Quilombolas do Forte Príncipe da Beira, Vale do Guaporé

July 17, 2017 | Autor: E. Farias Júnior | Categoria: Quilombos, Quilombolas, Terras quilombolas
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Descrição do Produto

Quilombolas do Forte Príncipe da Beira-Vale do Guaporé Costa Marques RO

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Associação Quilombola do Forte

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Participantes da Oficina de Mapas, realizada na Comunidade Quilombola do Forte Príncipe da Beira, nos dias 16, 17 e 18 de julho de 2011 Osmildo Pinheiro, Laís Miriam dos Santos, Álvaro Alves, Maria do Nascimento Rodrigues, Raimunda Alves, Salém Costa Penha, Francisca Soares, Cícero da Paz, Elvis Pessoa, Manoel Elias, Manoel Marcolino, Amaury Arruda, Angel Pessoa, Raimundo Pinheiro, Paulo Alves Mota, Adélia Mota, Pedro Pinheiro, Daniel Lima, José Rodrigues, Cristiane Açaiague da Paz, Carlos Pereira, Jean Carlos, Dona Florinda Junior dos Santos, Francisco Gomes, Dona Elizabeth, Francimar Penha, Mônica Rojas, Janete Rojas, Florinda Taborga, Elizete Lima, Santiago Pessoa, Dona Rafaela Ribeiro, Dona Rosa, Catarino de Azevedo, Carlos Abelha.

Participantes da Oficina de Mapas do dia 01 de março de 2014 Maria do N. Rodrigues, Emmanuel de Almeida Farias Júnior, Rayane da paz de Oliveira, Ana Elizabete Bargas Baca, Amaury Arruda, Osmildo Pinheiro, Fabiana de A. Gomes, Florinda Junior dos Santos, Paulo Alves Mota, Adelia do Nascimento, Elizabeth Lima da Paz, Manoel Marcolino, José Rodrigues, Maria Hozana de Azevedo, Ivete pereira de Azevedo, Cristiane Açaiague da Paz, Valdery Dias, Manoel Pereira Lima, Álvaro Alves do Nascimento, Maria Marta Mariano de Oliveira, Ramona, Eydy Hortubes Rivas, Nucicleide da Paz Pinheiro.

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UEA Edições - Manaus 2014

Coordenação do Projeto

Alfredo Wagner Berno de Almeida Rosa E. Acevedo Marin Pesquisador

Emmanuel de Almeida Farias Júnior (PNCSA-UEA / doutorando PPGAS-UFAM) Edição

Elieyd Sousa de Menezes (PNCSA-UEA) Cartografia

Carolina Pinto da Silva (PNCSA/UEA – PPGSCA-UFAM) Levantamento de G.P.S.

M297

Mapeamento social como instrumento de gestão territorial contra o desmatamento e a devastação : processo de capacitação de povos e comunidades tradicionais : quilombolas do Forte Príncipe da Beira Vale do Guaporé, Costa Marques, RO, 10 / coordenação do projeto, Alfredo Wagner Berno de Almeida ; Emmanuel de Almeida Farias Júnior. – Manaus : UEA Edições, 2014. 12 p. : il. color. ; 27 cm. ISBN 978-85-7883-195-0

Fotografias

1. Conflitos sociais. 2. Quilombolas – Costa Marques (RO). 3. Comunidades tradicionais. 4. Desmatamento. 5. Territorialidade. 6. Cartografia. I. Almeida, Alfredo Wagner Berno de. II. Farias Júnior, Emmanuel de Almeida.

Emmanuel de Almeida Farias Júnior (PNCSA-UEA / doutorando PPGAS-UFAM)

CDU 528.9:316.48(811.1)

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Elvis Pessoa Angel Pessoa Milton Pessoa Amaury Arruda Álvaro Alves Carlos Abelha Catarino de Azevedo Jean Carlos.

Nova Cartografia Social da Amazônia

Projeto Gráfico e Editoração

Design CASA 8

Projeto Mapeamento Social como Instrumento de Gestão Territorial

Forte de Conceição: “Tudo Preto Como Nós” “Lá em Conceição era assim, tinha muita gente, assim... olha o Matias é preto. O pai dele era mais preto do que ele. Aquela turma na casa do compadre. Acho que tinha bem uns dez, fora as mulheres, tinha muita gente, tudo preto como nós. Não tinha esse negocio de branquidade. Lá quem era da cor desse moço aí era o compadre Amaral, que chamavam de Fon-fon, ele trabalhava na Cruzeiro do Sul e fazia o serviço de tabelião, ele viveu muitos anos fazendo esse serviço. O caso de lá foi o seguinte, não foi nada de formiga... a gente fazia assim, uma comunidade, um ajudava o outro, o outro ajudava o outro, assim ia trabalhando na roça. O Francisca da Glória pessoal lá era muito unido, muito bacana, graças a Deus. O gado destruía tudo... era do Batalhão, que ninguém podia dar parte, era deles mesmo, aí pronto, foi saindo, foi saindo e aí eu fui embora pra Porto Velho, depois eu voltei de novo. (...) Nesse tempo eu nem existia. Aí eu não sei o que houve que ela não contou direito que ele fugiu. Naquele tempo que o pessoal fugia. Quem era mais pobre, negro, não tinha vez. Então o velho fugiu! O esposo da vovó. (...) Agora a minha avó contava que a mãe dela foi escrava, eu acho que foi por isso que esse homem fugiu, mas não sei contar isso aí. A mãe da minha avó, Marcelina, foi escrava... Lá em Conceição a gente trabalhava em roça, castanha, seringal. Meus primos trabalhavam aí na Serra (Conceição). Só cortando seringa. O Raimundo Birro, o Isídio e esse Malaquias que foi expulso daqui.” FRANCISCA DA GLÓRIA “Eu me chamo Florinda Júnior dos Santos, conhecida como Dadá (...) lá em Conceição a gente vivia da roça, de pesca e lá a gente tinha colégio, tinha o juiz de paz que era o seu Anacleto, ele já faleceu. Lá que foi tirado a nossa documentação, registro na época, lá que a gente tomava vacina, acompanhamento médico quando vinha de avião na época que era o Cruzeiro, a FAB e a Catalina, não era Cruzeiro era Catalina e a FAB, tinha colégio, tinha o telegrafista, que trabalhava e morou muitos anos o seu Adgércio, depois mudou pra outros, tinha correio, tinha um senhor que trabalhava no correio, tinha escola, só em comércio que vinha Florinda Júnior dos Santos uns barco marreteiros que atracava lá no porto e a gente comprava dele, umas coisas que a minha mãe ás vezes pedia que a gente vinha comprar aqui no Forte, e a gente vinha pela estrada ali do cemitério, saindo ali no Forte era uma vila de casas, tinha o piquenique, mas geralmente criança tem medo de andar no mato, e a gente vinha mais pela estrada, eu estudei aí até o terceiro ano, estudei três anos em Conceição.” FLORINDA JÚNIOR DOS SANTOS

Associação Quilombola do Forte

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“Na época de Conceição tinha o mestre Anacleto era quem cuidava dessas coisas, que minha vó mesmo conta que ele fazia as garrafadas, era ele que curava as pessoas, era o mestre Anacleto o pessoal de Conceição não viviam em enfermaria aqui no Forte Príncipe da Beira não, era ele lá que resolvia as coisas.” LAÍS DOS SANTOS

As coisas foram piorando: o processo de fechamento da comunidade “Porque opressão a comunidade recebe desde o tempo da minha avó, da minha bisavó, no tempo do meu avó, já existia opressão aqui dentro, até revirar, na época minha avó morava lá no Conceição, dona Francisca e meu avô Augusto Quitino, moravam lá em Conceição, quando roubaram um dinheiro lá de dentro do quartel, eles até reviraram as roças das pessoas da comunidade, achando que quem tinha roubado o dinheiro era as pessoas da comunidade porque eram tudo gente pobre, gente humilde que não tem de onde realmente tirar o dinheiro, “porque as pessoas da comunidade tinham tirado, tinham roubado o dinheiro”, e reviraram roça e tudo e depois foram descobrindo que era gente do quartel mesmo, que era militar quem tinha feito isso, mas até eles conseguir descobrir quem foi que roubou, a comunidade passou por muitas humilhações, passou por muitos constrangimentos, teve que ouvir muita coisa, então desde aquela época, desde aqueles anos e anos atrás, na época da minha Laís Mirian dos Santos bisavó, já existia isso.” LAÍS MIRIAN DOS SANTOS

Real Forte Príncipe da Beira “Antes da construção do Real Forte Príncipe da Beira, em 1776, a gente sabe que no local onde está construído o Forte, existia uma senhora negra que se chamava Ana Moreira e que foi expulsa pelo Domingos Sambucetti para a construção do Forte. Ana Moreira em 1743 era dona de muitas cabanas aqui como mesmo falou Sambucetti. Hoje, 235 anos depois querem fazer a mesma coisa com a comunidade dos dias de hoje. Esquecendo-se dos valores morais, da dignidade humana. Desrespeitando todos os limites dos direitos humanos. Constrangendo esta comunidade com todos os tipos de humilhação.” ELVIS PESSOA

As pressões do exército “Antes a escola era fora do aquartelamento. Com a nova construção da cerca a escola ficou dentro. Acredito que houve um erro da direção na época e não tomou as devidas providências. A partir do momento que viram fazendo buraco ali pra fazer uma nova cerca a direção deveria comunicar o Governo do estado para solucionar o problema.” MARIA DO NASCIMENTO RODRIGUES

O cercamento da escola “Eu sou Carlos Santos, sou descendente dos quilombolas lá do Bom Jardim, em Santarém do Pará, sou professor de língua portuguesa. (...) Devido a minha escola ficar na área do Exército, no aquartelamento, todo mundo se conhece ali. Já moro há quase trinta anos. Então é constrangido a gente ser abordado por desconhecidos, na sexta-feira aconteceu um fato que me deixou muito

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Nova Cartografia Social da Amazônia

Projeto Mapeamento Social como Instrumento de Gestão Territorial

deprimido, fiquei chateado, então eu fui abordado, me pediram meus documentos, todos os meus documentos foram dados, todos os meus dados, identidade, nome, aconteceu numa sexta-feira, e na segunda-feira aconteceu do mesmo jeito. Queriam que eu me identificasse, pediram a minha identidade de novo, e eu disse que já tinha passado todos os meus dados, e não merecia mais, todo mundo me conhece, então eu segui pra escola, e logo atrás o guarda foi chamar o tenente, e eu pensei que alguma coisa ia acontecer, será que eles pensam que eu sou um mau elemento? Eu fui e entrei em sala de aula, fiquei em sala de aula e no período de dez minutos eu fui chamado na presença do comandante Farias para que eu “Um dia eu fui passar (na escola), fosse levado até a sua sala, e lá ele colocou todas as leis que eu poderia ser abordado como infrator, mal cheguei, o cara não abriu por desacato à autoridade, que eu poderia pegar de o portão, eu voltei e fui embora” 6 meses a 2 anos de cadeia, só que ele não queria que eu fosse autuado nesse artigo, e sim no artigo militar, ele foi bem claro comigo, ele disse: “olha você poderá ser, se eu quiser, nesse artigo militar que você vai direto preso para a polícia federal”. Eu acho que eu não merecia, eu não desacatei nenhum soldado. Eu sou brasileiro, sou servidor público, tenho o direito de ir e vir, então eu fui constrangido pelo fato de ser abordado no meu próprio serviço, na escola onde eu sou um professor. (...) Ele gritou na escola: “onde está o professor Carlos, ele já fez merda na cancela”, eles chamam de “cancela” a entrada do quartel. É preciso de uma escola fora do aquartelamento, porque não dá, a aprendizagem é zero.” CARLOS SANTOS “Duas mães foram até a escola general Sampaio antes da festa junina, data que comemoramos a festa da Fortaleza para doar suas contribuições para a festa. Ao passar pelo portão, em frente dos correios, o soldado perguntou a elas: “vocês vão onde”? Elas falaram: “nós vamos lá à escola levar esse material”, “Vocês trouxeram a carteira de identidade? Não. Ele exigiu que falasse o número do RG. Então, elas falaram que não estavam com a carteira naquele momento e não sabiam o número. mas vocês não vão entrar sem se identificar”, aí uma das mães falou pra ele: “então dá pra chamar alguém lá da escola”, ele falou: “não é assim não, isso não é bagunçado”, já foi logo se alterando, ele entrou foi ligar pra guarda, nesse intervalo as duas mães já estavam um bom tempo no sol quente e não aguentaram, seguiu adiante, entraram na escola, deixaram o material, relataram o fato lá pro secretário, Ao retornar elas passaram pelo soldado, ele começou a falar coisas pra elas, dizendo que elas estavam erradas de ter entrado, por que lhe desacatou, porque ele ia ser chamado atenção Maria do Nascimento Rodrigues pelo tenente, e uma das mães pegou e falou pra ele: “qualquer coisa você fala lá pro tenente que foi nós que entramos, nós já entramos e já retornamos pronto acabou- se”. “Ah, mas não é assim não, tá pensando que aqui é a casa da mãe Joana, aqui não ”, o soldado colocou a mão na arma, e ficava falando pras mães: “entra aqui de novo, nessa porra nesse caralho, pra vocês verem o que vai acontecer”. (...) ele repetia a frase várias vezes, então esse foi o termo que o soldado usou, a partir daí, as mães não frequentaram mais a escola. E os demais depois que souberam do incidente não quiseram mais fazer o mesmo. E quem é que vai?“ MARIA DO NASCIMENTO RODRIGUES “Meu nome é Amaury Arruda, faço parte da comunidade quilombola. Meu pai veio do Amazonas. Meu pai era Sargento Enfermeiro. Foi meu pai que pediu para vim para o Forte Príncipe da Beira. Na minha época, era sair daqui até Conceição. Conceição era tudo habitado. Lá era a comunidade que iniciou a comunidade quilombola. Inclusive a Dona Dadá é originária de lá. Lá eu me lembro como se fosse hoje: eram várias vilas de casas, todas de barro e cobertas com palha. Eram várias famílias, praticamente eu não via ninguém branco. Era só negro, inclusive o Teté. Minha origem é negra, no Amazonas, eu sou da Praça 14. Quando eu fui ter aula de técnicas agrícolas na época, o caminhão do quartel botava a gente e levava para a fazenda. Tinha uma fazenda para

Associação Quilombola do Forte

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Associação Quilombola ASQUIFORTE Associação de pescadores

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Colocação de Seringa queimada pelo Exército

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Cemitério

Colocações de Seringa

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Sítios arqueológicos

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Antigo Fortim de Conceição: área de famílias Quilombolas deslocadas devido à criação de gado do Exército Complexo do Labirinto Oficina de Lavragem Casa de pólvora

Hidrografia Estradas Complexo Serra Grande Capoeira

Macaco

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Pedra de figuras rupestres

Desmatamentos

Projeto Nova Cartografia Social da Amazônia Mapa situacional - Fevereiro, 2014

pesquisador Emmanuel de Almeida Farias Júnior

BR -47 8

Equipe de levantamento em GPS Angel C. Pessoa Catarina de Azevedo Jean Carlos Chianca Elvis Pessoa Cartografia Carolina Pinto da Silva (PNCSA) Luís Augusto Pereira Lima (PNCAA-UEA/PNCSA)

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64°30'0"O

Sistema de Coordenadas Geográficas SIRGAS 2000 Escala 1:75.000 64°25'0"O

Praia do Machupo

Praia do Arruda 64°20'0"O

12°25'0"S

Baia do

Bolívia

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Ruinas de Conceição

Limite municipal

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Onça Preta

Com. Quilombola do Real Forte Príncipe da Beira

Entrada do estande de tiro

Fortaleza



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Igarapé do Fofão

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Com. Quilombola do Real Forte Príncipe da Beira

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Com. Quilombola do Real Forte Príncipe da Beira

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Locais de pesca

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Praia de Conceição

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Entrada da reserva fundiária

Limite área Quilombola

Bananal da Baia

Croquis das Comunidades participantes da Oficina de mapas; Pontos de GPS coletados pela equipe de levantamentos; Imagem de satélite LANDSAT_5 de 07.09.11; IBGE 2010 e 2007; Carta Imagem de Localização da Gleba Conceição, Distrito do Real Forte Príncipe da Beira - Lei n° 403/2005, Governo do Estado de Rondônia, SEDAM.

Quartel do Exército

Locais históricos

Local de seringal

Fontes

Aeroporto

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Costa Marques Rondônia

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Quilombolas do Real Forte Príncipe da Beira

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64°30'0"O

MAPA NO Conceição, depois que eles (Exército) montaram aquela fazenda de Conceição é que começou a dizimar a comunidade. Por quê? Lá como era campo era fácil plantar. Eles (quilombolas) plantavam na cheia o arroz. Esperava baixar o rio saia plantando o arroz, antes da enchente começava a colher. O Exército botou essa fazenda e começou a criar gado. O gado comia a roça do povo todinha. Como que o pessoal vai sobreviver. Foi uma forma do Exército encontrou de começar a imprensar esse povo quilombola que morava ali. Ainda era época da ditadura militar, chegava fulano de tal, que fulano de tal roubou ou brigou. O Exército chegava lá e queimava a casa do cara. Queimava e botava o cara para correr. Quando a gente pensa que a situação vai resolver. O pessoal do INCRA tentou entrar aqui e foi impedido pelo Exército. Depois dessa confusão toda. O Exército apareceu com essa norma de convivência, isso aqui é um absurdo é uma armadilha para a comunidade assinar. A comunidade que já é submissa. Essa norma de convivência é uma armadilha profunda. Vocês estão sendo tolhidos do direito de vcs, de plantar e de colher, mas de qualquer forma vocês vão lá e plantam mesmo assim. “Não pode!” Mas vocês vão mesmo assim. Agora, no momento que vocês assinarem. Aí vão (o Exército) dizer: “Você não pode... você assinou”. Aí vai respaldar eles para perseguir vocês.” AMAURY ARRUDA

A luta pelo território “Hoje o que mantém o Forte ainda em pé é a comunidade civil, é a comunidade quilombola” ELVIS PESSOA

Elvis Pessoa

Elaboração dos mapas Comunidade Quilombola do Forte

“São duas instituições brigando pela terra, que é o Exército brasileiro, uma instituição muito forte, federal, e nós da associação quilombola do Forte Príncipe da Beira, que foi reconhecido (Fundação Cultural Palmares) em dois mil e cinco, mas se a gente for contar histórias de opressão de humilhações vai ter bastante. Eu acho assim, o que a comunidade quer é só uma coisa: “liberdade”, e a gente não tem essa liberdade, é como se estivesse na época da escravidão aqui, os senhores é o exército, e nós temos que obedecer tudo que vem deles, do contrário, a comunidade acaba recebendo represálias.” LAÍS DOS SANTOS “Hoje o que mantém o Forte ainda em pé é a comunidade civil, é a comunidade quilombola” (...) Diante de tudo que já foi falado eu queria ressaltar essas conquistas da nossa comunidade, enquanto associação, enquanto legalizada, nós temos o desafio de permanecer na nossa terra hoje, o Governo Federal hoje trabalha pra que as comunidades remanescente de quilombo permaneçam nas

O VERSO suas áreas, esse é o foco principal hoje do governo( ...) Aquela certificação quilombola nos permite fazer do nosso local de origem a nossa casa, nos permite ter direito, nos permite que a gente possa ir e vir, o que falta hoje é realmente o governo essas pessoas que hoje estão no poder de reconhecer o direito dessas comunidades (...) então a gente ver assim que a associação quilombola ela tem dado respaldo pra comunidade nesse sentido, de que enquanto remanescentes o certificado ele não veio individual, ele veio pra comunidade.” ELVIS PESSOA

Seringa... Castanha Manoel Pereira Lima

“No Fofão tinha as colocações do Osmildo, do Nato, do Roberto. Naquele tempo era tudo liberado. Nós íamos e voltávamos. Tinha uma colocação. Eu ficava de dez a quinze dias na colocação. Trazia a borracha nas costas. A gente fazia a borracha defumada, a gente vendia no Forte. Eu aprendi no seringal, eu tinha oito anos de idade. A força da seringa é maio, junho, julho, agosto, setembro e outubro. Em novembro começa as chuvas e fica difícil. A castanha é novembro, quando começa a cair, aí vai dezembro e janeiro.” MANOEL PEREIRA LIMA

Salém Penha

Levantamentos com GPS

“Sou da comunidade de Santa Fé, meu pai me trouxe pra cá por que aqui é o único lugar, trabalhava na seringa, roça, castanha, pesca, chegamos aqui em setenta e quatro, até hoje nós estamos aqui, depois já veio o comandante querendo mandar, outros chegaram já era bom, outros chegaram já era ruim, e assim por diante, o comandante Duarte chegava na casa dos civis e perguntava se dava pra ajudar ele, “se dava”, então as pessoas iam e ajudavam, aí ele dava uma cesta básica, qualquer coisa, ele ajudava, depois já chegou os outros, que já eram diferentes: “você vai pro multirão se não for você vai ser expulso daqui”, já chegou diferente, então as coisas são assim, muitas pessoas já não foram gostando mais disso foram embora, foram saindo e foram fazendo isso, por ultimo já foi chegando na cerca do colégio, foram cercando tudo e depois já inventaram de pedir documento do pessoal da comunidade, pra entrar ali tinha que dar identidade, pra ver quem era tudo que a pessoa ia fazer, eles queriam saber o que a gente fazia, pra onde ia, tudo isso então muitas vezes a pessoa vai se desgostando através disso aí. “Tiro aqui na Serra... tirava bastante, agora já tiro menos, uma base de umas cinquenta barrigas, só daqui de dentro, até mais um pouco, porque devido ao fogo queimou e estragou muito castanhal, ainda chega essa fase, o comprador, é brasileiro e boliviano, mas todo brasileiro que compra essa castanha tudo é pra Bolívia, chega um brasileiro comprando é pra Bolívia, ela chega uma base de

sessenta reais, chega a noventa até cem reais, a barriga são seis latas, sessenta e seis quilos. Nessa época todo mundo ganha um dinheirinho, esse ano até noventa reais eu ganhei na barriga.” SALÉM PENHA “Rapaz, o grande problema é o seguinte: Eu... o tenente, eu nem sei qual é o nome dele. Não conheço o cidadão. Quando chegou aqui, por uma denúncia vazia... Pegaram tudo o que eu tinha, quebraram a minha cozinha todinha, depois Manoel Marcolino da Silva tocaram fogo na minha casa, depois levaram minhas galinhas todinhas. Olha, tudo o que eu tinha sumiu. O Exército estava no meio. Depois eu fui fazer procuração e publiquei no jornal. Depois a pessoas me procuraram, o Exército veio aqui também me procurando. O comandante chegou e disse que tudo era mentira. Eu perdi na base de uns 40 mil reais, fora a terra. Eu tinha muitos plantios, eu tinha dois alqueires de terra plantada. Eu tive depois lá, tive até desgosto, acabou tudo. A denúncia foi que um vizinho, com ambição das minhas coisas veio e falou que eu tava tirando ouro, que tinha muita gente lá dentro, que eu tava mantando bicho para vender na cidade. Nunca fiz isso! Quando ele chegou lá eu tinha matado um queixado, eu tinha sete pessoas trabalhando, quebrando castanha, tinha que comer. Ainda tem mais uma coisa, a legislação ambiental fala que quem vive na floresta, sobrevive da floresta. Ele pegou, autuou a carne. Nós estávamos quebrando castanha, era eu e meus filhos, eu tenho sete filhos. Nós estávamos quebrando castanha e eles viram o meu monte de castanha.” MANOEL MARCOLINO

As roças “Eles (o Exército) estavam impedindo de queimar a roça. Fui lá, primeiro levaram seu Antônio, porque tinha queimado e não autorizado, foram lá, multaram ele. O IBAMA o multou porque tinha queimado sem autorização estava impedido. Mas aí parece que o Amaury conseguiu o advogado da Câmara e derrubou o processo e não pagou mais nada.” OSMILDO PINHEIRO, REUNIÃO COM OS QUILOMBOLAS, COMUNIDADE FORTE PRÍNCIPE DA BEIRA, 13/10/2009

“A época de você brocar uma roça antigamente, falo antigamente porque hoje em dia não pode mais porque é proibido. Você começava a brocar ela em junho, ai era contado sessenta dias, no tempo que você brocava a mata alta podia, que não tinha essa proibição de tocar fogo, você contava sessenta dias e botava fogo nela, porque é a época que diziam os antigos, e é quando o óleo da madeira sobe pra casca aí a roça queimava bem em sessenta dias, você queima ela, geralmente a gente queimava no dia 20 de agosto por aí, porque sempre quando eu comecei a botar roça, sempre no dia 24 de agosto que é Osmildo Pinheiro dia de São Bartolomeu é dia de tempestade, dava a primeira chuva aí a gente plantava se fosse uma época de lua crescente plantava no dia seguinte a planta em agosto, quando era em Dezembro a gente já tava colhendo por exemplo o milho, a melancia o jerimum que dava num prazo de noventa dias, o feijão se fosse desse feijão de corda, porque se fosse do outro o carioquinha ele saia antes, na época de março até abril, ai a macaxeira, ai você planta tem a macaxeira de seis meses, tem a de oito meses, de um ano, e a de dois anos, só que a que macaxeira nenhuma com mais de dois anos ela fica boa, se você com dois anos não tirar ela puba, e essa que dá com seis meses, se você com um ano não tirar ela também puba, que a matrixã, a gema de ovo, a pau de óleo ela aguenta até um ano e meio, que ela dá com um ano, vem o arroz, você planta ele geralmente em novembro ou dezembro, quando é em março, parte da produção você está colhendo ele, o milho do mesmo jeito, porque tem um milho da produção, você pega esse milho da EMATER, e dizem que ele dá tingido, você pega ele e planta pode ser terra boa como for, ele dá bem baixinho mais as espigas são tudo grossa, você guarda aquele milho pra semente, aí no outro ano, ele dá umas espigas tudo desse tamanho.” OSMILDO PINHEIRO “Houve pessoas que foram tiradas da roça e jogadas na viatura do quartel e deixado lá no IBAMA como se fossem animais, sem direito a pegar um documento na sua casa, nem trocar de roupa.” ELVIS PESSOA 8

Nova Cartografia Social da Amazônia

Projeto Mapeamento Social como Instrumento de Gestão Territorial

Pesca “Só pode pescar com linhada e com a carteirinha de quilombola no bolso, ou então com a carteira de pescador e é sete quilos por dia, se o cara for pego com mais de sete quilos aquele peixe é levado, isso foi o que o chefe do IBAMA falou aqui numa reunião que teve, sete quilos por semana.” OSMILDO PINHEIRO

“Sete quilos de peixe aqui muitas vezes e só um almoço, pra tu ter uma ideia, porque tem famílias grandes aqui e sete quilos é pouco para uma família grande, porque aqui ninguém tem o luxo de comprar carne, no preço que está, o preço do frango, aí fica complicado realmente.” ELVIS PESSOA

Conhecimentos Tradicionais: Rezas e plantas medicinais “Eu rezo pra quebranto, rezo pra mal olhado, rezo pra vento caído, rezo pra vermelha, e sempre tem gente lá em casa, e graças a Deus sempre as minhas rezas tem efeito, isso é o que o pessoal fala, não sou eu, é o pessoal.” OSMILDO PINHEIRO A minha avó conta uma história de uma senhora boliviana que chegou com a filha dela que já estava em trabalho de parto, coitada, já fazia dias, fazia muitos dias que ela tava tentando ter o filho dela e ela não conseguia, e nessa época minha avó ficava um pouco aqui e um pouco em Porto Velho, que ela tinha diabetes, então quando ela ficava ruim, ela ia pra Porto velho, ai lá em Conceição chegou essa senhora de canoa e eles já estavam todos desesperados, por que a mulher já fazia dias e não conseguia ter o neném, naquela época não existia óleo, era tudo feito com banha, minha avó disse que tinha aquelas latonas de banha, ela disse que esquentou um pouquinho e passou na barriga da mulher, foi sentir diz que a criança tava atravessada, e a mulher já estava quase pra morrer, a minha avó falou: eu não sou parteira, quem é parteira é a minha mãe, mas vamos tentar quem sabe seu filho não nasce, diz que minha avó começou a ajeitar a criança, e chacoalhava ela e dava cada grito, que na hora do desespero mas foi indo e minha avó conseguiu encaixar a criança direitinho na barriga dela, até que a mulher teve força, até que conseguiu ter a criança, e se fosse hoje em dia já iam cortar ela e ia ficar três meses, a minha avó ela pega a barriga, só que ela não gosta muito de pegar porque ela falou que hoje em dia as mulheres já não acreditam mais.” LAÍS DOS SANTOS “Minha mãe Carmen conta, que tinha uma senhora negra chamada Faustina, que fazia parto, remédio caseiro, rezava para vários tipos de doenças como: mal olhado, cobreiro peito aberto, vermelha, dor de cabeça, e outros. Porém era uma mulher abençoada que gostava de cuidar das mulheres e crianças.” CRISTIANE AÇAIAGUE DA PAZ Cristiane Açaiague da Paz

Festas “A comunidade sempre participou em eventos comunitários, mas de uns tempos pra cá a mesma foi deixando perder os costumes, então hoje nós estamos tentando resgatá-la. Quando eu era pequeno, lembro que chegava a época das festas juninas fazíamos fogueiras e dançávamos quadrilha, com isso toda a comunidade se reunia para festejar. Na semana santa brincávamos de Judas (brincadeira onde se escondia o mesmo para todos procurarem). Com o passar do tempo isso tudo foi se perdendo por conta que as grandes partes dos moradores antigos foram embora e outros morreram. Fazendo com que nossos descendentes fossem deixando todos os costumes de lado. Então hoje nós estamos trabalhando pra tentar resgatar de novo essa cultura da nossa comunidade.” ÁLVARO ALVES

Álvaro Alves

Associação Quilombola do Forte

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Divino Espírito Santo “A maior tradição... (da nossa comunidade) é a festa do Divino Espírito Santo (117 anos) em todo lugar que a coroa passa existe uma irmandade, isso é uma diretoria de sete componentes. No ano de 2011 foi criada a diretoria.” OSMILDO PINHEIRO “Quando a coroa do divino Espírito Santo chegava ao forte, Dona Faustina dizia: “vamos minhas filhas, vamos meu pessoal, vamos pedir a Deus que nos liberte”. (...) Que festa linda, excelente, tão humilde, mas tão importante. Dona Francisca conta a história de sua filha. Eu tenho uma filha que está com 43 anos, nasceu aqui na comunidade. Nasceu com os dois pés aleijados. O meu mais querer bem aqui o Forte, foi a benção que eu recebi. Minha filha nasceu com os dois pés aleijados e eu pedi para o Senhor Divino Espírito Santo. Se olhar hoje, essa menina nunca foi aleijada. Parece incrível, os pezinhos dela a tortura vinha daqui, a tortura era assim. Ela dizia: “papai, eu não posso me agachar”. Ele fez um banquinho e colocava um peniquinho para ela. E hoje ela é normal. Então, não é uma benção? Para mim ficou marcado na minha vida. Nesse tempo tinha um tenente bom aqui. Sim, me mandou para Porto Velho, para eu ir na Junta Médica, eu já fui com uma carta de recomendação. Tem tempo que vem gente boa pra cá, mas tem tempo que a coisa pega! Mandou que eu fosse, eu fui! Fui direitinho como ele disse, no Hospital São José. Eu fui eles repararam o pezinho da minha filha e disseram: “olha mãe, se conforme, que nem uma parte do mundo a senhora vai ter condições de arrumar o pé da sua filha”. Quando eu cheguei aqui o tenente disse: “não, a senhora vai para Brasília, essa menina não pode ficar desse jeito, tem jeito sim”. Eu disse: “não, tenente eu lhe agradeço a sua boa vontade, mas eu não vou mais não, Deus quis assim, assim seja. Andar com a minha filhinha por aí fica ruim”. Eu pedi ao Senhor Divino Espírito Santo, foi naquele tempo que ia chegar a Coroa. Pois hoje, você olha pra minha filha... Pode conversar com a Nazinha que ela viu como era os pés da minha filha, era tudo tortinho, ela pisava com a costa do pé. Não é uma benção? Isso foi o que me marcou mais para gostar daqui. Foi uma benção que eu recebi. Por isso que eu peço pro Senhor ter misericórdia de nós e nos liberte. As criaturas de coração bom, ministro, essas coisas, que verem esse processo, tenham dó de nós e nos libertem. Isso aí é muito ruim. Que eles fiquem aí mesmo. Mas no lugar deles pra lá e não persigam a gente. A Dona Faustina, coitadinha, já partiu! Ela fazia remédio. Uma vez que o Divino Espirito Santo veio pra casa dela, veio passar dois dias. Foi muito bonito. Ela preparou a gente, todo mundo. Chamou a comunidade lá de Conceição, com as roupas brancas e as faixas vermelhas. Muito bonito.” FRANCISCA DA GLÓRIA

Reivindicações “Ainda não foi feito nosso estudo antropológico por que se eles tivessem entrado aqui e tivesse feito o trabalho que eles tinham que fazer talvez a gente não estivesse passando por tudo isso que a gente tem que passar, tem a Prefeitura que é ai de Costa Marques, que é mais me parece assim eu vejo assim que parece que ela tem medo de investir as coisas aqui dentro como o posto médico que nós necessitamos, porque na verdade hoje em dia nós somos atendidos pela enfermaria do pelotão querendo ou não a gente tem que ir lá, a gente tem que se humilhar porque eles mesmo sempre dizem que na verdade não é obrigação deles, e eles estão certos realmente não é obrigação deles, de atender a comunidade mas mesmo assim eles estão atendendo, a água que a gente tem que é água encanada vem de lá de dentro do quartel, então eles se sentem em todo o direito de fazer o que eles querem e a gente tem que baixar a cabeça, eles acham que a gente tem que baixar a cabeça, e aceitar por causa dessas coisas, do que eles cedem pra gente, então assim a prefeitura fica com medo de investir, eles dizem: “mas se de repente a comunidade sai daqui”, eu digo que do mesmo jeito que o exército tem o direito deles nós também temos, eu não tenho esse medo de pensar assim que a gente vai sair daqui, por que nós temos um direito nós somos amparados por lei da mesma forma que eles devem ter os direitos deles com certeza mas também nós temos os nossos.” LAÍS DOS SANTOS

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Nova Cartografia Social da Amazônia

Projeto Mapeamento Social como Instrumento de Gestão Territorial

Lista das principais reivindicações 1. Titulação imediata do território quilombola de acordo com o Art. 68 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias da Constituição Federal de 1988, bem como do Decreto 4.887 de 2003; 2. Que o Exército Brasileiro, reconheça e respeite os remanescentes de quilombolas sem oprimir e violar os direitos constitucionais e a Certidão de Auto-Reconhecimento da Fundação Cultural Palmares; 3. Construção de um Posto de Saúde, com atendimento de emergência. Evitando assim que as famílias quilombolas sofram constrangimento por parte dos militares por estarem sendo atendidas no hospital do B.E.F.; 4. Uma ambulância 24 horas; 5. Permanência da escola Estadual General Sampaio na comunidade quilombola do forte príncipe da Beira com uma construção de um novo prédio, com quadra esportes coberta fora do aquartelamento, evitando que professores e alunos sofram constrangimento e humilhação por parte dos militares, como o ocorrido no ano de 2011; 6. Investimento em infraestrutura: asfalto, meio fio, iluminação pública, água tratada, esgoto sanitário e coleta de lixo; 7. Construção urgente de um poço artesiano para atender a comunidade independente do aquartelamento, para evitar os fatos acontecidos em 2011 quando a água era interrompida propositalmente como retaliação, deixando crianças, idosos e pessoas doentes sem água em casa; 8. Construção de um centro de apoio ao turista; 9. Aquisição de trator de pneu com implementos agrícolas; 10. Projeto via Ministério do Meio Ambiente e Turismo para a implantação de serviços turísticos; 11. Aquisição de um ônibus para transportar turistas; 12. Implantação do Projeto Minha Casa, Minha Vida; 13. Asfaltamento da rodovia estadual Mario Nonato que liga Costa Marques ao Distrito do Forte Príncipe da Beira.

CONTATOS Associação Quilombola do Forte – ASQFORTE

Rodovia Mario Nonato Distrito do Real Forte Príncipe da Beira 76937-000 Costa Marques RO telefones 69. 3652-1027 e 69. 3652-1024

Associação Quilombola do Forte

ASSOCIAÇÃO QUILOMBOLA DO FORTE

1 Comunidade do Paraizinho – Humaitá AM

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2 Nossa Senhora Auxiliadora – Humaitá AM 3 Bom Jardim – Benjamin Constant AM

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4 Quilombolas do Rio Andirá – Barreirinha AM 5 Quebradeiras de Coco Babaçu e Agroextrativistas do Sudeste do Pará

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6 Terra indígena Pindaré – Bom Jardim MA 7 Trabalhadores Rurais do Cujubim – Caracaraí RR 8 Desmatamento e a devastação de castanhais – Amaturá AM 9 Associação de moradores e produtores da comunidade remanescente de Quilombolas do Rosa – Amapá 10 Quilombolas do Forte Príncipe da Beira, Vale do Guaporé – Costa Marques RO

PROJETO EXECUTADO COM RECURSOS DO

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REALIZAÇÃO Nova Cartografia Social da Amazônia ASSOCIAÇÃO QUILOMBOLA DO FORTE

APOIO

FEDERAÇÃO DAS ASSOCIAÇÕES REPRESENTAÇÃO DE SECRETARIA DE ASSISTÊNCIA COMUNIDADES QUILOMBOENSINO/SEDUC, Projeto MapeamentoSOCIAL SocialE CIDADANIA/ como Instrumento deE Gestão Territorial LAS DO VALE DO GUAPORÉ – COSTA MARQUES SEMASC/ PREFEITURA DE FACQVALE COSTA MARQUES

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