Recensão Literária do texto de Quentin Skinner Significação e compreensão na História das Ideias

June 26, 2017 | Autor: Bruno Espinha | Categoria: Quentin Skinner
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Recensão Literária do texto de Quentin Skinner Significação e compreensão na História das Ideias BRUNO ESPINHA1

5/01/2014

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Professor Assistente e Regente da Cadeira de Historia das Instituições Politicas e Jurídicas da Faculdade de Direito da Universidade Mandume Y NDmufayo, 6ª Região Académica – Lubango, Angola. Mestre em Filosofia pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. 1

Índice 1. Referência Bibliográfica ....................................................................................................... 3 2. Biografia do Autor ................................................................................................................ 3 3. Introdução ............................................................................................................................ 4 4. Significação e compreensão na História das Ideias ............................................................ 4 4.1. Mitologias....................................................................................................................... 4 4.2. Análise histórica e linguística ....................................................................................... 7 4.3. A Importância da Historia das Ideias ........................................................................... 8 5. Conclusão .............................................................................................................................. 9

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1. Referência Bibliográfica Skinner, Quentin, Significaçao e compreensão na História das Ideias.2

2. Biografia do Autor Quentin Robert Duthie Skinner, nascido a 26 de Novembro de 1940 em Manchester, Inglaterra, é um historiador britânico Diplomado em Cambridge e é um dos mais influentes e requisitados professores e intelectuais dos nossos dias, tendo sido distinguido com doze graus honoris causa, nomeadamente pela University of Chicago, Harvard University ou até pela École des Hautes Etudes de Paris, entre outras instituições, para além de lhe ter sido igualmente atribuído o Balzan Prize. Ministrou cursos em Princeton, Harvard, Cornell, Oxford, Cambridge, para mencionar alguns. É atualmente professor na área de Humanidades em Queen Mary, University College of London. É membro ou faz parte dos corpos diretivos de diversas associações profissionais, sociedades ou instituições, tais como Christ's College, British Academy, Academia Europeia, American Philosophical Society, American Academy of Arts and Sciences. Integra ainda o corpo editorial de Contemporary Political Theory, Filosofia Política, Acts de la Recherche en Sciences Sociales. O seu nome tem sido associado a diversos podcasts: On the political theory of Niccola Machiavelly, On John Milton as a theorist of Liberty, On the political theory of Thomas Hobbes, Belief, Truth and Interpretation. A sua obra já foi traduzida em diversas línguas, destacando-se as publicações: The Foundations of Modern Political Thought (Cambridge, 1978), Machiavelly (1981), Reason and Rhetoric in the Philosophy of Hobbes (Cambridge, 1996), Liberty before Liberalism (Cambridge, 1998), Visions of Politics: Volume I: Regarding Method ( Cambridge 2002), Visions of Politics: Volume II: Renaissance Virtues (Cambridge, 2002), Visions of Politics: Volume III: Hobbes and Civil Science (Cambridge, 2002). As suas reflexões focam-se na história intelectual moderna e as suas inúmeras publicações referem-se a diversos temas filosóficos que abarcam a natureza da interpretação e explicação histórica, bem como diversas questões sobre a teoria política contemporânea, o que envolve o conceito de liberdade política e o caráter do Estado.

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Skinner, Quentin, Significação e compreensão na História das Ideias, in Visões da Política, sobre os métodos históricos, Difel – Difusão editorial, SA, Lisboa, 2005, capítulo 4.

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A sua pesquisa centra-se na história europeia recente e um dos seus principais interesses reside na Renascença. Publicou livros sobre Maquiavel, sobre a pintura política da época Renascentista nos seus primórdios, sobre os ideais da virtude política e editou também a obra O Príncipe, de Maquiavel. A sua Investigação foca-se do mesmo modo no período do século XVII em Inglaterra. Skinner tem escrito extensivamente sobre as relações entre a retórica e a filosofia, tendo completado há pouco tempo um livro sobre Shakespeare e a eloquência forense. A sua obra mais conhecida, The Foundations of Modern Political Thought, procura abordar todo o período recente. Os seus interesses filosóficos incidem sobre Speech-act (teoria dos atos de linguagem) e a natureza da interpretação e explicação histórica. Manifesta igualmente interesses políticoteóricos sobre o conceito de representação e teorias da liberdade política.3

3. Introdução Neste relatório que resulta da leitura do texto de Q. Skinner, Significação e compreensão na história das ideias, vamos deixar indicados os pontos fundamentais da sua exposição. Esses pontos são consequentes, tal como aparecem no texto. O primeiro ponto diz respeito à crítica que Skinner faz à metodologia que privilegia a conceção evolutiva das ideias, dos “problemas eternos“ no seu tratamento pelos autores clássicos, pressupondo uma continuidade temporal na compreensão desses problemas. No segundo ponto, pondo de lado os perigos da criação de mitologias por parte dos historiadores das ideias, Skinner apresenta a metodologia que convém à história das ideias, a qual não pode procurar a evolução das ideias nem a existência de “problemas eternos”, antes tem que procurar em cada obra, em cada autor, a intenção que este tem no fazer o que se disse. Esta metodologia está profundamente ligada à análise linguística do dito, tendo em conta o contexto linguístico do dizer.

4. Significação e compreensão na História das Ideias 4.1. Mitologias 4.1.1. Mitologia das doutrinas nas análises históricas Para Q. Skinner a análise histórica feita nas obras que têm como objeto a história do pensamento humano, principalmente a historia das ideias, tem obedecido a paradigmas que

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Conf. http://www. history.qmul.ac.uk/staff/profile/4565-professor-quentin-skinner , www.wook.pt>autores , en.wikipedia.org/wiki/Quentin_Skinner. Data de cesso: 02 de Janeiro, 2015.

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dissimulam uma incapacidade de os ligar ao passado.4 Isso conduz ao que ele considera mitologias e que ocorrem frequentemente nessas análises históricas. 1. A mitologia das afirmações dos autores. Esta forma de mitologia acontece naquelas obras em que o observador procura encontrar a doutrina do autor nas suas afirmações5. Esta forma de mito gera duas formas de absurdo histórico: 1.1. A que ocorre em biografias intelectuais e histórias “sinóticas”. Aqui ocorre o perigo do anacronismo, onde se atribui a um autor, por semelhança, aquilo que outro disse e que nunca foi sua intenção dizer.6 Manifesta-se aqui o se querer, a priori, encontrar as doutrinas que o observador pretende. 7 A doutrina que se quer atribuir ao autor, não é apresentada por ele explicitamente, mas por conjeturas e suposições. 1.2. A que ocorre, característica da história das ideias, quando tem como objetivo a compreensão é uma ideia unitária. Este absurdo resulta de se tentar encontrar a morfologia de uma ideia a partir de todos os domínios da história em que ela parece surgir.8 A mitologia apresenta-se no facto de se fazer crer que essa ideia é imanente à própria história e utiliza-se erradamente uma linguagem que trata de um ser em crescimento que ilide os autores. 1.2.1. Deste absurdo histórico surgem mais outros dois: o elogio dos autores que como que por antecipação teriam tido a clarividência da “antecipação” da doutrina,9 ou a crítica ou elogio que surge por se considerar que determinado autor não foi capaz ou foi incapaz de antecipar a forma como atualmente pensamos; o outro absurdo reside na discussão sobre se uma determinada ideia unitária surgiu num determinado período e se certo autor já a contemplava na sua obra.10 1.3. Mitologia da coerência das obras. Esta mitologia surge da necessidade do observador definir as doutrinas dos autores segundo temas. Por exemplo um autor que tenha tratado o tema da liberdade, então tem que se procurar nas suas obras coerência doutrinária de acordo com o tema. Na obra do autor frui

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Ibidem, pág. 84. Idem, pág. 85. 6 Conf. idem, pág. 85. 7 Conf. idem, pág. 86. 8 Conf. idem, pág. 88. 9 Conf. idem, pág. 89. 10 Conf. idem, pág. 90. 5

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um sistema e essa tem que ser alvo de uma compreensão unificada, nem que se empregue esforço e pesquisa.11 Dentro desta metodologia encontra-se ainda uma outra tendência, a saber, o não se encarar os obstáculos à sistematização como contradições mas ilidindo-as. Dizem aqueles que defendem a sistematização que caso surjam essas contradições é porque é necessária uma outra abordagem interpretativa, pois são contradições aparentes e devem mesmo contribuir para uma compreensão mais ampla da teoria do autor.12 Esta mitologia parte do pressuposto que o autor tentou esconder as suas teorias para que só fossem compreendidas por pessoas inteligentes e quem é capaz de ler essas teorias entre linhas está a salvo, pois se os outros não encontram aí o que é defendido é porque são leitores pouco atentos.13 2. Mitologia por atribuição aos autores doutrinas que eles não desenvolveram. 2.1. É a inversão da mitologia anterior.14 Acima vimos a mitologia que surge de se atribuir a um autor aquilo que não tratou, aqui a mitologia deve-se ao fato de se criticar o autor por aquilo que não conseguiu fazer, ou ainda, atribuir ao autor uma determinada doutrina e criticá-lo por não a desenvolver, tornando-se assim possível ao observador atribuir ao autor, a partir do que ele disse, uma crença que lhe convém. Isto chega a ser sinistro porque pode representar a imposição ao autor dos nossos próprios preconceitos disfarçados em especulação histórica inofensiva.15 Nesta forma de mitologia a mais influente é de afirmar-se a priori que o autor queria ter sido sistemático mas que a sua sistematização é incompleta porque lhe falta um ou outro tema. 4.1.2. Mitologia da prolepse Esta mitologia surge quando o observador atribui a um determinado fato uma explicação retrospetiva, ou seja, explica o fato com a informação atual que tem do autor e de acordo com a sua própria necessidade e isto sem ter em conta o significado do fato para o autor que o viveu. Fica nesta mitologia inscrita a assimetria entre o significado que o observador deu ao facto e o significado próprio do fato.16 Uma forma desta mitologia é também o caso em que

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Conf. idem, págs. 96 – 97. Conf. idem, pág. 100. 13 Conf. idem, pág. 102. 14 Conf. idem, pág. 91. 15 Conf. idem, págs. 92 – 93. 16 Conf. idem, págs. 104 – 106. 12

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o observador encontra semelhanças entre um autor e outro mais antigo e atribui isso a um fenómeno de influência, sem pôr em causa se essa foi a intenção do autor.17

4.2. Análise histórica e linguística Os perigos que Q. Skinner evidência e atrás expusemos decorrem da impossibilidade de se fazer análise histórica de textos clássicos e assenta no fato dos comentadores desses textos se limitarem ao que nesses textos o autor diz e não terem em conta a intenção do autor quando disse aquilo que disse. Ou seja, devemos procurar interpretar não só o que o autor disse mas também o que ele estava a fazer quando disse o que disse.18 Ainda sobre o que o autor disse, devemo-nos consciencializar que os significados dos termos que utilizamos para expressar os nossos conceitos mudam muitas vezes com o tempo, o que pode levar-nos a uma interpretação errada do que se quis dizer. Mais, ficarmos pelo que o autor disse também pode revelar-se enganador, pois os autores usam frequentemente aquilo a que podemos chamar de “estratégias retóricas oblíquas ”.19 Dessas a mais óbvia é a ironia, a qual nos deve fazer distinguir aquilo que o autor disse daquilo que queria dizer. Esta estratégia é muito difícil de se detetar pois é-nos sempre mais fácil acreditar que o autor acreditava naquilo que escreveu do que desconfiar que este não estava a ser sincero.20 Q. Skinner afirma que fazer a história de uma ideia enquanto “ideia unitária” como faz Lovejoy não se justifica. A intenção dos autores que empregam o mesmo termo para expressar uma ideia não é sempre a mesma. E mesmo que quiséssemos suplantar essa dificuldade procurando compreender o contexto em que o autor usou o termo, daí nada resultaria, pois os contextos, também eles, podem ser ambíguos. Assim só será possível fazer-se a história das diferentes utilizações de uma ideia e das diversas intenções que levaram ao seu uso. Ora, Skinner considera que essa história não é fácil de se entender como história de uma “ideia unitária”. Uma vez que só é possível fazer-se a história do uso de determinadas ideias, Skinner, embora admita que estas muitas vezes têm uma continuidade histórica, é séptico quanto à história das ideias unitárias, pois este tipo de história conduz a mitologias e, sendo assim, seria melhor não se organizar as histórias em torno dessas ideias. Aqui Skinner parece estar a inverter a perspetiva da análise histórica, ou seja, não devemos pegar na ideia e ver o que os autores sobre ela falam, mas antes estudar o que disse determinado autor e por que o disse. Não devemos estar preocupados em encontrar continuidades históricas dos “problemas etenos“, mas fixarmo-nos

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Conf. idem, págs. 106 – 107. Conf. idem, pág. 117. 19 Conf. idem. Pág. 113. 20 Conf. idem, págs. 113 – 114. 18

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na resposta que cada autor deu aos problemas que se lhe colocaram. Aliás, Skinner considera que não existem “problemas eternos” ao qual os autores dedicam a sua pesquisa, mas intenções díspares que levam-nos a falar usando tal ideia, contudo não dentro de um significado determinado.21 A metodologia a seguir na análise dos textos clássicos tem que procurar perceber o sentido que no texto o autor pretendeu fosse captado. Para isso deve-se começar por se fazer um elenco de todas as comunicações que podiam, no momento em que o autor escreveu, ser comunicadas pelas expressões que o autor escolheu. Também deve-se confrontar essas expressões com o seu contexto linguístico para podermos determinar a intenção do autor. Conseguida a intenção do autor pode então surgir o contexto social como contexto em que a pesquisa linguística se dá. E esse contexto é fundamental para se perceber os significados que o autor tinha a intensão de comunicar, como se fosse um tribunal de última instância, pois ajuda a apurarmos quais as intenções podiam ser as do autor. Isto é, um determinado autor só pode intencionar aquilo que o seu contexto social lhe faculta, caso contrário estaríamos a imaginar uma anacronia, por exemplo, em que se atribui a Hobbes intenções que foram de Maquiavel. Este é um trabalho crítico que enquadra a metodologia aqui exposta, pois possibilita encontrarmos as condições necessárias para a compreensão de um determinado discurso. A metodologia aqui exposta tem enfase na linguística, mas o estudo linguístico, previamente feito, precisa da de estar enquadrado dentro dessas condições.22

4.3. A Importância da Historia das Ideias Para Skinner estudar história das ideias é de grande valor filosófico precisamente por que os textos clássicos respondem a questões que eles próprios colocam e não a questões nossas e assim permitem-nos descobrir não “ideias unitárias”, mas antes as mais diversas respostas e intensões. Esses estudos permitem-nos, não a descoberta da evolução de uma ideia, mas antes de intensões e convenções com as quais podemos aprender enquanto respostas diferentes dadas a problemas diferentes. Isso mostra-nos a contingência das nossas crenças e convenções quando fica a descoberto que não existem conceitos intemporais, mas conceitos muito diferentes pertencentes a sociedades diferentes. Assim aprendemos sobre o passado e sobre nós próprios. Com a história das ideias, através da metodologia aqui identificada, conseguimos sair dos limites que as nossas sociedades nos impõe e aprendemos com outras

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Conf. idem, págs. 121 – 122. Conf. idem, págs. 123 – 124.

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sociedades. Não aprendemos sobre a solução dos nossos problemas, mas ficamos com uma chave de autoconhecimento.23

5. Conclusão Neste texto quisemos evidenciar três pontos fundamentais presentes na exposição de Q. Skinner. No primeiro é criticada a metodologia usada nas histórias que lidam com o pensamento ao longo do tempo, mas principalmente a metodologia daqueles que seguem Lovejoy na história das ideias. Pelo que aí é exposto não há dúvidas quanto à justeza dessa crítica. Todos sabemos que a nossa ingenuidade já nos levou à leitura de histórias admiravelmente mitológicas. Muitas vezes já criticamos ou ouvimos criticar determinado historiador por esse “contar a história à sua maneira”, mas raramente ouvimos alguém atribuir isso a um problema metodológico, como o erro da mitologia das doutrinas das análises históricas que ocorre quando se tenta associar o pensamento de um autor clássico a uma determinada doutrina à qual este nunca pensou referirse. Ou até mesmo criticamos ou ouvimos criticar o autor por aquilo a que não se referiu sobre uma doutrina a que era suposto ter-se referido (mitologia da coerência). Também nessa crítica que fazemos a um historiador definido, raramente teremos observado o problema da mitologia da prolepse, ou seja, a tendência que o historiador tem de obrigar o autor clássico a projetar o seu pensamento no futuro ao determinar o que esse disse a partir daquilo que é a realidade atual do historiador. A crítica que muitas vezes fazemos desse historiador que “faz a história à sua maneira” pode não decorrer de uma intencionalidade consciente do mesmo, mas deste se deixar encantar com o fabuloso que estas mitologias lhe proporcionam ao convidarem-no a viver mitologicamente os seus próprios panoramas teóricos ou as suas idiossincrasias. No segundo ponto destacamos na leitura do texto de Q. Skinner, a relação que Skinner estabelece entre a investigação histórica das ideias com a linguística. A metodologia da história das ideias só pode ser aquela que apreende o que um autor clássico disse através da captura da sua intenção ao dizer o que disse, aquilo que estava o autor a fazer ao dizer o que disse. Isto não pode ser feito sem a análise linguística do dito. Essa análise trata de configurar o dito no seu contexto histórico-linguístico. Outra tarefa dessa análise é fazer um elenco de todas as possibilidades de comunicação que os termos usados pelo autor podiam ter querido dizer à época. É esta metodologia que serve de defesa a qualquer tentativa do historiador das ideias deixar-se encantar na criação de mitologias históricas. Por outro lado, esta metodologia permite

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Conf. idem, págs. 124 – 126.

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extrair da história das ideias a importância filosófica de se fazer este tipo de história, o que passamos a tratar no parágrafo seguinte. No terceiro e último ponto, Q. Skinner tira a conclusão do que é importante no estudo histórico das ideias. A partir da metodologia que indica, fica a descoberto o que realmente nos deve ensinar a história das ideias. Ao contrário do que se pretende com aqueles que defendem uma metodologia parecida à de Lovejoy, ou mesmo do que defendem os seus discípulos, os ensinamentos da história das ideias não desponta de tentarmos perceber a evolução de uma determinada doutrina, ou ideia relacionada a um “problema eterno”. Esta metodologia da continuidade, que cria mitologias, nada tem a ensinar no presente. A metodologia que encontra a intenção de um determinado autor ao fazer o seu dizer, essa metodologia que torna a sua resposta única a uma questão colocada a esse autor e não a outro, só esta pode trazer ensinamento ao presente. Esse ensinamento radica naquilo que essa metodologia permite apreender das obras dos autores clássicos, a saber, a contingência das nossas crenças e convenções a respeito de conceitos intemporais. Mais, aprendemos também conceitos muito diferentes pertencentes a sociedades diferentes. É uma aprendizagem sobre o passado e sobre nós próprios, pois conseguimos sair dos limites que as nossas sociedades nos impõem e aprendemos com outras sociedades. (A frase que se segue é repetida, mas não podia deixar de ser). Não aprendemos sobre a solução dos nossos problemas, mas ficamos com uma chave de autoconhecimento.

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