Reciclador De Energia De Alta Eficiência Para Teste De Burn-In Em Fontes CC De Aplicação Em Telecomunicações

May 27, 2017 | Autor: Kleber Lima | Categoria: Power Electronics, Power Supply, Boost Converter, Dc-Dc Boost Converter
Share Embed


Descrição do Produto

High Efficiency Energy Recycler for Burn-in Tests of Telecommunications DC Sources

Joacillo Luz Dantas1, Fernando Antunes2, Kleber Lima3

José Maurício Andrade Delta Energy Systems

Grupo de Processamento da Energia e Controle Departamento de Engenharia Elétrica Universidade Federal do Ceará 1 [email protected], [email protected], 3 [email protected] Abstract — This paper shows an architecture for dc source power recycle circuit. This circuit, composed by power electronics devices, accomplishes the burn-in test in a dc power supply with nominal voltage equal 54.5 V and current equal 50 A. It use a PIC16F870 microcontroller for control a current inverter and a non-dissipative snubber to help the commutation in a boost converter.

Ewaldo Luiz de Mattos Mehl Depto. de Engenharia Elétrica Universidade Federal do Paraná [email protected]

conversor boost, de acordo com o diagrama de blocos mostrado na Fig. 1.

Index Terms — Burn-in, power recycler, dc-dc converters.

I.

Em testes de Burn-in convencionais, para fontes CC, usam-se resistores como carga. Nesses testes a fonte alimenta uma carga, que corresponde a uma porcentagem de 50% a 100%, por um período de 24h às 72h. Toda energia envolvida no processo é perdida em forma de calor. Com o objetivo de diminuir o consumo de energia elétrica nos testes de Burn-in, surgiu o conceito de Reciclagem de Energia [1]. Embora o uso de recicladores de energia seja uma proposta bastante atrativa, principalmente devido a atual preocupação com a otimização dos recursos energéticos, constata-se que a maioria das pesquisas relacionadas a esse tópico, é direcionada para UPS, sendo reduzido o material relacionado com recicladores para fontes CC [1,2,3,4,5,6]. Este artigo mostra uma nova topologia para um reciclador de energia, formado por três conversores, para implementação de testes de Burn-in em fontes CC de 54,5V e 50 A, de aplicação em telecomunicações. Este reciclador devolve para a rede , a energia elétrica consumida no teste, multiplicada pelo rendimento do conversor, injetando na mesma, uma corrente senoidal com TDH em torno de 4%. O reciclador de energia diminui os gastos com o teste de burn-in, eliminando inclusive os custos inerentes à refrigeração, tendo como implicação a produção de uma fonte CC mais competitiva. O investimento inicial em um reciclador de energia pode ser amortizado em menos de um ano [1].

II.

Fig. 1 - Reciclador.

INTRODUÇÃO

DESCRIÇÃO DOS CONVERSORES

O reciclador de energia é um equipamento, baseado em semicondutores de potência, composto por três conversores, a saber: um inversor de corrente, um conversor buck e um

A. Inversor de Corrente O reciclador de energia injetará na rede elétrica, através de um inversor de corrente, Fig. 2, uma corrente senoidal de freqüência 60Hz. A saída do inversor é conectada a um filtro LC para filtrar a alta freqüência proveniente do chaveamento do estágio anterior, o qual injeta no mesmo, uma corrente senoidal retificada. A conexão com a rede elétrica é feita através de um transformador de 60/220V. O uso, ou não, de diodos em série com os IGBT`s depende da tecnologia escolhida para estes, NPT ou PT respectivamente.

Fig. 2 - Inversor de corrente.

B. Conversor Buck O conversor buck, Fig. 3, atua como um controlador de fluxo de energia. Ele é a interface entre o inversor de corrente e o conversor boost. Quando a energia entregue pelo boost é maior que a injetada na rede elétrica pelo inversor de corrente, o circuito de controle aumenta a razão cíclica do chaveamento do conversor buck, com o objetivo de liberar essa energia. Caso contrário, a razão cíclica é diminuída.

High Efficiency Energy Recycler for Burn-in Tests of Telecommunications DC Sources O estágio buck possui também a função de fornecer uma corrente senoidal retificada de 120Hz, possibilitando que o inversor opere com chaveamento em 60Hz. A identificação do fluxo energético é feita através do monitoramento da tensão no capacitor de saída do conversor boost. Quando a energia fornecida pelo boost é maior que a recebida pela rede elétrica, desprezando-se as perdas, a tensão no capacitor tende a aumentar. Caso contrário esta tensão diminui. O conversor buck opera no modo de condução contínua,

Devido ao fato da corrente no interruptor do conversor boost ser relativamente elevada, foi necessária a busca de um chaveamento não dissipativo. Optamos pelo uso de um circuito de ajuda à comutação, denominado snubber passivo não-dissipativo, o qual possibilita uma comutação quase ZCS na entrada em condução e quase ZVS no bloqueio [7,8,9]. A Fig. 4 mostra o conversor boost utilizando o snubber passive não-dissipativo.

III.

DESCRIÇÃO DO SNUBBER

A elevação da freqüência de comutação em conversores

Fig. 3 - Conversor buck .

com uma razão cíclica que varia senoidalmente, dada em (1), e a corrente média no interruptor é mostrada em (2).

Dk (θ ) =

Vs _ pico × sen(θ ) Vik π

I mchk =

∫ λ.

2 .I ef _ inv .sin 2 (θ )dθ

0

(1)

(2)

π .η k

Onde,

λ=

Vs _ pico

Vik

Vs_pico: tensão de pico de saída do buck. Vik: tensão de entrada do buck.

Ief_inv: Corrente eficaz na saída do inversor de corrente. η k : Rendimento do conversor buck. C. Conversor Boost A fonte CC a ser testada é fabricada pela empresa Delta Energy System, e possui os seguintes valores de tensão e corrente de saída: 54,5V e 50A. Esta fonte é ligada diretamente ao conversor boost, e este, têm como função solicitar uma corrente CC constante, com 5% de ondulação, determinando o nível de potência do teste. A fonte tem controle de tensão de saída, e apresenta menos de 1% de variação a plena carga. Logo é suficiente que o conversor boost só controle a corrente a ser drenada da fonte, o que implica em um controle da potência.

Fig. 4 - Conversor boost empregando snubber passivo nãodissipativo.

estáticos proporciona a redução no peso e volume dos componentes magnéticos. Entretanto, o aumento da freqüência causa elevação das perdas na comutação e interferência eletromagnética (EMI). A recuperação reversa no diodo boost Ds na Fig. 4, também contribui para uma adicional perda em condução. O circuito snubber utilizado atua tanto na entrada em condução, quanto no bloqueio do interruptor, proporcionando comutações pseudo ZCS e ZVS, respectivamente. Os dois elementos que devem ser adicionados ao circuito a fim de proporcionar, corrente nula, na entrada em condução, e tensão nula, no bloqueio do interruptor, são um pequeno indutor e um capacitor. O indutor prover a corrente nula na entrada em condução do interruptor e limita a corrente de recuperação reversa do diodo, enquanto que o capacitor proporciona tensão nula durante o instante do bloqueio [7]. Os componentes passivos que completam o circuito snubber, são utilizados para recuperar a energia armazenada no indutor Lsn e capacitor Csn, para a saída. De acordo com a análise das etapas de operações do snubber e suas restrições, realizadas em [7,8,9], é possível o dimensionamento de seus elementos. Definindo-se a variável k, como o fator que determina a faixa da corrente de entrada na qual o snubber opera corretamente, e x como a relação entre os capacitores Csn e Ca, tem-se (3) e (4).

High Efficiency Energy Recycler for Burn-in Tests of Telecommunications DC Sources

x=

k=

Csn Ca

Ie(MÍN) Ie(MÁX)

(3)

(4)

O ábaco mostrado na Fig. 5, expressa o parâmetro k em função do parâmetro x [7,9]. Através da utilização dos gráficos das figuras 5, 6, 7 e 8, como também, do equacionamento obtido em [7,8,9], é possível o dimensionamento dos elementos do circuito snubber apresentado.

Fig. 7 – Reatância do capacitor Csn em função de x.

Fig. 8 – Reatância do capacitor Ca em função de x.

IV.

ESTÁGIO DE CONTROLE

A. Controle Boost Fig. 5 – Relação entre k e x.

O controle do conversor boost é feito no modo corrente, utilizando-se o modelo de Vatché Vorperian para condução contínua [10] . Um sensor Hall coleta a corrente de saída da fonte, que é a variável a ser controlada. Na implementação optamos pelo uso do circuito integrado 3525, muito difundido para este tipo de regulação, como mostra a Fig. 9.

Fig. 6 – Reatância do indutor Lsn em função de x.

Fig. 9 – Controle do conversor boost.

High Efficiency Energy Recycler for Burn-in Tests of Telecommunications DC Sources B. Controle Buck Para implementar o controle do conversor buck, que tem na entrada corrente e tensão CC, e na saída tensão e corrente senoidal retificada em 120Hz, foi usado o UC3854, que é um circuito integrado amplamente utilizado em projetos de conversores boost atuando como pré-reguladores CA/CC de alto fator de potência e baixa THD. Porém o comportamento do controle de tensão é justamente o oposto do nosso projeto. Para adequação do UC3854 aos nossos requisitos foi necessária a adição de um inversor na coleta da tensão. O conversor Buck e derivados são relativamente fáceis de controlar, principalmente no modo corrente. O critério adotado para o compensador de corrente foi o de Limitações de rampa ( Slope Limitations) [11].

dVdspp Gcck = Rsk

dt

dVLk

(5)

dt

Vrs = Vik × Rsk (Vdspp × sLk ) (6) Vcea Onde ,

Fig. 10 – Sinais de comandos para os drivers dos IGBT’s.

seqüencial de chaves [1]. Inclusive é bastante conveniente a implementação de um circuito de inrush. O microcontrolador PIC16F870 usado para controle do inversor, tem ainda a incumbência de gerenciar todo esse processo. No nosso sistema as chaves são relés de 12V, 40A.

VI.

RESULTADOS DE SIMULAÇÃO

Alguns resultados obtidos em simulação são mostrados a seguir. A simulação foi feita a 90% da potência nominal da fonte CC, usando-se o software ORCAD. A corrente injetada na rede elétrica apresentou TDH de 4,8%, analisando-se até a harmônica de ordem 50.

Gcck: Ganho do compensador de corrente. Vrs : Tensão no resistor shunt na saída do buck. Vcea: Tensão na saída do compensador de corrente. Vik: Tensão de entrada do buck. Rsk: Resistência shunt na saída do buck. Vdspp: Tensão pico-a-pico da dente de serra do 3854. Lk: Indutância buck. Para o compensador de tensão adotamos o mesmo critério usado em [1] e [12].

Fig. 11 – Corrente drenada da fonte CC.

C. Controle Inversor de Corrente O disparo dos IGBTs do inversor de corrente sempre serão feitos quando a tensão da rede for nula. Sendo também, neste instante, nula a corrente injetada na mesma. Com um microcontrolador PIC16F870 [13], usando sua característica de possuir diodos internos de proteção nas portas , e através de software feito em ASSEMBLY , detectamos a passagem da tensão senoidal por zero, e se a passagem foi na subida ou na descida. Assim, determinamos que par de IGBTs (Fig. 2) serão acionados (Fig. 10). É importante salientar que, por segurança, os acionamentos dos IGBTs sofrem duas sobreposição de 300 microssegundos, na passagem por zero, em cada ciclo da rede.

V.

ENTRADA E SAÍDA DO SISTEMA DE BURN-IN

O processo de conectar e desconectar o Reciclador de Energia à fonte CC deve passar por um acionamento

Fig. 12 – Entrada em condução da chave boost usando snubber.

High Efficiency Energy Recycler for Burn-in Tests of Telecommunications DC Sources

Fig. 13 – Formas de onda.

VII.

CONCLUSÕES

O reciclador de energia para fontes CC mostrado, apresenta como vantagens uma comutação, na chave boost, quase-ZVS no bloqueio e quase ZCS na entrada em condução. Apreenta ainda um controle do inversor e o gerenciamento de energização e desenergização com um microcontrolador PIC. Apresenta a desvantagem de possuir três conversores, o que compromete o seu rendimento final, no entanto devido a sua inerente aplicação ele ainda se torna viável.

AGRADECIMENTOS Este trabalho de pesquisa e desenvolvimento representa uma parceria entre a Universidade Federal do Ceará , através do Grupo de processamento de Energia e Controle (GPEC) e a empresa Delta Energy System [14], produtora de fontes CC de aplicação em telecomunicações [15].

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS [1] Ayres, C.A (1996). Recicladores de Potência. 168f. Tese (Doutorado em Engenharia Elétrica) – Programa de PósGraduação em Engenharia Elétrica, Universidade Federal de Santa Catarina. [2] Lin, C. E. . (1995). A study on the burn-in test of charger witn load bank eminination. Industrial Automation and Control: Emerging Technologies, International IEEE/IAS Conference on , 22-27 May 1995. pp. 72 – 77. [3] Chen, J. F, Chu, C. L, Ai, T.H e Huang, C, L (1993). The burn-in test of three-phase UPS by energy feedback method . Power electronics specialist conference: PESC`93 Record., 24th annual IEEE, pp. 766-771. [4] Tsai, M. T (2000). Comparative investigation of the energy recycler for power eletrronics burn-in test. IEEE proceedings online, No. 20000376, pp.192-196. [5] Chen, J. F, Chu, C. L, Ai (1994). Self-load bank for ups testing by circulating current method. IEEE proc-electr. Power aplication, Vol 141, No 4 , pp. 191-198.

[6] Ayres, C.A, Barbi, I (1996). Power recycler for DC power supplies burn-in test: design and experimentation. APEC, pp. 72-78. [7] Lima, F. K. A. (2003). Retificador monofásico de reduzidas perdas de condução e alto fator de potência empregando snubber passivo não dissipativo. 153f. Dissertação (Mestrado em Engenharia Elétrica) – Programa de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica, Universidade Federal do Ceará. [8] Cruz, C. M. T. (2002). Técnicas de comutação não dssipativa aplicada a retificadores de três níveis operando com fator de potência unitário. 215f. Tese (Doutorado em Engenharia Elétrica) – Programa de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica, Universidade Federal de Santa Catarina. [9] Chehab, A. (2002). Retificador pwm trifásico de 26kW, três níveis, unidirecional, fator de potência unitário e alto rendimento para aplicação em centrais de telecomunicação. 187f. Dissertação (Mestrado em Engenharia Elétrica) – Programa de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica, Universidade Federal de Santa Catarina. [10] Vorperian, Vatché (1990), Simplified Analysis of PWM converters using model of PWM switch: Continuos Conduction Mode. IEEE Transactions on Aerospace and Eletronics Systems. pp. 490-496. [11] Dixon, L. (1991), Switching Power Supply Control Loop Design, in Unitrode Power Supply Design Seminar Handbook: SEM800. [12] Todd, P. C, UC3854 Controlled Power Factor Correction Circuit Design, Aplication Note U-134, Unitrode Integrated Circuits Corp. [13] Microchip, 28/40-Pin-8-Bit CMOS FLASH Microcontrollers, Datasheet. Disponível em http://www.microchip.com/1010/pline/picmicro/categor y/embctrl/14kbytes/devices/16f870/index.htm. [14] Delta Energy System (Curitiba), http://www.deltaenergysystems.com.br. [15] Andrade, J. M. M de, Mehl, E. L. M. (2003), Requisitos de energia para sistemas modernos de telecomunicações. Apostila . Mini-cursos COPEB.

Lihat lebih banyak...

Comentários

Copyright © 2017 DADOSPDF Inc.