Radio Aporee e o mapeamento sonoro na internet: uma análise exploratória a partir dos conceitos de Schafer e Obici

September 3, 2017 | Autor: Jamerson Farias | Categoria: Etnomusicologia, Paisagem Sonora
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Radio Aporee e o mapeamento sonoro na internet: uma análise exploratória a partir dos conceitos de Schafer e Obici 1 Marina MAPURUNGA de Miranda Ferreira – UFF 2 Jamerson Farias RIBEIRO - UFRJ3 Paulo Regis dos Santos OLIVEIRA – UFF4 Universidade Federal Fluminense, Niterói, RJ Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, RJ RESUMO No fim da década de 1960, surgiu o Projeto Paisagem Sonora Mundial que visava o desenvolvimento da interdisciplina projeto acústico, a qual estuda a paisagem sonora documentando e observando aspectos importantes dos sons. Com o advento das novas tecnologias de informação e comunicação, especificamente com a internet, pôde-se pensar em outra forma de expôr as paisagens sonoras do mundo capturadas. Este artigo faz parte de uma pesquisa exploratória em andamento que tem como objetivo analisar o recente fenômeno de mapeamento sonoro por meio de websites, avaliando a função da internet como ferramenta colaborativa e sua possível contribuição para o projeto acústico. Também comentaremos como tal fenômeno poderia contribuir para a etnomusicologia. A partir dos conceitos de Schafer (paisagem sonora) e de Obici (território sonoro) analisaremos o conteúdo do site Radio Aporee (http://aporee.org), realizando também uma descrição geral do funcionamento deste website. Palavras-chave: Mapeamento Sonoro; Paisagem Sonora; Etnomusicologia; Áudio; Internet Sobre o projeto acústico No final da década de 1960, iniciou-se no Canadá, por meio do compositor, pesquisador e professor de música Murray Schafer juntamente com outros pesquisadores da Simon Fraser University, o Projeto Paisagem Sonora Mundial (The World Soundscape Project). Esse projeto visava o desenvolvimento da interdisciplina projeto acústico, na qual estavam envolvidas disciplinas como a acústica, a psico-acústica, a sociologia e as artes, particularmente a música. O projeto acústico estuda a paisagem sonora (soundscape) objetivando documentar e observar aspectos importantes dos sons, analisando suas diferenças e semelhanças. Ainda tem como objetivo colecionar sons em extinção, estudar os efeitos sonoros em relação ao ambiente e ao comportamento humano e pesquisar o simbolismo dos sons. Schafer vê a paisagem sonora como uma composição musical a qual devemos 1Trabalho apresentado no GT Comunicação, Mídia Sonora e Pesquisa no I Encontro de Grupos de Trabalho do II Seminário LatinoAmericano Rádio e Educação. 2 Mestranda em Comunicação pela Universidade Federal Fluminense - UFF, Niterói, RJ. Email: [email protected] 3 Mestrando em Música pela Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ, Rio de Janeiro, RJ. Email: [email protected] 4 Graduando do Curso Estudos de Mídia pela Universidade Federal Fluminense – UFF, Niterói, RJ. Email: [email protected]

saber regê-la. Para isso, precisamos educar nossos ouvidos, aprender a ouvir o som do ambiente que nos cerca, atingir a clariaudiência (audição clara), saber que sons fazem parte da afinação desta música e que sons a desafinam. O que Schafer busca é uma “Afinação do mundo” (título de seu livro publicado no Brasil). Para essa afinação, Schafer propõe uma “limpeza de ouvidos” (aprender a ouvir), um passeio auditivo (concentrado na audição) e um passeio sonoro (explorar a paisagem sonora usando-se uma partitura como guia). Segundo Schafer (2001, p. 330), os princípios do projeto acústico consiste no respeito pelo ouvido e pela voz; na consciência do simbolismo sonoro; no conhecimento dos ritmos e tempos da paisagem sonora natural e na compreensão do mecanismo de equilíbrio pelo qual uma paisagem sonora desequilibrada pode voltar a ser o que era. Na análise de Schafer às paisagens sonoras, ele propõe uma notação, que substitui fatos auditivos por sinais visuais. Há duas técnicas descritivas, uma em que falamos a respeito dos sons e outra em que podemos desenhá-los. Mesmo assim, ele comenta que tal convenção não é universal e pode ser perigosa e inapropriada. Explana também sobre uma notação que pudesse ser lida e compreendida imediatamente pelos profissionais de diferentes campos. O autor chega a citar o mapa de contorno isobel. Tal mapa deriva de um mapa de contorno dos geógrafos e metereologistas e consiste em centenas ou milhares de leituras de um nível métrico de som médio, de modo a produzir barras de intensidades iguais, projetadas como se o observador estivesse acima do campo de estudo. Em um mapa como esse, as seções mais silenciosas e mais ruidosas de um território podem ser imediatamente identificadas. (SCHAFER, 2001, p. 186).

Schafer apresenta três sistemas gráficos: o da acústica, o qual descreve as propriedades mecânicas dos sons; o da fonética, em que a fala humana pode ser projetada e analisada e o da notação musical, que representa certos sons a partir de modelos “musicais”. Além da notação, Schafer explana a importância da classificação dos sons, pois assim podemos descobrir similaridades, contrastes e modelos. Os sons podem ser classificados de diversas maneiras “com suas características físicas (acústica) ou com o modo como são percebidos (psicoacústica); de acordo com sua função e significado (semiótica e semântica); ou de acordo com suas qualidades emocionais ou afetivas (estética).” (2001, p. 189). Schafer introduz um sistema de catalogação dos sons a partir destas classificações. Para as características físicas, ele se baseia no sistema solfège des objets musicaux (solfejo dos objetos musicais) de Pierre Schaeffer, porém sugere uma modificação, pois o modelo de Schaeffer trata de objetos musicais isolados, não dando conta de sequências sonoras compostas ou mais extensas – a exemplo da paisagem sonora. A ideia de Schafer é de ter uma ficha para que a informação de um som seja rapidamente anotada. Inicialmente, o projetista acústico daria informações gerais sobre a cena:

a distância do som de seu observador, seu comprimento, se ele se destaca do ambiente sonoro ou se é apenas perceptível, se o som em consideração é semanticamente destacável ou se faz parte de um contexto ou mensagem mais amplos, se a textura geral do ambiente é semelhante ou dessemelhante e se as condições ambientais produzem reverberação, eco ou outros efeitos, como flutuação ou deslocamento. (SCHAFER, 2001, p. 191)

Outra estrutura estabelecida por Schafer é a classificação de acordo com aspectos referenciais que permite estudar as funções e os significados dos sons, onde o pesquisador anota o índice, a data e o lugar em que cada som foi ouvido, assim podemos medir as mudanças históricas na paisagem sonora mundial, além das relações sociais que estas implicam. Baseado na noção de figura versus fundo5, Schafer classifica ainda os sons da paisagem sonora em três: sinal, marca sonora e sons fundamentais. Os sinais e marcas sonoras estão para a figura, assim como os sons fundamentais estão para o fundo. O termo som fundamental foi adotado da música, em que é a nota que identifica a tonalidade de uma composição, ou seja, é o som da base, o som que ouvimos continuamente formando um fundo em que outros sons são percebidos. O sinal sonoro está em contraste com o som fundamental, é o som destacado que ouvimos conscientemente. A marca sonora se refere a um som específico de uma comunidade. Um dos objetivos do projeto acústico de Schafer é a preservação dos marcos sonoros, o que gera críticas a seu projeto. Para Giuliano Obici, Schafer apresenta uma “visão ecológico-jurídico-higienista acerca do ruído que deverá ser combatido, previsto, circunscrito, medido, higienizado e controlado a partir de estratégias que o docilizem como ameaça ao ambiente, à lei e à saúde” (2008, p. 44). Para Obici, essa disciplinarização do espaço demonstra uma falência da própria escuta, buscando um paraíso acústico perdido. Por que não ouvir os ruídos como potências criadoras? Obici comenta em pensarmos o sonoro não somente a partir da música, mas “também sob um crivo político a respeito do regime acústico vigente” (2008, p. 47). Assim, Obici vai falar de outro aspecto da ecologia sonora, diferente da que separa a natureza biológica, humana e máquina. Essa ecologia envolve a noção de equilíbrio entre homem e natureza. Além disso, Obici vai criticar o termo “paisagem”, pois este remete ao estático. Assim, para o autor “A afinação do mundo schaferiana tende à estabilidade, à anestesia das potências de vida e criação, à desabilitar a capacidade sensível de apreender a realidade sonora como um campo de forças em constante desequilíbrio, crise, tensão.” (2008, p. 51). Obici vai propor um “território sonoro”, com a noção de território baseada na obra de Deleuze e Guatarri, em que o território não existe de antemão, mas se constrói, possuindo um valor existencial e expressivo, delimitando o espaço de dentro e o de fora, marcando distâncias entre o Eu e o Outro. Outras terminologias são utilizadas pelo autor como: desterritorialização, reterritorialização e ritornelo. Territorializar é delimitar um 5 Noção tomada de empréstimo da percepção visual da Gestalt, em que a figura é o foco de interesse e o fundo é o cenário ou contexto.

lugar que lhe protege, um lugar seguro. O território é um ato. Desterritorializar é romper as barreiras do espaço delimitado, da identidade, da casa. Reterritorializar é retornar ao território depois de desterritorializar-se. O termo ritornelo vem da música, que significa retorno, volta à origem. Para Deleuze e Guatarri, ritornelo seria “todo conjunto de matéria de expressão que traça um território” (apud OBICI, 2008, p. 78). Obici explana que o TS (Território Sonoro) opera dois tipos de funções propriedade e qualidade. Elas sugerem dois modos de operar criando muros sônicos e criando expressividade, modos de escuta. O TS é fabricado por muros sônicos que protegem e também aprisionam. O Fator de Territorialização (FT) nos protege do caos e o Fator de Desterritorialização (FD) nos tira da condição de escuta confortável, segura, nos movimentando para além destes muros. Com o ritornelo, voltamos ao FT. Assim, o som, diferentemente de outras matérias expressivas, possibilita uma fragilidade do território com maior intensidade. Essa dinâmica (territorialização desterritorialização - reterritorialização) está imbricada na produção do Território Sonoro. Para Obici, “pensar o TS é entender as dinâmicas que os sons imprimem em nossa matéria sensível.” (2001, p. 100). Um simples sinal sonoro, um grito, um canto, um ruído, pode mover um mundo de afetos. Obici se debruça pelo TS de hoje, “com seus ritornelos maquínico-midáticos”, que coloca nossos ouvidos em diferentes estados e regimes de poder. Assim, ele vai distinguir dois modos de TS: Territórios Sonoros Seriais (TSS) e Territórios Sonoros Difusos (TSD). Os TSD são formados pelas mídias móveis como celular, mp3 player, laptop, rádios de pilha, entre outros, os territórios se tornam onipresentes e difusos, seguindo a lógica da coleira sônica. Enquanto os TSS são formados por mídias fixas que delimitam um lugar definido, podemos reconhecer um lugar a partir deles, por exemplo: a cozinha pelo som da geladeira, o banheiro pelo som do chuveiro. O TS é um espaço de “dramatização do nosso mundo sensível, que se põe a trabalhar, produzir e instituir morais e desejos, tanto quanto formas de vida e modos de escuta.” (OBICI, 2001, p. 103). A partir do pensamento de Murray Schafer e de seu projeto acústico, vários pesquisadores e artistas se voltaram a pensar em projetos relacionados ao som do ambiente acústico. Como vimos, surgiram críticas e complementos a sua obra. Com o advento das novas tecnologias de informação e comunicação, especificamente a internet e suas ferramentas colaborativas, iniciou-se uma onda de projetos de mapeamentos sonoros. Na Era da Internet A popularização da internet, em meados da década de 1990, trouxe mudanças significativas para a tecnologia da informação e comunicação, descentralizando a apropriação e a difusão das informações através dos meios de comunicação massivos. Segundo Gomes (apud MAIA, 2002, p. 46),

a internet se baseia em três fenômenos interligados: complexo de conteúdos, ambiente de conexão e sistema de interações. Como um complexo de conteúdos, a internet constitui um estoque de informações densas e plurais disseminadas dentro de uma rede de computadores sem fronteiras. Este conteúdo produzido não advém somente das agências de mídias massivas, dos monopólios de informação, mas de qualquer sujeito. Como cita André Lemos (2007, p. 125), a internet é uma mídia de função pós-massiva em que o seu “produto é personalizável e, na maioria das vezes, insiste em fluxos comunicacionais bi-direcionais (todos-todos), diferente do fluxo unidirecional (um-todos) das mídias de função massiva.”. A internet, diferentemente dos meios de função massiva, é um ambiente de conexão mediada pelo computador em que, segundo Gomes (apud MAIA, 2002, p. 47), o sujeito pode se tornar emissor, assim como o receptor pode, também, se tornar emissor e vice-versa. Qualquer receptor pode se tornar provedor de informação, produzindo, distribuindo e/ou repassando através das redes. Segundo Maia (2002, p. 47), comentando os fenômenos abordados por Gomes, na troca de emails em uma base cidadão-cidadão, em chats, grupos eletrônicos, listas de discussões, a internet se apresenta “como um importante lugar, uma arena conversacional, na qual o espaço se desdobra em novas conversações e discussões políticas podem seguir seu curso.”. Assim, a internet pode ser também entendida como um sistema de interações. O site a ser analisado, Radio Aporee, se utilizando da internet proporciona um meio de interação em que público e artistas podem trocar experiências, produções e informações. O site é um meio de consulta e colaboração entre usuários de uma maneira direta, sem intermediários, uma produção pós-massiva. O artista não precisa de um mediador (curador, produtor, gravadora, distribuidora, entre outros) para divulgar seu trabalho. A partir da internet e do site em questão, ele pode expor suas gravações de áudio diretamente ao público, mas claro que dentro da política de uso de Radio Aporee. Análise de Radio Aporee (http://aporee.org) A plataforma Radio Aporee foi criada pelo alemão Udo Noll, cientista aplicado ao cinema, a tecnologia de mídia e a fotografia formado pela Universidade de Colônia, Alemanha. Ele trabalha como artista, profissional de mídia e em inúmeros projetos e exposições internacionais. Radio Aporee é uma plataforma aberta e colaborativa para pesquisa sobre arte, som e espaço em realidades mistas. Radio Aporee:::maps, que está localizado na Plataforma Radio Aporee, iniciou-se em 2006. Trata-se de um mapa sonoro global dedicado à fonografia e a gravação de campo (e práticas relacionadas a escuta). Ele cria uma espécie de cartografia sonora através das diferentes percepções e perspectivas artísticas de

seus usuários colaboradores, conectando gravações do mundo, de ambientes urbanos/rurais/naturais e espaços públicos/privados. Radio Aporee:::maps foi escolhido como nosso corpus de estudo por ser um projeto colaborativo, em que qualquer usuário pode subir (upload) seu próprio arquivo de áudio e baixar (download) os áudios de outros usuários. Cada usuário pode criar projetos sonoros e colaborar com outros. Outros pontos a serem destacados para a nossa escolha foram: o envolvimento do fundador da plataforma com o fenômeno de mapeamento sonoro, fornecendo credibilidade ao trabalho; as políticas de postagem de conteúdo que levam em consideração os direitos autorais e a preferência aos áudios voltados à paisagem sonora, assim como a qualidade de suas gravações. Em sua página inicial, a plataforma Radio Aporee apresenta um fundo preto e uma “nuvem” de links de fonte de cor branca ligados por linhas pontilhadas retas de cor vermelha, formando uma teia com títulos dos conteúdos ordenados aleatoriamente, dando destaque para alguns links com fonte maiores. A cada atualização, os links são reordenados na página. Essa “nuvem”, conhecida como nuvem de tags, é desenvolvida em Javascript e PHP (linguagem de programação) e tem como funcionalidade eleger os links mais acessados, destacando-os. Por conta desta teia “nuvem”, a interface de Radio Aporee não é convencional como a maioria dos sites. Uma interface convencional procura tornar visível, em pouco tempo, suas funcionalidades e conteúdos. Em um estudo publicado no site WebSiteOptimization.org6, realizado por pesquisadores da University of Hamburg, o intervalo que um usuário leva em média para julgar seu interesse em uma página web é menos de dez segundos. O layout da interface teria um papel importante para o usuário se sentir inserido no conteúdo do site. O layout de Radio Aporee pode tanto repelir como atrair os usuários. Repelir por sua forma confusa e atrair pela curiosidade de explorar suas ferramentas e seu conteúdo. Ainda nesta teia, qualquer usuário pode incluir novos links. Com um clique, um quadro cinza surgirá na teia com espaços de texto vazios para que usuário preencha com o endereço de seu site (URL), seu e-mail e palavras-chave (keywords). Assim, seu link passa a fazer parte da “nuvem”. Os últimos links postados se destacam mais em relação aos anteriores. A maioria dos usuários ocidentais segue alguns padrões ao percorrer o espaço de uma página web. Uma pesquisa realizada pelo Poynter Institute7 apontou que grande parte dos usuários olham uma página no sentido diagonal, da parte superior esquerda em direção a inferior direita, depois se dirige para a parte superior direita. Os movimentos dos olhos podem mudar conforme são a organização dos 6

Clicksteam study reveals dymanic web – (WebSiteOptimization, acesso http://www.websiteoptimization.com/speed/tweak/clickstream/ 7http://www.poynter.org/uncategorized/24963/eyetrack-iii-what-news-websites-look-like-through-readers-eyes/

em

22/09/2012)

conteúdos. Caso haja um estímulo no centro da página, os usuários tendem a prender a atenção neste elemento e só em seguida examinam os conteúdos da bordas. Outro estudo com objetivos semelhantes, foi realizado por Jakob Nielsen e publicado em seu site www.useit.com, titulado F-Shaped Pattern For Reading Web Content, onde afirma que os usuários de modo geral lêem as páginas de acordo com um padrão de movimentos que desenham um “F”: duas linhas horizontais da esquerda para a direita e uma de cima para baixo. Seguindo estes padrões relacionados acima, o usuário encontra o ícone do site, uma rosa dos ventos de cor preto e branco que tem como fundo um círculo vermelho. Este ícone redireciona à

página

que

apresenta

projetos

da

Radio

Aporee

(Radio

Aporee

:::

projetcts

-

http://aporee.org/aporee.html), contendo links para páginas internas e externas à plataforma, como o seu blogspot. Podemos caracterizar a Radio Aporee como um portal por possuir a funcionalidade de aglomerar e distribuir conteúdo da plataforma como subsites (projects). O Aporee:::projects relaciona os links de seus projetos por meio de um layout convencional, contendo uma imagem e uma breve descrição relacionada a cada projeto. Entre os diversos projetos, todos interligados por coproduções, está nosso objeto de estudo, o Radio Aporee ::: maps. A página inicial de Radio Aporee ::: maps apresenta uma imagem de satélite do Google Maps com um ponto vermelho no centro e a reprodução da última mídia sonora postada. Ao clicar no ponto vermelho do mapa, as informações da mídia são disponibilizadas: título do conteúdo, nome do usuário/artista, lugar e data da gravação, informações do arquivo e descrição do áudio e licença sob o qual foi publicado. No rodapé do mapa estão os últimos conteúdos organizados por ordem de publicação mais recente. No final da relação de áudios, há uma opção play all em que o usuário pode ouvir os áudios das últimas 24 horas. O menu do site se localiza entre o mapa e o feed 8 das publicações, composto pelas opções: places, play, search, tools, about e uma bandeira (da Inglaterra ou da Alemanha) para mudar o idioma do site. Na opção do menu places (lugares), o usuário pode escolher ouvir o banco de áudios do mapa por períodos, das últimas 24 horas, da última semana, do último mês ou/e os favoritos dos últimos 30 dias. A opção play (tocar) possibilita o usuário reproduzir os áudios aleatoriamente, por localidade podendo também mixá-los. Ainda com esta opção, o usuário tem acesso a um canal com os áudios subidos pelo aplicativo miniatures for mobiles desenvolvido por um projeto paralelo da Aporee. A busca na opção search pode ser realizada por gravações, título, nome de localidades ou endereço no Google Maps. A opção tools (ferramentas) oferece a URL da visualização do site ou de uma área recortada. Em about (sobre), o usuário encontra informações de usabilidade; um conteúdo de ajuda; um link para um blog com conteúdo relacionado a produção e colaboração da radio e uma seção com estatísticas com os número dos lugares, áudios e tempo de reprodução de todo o 8 Feed RSS é um resumo da atividade recente de um website, geralmente comentários, imagens, artigos e postagens.

conteúdo. O procedimento para publicação (upload) de um áudio no site Aporee::: maps é bastante simples. O usuário escolhe um ponto no mapa que utiliza a interface do Google Maps através de um sistema de mashup9. Ao selecionar o ponto, é aberta uma janela com dois links. O primeiro, destacado em negrito, direciona para o formulário onde serão preenchidas informações sobre o áudio que será publicado: endereço; título, data e tempo de duração da gravação; designação da licença referente aos direitos autorais; descrição; o arquivo em si e o e-mail do usuário. O segundo aponta para um endereço onde se encontram informações sobre o que significa o projeto, como preencher o formulário descrito anteriormente, as políticas de postagem de conteúdo e informações mais técnicas como a taxa de qualidade que o arquivo deve possuir. Ainda é preciso realizar a ativação da postagem para torná-la visível a todos, procedimento que é realizado através de informações contidas no corpo de um e-mail gerado pelo site e enviado ao usuário. O e-mail ainda informa ao usuário a criação de uma conta tornando-o, a partir desse momento, um membro colaborador e fornecendo a ele ferramentas de edição e catalogação dos áudios publicados e a criação de projetos pessoais dentro do projeto de mapeamento global. Antes da gravação, o usuário colaborador (artist) do site transita em um Território Sonoro. A partir de seu gravador/microfone, assim como em um filme em que o diretor escolhe um ângulo, um plano de imagem e faz os cortes e escolhas decisivas do que vai entrar na montagem, o usuário colaborador escolhe o ângulo, a direcionalidade e o tipo de microfone/gravador que irá capturar o Território Sonoro. Ao ser capturado e postado no site, este Território Sonoro passa a ser uma Paisagem Sonora. Logo, o que encontramos em Radio Aporee:::maps são várias paisagens sonoras, áudios gravados, estáticos. Porém podemos mixar os sons de um lugar com outro, não importando a distância. Essa sobreposição de sons nos remete ao procedimento de colagem nas artes plásticas e à montagem no cinema. Por mais que estejamos relacionando os sons postados na internet ao conceito de Paisagem Sonora de Schafer, o pensamento de Obici é o que mais se aproxima dos sons que estão no site, ao serem sons contemporâneos, que carregam em si uma desafinação e até mesmo uma desterritorialização. Alguns sons ouvidos durante nossa pesquisa, foram gravados enquanto o “artista” caminhava, sons que se transformam durante essa caminhada, mas também que não deixam de ser os sons “pintados”/escolhidos/recortados pelo “pintor”/artista que pinta essa Paisagem Sonora.

9 Aplicação da web que usa o o conteudo de mais de uma fonte para um novo serviço.

Uma possível contribuição para etnomusicologia O fenômeno de mapeamento sonoro realizado atualmente na internet - especificamente pelo aporee.org - propõe retratar paisagens e ambientes sonoros de uma forma artística, a partir da visão se seus colaboradores. Acreditamos que os sites que realizam essa função possuem algumas ferramentas que poderiam ser de alguma forma, úteis para o desenvolvimento da disciplina de etnomusicologia. Porém, para compreender de que forma essa contribuição pode ser realizada, faz-se necessário um breve histórico sobre seus antecedentes, sobre a disciplina e as questões abordadas por esta. Inicialmente, chamada de “musicologia comparativa”, a disciplina que já foi designada como “antropologia musical”, “pesquisa musical etnológica” e até “música dos povos estranhos”, se estabeleceu na década de 1960 com o nome que conhecemos hoje: etnomusicologia. O termo foi utilizado pela primeira vez (em inglês: ethno-musicology) pelo o musicólogo holandês Jaap Kunst e consagrado com a fundação da Society for Ethnomusicology nos Estados Unidos, em 1956 (PINTO, 2001), porém o surgimento da disciplina antecede esse período. Segundo Oliveira Pinto, nos anos de 1904 e 1905 foram publicados textos que delimitaram claramente o campo de estudo da disciplina, “situado epistemologicamente entre a musicologia e a antropologia” (2005, p. 07). Em relação às questões relevantes à etnomusicologia, vale ressaltar que em seu início, ainda como subárea, os pesquisadores voltavam seus esforços para a investigação de sistemas musicais “exóticos” – se comparados aos padrões ocidentais – não levando em consideração o contexto antropológico e musical (PINTO, 2001). O uso do fonógrafo10 de cilindro mecânico nas pesquisas de campo foi de suma importância para a formação dos primeiros acervos que buscavam reunir as músicas desconhecidas de todo o mundo. De acordo com Oliveira Pinto, foi Alan P. Merrian quem propôs o estudo da música como cultura, pois os sistemas musicais ditos “exóticos” não poderiam ser vistos de outra forma caso fosse mantido um olhar etnocêntrico sobre eles sendo, assim, necessária uma compreensão mais aprofundada do contexto cultural da produção musical. É possível observar ao longo da história da etnomusicologia o uso da tecnologia de áudio como elemento de grande importância na realização das pesquisas de campo. Em seus estudos, o pesquisador André Vieira Sonoda traça um panorama do desenvolvimento dos equipamentos de gravações – desde o fonógrafo de Thomas Edison (1877); a gravação elétrica (1927) e o desenvolvimento dos gravadores de fita magnética na década de 1930; até os computadores e os formatos MP3 e MP4 – e sua relação com as questões abordadas pela pesquisa etnomusicológica. O autor ainda explana que “os processos de produção fonográfica podem influenciar os resultados 10 Aparelho destinado a gravar e reproduzir sons gravados em cilindros ou discos metálicos.

acústicos dos fonogramas de manifestações musicais de tradição oral” (SONODA, 2010). Luciano Caroso também realiza um resumo histórico da relação entre etnomusicologia e tecnologia referindo-se ao trabalho pioneiro do musicólogo austríaco Guido Adler sobre a música não ocidental, em 1885. Caroso realiza a conceitualização dos termos tecnocultura e ciberespaço a fim de situar o leitor dentro da discussão principal do texto: a etnomusicologia no ciberespaço. É traçado um panorama de trabalhos acadêmicos que se voltam para o tema como os de Wanda Bryant (1995) e René Lysloff e Timothy Taylor (1997). A potencialidade extra textual da internet e a importância do conteúdo audiovisual estudados por René Lisloff também são citados pelo autor do texto. Para relacionarmos melhor etnomusicologia com o mapeamento sonoro, é necessário levarmos em consideração a existência de produções musicais como parte integrante de algumas paisagens sonoras, assunto que é novidade nas discussões da disciplina. Podemos afirmar que em alguns trabalhos etnomusicológicos, as práticas musicais são abordadas como um elemento secundário (um ritual indígena, por exemplo), um componente do processo, enquanto em outras (como a roda de choro) a música tem papel central e gerador de contextos sociais. O fazer musical torna-se assim, um gerador de paisagens sonoras em potencial e junto com as ferramentas de mapeamento oferecidas pelos sites, poderiam ser geradas novas questões e abordagens para a disciplina. Imagine a leitura de uma etnografia sobre as práticas musicais dos índios Guarani Kaiowá podendo ouvir o ambiente em que aconteceram? A possibilidade da disponibilização dos arquivos fonográficos das pesquisas de campo a fim de auxiliar numa melhor compreensão das pesquisas também é relevante. A formação de arquivos, acervos, grandes bancos de dados on-line onde seria possível encontrar e, até mesmo, comparar práticas musicais de diversos lugares do mundo e ainda, contar com a colaboração dos usuários dos sites é outra possibilidade. Já é possível observar tal fenômeno em sites como o rabeca.org que realiza um mapeamento da “rabeca brasileira e portuguesa, o rawé (ravé, rabé, rabel) guarani e outros instrumentos de cordas friccionadas semelhantes artesanais11”. Nesse site, músicos e pesquisadores enviam gravações, partituras, fotos e sua localização, informações estas que são disponibilizadas em um mapa interativo podendo ser acessado a qualquer momento. O mapeamento do Rádio Aporee não é tão específico como o citado acima apesar de ser possível a criação de um projeto dessa natureza, desde que não atinja a política de conteúdo do site. Deve-se sempre considerar as questões sobre propriedade intelectual e direitos autorais no que diz respeito à música e, mais ainda, quando se pretende disponibilizá-la na internet gratuitamente – 11 Disponivel em : < www.rabeca.org >

mesmo que a música esteja presente de uma forma indireta. Por ser um site colaborativo, onde todos têm a possibilidade de contribuir para o mapeamento e realizar download do arquivo, o Rádio Aporee preserva-se ao adotar uma política relacionada ao conteúdo válido para postagem. Apesar do dono do site em análise ser alemão, utilizaremos como exemplo a legislação brasileira sobre os direitos. A discussão acerca desse tema é complexa e atual, não sendo possível tratá-la aqui em toda sua completude. Por isso, nos debruçaremos somente sobre as questões relevantes a análise do site. Os direitos do autor sobre as explorações de uma obra artística, literária ou científica são assegurados pela atribuição da licença Copyrigth a obra, que significa literalmente “direito de cópia”. No Brasil, os direitos autorais estão regulados pela Lei Nº 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998. Em 2010, o Ministério da Cultura do Brasil promoveu consulta pública para revisão da lei de direitos autorais no país para uma que houvesse uma concordância entre o direito dos artistas e outros direitos do cidadão, como o do consumidor e o de acesso a cultura e ao conhecimento – projeto que foi abandonado pela a gestão seguinte (2011) e que, atualmente, foi resgatado pela recém nomeada gestora do ministério (2012). Em reportagem publicada por Rafael Cabral no blog do jornal Estadão da cidade de São Paulo, o jornalista chama atenção para a divulgação do estudo de uma organização que reúne entidades de proteção ao consumidor de todo o mundo, a Consumers Internacional, que aponta o Brasil como tendo a quarta pior lei de direitos autorais do mundo. Segundo o estudo, a rigidez da lei é tão grande que prejudica “[...] o acesso à cultura e o uso educacional de obras protegidas por direitos autorais 12”. O Radio Aporee utiliza as licenças e ferrramentas de direitos autorais concedidas pelo selo Creative Commons. Segundo consta no site: As licenças e ferramentas Creative Commons de direito autoral estabelecem um equilíbrio dentro do tradicional "todos os direitos reservados". Nossas ferramentas dão a todos, de criadores individuais à grandes empresas e instituições, uma forma simples e padronizada para conceder permissões de direitos de autor ao seu trabalho criativo. A combinação de nossas ferramentas e nossos usuários é um vasto e crescente "digital commons", um arcabouço de conteúdos que pode ser copiado, distribuído, editado, remixado e dar origem a novas obras, tudo dentro dos limites da lei de direitos autorais. (CREATIVE COMMONS)

No momento da postagem de um áudio no projeto Maps, o usuário tem que localizar o conteúdo do áudio dentro das seis licenças do Creative Commons ou indicá-la como uma obra de domínio público. Se estiver sobre outro selo (copyright, por exemplo) é solicitada uma declaração do autor autorizando e reconhecendo o uso de sua “propriedade” para aquela finalidade.

12 Disponivel em : < http://blogs.estadao.com.br/link/brasil-tem-4%C2%AA-pior-lei-de-direitos-autorais/ >

Considerações Finais Acreditamos que a contribuição do mapeamento para disciplina de etnomusicologia seria válida desde que não entrasse em conflito com as políticas de direitos autorais, pois a música e o contexto são o foco principal das pesquisas desta disciplina. Vale ressaltar que as leis vigentes sobre a propriedade intelectual também atingem os usuários dos sites de mapeamento, pois o produto da captação do áudio – o ambiente sonoro – tem uma finalidade artística para os usuários dos sites, por conseguinte, o autor teria direito sobre sua “propriedade” se usada indevidamente – fato que é amenizado com a adoção de licença colaborativas. A formação de pequenos acervos on-line, a possibilidade da disponibilização dos arquivos fonográficos das pesquisas de campo, a criação de possíveis mapeamentos etnomusicológicos – podendo esses projetos ser colaborativos ou não – são questões novas, relevantes e que estão abertas a discussão no que toca o desenvolvimento da disciplina. Como é proposta da revisão da lei dos direitos autorais no Brasil, a adoção por parte de autores e compositores de uma licença colaborativa facilitaria o acesso ao conhecimento e harmonizarse-ia com outros direitos que o cidadão possui. No atual momento político do nosso país, essa discussão está em andamento, o que torna incerto o futuro e as conseqüências desse debate. Resta-nos, por enquanto, contar com a iniciativa dos próprios artistas – “donos das propriedades” –, envolvidos em projetos de mapeamento, direta ou indiretamente, que participem e contribuam para o mapeamento. Podemos afirmar ainda que Radio Aporee faz parte do projeto acústico iniciado por Schafer, fornecendo arquivos de áudio gravado por usuários do mundo todo. Porém, Radio Aporee não analisa estes sons. A partir da gravação/postagem e da escuta, o site oferece vários modos de escuta recortadas do mundo. Mesmo estando em uma cultura em que o sentido da visão prevalece, percebemos atualmente uma valorização do sentido da audição. Podemos perceber isso a partir dos numerosos sites de mapeamento sonoro, das instalações sonoras, da lei do silêncio, das pesquisas sonoras que têm um número crescente em Universidades tanto do exterior como do Brasil. Atualmente, o acesso a um gravador de som é bem mais fácil. Com o avanço da tecnologia, trazendo-nos celulares cada vez mais potentes, com diversas ferramentas multimídia e com espaço de armazenamento cada vez maior, podemos capturar qualquer Território Sonoro de nossa cidade e transformá-lo em uma Paisagem Sonora. Há também os gravadores de mão mais baratos. Já os técnicos profissionais de som, principalmente os que trabalham com som direto para cinema/vídeo, carregam gravadores e microfones com várias direcionalidades e funções para capturar os sons destes Territórios. Encontramos na internet vários sites voltados a fotos pessoais, onde as pessoas criam uma

espécie de diário-fotográfico. Há cinco anos atrás, o site fotolog.net estorou entre usuários da internet, principalmente entre os adolescentes. Hoje, o grande destaque de site pessoal, ou melhor, de rede pessoal, é o facebook.com, uma espécie de diário multimídia compartilhado. Outro site importante a ser destacado é o youtube.com, pois qualquer pessoa pode pôr seu vídeo na internet para o mundo todo. Estejamos conscientes que vídeo é imagem e som. Muitos vídeos do YouTuBe possuem somente o áudio, não havendo imagem-vídeo, mas sim imagem-estática (foto), o que faz com que o internauta se volte somente para o áudio e não para imagem. Vários sites voltados ao som e ao uso pessoal têm surgido, como por exemplo o soundclound.com. Acreditamos que a internet pode ter contribuído para este novo momento o qual estamos vivendo, esse retorno ao sentido da audição. Já é possível nos deparar com algumas pessoas que não tiram somente fotos como recordação de um momento, mas gravam sons e postam para o mundo, a partir de sites como soundclound, youtube, facebook e radioaporee. Radio Aporee é um site, que devido a sua atenção ao som, seria bastante útil para que as pessoas postassem para o mundo o seu diário sonoro, seus trajetos, os sons dos lugares que visitam, assim como fazemos com as fotos. Capturamos imagens (paisagens visuais) e as postamos em nosso diário compartilhado na internet, por que não começar a mesma prática com o som (paisagens sonoras)? O som passará a ser uma imagem, imagem essa que não é visível, mas acusmática (não visualizada) e imagética. Poderíamos relatar nosso mundo através dos sons, formaríamos e transformaríamos nosso diário sonoro.

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