boat pushed off; I watched my mother till the boat was out of sight, and never saw her again. (...) At the age of fourteen I was removed from school, being destined for the counting-house of Oporto. Being a Catholic, I was unfortunately not sent to either of the Universities, witch I have ever sense lamented. I returned to Oporto (...) Soon after we anchored, among the numerous boats witch came alongside was one containing my father, my step-mother (for he had married again), and my sister. (...) The invasion of Portugal by the French drove all the English families out of Oporto before I had been six months, but not before I was heartily sick of the counting-house, for my passion was for books very unlike ledgers. We left for England.»

Em Inglaterra, alistou-se no exército como corneteiro (posto que comprou) do 2.º Dragoon Guards (Queen’s Bays) (14.07.1808). No ano seguinte, participou na expedição de Walcheren e testemunhou, a partir do rio Scheldt, o bombardeamento de Flushing à cavalaria que ainda não tinha desembarcado. No seu regresso de Talavera, comprou o posto de lugar-tenente do 23.º Light Dragoons (14.07.1810), que mais tarde trocou por posto semelhante, mas do 3.º Dragoon Guards (24.06.1813), juntando-se ao dito regimento, perto de San Sebástian, em Espanha, em 1813, participando no ano seguinte na campanha que pôs fim ao conflito em Toulouse. Por essa participação, Edward Quillinan recebeu uma Medalha de Honra. 8

Figura 7 – Edward Quillinan.

Figura 8 - Silhueta de Edward Quillinan.

Durante a sua estadia na guarnição militar de Canterbury, distinguiu-se pela sua actividade literária. Terá sido nessa altura que compôs a elegante, mas mordaz, sátira intitulada “Ball-Room Votaries” (1810), ao mesmo tempo que se afirmava como um dos principais colaboradores de um jornal local intitulado The Whim (1810-1811), onde publicou um poema que acabou por o envolver em dois ou três duelos. Fixando-se, de seguida, em Lee Priory, encetou uma duradoura relação de amizade com Sir Samuel Egerton Brydges, proprietário de uma casa editora que publicou três das suas obras poéticas: Dunluce Castle (1814, a sua obra mais importante), Monthermer (1815) e The Sacrifice of Isabel (1816). As relações literárias com Sir Brydges terão favorecido o conhecimento da sua família e, de forma particular, o relacionamento de Edward com uma das suas filhas, com quem veio a casar, em Wootton, Kent, a 04.02.1817. A noiva, de seu nome JEMIMA ANNE DEBORAH BRYDGES, nasceu, em Saint Alphege, Canterbury, Kent, em 1793, e morreu, vítima de um trágico acidente - morreu queimada por os seus vestidos se terem incendiado dentro da sua própria casa - em Ivy Cottage Rydal, Grasmere, a 25.05.1822, sendo sepultada na cemitério da dita localidade. O seu monumento funerário foi desenhado e executado por Sir Francis Legatt Chantrey (um famoso escultor britânico), sob a supervisão de Allan Cunningham. O famoso escritor britânico William Wordsworth, grande amigo do casal Quillinan e padrinho de baptismo de uma das suas filhas (e que mais tarde se viria a tornar sogro de Edward Quillinan), escreveu para Jemima Brydges o seguinte memorial:

«These vales, were saddened with no common gloom When good Jemima perished in her bloom, When, such the awful will of heaven, she died By flames breathed on her from her own fire-side. On earth we dimly see, and but in part, 9

We know yet faith sustains the sorrowing heart, And she, the pure, the patient, and the meek, Might have fit epitaph could feelings speak, If words could tell and monuments record How treasures lost are inwardly deplored, No name by grief's fond eloquence adorned More than Jemima's would be praised and mourned, The tender virtues of her blameless life, Bright in the daughter, brighter in the wife, And in the cheerful mother brightest shone, That light hath passed away, the will of God be done.»

Jemima Brydges era, como se disse, filha de Sir Samuel Egerton Brydges34, nascido em Wootton Court, Canterbury, Kent, a 30.11.1762; famoso poeta, bibliográfo, bibliófilo, genealogista e proprietário da “Lee Pryory Press”, autor de diversas obras (Poems, 1785; Censura Literaria, 1805-1809; The British Bibliographer, 4 vols., 1810-1814, com J. Haslewood; Restituta, 4 vols., 1814-1816; e Autobiograhy, Times, Opinios and Contemporaries of Sir S. E. Brydges, 1834); que conheceu muito bem Jane Austen (de quem, aliás, sua mulher era parente, e cujo irmão James cortejou a irmã mais nova de Sir Brydges); e, fascinado pela genealogia, levou seu irmão mais velho a reclamar o baronato de Chandos of Sudeley para a sua família, embora nunca tenham visto satisfeita tal pretensão; falecido em Genève, Suíça, a 08.09.1837; e de sua mulher Elizabeth Byrche, que nasceu, também em Canterbury, Kent, em 1767, e faleceu em 1796. Neta paterna de Edward Brydges35, nascido em 1712 e falecido em 1780, e de sua mulher Jemima Egerton, nascida em 1728 e falecida em 180936. Neta materna do Reverendo William Dejovas Byrche, nascido em 1729 e falecido em 1792, e de Elizabeth Barrett Byrche37, de Canterbury, nascida em Setembro de 1728. Pouco depois do casamento, Edward Quillinan voltou a juntar-se ao seu regimento na Irlanda e esteve com ele ainda algum tempo na Escócia. Dotado de um temperamento belicoso, conta-se que em 1819 foi de propósito a Edimburgo unicamente para se vingar de um severo crítico do seu poema Dunluce Castle. Em 1820-1821, estava aquartelado em Penrith, tendo iniciado nessa época as suas relações com William Wordsworth, o famoso escritor britânico, cujas obras tanto admirava. Em 1821, abandonou o serviço militar e estabeleceu-se no vale de Rydal, numa casa V. The New Enciclopaedia Britannica, vol. II, p. 587. Filho de John Brydges (falecido em 1712) e de Jane Gibbon. Neto paterno de John Brydges, falecido em 1699, e de Mary Young (filha de Thomas Young). Neto materno de Edward Gibbon. Bisneto em varonia de Edward Brydges e de Catherine Sharp, filha de John Sharp. (Cokayne, G.E.; Vicary Gibbs, H. A. Doubleday, Geoffrey H. White, Duncan Warrand and Lord Howard de Walden, editors, The Complete Peerage of England, Scotland, Ireland, Great Britain and the United Kingdom, Extant, Extinct or Dormant, new ed., 13 volumes, 1910-1959. Reimpresso in 6 volumes, Gloucester, U.K.: Alan Sutton Publishing, 2000.) 36 Filha do Reverendo William Egerton, Doutor em Leis, Chanceler e Prebendário da Catedral de Hereford, Prebendário da Catedral de Canterbury, Reitor de Alhallows, Lombard Street, e de Penshurst, Kent; nascido em 1682, e falecido em 1737, e de Anne Head. Neta paterna de Thomas Egerton, nascido a 16.03.1651, e falecido a 29.10.1685, e de Hester Busby. Neta materna de Sir Francis Head. Bisneta, por varonia, de John Egerton, 2.º conde de Bridgwater (5.º neto da Rainha Maria Tudor), nascido em 1623 e falecido a 26.10.1686, e de Lady Elisabeth Cavendish (filha de William Cavendish, 1.º Duque de Newcastle). Edward Brydges e Jemima Egerton foram também bisavós da conhecida escritora Jane Austen. 37 O seu testamento, aprovado a 14.07.1798, encontra-se no “Consistory Court of Canterbury”, vol. 67, fls. 78-83. Filha de Thomas Barrett e de sua segunda mulher Elizabeth Delapierre. 34 35

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comprada para ele por Mr. Wordsworth. Foi nessa propriedade que morreu Jemima Brydges, poucos meses depois do nascimento da segunda filha do casal. Posteriormente, Edward Quillinan abandonou Westmoreland, a pedido de seu cunhado o Coronel Thomas Brydges Barrett, indo viver para a casa deste em Lee Priory, dado que a mesma estava desocupada a maior parte do tempo porque o seu dono ora estava em Londres, ora com o seu regimento estacionado nas mais diversas regiões. Aí, Edward recebeu vários membros da família Wordsworth, tendo vindo a Portugal pouco depois para visitar seu pai, instalando-se, no regresso, numa casa na cidade. Por ocasião da morte do pai, Edward Quillinan recebeu, como vimos, a quantia de 100 libras “do dinheiro legal do Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda, corrente em Inglaterra”. Embora residindo em Inglaterra, Edward Quillinan visitava com frequência a família no Porto, existindo, segundo informação de John Delaforce, registos das suas visitas de 1834, 1835 e 1836 nos livros de visitas da Feitoria Inglesa daquela cidade. Embora a sua relação de amizade com os Wordsworth fosse já de longa data, como atesta a vasta correspondência trocada com vários membros da família, conservada em vários museus e bibliotecas britânicos, Edward só em 1841 (11 de Maio), viria a casar com DOROTHY (DORA) WORSDWORTH38. O casamento realizou-se em Bath, Sommerset. A noiva nascera em Dove Cottage, Grasmere, Cumberland, a 06.08.1804, e, seguindo a linha familiar, era uma mulher muito culta e dada às letras. Cultivava a poesia e publicou uma interessante narrativa da viagem que, por motivo da tuberculose que lhe foi diagnosticada, fez com seu marido à Península Ibérica entre 1845-1846, intitulada A Journal of a Few Months,Residence in Portugal and Giimpses of the south of Spain (1847). Nessa espécie de diário, Dora Wordsworth descreve a sua estadia no Porto, a visita a Lisboa e os locais de Espanha que mais a impressionaram (Sevilha, Alhambra, etc.). Durante essa estadia, Edward Quillinan visitou, mais uma vez e a convite de seu irmão João Tomás, a Feitoria Inglesa, como comprova a sua assinatura no livro de visitas daquela instituição datada de 16.05.1845. O casal regressou a Inglaterra via Paris e Marselha, mas a viagem não foi suficiente para curar Dora que acabou por falecer em Rydal Mount, a 09.07.1847. Era filha do já referido famoso escritor britânico William Wordsworth 39 (irmão da não menos famosa escritora Dorothy Wordsworth40), nascido em Cockermouth, Cumberland, a 07.04.1770, autor de uma vasta obra literária41 e um dos mais representativos poetas do Romantismo inglês, o que lhe permitiu alcançar em 1843, entre muitas outras honras que recebeu em vida, o estatuto de “Poet Laureate”; falecido em Rydal Mount, a 23.04.1850; e de Mary Hutchinson, nascida em Penrith, a 16.08.1770 e falecida, também em Rydal Mount, a 17.01.1859. Neta paterna de John Wordsworth, nascido em 1741 e falecido em 1783, e de Ann Crackthorpe, nascida em 1748 e falecida em 1778. Neta materna de John Hutchinson, nascido em 1736 e falecido em 1785, e de MaryMonkhouse, nascida em 1745 e falecida em 1783. 38

Referida na Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, vol. XXIV, p. 47. V. The New Enciclopaedia Britannica, vol. XII, pp. 752-753. 40 Nascida em Cockermouth, Cumberland, a 25.12.1771 e falecida em Rydal Mount, a 25.01.1855. Diarista e poetisa, a sua obra mais conhecida é The Grasmere Journal. Não casou e viveu sempre na companhia de seu irmão William e de sua cunhada. V. The New Enciclopaedia Britannica, vol. XII, p. 752. 41 Dessa obra destacam-se as Lyrical Ballads e The Prelude (um poema de pendor autobiográfico). 39

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Figura 9 - William Wordsworth.

Figura 10 - Dora Wordsworth.

Para além da obra poética de Edward Quillinan já referida, ele também se dedicou à narrativa, publicando em 1841, uma enorme novela em três volumes intitulada The Conspirators, na qual relata a vivência do seu serviço militar com Wellington, e uma outra novela de menor dimensão (As Irmãs do Douro), também sobre o período da guerra liberal, traduzida pela primeira vez para português e publicada no nosso país em 2006. Ocupou-se ainda na tradução de importantes obras portuguesas para inglês (traduziu os primeiros cinco cantos d’Os Lusíadas, os quais foram publicados em 1853 por John Adamson, e a História de Portugal de Alexandre Herculano, que deixou em parte inédita); em 1846 publicou um estudo algo aprofundado sobre Gil Vicente na Quarterly Review, tendo-se dedicado igualmente à crítica literária com várias recensões, sobretudo de literatura estrangeira. Depois da sua morte, as suas poesias originais foram recompiladas e publicadas por William Johnston, o editor de seu sogro42. Sobre o aspecto físico de Edward Quillinan, alguém escreveu: “não [era] grande em estatura, mas refinado e com algo de distinto na aparência” e outro alguém que esteve presente num pequeno-almoço oferecido pelos Wordsworth em honra de Sir Walter Scott, em Agosto de 1825, comentou: “num vasto conjunto de homens e mulheres vulgares... pequeno Quillinan ... a única figura gentil”43. Já sobre o seu temperamento, pouco depois da sua morte, Joaquim Heliodoro da Cunha Rivara dizia dele: “Era homem de génio Sobre a obra literária de Edward Quillinan, J. H. da Cunha Rivara publicou um artigo intitulado “Eduardo Quillinan e a sua tradução ingleza dos Lusíadas de Camões”, na revista O Panorama de 04.06.1853, pp. 177-179. E mais recentemente, a sua obra tem sido objecto de estudo por parte de académicos portugueses, sendo de destacar os estudos de Miguel Nuno Mercês de Mello de Alarcão e Silva: “Edward Quillinan e Portugal” (tese de mestrado apresentada em 1986) e o artigo “Home is where the Heart is: a obra lusófila de Edward Quillinan”, publicado no n.º 4 da Revista de Estudos Anglo-Portugueses, publicada pelo Centro de Estudos Comparados de Línguas e Literaturas Modernas da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, em 1995; e a “Introdução” das Irmãs do Douro da autoria de Manuel Gomes da Torre (Porto, Campo das Letras, 2006, pp. 7-9). Os autores agradecem aos Senhores Profs. Doutores Manuel Gomes da Torre e Miguel Alarcão e Silva as informações prestadas. 43 Reverendo H. D. Rawnsley, Literary Associations of the English Lakes, Glasgow, James MacLehose and Sons, 1901, vol. II, pp.116 - 117. 42

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desinteressado, dominado por afectos fortes e ternos, e o seu fraco consistia em certa excitabilidade e agitação, que bem indicava que lhe corria nas veias sangue irlandês”44. Prova desse seu temperamento é, para além dos duelos a que atrás já aludimos, o facto de ter desafiado para outro Sir Malby Crofton por este o ter repreendido pelo modo demasiado impetuoso com que Quillinan resolvera uma sublevação. Conta-se que o duelo ocorreu sobre a mesa da sala de jantar de Longford House, sem qualquer resultado fatal, tendo, pelo contrário, os oponentes tornado-se amigos. Edward Quillinan faleceu em Loughrigg Holme, entre Ambleside e Rydal, Westmorland, a 08.07.1851, tendo sido sepultado, junto da família Wordsworth, no cemitério de St. Oswald, em Grasmere Church, no dia 12 45. Diz-se que consigo foi enterrado o seguinte poema da sua autoria, dedicado às duas mulheres da sua vida: «Two graves, in Grasmere Vale, yew-shaded both, My all of life, if life be love, comprise. In one the mother of my children lies, Fate's blameless victim in her bloom of youth: The other holds the constancy and truth That never fail'd me under darker skies, When subtle wrongs perplex'd me. Her whose eyes Saw light through every wildering maze uncouth. Between those graves a space remains for me: O lay me there, wherever I may be When met by Death's pale angel; so in peace My dust near theirs may slumber, till the day Of final retribution or release For mortal life's reanimated clay.»

Figura 11 - Sepulturas de William e Mary Wordsworth, sua filha Dora e seu genro Edward Quillinan. 44 45

“Eduardo Quillinan e a sua tradução ingleza dos Lusíadas de Camões”, in O Panorama, 04.06.1853, p. 178. The Ilustred London News, de 12.07.1851, p. 74. 13

Depois da sua morte, Mateo Arnold dedicou-lhe e publicou um In memory of Edward Quillinan. Filhas do primeiro casamento: 3.2.1. JEMIMA (MIMA) KATHERINE QUILLINAN nasceu, em Wootton, a 09.10.1819, sendo afilhada de baptismo de Dora Wordsworth. O Eng.º Francisco Póvoas (adiante referido) conserva uma carta da sua autoria, dirigida a seu tio João Tomás, datada de Longhrigg Holme, 25.02.1856, em que lhe dá conta de diversos assuntos, entre os quais a morte de Sir John Brydges (provavelmente um parente materno), e cuja assinatura aqui reproduzimos. Ainda era viva em 188046. S.m.n. 3.2.2. ROTHA QUILLINAN nasceu, também em Wootton, em Outubro de 1821 e foi baptizada, em Grasmere, Cumberland, a 05.01.1822, sendo afilhada de baptismo de William Wordsworth., que lhe dedicou os versos abaixo transcritos. Morreu em Loughrigg Holme, Rydal, a 01.02.1876, sendo sepultada no cemitério de Grasmere.

“Rotha! My spiritual child, this head was grey When at the sacred fond for thee I stood.” Na Igreja de Saint Mary, em Rydal, conserva-se um vitral, executado em 1891 por Henry Holiday, em memória das duas filhas de Edward Quillinan.

Figuras 12 e 13 – Jemima “Mima” Quillinan. Assinatura de 1856.

Figuras 14 e 15 – Retrato e assinatura de Rotha Quillinan. Carvão de F. Stone (1833)

A 20 de Janeiro desse ano, Matthew Arnold escreveu uma carta a Mima, que se conserva no Worsworth Trust, onde lhe dá conta dos critérios usados na selecção dos poemas de William Wordsworth, a incluir na sua edição dos poemas do autor. 46

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3.3. JOHN QUILLINAN, não se conhecem quaisquer dados sobre o seu nascimento. Apenas se sabe que herdou de seu pai a quantia de 3 mil e 200 réis “do dinheiro corrente de Portugal” e que seu pai lhe perdoou, por disposição testamentária, as dívidas que este lhe tinha. Casou com D. ANA FRANCISCA, a quem seu cunhado João Tomás Quillinan legou em testamento uma pensão vitalícia de 8 mil réis mensais a serem-lhe pagos no primeiro dia de cada mês “não santificado” por D. Maria Emília Quillinan (adiante referida), com a condição de D. Ana Francisca não voltar a casar47. 3.4. JOÃO TOMÁS QUILLINAN, que segue Filhos naturais: 3.5. HENRY LAWSON QUILLINAN (tido de ELEANOR LAWSON) nasceu na freguesia de Saint Pancras, Londres, a 03.10.1812, sendo baptizado, em Old Church, Saint Pancras, no dia 21 do mesmo mês e ano. Em 1826, estava entregue aos cuidados de Rebecca Brett, segundo consta no testamento de seu pai. Sete anos depois, vivia no Porto, tendo sido padrinho de baptismo de sua sobrinha D. Maria Emília Quillinan (adiante referida). O pai no testamento punha a hipótese de ele ser recolhido pelo irmão João Tomás o que parece ter acontecido. S.m.n. 3.6. D. MARIA ISABEL DE QUILLINAN nasceu no Porto, a 21.10.182148. Após a morte de seu pai, foi nomeado seu tutor António José Vieira Rodrigues Fartura (seu futuro sogro), e foi internada no Recolhimento N.ª Sr.ª da Esperança da St.ª Casa da Misericórdia do Porto, onde foi admitida como porcionista a 16.02.1832, sendo então moradora em St.º Ovídio. Permaneceu naquela instituição durante seis anos49. Casou com ANTÓNIO JOSÉ VIEIRA RODRIGUES FARTURA JÚNIOR50 (irmão de D. Cândida Guilhermina dos Santos Rodrigues Vieira Fartura casada com Guilherme Augusto Machado Pereira, 1.º Visconde de Pereira Machado51), comerciante, Vice-Cônsul da Rússia na Ilha Terceira (carta de 30.04.1852, confirmada por outra de 23.10.1852); Cavaleiro da Real Ordem de N.ª Sr.ª da Conceição de Vila Viçosa (dec. de 09.02.1843 e alv. de 15.03.184352)53; que terá falecido, sem testamento, por

Figura 16 – D. Maria Isabel de Quillinan Vieira.

Arquivo Histórico Municipal do Porto (A.H.M.P.), Registo de Testamentos, BOR 0333, fol. 79v. Essa data consta do testamento de seu pai, embora não tenhamos conseguido localizar o seu assento de baptismo. 49 Informação do Senhor Vasco Briteiros, a quem agradecemos. 50 Referido por António Ornelas Mendes e Jorge Forjaz, Genealogia da Ilha Terceira, Lisboa, Dislivro Histórica, p. 389, embora tenha sido casado e não tenha morrido solteiro como ali se diz. 51 V. Instituto Português de Heráldica, Anuário da Nobreza de Portugal, III, Tomo I, 1985, pp. 743-744, e Damião Vellozo Ferreira, O Clube Portuense – 1857 – Biografia dos Fundadores, Porto, 2007, pp. 203-205. 52 A.N.T.T., Registo Geral de Mercês, D. Maria II, liv. 19, fols. 108-108v.; Francisco Belard da Fonseca, A Ordem Militar de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa, Lisboa, Fundação da Casa de Bragança, 1955, p. 159. 53 Paulo Silveira e Sousa, “Meios burgueses e negócios em territórios periféricos: o distrito de Angra do Heroísmo, 18601910”, pp. 8, 16, 25. (http://historia-empresarial.fe.unl.pt/textos/acores_2004.pdf - consultado a 22.08.2009). 47 48

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volta de 1855. Filho de António José Vieira Rodrigues Fartura54, nascido na freguesia de S. João Baptista do Mosteiro, Vieira do Minho, a 24.09.1794, sendo aí baptizado no dia 28 do mesmo mês, sendo seus padrinhos o Dr. Pedro António Vieira da Silva e Andrade, do lugar do Mosteiro, e Ana Maria, solteira, da Quintã, lugar de Magos; Cavaleiro da Ordem de Cristo (alv. de 04.06.184255), Comendador da Ordem de Cristo (alv. de 08.09.184856), Comendador da Real Ordem de N.ª Sr.ª da Conceição de Vila Viçosa (dec. de 06.07.1853 e alv. de 26.10.185357), Fidalgo Cavaleiro da Casa Real (tomado de novo) com 1$600 réis de moradia por mês e um alqueire de cevada por dia, por especial graça (alv. de 11.11.1853 58), Fidalgo de Cota de Armas para Rodrigues e Vieiras (dec. de D. Fernando II de 21.04.185559), comerciante no Porto, que viveu uma parte da sua vida em Angra do Heroísmo por motivos políticos60, aí desenvolvendo uma importante actividade comercial, sendo proprietário de um navio - o brigue Terceirense; falecido no Porto, sem testamento, a 13.09.1862, tendo sido sepultado no jazigo de seu genro o Visconde de Pereira Machado, no cemitério da Venerável Irmandade de N.ª Sr.ª da Lapa, naquela cidade; e de D. Margarida Eugénia dos Santos Nogueira, nascida no Porto a 03.02.1805 e aí falecida, sem testamento, a 10.04.1850. Neto paterno de Francisco Vieira Rodrigues61, proprietário, que nasceu em Mosteiro de Vieira, Vieira do Minho, a 28.09.1755, sendo aí baptizado no dia 6 do mês seguinte, sendo padrinhos o P.e oficiante Francisco Luís Ramalho e Teresa, filha de Francisco Gonçalves, de Figueirô; e de Anastácia Vieira Cardoso62, que nasceu em Mosteiro de Vieira, a 30.05.1761, sendo aí baptizada no dia 3 do mês seguinte, sendo padrinhos Francisco Luís Vieira, de Lamas, lugar de Brancelhe, e Teresa, solteira, filha de Francisco Gonçalves, do lugar de Figueirô. Neto materno de António José dos Santos Nogueira, Sargento-mor das Ordenanças de Vila Nova de Gaia (dec. de 07.02.1803, por reforma de José Carlos de França Benevides e Sousa), Cavaleiro professo da Ordem de Cristo (18.05.1804)63, e de Ana Rosa de Jesus. Depois de casada, D. Maria Isabel de Quillinan viveu na Rua do Almada e, depois de viúva, parece ter vivido na companhia ou sob a protecção de seu irmão João Tomás, que lhe legou por testamento uma pensão vitalícia de 10 mil réis mensais, a serem-lhe pagos no primeiro dia “não santificado” de cada mês, com a condição de não voltar a casar 64. Recebeu de sua cunhada Viscondessa de Pereira Machado uma inscrição de 1 conto de réis (1869).

O apelido “Fartura” começou por ser uma alcunha alusiva à sua grande riqueza, passando depois a apelido da sua família. V. Artur Vaz Osório da Nóbrega e Francisco Malafaya e Sá, "Uma ausência no Archivo Heraldico Genealogico do Visconde de Sanches de Baena", in Genealogia e Heráldica, n.º 2 (1999), pp. 148 e ss., de onde retirámos os elementos referentes à sua ascendência. 55 A.N.T.T., Registo Geral de Mercês, D. Maria II, liv. 18, fols. 21-21v. 56 Idem, liv. 29, fols. 189v.-190v. 57 Idem, liv. 42, fols. 186-187; Francisco Belard da Fonseca, op. cit., p. 45. 58 Idem, D. Pedro V, liv. 4, fol. 27. 59 Idem, Processos de Justificação de Nobreza, M 16, n.º 4. 60 Parece que foi para a ilha Terceira por ser miguelista, aderindo depois à causa Liberal. 61 Filho de Maria Vieira, nascida no lugar do Requeixó, Mosteiro de Vieira, a 13.11.1716. Teve o filho sendo solteira. Neto materno de Gregório Vieira, natural de Figueirô, que casou em Mosteiro de Vieira, Vieira do Minho, a 07.09.1705, com Serafina Rebelo (ou Vieira). Bisneto por seu avô materno de André Carvalho e de Maria Francisca, moradores em Figueirô. Bisneto por sua avó materna de Matias Rebelo e de Catarina Vieira. 62 Filha de Gabriel Vieira e de Rosa Maria Cardoso. Neta paterna de Manuel Cardoso Vieira e de Catarina Francisca. 63 A.N.T.T., Habilitações para a Ordem de Cristo, maço 39, n.º 6 (dispensado de provanças). 64 A.H.M.P., Registo de Testamentos, BOR 0333, fol. 79v. 54

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Fez testamento, registado a 19.01.1898, do qual foram testamenteiros seus dois sobrinhos João Quillinan da Silva Machado e seu irmão Dr. Guilherme Quillinan da Silva Machado, dispondo dos seus bens da seguinte maneira: Legatários

Bens

D. Cândida Guilhermina Q. S. M. Póvoas (sobrinha, adiante referida) … um serviço de chá em prata, um relógio e cadeia de ouro65 e um adereço antigo de diamante (composto de brincos e alfinete) Dr. Guilherme Q. S. Machado (sobrinho, adiante referido) … um trancelim de ouro com travessão de brilhantes António Q. S. Machado (sobrinho, adiante referido) … um alfinete com pérolas D. Maria Emília Q. S. Machado (sobrinha66) … um par de brincos de brilhantes talhe rosa D. Guilhermina Cândida P. M. de Lima (sobrinha por afinidade67) … um alfinete de filigrana de ouro com um brilhante ao centro D. Maria Augusta P. M. de Bettencourt, Condessa de Correia Bettencourt (sobrinha por afinidade 68) … um lorgnon antigo de ouro D. Margarida Rosa P. M. de Castro (sobrinha por afinidade69) … um anel de diamantes que pertencera a sua avó materna 2.º Visconde de Pereira Machado (sobrinho por afinidade70) … as insígnias das condecorações e um anel de ouro que tinham pertencido a seu tio D. Guilhermina Sofia P. M. de Lima (sobrinha por afinidade71) … uma pulseira de ouro com berloques João de Bettencourt Vasconcelos Correia e Ávila (sobrinho por afinidade72) … um alfinete de ouro com um brilhante e pérola presos por uma cadeia D. Isilda da Costa Machado73 … um adereço de camafeus (composto por brincos e alfinete) D. Ema Kunharat Machado Tavares … um alfinete de ouro em forma de laço D. Maria da França Benevides … um adereço de ametistas (composto por brincos e alfinete) D. Maria Luísa Santo Estêvão de Quillinan (sobrinha, adiante referida) … usufruto de 3 inscrições de 1 conto de réis cada uma

Herdeiros D. Cândida Guilhermina Quillinan Machado Póvoas (sobrinha) .......................... ¼ da herança João Quillinan da Silva Machado (sobrinho) ............................................................ ¼ da herança Dr. Guilherme Quillinan da Silva Machado (sobrinho) .......................................... ¼ da herança António Quillinan da Silva Machado (sobrinho) ...................................................... ¼ da herança Bens que tinham sido deixados a D. Maria Isabel por sua amiga D. Sofia Veloso. Filha de João de Quillinan da Silva Machado, adiante referidos. 67 Filha dos Viscondes de Pereira Machado, em cuja descendência se encontra hoje a representação do título. V. Instituto Português de Heráldica, op. cit., III, tomo I, p. 744. 68 Filha dos Viscondes de Pereira Machado. V. Manuel de Mello Corrêa, Sangue Velho Sangue Novo, Lisboa, Instituto Português de Heráldica, 1988, arv. 64; e Vasco de Bettencourt de Faria Machado e Sampaio, Ascendência e descendência de Nicolau de Bettencourt, Lisboa, Ed. do Autor, 1991, p. 73. 69 Filha dos Viscondes de Pereira Machado. Referida por Fernando de Castro da Silva Canedo, A Descendência Portuguesa d’El-Rei D. João II, Lisboa, Edições Gama Lda., 1945, vol. I, p. 131. 70 V. Instituto Português de Heráldica, op. cit., III, tomo I, p. 744. 71 Neta dos Viscondes de Pereira Machado. V. Instituto Português de Heráldica, op. cit., III, tomo I, p. 744. 72 Neto dos Viscondes de Pereira Machado. Viria a ser o 2.º Conde de Correia Bettencourt. V. Vasco de Bettencourt de Faria Machado e Sampaio, op. cit., p. 73. 73 Filha de Henrique da Silva Machado e sobrinha de António Rodrigo da Silva Machado (adiante referido). 65 66

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Faleceu, sem descendência, na Rua Formosa (provavelmente em casa de sua sobrinha D. Maria Emília, adiante referida), freguesia de St.º Ildefonso, Porto, a 25.01.1898, tendo sido sepultada no dia seguinte no jazigo de seu sobrinho António Rodrigo da Silva Machado (adiante referido), no cemitério do Prado do Repouso, no Porto. No dia do seu falecimento, O Comércio do Porto noticiava da seguinte forma a sua morte:

«Faleceu ontem, após prolongados e penosos sofrimentos, a Senhora D. Maria Isabel Quillinan Vieira, dama respeitabilíssima e relacionada intimamente com as mais distintas famílias portuenses. Muito bondosa e afável, cativara simpatias sinceras e deixa saudades perduráveis. A finada senhora era irmã do Senhor Luís de Quillinan, muito conhecido no país por um incidente em que revelou a sua coragem e patriotismo, e tia dos nossos estimados amigos Senhores João Quillinan da Silva Machado, Dr. Guilherme Quillinan da Silva Machado, António Quillinan da Silva Machado, Visconde de Pereira Machado, José António Marques Póvoas, Delfim de Lima, Conde de Bettencourt e Dr. José Luís Fernandes Castro Júnior. A todos estes cavalheiros, bem como às respectivas famílias, enviamos as nossas condolências. Os responsos de sepultura devem realizar-se hoje, às Avé-Marias, na Igreja de Santo Ildefonso.»74 Figura 17 – Necrológio de D. Maria Isabel de Quillinan Vieira.

3.7. LUÍS DE QUILLINAN75 (tido de MARIA DE JESUS, natural do Porto) nasceu na freguesia de N.ª Sr.ª da Vitória, Porto, a 10.08.1824, e aí baptizado no dia seguinte, sendo padrinhos Joaquim José Pereira, morador na Rua de Trás, daquela freguesia, e Maria Josefa de Jesus, moradora na Ferraria de Cima76. Depois da morte de seu pai, foi nomeado seu tutor António José Rodrigues Vieira Fartura, que o mandou para o Colégio dos Meninos Órfãos, onde esteve dois anos, sendo depois recolhido por seu irmão João Tomás, cumprindo um pedido e desejo expresso por John Quillinan no seu testamento. Passou parte da sua juventude em Inglaterra, onde recebeu a primeira educação, vindo depois estudar para a Universidade de Coimbra (UC), onde se matriculou em Direito pela primeira vez em 1841. Quando frequentava o segundo ano, abandonou os estudos e partiu para Argel onde incorporou o exército francês que lutava contra Abd-el-Kader na Guerra Santa que este desencadeara. Aí foi acometido por umas febres que o obrigaram a regressar. Visitou, então, alguns países da Europeu e só regressou a Portugal em Outubro de 1846. Envolvendo-se prontamente na vida política e militar nacional, participou, pouco depois, na revolta de 9 de Outubro de 1846 O Comércio do Porto, ano XLV, número 22, de 26.01.1898. Referido na Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, vol. XXIV, p. 47; Esteves Pereira e Guilherme Rodrigues, Portugal, Dicionário Histórico, Corográfico, Biográfico, Bibliográfico, Heráldico, Numismático e Artístico, Lisboa, João Romano Torres & C.ª Editores, 1912, vol. VI, pp. 46-47. 76 A.D.P., Livros Paroquiais de N.ª Sr.ª da Vitória, Livro de Baptismos de 1824, fol. 62 v. 74 75

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contra o Duque da Terceira, servindo como Ajudante de Campo do Conde das Antas, que comandou militarmente a revolta e presidiu à Junta de Governo que tinha José Passos como vice-presidente. Sabe-se como a revolta acabou por sair lograda sobretudo devido à intervenção britânica e Luís de Quillinan voltou então a Coimbra para terminar o seu curso. No ano em que o terminou, 1851, haveria de empunhar de novo a espada. Desta feita, comandado pelo Duque de Saldanha. Alistou-se em Lanceiros 2, sendo logo promovido a alferes (29.04.1851) e sendo imediatamente nomeado ajudante de Saldanha. No final desse ano, partiu para França, a fim de seguir ali o curso de oficiais de cavalaria na escola de Saumur, o qual completou com distinção, e publicou uma obra de hipologia (Recueil d’éléments d’hipologie..., Paris, Firmin-Didot frères, 1854) e tomou parte na campanha da Argélia contra os árabes. Quando casou (1855), era Alferes do 1.º Regimento de Lanceiros às ordens do Marechal Duque de Saldanha. Promovido ao posto de Tenente (12.04.1864), ao de Capitão (14.02.1872), a Major (30.03.1881), a Tenente-Coronel (16.07.1884), a Coronel (21.04.1886), sendo reformado no de General de Brigada (23.11.1887). Seguindo a carreira diplomática, foi nomeado Adido Militar à Legação de Paris (dec. de 27.06.1855), para onde partiu ao serviço do Ministério da Guerra a 24 do seguinte mês de Julho; foi exonerado do referido lugar a 10.05.1856. Nesta situação, partiu para Madrid, a 26 de Julho do mesmo ano, donde regressou depois a Lisboa. Admitido aos trabalhos de amanuense na Secretaria de Estado dos Negócios Estrangeiros (portaria de 24.03.1859), onde se apresentou ao serviço no dia seguinte, sendo-lhe depois concedida (dec. de 22 de Novembro do mesmo ano) a graduação de Segundo Adido. Nesta situação, partiu como Encarregado de Despachos, para Cádiz, a 31.03.1860, donde regressou em meados do mês de Abril à mesma Secretaria de Estado, onde continuou a servir até 20 de Agosto, em que partiu, por Espanha, para Copenhague, por haver sido nomeado (dec. de 2 de Agosto), Segundo Adido àquela Corte e Estocolmo. Apresentou-se na Legação de Madrid, a 4 de Setembro, ali servindo temporariamente, por assim lhe haver sido ordenado por despacho do Ministro, de 23 de Agosto até 21.05.1861, altura em que regressou a Lisboa, sendo portador da ratificação da Convenção Literária, então celebrada entre Portugal e Espanha. Partiu de novo para o seu posto na Legação em Copenhague, por via de Inglaterra, a 8 de Outubro, apresentando-se na Legação em Londres, a 15 do mesmo mês, donde seguiu pouco depois para Bruxelas, em cuja Legação ficou fazendo serviço, como lhe foi ordenado pelo Ministro, até 23.01.1864, altura em que regressou a Lisboa, em gozo de licença. Partindo de novo para o seu posto na Legação em Copenhague, a 13 de Fevereiro, e tendo tomado posse do seu lugar naquela Legação a 28 de Abril, ali serviu até 3 de Maio, altura em que partiu para o Quartel-General na Ilha de Fiónia, no desempenho de uma comissão de serviço, que lhe fora cometida pelo Ministério dos Negócios da Guerra, e a qual desempenhou, informando o Governo das diversas operações do exército dinamarquês, e remetendo para o referido Ministério as publicações relativas à questão, então suscitada entre a Prússia, Áustria e Estados da Confederação Germânica com a Dinamarca, memórias e mapas do teatro da guerra, descrição das fortificações de Danersirke, Dupper e Ilha de Alsen, e outras informações relacionadas com o exército dinamarquês e seu armamento. Regressando ao seu posto na Legação em Copenhague, no dia 16 do mesmo mês, dali tornou a partir para o referido quartel a 26 de Junho, onde permaneceu por alguns dias mais, no desempenho da referida comissão. Voltando depois a ocupar o seu lugar na sobredita Legação em Copenhague, ali continuou a servir, como Encarregado de Negócios interino, 19

desde 18 de Novembro até Outubro de 1865, e desde 9 de Novembro até 30.08.1866, e como Segundo Adido até fins de Março de 1867, mês em que partiu para Lisboa em gozo de licença, finda a qual se apresentou na Secretaria de Estado dos Negócios Estrangeiros, onde continuou a servir temporariamente, tendo-lhe sido ordenado, por portaria de 26.03.1868, que partisse, sem perda de tempo, para Viena de Áustria, a fim de exercer naquela Corte as funções de Encarregado de Negócios interino, durante a ausência do Chefe da referida missão. Para ali partiu a 30 do mesmo mês, apresentando-se naquela Legação, a 3 de Julho, nela exercendo as referidas funções até 5 de Setembro, momento em que partiu para Roma, por assim lhe haver sido ordenado por despacho do Ministro, posto que tivesse sido promovido a Primeiro Adido para a Legação na Corte do Rio de Janeiro, por decreto de 25 de Abril. Foi transferido daquela Legação para a de Paris, por decreto de 7 de Julho, e da de Paris para a de Roma, por decreto de 4 do mês seguinte. Apresentou-se naquela Legação em meados do dito mês de Setembro, ali continuando a servir, primeiro como Primeiro Adido, tendo-lhe sido concedida a graduação de Secretário de Legação, por decreto de 13 de Novembro, e depois na qualidade de Encarregado de Negócios Interino desde 11 de Janeiro até 18 de Novembro do seguinte ano de 1869, em que, fazendo entrega da Legação inteiramente a seu cargo, ao novo Encarregado de Negócios, seguiu depois para Lisboa em gozo de licença. Tendo sido considerado Segundo Secretário Adjunto ao quadro dos segundos secretários de Legação, pela organização dada ao Ministério dos Negócios Estrangeiro (dec. com força de Lei de 18.12.1869), foi-lhe ordenado, por portaria de 27.01.1871, que, naquela qualidade, passasse a servir na Legação junto da Corte de Londres, para onde partiu a 4 de Fevereiro, apresentando-se naquela Legação a 17 do mesmo mês, ali continuando a servir, sendo-lhe confirmada a referida classificação por decreto de 22 de Março. Voltando com licença a Lisboa, nos fins de Julho do mesmo ano, aí permaneceu no gozo da sobredita licença, até ao dia 5 de Setembro, em que tornou a partir para o seu posto na Legação em Londres, onde continuou a servir desde 18 de Setembro até fins de Fevereiro de 1873, e depois desde meados de Abril daquele ano a fins de Dezembro de 1874; de 01.5.1875 a fins de Janeiro de 1877; de 15.04.1877 a 07.11.1880, não obstante ter sido nomeado Segundo Secretário para a Legação na corte do Rio de Janeiro, por decreto de 22.11.1877. Foi durante esta sua comissão em Londres que travou conhecimento com Eça de Queirós, trocando correspondência que se encontra publicada77. Regressando de novo à Legação em Londres nos fins de Janeiro de 1881, continuou a servir inteiramente naquela Legação até 20.11.1883, partindo depois para Lisboa em gozo de licença, onde se esteve até Janeiro de 1884. Voltou a apresentar-se em Londres, nos finais do dito mês de Janeiro, ali continuando a servir até Setembro de 1887, conquanto tivesse sido promovido a Primeiro Secretário para a Legação na corte de Roma (dec. de 06.05.1886), tendo sido exonerado deste lugar e colocado na disponibilidade por decreto de 04.06.1886. Partiu novamente para Londres a 30.11.1887, tendo-se apresentado na respectiva Legação em meados de Dezembro, aí permanecendo na referida qualidade de Primeiro Secretário de Legação, em disponibilidade, na conformidade das ordens que lhe foram dadas pelo Ministro78.

V. A. Campos Matos, Correspondência de Eça de Queirós, Lisboa, Caminho, 2008, vol. I, pp. 104, 125, 126. Uma das cartas escritas por Eça de Queirós e dois telegramas autógrafos dirigidos a Luís de Quillinan pertencem ao Senhor Eng.º Francisco Resende de Almeida e Vasconcelos Póvoas. 78 Informações retiradas do seu verbete no Anuário Diplomático de 1888. 77

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Está também relacionada com a sua estadia em Inglaterra a conhecida polémica que travou com um membro da Câmara dos Comuns, Jacob Bright. A situação foi que esse deputado radical-liberal pronunciou-se, numa das sessões do parlamento britânico em Abril de 1883, sobre Portugal, caracterizando-o como um país na bancarrota e de esclavagistas. O patriotismo de Luís de Quillinan reagiu à afronta e desafiou publicamente o dito deputado através de uma carta que causou brado e pela qual viria a ser admoestado pelo Ministério do Reino. A atitude de Quillinan recebeu, contudo, da sociedade portuguesa um grande aplauso que se traduziu num movimento nacional de ovação, considerado por Rui Ramos como uma das grandes manifestações de patriotismo anti-britânico do final do séc. XIX79. O apoio a Luís de Quillinan traduziu-se nas mais variadas formas, mas sobretudo: através de cartas e de telegramas de felicitações feitos em nome individual por personagens tão conhecidos do Portugal de então como Mouzinho de Albuquerque, Paiva Couceiro, Guilherme Ferreira Pinto Basto ou Rafael Bordalo Pinheiro; ou de grupos de pessoas (os oficiais do Regimento de Cavalaria n.º 4, os alunos de engenharia militar da escola do exército, os jornalistas bracarenses, etc.). Apenas num mês, Luís de Quillinan recebeu felicitações de 120 localidades portuguesas, tendo-lhe chegado 430 mensagens só de Lisboa e tendo recebido missivas de 104 concelhos diferentes. Essas felicitações foram reunidas em obras como, por exemplo, A Pátria a Luíz de Quillinan80. Mas também saíram números especiais de títulos periódicos, folhetins e opúsculos dedicados ao feito do Major Quillinan81, sendo um dos mais conhecidos Delenda Albion, publicada em 1883 pela Empreza Bordallo Pinheiro e cujo autor – Lusus – não é mais do que um pseudónimo de Henrique Lopes de Mendonça82. De uma forma mais simbólica, mas não menos importante, também a Fábrica de Louças de Sacavém se associou à manifestação, produzindo um prato evocativo da figura do diplomata, ao qual, a 26 de Novembro de 1883, também foi oferecido um “banquete patriótico” pela Associação Liberal Portuense. Do menu constavam pratos com nomes tão patrióticos como “sopa à Herculano”, “filetes de peixe à portuguesa”, “lombo de vaca à Vasco da Gama”, “peru recheado à liberal”, “salada à lusitana”, “espinafres à Garrett” e a terminar um, com certeza saborosíssimo, “pudim à Quillinan”. Continuando a residir em Inglaterra, Luís de Quillinan teve a honra de ser convidado para a coroação do Rei Eduardo VII e da Rainha Alexandra, celebrada na Abadia de Westminster a 26.06.1902. Pela sua actividade diplomática, recebeu várias distinções nacionais e estrangeiras, tendo sido feito Cavaleiro da Ordem Militar de Cristo, da Real Ordem de N.ª Sr.ª da Conceição de Vila Viçosa, de S. Bento de Aviz, Comendador das Ordens do Daneborg (1.ª e 2.ª classes) da Dinamarca, de S. Maurício e S. Lázaro de Itália, Oficial da Coroa de Itália, Cavaleiro da Ordem de Guadalupe e da Ordem Militar da Espada da Suécia, e da Ordem de S. Gregório Magno da Santa Sé.

José Mattoso (coord.) , História de Portugal, Círculo dos Leitores, vol. VI, p. 77. De José da Fonseca Lage, Porto, Tipografia Ocidental, 1884. 81 V.g. Homenagem do Jornalismo Bracarense ao Brioso Major do Exército Português Luiz de Quillinan, Braga, Litografia de A. P. da Silva Braga, 1883; A Luiz de Quillinan – A Classe Tipográfica Portuense, Porto, 1883. 82 V. Angelina Vidal, O Ultraje!: dedicado ao Major de Quillinan, Lisboa, Tipografia Gutierres, 1883; Ernesto Pires, Resposta ao Insulto Bright: a Luís de Quillinan, Lisboa, António Camaho Nogueira, 1883; José Joaquim da Silva Pereira Caldas, Homenagens Centónicas em versos de Camões ao Marquês de Pombal e ao Major Quillinan: antecedidas de duas linhas preambulares, Braga, Tipografia de Bernardo A. de Sá Pereira, 1884. 79 80

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Figura 18 – Convite para a coroação do Rei Eduardo VII dirigido ao General Luís de Quillinan.

Morreu em Gloucester Place, 45, Londres, a 28.03.1904. No seu processo individual do Ministério dos Negócios Estrangeiros, conserva-se um ofício da Legação de Londres, datado de 31.03.1904, em que se participa ao Ministério o seu falecimento, dizendo-se também que “o funeral se realizou hontem [dia 30] pelas 11 horas da manhã sahindo o prestito funebre de French Chappel, depois de rezada uma Missa de corpo presente, para o Cemitério de St. Mary, Kensal Green...”.

Figura 19 – Luís de Quillinan.

Figura 20 – Condessa das Antas.

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Casou, na freguesia de St.ª Isabel, Lisboa, no capela particular da casa da noiva, a 16.11.185583, sendo a noiva moradora na Rua Direita de St.ª Isabel, n.º 69, e sendo testemunhas Luís Cândido Furtado Coelho, empregado público, solteiro, morador no Largo do Rossio, freguesia de St.ª Justa, e Cristóvão Leandro de Melo, estudante, solteiro, morador na Rua de S. Francisco, freguesia dos Mártires, com D. MARIA TEOTÓNIA DE RÁVAGO SANTISTÉVAN Y RIOS DA GUERRA E SOUSA84, CONDESSA-VIÚVA DAS ANTAS85, nascida na freguesia das Mercês, Lisboa, a 18.02.1831, sendo baptizada no oratório particular da casa de seus pais, na mesma freguesia, no dia 5 do mês seguinte, sendo padrinhos Francisco Bernardino Mendes, Capitão da Armada, e Dona Maria Francisca Côrte-Real, viúva de D. João Pedro da Câmara86; falecida em York Street, 5, Londres a 10.05.1871. Filha de Gualdino José da Guerra e Sousa87, nascido na freguesia de S. Julião, Lisboa, a 18.04.1778, e aí baptizado a 22.06.1778, sendo padrinho João Rocha, morador na mesma freguesia88; Chefe da Divisão da Armada Nacional, Vogal do Supremo Conselho de Justiça Militar, Comendador da Ordem de Cristo, Cavaleiro das de Aviz e de Carlos III de Espanha, condecorado com a Cruz da Coroa da Marinha Espanhola, e de sua mulher (recebidos na Igreja de N.ª Sr.ª do Castelo, Almada) D. Maria Bernarda Josefa de Rávago Santistévan, baptizada na catedral de Cádiz. Neta paterna de Simplício da Guerra e Sousa e de sua mulher (recebidos na referida igreja de N.ª Sr.ª do Castelo, Almada) D. Maria Joaquina Teles. Neta materna de Don Vicente Hernandez de Ravago e de sua mulher (recebidos na referida catedral de Cádiz) Doña Maria da Graça Garcia Tello Santistéban, suposta Marquesa de Santistéban89, ambos de nacionalidade espanhola. Filha: 3.7.1. D. MARIA LUÍSA DE SANTO ESTÊVÃO DE QUILLINAN nasceu em Lisboa, a 26.10.1857. Padecia de uma doença mental congénita e faleceu, solteira, em Gloucester Place, 45, Londres, a 29.12.1899. S.m.n.

A.N.T.T., Livro de Casamentos de St.ª Isabel, Lisboa, Livro C-15, fols. 70v.-71. Que também usou o nome de Maria Teotónia da Soledade Rávago Santisteban da Guerra Simplícia Teles. 85 Tinha sido casada primeira vez (casamento celebrado a 22.07.1845) com Francisco Xavier da Silva Pereira, 1.º Barão (dec. de 07.09.1835 e carta de 22.04.1837, A.N.T.T., R.G.M., D. Maria II, Livro 8, fol. 129), Visconde (dec. 13.05.1836 e carta de 06.07.1837) e Conde (dec. 16.05.1838) das Antas, Par do Reino (03.03.1823), Grã-Cruz das Ordens da Torre e Espada, de S. Fernando e de Carlos III de Espanha, Comendador da Ordem de N.ª Sr.ª da Conceição de Vila Viçosa, Condecorado com a Medalha de Ouro de 6 Campanhas da Guerra Peninsular e com as Medalhas espanholas da mesma guerra pelas batalhas de Albufeira e Vitória; Tenente-General do Exército; Governador da Índia (1842-1843); Vogal do Supremo Conselho de Justiça Militar; Inspector Geral da Arma de Infantaria, Deputado da Nação (1837), que nasceu em Valença a 14.03.1793 e faleceu em Lisboa, a 10.05.1852. Filho de Francisco Xavier da Silva Pereira, Cavaleiro da Ordem Militar de S. Bento de Aviz (portaria de 12.11.1835, A.N.T.T., R.G.M., D. Maria I, livro 4, fol. 52v.), Coronel de Infantaria e Governador da Praça de Campo Maior, e de D. Antónia Josefa de Abreu Sequeira, que recebeu uma tença de 40 mil réis a serem pagos por um dos almoxarifados do reino que tinha sido renunciada por seu marido (A.N.T.T., R.G.M., D. Maria I, liv. 10, fol. 295v.). Neto materno de Torquato Vaz de Abreu e de D. Leonarda Rodrigues de Sequeira. Referido por Afonso Zuquete, op. cit., vol. II, pp. 285-287; Maria Filomena Mónica (coord.), Dicionário Biográfico Parlamentar 1834-1910, Lisboa, Assembleia da República, Imprensa de Ciências Sociais, 2005, vol. III, pp. 222-224. 86 A.N.T.T., Livro de Baptismos das Mercês, B11, fol. 67v. 87 Referido por Afonso Zuquete, Tratado de todos os Vice-Reis e Governadores da Índia, Lisboa, Editorial Enciclopédia, 1962, p. 216. 88 A.N.T.T., Livro de Baptismos de S. Julião, B4, fol. 70. 89 O Marquês de Fronteira refere-se a esta senhora nas suas Memórias (em termos nada lisonjeiros)a propósito do seu casamento com Manuel Guedes de Miranda, Senhor de Murça, próximo da família do Marquês. (Memórias..., Parte I, p. 97). 83 84

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Figura 21 – Pormenor de um tecto da Embaixada de Portugal em Roma, onde está representada uma audiência privada concedida pelo Papa Pio IX à delegação da Embaixada Portuguesa, estando representado o Duque de Saldanha, tendo a seu lado Luís de Quillinan e sua mulher e ajoelhada recebendo a bênção papal D. Maria Luísa de Santo Estêvão de Quillinan (cortesia do Embaixador Manuel Côrte-Real).

4 . JOÃO TOMÁS QUILLINAN nasceu no Porto, a 20.06.1796, sendo baptizado na freguesia de Miragaia, no dia 28 do mesmo mês, tendo como padrinhos Bartolomeu Cary e D. Antónia Nassau, casada com Guilherme Nassau90. Tendo sensivelmente 14 anos quando a sua família partiu para Londres, é muito natural que aí estivesse já (veja- -se que no excerto acima transcrito seu irmão não o refere na viagem de partida para Londres) ou aí tivesse continuado os estudos antes iniciados no Porto. Deve ter acompanhado seu pai no regresso a Portugal e foi ele que lhe sucedeu nos negócios, podendo nós supô-lo inteiramente independente e com casa montada depois de 1826, ano em que herdou de seu pai a propriedade chamada então “South Lissaniska”, no condado de Limerick, na Irlanda. Em 1833, vivia na Rua das Virtudes (então freguesia de Cedofeita) nos n.os 4 e 5. A 24.12.1834, sob proposta de J. H. Noble e de Mr. Harris, é aceite como sócio da Associação Britânica do Porto. E data desse mesmo ano a conhecida gravura da Rua Nova dos Ingleses, feita pelo Barão de Forrester, em que João Tomás Quillinan figura juntamente com as mais destacadas figuras da vida comercial portuense (Manuel de Clamouse Browne, Robert Woodhouse, John Allen...) sendo a primeira personagem do lado esquerdo, que se encontra de costas e bengala na mão a conversar com outros dois cavalheiros. Entre João Tomás Quillinan e Forrester existia, aliás, uma forte relação de amizade, sendo o primeiro frequentemente convidado para jantar em casa deste juntamente com “titulares, desembargadores-conselheiros, ministros de Estado honorários, os maiores proprietários do Douro, e poetas arcádicos de pacotilha, que faziam ditirambos ao jantar”91. Nesses jantares, recitavam-se “poemas báquicos (...) com uma sentimentalidade plangente e lânguida, toda feita de moscatel de 1830”. E num deles, conta Camilo Castelo Branco, João Tomás, “um ateu esclarecido” de “sorriso herético”, discutiu com o Abade de Macieira e com o Visconde de

A.D.P., Livro de Baptismos de Miragaia, B2, fol. 91. Camilo refere-se ao Desembargador Fortunato Leite, ao Visconde de Veiros, a Manuel de Clamouse Browne, Eduardo de Moser, João Nogueira Gandra, Visconde de Azevedo, Visconde de Vila Verde, etc. 90 91

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Azevedo se Virgílio com o seu “nascenti puero” se referiria a Jesus Cristo ou ao filho de Asínio Polião, herdeiro de Augusto, e protector do poeta da Eneida92...

Figura 22 – A Rua Nova dos Ingleses (gravura da autoria do Barão de Forrester).

Figuras 22 e 23 – Retrato e cartão pessoal de João Tomás Quillinan.

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Camilo Castelo Branco, O Vinho do Porto – Processo de uma Bestialidade Inglesa, Sintra, Colares Editora, 2005, p. 30. 25

Segundo os registos da Feitoria Inglesa, a casa comercial de João Tomás Quillinan tinha o seu nome, tendo iniciado a sua actividade em 1835 e terminado em 1859, sendo a 14.ª casa das 19 donas da Feitoria. Durante esse período, o seu nome aparece na lista de vários almanaques como sendo negociante britânico, matriculado no Tribunal do Comércio da cidade do Porto desde a sua instauração93, deixando de figurar em 1857. Foi Director da Assembleia Portuense (1837) 94. Em 1841, ofereceu à cidade do Porto seis roseiras do Japão para serem plantadas num jardim público. Nesse mesmo ano, o seu nome consta da lista dos “Principaes Exportadores de Vinhos da Cidade do Porto no anno de 1841”, publicada em Janeiro de 1842 no jornal O Comércio, tendo exportado 55 pipas95. A 30.12.1844 foi nomeado tesoureiro da Associação Britânica do Porto, entrando em funções no início do ano seguinte. Morou na rua de Cedofeita n.º 290 até 1844 e depois no n.º 436-438 da mesma rua. A 17.06.1846, viu aprovado um requerimento de “licença de encanamento de águas” para a sua dita casa96. Foi accionista do Teatro de St.ª Catarina (de que também era accionista António Bernardo Ferreira). Sua Majestade a Rainha D. Maria II concedeu--lhe a comenda da Real Ordem de N.ª Sr.ª da Conceição de Vila Viçosa (carta de 07.07.1852)97. Foi convidado pela Direcção da Associação Britânica para o baile realizado na Casa da Feitoria a 02.09.1861 para homenagear o rei D. Pedro V e seu irmão o Infante D. João. Figura na longa lista dos cidadãos de destaque da cidade do Porto que a 23.06.1862 se reuniram para decidir a forma como homenagear D. Pedro IV. Fez testamento (nas notas do tabelião João d’Almeida Pinto e Silva, da Rua da Fábrica dos Tabacos, a 10.09.1863, sendo morador na Rua Formosa, do qual foram testemunhas Eusébio Pinto Nunes, morador na Rua dos Mártires da Liberdade, Francisco Ribeiro de Faria e Silva e João Maria da Costa e Pinho, moradores na Rua das Flores98. Através do seu testamento, reconheceu a paternidade de sua filha adiante referida, a qual nomeou herdeira universal do remanescente da sua herança, depois de cumpridos os seguintes legados: LEGATÁRIOS

BENS

António Rodrigo da Silva Machado (genro e testamenteiro) ............................................................ 350 mil réis António José da Costa Guimarães (seu caixeiro e testamenteiro) .................................................... 350 mil réis Anselmo Courrege (seu testamenteiro na falta de um dos primeiros).............................................. 350 mil réis Asilo da Primeira Infância Portuense .................................................................................................... 100 mil réis Asilo da Mendicidade ............................................................................................................................... 100 mil réis Asilo dos Meninos Desamparados ......................................................................................................... 100 mil réis Asilo das Meninas Desamparadas .......................................................................................................... 100 mil réis Asilo das Raparigas Abandonadas .......................................................................................................... 100 mil réis Henrique Ribeiro de Carvalho (seu escriturário) ................................................................................. 450 mil réis Almanak da cidade do Porto para o ano de 1837, p. 107; Almanaque do Porto para o ano de 1838; Almanah da cidade do Porto para o ano de 1845, Typographia Comercial Portuense, 1844, p. 154; Almanak da cidade do Porto para o ano de 1846, Porto, Typographia Comercial Portuense, 1845, p. 160; Almanak da cidade do Porto e Vila Nova de Gaia para o ano de 1848, p. 174; Almanak da cidade do Porto para o ano de 1853, Typographia de Faria Guimarães, p. 212. 94 Almanak da cidade do Porto para o ano de 1837, p. 127. 95 O Comércio, n.º 34, de 10.01.1842. O volume de exportação de vinho não é muito significativo quando comparado com o da Casa Croft (680 pipas) e muito menos com o da Sandeman (2476 pipas), mas a dita lista faz referência a muitos outros exportadores com números semelhantes e até bastante inferiores aos de João Tomás Quillinan. Só por curiosidade, registe-se que o total de pipas exportadas foi nesse ano de 26.355. 96 A.H.M.P., liv. IX de Plantas de Casas, fols. 207. 97 Francisco Belard da Fonseca, op. cit., p. 44. 98 A.H.M.P., Registo de Testamentos, BOR 0333, fols. 78v.-80. 93

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Ernesto Courrege (seu escriturário) ....................................................................................................... 450 mil réis António José da Costa Guimarães (seu caixeiro) ............................................................... 1 conto e 700 mil réis Alfredo da Costa Guimarães (filho do anterior) ......................................................... inscrição de 450 mil réis99 Alberto da Costa Guimarães (irmão do anterior) ...................................................... inscrição de 450 mil réis100 Alberto da Silva Lima101 ........................................................................................................................... 900 mil réis Quatro filhas e mais um filho de Adeodato J. S. Lima ..................................................... 350 mil réis para cada D. Ana Francisca (cunhada) ........................................................................ pensão vitalícia de 8 mil réis mensais D. Maria Isabel Quillinan (irmã) .............................................................. pensão vitalícia de 10 mil réis mensais

Faleceu, cego102, com o Sacramento da Extrema-Unção, na Rua Formosa, n.º 136, freguesia de St.º Ildefonso, Porto, a 18.12.1863, tendo sido sepultado no cemitério da Trindade 103 e depois trasladado para o jazigo de seu genro, António Rodrigo da Silva Machado, no Cemitério do Prado do Repouso, naquela cidade, a 18.12.1921. Filha natural: 4.1. D. MARIA EMÍLIA QUILLINAN, que segue

5. D. MARIA EMÍLIA QUILLINAN104 (tida de D. ANA DE MELO105) nascida na freguesia de N.ª Sr.ª da Vitória, Porto, a 20.04.1833, e aí baptizada no dia 1 do mês seguinte, sendo padrinhos Henrique Lausom [sic, deve tratar-se de Henry Lawson, seu tio paterno], morador na Cedofeita, e D. Margarida dos Santos Nogueira106, por procuração que passou a Jerónimo Rodrigues Guimarães, estando a recém-nascida entregue à mulher de um sapateiro da Rua de Belomonte, e tendo sido baptizada como filha de pais incógnitos107. Como já se disse, D. Maria Emília só foi reconhecida pelo testamento de seu pai, lavrado a 10.09.1863108. Pertenceu à Confraria de N.ª Sr.ª da Saúde, em Lisboa. Faleceu a 26.09.1897, tendo sido sepultada no jazigo mandado construir por seu marido no Cemitério do Prado do Repouso. Casou, sendo residente na Rua de Cedofeita e o noivo na Rua dos Ingleses, na freguesia da Cedofeita, Porto, a 20.11.1856, sendo testemunhas o Dr. Aluísio Augusto Ferreira de Seabra109 e Caso seu pai morresse antes do testador. Idem. 101 Filho mais velho de seu afilhado Adeodato Joaquim da Silva Lima. 102 Pelo menos, é o que se depreende da parte do seu testamento em que se diz que se encontrava “inteiramente falto de vista”. 103 A.D.P., Livro de Óbitos de St.º Ildefonso, 1863, fol. 154. 104 Referida por Eugénio de Andrea da Cunha e Freitas et al., Carvalhos de Basto, Porto, Edições Carvalhos de Basto, 1994, vol. VII, p. 464; Paulo Duarte de Almeida, Ascendência e Descendência dos 1.os Viscondes, Condes e Marqueses de Reriz, Porto, Instituto de Genealogia e Heráldica da Universidade Lusófona do Porto, 2006, p. 241. 105 D. Maria Emília só usou o apelido de seu pai depois da morte deste e do já referido reconhecimento. O nome de João Tomás Quillinan só aparece nos assentos de baptismo dos netos nascidos depois da sua morte e o nome de D. Ana de Melo só começa a aparecer nos assentos de baptismo dos netos nascidos depois de 1870. A tradição familiar diz que o nome completo de D. Ana de Melo era Ana Emília da Rocha Pereira de Melo. 106 Mãe da 1.ª Viscondessa de Pereira Machado (atrás referida). O facto de D. Margarida dos Santos Nogueira ter sido sua madrinha de baptismo deve ter proporcionado uma relação de grande proximidade entre D. Maria Emília e a Viscondessa de Pereira Machado que justifica o “amor de irmã” que as unia, por esta referido no seu testamento. A.H.M.P., Registo de Testamentos, PUB 5033, fol. 79v. 107 A.D.P., Livro Misto da freguesia da Vitória, Porto, M7, fol. 288v. 108 A.H.M.P., Registo de Testamentos, BOR 0333, fols. 79v. 109 Filho dos 1.os Barões de Mogofores. V. José M. Seabra da Costa Reis e Gonçalo Ferreira B. Calheiros, Genealogia da Família Seabra de Mogofores, Porto, Edição dos Autores, 1998, p. 398. 99

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sua mulher D. Maria da Glória de Barros Lima de Seabra, moradores na Rua do Príncipe 110, com ANTÓNIO RODRIGO (OU RODRIGUES) DA SILVA MACHADO111, nascido na freguesia de S. Nicolau, Porto, a 22.07.1827, e aí baptizado no dia 5 do mês seguinte, sendo seu padrinho Cassiano José Fernandes de Morais112. Foi Secretário do Consulado de Espanha no Porto113, Vice-Cônsul de Espanha em Bouças (Matosinhos)114; Chanceler e Vice-Cônsul de Espanha no Porto (1861). Fez parte do Conselho Fiscal da Comissão Administrativa do Banco do Porto; proprietário. Comendador da Real Ordem de Isabel, a Católica (dec. do Rei Amadeu I, de 25.02.1872) e da Ordem de Carlos III de Espanha (carta da Rainha Regente, de 08.02.1886). Secretário-Geral e Provedor da St.ª Casa da Misericórdia do Porto, fazendo parte da comissão administrativa nomeada por alvará de 22.11.1882115, tendo sido louvado pelo Governador Civil do Porto em nome d’el-Rei pelo zelo e dedicação com que desempenhou o cargo (dec. de 16.02.1884116); Irmão Ministro da Venerável Ordem Terceira de S. Francisco do Porto, cargo de que pediu resignação a 27.05.1890. Foi Tesoureiro do Clube Portuense em diversas direcções, nomeadamente na de 1872/1873117.

Figura 24 – D. Maria Emília de Quillinan com sua filha Maria das Dores.

Figura 25 – D. Maria Emília de Quillinan.

A.D.P., Livro de Casamentos de Cedofeita, Porto, C3, fols. 238v.-239. Referido por Eugénio de Andrea da Cunha e Freitas et al., op. cit., vol. VII, p. 464; Paulo Duarte de Almeida, op. cit., p. 241. 112 A.D.P., Livro Misto de S. Nicolau, M7, fol. 13v. 113 Almanak da cidade do Porto e Vila Nova de Gaia para 1858, tip. de F. P. d’Azevedo, 1857, p. 149. 114 Guia de Forasteros en Madrid para el año de 1864, Madrid, Imprenta Nacional, p. 128; J. L. de Sousa, Almanak do Porto e seu Distrito para 1866-1867, Porto, 1865, Imprensa Popular de J. L. de Sousa, p. 308. 115 De que faziam também parte: o Visconde de Barreiros, Tomás Alves Guimarães, Júlio Kopke, Cristiano van Zeller, Eduardo da Costa Correia Leite, Delfim de Lima, António José do Nascimento Leão, Felisberto de Moura Monteiro, José Pereira Reis, Manuel Maria da Costa Leite e Domingos de Sousa Moreira Freire. 116 Diário do Governo, de 18.02.1884, ano 1884, n.º 39, p. 1. 117 Gonçalo de Vasconcelos e Sousa, História do Clube Portuense (1857-2007), Porto, Club Portuense, 2008, p. 75 110 111

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Figura 26 – António Rodrigo da Silva Machado.

Figura 27 – D. Maria Emília de Quillinan.

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Figura 29 – D. Maria Emília de Quillinan.

Figura 28 – António Rodrigo da Silva Machado .

Artur Vaz Osório da Nóbrega e Francisco Malafaya e Sá publicaram no artigo atrás referido a reprodução de um retrato a óleo, pintado por Maubrey, pertencente à Casa do Carreiro de Baixo, em Nevogilde, Lousada, baseado nesta fotografia. Aqueles autores e provavelmente os proprietários do dito quadro identificam a personagem retratada como sendo António José Rodrigues Vieira Fartura (sogro de D. Maria Isabel Quillinan, atrás referidos), mas trata-se na verdade de António Rodrigo da Silva Machado pois os seus descendentes têm outras fotografias e desenhos que o comprovam. 118

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António Rodrigo da Silva Machado era filho de António Rodrigues da Silva, natural do Porto, já falecido em 1858119, e de D. Ana Margarida Ferreira Machado, natural da freguesia de St.º Ildefonso (e aí recebidos a 25.02.1824). Neto paterno de José Rodrigues da Silva e de D. Maria Luísa da Silva Nogueira, ambos naturais da freguesia de St.º Ildefonso, Porto, e moradores na Rua de St.ª Catarina, na mesma cidade. Neto materno de Francisco Ferreira Machado, nascido na freguesia de St.º Ildefonso, Porto, a 28.04.1753; Secretário, Guarda-Mor e Distribuidor do Tribunal da Relação do Porto; falecido na mesma cidade em 1820; e de sua mulher D. Ana Margarida Rita da Cunha, natural da mesma freguesia de St.º Ildefonso. Filhos: 5.1. JOÃO ALBERTO nascido na freguesia de St.º Ildefonso, Porto, a 31.05.1858, e aí baptizado a 10.07.1858, sendo padrinhos Henrique da Silva Machado120 (seu tio paterno), o qual dedicou a criança a S. João Baptista, “invocando o Santo por seu especial protector e padrinho”, e D. Guilhermina Cândida Machado Pereira (atrás referida), da Rua Formosa121. Faleceu na Rua de St.ª Catarina, n.º 313, freguesia de St.º Ildefonso, Porto, a 26.01.1863, tendo sido sepultado primeiro no cemitério da Trindade e depois trasladado para o jazigo de seu pai122. 5.2. ARTUR nascido na mesma freguesia que seu irmão a 27.07.1859, e aí baptizado no dia 10 do mês seguinte, sendo padrinhos Henrique da Silva Machado (anteriormente referido), morador na Rua dos Ingleses, e D. Maria Isabel Quillinan Vieira (sua tia-avó materna, atrás referida), moradora na Rua do Almada123. S.m.n. deve ter morrido criança. 5.3. POMPEU nascido na mesma freguesia que seus irmãos a 10.07.1860, e aí baptizado a 01.09.1860, sendo padrinhos Maximiano de Alcântara Machado (seu tio-avô paterno124), casado, negociante, morador na Rua dos Ingleses, freguesia de S. Nicolau, e D. Júlia Georgina Machado Tavares125, solteira, moradora na Rua Formosa126. S.m.n. deve ter morrido criança. 5.4. D. MARIA DAS DORES DE QUILLINAN DA SILVA MACHADO nascida na mesma freguesia que seus irmãos a 02.08.1861, e aí baptizada no dia 6 do mês seguinte, sendo padrinhos João Alberto da Silva Machado, estudante, solteiro e morador na Figura 30 – Rua de St.ª Catarina, e N.ª Sr.ª das Dores com cuja coroa D. Maria das Dores tocou a baptizada D. Adelaide Cândida da Silva Machado (tia de Quillinan da Silva Machado (cortesia de Fernando d’Orey paterna da baptizada), solteira, moradora na Rua dos de Brito e Cunha 127 Ingleses . Foi contemplada no testamento da 1.ª Figueirinhas). Ano de nascimento de sua neto João, adiante referido. Proprietário, nasceu na freguesia de S. Nicolau, Porto, a 28.10.1829. 121 A.D.P., Livro de Baptismos de St.º Ildefonso, 1858, fol. 103. 122 A.D.P., Livro de Óbitos de St.º Ildefonso, 1863, fol. 14. 123 A.D.P., Livro de Baptismos de St.º Ildefonso, 1859, fols. 231v.-232. 124 Filho de Francisco Ferreira Machado e de D. Ana Margarida Rita da Cunha, atrás referidos. Casou na freguesia de Miragaia, Porto, a 03.05.1856, com D. Maria da Glória Mesquita Torres, natural da freguesia de S. Pedro de Avintes. 125 Viria a casar com João Cláudio de Sousa, Major do Exército, falecido com testamento a 25.03.1901. D. Júlia Georgina faleceu, acidentalmente, em Lisboa, na Av. da República, n.º 10, 2.º dt.º, sendo moradora na Rua do Gama, n.º 39, Foz do Douro, a 05.08.1917. 126 A.D.P., Livro de Baptismos de St.º Ildefonso, 1860, fol. 125. 127 A.D.P., Livro de Baptismos de St.º Ildefonso, 1861, fols. 131 e 131v. 119 120

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Viscondessa de Pereira Machado, falecida a 25.09.1869, com uma prenda a escolher pelos testamenteiros da dita Senhora128. Faleceu na Rua Formosa, n.º 187, freguesia de St.º Ildefonso, Porto, apenas com o Sacramento da Extrema-Unção, a 29.12.1875, tendo sido sepultada no jazigo de seus pais129. 5.5. ALFREDO nascido na mesma freguesia que seus irmãos a 25.09.1862, sendo aí baptizado a 29.11.1862, sendo padrinhos José Luís Coelho da Rocha, viúvo, proprietário, e D. Ana Clementina Peres de Barros, solteira, ambos moradores na Rua de Gonçalo Cristóvão130. Faleceu a 12.05.1863131, tendo sido sepultado no jazigo de seus pais. 5.6. JOÃO TOMÁS nascido na mesma freguesia que seus irmãos a 20.12.1863, e aí baptizado a 20.02.1864, sendo padrinhos Guilherme Augusto Machado Pereira, 1.º Visconde de Pereira Machado (atrás referido), proprietário, casado, morador na Rua Formosa, e sua filha D. Guilhermina Cândida Machado Pereira (atrás referida), solteira, moradora na mesma rua132. Faleceu na Rua Formosa, n.º 136, freguesia de St.º Ildefonso, Porto, a 30.07.1865, tendo sido sepultado no cemitério da Trindade133 e depois trasladado para o jazigo de seus pais. 5.7. D. JÚLIA CÂNDIDA nascida na mesma freguesia que seus irmãos a 19.06.1865, e aí baptizada a 12.08.1865, sendo padrinhos o Comendador António Rodrigues Vieira Fartura (atrás referido), viúvo, morador na Rua do Almada, e sua nora D. Maria Isabel Quillinan Vieira, viúva, moradora na Rua Formosa134. S.m.n. deve ter morrido criança. 5.8. JOÃO EDUARDO QUILLINAN DA SILVA MACHADO nascido na mesma freguesia que seus irmãos a 01.06.1866, e aí baptizado no dia seguinte, sendo padrinhos Elias Elói de Abreu Tavares135 e António Cardoso da Silva136, ambos empregados da Alfândega, casados e moradores na Rua Formosa137. Faleceu a 23.11.1938. Casou com D. HERMÍNIA ALVES DE MAGALHÃES, natural do Porto, onde nasceu cerca de 1865, e falecida a 27.06.1899. Filha de João José Alves de Magalhães e de D. Albina Alves. Filha: 5.8.1. D. MARIA EMÍLIA DE QUILLINAN DA SILVA MACHADO viveu recolhida no Convento de N.ª Sr.ª da Encarnação em Lisboa. Ainda vivia em 1918. S.m.n. 5.9. D. CÂNDIDA GUILHERMINA DE QUILLINAN DA SILVA MACHADO, c.g. que segue no § 2. 5.10. DR. GUILHERME QUILLINAN DA SILVA MACHADO, que segue 5.11. ÁLVARO nascido na mesma freguesia que seus irmãos a 29.11.1869, e aí baptizado a 05.01.1870, sendo padrinhos “o Ex.mo” António Pedro de Barros Lima, proprietário, solteiro, morador na Rua da Restauração, e N.ª Senhora da Conceição com cuja coroa tocou o baptizado D. Maria Isabel Quillinan Vieira, viúva, moradora na Rua Formosa 138. Deve ter morrido em 1889139. A.H.M.P., Registo de Testamentos, PUB 5033. A.D.P., Livro de Óbitos de St.º Ildefonso, 1875, fol. 116. O Comércio do Porto, ano XXII, n.º 310, de 30.12.1875, p. 2. 130 Idem, Livro de Baptismos de St.º Ildefonso, 1862, fol. 190. 131 Data constante da sua lápide sepulcral. 132 A.D.P., Livro de Baptismos de St.º Ildefonso, 1864, fol. 21. 133 Idem, Livro de Óbitos de St.º Ildefonso, 1865, fol. 58v. 134 Idem, Livro de Baptismos de St.º Ildefonso, 1865, fol. 146v. 135 Cunhado da 1.ª Viscondessa de Pereira Machado. 136 Testamenteiro da 1.ª Viscondessa de Pereira Machado. 137 A.D.P., Livro de Baptismos de St.º Ildefonso, 1866, fol. 103. 138 A.D.P., Livro de Baptismos de St.º Ildefonso, 1870, fol. 6v. 139 O assento de baptismo tem à margem essa nota, mas não foi possível localizar o respectivo assento de óbito. 128 129

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5.12. CARLOS nasceu na mesma freguesia que seus irmãos a 28.11.1870, tendo aí sido baptizado a 05.01.1871, sendo seus padrinhos José Maria de Serpa Pinto, viúvo, chefe do Estado Maior da 3.ª Divisão Militar, morador na Rua das Fontaínhas, e N.ª Senhora da Conceição, com cuja coroa tocou o baptizado D. Guilhermina Cândida de Pereira Machado (atrás referida), solteira, moradora na Rua Formosa140. Faleceu, na Rua Formosa, n.º 183, freguesia de St.º Ildefonso, Porto, a 21.12.1880, sendo sepultado no jazigo de seus pais no Cemitério do Prado do Repouso141. 5.13. JORGE nasceu na mesma freguesia que seus irmãos a 20.12.1871, tendo aí sido baptizado a 17.02.1872, sendo seus padrinhos João Casimiro da Veiga142, Major do Exército, casado e morador na Rua Formosa, e N.ª Senhora da Conceição, com cuja coroa tocou o baptizado D. Sofia Maria Lima Cardoso da Silva143, solteira, moradora da mesma rua144. 5.14. ANTÓNIO QUILLINAN DA SILVA MACHADO, c.g. que segue no § 3.

6. DR. GUILHERME QUILLINAN DA SILVA MACHADO145 nasceu na freguesia de St.º Ildefonso, Porto, a 06.12.1868, sendo aí baptizado no dia 11 do mês e ano seguintes, sendo seus padrinhos o 2.º Visconde de Pereira Machado (atrás referido), solteiro, proprietário, morador na Rua Formosa, e N.ª Senhora da Conceição com cuja coroa tocou o baptizado D. Carolina Machado Tavares146, solteira, moradora na Rua Formosa147. Bacharel formado em Direito pela U.C., onde se matriculou pela primeira vez em 1887. Tendo enveredado pela carreira diplomática, foi nomeado Adido de Legação a 16.04.1903; geriu o Consulado no Pará, como Cônsul, de 6 de Junho a 1 de Julho do mesmo ano; nomeado Chanceler da Legação em Tânger, a 19 de Setembro do mesmo ano; encarregado de Negócios de 3 de Fevereiro a 29 de Julho de 1904; em Comissão na Direcção Geral dos Negócios Comerciais e Consulares (24.03.1906); nomeado ChancelerConsular e colocado na Direcção Geral dos Negócios Comerciais e Consulares, a 17.08.1907; nomeado, precedendo concurso, Cônsul de 2.ª Classe, sendo colocado no Consulado do Rio Grande do Sul, a 22 do mesmo mês e ano; Cônsul em Liverpool a 11.05.1910; em Marselha em 11.05.1912; em Liverpool a 14 de Dezembro do mesmo ano; em Bordéus, a 24.10.1914; em Marselha, a 31.05.1916; Cônsul de 1.ª Classe a 30 de Junho do mesmo ano; em Bordéus a 05.06.1919; nomeado representante do Governo português no Congresso de Pescas e Indústrias Marítimas, a 14.09.1925; Cônsul em Génova (09.10.1926); em Antuérpia (02.05.1929); e novamente em Génova (07.09.1929); Ministro Plenipotenciário de 2.ª Classe e Chefe da Repartição do Contencioso da Direcção Geral dos Serviços Centrais (12.05.1931); colocado, a seu pedido, no quadro auxiliar a 31.05.1933. Cessou funções, no quadro auxiliar, a 24.08.1935. Comendador da Ordem Militar de Cristo e condecorado com a medalha de Filantropia do Instituto de Socorros a Náufragos. Faleceu, na Rua da Rosa, ao Príncipe Real, em Lisboa,

A.D.P., Livro de Baptismos de St.º Ildefonso, 1871, fol. 4v. A.D.P., Livro de Óbitos de St.º Ildefonso, 1880, fol. 115. 142 Cunhado do 1.º Visconde de Pereira Machado; casado com D. Maria Maximina Machado Pereira. 143 Filha dos 1.os Viscondes de Godim. 144 A.D.P., Livro de Baptismos de St.º Ildefonso, 1872, fol. 40v. 145 Referido por Eugénio de Andrea da Cunha e Freitas et al., op. cit., vol. VII, p. 464. 146 Viria a casar com um senhor de apelido Munhoz, sendo pais de D. Maria Augusta Tavares Munhoz, herdeira de sua tia materna D. Júlia Georgina Machado Tavares, atrás referida. Já tinha falecido a 23.01.1901 (data do primeiro testamento da referida D. Júlia Georgina). 147 A.D.P., Livro de Baptismos de St.º Ildefonso, 1868, fol. 13v. 140 141

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freguesia das Mercês, Lisboa, a 17.12.1956, sendo sepultado no Cemitério dos Prazeres, em jazigo que era da família de sua mulher. Casou no Porto, em 1905, com D. EURÍDICE GONÇALVES BALTAR148, natural do Recife, Brasil, falecida na freguesia de S. Sebastião da Pedreira, Lisboa, a 17.12.1972. Filha de Alfredo Ferreira Baltar, que nasceu em N.ª Sr.ª da Vitória, Maranhão, Brasil, em 1851, e faleceu na freguesia de S. Sebastião da Pedreira, Lisboa, e de D. Cândida Gonçalves, que nasceu na freguesia de S. João Baptista de Niterói, Rio de Janeiro, Brasil, em 1862, e faleceu na freguesia de S. Sebastião da Pedreira, Lisboa149. Neta paterna de João Ferreira Baltar, natural de St.ª Eulália, Vandoma, Paredes, e de Bernardina da Silva, natural da freguesia de N.ª Sr.ª da Vitória, Maranhão, Brasil. Neta materna do Comendador Joaquim José Gonçalves, natural de Varziela, Felgueiras, Braga, e de Cândida Cardoso, natural da freguesia de N.ª Sr.ª da Candelária, Rio de Janeiro, Brasil.

Figuras 30 e 31 – Retrato fotográfico e assinatura de Guilherme Quillinan da Silva Machado.

Filha150: 6.1. D. CÂNDIDA MARIA BALTAR DE QUILLINAN MACHADO, que segue Referida por Eugénio de Andrea da Cunha e Freitas et al., op. cit., vol. VII, p. 464. Idem. 150 A descendência do Dr. Guilherme Quillinan da Silva Machado foi desenvolvida pela co-autora deste estudo. 148 149

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7. D. CÂNDIDA MARIA BALTAR DE QUILLINAN MACHADO151 nasceu na em casa de seus avós maternos, na Praça do Saldanha, freguesia de S. Sebastião da Pedreira, Lisboa, a 05.01.1906, e faleceu na freguesia de S. Domingos de Benfica, Lisboa, a 28.10.1976, tendo sido sepultada no dia seguinte em jazigo de família no Cemitério dos Prazeres, na mesma cidade. Casou, na freguesia de S. Sebastião da Pedreira, Lisboa, a 07.10.1930, com o ENG.º INÁCIO CONSTANTINO DE MENESES OOM DO VALLE152, que nasceu no Monte Pedral, Lisboa, a 22.12.1905; Senhor do Paço de Paredes, em Avioso, Maia, Tenente-Coronel de Engenharia, Licenciado em Engenharia Civil (I.S.T. de Lisboa); falecido na freguesia do St.º Condestável, Lisboa, a 26.08.1964, tendo sido sepultado no dia seguinte em jazigo de família no Cemitério dos Prazeres, naquela cidade. Filho de Jácome Maria Oom do Valle, nascido na freguesia de St.ª Isabel, Lisboa, a 16.04.1879, Coronel de Infantaria, Cavaleiro da Real Ordem de N.ª Sr.ª da Conceição de Vila Viçosa (14.05.1908153), Comendador da Ordem Militar de Aviz (08.11.1919), medalha comemorativa do reinado de Sua Majestade Imperial o Imperador Francisco José de Áustria, e de prata de Bons Serviços e de Comportamento Exemplar (06.02.1919), medalha da Victória (24.11.1928); falecido na dita freguesia de St.ª Isabel, a 10.04.1937, tendo sido sepultado no Cemitério dos Prazeres, na mesma cidade; e de sua mulher D. Maria Amélia de Meneses, Senhora do referido Paço de Paredes, filha legitimada que nasceu na freguesia da Conceição Nova, Lisboa, a 03.02.1873, e faleceu na de St.ª Isabel, Lisboa, a 24.11.1934, tendo sido sepultada no Cemitério dos Prazeres, na mesma cidade154. Neto paterno do Dr. Libânio Northway do Valle, que nasceu, em Plymouth, Inglaterra, a 30.09.1832, e entrou para o Real Colégio Militar em 1842, embora não tenha concluído o curso, assentando praça e inscrevendo-se na Escola Politécnica; a 01.08.1848, assentou praça em Infantaria 10, sendo nomeado 1.º Sargento a 31 de Agosto do mesmo ano; Alferes em Caçadores 5 (29.04.1851); esteve na Madeira entre 1855 e 1856; e entre 1857 e 1876, esteve em comissão de serviço no Ministério das Obras Públicas; entre 1876 e 1877, esteve em comissão em S. Tomé; sendo nomeado Capitão na reserva em 1878; tendo-se reformado três anos depois, a seu pedido, no posto de Major; em 1882 participou no executivo da Câmara Municipal de Lisboa; em 1884, foi nomeado Comandante da Fortaleza de N.ª Sr.ª da Conceição do Ilhéu, regressando a Portugal dois anos depois por motivos de saúde e com necessidade de tratamento com águas termais; em 1888 foi nomeado Comandante do Forte Novo de S. Pedro, no Funchal; e no ano seguinte, Administrador do concelho da Calheta; em 1893, voltou a ocupar o posto de Comandante do Forte de S. Pedro, Funchal, e da Fortaleza de N.ª Sr.ª da Conceição do Ilhéu; nos anos de 1895, 1896 e 1897, esteve ausente no estrangeiro, viajando como médico a bordo do navio D. Amélia (inscrevera--se em Medicina na Escola de Medicina do Funchal, juntamente com seu filho mais velho, embora este não tenha concluído o curso); foi ainda desenhador da Direcção Geral dos Caminhos de Ferro do Sul e Sueste (cargo a que renunciou em 1907); Sócio Fundador da Cooperativa Militar n.º 692; faleceu em Paço d’Arcos, Lisboa, a 18.07.1907, tendo sido sepultado no dia seguinte no Cemitério do Alto de S. João, e de D. Amélia Augusta Montano Pereira de Carvalho Oom, que nasceu, na freguesia de N.ª Sr.ª dos Mártires, Lisboa, a 31.03.1841 e faleceu na freguesia de S. José, Lisboa, em 1883155. Neto materno do General Joaquim Teixeira de Meneses, nascido na freguesia de N.ª Sr.ª da Referida por Eugénio de Andrea da Cunha e Freitas et al., op. cit., vol. II, p. 191, e vol. VII, p. 464; Jorge Forjaz e José Francisco de Noronha, Os Luso-Descendentes da Índia Portuguesa, Lisboa, Fundação Oriente, 2003, p. 52. 152 Idem. 153 Francisco Belard da Fonseca, op. cit., p. 267. 154 Referidos por Eugénio de Andrea da Cunha e Freitas et al., op. cit., vol. VII, p. 463. 155 Idem. Bisavós, pelo lado materno, da co-autora deste estudo. 151

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Oliveira, Guimarães, a 10.01.1849, Senhor do Paço de Paredes, General de Infantaria, Cavaleiro (01.01.1895) e Oficial (01.01.1902) da Ordem Militar de S. Bento de Aviz, medalha militar de prata de comportamento exemplar (O. E., n.º 4, 2.ª série), falecido na freguesia de St.ª Isabel, Lisboa, a 10.05.1923, tendo sido sepultado no Cemitério dos Prazeres, na mesma cidade, e de D. Amélia dos Mártires Ferreira156.

Figura 32 – D. Cândida Baltar de Quillinan Machado e o Eng.º Inácio Constantino de Meneses Oom do Valle no dia do seu casamento.

Filhos157: 7.1. D. MARIA DOROTEIA DE MENESES BALTAR QUILLINAN OOM DO VALLE158 nasceu na freguesia de S. Sebastião da Pedreira, Lisboa, a 25.07.1932 e faleceu em S. Domingos de Rana, a 26.12.2005. Casou, no Convento da Encarnação, freguesia de N.ª Sr.ª da Pena, Lisboa, a 15.07.1955 (casamento dissolvido por divórcio), com FRANCISCO XAVIER OLIVEIRA MARTINS DA CUNHA D’EÇA DA COSTA E ALMEIDA159, que nasceu na freguesia de Campolide, Lisboa, a 15.01.1930, bancário, falecido em Lisboa, em Agosto de 1985. Filho de Vasco da Cunha d’Eça da Costa e Almeida, que nasceu em 1902 e faleceu a 01.07.1974, e de D. Maria Carolina de Noronha de Morais Pinto de Oliveira Martins, que nasceu em Idem. Embora a sua descendência tenha sido publicada em 1994 por Eugénia de Andrea da Cunha e Freitas e outros na sua monumental obra Carvalhos de Basto, optámos por a publicar de novo, actualizando-a. 158 Referida por Eugénio de Andrea da Cunha e Freitas et al., op. cit., vol. VII, p. 464; Jorge Forjaz e José Francisco de Noronha, op. cit., pp. 51-52. 159 Idem. 156 157

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Lourenço Marques, Moçambique, a 06.01.1903, e faleceu em Lisboa, a 08.08.1992160. Neto paterno de Vasco da Cunha d’Eça da Costa e Almeida e de D. Maria de Figueiredo 161. Neto materno do Dr. Guilherme Augusto de Oliveira Martins (irmão do escritor Joaquim Pedro de Oliveira Martins), nascido a 26.05.1852, Licenciado em Medicina, falecido a 11.12.1920, e de D. Maria Madalena de Noronha Azevedo Morais Pinto, nascida na freguesia da Conceição, Moçambique, a 26.01.1880 e falecida a 11.12.1979162. Filhos: 7.1.1. FRANCISCO XAVIER MENESES DA CUNHA D’EÇA163 nasceu, na freguesia de S. Sebastião da Pedreira, Lisboa, a 17.01.1957. Técnico de informática. Casou na Igreja Matriz de Campo Maior, a 09.10.1982, com D. MARGARIDA MARIA LOPES ALVES164, nascida na freguesia de N.ª Sr.ª da Expectação, Campo Maior, a 02.04.1958. Filha de António Corada Alves, que nasceu nessa mesma freguesia, a 15.10.1921 e faleceu em 1998, e de D. Maria Berta Calvo Lopes, que nasceu, na mesma freguesia, a 04.03.1931165. Neta paterna de Mauro das Dores Alves e de D. Ana Celeste Rasquilho Corado166. Neta materna de João Rodrigues Lopes e de D. Laura González Calvo167. Filha: 7.1.1.1. D. MARIANA ALVES DA CUNHA D’EÇA168 nasceu na freguesia de S. Sebastião da Pedreira, Lisboa, a 12.11.1984.

Figura 33 – 1) Frederico Maria Oom Pessoa de Amorim Serra; 2) (irmã da noiva); 3) Filipa Oom do Vale Galvão Mexia de Almeida Fernandes; 4) Afonso Rui Oom do Vale Galvão Mexia de Almeida Fernandes; 5) António Maria Oom do Vale da Rocha Páris; 6) João Maria Oom do Vale da Rocha Páris; 7) Miguel Maria Oom do Vale da Rocha Páris; 8) Inácio Manuel Louzeiro Oom do Vale; 9) Maria Cândida Louzeiro Oom do Vale; 10) Maria Emília Oom do Vale da Rocha Páris; 11) Margarida Maria Lopes Alves; 12) Francisco Xavier Meneses da Cunha d’Eça; e 13) Ana Sofia Louzeiro Oom do Vale. Idem. Idem e Jorge Forjaz e José Francisco de Noronha, op. cit., p. 50. 162 Idem. 163 Idem e Jorge Forjaz e José Francisco de Noronha, op. cit., p. 52. 164 Idem. 165 Referidos por Eugénio de Andrea da Cunha e Freitas et al., op. cit., vol. VII, p. 465; Jorge Forjaz e José Francisco de Noronha, op. cit., p. 52. 166 Referidos por Eugénio de Andrea da Cunha e Freitas et al., op. cit., vol. VII, p. 465. 167 Idem. 168 Referida por Eugénio de Andrea da Cunha e Freitas et al., op. cit., vol. VII, p. 465. 160 161

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7.2. ANTÓNIO MANUEL DE QUILLINAN OOM DO VALLE, que segue 7.3. D. MARIA AMÉLIA DE QUILLINAN OOM DO VALLE169 nasceu na freguesia de St.ª Isabel, Lisboa, a 04.11.1936. Diplomada com o curso do I.A.D.E., tendo sido a primeira classificada do seu curso. Casou, na Capela de N.ª Sr.ª da Esperança do Paço de Paredes, em Avioso, Maia, a 02.05.1964, com CARLOS ALBERTO DE MAGALHÃES MEXIA PESSOA DE AMORIM SERRA170, nascido em Sá da Bandeira, Angola, a 29.04.1935. Industrial. Filho do Dr. João Carlos Pessoa de Amorim Serra, nascido em Alcobaça, a 21.09.1905, Licenciado em Medicina Veterinária, falecido em Lisboa, em Janeiro de 1992, e de sua mulher D. Maria Amélia Pereira da Silva de Magalhães Mexia, que nasceu na freguesia da Sé Nova, Coimbra, a 31.01.1912, e faleceu na freguesia da Lapa, Lisboa, a 21.12.1991171. Neto paterno de João Gadanho Guedes Serra, nascido em Castelo Branco, a 11.08.1867, Major de Cavalaria, e de sua mulher D. Maria José Pessoa de Amorim, nascida na Zibreira, Torres Figura 34 – D. Maria Amélia de Novas, a 26.07.1876172. Neto materno do Dr. Joaquim Quillinan Oom do Valle de Magalhães Mexia Mendes Pinheiro, nascido na Lousã a 08.07.1881, Licenciado em Direito (U.C.), Advogado, Notário, Director dos Serviços de Administração Política e Civil em Angola, Cabo Verde e no Estado da Índia, Administrador do concelho da Lousã, e falecido em Lisboa, a 05.08.1963, e de sua mulher D. Belmira de Almeida Pereira da Silva, nascida em Poiares, a 22.11.1893 e falecida em Lisboa, a 14.07.1964173. Filhos: 7.3.1. DR. FREDERICO MARIA OOM PESSOA DE AMORIM SERRA174 nasceu na freguesia de S. Domingos de Benfica, Lisboa, a 11.01.1974. Licenciado em Comunicação Empresarial. Casou na Igreja de Montelavar, Mafra, a 13.05.2000, com a DR.ª D. GABRIELA DE SOUSA E SILVA BALIXA, nascida na freguesia da Glória, Aveiro, a 13.07.1975. Licenciada em Medicina Dentária (U.L.). Filha do Eng.º Sebastião Balixa, nascido na freguesia de Santiago Maior, Alandroal, a 01.11.1941, e de D. Maria Elisa Armanda de Sousa e Silva, nascida em Novo Redondo, Angola, a 17.12.1940. Neta materna de Valentim Augusto da Silveira Tavares de Almeida Vieira de Sousa e Silva, nascido na freguesia da Ajuda, Lisboa, a 21.11.1909, funcionário da Fazenda, falecido em Aveiro, a 15.04.1990, e de sua mulher D. Maria Elisa Lemos d’Armada, nascida a 25.01.1910. Filhos: 7.3.1.1. D. MARIA BENEDITA BALIXA PESSOA DE AMORIM SERRA nasceu na freguesia de S. Sebastião da Pedreira, Lisboa, a 07.12.2001.

Referida por Eugénio de Andrea da Cunha e Freitas et al., op. cit., vol. VII, p. 465. Idem. 171 Idem e Instituto Português de Heráldica, op. cit., III, Tomo III, p. 239. 172 Idem e Instituto Português de Heráldica, op. cit., III, Tomo IV, p. 720. 173 Idem e Instituto Português de Heráldica, op. cit., III, Tomo III, p. 239. 174 Referido por Eugénio de Andrea da Cunha e Freitas et al., op. cit., vol. VII, p. 465. 169 170

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7.3.1.2. DOMINGOS MARIA BALIXA PESSOA DE AMORIM SERRA nasceu em Lisboa a 27.08.2005. 7.4. D. MARIA CÂNDIDA DE QUILLINAN OOM DO VALLE175 nasceu na freguesia de St.ª Isabel, Lisboa, a 22.02.1939. Funcionária pública. Casou na Capela de N.ª Senhora da Esperança, do Paço de Paredes, em S. Pedro de Avioso, a 12.08.1967, com ANTÓNIO DE QUEIRÓS MONTENEGRO DA ROCHA PÁRIS176, nascido na Beira, Moçambique, a 29.03.1939; gerente comercial; falecido na freguesia de S. Domingos de Benfica, Lisboa, a 28.08.1981, tendo sido sepultado em jazigo de família no cemitério dos Prazeres, naquela cidade. Filho de João d’Arga da Rocha Páris177, nascido em Vale da Piedade, S. Pedro de Pedome, Vila Nova de Famalicão; primeiro amanuense da Companhia de Moçambique; falecido da Foz do Douro, Porto, a 18.06.1956, e de D. Maria Constança de Villas-Bôas Pinto de Queirós Montenegro, nascida na freguesia de Nevogilde, Porto, a 27.12.1919178. Neto paterno de António de Freitas Costa e Almeida, natural de Viana do Castelo, secretário das Finanças no concelho de Sabrosa, e de D. Lucrécia de Oliveira, natural da freguesia de Pedome, Vila Nova de Famalicão. Neto materno de António de Ayala Pinto de Queirós Montenegro, nascido em Moçâmedes, Angola, a 03.05.1893; Senhor da Casa do Casal, em Marco de Canavezes (por herança de suas tias solteiras), Capitão Aviador, Major Oficial de Aeronáutica, Cavaleiro da Ordem de Cristo e da de S. Bento de Aviz, condecorado com a Medalha da Vitória e do Corpo Expedicionário Português, em França; falecido, na freguesia de S. Mamede, Lisboa, a 03.02.1937, e de D. Maria Emília Vieira Peixoto de Villas-Bôas (Paçô-Vieira), que nasceu, na freguesia de Cedofeita, Porto, a 22.08.1896, e faleceu, na Foz do Douro, na mesma cidade, a 179 08.05.1870 .

Figura 35 - De pé, da esquerda para a direita: D. Maria Doroteira de Quillinan Oom do Vale, Francisco Xavier Oliveira Martins da Cunha d’Eça da Costa e Almeida (atrás), António de Queirós Montenegro da Rocha Páris (noivo), D. Cândida Maria Baltar de Quillinan Machado, D. Maria Quitéria da Boa Hora Louzeiro, António de Quillinan Oom do Vale, D. Maria Amélia de Quillinan Oom do Vale (abaixo). Sentados, de cima para baixo: D. Maria Cândida de Quillinan Oom do Vale (noiva), Carlos Alberto de Magalhães Mexia Pessoa de Amorim Serra e D. Maria Emília de Quillinan Oom do Vale. 175

Idem e vol. II, p. 191. Idem e vol. II, p. 191; e Artur Vaz Osório da Nóbrega, Valles Peixotos de Villas-Boas, da Casa do Carvalho de Arca: subsídios para a sua genealogia, Braga, s.n., 1964, p. 150 177 Registado como João de Freitas Costa e Almeida. 178 Referidos por Eugénio de Andrea da Cunha e Freitas et al., op. cit., vol. II, p. 191, e vol. VII, p. 465; e Artur Vaz Osório da Nóbrega, op. cit., p. 150. 179 Idem, vol. II, p. 191; e Artur Vaz Osório da Nóbrega, op. cit., p. 149. 176

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Filhos: 7.4.1. DR.ª D. MARIA EMÍLIA OOM DO VALLE DA ROCHA PÁRIS180 nasceu na freguesia de St.º Ildefonso, Porto, a 02.03.1969. Licenciada em História. Casou na Capela de N.ª Sr.ª da Esperança do Paço de Paredes, a 18.07.1999, com o ENG.º LUÍS DE ATHAYDE DE BETTENCOURT DE AZEVEDO MAFRA, nascido na Casa de N.ª Senhora da Boa Morte, Ponta Delgada, a 01.02.1970, Licenciado em Engenharia Electrotécnica (I.S.T.). Filho de Abel de Azevedo Mafra, nascido na freguesia de S. Jorge de Arroios, Lisboa, a 27.04.1922; Capitão de Mar-e-Guerra, Comandante da Defesa Marítima e Capitão do Porto de Ponta Delgada, Comendador da Ordem Militar de Aviz e Cruz de Mérito Naval de Espanha, falecido na freguesia de S. José, Ponta Delgada, a 22.05.2005, e de D. Luísa Isabel Athayde do Canto Bettencourt, que nasceu na Casa de N.ª Senhora da Boa Morte, Matriz de S. Sebastião, Ponta Delgada, a 29.03.1932, Senhora da dita Casa de N.ª Senhora da Boa Morte, em Ponta Delgada, da Quinta do Monte, nos Fenais d’Ajuda, concelho de Ribeira Grande, e da Casa da Mafoma, na freguesia de Ribeira Seca. Neto paterno de Luís José Mafra, Engenheiro Naval e Capitão de Fragata, falecido em Lisboa, a 11.02.1967, e de D. Virgínia Margarida de Azevedo. Neto materno de Francisco de Athayde do Canto Bettencourt, nascido na freguesia Matriz de S. Sebastião, Ponta Delgada, a 03.01.1898, Senhor das já referidas Casa de N.ª Senhora da Boa Morte e Quinta do Monte, Vice-Cônsul de Espanha em Ponta Delgada (03.04.1929), Director da Companhia de Seguros Açoreana; herdeiro universal de sua tia materna, D. Sofia Borges Pereira Athayde, a quem sucedeu na chefia da família Pereira Lopes de Bettencourt Athayde, da Quinta do Vulcão, Lagoa, ilha de S. Miguel, falecido na Casa de N.ª Senhora da Boa Morte, a 23.05.1973, e de D. Maria Gabriela de Athayde Mota, nascida na mesma freguesia que seu marido, a 18.03.1905, Senhora da Casa da Mafoma, na Ribeira Seca, Ribeira Grande, grande animadora e impulsionadora das “Cavalhadas de S. Pedro” da Ribeira Grande que tradicionalmente se formam e partem do pátio da Casa da Mafoma, falecida na Quinta do Monte, a 12.12.2001. Filhos: 7.4.2.1. GONÇALO MARIA DA ROCHA PÁRIS DE AZEVEDO MAFRA nasceu em Lisboa, a 23.02.2001. 7.4.2.2. D. CONSTANÇA MARIA DA ROCHA PÁRIS DE AZEVEDO MAFRA nasceu em Junho de 2003. 7.4.2. DR. ANTÓNIO MARIA OOM DO VALLE DA ROCHA PÁRIS181 nasceu na freguesia de Alvalade, Lisboa, a 09.08.1971, Director de Aprovisionamento da E.M.E.R. Casou na Capela de N.ª Senhora de Monserrate, Lisboa, a 07.10.2000, com D. MARIA PORTUGAL CATALÃO QUEIROZ SOARES, nascida em Lisboa em 1973, Educadora de Infância. Filha de João Paulo da Silva Queiroz Soares e de D. Maria Isabel Portugal Ranito Catalão. Neta paterna de Rogério Queiroz Soares, nascido a 02.07.1923 e falecido a 05.11.1999, e de D. Maria Desna da Silva, nascida a 30.08.1916. Neta 180 181

Referida por Eugénio de Andrea da Cunha e Freitas et al., op. cit., vol. II, p. 191, e vol. VII, p. 465. Idem. 39

materna do Eng.º Luís Filipe Ranito Nave Catalão, nascido na freguesia de St.ª Maria Maior, Chaves, a 25.10.1918, Engenheiro Civil, falecido em Alvalade, Lisboa, a 13.09.2003, e de D. Maria Ernestina Alves Portugal, nascida em Carvalhal Formoso, Inguias, Belmonte, a 07.01.1918. Filhos: 7.4.2.1. MANUEL MARIA SOARES DA ROCHA PÁRIS nasceu nos Olivais, Lisboa, a 08.11.2003. 7.4.2.2. VICENTE MARIA SOARES DA ROCHA PÁRIS nasceu em Lisboa, a 18.09.2007. 7.4.3. DR. JOÃO MARIA OOM DO VALLE DA ROCHA PÁRIS182 nasceu na mesma freguesia que sua irmã, a 06.04.1974; Licenciado em Gestão (U.L.), empresário. Casou na Capela da Herdade dos Fidalgos, Cartaxo, a 28.06.1997, com a DR.ª D. FILIPA MENDES DE ALMEIDA QUEIRÓS PEREIRA, que nasceu em Lisboa a 09.03.1971, Licenciada em Matemáticas Aplicadas (U.L.). Filha de Pedro Mendonça de Queirós Pereira, nascido a 05.03.1949, e de D. Maria Rita Carvalhosa Mendes de Almeida, nascida em Lisboa, a 15.08.1951183. Neta paterna de Manuel Augusto Teixeira de Queirós Pereira, nascido a 04.12.1906, e de D. Maud da Conceição Santos Mendonça184. Neta materna do Eng.º Boaventura Viana Machado Mendes de Almeida (Caria), nascido em Lisboa, a 29.05.1918, Licenciado em Engenharia (I.S.T.), e de D. Maria Ana Duff Burnay de Carvalhosa e Oliveira, nascida em Lisboa, a 30.10.1919185. Filhos: 7.4.3.1. D. MARIA QUEIRÓS PEREIRA DA ROCHA PÁRIS nasceu em Lisboa, a 12.12.1997. 7.4.3.2. PEDRO QUEIRÓS PEREIRA DA ROCHA PÁRIS nasceu em Nova Iorque, a 17.09.2000. 7.4.3.3. D. VERA QUEIRÓS PEREIRA DA ROCHA PÁRIS nasceu em Benfica, Lisboa, em 2005. 7.4.3.4. ANTÓNIO MARIA QUEIRÓS PEREIRA DA ROCHA PÁRIS nasceu em Benfica, Lisboa, a 22.11.2006. 7.4.3.5. JOÃO MARIA QUEIRÓS PEREIRA DA ROCHA PÁRIS nasceu em 2009. 7.4.4. DR. MIGUEL MARIA OOM DO VALLE DA ROCHA PÁRIS186 nasceu na freguesia de Alvalade, Lisboa, a 17.03.1978, Licenciado em Comunicação Empresarial (I.S.C.E.M.E.). Casou na Capela do Palácio das Necessidades, Lisboa, a 04.10.2004, com a DR.ª D. JOANA DRUMMOND BORGES DE BARROS RODRIGUES, nascida em Lisboa 28.02.1978. Filha de Aarão Filipe de Lacerda de Barros Rodrigues e de D. Maria de São José Frazão Drummond Borges. Neta paterna de Filipe Adérito Alpoim Portocarrero Barros Rodrigues, nascido em 1922 e falecido em 1976, e de D. Ilda

Idem. Referidos em Instituto Português de Heráldica, op. cit., III, tomo I, p. 308. 184 Idem. 185 Idem, p. 307; e II (1964), p. 201. 186 Referido por Eugénio de Andrea da Cunha e Freitas et al., op. cit., vol. II, p. 191, e vol. VII, p. 466. 182 183

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Salgado Zenha Soeiro de Lacerda187, nascida em 1920. Neta materna de Nicolau Francisco Gagliardini Graça Drummond Borges, nascida na ilha da Madeira, a 16.07.1920, e falecido a 21.11.1990, e de D. Maria de São José Félix Cativo Caldas Frazão, nascida em Santarém a 06.07.1923188. Filhos: 7.4.4.1. D. MARGARIDA BARROS RODRIGUES DA ROCHA PÁRIS nasceu em Lisboa a 27.07.2006. 7.4.4.2. D. MATILDE BARROS RODRIGUES DA ROCHA PÁRIS nasceu em Lisboa a 12.08.2008. 7.4.4.3. D. MARIA BARROS RODRIGUES DA ROCHA PÁRIS 7.5. D. MARIA EMÍLIA DE QUILLINAN OOM DO VALLE189 nasceu na freguesia de St.ª Isabel, Lisboa, a 04.12.1945. Casou na Capela do Paço de Paredes, a 09.01.1971, com CARLOS HENRIQUE VILELA GALVÃO MEXIA DE ALMEIDA FERNANDES190, que nasceu no lugar do Carvalhal, freguesia do Turcifal, Torres Vedras, a 29.12.1945, empresário. Filho do Dr. José Luís de Magalhães Galvão Mexia de Almeida Fernandes, nascido na freguesia de St.ª Maria de Sintra, a 10.09.1908, Fidalgo de Cota d’Armas (alv. do Conselho de Nobreza de 19.07.1986), Licenciado em Direito (U.L.), Conservador do Registo Predial em Loulé, Montijo e Lisboa, e de sua mulher e prima coirmã D. Maria Camila de Almeida Fernandes Vilela, nascida na referida freguesia do Turcifal, a 26.07.1917191. Neto paterno de Alexandre Magno Galvão Mexia de Moura Teles de Almeida Fernandes, nascido em Faro a 16.04.1877, Escrivão de Direito no Tribunal da Boa Hora de Lisboa, e falecido em Lisboa a 31.01.1965, e de D. Maria Carlota Coutinho Castelo Pinto de Magalhães, nascida na freguesia de St.ª Isabel. Lisboa, a 20.02.1878 e falecida na mesma a 13.04.1966192. Neto materno de Henrique Pedreira Vilela e de D. Camila Galvão Mexia de Almeida Fernandes193. Filhos: 7.5.1. DR.ª D. FILIPA OOM DO VALLE DE ALMEIDA FERNANDES194 nasceu na freguesia de Alvalade, Lisboa, 30.09.1972, Licenciada em Economia (U.L.). Casou na Capela de N.ª Sr.ª da Esperança do Paço de Paredes, a 17.07.1999, com o ENG.º NUNO CONCEIÇÃO SILVA FURTADO TORRES, que nasceu a 11.08.1970, Licenciado em Agronomia (I.S.A.). Filho de Jaime Pedro Furtado Torres, nascido a 22.08.1933, e de D. Rita Maria Leal Conceição Silva, nascida a 23.10.1937 e falecida em Lisboa a 27.05.2004. Neto paterno de Antero da Silva Torres, nascido a 07.10.1892, e de D. Carolina Irene Pereira Furtado, nascida a 24.02.1899. Neto materno de António Filha de Aarão Soeira Moreira de Lacerda e de Irene Chaim Salgado Zenha. Neta paterna de Aarão Ferreira de Lacerda e de D. Josefina Cândida Moreira, referidos pelo co-autor deste estudo em “Heráldica Funerária nos Cemitérios de Coimbra – III”, publicado na Revista Lusófona de Genealogia e Heráldica, n.º 4 (2009). 188 Referidos por José Luís de Sampayo Torres Fevereiro, Uma Família da Beira Baixa, Lisboa, Dislivro História, 2004, p. 246. 189 Referida por Eugénio de Andrea da Cunha e Freitas et al., op. cit., vol. VII, p. 466. 190 Idem; Instituto Português de Heráldica, op. cit., III, tomo II, p. 911; Fernando de Castro da Silva Canedo, op. cit., vol. III, p. 338. 191 Idem e Instituto Português de Heráldica, op. cit., III, tomo II, p. 910; Fernando de Castro da Silva Canedo, op. cit., vol. III, p. 338. 192 Idem e Instituto Português de Heráldica, op. cit., III, tomo II, pp. 908, 910; Fernando de Castro da Silva Canedo, op. cit., vol. III, p. 337. 193 Idem e Instituto Português de Heráldica, op. cit., III, tomo II, p. 910; Fernando de Castro da Silva Canedo, op. cit., vol. III, p. 338. 187

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Conceição Silva e de D. Maria Manuela Leal, natural da freguesia de S. José, Lisboa. Filho: 7.5.1.1. LOURENÇO ALMEIDA FERNANDES FURTADO TORRES nasceu em Lisboa, a 18.06.2007. 7.5.2. DR. AFONSO RUI OOM DO VALLE DE ALMEIDA FERNANDES195 nasceu na mesma freguesia que sua irmã, a 25.06.1977, Licenciado em Comunicação Empresarial (I.S.H.M.E.). Casou na Igreja do Meco, Alenquer, a 01.09.2007 com a DR.ª D. CATARINA MEDINAS DE OLIVEIRA BAGULHO PAULOS. Filhos: 7.5.2.1. D. MADALENA MEDINAS PAULOS DE ALMEIDA FERNANDES

8. ANTÓNIO MANUEL DE QUILLINAN OOM DO VALLE196, Senhor com suas irmãs do Paço de Paredes, nasceu na freguesia de St.ª Isabel, Lisboa, a 06.04.1935. Casou na freguesia de S. Pedro, Faro, a 25.07.1965, com D. MARIA QUITÉRIA DA BOA HORA LOUZEIRO197, que nasceu, nessa mesma freguesia, a 15.09.1946. Filha de Mário Afonso Louzeiro, nascido em S. Clemente, Loulé, 12.01.1924, e falecido no Porto, a 09.03.1999, e de D. Maria da Glória da Boa Hora da Cova, nascida em Montenegro, Faro, a 29.05.1924198. Neta paterna de Joaquim Louzeiro, natural de Loulé, e de D. Maria Palmira Afonso. Neta materna de António Cova e de D. Hermenegilda Pires, naturais da referida freguesia de Montenegro, Faro. Filhos: 8.1. D. MARIA CÂNDIDA LOUZEIRO OOM DO VALLE199 nasceu na freguesia de S. José, Ponta Delgada, Açores, a 19.07.1966, diplomada com o curso de secretariado. Casou, na Capela do Paço de Paredes, a 27.07.1991, com o DR. JOÃO FRANCISCO DE OLIM MAROTE MARQUES GUIMARÃES200 nasceu na freguesia de N.ª Senhora de Fátima, Lisboa, a 20.05.1965, Licenciado em Medicina (U.L.), Médico Cardiologista. Filho do Dr. João Francisco Marques Guimarães, natural da freguesia de S. Sebastião da Pedreira, Lisboa, Licenciado em Medicina (U.L.), e de sua mulher Dr.ª D. Maria Pia Olim Marote, natural da freguesia de St.ª Maria Maior, Funchal, Licenciada em Letras, Professora do Ensino Secundário201. Neto paterno de Rodrigo Guimarães e de D. Mariana de Jesus Marques202. Neto materno de Amâncio Franco de Olim Marote, natural do Machico, Madeira, jornalista, Director do diário O Povo do Funchal, bibliófilo203, e de D. Maria Pia de Olim Marote204. Filhas:

Referida por Eugénio de Andrea da Cunha e Freitas et al., op. cit., vol. VII, p. 466. Idem. 196 Idem. 197 Idem. 198 Idem. 199 Idem. 200 Idem. 201 Idem. 202 Idem. 203 Luís Peter Clode, Registo Bio-bibliográfico de Madeirenses sécs. XIX-XX, Funchal, Caixa Económica do Funchal, p. 299. 204 Referido por Eugénio de Andrea da Cunha e Freitas et al., op. cit., vol. VII, p. 466. 194 195

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8.1.1. D. SOFIA OOM DO VALLE MARQUES GUIMARÃES nasceu na freguesia da Foz do Douro, Porto, a 11.06.1992. 8.1.2. D. INÊS OOM DO VALLE MARQUES GUIMARÃES nasceu em Vila Nova de Gaia, a 06.08.1995. Cavaleira hípica. 8.2. D. ANA SOFIA LOUZEIRO OOM DO VALLE205 nasceu na freguesia de S. Sebastião da Pedreira, Lisboa, a 06.06.1967, Delegada de Informação Médica. Casou na Capela de N.ª Senhora da Esperança do Paço de Paredes, a 21.07.1995, com EDUARDO JORGE CASANOVA CUNHA VIANA, que nasceu em Viana do Castelo, a 07.11.1967, Delegado de Informação Médica.

Figura 36 - Sentada: D. Maria Quitéria da Boa Hora Louzeiro; À frente: D. Sofia Oom do Vale Marques Guimarães; De pé, da esquerda para a direita: Dr. João Francisco de Olim Marote Marques Guimarães, D. Maria Cândida Louzeiro Oom do Vale, Eduardo Jorge Casanova Cunha Viana (noivo), D. Ana Sofia Louzeiro Oom do Vale (noiva) e António Manuel de Quillinan Oom do Vale. Ao fundo, vê-se um reposteiro com as armas do Paço de Paredes: escudo partido de Fonsecas e Campo Verde, com coronel de nobreza.

205

Idem. 43

Filhos: 8.2.1. DUARTE OOM DO VALLE CUNHA VIANA nasceu no Porto, a 04.02.1998. 8.2.2. TOMÁS OOM DO VALLE CUNHA VIANA nasceu no Porto, a 01.12.2000. 8.3. DR. INÁCIO LOUZEIRO OOM DO VALLE206 nasceu na freguesia de S. Pedro, Faro, a 22.04.1970. Licenciado em Gestão de Empresas, pela Universidade Lusíada do Porto. Gestor. Casou na Capela de St.º António do Alto, Faro, a 26.07.1997, com a DR.ª D. PATRÍCIA SUSANA GUERRILHA LOPES PINTO, que nasceu na freguesia da Sé, Faro, a 17.09.1970, Licenciada em Gestão de empresas. Filha de Jorge Manuel Lucas dos Santos Pinto e de D. Maria José Lopes Guerrilha. Filhos: 8.3.1. D. FILIPA GUERRILHA PINTO OOM DO VALLE nasceu na freguesia de S. Pedro, Faro, a 22.08.1999. 8.3.2. JOÃO MARIA GUERRILHA PINTO OOM DO VALLE nasceu em Faro a 14.06.2005.

§1 QUILLINAN FOX, DE INGLATERRA 1. ANNE QUILLINAN (filha de John Quillinan, n.º 3, atrás referido). Não possuímos qualquer elemento sobre o seu nascimento, mas sabemos que faleceu a 15.01.1838. Casou, sendo moradora, em Saint Clement Danes, Westminster, Middlesex, Londres, em St. George Hanover Square, na mesma cidade, a 31.08.1809, sendo testemunhas, Samuel Cornell, Jane Cornell e Rebecca207, com BENJAMIM FOX208, natural daquela paróquia, onde terá nascido por volta de 1782, Oficial da Marinha Britânica; em 1841 vivia com sua filha Anne Margaret Fox, genro e netos. Anne Quillinan e seus filhos herdaram de seu pai e avô a propriedade do prédio n.º 19, sito na Essex Street, Strand, no condado de Middlesex, Inglaterra, com todos os seus pertences, tendo Benjamim Fox o usufruto vitalício da mesma Figura 37 - Casa de Essex Street que pertenceu a John Quillinan e depois aos descendentes de propriedade. sua filha Anne. Idem. Assento n.º 656 de St. George’s Hanover Square Parish, Westmister Center, St. Anne’s Street, London. O casamento foi precedido de uma escritura de dote, lavrada a 30.08.1821. 208 Já tinha sido casado primeira vez (casamento celebrado a 09.03.1805) com Margaret Marie Collomb, natural de Twickenham, Condado de Middlesex. 206 207

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Filhas209: 1.1. ANNE MARGARET FOX nasceu em 1813/1814. Casou em 1834 com WILLIAM KEMP, falecido antes de 1881. Filhos: 1.1.1. EMMA KEMP, nascida em 1836, s.m.n. 1.1.2. ANNE KEMP, nascida em 1837, casou com WILLIAM MACBRIDE, natural de Sligo, Irlanda, s.m.n. 1.1.3. ALEXANDE KEMP, nascido em 1839, s.m.n. 1.1.4. WILLIAM KEMP, nascido em 1840, s.m.n. 1.2. JESSICA MARIA FOX, que segue 2. JESSICA MARIA FOX nasceu em 1820. Casou em St. James, Westminster, Londres, a 01.09.1839, com JOSEPH STEVENS, nascido também em 1820. Filhos: 2.1. BENJAMIM STEVENS nascido em 1841, s.m.n. 2.2. SUSAN AMELIA STEVENS nascida em 1844, s.m.n. 2.3. GEORGE STEVENS nascido em 1846, s.m.n. 2.4. JESSICA STEVENS nascida em 1848, s.m.n. 2.5. JOSEPH STEVENS nascido em 1851, s.m.n. 2.6. EMMA STEVENS nascida em 1855, s.m.n. 2.7. CHARLES STEVENS nascido em 1855, s.m.n. 2.8. FLORENCE STEVENS nascida em 1857, s.m.n. 2.9. MARY ANN STEVENS, que segue 2.10. JOHN STEVENS nascido em 1861, s.m.n. 3. MARY ANN STEVENS nasceu em 1859 e faleceu em 1928. Casou na Igreja de Holy Trinity, Twickenham, em 1885, com JESSE RICHARD WATTS, nascido em 1848 e falecido em 1934. Filhos: 1.1. JAMES WATTS nascido em 1886 e falecido em 1947, s.m.n. 1.2. DOROTHY MARY WATTS nascida em 1888 e falecida em 1963, s.m.n. 1.3. ALBERT WATTS, que segue 1.4. DAISY FLORENCE WATTS nascida em 1891 e falecida em 1967, s.m.n. 1.5. CHARLES WATTS nascido em 1893 e falecido em 1952. Casou com DAISY ..., s.m.n. 1.6. PHYLLIS WATTS nascido em 1894 e falecido em 1905, s.m.n. 1.7. HORACE WATTS nascido em 1896 e falecido em 1922, s.m.n. 1.8. MARGARET EVELYN WATTS nascida em 1900 e falecida em 1957, s.m.n. 1.9. JESSICA AMELIA WATTS nascida em 1902 e falecida em 1986, s.m.n. 4. ALBERT WATTS nasceu em 1890 e faleceu em 1977. Casou em Hampton, Middlesex, em 1912, com MAUD EMILY SMITH, nascida em 1885 e falecida em 1970. Filho: 209

A descendência de Anne Quillinan baseia-se em informações de Marion Watts, a quem agradecemos. 45

4.1. GERALD GEORGE WATTS, que segue 5. GERALD GEORGE WATTS nasceu em 1913 e faleceu em 1998. Casou em Letchworth, em 1942, com KATHLEEN LILIAN HILL, nascida em 1918 e falecida em 2005. Filhos: 5.1. MARION WATTS

§2 QUILLINAN DA SILVA MACHADO PÓVOAS 1. D. CÂNDIDA GUILHERMINA QUILLINAN DA SILVA MACHADO210 (filha de D. Maria Emília Quillinan, n.º 5, atrás referida), nasceu, na freguesia de St.º Ildefonso, Porto, a 18.09.1867, sendo aí baptizada no dia 21 do mês seguinte, sendo padrinhos Ariosto de Mesquita Machado211 e D. Isilda da Costa Machado212, e faleceu, com testamento, a 16.01.1918, tendo sido sepultada, com o hábito de N.ª Sr.ª da Conceição, no jazigo da família de seu marido, no cemitério da Venerável Irmandade de N.ª Sr.ª da Lapa, tendo assistido ao seu enterro os internados dos Asilos do Terço, de S. João, da Oficina de S. José, os “velhinhos” dos asilos Portuense de Mendicidade, as educandas da Associação Protectora da Infância e os alunos do Colégio da Ordem do Carmo. Casou, na Capela da Real Oficina de S. José, freguesia da Sé do Porto, a 23.11.1895, sendo testemunhas: D. Maria Emília Quillinan da Silva Machado (sua mãe, atrás referida); D. Maria Isabel Quillinan Vieira (sua tia-avó materna, atrás referida); o Dr. Guilherme Quillinan da Silva Machado (seu irmão, atrás referido); D. Rosa Clotilde da Cunha Santos Póvoas (mãe do noivo); João Rodrigues Saraiva e sua mulher D. Ana Gabriela da Cunha Santos Saraiva (tios maternos do noivo) e o Eng.º João Gualberto Póvoas (tio paterno do noivo), com JOSÉ ANTÓNIO MARQUES PÓVOAS213, que nasceu, na freguesia de N.ª Senhora da Vitória, S. Luís do Maranhão, Brasil, a 10.09.1867; capitalista e proprietário no Porto e em S. Luís do Maranhão; falecido na sua casa da Rua dos Bragas, n.º 284, freguesia de Cedofeita, Porto, com testamento, vítima de uma lesão cardíaca, depois de uma prolongada doença, a 10.09.1922, tendo sido sepultado no jazigo de sua família no cemitério da Venerável Irmandade de N.ª Sr.ª da Lapa, no Porto214. José António Marques Póvoas era filho de António Marques Póvoas, nascido na freguesia de Miragaia, Porto, a 02.08.1839, que foi para S. Luís do Maranhão, Brasil, onde já se encontrava em 1867, e onde terá falecido, e de sua mulher D. Rosa Clotilde da Cunha Santos, nascida na referida freguesia de S. Luís do Maranhão, Brasil, a 28.02.18...; proprietária em Portugal e em S. Luís do Referida por Fernando de Castro da Silva Canedo, op. cit., vol. I, p. 488; e pelo co-autor deste estudo em Ascendência e Descendência dos 1.os Viscondes, Condes e Marqueses de Reriz, Porto, Instituto de Genealogia e Heráldica da Universidade Lusófona do Porto, 2006, pp. 240-241. 211 Provavelmente filho de Maximiano de Alcântara Machado e de sua mulher D. Maria da Glória de Mesquita Torres (v. nota 126). 212 V. nota 73. C.R.C. Porto (4.ª), liv. de Baptismos de St.º Ildefonso, 1867, n.º 408. 213 Idem. 214 A.C.P., liv. de Óbitos da C.R.C. Porto (2.ª), 1922, n.º 1407, fol. 704. 210

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Maranhão (herdeira de sua irmã D. Ana Gabriela dos Santos Saraiva, depois de viúva do grande capitalista e comerciante portuense João Rodrigues Saraiva); falecida, no Porto, na referida casa da Rua dos Bragas, com testamento feito a 22.11.1911215, a 15.08.1925, sendo sepultada no referido jazigo de família no Cemitério da Venerável Irmandade de N.ª Senhora da Lapa, no Porto216. Neto paterno de António Fernandes Póvoas, nascido (gémeo com seu irmão Gaspar), na Rua do Pinheiro, freguesia de St.º Ildefonso, Porto, a 17.06.1816; funcionário da Companhia Geral da Agricultura e dos Vinhos do Alto Douro; e de sua mulher D. Carolina Júlia de Sousa Duarte, nascida na freguesia da Vitória, Porto, a 21.05.1807 e falecida, no Porto, a 09.11.1892, tendo sido sepultada no jazigo de seu filho, o Conselheiro Eng.º João Gualberto Póvoas, no Cemitério de Agramonte. Neto materno de José da Cunha Santos, natural de St.ª Maria de Reboredo, na Galiza, que em S. Luís do Maranhão, e a partir de 1850, monopolizou a distribuição e comércio da água, e de sua mulher D. Rosa Teresa de Oliveira217.

Figuras 38 e 39 – José António Marques Póvoas e sua mulher D. Cândida Guilhermina de Quillinan da Silva Machado.

Figura 40 – Assinatura de D. Cândida Guilhermina.

A.H.M.P., Registo de Testamentos, BOC 0207, fol. 61 a 63. Referidos pelo co-autor deste estudo, op. cit., pp. 240, 250. 217 Referidos por Eugénio de Andrea da Cunha e Freitas et al., op. cit., vol. V, p. 438. 215

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Filho único: 1.1. ANTÓNIO DE QUILLINAN DA SILVA MACHADO PÓVOAS, que segue

2. ANTÓNIO DE QUILLINAN DA SILVA MACHADO PÓVOAS218 nasceu na freguesia de Cedofeita, Porto, às dezassete horas de 14.06.1898, sendo baptizado na Igreja de S. Martinho daquela freguesia, no dia 12 de Agosto do mesmo ano, sendo padrinhos D. Rosa Clotilde da Cunha Santos Póvoas (sua avó paterna) e João Rodrigues Saraiva (seu tio-avô por afinidade219), capitalista, e ambos moradores na Rua dos Bragas, naquela freguesia220; capitalista; que faleceu na freguesia de Ramalde, sem testamento, a 25.11.1951221, sendo sepultado no jazigo que pertencera ao seu referido tio e padrinho, João Rodrigues Saraiva, no Cemitério da Venerável Irmandade de N.ª Sr.ª da Lapa.

Figuras 40 e 41 – António de Quillinan da Silva Machado Póvoas e sua mulher Dona Maria Amélia de Almeida e Vasconcelos (Reriz).

Referido por: Fernando de Castro da Silva Canedo, op. cit., vol. I, p. 488 (embora o autor registe incorrectamente o seu apelido estrangeiro); Instituto Português de Heráldica, op. cit., III, tomo I, p. 131, e tomo IV, p. 1025; e Paulo Duarte de Almeida, op. cit., p. 240. 219 Filho de António Joaquim Saraiva e de Custódia Rodrigues Gonçalves, nasceu na freguesia de S. João Baptista da Balança, Terras de Bouro, a 12.08.1837, e faleceu na referida freguesia de Cedofeita, a 04.06.1900. Casado com D. Ana Gabriela da Cunha Santos Saraiva, nascida a 24.09.1852 e falecida a 06.05.1927, irmã da referida avó paterna do baptizado. Tendo falecido s.g., e dado que a referida D. Rosa Clotilde da Cunha Santos, tendo ficado viúva muito jovem, sempre viveu com seu único filho na sua companhia, este casal instituiu por seus universais herdeiros esta sua cunhada e irmã e o filho desta José António Marques Póvoas. A este casal pertencia uma casa na Rua dos Bragas que se manteve na posse da família até quase finais do séc. XX, bem como um jazigo no Cemitério da Ordem da Lapa, no Porto, onde está sepultada grande parte da família. 220 C.R.C. Porto (3.ª), liv. de Baptismos, 1898, n.º 468. 221 C.R.C. Porto (2.ª), liv. de Óbitos, 1951, n.º 812, fol. 407v. 218

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Casou, sendo o casamento precedido pela celebração de um contrato antenupcial, lavrado a 20.05.1922 no cartório do Dr. José Guilherme Pinto Ponce de Leão, no Porto 222, sendo testemunhas José António Marques Póvoas, D. Rosa Clotilde da Cunha Santos Póvoas, D. Pedro Paulo da Cunha de Almeida e Vasconcelos e Dona Maria Quitéria de Almeida e Vasconcelos de Mendonça, viúva, moradora em Coimbra (tia paterna da noiva223), a 25.05.1922, com DONA MARIA AMÉLIA DE ALMEIDA E VASCONCELOS (RERIZ)224, que nasceu na freguesia da Cedofeita, Porto, a 09.09.1898225; Senhora da Casa dita dos Póvoas, em Taveiro, que herdou de seu pai; faleceu, estando grávida, na Casa de Saúde de Coimbra, na freguesia de St.ª Cruz, a 01.03.1940226, tendo sido sepultada no cemitério da freguesia de Taveiro. Filhos227: 2.1. D. LEONOR GABRIELA DE ALMEIDA E VASCONCELOS DE QUILLINAN DA SILVA MACHADO PÓVOAS228 nascida na freguesia de Cedofeita, Porto, a 04.04.1923. Faleceu, solteira, na freguesia de Miragaia, Porto, a 08.11.2003. S.g. 2.2. JOÃO MANUEL DE ALMEIDA E VASCONCELOS DE QUILLINAN DA SILVA MACHADO PÓVOAS229 nascido na mesma freguesia que sua irmã, a 12.06.1924. Faleceu, solteiro, na freguesia de Paranhos, Porto, a 21.11.1984. S.g. 2.3. D. MARIA HELENA DE ALMEIDA E VASCONCELOS DE QUILLINAN DA SILVA MACHADO PÓVOAS230 nascida na mesma freguesia que seus irmãos, a 14.07.1928, e falecida na freguesia de Fátima, Lucala, Angola a 01.04.1975. Casou no Porto, a 26.10.1957, com seu parente231 D. DUARTE FRANCISCO DE LEMOS MANOEL ATALAYA232 (tratamento de Dom autorizado pelo Conselho de Nobreza, a 11.11.1977233), nascido na freguesia do Salvador, Santarém, a 02.10.1929, e falecido na freguesia de St.º Antão do Tojal, Loures, a 14.09.2003. Filhos: 2.3.1. D. SEBASTIÃO PÓVOAS MANOEL (ATALAYA)234 (tratamento de Dom autorizado pelo Conselho de Nobreza, a 11.11.1975235), nascido na freguesia da Glória, Aveiro, a 11.02.1958. Falecido. 2.3.2. D. PEDRO PÓVOAS MANOEL (ATALAYA)236 (tratamento de Dom autorizado pelo Conselho de Nobreza, a 11.11.1975237), nascido na mesma freguesia que seu irmão, a 04.01.1960. Livro de Notas n.º 686- C, fol. 27. V. Paulo Duarte de Almeida, op. cit., p. 259. 224 Referida e com ascendência publicada por Fernando de Castro da Silva Canedo, op. cit., vol. I, p. 488 (embora o autor indique incorrectamente as datas do seu nascimento e morte); Instituto Português de Heráldica, op. cit., III, tomo I, p. 131, e tomo IV, p. 1025; e Paulo Duarte de Almeida, op. cit., p. 239. 225 C.R.C. Porto (3.ª), liv. de Baptismos, 1898, n.º 625, fol. 313. 226 C.R.C. Coimbra, liv. de Óbitos, 1940, n.º 195. 227 Dado que a sua descendência foi publicada há consideravelmente pouco tempo pelo co-autor deste estudo em op. cit., pp. 241-257, optámos por a apresentar de forma simplificada, remetendo para aquela obra. Completámos apenas com as actualizações pertinentes. 228 V. Paulo Duarte de Almeida, op. cit., p. 241. 229 Idem, ibidem. 230 Idem, p. 243. 231 Idem, p. 245. 232 Referido e com ascendência publicada por Paulo Duarte de Almeida, op. cit., p. 243. 233 Boletim Oficial do Conselho de Nobreza, Braga, 1985, p. 91. 234 Idem, ibidem. 235 Boletim Oficial do Conselho de Nobreza, Braga, 1985, p. 103. 236 V. Paulo Duarte de Almeida, op. cit., p. 244. 237 Boletim Oficial do Conselho de Nobreza, Braga, 1985, p. 102. 222 223

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2.4. D. MARGARIDA MARIA TERESA DO MENINO JESUS DE ALMEIDA E VASCONCELOS DE QUILLINAN DA SILVA MACHADO PÓVOAS238 nascida na mesma freguesia que seus irmãos, a 04.02.1930. Faleceu no Porto, a 28.04.2014. Casou na freguesia de Cedofeita, Porto, a 23.10.1954, com o DR. GUILHERME FILIPE DE MENESES E SOUSA FONTES239, nascido na freguesia de Cedofeita, a 02.03.1930, falecido na mesma cidade, a 17.08.2005. Filhas: 2.4.1. D. MARGARIDA MARIA PÓVOAS DE MENESES FONTES240 nascida na freguesia de St.º Ildefonso, Porto, a 13.09.1955. Casou na antiga Igreja Paroquial de Cedofeita, a 04.10.1982, com PAULO PIMENTA DE SÁ COUTINHO ÁLVARES241, nascido na freguesia da Sé, Porto, a 07.07.1962. Filhos: 2.4.1.1. DR.ª D. JOANA FONTES DE SÁ COUTINHO ÁLVARES242, nascida no Porto, a 12.05.1983. Licenciada em Medicina Dentária (F.M.U.P., 2009). 2.4.1.2. GONÇALO FONTES DE SÁ COUTINHO ÁLVARES243, nascido no Porto, a 04.11.1986. Estudante do curso de Guias da Natureza (U. Açores). 2.4.2. D. MARIA DO ROSÁRIO PÓVOAS DE MENESES FONTES244, nascida na freguesia de St.º Ildefonso, Porto, a 06.09.1956. Casou na Igreja de Leça do Bailio, Matosinhos, a 18.06.1983 (div.), com JOSÉ MIGUEL BARATA DE FARIA BLANC245, nascido na freguesia da Lapa, Lisboa, a 23.05.1956. Faleceu em Lisboa, a 16.07.2011. Filhos: 2.4.2.1. VASCO MENESES FONTES DE FARIA BLANC246 nasceu na freguesia de St.º Amaro de Oeiras, a 26.03.1984. Estudante do curso de Comunicação e Multimédia (I.S.M.A.I.), 2.4.2.2. NUNO MENESES FONTES DE FARIA BLANC247 nasceu na freguesia de Ramalde, Porto, a 13.02.1986. Mestrando em Engenharia Industrial e Gestão (F.E.U.P.). 2.4.2.3. D. TERESA MENESES FONTES DE FARIA BLANC248 nasceu na freguesia de Ramalde, Porto, a 15.03.1988. Estudante. 2.4.3. D. ANA TERESA PÓVOAS DE MENESES FONTES249 nasceu na freguesia da Sé, Porto, a 28.02.1958. Casou civilmente, no Porto, a 25.03.1983, com DUARTE NUNO HITZEMANN CÉSAR MACHADO250, nascido na freguesia da Foz do Douro, Porto, a 22.06.1952. Filho: V. Paulo Duarte de Almeida, op. cit., p. 246. Referido e com ascendência publicada por Paulo Duarte de Almeida, op. cit., p. 246. 240 Idem, p. 247. 241 Referido e com ascendência publicada por Paulo Duarte de Almeida, op. cit., p. 247. 242 Idem, ibidem. 243 Idem, ibidem. 244 Idem, ibidem. 245 Referido e com ascendência publicada por Paulo Duarte de Almeida, op. cit., p. 248. 246 Idem, p. 249. 247 Idem, ibidem. 248 Idem, ibidem. 249 Idem, ibidem. 250 Referido e com ascendência publicada por Paulo Duarte de Almeida, op. cit., p. 249. 238 239

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2.4.3.1. GUILHERME 03.02.1990.

DE

MENESES FONTES CÉSAR MACHADO251 nascido a

2.4.4. D. MAFALDA MARIA PÓVOAS DE MENESES FONTES252 nasceu na freguesia de St.º Ildefonso, Porto, a 15.06.1959, e faleceu a 04.08.1984. Casou na Igreja de N.ª Sr.ª de Fátima, Cedofeita, Porto, a 11.11.1978, com JORGE MANUEL CARDOSO FAYA MARINHO253, nascido na freguesia de Nevogilde, Porto, a 15.05.1955, e falecido em Portimão, a 27.04.1995. Antes de casar, D. Mafalda Maria teve a filha adiante referida de JOSÉ MARIA PEREIRA NUNES DA PONTE254, nascido na freguesia da Foz do Douro, Porto, a 16.12.1952. Filha: 2.4.4.1. DR.ª D. TERESA FILIPA DE MENESES FONTES NUNES DA PONTE255 nascida na freguesia de Alvalade, Lisboa, a 24.03.1975. Licenciada em Relações Internacionais. Teve os filhos abaixo de PEDRO MIGUEL CARVALHO BRANCO GIL MATA256, nascido na freguesia de St.ª Cruz, Coimbra, a 24.03.1974. Filhos: 2.4.4.1.1. TOMÁS NUNES DA PONTE GIL MATA257 nascido em 2004. 2.4.4.1.2. RODRIGO NUNES DA PONTE GIL MATA258 nascido em 2006. 2.4.4.1.3. D. INÊS NUNES DA PONTE GIL MATA nascida em 2009. Filha do casamento com JORGE MANUEL CARDOSO FAYA MARINHO: 2.4.4.2. DR.ª D. CRISTINA DE MENESES FONTES FAYA MARINHO259 nasceu na freguesia de Nevogilde, Porto, a 27.09.1979. Licenciada em Turismo (Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Viana do Castelo). Casou na freguesia de St.ª Marinha da Costa, Guimarães, a 26.10.2001, com o DR. ANTÓNIO REIMÃO VILHENA PEREIRA260, nascido na freguesia de St.º Ildefonso, Porto, a 04.12.1974. Licenciado em Gestão (U.P.). 2.4.5. D. FILIPA MARIA PÓVOAS DE MENESES DE SOUSA FONTES261 nasceu na freguesia de Alvalade, Lisboa, a 09.06.1965. Herdeira presuntiva da Casa do Cabo, em Fontes. Casou na Capela da Quinta do Castelo da Granja, em Águas Santas, Maia, a 27.06.1992

Idem, p. 250. Idem, pp. 250, 254. 253 Referido e com ascendência publicada por Paulo Duarte de Almeida, op. cit., p. 255. 254 Idem, ibidem. 255 Idem, p. 256. 256 Referido e com ascendência publicada por Paulo Duarte de Almeida, op. cit., p. 256. 257 Idem, ibidem. 258 Idem, ibidem. 259 Idem, ibidem. 260 Idem, ibidem. 261 Idem, p. 250. 251 252

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(casamento dissolvido por divórcio), com RUI MANUEL KILP KOLBE262, nascido na freguesia de Ramalde, Porto, a 27.04.1964. Filho de António Alberto Roseler Kolbe, natural da mesma freguesia de Ramalde, e de Ingeborg Kilp, natural de Dusseldorf, Alemanha263. Neto paterno de Theodor Dohom Kolbe, que nasceu a 14.08.1903 e faleceu a 17.09.1985, e de D. Maria Deolinda Roseler, que nasceu a 20.01.1913 e faleceu a 04.02.1975264. Neto materno de Albert Ernest August Kilp e de Anneliese Magdalena Kilp265. Filhos: 2.4.5.1. BERNARDO DE SOUSA FONTES KILP KOLBE266 2.4.5.2. MARTIM DE SOUSA FONTES KILP KOLBE267 2.5. D. MARIA CRISTINA ISABEL DE ALMEIDA E VASCONCELOS PÓVOAS268 nascida na mesma freguesia que seus irmãos, a 12.01.1933. Senhora da Casa dos Póvoas, em Taveiro, que herdou de sua mãe e vendeu; funcionária dos C.T.T.. Faleceu, solteira, na freguesia de Miragaia, Porto, a 06.07.2005. S.g. 2.6. ANTÓNIO PEDRO DE ALMEIDA E VASCONCELOS PÓVOAS, que segue

3. ANTÓNIO PEDRO DE ALMEIDA E VASCONCELOS PÓVOAS269 nascido na mesma freguesia que seus irmãos, a 24.11.1937. Funcionário do Grémio da Lavoura de Coimbra. Faleceu na freguesia de St.º António dos Olivais, Coimbra, a 27.04.2001. Casou na Igreja de Ramalde, Porto, a 25.01.1961, (casamento dissolvido por divórcio), com DR.ª D. MARIA ADELINA DA ROCHA DE REZENDE PINTO270, nascida na freguesia de Valongo, Porto, a 06.12.1940. Licenciada em Relações Internacionais (F.E.U.C.); funcionária pública. Filhos: 3.1. DR. MIGUEL REZENDE PINTO PÓVOAS, que segue 3.2. FILIPE RESENDE DE ALMEIDA E VASCONCELOS PÓVOAS271 nascido na freguesia de Ramalde, Porto, a 24.10.1965. Bacharel em Engenharia de Produção Animal (E.S.A.C.). Solteiro. 3.3. ENG.º FRANCISCO RESENDE DE ALMEIDA E VASCONCELOS PÓVOAS272 nascido na freguesia da Sé Nova, Coimbra, a 09.05.1969. Fidalgo de Cota de Armas, a quem o Instituto da Nobreza Portuguesa reconheceu, a 09.05.2007, o direito ao uso do seguinte brasão: escudo esquartelado - I Almeida, II Vasconcelos, III Cabedo e IV Lencastre; timbre de Almeida; tendo como diferença pessoal meia brica de negro; elmo de prata, guarnecido de ouro, aberto, posto a três quartos, volvido à dextra e forrado de azul; correia de ouro, perfilada de negro e fivelada de ouro, com tachões e biqueira de negro; paquife de vermelho 262

Idem, ibidem. Idem, ibidem. 264 Idem, ibidem. 265 Idem, ibidem. 266 Idem, ibidem. 267 Idem, ibidem. 268 Idem, pp. 250-251. 269 Idem, pp. 251-252. 270 Referida e com ascendência publicada por Paulo Duarte de Almeida, op. cit., p. 252. 271 Idem, p. 253. 272 Idem, ibidem. 263

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e ouro; virol com os esmaltes do paquife273. Bacharel em Engenharia Química (I.S.E.C.), Licenciado em Engenharia Química (F.C.T.U.C.), com pós-graduação em Estudos Avançados de Gestão Pública (I.N.A., 2008). Solteiro.

4. DR. MIGUEL REZENDE PINTO PÓVOAS274 nasceu em Madrid, Espanha, a 18.08.1961. Licenciado em Controlo de Gestão (I.S.C.A.C.). Casou duas vezes. A primeira, civilmente, em Coimbra, a 10.05.1985 (casamento dissolvido por divórcio), com D. FLORINDA EUGÉNIA PINHEIRO DA SILVA BARREIROS275, nascida na freguesia de St.º António dos Olivais, Coimbra, a 13.08.1956. S.g. Casou segunda vez, também civilmente, em Cascais, a 09.02.2001 (casamento dissolvido por divórcio), com D. MARIA ADÉLIA GONÇALVES VELOSO DELGADO276, nascida na freguesia de St.ª Justa, Lisboa, a 13.04.1962. S.g. Da sua união de facto com a DR.ª D. CAMILA CHAVES MACHADO, licenciada em Psicologia, psicóloga clínica, filha do Doutor Armando Machado e da Prof. Doutora Vânia Pinheiro Chaves, nasceu: 4.1. PEDRO MACHADO PÓVOAS nasceu em Lisboa, a 08.05.2012.

§3 QUILLINAN MACHADO, DO BRASIL 1. ANTÓNIO QUILLINAN DA SILVA MACHADO (filho de D. Maria Emília Quillinan, n.º 5, atrás referida), nasceu na freguesia de St.º Ildefonso, a 27.09.1873, sendo aí baptizado a 21.10.1873, tendo como padrinhos António José da Silva Júnior, solteiro, comerciante, morador na Rua da Restauração, e N.ª Senhora da Conceição, com cuja coroa tocou D. Ema Kunharat Machado Tavares, solteira, moradora na Rua Formosa277. Frequentava a Academia Politécnica do Porto em 1892 e 1893. Foi para o Brasil, onde casou com D. REGINA .... Filhos: 1.1. GUILHERME QUILLINAN MACHADO, que segue 1.2. CARLOS QUILLINAN MACHADO casou com D. HELOÍSA .... Filha: 1.2.1. D. HELOÍSA MARIA QUILLINAN MACHADO, s.m.n. 1.3. D. ADELAIDE QUILLINAN MACHADO, s.m.n. 1.4. MAURÍCIO QUILLINAN MACHADO casou com D. JANE .... Filhos:

Armas registadas no Livro n.º 1 de Registo de Brasões de Armas, n.º 39, fols. 12v. Referido por Paulo Duarte de Almeida, op. cit., p. 254. 275 Idem, ibidem. 276 Idem, ibidem. 277 A.D.P., Livro de Baptismos de St.º Ildefonso, 1873, fol. 229. 273 274

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1.4.1. DR. ANTÓNIO QUILLINAN MACHADO, Médico de Saúde de Família. Vive em St.ª Catarina, Brasil. S.m.n. 1.4.2. D. REGINA MARIA QUILLINAN MACHADO casada com ... HURLEY. S.m.n. 1.4.3. RUDOLFO QUILLINAN MACHADO, já falecido. S.m.n.

2. GUILHERME QUILLINAN MACHADO casou com D. DIVA RAMOS. Filha: 2.1. D. OLGA MARIA RAMOS QUILLINAN MACHADO falecida no Brasil, a 03.09.2006, s.m.n. Fora do matrimónio, teve de uma índia chamada IRACEMA: 2.2. GUILHERME OCTÁVIO QUILLINAN MACHADO, que foi adoptado por sua tia D. Adelaide (n.º 1.3, atrás referida). Casou com D. HILDA MARIA REBOUÇAS. Moradores no Rio de Janeiro. Filhas: 2.2.1. D. ADELAIDE REGINA REBOUÇAS QUILLINAN MACHADO casou com ... LARANGEIRA, falecido em 2004. Moradores no Rio de Janeiro. Filha: 2.2.1.1. D. LARISSA QUILLINAN MACHADO LARANGEIRA, moradora no Rio de Janeiro, s.m.n. 2.2.2. D. VERA REGINA REBOUÇAS QUILLINAN MACHADO, s.m.n. 2.2.3. D. ÉRICA REBOUÇAS QUILLINAN MACHADO, Licenciada em Direito, Magistrada, Juiza do Trabalho. S.m.n.

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