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QUINTA-FEIRA - 11/6/2015
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DEU EM AN SUA VIDA 22
QUINTA-FEIRA - 19/3/2015
CIDADE | PATRIMÔNIO CULTURAL
Reconhecimento dos indígenas
Pré-história danificada pela água Alagamento no Sambaqui força fechamento temporário do museu RAFAELA MAZZARO
Os indígenas foram, durante séculos, desprezados. A partir do século 20, contudo, houve crescente reconhecimento da importância dos indígenas para o Brasil. Uma parte importante desse patrimônio indígena está nos sambaquis, imensos conchei-
ros que se estendem por todo o Brasil, em particular na costa. O Museu de Sambaqui de Joinville foi criado no contexto da luta pelo reconhecimento dos direitos humanos, pela defesa de diversidade e dos índios. Nas suas décadas de funcionamento, o
Masj foi pioneiro em atividades de atuação com a comunidade, além de se destacar na pesquisa científica, na qualificação de seus quadros e na defesa da liberdade. Este patrimônio é relevante para todos os que se importam com os direitos humanos no Brasil.
TRABALHO Ontem pela manhã, funcionários faziam a limpeza e a desinfecção das peças do acervo atingidas pelos alagamentos FOTOS SALMO DUARTE
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Uma semana depois da última enchente registrada em Joinville, o Museu Arqueológico de Sambaqui de Joinville ainda contabiliza os estragos causados pelos 55 centímetros de água e lama que invadiram gavetas,prateleiras e arquivos, alguns deles contendopartedosregistrospré
Na manhã de ontem, funcionários continuavam a retirada da água acumulada no laboratório, acervo técnico e setor administrativo. Nem as prateleiras onde são depositados os registros arqueológicos de mais de 5 mil anos escaparam da água da chuva misturada com a do poluído Cachoeira, o que deixou um cheiro forte no interior do prédio. Os funcionários precisaram usar
SALMO DUARTE, BD, 18/3/2015
PEDRO PAULO FUNARI, doutor em arqueologia e professor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp)
Masj sempre se reinventa São incontáveis as ações que o museu vem promovendo com os mais diversos públicos, levando para a sociedade os resultados das pesquisas desenvolvidas pela equipe. Desde o início de suas atividades, os profissionais do museu preocuparam-se em preservar o patrimônio arqueológico dentro (in-situ) e fora (ex-situ) do museu, algo que podemos considerar
como de vanguarda. Com o passar do tempo, sobretudo na década de 1990, a instituição ganhou novo fôlego. Houve a contratação de profissionais qualificados para atuarem sobretudo no campo da arqueologia, da educação e da museologia, em um trabalho fortemente interdisciplinar. Apesar de todos os percalços – instabilidades políticas do município, inunda-
ções, falta de recursos – o Masj sempre se reinventa, tendo como caminho possível a criatividade! É impressionante a capacidade inventiva dos profissionais do museu. Porém, a criatividade sem recursos e infraestrutura não se basta. Se fossem injetados recursos – e não me refiro apenas ao financeiro – o céu é o limite para a equipe. Acredite.
DIEGO LEMOS RIBEIRO, doutor em arqueologia e coordenador do curso de museologia da UFPel
Na edição do dia 19 de março, “AN” publicou reportagem sobre acervo atingido por enchente.
PATRIMÔNIO Peças do acervo tiveram de ser limpas e desinfetadas depois da cheia de março