REDE PROSEANDO DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL: PROCESSO DE FORMAÇÃO E RELEVÂNCIA DA PRIMEIRA REDE DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL DE RIBEIRÃO PRETO-SP

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Rev. eletrônica Mestr. Educ. Ambient. ISSN 1517-1256, v.19, julho a dezembro de 2007

Volume 19, julho a dezembro de 2007

REDE PROSEANDO DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL: PROCESSO DE FORMAÇÃO E RELEVÂNCIA DA PRIMEIRA REDE DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL DE RIBEIRÃO PRETO-SP1 Cibele Randi Barbosa2 Daniel Fonseca de Andrade3 RESUMO: Este trabalho abordará a questão das redes do ponto de vista teórico, a história do surgimento das redes de Educação Ambiental no Brasil e finalmente, os resultados da pesquisa realizada sobre a rede ProsEAndo de Educação Ambiental no município de Ribeirão Preto-SP, cujos objetivos eram de reconstituir o histórico da rede, identificar seus aspectos positivos e negativos e suas contribuições para o movimento de Educação Ambiental em Ribeirão Preto. Palavras-chave: redes; Rede Proseando; Educação Ambiental. ABSTRACT: This article approaches networking theoretically, the history of the creation of environmental education networks in the country and finally the outcomes of research carried out on ProsEAndo in the region of Ribeirão Preto, in the state of São Paulo, whose objetives were to build the history of the network, identify positive and negative aspects and raise its contributions to the environmental education movement in the city. Keywords: networks; ProsEAndo networks; environmental education.

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Este artigo foi extraído do Trabalho de Conclusão do Curso de Pós-Graduação lato sensu em Gestão Ambiental, do Centro Universitário Barão de Mauá, intitulado “Rede ProsEAndo de Educação Ambiental”, apresentado pela primeira autora, sob orientação do segundo autor. 2 Advogada e Consultora Ambiental. Especialista em Gestão Ambiental pelo Centro Universitário Barão de Mauá, CEP 14091-030, Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil. ([email protected]). 3 Biólogo e Consultor Ambiental. Mestre em Ciência Ambiental pela Universidade de South Banks, Inglaterra. Docente do Centro Universitário Barão de Mauá, CEP 14091-030, Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil. ([email protected]). 39

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Introdução Sempre que pessoas associam-se por partilharem dos mesmos objetivos e interesses, seja por colecionarem obras de arte, estudarem determinado autor e sua teoria ou mesmo protegerem determinada espécie ameaçada de extinção, para que tais finalidades possam ser atendidas, realizadas, é necessário que elas se organizem, ainda que informalmente. Organizar-se em forma de rede foi a maneira proposta para atender uma demanda identificada, em princípio, por membros da ONG IBIRÉ4 no decorrer de alguns anos de trabalho com Educação Ambiental em Ribeirão Preto: identificar pessoas e instituições na cidade e localidades próximas que atuassem com Educação Ambiental para oportunizar momentos de encontro em que os participantes pudessem se conhecer, trocar idéias e relatar suas atividades e projetos. Ao encontro destas pessoas e instituições para falar sobre Educação Ambiental se deu o nome de Rede ProsEAndo de Educação Ambiental, ou simplesmente “ProsEAndo”, cuja história de formação, sua importância para os integrantes enquanto rede social e para o movimento da Educação Ambiental em Ribeirão Preto foram objeto de uma pesquisa realizada, descrita na monografia para conclusão do curso de pós-graduação em Gestão Ambiental do Centro Universitário “Barão de Mauá”. Os resultados da pesquisa mencionada foram condensados e são objetos do presente trabalho. Sendo assim, inicialmente são apresentadas considerações acerca do funcionamento de um sistema em rede, seu conceito e elementos caracterizadores. Depois, relata-se o histórico de duas redes de importância nacional, que influenciaram o surgimento do ProsEAndo, a REBEA - Rede Brasileira de Educação Ambiental e a REPEA - Rede Paulista de Educação Ambiental. Em seguida, relata-se a história do surgimento e o desenrolar do ProsEAndo durante o determinado período de sua existência, no qual foi mais ativo. Após, são apresentados os apontamentos sobre os aspectos positivos e negativos, a relevância e as contribuições do ProsEAndo para a Educação Ambiental em Ribeirão Preto, pela a ótica de alguns de seus participantes. E por fim, a título de considerações finais, são apresentadas conclusões quanto ao estado atual da rede e em que culminou a existência do ProsEAndo. Metodologia Para a obtenção dos resultados pretendidos pela investigação científica, em primeiro lugar foi feito um levantamento bibliográfico sobre a cultura das redes, cujo propósito é 4

Organização-Não-Governamental fundada em 2001 na cidade de Ribeirão Preto-SP, por ex-alunos da USP, cujo objetivo era trabalhar com Educação Ambiental em Ribeirão Preto. 40

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detalhar sua estrutura, sua dinâmica de funcionamento, quais os fins que uma rede pode atingir e de que forma e quais os princípios e elementos que a regem. A seguir, foi feito um levantamento a respeito do histórico do movimento ambientalista no Brasil desde a década de 70, e paralelamente a trajetória de formação das redes sociais e ambientais desde então. Fez-se ainda uma pesquisa sobre o histórico de formação de duas redes de Educação Ambiental de grande relevância no Brasil: a REBEA Rede Brasileira de Educação Ambiental e a REPEA - Rede Paulista de Educação Ambiental, e todas as contribuições que as mesmas deram à formação de redes por todo o território brasileiro. Para resgatar a história do processo de formação e funcionamento da rede ProsEAndo, foram analisados os documentos internos (atas de reuniões regulares) da ONG IBIRÉ, uma das organizações fomentadoras da rede, bem como extraídas informações do site institucional, arquivos de fotos e relatórios. Por fim, para apontar quais os aspectos positivos e negativos do ProsEAndo e as suas contribuições para o fortalecimento da Educação Ambiental em Ribeirão Preto, foram feitas entrevistas com 05 (cinco) integrantes do ProsEAndo, representantes de instituições distintas, sendo elas: Secretaria de Planejamento e Gestão Ambiental, Secretaria da Educação, e as ONGs NESA, IBIRÉ e Tamburi, todos selecionados em razão de sua freqüência nos encontros presenciais da rede. As entrevistas foram baseadas em um questionário semiestruturado, contendo 06 (seis) perguntas, dando-lhes liberdade para bem relatar suas opiniões acerca do ProsEAndo e ao mesmo tempo atender o objetivo desejado pelo entrevistador. Redes Redes: dos sistemas vivos aos sistemas sociais Nos dias de hoje, em meio à velocidade frenética na qual está mergulhada a sociedade contemporânea [velocidade na transmissão de informações, nas descobertas tecnocientíficas, nas transações financeiras e comerciais, dentre outras], tudo é pensado, estruturado e organizado na forma de redes, de modo a possibilitar e potencializar este fluxo dinâmico. Em razão disso, à primeira vista, as redes se apresentam como um fenômeno relativamente recente no meio social, intrinsecamente associado à modernidade, à tecnologia, à comunicação e à informação, concebido com a finalidade de organizar as atividades humanas dentro desta perspectiva.

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Entretanto, as redes não são unicamente uma criação humana e tampouco são um fenômeno exclusivo da contemporaneidade, restritas a uma determinada área do conhecimento. Pelo contrário. Segundo Martinho (2003): A rede tem sido um instigante objeto de estudo de várias áreas do conhecimento humano, da biologia, passando pela matemática, às ciências sociais. As abordagens - e efetivamente o conceito de rede empregado - variam conforme o instrumental analítico e as bases teóricas de cada área. Apesar disso, os estudos sobre redes ganharam um caráter fortemente interdisciplinar, ancorados em perspectivas filiadas às várias correntes do chamado pensamento sistêmico e às teorias da complexidade. A respeito dos estudos interdisciplinares que têm a rede como elemento central, especialmente quanto às configurações dos sistemas vivos, Capra (1996) ressalta que todos eles possuem um padrão de organização em comum, em rede. Para Capra (1996), “onde quer que encontremos sistemas vivos - organismos, partes de organismos ou comunidades de organismos - podemos observar que seus componentes estão arranjados em forma de rede. Sempre que olhamos para a vida, olhamos para redes”. Ainda, de acordo com Capra (1996), o reconhecimento no meio científico de que os sistemas vivos são configurados em formato de rede, sendo este formato padrão, foi absorvido na década de 20 com o estudo das teias alimentares pelos ecologistas. Posteriormente, os pensadores sistêmicos estenderam os modelos de redes aos demais níveis sistêmicos e por conta disso até o cérebro humano pode ser compreendido e analisado a partir de sua estrutura em forma de redes bastante complexas. No campo das ciências sociais, em concepção mais recente, o padrão de organização em rede e seus fundamentos servem de base para análise da nova configuração social que surge com o uso de tecnologias de informação e comunicação, as quais para Castells (2000) “[...] fornecem hoje a base material para a impregnação em toda a estrutura social de uma “lógica de redes”, o que seria determinante para a emergência mesmo de uma “sociedade em rede”. Mas deve-se esclarecer que para Castells (2000), as tecnologias de informação e comunicação permitiram o grande aumento dos fluxos financeiros e de informação, incrementando os processos da globalização capitalista, dando forma a uma diagramação social que “ignora funções não essenciais, os grupos sociais subordinados e os territórios

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desvalorizados”. Assim, a “sociedade em rede” se apresenta como uma “metadesordem social” para os indivíduos. Por outro lado, o uso das tecnologias de informação e comunicação, bases constitutivas da emergente sociedade em rede, propiciou celeridade na articulação de uma grande variedade de movimentos sociais e organizações da sociedade civil - cujo pioneiro foi o movimento ambientalista - onde a melhor maneira encontrada de se organizarem, atuarem e de certo modo tornaram-se permanentes foi por meio da constituição de redes. As redes sociais, nos dizeres de Martinho (2003, p. 16) “tornaram-se a principal forma de expressão e organização coletiva, no plano político e na articulação de ações de grande envergadura, de âmbito nacional ou internacional, das ONGs e dos movimentos sociais.”

Conceito de redes e seus elementos Não obstante a importância e a comprovada funcionalidade da atuação em rede para a sociedade civil organizada e os movimentos sociais, e a presença constante das redes como forma de organização das atividades humanas em praticamente todas as áreas: científica, financeira, comercial e outras, nem tudo que se conhece por rede é de fato rede, no sentido abordado neste trabalho. Num conceito formalista, baseado apenas no formato, tudo o que apresenta quantidade, dispersão geográfica e interligação é considerado rede, pois aqui se leva em consideração somente as ligações entre elementos que se encontram distantes entre si. Uma cadeia de supermercados, por exemplo, na acepção formalista, pode caracterizar uma rede. Esta configuração de “pseudo” rede, em verdade, repousa em fundamentos contrários àqueles que caracterizam os sistemas vivos e as próprias redes sociais, como a verticalidade, a hierarquia, a ausência de autonomia, a centralização do poder e o perfil não-participativo. À rede no sentido formal faltam elementos especiais para se chegar a “um conceito de rede que seja [...] fundamentado em práticas e princípios democráticos, emancipatórios e empoderadores do ponto de vista político, inclusivos do ponto de vista social, sustentáveis do ponto de vista ambiental, abertos e polifônicos do ponto de vista cultura” (MARTINHO, 2003, p. 19-20). Sob este ponto de vista, para Martinho (2003, p. 20) “rede [...] é aquela que se apresenta como um projeto deliberado de organização da ação humana”. Martinho ainda define: “rede é uma forma de organização democrática constituída de elementos autônomos, que são interligados de forma horizontal e que cooperam entre si”. 43

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Nota-se que a partir destas definições são identificados novos elementos formadores de um padrão de organização estrutural de redes: a finalidade, democracia, a autonomia, a horizontalidade e a cooperação entre os pontos ou entes integrantes do sistema. A finalidade refere-se ao objetivo para o qual a rede é constituída. A autonomia diz respeito à capacidade de autodeterminação das pessoas ou entidades que compõem a rede. A horizontalidade norteia as relações que se firmam entre os componentes da rede, pois não há hierarquia entre os mesmos. A cooperação denota parceria no modo de atuar. E por fim, a democracia aparece como o princípio norteador e ponto de equilíbrio das relações em rede. O fato é que a existência de um conceito mais apurado de rede, que contemple tais fundamentos, vem dar firme respaldo aos movimentos e às ações coletivas que adotaram esse padrão como meio de se organizar e atuar a fim de realizarem seus projetos de transformação social. Redes em Educação Ambiental A atual configuração das redes e sua importância político-institucional são fruto da trajetória do movimento ambientalista no Brasil, chegando por vezes a se confundir com ela. À medida que a sociedade foi tomando consciência da problemática sócio-ambiental e sua extensão, em nível mundial e depois local, as organizações e movimentos sociais nela originados com o intuito de discutirem e operacionalizarem ações em prol do meio ambiente, foram encontrando novas formas de se articularem em função dessa necessidade, como a organização em forma de redes (JACOBI, 2000). Desta forma as redes, especialmente as ambientalistas, passaram a ter importância fundamental para o ambientalismo, como resultado de um longo processo de amadurecimento e fortalecimento dos atores sociais ao longo do caminho percorrido por este movimento desde que suas raízes foram plantadas no Brasil. REBEA - Rede Brasileira de Educação Ambiental A REBEA - Rede Brasileira de Educação Ambiental foi a primeira rede constituída em nível nacional com o objetivo de mobilizar, articular e reunir organizações e indivíduos cujo foco das atividades era a Educação Ambiental. Relata Amaral (2004), que a REBEA teve origem em São Paulo, no ambiente dos Fóruns de Educação Ambiental lá promovidos por ONGs, Universidades e órgãos do Poder Público. Em março de 1992, por ocasião do II Fórum Brasileiro de Educação Ambiental, em época que antecedia a Rio-92, é que foi lançada a idéia de se constituir uma Rede Brasileira 44

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de Educação Ambiental, influenciada pela articulação mundial de educadores ambientais que elaboravam a Carta de Educação Ambiental. Esta Carta foi fruto de um movimento coletivo, elaborado em rede, coordenado pela educadora Moema Viezzer, e foi apresentado no Fórum das ONGs que ocorreu em paralelo com a Conferência Oficial da Rio-92. Posteriormente, a carta foi chamada de Tratado de Educação Ambiental para Sociedades Sustentáveis e Responsabilidade Global e foi adotado como carta de princípios da rede. Amaral (2004) afirma também que: “podemos identificar, desde o início da constituição da REBEA, a vocação e o objetivo de uma articulação nacional dos educadores brasileiros”. Numa primeira etapa, uma estrutura de funcionamento e gestão foi formada, uma instância de coordenação denominada Facilitação Nacional, cujo objetivo era representar as regiões brasileiras tendo pontos de apoio regionais. Aqui, a REBEA possuía um desejo de abrangência nacional e funcionava apoiada pelas instituições que a integravam. Em 1994 foi realizado o III Fórum Brasileiro de Educação Ambiental, onde se definiu que os próximos Fóruns seriam organizados pela própria REBEA e feitos em outros estados brasileiros. Mais a frente, em 1997, ocorreu o IV Fórum Brasileiro, no Espírito Santo, considerado uma ocasião bastante importante para a consolidação da REBEA e fortalecimento da Educação Ambiental no país. Nele se operacionalizou, talvez pela primeira vez, um padrão de organização em rede. Para o IV Fórum, foram realizados pré-Fóruns regionais. Amaral (2004) ressalta que: “Um dos resultados foi a estruturação da malha da REBEA em abrangência nacional, com as instituições parceiras atuando como nós de uma grande rede”. A importância da realização dos pré-Fóruns transpareceu no número de entidades participantes em todo o Brasil, 39 ao todo, considerado um avanço em termos de articulação dos educadores ambientais brasileiros. Assim, paralelamente ao IV Fórum, ocorreu o I Encontro da Rede Brasileira de Educação Ambiental. Após a realização do IV Fórum, dificuldades de diversas ordens adiaram a realização do V Fórum Brasileiro de Educação Ambiental, que viria a ser realizado em 2004, na cidade de Goiânia-GO. Dificuldades à parte, a REBEA contribuiu solidamente e influenciou a constituição de outras redes em diversas localidades do Brasil, em nível estadual. Segundo Amaral (2004), foi possível constatar um cenário de multiplicação das redes, tendo exercido a REBEA papel 45

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fundamental na articulação de educadores ambientais em abrangência nacional, que aos poucos foram contribuindo com a formação de redes locais. No ano de 2000, ainda passando por dificuldades institucionais e financeiras depois da realização do IV Fórum, realizou-se uma reunião com os facilitadores da REBEA e com os representantes das novas redes de Educação Ambiental, com a finalidade de repensar a REBEA. Na reunião denominada “Cultura de Redes e Educação Ambiental”, foi apresentado uma nova proposta de configuração para a rede, e o resultado desta reunião foi o fortalecimento da REBEA e a identificação de demandas da rede, como a estruturação da secretaria executiva, fortalecimento dos elos regionais, implantação e manutenção do projeto de comunicação, difusão da cultura de redes e capacitação de facilitadores. A secretaria executiva da REBEA na época e uma organização integrante da rede, o Instituto Ecoar foram incumbidos de elaborar um projeto para captar recursos e operacionalizar as deliberações tomadas na reunião. O edital de redes multifuncionais de Educação Ambiental (007/2001) do Fundo Nacional do Meio Ambiente e o projeto Tecendo Cidadania O projeto elaborado pela Secretaria Executiva da REBEA e pelo Instituto Ecoar, logo foi enviado à Diretoria de Educação Ambiental do Ministério do Meio Ambiente. Articulações foram feitas em decorrência do projeto, que deram origem em 2001 a um conjunto de reuniões nas quais se discutiu com o SIBEA - Sistema Brasileiro de Educação Ambiental do Ministério do Meio Ambiente, e a parceria com as redes de Educação Ambiental e a elaboração de um edital para financiamento de redes pelo Fundo Nacional do Meio Ambiente (AMARAL, 2004). Ao final deste processo, foram aprovados 05 (cinco) projetos: o da REBEA - Rede Brasileira de Educação Ambiental, o da REPEA - Rede Paulista de Educação Ambiental, da REACRE - Rede Acreana de Educação Ambiental, da REASUL - Rede Sul Brasileira de Educação Ambiental e AGUAPÉ - Rede Pantanal de Educação Ambiental. O projeto da REBEA aprovado, o “Tecendo Cidadania”, foi oficialmente proposto em parceria pelo Instituto Ecoar, SEMASA, UNIVALI, Ecomarapendi e WWF Brasil, e recebeu verba no valor de R$ 404.396,00, com duração de dezoito meses. Teve início em 2002 e término em 2004, tendo vários produtos e atividades, entre eles: propostas para a Política Nacional de Educação Ambiental; oficinas para capacitação de facilitadores de redes; reuniões de redes de Educação Ambiental no Sudeste; implantação do cadastro da REBEA; e 46

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difusão da cultura de redes através da participação em eventos, palestras, e oficinas de formação de facilitadores; REPEA - Rede Paulista de Educação Ambiental A Rede Paulista de Educação Ambiental surgiu em razão da articulação de educadores ambientais paulistas, a partir da Rio-92. Tornou-se um elo da REBEA em 2000, em reunião realizada no Rio de Janeiro, fazendo parte da Facilitação Nacional. Em âmbito estadual, as instituições integrantes da REPEA reúnem-se desde 1999, ano no qual foi aprovado o seu plano de ação no I Encontro Estadual de Educação Ambiental, participando de outros eventos e importantes instâncias de decisão, como a Rio+10, o Fórum Social Mundial em Porto Alegre, entre outros. A REPEA teve o projeto “Fortalecendo a REPEA” aprovado pelo Fundo Nacional do Meio Ambiente (edital 007/2001), cujas atividades tiveram início em 2002 e prosseguiram até 2004, integrando educadores, pesquisadores e outros interessados na temática ambiental no estado de São Paulo. A Rede ProsEAndo de Educação Ambiental Antecedentes do surgimento da rede A proposta de fomentar a formação de uma rede de Educação Ambiental em Ribeirão Preto surgiu na ONG IBIRÉ. Cabe ressaltar que, não se tem conhecimento de outras organizações ou indivíduos que tenham tido esta mesma idéia e chegaram a operacionalizá-la, mas o fato é que desde a fundação da ONG em 2001 até 2004, não se tinha ouvido falar na existência ou na iniciativa de constituir uma rede com essa finalidade na localidade. Nas reuniões regulares da IBIRÉ, especialmente no decorrer de 2004, por diversas vezes seus membros (biólogos, pedagoga, advogada, psicólogo) colocaram em pauta para discussão a necessidade de se relacionar com outras pessoas e instituições que trabalhassem com Educação Ambiental, por meio de projetos e outras atividades, ou mesmo com aqueles que apenas tivessem interesse em conhecer, entender e debater a temática. Esta demanda já vinha sendo apontada por alguns membros em razão de um conjunto de fatores observados, sentidos e vivenciados pelos próprios, dentre eles: o contato com pessoas que praticavam Educação Ambiental isoladamente, com pessoas que estudavam Educação Ambiental e não sabiam como, quando e onde praticar, ausência de trabalhos

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desenvolvidos em parceria, até mesmo uma certa “concorrência” entre as ONGs, ausência de comunicação com outras organizações e com o Poder Público. Era unanimidade entre os membros da organização que tais fatores enfraqueciam a Educação Ambiental, contribuindo para a configuração de um cenário bastante negativo em Ribeirão Preto para o movimento, pautado na desarticulação, no isolamento e na sensação de não pertencimento. Além disso, foi decisiva para se consolidar a idéia de incentivar a formação de uma rede de Educação Ambiental a participação quase que maciça dos membros no V Fórum Brasileiro de Educação Ambiental em Goiânia-GO, entre os dias 03 e 06 de novembro de 2004. Ressalta-se ainda que membros da ONG já haviam participado de encontros da REPEA em diversos locais, e desde então faziam parte dos grupos/ listas de discussão via Internet da própria REPEA e também da REBEA. Parte da organização do V Fórum foi de responsabilidade da REBEA - Rede Brasileira de Educação Ambiental, ela própria nascida no ambiente dos Fóruns de Educação Ambiental promovidos em São Paulo na década de 90, e um dos eixos temáticos do evento foi “Redes Sociais e Educação Ambiental”. Sendo assim, sem grandes ambições e com o intuito de abrir um canal de comunicação para conversar um pouco mais sobre Educação Ambiental, foi sugerida a realização de um curso para os membros de outras ONGs ambientalistas do círculo de relacionamento da IBIRÉ. O formato do curso foi concebido e o tema escolhido foi a Epistemologia da Educação Ambiental. Seria um encontro de um dia, a ser ministrado por dois membros da organização. A ele foi dado o nome de “Educações Ambientais”. Foram convidadas as seguintes ONGs com atuação em Ribeirão Preto: Vivacidade, Pau-Brasil, NESA-Núcleo de Educação SócioAmbiental “Prof. Leandro Eduardo de Souza” e Tamburi. O curso ocorreu no dia 16 de outubro de 2004, na escola Calidoscópio e contou com a participação de doze pessoas das ONGs IBIRÉ, Vivacidade e NESA. De acordo com a avaliação dos presentes e posteriormente dos membros da IBIRÉ, o resultado foi positivo porque foi possível compartilhar idéias e experiências a respeito das atividades desenvolvidas pelas organizações ali representadas, e também foi uma oportunidade para se conhecerem. E a mais importante conclusão a que chegaram foi a de que as ONGs necessitavam manter-se articuladas para se fazer ver e ouvir pela sociedade e instituições de um modo geral para fortalecer a Educação Ambiental na cidade. Esta conclusão, embora óbvia, foi um

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estímulo para a coesão do grupo, que por sua vez, foi fator essencial e determinante para o surgimento da primeira rede de Educação Ambiental de Ribeirão Preto. O surgimento da rede ProsEAndo e seu caminhar Depois do curso “Educações Ambientais”, as ONGs IBIRÉ, Vivacidade e NESA, em comum acordo, decidiram realizar um novo encontro, estendendo o convite para outras ONGs, Poder Público e indivíduos interessados por indicação dos participantes. Em reunião regular realizada em 12 de novembro de 2004, foi sugerida pela IBIRÉ a data de 04 de dezembro para o segundo encontro do grupo, que não seria uma continuação do curso “Educações Ambientais” em razão das novas demandas identificadas na primeira ocasião. Nesta reunião foi cunhado, pela primeira vez, o termo “prosEAndo”, pois o objetivo do próximo encontro seria novamente “prosear” sobre Educação Ambiental. As instituições e educadores ambientais convidados deveriam apresentar-se e expor seus projetos e atividades, informalmente. Então, na condição de parceiras, IBIRÉ, Vivacidade e NESA, organizaram o primeiro encontro do ProsEAndo. No convite encaminhado às organizações destaca-se a seguinte frase: “No encontro do dia 16 de outubro levantou-se a possibilidade deste ser o embrião de uma Rede de Educação Ambiental e, como o próprio nome diz, “rede”, fica fixada em vários pontos, que somos nós”. Em 04 de dezembro de 2004 nasceu oficialmente a Rede ProsEAndo de Educação Ambiental de Ribeirão Preto, em encontro ocorrido no CEDEP-RP “Centro de Documentação e Educação Patrimonial de Ribeirão Preto [estacionamento do Carrefour Via Norte]. Além das ONGs organizadoras, estiveram presentes representantes da Secretaria Municipal de Educação, da Secretaria de Planejamento e Gestão Ambiental, Projeto Arte na Terra (da cidade de São Joaquim da Barra), grupo de estudos Ecosapiens e Programa de Educação Ambiental do Complexo Ribeirão Verde. A partir de então, muitas outras instituições e pessoas passaram a integrar o ProsEAndo. O espaço para participação nas reuniões do Proseando era livre, e a cada reunião novos participantes apareciam para conhecer o que era a rede e quem nela estava, o que faziam e porquê, convocados pelos integrantes inaugurais por meio de listas de e-mail, avisos em salas de aula [visto que alguns eram professores], enfim, divulgação boca-a-boca. Uma pauta de encontros presenciais foi sendo sistematizada naturalmente. Durante o decorrer do ano de 2005 e início de 2006, foram realizados 12 (doze) encontros na sede do CEDEP-RP, nos quais cada integrante do ProsEAndo ou instituições 49

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especialmente convidadas, fez uma apresentação das atividades que desenvolviam com Educação Ambiental e Meio Ambiente em geral, descritas nas tabelas a seguir. Cada encontro era organizado previamente pelos integrantes e havia um revezamento entre as organizações coordenadoras, a depender da disponibilidade de seus membros na ocasião. O ProsEAndo, naquele intervalo de tempo, teve a participação de quinze instituições, entre ONGs, universidades e órgãos do Poder Público, mais os indivíduos que possuíam interesse pela causa ambiental mas que não eram ligados a nenhuma instituição. Tabela 1 - Encontros do ProsEAndo, demonstrando a data de realização, a atividade programada e a instituição responsável, em 2005 Data

Pauta

22/01/05

Tecendo teias: oficina sobre redes, pela ONG Ibiré - formação da rede ProsEAndo de Educação Ambiental

19/02/05

Discussão sobre os conceitos Meio Ambiente, Educação e Educação Ambiental, pela ONG Ibiré; apresentação de projeto de Educação Ambiental da Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto e escola Miró

12/03/05

Dinâmica sobre responsabilidade / Apresentação do Projeto "Aliança global para um mundo plural e responsável", pela ONG Vivacidade

16/04/05

Apresentação do Projeto Arte na Terra, da Fazenda São Luiz, em São Joaquim da Barra-SP

18/06/05

Apresentação do Programa de Educação Ambiental do “Ribeirão Verde”

20/08/05

Apresentação dos Projetos da ONG ribeirãopretana Associação Cultural e Ecológica Pau-Brasil

10/09/05

Apresentação do Coletivo Formador de Educadores Ambientais do Ministério do Meio Ambiente

08/10/05

Projeto de Educação Ambiental do Projeto Aqüífero Guarani

12/11/05

Projetos de Educação Ambiental da OSCIP Tamburi

10/12/05

Apresentação do Cadastro Municipal de Espaços Livres Urbanos e Estudos para a implantação, manutenção e conservação de Áreas Verdes Públicas, desenvolvido pelos departamentos de Gestão Ambiental, Parques e Jardins e Urbanismo, da Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto-SP

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Tabela 2 - Encontros do ProsEAndo, demonstrando a data de realização, a atividade programada e a instituição responsável, em 2006

Data

Pauta

11/02/06

Apresentação do Programa Juventude e Meio Ambiente do MEC e MMA, da ONG Vivacidade

11/03/06

Discussão sobre projeto conjunto para o Parque Municipal Morro do São Bento, na cidade de Ribeirão Preto-SP

fonte: www.ibire.org.br O ProsEAndo na ótica de seus participantes A rede ProsEAndo de Educação Ambiental teve uma movimentação intensa, em termos de fluxo de informações e reuniões presenciais, durante o período de um ano e meio, considerado desde o curso “Educações Ambientais” em 04 de dezembro de 2004, até sua última reunião presencial em 13 de março de 2006, ocasião em que os integrantes discutiram a elaboração de um projeto em parceria para o Parque Municipal Morro do São Bento, o “Bosque” de Ribeirão Preto. A fim de descobrir e captar as percepções de alguns integrantes sobre o processo de formação da rede ProsEAndo, bem como sua importância e contribuições, se houveram, para o movimento da Educação Ambiental em Ribeirão Preto, cinco integrantes deram seus depoimentos, com base em um questionário semi-estruturado. Selecionados em razão de sua freqüência no ProsEAndo e por serem representantes de órgãos do Poder Público e instituições da sociedade civil organizada, à saber, Secretaria de Planejamento e Gestão Ambiental, Secretaria da Educação, IBIRÉ, NESA e Tamburi, os integrantes responderam um total de seis perguntas, das quais três captaram os resultados mais significativos para a pesquisa realizada: 1. Como você enxerga o cenário da Educação Ambiental em Ribeirão Preto antes e depois da formação do ProsEAndo? 2. Quais os aspectos positivos e os aspectos negativos que você identificou no decorrer de um ano e meio de ProsEAndo?

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3. Qual ou quais as contribuições mais relevantes do ProsEAndo para o movimento de Educação Ambiental em Ribeirão Preto? Dentre os aspectos positivos apontados pelos entrevistados, estão: - o processo de formação da rede em si; - horizontalidade nas relações; - processo mais democrático; - abertura de canal de comunicação entre as organizações; - interatividade com novas pessoas, instituições, projetos e atividades; - sentimento de pertencimento; - formação de massa crítica; - instância de mobilização; - estabelecimento de parcerias; - aproximação com o Poder Público; - oportunização para ações em conjunto; - fortalecimento das ações; - incubadora de novas ações; - compartilhamento de experiências. Já os aspectos negativos apontados foram: - ausência de um projeto próprio para a rede; - falta de articulação política; - tentativa de apropriação da rede por parte de alguns integrantes; - dificuldades em reunir e mobilizar os integrantes; Especificamente com relação aos aspectos positivos ressaltados pelos entrevistados, estes denotaram que o ProsEAndo constituiu uma identidade própria e cumpriu satisfatoriamente o seu papel enquanto rede, pois comportou os princípios e elementos formadores de uma rede em sua dinâmica: a existência de um objetivo comum, a horizontalidade nas relações, a participação voluntária, o processo democrático de formação e funcionamento, a interatividade, o trabalho em parceria e o fortalecimento das ações, dentre outras. O ProsEAndo conseguiu reunir em um mesmo espaço e em função do mesmo objetivo - a formação de uma rede de Educação Ambiental em Ribeirão Preto e localidades próximas educadores ambientais e instituições que em maior ou menor graus estavam envolvidos ou identificavam-se com a Educação Ambiental, que não se conheciam ou apenas se conheciam

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mas não haviam estabelecido parcerias, compartilhado suas dificuldades em entender e trabalhar com Educação Ambiental ou mostrado suas atividades e projetos. A constituição da rede ProsEAndo trouxe aos seus integrantes um sentimento de pertencimento, de amparo, que antes não se verificava entre as pessoas e organizações que atuam com Educação Ambiental no município. Uma prova de que todos precisam de apoio e podem perfeitamente coexistir e fortalecerem suas ações atuando como parceiros, cooperando entre si, e que o isolamento apenas contribui para a desmobilização e o enfraquecimento da Educação Ambiental. Por outro lado, ficou evidente que o ProsEAndo apresentou falhas em alguns pontos importantes, enfrentando barreiras que perduram até o momento, como a ausência de um projeto estratégico para a continuidade da rede, com um articulador eleito especialmente para esse fim, que pudesse manter o fluxo de informações na rede, mobilizar os integrantes e agregar outros. Tratando-se das contribuições mais relevantes trazidas pelo ProsEAndo, e tomando por base o traçado de uma linha divisória entre o estado da arte da Educação Ambiental antes e depois da sua formação, os entrevistados destacaram que: - puderam verificar que as dificuldades de uma instituição eram as mesmas de outras instituições; - a rede tornou-se importante politicamente; - contribuiu diretamente com o estabelecimento de um vínculo entre as organizações e a Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto para o desenvolvimento de ações em parceria; - evidenciou a necessidade das organizações cooperarem entre si para poder existir; - venceu a inércia da organização em rede na região; - organizar-se para compartilhar experiências gerou outras experiências; - ajudou a mostrar que se pode pensar, agir e viver de outras formas; - formou-se uma nova instância da Educação Ambiental no município; - funciona como um observatório das ações de Educação Ambiental no município. Estes apontamentos provam que a Educação Ambiental na cidade adquiriu uma nova configuração em razão do ProsEAndo na visão dos seus integrantes, e que a organização em forma de rede contribuiu para o fortalecimento da Educação Ambiental como um todo e com o trabalho de cada pessoa e organização dele participante.

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Considerações finais O ProsEAndo foi idealizado e concebido para ser rede. Muito embora os seus participantes ainda não tivessem uma noção consolidada do que era participar de uma rede e como atuar como tal, verificou-se que esta consciência foi se constituindo aos poucos, à medida que os encontros do grupo se intensificaram e novos participantes foram se agregando. Isto transparece claramente na fala dos entrevistados, através da indicação dos pontos positivos do ProsEAndo e suas contribuições para a Educação Ambiental ribeirãopretana. De acordo os relatos, depois de um ano e meio de atividade, houve um entendimento natural de que organizando-se em rede, as instituições e pessoas integrantes podiam atuar em cooperação umas com as outras, mantendo sua autonomia funcional por não haver hierarquia entre as mesmas naquele espaço. As ONGs, o Poder Público e os indivíduos não ligados a nenhuma instituição se perceberam como elos da rede, participando de forma democrática e na condição de iguais, mas cientes de que cada um tinha um papel a cumprir na dinâmica social. Com base nisso, pode-se afirmar que o ProsEAndo têm cumprido seu papel enquanto rede. No entanto, estar organizado em rede é um exercício que deve ser praticado e aprimorado constantemente sob pena de extinção da rede. Apesar dos encontros entre os participantes não ocorrerem com tanta freqüência, seus integrantes mantém relacionamento ativo até o momento, seja pelo meio virtual ou pessoalmente em outros espaços de encontro e discussão, pois a comunicação é intensa na rede. Tanto isso é verdade que este relacionamento entre instituições, nascido dos encontros da rede, gerou projetos em parceria: o Programa Integrado de Educação Ambiental do Parque Municipal Morro do São Bento, do qual participam a Secretaria da Educação, a Secretaria de Planejamento e Gestão Ambiental e as ONGs IBIRÉ, Tamburi, Vivacidade, NESA e Olhos d´água, cujas atividades são realizadas desde novembro de 2006; e o Programa de Formação de Coletivos Educadores Ambientais, que reuniu ONGs, Poder Público e uma Universidade na elaboração de proposta a ser enviada ao Ministério do Meio Ambiente para se trabalhar com Educação Ambiental no município de Ribeirão Preto em escala nunca realizada. As ações acima citadas, desenvolvidas em conjunto são prova de que o ProsEAndo trouxe contribuição inegável ao movimento da Educação Ambiental, fortalecendo-a ainda mais, pois foi ele o eixo motriz para que os educadores ambientais que trabalhavam independentes no município também pudessem fixar seus esforços em objetivos comuns.

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