“REBENTAÇÃO” DE IMAGENS: TENSÃO ENTRE CORPO & ESPAÇO NA POÉTICA DE LUÍS MIGUEL NAVA

June 29, 2017 | Autor: Leonardo Morais | Categoria: Espaço, Corpo, Luis Miguel Nava, Imagem Poética
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"REBENTAÇÃO" DE IMAGENS: TENSÃO ENTRE CORPO & ESPAÇO NA POÉTICA DE
LUÍS MIGUEL NAVA


Leonardo David de Morais[1]


"[...] o mar há de revolver-se, debater-se, rebentar, há-de trazer à
superfície a força das entranhas e atrair o céu [...]"
Luis Miguel Nava


RESUMO: O presente artigo objetiva propor, a partir dos poemas que compõem
o livro Rebentação de Luís Miguel Nava, uma análise da construção da imagem
poética. A imagem poética, no sentido cunhado por Octavio Paz, é toda forma
verbal, frase ou conjunto de frases que o poeta diz e que articuladas
formam um poema. Para o surrealista Pierre Reverdy, a imagem poética não
nasce a partir de uma comparação, mas da aproximação de duas realidades
distantes. Em ambas as definições entrevê-se, além de uma associação entre
conceitos distintos de linguagem, palavra e imagem, uma tensão decorrente
da natureza, por vezes antitética, inerentes a esses elementos quando
utilizados em conjunto. Nesse sentido, pretende-se investigar a construção
das imagens poéticas em Rebentação analisando como se relacionam, nas
linhas e versos de Nava, dois elementos que se apresentam fulcrais na
poética do autor: o corpo e o espaço. Ao longo dos poemas em verso e prosa
de Rebentação afigura-se uma espécie de embate entre o corpo/eu-lírico de
Nava e o espaço, representado pela natureza, que por vezes acolhe o eu-
lírico, noutras, repele, "rebenta" seu corpo, gerando assim um movimento de
tensão que pode ser associado à construção da imagem poética.
PALAVRAS-CHAVE: Corpo; Espaço; Imagem poética; Luís Miguel Nava.


Na obra de Luís Miguel Nava, morto precoce e tragicamente em 1995, o
ensaio, a tradução e principalmente a poesia parecem evidenciar para o
leitor mais atento a sensibilidade e o rigor empreendido pelo autor na
construção de um corpus literário sui generis. Na poética de Nava, plasmada
por meio de poemas em verso livre ou em textos que se aproximam do formato
e da dicção da prosa poética, uma série delimitada de temas e elementos
apresentam-se recorrentes, sugerindo mais uma vez que a sensibilidade e o
rigor caracterizam o processo de criação literária naviano.
No livro Rebentação (1984), a imagem poética afigura-se como um dos
recursos fulcrais à tessitura do texto de Luís Miguel Nava. Nessa recolha
de poemas, na perspectiva que adotamos, subsiste uma tensão entre certas
linhas de força que ajuda a constituir de maneira particular as frases e
versos do poeta. Tensão essa advinda da relação, arquitetada engenhosamente
pelo autor, entre dois elementos, entre duas instâncias, entre duas
realidades que se apresentam e se articulam a temas recorrentes não apenas
em Rebentação, mas ao longo da travessia textual de Nava.
No prefácio de Poesia Completa (2002), Fernando Pinto de Amaral
aponta, nos textos de Nava, tal relação que seria baseada na oposição entre
certos elementos e criadora dessa tensão sugerida. Segundo Amaral, na
poética de Nava há uma relação que "[...] por vezes se estabelece entre
áreas semânticas aparentemente afastadas, originando efeitos insólitos, por
exemplo, ao associar o concreto e o abstrato [...]" (AMARAL apud NAVA,
2002). Em ensaio sobre o "espaço do corpo" no livro O céu sob as entranhas
(1989), Moisés David Ferreira fundamenta-se na tese de Amaral para
delimitar, sob essa perspectiva, algo da poética naviana:
Este processo caracteriza-se pelo estabelecimento de uma
relação de proximidade entre universos semânticos
aparentemente afastados, originando efeitos por vezes
desconcertantes. É sobretudo nisto que assenta o pendor
alucinatório desta poesia, multiplicando-se as passagens
em que se firma uma união entre objectos ou processos
referentes a uma esfera material ou corpórea e outros do
domínio do imaterial ou incorpóreo [...] (FERREIRA, 2009,
p. 3).
É a partir de uma intencionalidade radical que pressupõe um uso
particularíssimo da linguagem como geradora de tensionamento entre
realidades díspares na trama do texto que, desconfiamos, aflora a imagem
poética no trabalho de Luís Miguel Nava. Imagem poética que, segundo
entrevemos, pode ser tomada como elemento chave na construção de algum dos
poemas que habitam as páginas de Rebentação. Antes de verificarmos nossa
hipótese partindo da análise de alguns dos poemas do livro, convém
definirmos melhor o conceito de imagem. O objetivo é o de embasar mais
solidamente este nosso breve estudo da poética naviana.
Massaud Moisés, em seu Dicionário de Termos Literários (2005), entre
várias definições, apresenta o seguinte conceito de imagem, muito próximo
ou mesmo análogo ao de imagem poética: "Da perspectiva literária, a imagem
relaciona-se ou confunde-se com o símbolo, a metáfora, as figuras de
pensamento, tropos, etc., [...]" (MOISÉS, 2005, p. 241). Nesse sentido, a
poesia de Nava em Rebentação, a despeito de apresentar um caráter de
inventividade sobre o qual dissertaremos logo adiante, configura-se, da
perspectiva formal, como texto literário construído levando em conta
parâmetros já consagrados uma vez que a própria constituição desse texto se
arvora na operação metafórica, esta última, um dos atributos comumente
associados à linguagem literária.
Octavio Paz, poeta e ensaísta mexicano, por sua vez, teceu
considerações pertinentes sobre a imagem poética. Considerações que
pensamos também se relacionar à forma atribuída ao texto de Nava, plasmado
tanto em verso quanto em prosa. Segundo Paz "designamos com a palavra
imagem toda forma verbal, frase ou conjunto de frases, que o poeta diz e
que unidas compõem um poema" (PAZ, 1990, p. 37). Nesse sentido, esse
conceito de imagem pode ser associado tanto aos poemas em verso quanto aos
textos em prosa poética na obra de Nava uma vez que, segundo Paz, a imagem
pode existir tanto no âmbito do verso quanto no domínio da prosa.
Antes de chegarmos à análise propriamente dita, vale salientar que o
uso ou a presença da imagem poética não é exatamente uma novidade na
literatura moderna produzida em língua portuguesa. O ensaísta Claudio
Willer, a propósito da influência das vanguardas do século XX e da imagem
poética na obra do poeta brasileiro Roberto Piva, escreveu:

Seu modo dominante é a imagem poética, tal como definida
por Pierre Reverdy e adotada pelo surrealismo: "A imagem é
uma criação pura do espírito. Ela não pode nascer de uma
comparação, mas da aproximação de duas realidades mais ou
menos afastadas. Quanto mais as relações das duas
realidades aproximadas forem distantes e justas, tanto
mais a imagem será forte, mais força emotiva e realidade
poética ela terá" (WILLER apud PIVA, 2005, p. 150).

Em poemas como os recolhidos no livro Ciclones, de 1997, a imagem
poética, construída pelo poeta Piva, surge a partir desse movimento de
"aproximação" entre "realidades mais ou menos afastadas": "cem planetas?
cem pupilas? / simpatia das coisas distantes / o nada árido das areias"
(PIVA, 1997, p. 41). Nesse poema, o eu lírico piviano revela sua "simpatia"
pelas "coisas distantes", sugerindo a aproximação entre dois elementos
distintos, homem e natureza, eu lírico e espaço literário, e que pode ser
lida como representação da relação que advém da referida aproximação de
"realidades" a princípio "afastadas", propagada em certa medida na
literatura moderna.

Ora, nossa hipótese de que a imagem poética[2] em Rebentação é formada
a partir da mencionada aproximação entre "realidades afastadas" parece
confluir na direção proposta pelos movimentos de vanguarda e, nesse
sentido, tangencia de alguma forma a poética de Piva[3]. Entretanto, a
possível relação entre poéticas tão imagéticas, a poética de Roberto Piva e
a de Luís Miguel Nava, não será tratada neste momento, podendo ser tema de
um futuro estudo.
Chegamos agora ao ponto em que devemos começar a investigar com mais
apuro na poesia de Rebentação pistas que possam jogar luz sobre essa
relação entre "realidades afastadas" e seus elementos constituintes. Para
isso, tomemos como nosso primeiro objeto de análise o poema "Cisão". O
objetivo é o de tentarmos perceber com mais nitidez esse recorte de imagem
poética que por ora associamos a este trabalho de Luís Miguel Nava:
CISÃO


Gostava de saber até que ponto a ideia de céu e a de
unidade andam ligadas. Só assim poderia avaliar que peso
tem o facto de eu sentir que o céu se encontra dividido e
uma das partes se alojou transversalmente no meu corpo.
Tal é às vezes o seu peso que me vejo constrangido a andar
dobrado. (NAVA, 2005, p. 109)
O poema acima foi intitulado com o vocábulo "cisão", que entre outras
definições, remete-se ao ato de "cindir", isto é, "cortar", "dividir algo
em duas ou mais partes" (HOUAISS, 2001). Ora, e de que forma a ideia de
imagem poética como fenômeno que se dá a partir da "aproximação de duas
realidades mais ou menos afastadas" se coaduna ao tema proposto pelo título
do texto em análise?
Sugerimos que esse movimento de "cisão", embora a princípio possa ser
considerado paradoxal por conta do sentido contrário denotado pela ação de
"aproximação de realidades", ainda assim advém de um movimento de tensão
aplicado a elementos ou situações que, por conta de tal força, acabam
cindidos, divididos. Tensão essa que, conforme estamos propondo, parece
gerar a fagulha que incendeia linhas e versos que se iluminam em imagens
poéticas. Vejamos de que forma a "cisão" anunciada no título pode ser lida
no poema.
No texto em questão, construído sob a forma de prosa poética, o eu
lírico apresenta-se inicialmente em uma situação de reflexão[4] com tons
metafísicos. Há uma busca por uma apreensão da relação advinda entre dois
elementos: "céu[5]" e "unidade". Essa busca aparenta ter um objetivo,
segundo a perspectiva do eu lírico naviano. Ela é empreendida para que esse
mesmo sujeito lírico possa compreender o "peso" de um "céu que se encontra
dividido" e "uma das partes" está alojada "transversalmente" no seu
"corpo".
Ainda sobre a linha/ verso acima desmembrado, cabe assinalar que essa
busca sugerida aparentemente não se apresenta de forma pacífica, mas sim, a
partir de um tensionamento entre elementos de natureza distinta. Senão,
vejamos. Para além do embate inicial entre as ideias de "céu" e "unidade",
a tensão engendrada pelo poeta atinge seu paroxismo na relação entre o
"céu" e o "corpo" ainda nesse mesmo poema, proporcionando, segundo nosso
entendimento, a materialização da imagem poética.
Na última frase/verso do poema "Cisão" percebe-se essa tensão extrema
entre "corpo" e "espaço" que alimenta não apenas este, mas outros poemas de
Rebentação: "Tal é às vezes o seu peso que me vejo constrangido a andar
dobrado" (NAVA, 2002, p. 109). Neste caso, a tensão apresenta-se plasmada
não apenas a partir da "cisão" inicial entre "céu" e "unidade",
representada nas primeiras linhas do poema. Este segundo momento de tensão,
surgido a partir do embate entre duas instâncias, "corpo" e "espaço", toma
vulto nas linhas do texto por conta do "peso" de uma parte do "céu" alojada
"transversalmente" no "corpo cindido" do eu lírico, que acaba por fazê-lo
"andar dobrado", logo, tensionado, contraído, em desconforto. Vale lembrar
que André Breton, no Manifesto do Surrealismo (1924) apresentou percepção
de uma figuração semelhante, na qual o sonho a respeito de um "homem
cortado em dois pela janela" gerou subsídios para a delimitação de algo da
estética surrealista. (BRETON, 1985, p. 53)
Conforme assinalado, a relação entre elementos muitas vezes
pertencentes a "áreas semânticas aparentemente afastadas" (AMARAL apud
NAVA, 2002) salta aos olhos em vários momentos na poesia de Nava e, segundo
nosso entendimento, é uma das forças pulsando no imaginário naviano. Um
desses elementos é o "corpo" metonimicamente desmembrado. O outro, o
"espaço", frequentemente representado pelos topônimos ou termos correlatos
como "céu", "mar", "ondas", "sol" e outros. Cabe ressaltar que esse "corpo"
não se apresenta exatamente em harmonia com o "espaço", à maneira bucólica
do arcadismo ou idealizante do romantismo literário.
O "corpo", neste poema de Luís Miguel Nava, parece ter sofrido as
consequências do tensionamento, não apenas cindido em sua concretude por
outro elemento de "área semântica" distinta, mas fraturado por uma
"realidade afastada"; fendido por outra materialidade, por outro "espaço"
paradoxalmente abstrato: o "céu". Impossível não lembrarmos um dos momentos
supracitados da análise de Fernando Amaral Pinto (AMARAL apud NAVA, 2002)
na qual se delimitou justamente tal associação entre "termos concretos e
abstratos" como um fazer poético recorrente no texto de Nava.
"Corpo" e "céu", elementos oferecidos ao leitor em concretudes e
abstrações cujo estranhamento o incita a uma espécie de perdição em seu afã
de organizar as imagens. Duas instâncias cujos respectivos atributos,
conforme sugerido, podem ser considerados importantíssimos para a
construção dessa aproximação entre "realidades afastadas" na poética
naviana. É a partir do tensionamento advindo do movimento de fricção entre
"corpo" e "espaço" é que vemos irromper, como as ondas em movimento de uma
"rebentação" contra os rochedos à beira-mar, a imagem poética na trama
textual de Luís Miguel Nava.
A propósito do vocábulo mencionado e que intitula esse livro de Nava
lançado no ano de 1984, o substantivo feminino "rebentação" (HOUAISS, 2001)
pode ser apreendido, entre algumas definições, como o "ato de rebentar"; ou
ainda, "o quebrar das ondas de encontro aos rochedos ou ao casco dos
navios". O verbo "rebentar" (idem, ibidem), intransitivo, por sua vez
descreve ações como "estourar", "irromper", "arrebentar", "quebrar com
violência", "fazer estalar", "romper". Todas essas ações aparecem
representadas não apenas no poema "Cisão", mas também em outros poemas do
livro Rebentação.
Nas últimas linhas do poema intitulado "Decalcomania", algo como uma
"rebentação" de imagens, advinda do embate entre "corpo" e "espaço", acaba
por gerar mais uma instigante imagem poética: "O mar, bata ele onde bater,
é uma decalcomania que não podemos arrancar sem que atrás fique o nosso
próprio corpo em carne viva" (NAVA, 2002, p. 105). O "mar", uma
"decalcomania", isto é, um "processo que permite transmitir imagens para
outra superfície" (HOUAISS, 2001), apresenta-se no poema como um "espaço"
que, quando apartado do "corpo" atribuído ao eu lírico naviano, acaba por
deixá-lo em "carne viva". Desse atrito, dessa tensão, dessa "rebentação"
entre elementos distintos, "corpo" e "espaço", mais uma vez, surge, também
"em carne viva", a imagem poética.
Essa "rebentação" de imagens, conforme até o momento sugerido, afigura-
se como uma linha de força que, na poética de Luís Miguel Nava, surge dessa
tensão advinda do atrito, do embate entre duas instâncias: a primeira
delas, representada por um "espaço" em algumas oportunidades caracterizado
por um lócus de matriz litorânea; a segunda, o "corpo", inúmeras vezes
apresentado a partir de seus órgãos, em fragmentos, desvelando a presença
de uma operação metonímica de temática corporal na construção da imagem
poética. De acordo com estudo de Danilo Bueno sobre o "corpo-escrito" na
poesia de Nava
[...] é possível depreender a noção de corpo dilacerado,
corpo visceral, corpo úmido corpo sem vida, entre outras
extensões de sentido. É com esses elementos que se dá o
entrelaçamento das questões corporais com o nível
simbólico: alma, céu, mar, memória, lembrança, destino
entre outras. (BUENO, 2011, p. 4)
Em Rebentação, esse "entrelaçamento das questões corporais" com o
"nível simbólico" conflui, de acordo com o proposto até este momento, para
a instauração da imagem poética nas linhas e versos de Luís Miguel Nava. No
último poema desta nossa análise, "O céu agrada-me pensar", por exemplo,
entrevê-se mais uma vez tal relação. Tomemos um de seus trechos: "[...] Não
sei quando o mar lhes vier ao espírito o ouviremos rebentar, o certo é que
por ele às vezes sobem as marés. Há ondas que se vê terem por ele passado
antes de contra os nossos corpos deflagrarem" (NAVA, 2002, p. 110).
É possível vislumbrar nas linhas supracitadas esse movimento de
"rebentação" do "mar", deflagrado por meio do "espírito", contra os
"corpos". Nessa perspectiva, também se entrevê o tensionamento, via
linguagem poética, entre "realidades afastadas", entre "concreto" e
"abstrato", entre o "real" e o "simbólico", entre o "corpo" e o "espaço".
Tudo isso, segundo entendemos, com vistas à construção da imagem poética
nos poemas de Rebentação.
Tentamos com este trabalho propor um olhar sobre a poesia de Luís
Miguel Nava. A imagem poética, de acordo com o analisado, afigura-se como
elemento chave à construção das linhas e versos no livro Rebentação. A
partir da tensão advinda do embate entre "corpo" e "espaço", entre
"concreto" e "abstrato", entre "real" e "simbólico", Nava, de maneira
particularíssima, ainda que supostamente bebendo em fontes como as
vanguardas europeias do início do século XX, oferece-nos não apenas uma
perspectiva de leitura em que instâncias de naturezas distintas se
"rebentam" formando a imagem poética. Na trama textual de Nava, sobrevém
uma possibilidade de leitura para além da literária, permitindo uma
reflexão sobre a própria condição humana e sua respectiva relação com o
"espaço" no qual é interpretada.
Nesse sentido e encerrando este breve estudo, cabe evocarmos mais uma
das observações de Fernando Pinto de Amaral, observação essa que, segundo
entendemos, sintetiza apropriadamente o espanto provocado pela intensa
"rebentação" de imagens poéticas incrustadas ao longo das linhas e versos
deste e de outros trabalhos do poeta português: "Nava surpreende-nos pela
sua arte de saber articular os universos só aparentemente separados da vida
e dos livros." (AMARAL, 2006, p. 21)


REFERÊNCIAS
BRETON, André. Manifestos do surrealismo. São Paulo: Brasiliense, 1985.
BUENO, Danilo. O corpo-escrito de Luís Miguel Nava. Revista Vivência. N.º
36, p. 33-40, 2011. Disponível: <
http://www.cchla.ufrn.br/Vivencia/sumarios/36/PDF%20para%20INTERNET_36/03_Da
nilo%20Bueno.pdf>. Acesso em 22 nov. de 2014.
FERREIRA, Moisés David Sousa Gomes. Luís Miguel Nava e o espaço do corpo em
O Céu Sob as Entranhas. Revista eletrônica de crítica e teoria de
literaturas. Artigos da seção livre PPG-LET-UFRGS – Porto Alegre – Vol. 05
N. 01 – jan/jun 2009. Acesso em 22 nov. de 2014.
HOUAISS, Antonio. Dicionário eletrônico da língua portuguesa 1.0. São
Paulo: Editora Objetiva, 2001.
MOISÉS, Massaud. Dicionário de termos literários. 12ª ed. São Paulo:
Cultrix, 2013.
MORAIS, Leonardo David de. SANTOS, Mislaine Almeida. O poeta, o xamã e o
discípulo: representações do sujeito lírico em Ciclones, de Roberto Piva.
Revista e-hum. Belo Horizonte, vol.3, nº.2, 2010. Acesso em 23 nov. de
2014.
NAVA, Luís Miguel. Poesia completa: 1979-1994. Lisboa: Publicações Dom
Quixote, 2002.
PAZ, Octavio. Signos em rotação. São Paulo: Perspectiva, 1990.
PESSOA, Fernando. Livro do desassossego: composto por Bernardo Soares,
ajudante de guarda-livros na cidade de Lisboa. São Paulo: Companhia de
bolso, 2006.
PINTO, Fernando Amaral. As cicatrizes da lava. In: NAVA, Luís Miguel.
Poesia completa: 1979-1994. Lisboa: Publicações Dom Quixote, 2002.
PIVA, Roberto. Ciclones. São Paulo: Nankin Editorial, 1997.
WILLER, Claudio. Uma introdução à leitura de Roberto Piva. In: PIVA,
Roberto. Um estrangeiro na legião. Obras reunidas. V. I. Rio de Janeiro:
Globo, 2005.
-----------------------
[1] Contato: [email protected]
[2] Octavio Paz, no mesmo texto, desenvolve ideia que também julgamos
apropriada a nossa proposta de análise: "Cada imagem – ou cada poema
composto de imagens – contém muitos significados contrários ou díspares,
aos quais abarca ou reconcilia sem suprimi-los." (PAZ, 1990, p. 38). Nesse
sentido, podemos pensar que subsiste a presença de uma tensão, advinda da
natureza distinta dos elementos aproximados pelo poeta no corpo do texto.
[3] Sobre a relação entre o sujeito lírico e o espaço poético no livro
Ciclones, pode ser interessante consultar o seguinte artigo: O poeta, o
xamã e o discípulo: representações do sujeito lírico em Ciclones de Roberto
Piva (2010).
[4] Vale lembrar nesse sentido o caráter reflexivo de um nome central da
poesia moderna portuguesa: o "guardador de livros" Bernardo Soares no Livro
do desassossego (PESSOA, 2006).
[5] Importante salientar que, a propósito do vocábulo "céu", o livro que
Nava escreveu na sequência do livro Rebentação (1984) foi intitulado O céu
sob as entranhas, de 1989, que dinamiza e desconstrói o aspecto metafísico
às vezes presente em seu percurso textual.
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