Recensão: Rosario Mascato Rey (2012): Valle-Inclán lusófilo: documentos (1900-1936), Lugo, Axac, Diacrítica, 26/2: 576-577.

June 30, 2017 | Autor: Carlos Pazos-justo | Categoria: Iberian Studies
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26/2 revista do centro de estudos humanísticos série filosofia e cultura 2012

diacrítica a filosofia na academia IX SIMPÓSIO GALAICO-PORTUGUÊS DE FILOSOFIA

ética e política III ENCONTROS DE BRAGA SOBRE ÉTICA E FILOSOFIA POLÍTICA

efemérides ROUSSEAU IRMÃOS GRIMM

Universidade do Minho

Centro de Estudos Humanísticos

Título: DIACRÍTICA (Nº 26/2 – 2012) Série Filosofia e Cultura

Directora: Ana Gabriela Macedo Editor: Virgínia Soares Pereira Editor-Adjunto: João Cardoso Rosas Comissão Redatorial: Daniel Halliday (U. Melbourne), David Alvarez (U. Vigo), Helder de Schutter (U.C. Louvain), Iwao Hirose (McGill U.), Joanne Paisana (U. Minho), João Rosas (U. Minho), Orlando Grossegesse (U. Minho), Pascal Duval (U. Sorbonne-Paris 1), Vítor Moura (U. Minho) Comissão Científica: Acílio da Silva Estanqueiro Rocha (Universidade do Minho), Arnaldo Espírito Santo (Universidade de Lisboa), Catherine Audard (London School E.P.S.), Elisa Lessa (Universidade do Minho), Fernando Augusto Machado (Universidade do Minho), Joanne Madin Vieira Paisana (Universidade do Minho), João Manuel Cardoso Rosas (Universidade do Minho), João Vila-Chã (Faculdade de Filosofia da U.C.P.), José Esteves Pereira (Universidade Nova de Lisboa), José Luís Barreiro Barreiro (Universidade de Santiago de Compostela), Manuel Ferreira Patrício (Universidade de Évora), Manuel Rosa Gonçalves Gama (Universidade do Minho), María Xosé Agra (Universidade de Santiago de Compostela), Mário Vieira de Carvalho (Universidade Nova de Lisboa), Norberto Amadeu Ferreira G. Cunha (Universidade do Minho), Pedro Cerezo Galán (Universidade de Granada), Richard Bellamy (University of Essex), Steven Lukes (New York University), Virgínia Soares Pereira (Universidade do Minho), Viriato Soromenho-Marques (Universidade de Lisboa), José Manuel Robalo Curado (Universidade do Minho), Vítor Manuel Ferreira Ribeiro Moura (Universidade do Minho) Obs: Para além de artigos de professores e investigadores convidados, a revista acolhe propostas de publicação de colaboradores internos e externos ao Centro de Estudos Humanísticos da Universidade do Minho, que serão sujeitas a arbitragem científica segundo um modelo de revisão por pares. Edição: Centro de Estudos Humanísticos da Universidade do Minho em colaboração com Edições Húmus – V.N. Famalicão. E-mail: [email protected] Publicação subsidiada por FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia ISSN: 0807-8967 Depósito Legal: 18084/87 Composição e impressão: Papelmunde – V.N. Famalicão

ÍNDICE

7

Nota Introdutória A FILOSOFIA NA ACADEMIA IX SIMPÓSIO GALAICO-PORTUGUÊS DE FILOSOFIA

11

Apresentação Vítor Moura

15

A filosofia para além da academia Acílio da Silva Estanqueiro Rocha

43

Informe para una academia o elogio de la filosofía Nel Rodríguez Rial

63

O Problema das filosofias nacionais e da filosofia como saber universal: o caso português Pedro Martins

89

Feminismo e filosofía política: reflexións sobre o canon e a academia María Xosé Agra Romero

105

Um modo de fazer filosofia: A ontologia histórica de Ian Hacking João Ribeiro Mendes

121

Noam Chomsky: epistemoloxía, filosofía política e educación Rebeca Roca Fraga / Martín González Fernández

157

A descoberta do inconsciente no século XIX português Manuel Curado

183

A chegada de María Zambrano ao claro do bosque: o sendeiro da razón poética tralo maxisterio de Zubiri e Ortega Mª Aránzazu Serantes ÉTICA E POLÍTICA III ENCONTROS DE BRAGA SOBRE ÉTICA E FILOSOFIA POLÍTICA

195

Ernest Gellner’s functionalist approach to nationalism: a criticism Ander Errasti Lopez

209

Democratic institutions: the spell of Plato and the return to the classics José Colen

221

Explicatio and Imperium: on the continuity between the ontological condition and the political existence Lisete Rodrigues

233

Morality sources at an international level: when universality overcomes morality María Cristina Astier Murillo

249

Entre os deveres de justiça doméstica e global: uma questão de prioridade Maria João Cabrita

267

Paradoxes of Liberal Policy: racial and gender challenges in today’s USA Marta Nunes da Costa

277

Universality and the deconstruction of identity Simon Skempton TRICENTENÁRIO DO NASCIMENTO DE JEAN-JACQUES ROUSSEAU

293

Atualidade e performatividade da questão do contrato social José Marques Fernandes

323

Um herético em país de frades, ou como Rousseau invadiu Portugal Fernando Augusto Machado

353

Máscara e educação em Jean-Jacques Rousseau Custódia Martins

369

Melodia e imitação musical em Ensaio sobre a origem das línguas Ângelo Martingo

EFEMÉRIDE: OS IRMÃOS GRIMM 385

Por entre mitos e märchen: problemática e perspectiva Nuno Simões Rodrigues

403

Para além dos contos de fadas – Jacob Grimm, o gramático Bernhard Sylla VÁRIA

419

Charles Dickens and the popular radical tradition Georgina Abreu

431

Galegos, galego-portugueses ou espanhóis? Hipóteses e contributos para a análise das origens e funções da imagem atual da Galiza e dos galegos em Portugal Carlos Pazos Justo

445

Pós-colonialismo e identidade na literatura caribenha de língua inglesa: memória e autorrepresentação na escrita de Jamaica Kincaid Lívia Vivas

469

Paul Ricœur, o caminho da sabedoria prática Luís Pereira

489

De Pandora a Eva: fontes antigas da misoginia ocidental Maria José Ferreira Lopes INÉDITO

513

As conferências de Annapolis sobre o Direito Natural: um texto inédito de Leo Strauss José Colen IN MEMORIAM

547

In memoriam: António Eugénio Peixoto (1953–2012) Pedro Martins RECENSÕES

561

It didn’t happen here: why socialism failed in the United States Jorge Pereira

565

O livro das origens: a inscrição teológica da pedra de Chabaka António J. G. de Freitas

569

Elder Paisios, With Pain and Love for contemporary man Clara Costa Oliveira

572

José Pedro Paiva, Baluartes da fé e da disciplina: o enlace entre a Inquisição e os bispos em Portugal (1536-1750) João Peixe

576

Rosario Mascato Rey, Valle-Inclán lusófilo: documentos (1900-1936) Carlos Pazos Justo

578

Belmiro Fernandes Pereira, Retórica e eloquência em Portugal na época do Renascimento Virgínia Soares Pereira

583

Normas de apresentação

NOTA INTRODUTÓRIA

O presente número da Diacrítica – Série de Filosofia e Cultura congrega um conjunto diversificado de ensaios e artigos que correspondem, em grande parte, à investigação que se faz no âmbito da Linha de Ação de Filosofia e Cultura, do Centro de Estudos Humanísticos da Universidade do Minho. São quatro as áreas temáticas em que se inserem os trabalhos aqui reunidos: 1) “A Filosofia na Academia”, dossier que agrupa um conjunto de sete conferências proferidas no IX Simpósio Luso-Galaico de Filosofia, realizado em Braga nos dias 28 e 29 de outubro de 2011 (este Simpósio constituiu também uma introdução à homenagem pública ao Prof. Acílio Estanqueiro Rocha, que se realizou no dia 29); 2) Questões de Ética e Filosofia Política, sete conferências apresentadas no âmbito da realização dos III Encontros de Braga sobre o tema; 3) Duas efemérides: quatro artigos consagrados ao pensamento e influência do filósofo Jean-Jacques Rousseau, em celebração do tricentenário do seu nascimento; dois artigos dedicados à obra dos irmãos Jacob e Wilhelm Grimm, que em 1812 – celebram-se agora duzentos anos – deram a lume, e ao mundo, os seus primeiros contos tradicionais e de fadas, sendo um dos artigos especificamente dedicado a Jacob Grimm e ao seu contributo na área da Linguística Alemã; 4) “Vária”, um acervo de textos de temática diversificada, de índole cultural, intercultural e transcultural, relacionados com o pós-colonialismo, identidades e estudos feministas. Compõem ainda o volume: a apresentação, edição e tradução anotada de um inédito de Leo Strauss, e algumas recensões. Uma palavra final deve reservar-se para sublinhar o texto In Memoriam, dedicado a António Eugénio Peixoto, malogrado Professor e Colega que há pouco deixou enlutados o Instituto de Letras e Ciências Humanas e a Academia do Minho.

Virgínia Soares Pereira

ROSARIO MASCATO REY, VALLE-INCLÁN LUSÓFILO: DOCUMENTOS (1900-1936) Lugo, Axac, 2012, 78 pp. Carlos Pazos Justo* [email protected]

A relação de Ramón del Valle-Inclán, produtor central no sistema literário espanhol (é bom lembrar), com Portugal tem sido o assunto de alguns, não muitos, estudos; o caso das três polémicas traduções de Eça de Queiróz que Valle-Inclán assinou entre 1901 e 1904 propiciou não pouca controvérsia e mais literatura. Em Valle-Inclán lusófilo: documentos (1900-1936) Mascato Rey pretende “recuperar, reunir y dar a conocer datos, hechos y documentos relacionados en su conjunto con la trayectoria de Ramón del Valle-Inclán y sus posicionamientos respecto al mundo lusófono” (p. 9), sem o propósito de esgotar o assunto focado. Segundo se indica no próprio volume, os avanços agora apresentados são resultado parcial do projeto de investigação “Ramón del Valle-Inclán: A prensa e o sistema editorial” dirigido pelo Professor Javier Serrano Alonso na Universidade de Santiago de Compostela, e vinculado ao Grupo de Investigação Valle-Inclán da mesma *

Universidade, do qual a A. do presente livro faz parte. O trabalho proposto aproxima-se dos vínculos de Valle-Inclán com a cultura portuguesa através (i) da análise da biblioteca portuguesa do autor, (ii) da substantivação de eventos hispano-portugueses de variado tipo com presença do produtor em foco e, finalmente, (iii) de cinco entrevistas publicadas em Portugal “en que expone su pensamiento sobre las relaciones lusohispanas o luso-galaicas” (p. 19). Em relação à biblioteca de Ramón del Valle-Inclán, a A. refere a presença de numerosos volumes de Camilo Castello Branco, Eça de Queiroz ou Almeida Garret, assim como de bibliografia passiva sobre os mesmos; de autores coetâneos como Raul Brandão, Teixeira de Pascoaes, Lopes Vieira, Aquilino Ribeiro ou Alfredo Pimenta, alguns autografados; de jovens escritores na altura como Norberto de Araújo, António Ferro entre outros; igualmente, outras obras de conteúdo português como o conhe-

Departamento de Estudos Românicos, Universidade do Minho, Braga, Portugal.

ROSARIO MASCATO REY, VALLE-INCLÁN LUSÓFILO: DOCUMENTOS (1900-1936)

cido Por tierras de España y Portugal de Miguel de Unamuno. Segundo Mascato Rey, a relevante presença de bibliografia portuguesa ou sobre Portugal assim como as notícias de relações pessoais com alguns dos autores citados seriam prova da “fascinación” de Valle-Inclán pela cultura portuguesa (p. 13). Sob a epígrafe “Iniciativas culturales en pro de un hermanamiento luso-hispano”, a A. desenha um Valle-Inclán atento, protagonista inclusive, relativamente aos eventos que, com especial destaque na década de 20, visam a “institucionalización de las relaciones entre las intelectualidades española y portuguesa, [e] intensificar la difusión de la cultura lusófona en el Madrid de su época” (p. 21). Assim, a partir de dados levantados da imprensa periódica, fundamentalmente, apresenta-senos um Valle-Inclán formando parte da madrilena e efémera Sociedad de Amigos de Portugal (1922) ou com lugar destacado na Exposición del Libro Portugués (Madrid, 1928), por exemplo. Na terceira das partes que compõem este estudo, patenteando o interesse português por Valle-Inclán (e, por sua vez, afirmando a sua centralidade no campo literário espanhol), a A. analisa e recolhe cinco entrevistas portuguesas publicadas entre 1916 e 1936 sobre diversos temas, com destaque para a política, as relações hispano-portuguesas

577

(também as galego-portuguesas) e a literatura em geral. Assinam as entrevistas: Leal da Câmara, A Noite, 1916; José Maria Ferreira de Castro, Ilustração, 1926; José Novais Teixeira, Diário de Lisboa, 1928; António Ferro, especialmente interessado já na altura por questões políticas, no Diário de Notícias, 1930; e, por fim, Armando Boaventura, Diário de Notícias, 1936. Além de evidenciar a lusofilia do produtor em foco, são várias as hipóteses e interrogações que lança ou sugere o livro de investigadora Rosario Mascato no que diz respeito aos reais contornos da relação do autor com a cultura portuguesa ou acerca das relações hispano-portuguesas e galego-portuguesas. Provavelmente o carácter heterodoxo ou inovador deste estudo dentro do valleinclanismo resida na análise da lusofilia de Valle-Inclán (oriundo da Galiza, lembre-se) a partir da sua problemática relação com o galeguismo contemporâneo, substantivando de alguma forma a origem galega e/ou galeguista de algumas das ideias ou crenças (paisagem, atlantismo, passado, por exemplo) que presidem às tomadas de posição do autor no relativo a Portugal, matérias que, como afirma a A., deverão enformar novas linhas de pesquisa sobre a trajetória de Ramón del Valle-Inclán assim como, dizemos nós, das relações literárias e culturais no espaço peninsular.

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