«Quinta da Arrochela, Penamacor» (Poster) in Aspectos da Romanização nas terras beirãs de entre Tejo e Douro

July 24, 2017 | Autor: Sara Ferro | Categoria: Roman Necropolis
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Aspectos da romanização nas terras beirãs de Entre Tejo e Douro

Quinta da Arrochela Penamacor

A descoberta em 1985 de tijoleiras estruturadas que afloravam num caminho na Quinta da Arrochela, localizada na freguesia e concelho de Penamacor, levaria a uma intervenção de emergência do Serviço Regional de Arqueologia da Zona Centro do IPPC, pondo a descoberto um dos mais importantes achados de época romana no concelho. A escavação veio a revelar duas estruturas tumulares e um local de cremação. A sepultura, que hoje se encontra no Museu Municipal de Penamacor, juntamente com o espólio exumado, era constituída por uma estrutura retangular em tijoleira, delimitada por tegulae colocadas na vertical e no centro da qual se encontrava a caixa tumular. Esta, possuindo paredes com nichos e fundo em tijoleira, era coberta por placas de xisto. No seu interior encontravam-se três bilhas em cerâmica, uma lucerna, dois unguentários e um copo em vidro, alfinetes de toucado em osso, uma colher em metal e vários pregos. Justaposta a esta sepultura existia outra estrutura mais pequena, formando uma caixa quadrangular, com paredes constituídas por tijolos retangulares. Aí se recolheu uma bilha em cerâmica, um copo de vidro e um prego. Na zona de cremação (cinzeiro) estavam uma lucerna e pregos.

Fig. 1 – Corte e perspectiva axonométrica da sepultura G5.1 (desenho de José Luís Madeira, segundo relatórtio da escavação)

Fig. 2 – Corte estratigráfico a 40 cm da parede N da caixa tumular da sep. G5.1 (desenho de José Luís Madeira, segundo relatório da escavação)

Estas estruturas podem datar-se de finais do século I d.C, inícios do séc. II, embora a sepultura quadrangular, de arquitetura menos cuidada, seja posterior à primeira. Foi também encontrada na Quinta da Arrochela uma inscrição datada do século II, dedicada a (Banda) Vortiaecio. É possível que as cinzas da caixa tumular da sepultura retangular tenham pertencido a uma mulher, dada a existência de objetos de adorno em osso. Poderia tratar-se talvez da esposa do proprietário da villa (?), seguramente de elevado estatuto socioeconómico, dado o tipo de monumento (raro na Península Ibérica), bem como o espólio recolhido que atestam a sua riqueza e requinte.

Fig. 3 – Espólio da sepultura G5.1

Fig. 4 – Espólio da sepultura G5.3

Fig. 5 – Planta geral (desenho de José Luís Madeira, segundo relatório da escavação)

Fig. 6 – Sepultura G5.1 exposta no Museu Municipal de Penamacor

Sara Ferro Câmara Municipal de Penamacor

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