Redes Sociais e Pessoas com Deficiencia

July 17, 2017 | Autor: Denis Katko | Categoria: Comportamiento Humano
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ABC
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIENCIAS HUMANAS E SOCIAIS






Economia, Desenvolvimento e Sociedade.





REDES SOCIAIS: COMO AS REDES SOCIAIS INFLUEM POSITIVA OU NEGATIVAMENTE NA VIDA DE PESSOAS COM DEFICIENCIA.
DENIS KATKO





2013
Santo André

Sumário
INTRODUÇÃO 3
estudo de caso – ENTENDENDO O FACEBOOK 3
Estudo de caso - Entendendo o Google como um negócio 4
Estudo de Caso – entendendo a Microsoft como um negócio 6
Justificativas 7
Tipo de deficiência e tipo de função operacional "CARGO OCUPADO POR DEFICIENTES". 9
Salário 9
Ascensão social e profissional 9
Visão que os colegas têm desse "colega de trabalho" portador de deficiência 10
A visão do próprio portador de deficiência com relação aos seus "colegas de trabalho". 10
Formação acadêmica adequada 11
A "Epopéia Ignorada" das pessoas com deficiência na História Mundial. 12
História Antiga e Medieval. 12
Cristianismo 15
Idade Média 16
Mudanças nos séculos XV a XVII 17
Século XIX 18
Os Avanços do Século XX 19
Os Dias de Hoje 19
Cronograma Preliminar 20
REFERÊNCIAS 20



INTRODUÇÃO
Este estudo trata da relação entre redes sociais e pessoas com deficiência, e tem como objetivo principal as tratativas entre sociedade, meio social e postura contraposta das pessoas com deficiência, teve seus primeiros registros datados desde 1995 na forma de uma revista eletrônica.
Quando vamos a um mercado e fazemos uma compra com cartão de débito ou crédito, já estamos utilizando de uma estratégia do estabelecimento que faz com que a comodidade em se ter disponível essa facilidade.

estudo de caso – ENTENDENDO O FACEBOOK
Facebook como a definição diz:
Facebook é uma rede social lançada em 4 de fevereiro de 2004. Foi fundado por Mark Zuckerberg e Eduardo Saverin, ex-estudantes de Harvard. Inicialmente, a adesão ao Facebook era restrita apenas aos estudantes da Universidade Harvard. Ela foi expandida ao Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), à Universidade de Boston, ao Boston College e a todas as escolas Ivy League dentro de dois meses. Muitas universidades individuais foram adicionadas no ano seguinte. Eventualmente, pessoas com endereços de e-mail de universidades (por exemplo, .edu, .ac , .uk) ao redor do mundo eram eleitas para ingressar na rede. Em 27 de fevereiro de 2006, o Facebook passou a aceitar também estudantes secundaristas e algumas empresas. Desde 11 de setembro de 2006, apenas usuários com 13 anos de idade ou mais podem ingressar. Os usuários podem se juntar em uma ou mais redes, como um colégio, um local de trabalho ou uma região geográfica.
O website possui mais de 01 Bilhão de usuários ativos, a posição do Facebook no ranking de tráfego de visitantes do Alexa, subiu do 60º lugar para 7º lugar. É ainda o maior site de fotografias dos Estados Unidos, com mais de 60 milhões de novas fotos publicadas por semana, ultrapassando inclusive sites voltados à fotografia, como o Flickr.
No "Ad Planner Top 1000 Sites", que registra os sites mais acessados do mundo, através do mecanismo de busca do Google, divulgado em junho de 2010, o Facebook aparece como 1º colocado, com 540 milhões de visitas e um alcance global de 35% registrados no mês de abril.

Não é possível ignorar o facebook, mesmo porque, ele está aí presente e com uma força bem maior do que o Google, mas não podemos confundir o Google com o facebook, porque um é totalmente diferente do outro. No item 3 desse artigo explicaremos com mais detalhes o Google como um negócio.
O Facebook é uma rede social, podemos entende-lo também como um sistema que integra pessoas de todo o mundo não importando raça, credo ou religião. Vamos tentar enxergar o facebook como um negócio, a base de qualquer negócio é publicidade, porém, essa publicidade do facebook pode ser vista como pessoal ou profissional, há um sistema dentro do facebook que cria páginas.
A criação de páginas do facebook serve para divulgação de uma empresa, ou informações pessoais de alguma pessoa ou celebridade, quando criamos uma página no facebook, ela pode se restringir a apenas os seus amigos, ou pode ter um alcance global, porém, para isso o serviço não é gratuito, em compensação sua página é mostrada há um alcance de 20 milhões de pessoas em todo o planeta. E é com esse serviço do facebook que a receita de seu dono Mark Zuckerberg é acrescida.
Estudo de caso - Entendendo o Google como um negócio
Em 4 de setembro de 1998 dois jovens estudantes da universidade de Stanford nos estados unidos, fundaram uma empresa chamada (Google inc.). Inicialmente o Google começou a ser visto pela maioria dos usuários da internet como um serviço de busca, após alguns anos, outros horizontes são vislumbrados pelos usuários. Em 2002 o Google lançou o serviço Adwords, que nada mais é que um mecanismo de publicidade on-line.

Juntamente com o Adwords foi lançado o Adsense que é um indexador e um avaliador de campanhas criadas no Adwords, o Google não é só mais um site de buscas, e sim, um facilitador de oportunidades de negócios e serviços.



Anúncios feitos pelo Adwords quando é feita uma pesquisa por alguma palavra-chave.Anúncios feitos pelo Adwords quando é feita uma pesquisa por alguma palavra-chave.
Anúncios feitos pelo Adwords quando é feita uma pesquisa por alguma palavra-chave.
Anúncios feitos pelo Adwords quando é feita uma pesquisa por alguma palavra-chave.
A maioria das pessoas vê o Google como um site de pesquisas e muitas delas não sabem que existe uma gama de serviços oferecidos pela empresa, são eles:

Gmail – Serviço de E-mail gratuito do Google.
Google Docs – permite que se crie documentos totalmente on-line, textos, desenhos, planilhas eletrônicas e apresentações. (compatível com pacote microsoft office).
Google Acadêmico – permite a busca de trabalhos desenvolvidos de mestrado e doutorado.
Google Books – busca de livros.
Google News – canal de notícias atualizado a cada 30 minutos.
Google Groups – Grupo de e-mail usado por estudantes e professores para a distribuição de e-mail´s, bem como, matérias enviadas pelos professores e troca de informações entre os próprios alunos.
Google Chrome – Programa usado para navegar na internet, indubitavelmente o mais veloz do mercado.
Google Earth – Programa de localização geofísica de um endereço em qualquer lugar do Planeta. Pode também ser usado com coordenadas geográficas de latitude e longitude.
Google Sketchup – Programa de desenhos do tipo CAD para construção de réplicas de monumentos e prédios famosos ao redor do mundo.
Youtube – Site de compartilhamento de vídeos, entre pessoas ou entre empresas para divulgação dos seus serviços.

Estudo de Caso – entendendo a Microsoft como um negócio
O que é Microsoft Corporation?
Microsoft Corporation é uma empresa multinacional de tecnologia e informática dos Estados Unidos, que desenvolve e vende licenças de softwares, fabrica eletrônicos de consumo como videogames e dá suporte a vários produtos e serviços relacionados, predominantemente, com a computação. A empresa foi fundada em Quatro de abril de 1975 por Bill Gates e Paul Allen na cidade de Albuquerque, Condado de Bernalillo no estado do Novo México e tem a com sua sede a One Microsoft Way na cidade Redmond, Condado de King no estado de Washington, Estados Unidos. Inicialmente a empresa era denominada Micro-soft, derivada das palavras microcomputer e software, porém o traço acabou sendo removido. (RUADIREITA.COM, 2011.)

Diferentemente do Google, a Microsoft vende programas prontos gravados em DVD para que usuários instalem em suas máquinas. Entrou no mundo competitivo da internet recentemente com seu motor de busca Bing (www.bing.com.br).

Há muito o que melhorar nesse motor pois sua base de dados de pesquisa não é bem estruturada e consistente, pois qualquer busca que se faça com o motor, na segunda página a pesquisa já perde seu foco principal.
Igual ao Google a Microsoft lançou a versão on-line de sua suite Microsoft Office 2010. Em comparação ao Google DOCS, a versão on-line do Microsoft Office 2010 é muito mais poderosa, do que o simples WRITER do Google DOCS.
Outro ponto forte da Microsoft é a venda de hardware, ou seja, equipamentos físicos para computadores como webcams, teclados e mouses. Indubitavelmente a Microsoft em matéria de software e hardware tem seus méritos, e é inegável que possamos ver ou "botar" defeitos. É impreterível dizer também algo sobre o console de jogos que foi lançado em 2006 o XBOX 360 que compete diretamente com o PLAYSTATION 3 da SONY e o WII da NINTENDO.




Justificativas

É de fundamental importância em falarmos de um assunto tão atual como redes sociais, motores de busca e serviços oferecidos por empresas do ramo de tecnologia.
A complexidade em analisar esse tipo de assunto difere dos demais devido ao fato das informações das quais precisamos ser de caráter ultra confidencial das empresas. E claro nenhum empresário que se preze do ramo de tecnologia compartilha o que pretende fazer do futuro de suas empresas com outros usuários.
Uma das estratégias mais inteligentes do Google foi pedir ajuda aos próprios usuários do site, quando se usa o Google translator um link embaixo do texto traduzido é mostrado "Sugira uma tradução melhor", ou seja, o Google pede a sua ajuda para melhorar sua base de dados de traduções, já o facebook, pergunta ao usuário se ele "curtiu" ou não uma determinada página.
A Microsoft só analisa as estatísticas enviadas anonimamente aos servidores da empresa devido a script´s de usabilidade embutidos nos sistemas Microsoft.
Após varias análises chegamos a um ponto em comum, todas elas, impreterivelmente necessitam de usuários, e quanto maior o numero de usuários, maior é a chance do sistema on-line ou lógico (instalado na máquina) ter um público mundial, porque isso, quando temos muitos usuários em apenas um site isso atrai dinheiro, e quanto mais dinheiro um site possui mais ações podem e devem ser jogados no mercado isso atrai investidores, e investimento em infra-estrutura em um negócio on-line maior é o tempo desses usuários permanecerem no site. Vamos supor que o facebook não tivesse a infra-estrutura que tem hoje, o que iria acontecer seria uma lentidão cansativa em qualquer tarefa que você por ventura fosse fazer, por exemplo, adicionar um amigo levaria uns 3 ou 4 minutos, cansativo não é?
Mostramos nesse artigo um pouco mais de estratégias relacionadas a negócios eletrônicos, como vimos as empresas oferecem serviços gratuitos aos seus usuários, mas na verdade não conseguem uma auto-sustentabilidade sem impor serviços que são cobrados aos usuários, porém, a gama de recursos oferecidos pelas empresas de TI é suficiente para que um micro ou pequeno empresário possa realizar uma boa estratégia de marketing on-line e possa prosperar em seus negócios.
Mais uma vez reiteramos, não podemos confundir redes sociais com motores de busca, um é completamente diferente do outro, quando ingressamos numa rede social colocamos nosso nome, foto e data de nascimento. Já no motor de busca, quando pesquisamos um assunto fazemos isso de forma "anônima" porque colocamos a palavra anônima entre aspas, na verdade tudo o que se faz na internet não é tão anônimo assim como muitas pessoas pensam, quando criamos um e-mail falso por exemplo, a primeira coisa que o servidor requere é o IP (Internet Protocol) da máquina que quer acessá-lo. O IP é a impressão digital de um computador na internet. Ou seja, não estamos tão anônimos como gostaríamos de estar, porém, isso não é negativo não, na literatura de informática existente, já foram desvendados vários crimes atráves de um simples IP (Internet Protocol).

Tipo de deficiência e tipo de função operacional "CARGO OCUPADO POR DEFICIENTES".
 
O empregador deve ter "bom senso" na hora de empregar um portador de deficiência, não deve empregar uma pessoa com limitações físicas severas em cargos que usem sua agilidade física como propulsora para a realização do trabalho.
 



Salário
 Podemos dizer que, independente da raça, cor ou credo, somos todos iguais no sentido de receber "dinheiro" em troca de algum trabalho realizado.

Ascensão social e profissional
 Quero falar um pouco sobre isso: todos nós, independentemente da deficiência, sentimos a necessidade de ter ascensão social e profissional, seja com colegas de serviço, faculdade e etc.
 
Queremos "STATUS", estou falando da parte humana, isso é do ser humano, temos que levar em conta uma série de fatores:
Confiança;
Credibilidade;
Responsabilidade;
Ambição (no bom sentido, é claro.)
 
 
Visão que os colegas têm desse "colega de trabalho" portador de deficiência
 
Com relação a esse assunto, temos vários pontos de vista, dos mais variados possíveis e imaginários, alguns têm uma visão boa, ou seja, "sem preconceito", porém, o preconceito aqui no Brasil é muito velado, há pessoas que pensam que não têm preconceito, mas há, também, pessoas que são tão egocêntricas que acreditam piamente que não têm preconceito. Em minha opinião, o preconceito é "traiçoeiro", nossos sentimentos nos traem a todo instante até aos considerados "mais inteligentes", podemos assim dizer, no aspecto psicológico; apesar de não ser profissional da área, me arriscarei em um palpite baseado em experiências próprias:
Em minha opinião, todos nós temos algum preconceito, mas achamos que não os temos, por quê? Você que está lendo esse texto já se deparou com algo tão inusitado em sua vida e que agiu de forma totalmente tosca diante da situação? Se sim, sabe como é o nome disso? Haha… Isso mesmo, O PRÓPRIO. Há pessoas que, simplesmente, discriminam as outras pessoas sem se quer perceber, não por maldade, mas porque se acham tão perfeitas que acabam discriminando sem saber.
 
A visão do próprio portador de deficiência com relação aos seus "colegas de trabalho".
Quem gosta de ser discriminado? Pois é, acho que isso cabe aos que não têm deficiências.
 
Vou dar um testemunho particular: sou funcionário público, há dez anos, graças a Deus, nunca fui discriminado de maneira pesada, de maneira que abalasse minha estrutura psicológica, creio que todos que trabalham no mesmo departamento que eu, querem o meu bem, porque eu também quero o mesmo para eles de coração.
 



Formação acadêmica adequada
 
Devido as diferenças sociais bastantes veladas e, já citadas, um pouco acima nesse mesmo texto, as oportunidades de mercado são bastante adversas para os portadores de deficiência; em minha opinião, o que leva os portadores ao despreparo é a falta de visão dos próprios pais desses portadores de deficiência que, às vezes, é crucial para a formação psico-físico-intelectual do indivíduo.

Ao propor este tema, é preciso deixar claro que o percurso histórico no qual, gradativamente, pessoas com limitações físicas, sensoriais ou cognitivas foram sendo incorporadas ao tecido ou estrutura social é um processo errático, não linear e marcado, invariavelmente, por trajetórias individuais. Não se pode visualizar um movimento contínuo e homogêneo de integração, pois os sentimentos e a maneira pela qual a sociedade enxergava as pessoas com deficiência variavam também de um país para outro num mesmo período. Durante o século XX, por exemplo, pessoas com deficiência foram submetidas a "experiências científicas" na Alemanha nazista de Hitler. Ao mesmo tempo, mutilados de guerra eram considerados heróis em países como os EUA, recebendo honrarias e tratamento em instituições do governo.

Feita essa ressalva, porém, não deixa de ser interessante acompanhar o percurso histórico das pessoas com deficiência ao longo do tempo, no intuito de observar mudanças na percepção social relativa a este grupo populacional. Nessa primeira parte, trataremos da História Mundial, deixando para uma postagem posterior este caminhar na História do Brasil.







A "Epopéia Ignorada" das pessoas com deficiência na História Mundial.
História Antiga e Medieval.

As pessoas com deficiência, via de regra, receberam dois tipos de tratamento quando se observa a História Antiga e Medieval: a rejeição e eliminação sumária, de um lado, e a proteção assistencialista e piedosa, de outro. Na Roma Antiga, tanto os nobres como os plebeus tinham permissão para sacrificar os filhos que nasciam com algum tipo de deficiência. Da mesma forma, em Esparta, os bebês e as pessoas que adquiriam alguma deficiência eram lançados ao mar ou em precipícios. Já em Atenas, influenciados por Aristóteles – que definiu a premissa jurídica até hoje aceita de que "tratar os desiguais de maneira igual constitui-se em injustiça" – os deficientes eram amparados e protegidos pela sociedade.

Silva (1987) descreve inúmeros episódios e/ou referências históricas aludindo ao contingente de pessoas com deficiência. Não cabe aqui reproduzir esta narrativa, que parte da História Antiga e termina já no final do século XX. Mas é interessante realçar alguns aspectos trabalhados por este autor na "Epopéia Ignorada" das pessoas com deficiência ao longo da História.

O primeiro deles diz respeito à constatação de que sempre existiram na História indivíduos com algum tipo de limitação física, sensorial ou cognitiva. Como afirma Silva (1987): "anomalias físicas ou mentais, deformações congênitas, amputações traumáticas, doenças graves e de conseqüências incapacitantes, sejam elas de natureza transitória ou permanente, são tão antigas quanto a própria humanidade" (Silva, 1987, p. 21). Esta afirmação, que pode parecer óbvia ou desnecessária, é válida no sentido de reconhecer que nos grupos humanos, desde o mundo primitivo até os dias atuais, sempre houve pessoas que nasceram com alguma limitação ou durante a vida deixaram de andar, ouvir ou enxergar. Tragicamente, durante muitos séculos, a existência destas pessoas foi ignorada por um sentimento de indiferença e preconceito nas mais diversas sociedades e culturas; mas elas, de uma forma ou de outra, sobreviveram.

A partir de 2.500 a.C., com o aparecimento da escrita no Egito Antigo, há indicativos mais seguros quanto à existência e às formas de sobrevivência de indivíduos com deficiência. Dentre os povos da chamada História Antiga, os egípcios são aqueles cujos registros são mais remotos. Os remanescentes das múmias, os papiros e a arte dos egípcios apresentam-nos indícios muito claros não só da antiguidade de alguns "males incapacitantes", como também das diferentes formas de tratamento que possibilitaram a vida de indivíduos com algum grau de limitação física, intelectual ou sensorial.

Silva (1987) cita, por exemplo, a Escola de Anatomia da cidade de Alexandria, que existiu no período de 300 a.C. Dela ficaram registros da medicina egípcia utilizada para o tratamento de males que afetavam os ossos e os olhos das pessoas adultas. Existem até passagens históricas que fazem referência aos cegos do Egito e ao seu trabalho em atividades artesanais. As famosas múmias do Egito, que permitiam a conservação dos corpos por muitos anos, possibilitaram o estudo dos restos mortais de faraós e nobres do Egito que apresentavam distrofias e limitações físicas, como Sipthah (séc. XIII a.C.) e Amon (séc. XI a.C.). Dada a fertilidade das terras e as diferentes possibilidades de trabalho, não é difícil imaginar alternativas para ocupação das pessoas com deficiência no Egito Antigo.

Na Grécia Antiga, particularmente em Esparta, cidade-estado cuja marca principal era o militarismo, as amputações traumáticas das mãos, braços e pernas ocorriam com freqüência no campo de batalha. Dessa forma, identifica-se facilmente um grupo de pessoas que adquiriu uma deficiência e permaneceu vivo. Por outro lado, o costume espartano de lançar crianças com deficiência em um precipício tornou-se amplamente conhecido por aqueles que estudaram este tema numa perspectiva histórica.

De acordo com registros existentes, de fato, o pai de qualquer recém-nascido das famílias conhecidas como homoio (ou seja, "os iguais") deveria apresentar seu filho a um Conselho de Espartanos, independentemente da deficiência ou não. Se esta comissão de sábios avaliasse que o bebê era normal e forte, ele era devolvido ao pai, que tinha a obrigação de cuidá-lo até os sete anos; depois, o Estado tomava para si esta responsabilidade e dirigia a educação da criança para a arte de guerrear. No entanto, se a criança parecia "feia, disforme e franzina", indicando algum tipo de limitação física, os anciãos ficavam com a criança e, em nome do Estado, a levavam para um local conhecido como Apothetai (que significa "depósitos"). Tratava-se de um abismo onde a criança era jogada, "pois tinham a opinião de que não era bom nem para a criança nem para a república que ela vivesse, visto que, desde o nascimento, não se mostrava bem constituída para ser forte, sã e rija durante toda a vida" (Licurgo de Plutarco apud Silva, 1987, p. 105).

Esta prática deve ser entendida, naturalmente, de acordo com a realidade histórica e social da época. É claro que hoje nos parece algo repugnante e cruel, mas na cidade-estado de Esparta, no ano de 400 a.C., tal conduta "justificava-se" para o bem da própria criança e para a sobrevivência da república, onde a maioria dos cidadãos deveria se tornar guerreiros. Em outros estratos sociais que não os homoio esse tipo de restrição não ocorria, podendo haver a sobrevivência de uma criança "defeituosa", como no caso dos periecos, dedicados aos trabalhos da lavoura e do gado.

Diferentemente da Grécia Antiga e do Egito, no que diz respeito a pessoas com deficiência, não é fácil localizar referências precisas ao tema na Roma Antiga. Mas existem citações, textos jurídicos e mesmo obras de arte que aludem a essa população. Assim como ocorria em Esparta, o direito Romano não reconhecia a vitalidade de bebês nascidos precocemente ou com características "defeituosas". Entretanto, o costume não se voltava, necessariamente, para a execução sumária da criança (embora isso também ocorresse). De acordo com o poder paterno vigente entre as famílias nobres romanas, havia uma alternativa para os pais: deixar as crianças nas margens dos rios ou locais sagrados, onde eventualmente pudessem ser acolhidas por famílias da plebe (escravos ou pessoas empobrecidas).

A utilização comercial de pessoas com deficiência para fins de prostituição ou entretenimento das pessoas ricas manifesta-se, talvez pela primeira vez, na Roma Antiga. Segundo o Silva (1987): "cegos, surdos, deficientes mentais, deficientes físicos e outros tipos de pessoas nascidos com má formação eram também, de quando em quando, ligados a casas comerciais, tavernas e bordéis; bem como a atividades dos circos romanos, para serviços simples e às vezes humilhantes" (Silva, 1987, p. 130). Tragicamente, esta prática repetiu-se várias vezes na história, não só em Roma.



Cristianismo

O advento do Cristianismo significou, em diferentes aspectos, uma mudança na forma pela qual as pessoas com deficiência eram vistas e tratadas pela sociedade em geral. É claro que, como alertamos no início desta seção, este não é um processo linear e homogêneo, de maneira que estamos apenas apresentando algumas tendências gerais, sem ter a pretensão de definir com a exatidão histórica, a cada momento, a situação das pessoas com deficiência (que é um grupo heterogêneo entre si).

Feita esta ressalva, podemos afirmar que, de maneira geral, a mudança acima referida deveu-se ao próprio conteúdo da doutrina cristã, que foi sendo difundida a partir de um pequeno grupo de homens simples, num momento em que o Império Romano estava com seu poderio militar e geopolítico consolidado. Entretanto, Silva (1987) chama atenção para o "lamentável estado moral da sociedade romana", especialmente da nobreza, que demonstrava total falta de preocupação com a proliferação de doenças e o crescimento da pobreza e da miserabilidade dentre boa parte da população.

Nesse contexto, vai ganhando força o conteúdo da doutrina cristã, voltado para a caridade, humildade, amor ao próximo, para o perdão das ofensas, para a valorização e compreensão da pobreza e da simplicidade da vida. Estes princípios encontraram respaldo na vida de uma população marginalizada e desfavorecida, dentro da qual estavam aqueles que eram vítimas de doenças crônicas, de defeitos físicos ou de problemas mentais.

A influência cristã e seus princípios de caridade e amor ao próximo contribuíram, em particular a partir do século IV, para a criação de hospitais voltados para o atendimento dos pobres e marginalizados, dentre os quais indivíduos com algum tipo de deficiência. No século seguinte, o concílio da Calcedônia (em 451) aprovou a diretriz que determinava expressamente aos bispos e outros párocos a responsabilidade de organizar e prestar assistência aos pobres e enfermos das suas comunidades. Desta forma, foram criadas instituições de caridade e auxílio em diferentes regiões, como o hospital para pobres e incapazes na cidade de Lyon, construído pelo rei franco Childebert no ano de 542 (Silva, 1987).

Interessante notar que, ao mesmo tempo em que avança um tratamento, ao menos, caridoso em relação aos deficientes, a Igreja Católica continuava reafirmando a impossibilidade de que eles atuassem como padres. Segundo historiadores, "já nos chamados Cânones Apostolorum, cuja antiguidade exata todos desconhecem e que, no entanto, foram elaborados no correr dos três primeiros séculos da Era Cristã, existem restrições claras ao sacerdócio para aqueles candidatos que tinham certas mutilações ou deformidades" (Silva, 1987, p. 166). Gelásio I, papa que reinou entre 492 a 496, reafirmou a orientação contrária à aceitação de sacerdotes com deficiência, ao afirmar que os postulantes não poderiam ser analfabetos nem ter "alguma parte do corpo incompleta ou imperfeita".

Em síntese, nos primeiros séculos da Era Cristã houve, pelos registros históricos, mesmo com as restrições acima, uma mudança no olhar em relação não só aos deficientes, mas também às populações humildes e mais pobres. Os hospitais e centros de atendimento aos carentes e necessitados continuaram a crescer, impulsionados muitas vezes pelo trabalho dos bispos e das freiras nos mosteiros.

Idade Média

O período conhecido como Idade Média, entre os séculos V e XV, traz algumas informações e registros (preocupantes) sobre pessoas com deficiência. Continuaram a existir, na maioria das vezes controladas e mantidas por senhores feudais, locais para o atendimento de doentes e deficientes. As referências históricas enfatizam, porém, o predomínio de concepções místicas, mágicas e misteriosas sobre a população com deficiência. Além disso, é preciso lembrar que o crescimento dos aglomerados urbanos ao longo desse período criou dificuldades para a manutenção de patamares aceitáveis de higiene e saúde. Durante muitos séculos, os habitantes das cidades medievais viveram sob a permanente ameaça das epidemias ou doenças mais sérias.

As incapacidades físicas, os sérios problemas mentais e as malformações congênitas eram considerados, quase sempre, como sinais da ira divina, taxados como "castigo de Deus". A própria Igreja Católica adota comportamentos discriminatórios e de perseguição, substituindo a caridade pela rejeição àqueles que fugiam de um "padrão de normalidade", seja pelo aspecto físico ou por defenderem crenças alternativas, em particular no período da Inquisição nos séculos XI e XII. Hanseníase, peste bubônica, difteria e outros males, muitas vezes incapacitantes, disseminaram-se pela Europa Medieval. Muitas pessoas que conseguiram sobreviver, mas com sérias sequelas, passaram o resto dos seus dias em situações de extrema privação e quase que na absoluta marginalidade.

No final do século XV, a questão das pessoas com deficiência estava completamente integrada ao contexto de pobreza e marginalidade em que se encontrava grande parte da população, não só os deficientes. É claro que exemplos de caridade e solidariedade para com eles também existiram durante a Idade Média, mas as referências gerais desta época situam pessoas com deformidades físicas, sensoriais ou mentais na camada de excluídos, pobres, enfermos ou mendigos.

Mudanças nos séculos XV a XVII

O período conhecido como "Renascimento" não resolveu, naturalmente, esta situação de maneira satisfatória. Mas, sem dúvida, ele marca uma fase mais esclarecida da humanidade e das sociedades em geral, com o advento de direitos reconhecidos como universais, a partir de uma filosofia humanista e com o avanço da ciência.

Entre os séculos XV e XVII, no mundo europeu cristão, ocorreu uma paulatina e inquestionável mudança sócio-cultural, cujas marcas principais foram o reconhecimento do valor humano, o avanço da ciência e a libertação quanto a dogmas e crendices típicas da Idade Média. De certa forma, o homem deixou de ser um escravo dos "poderes naturais" ou da ira divina. Esse novo modo de pensar, revolucionário sob muitos aspectos, "alteraria a vida do homem menos privilegiado também, ou seja, a imensa legião de pobres, dos enfermos, enfim, dos marginalizados. E dentre eles, sempre e sem sombra de dúvidas, os portadores de problemas físicos, sensoriais ou mentais" (Silva, 1987, p. 226).

A partir desse momento, fortalece-se a ideia de que o grupo de pessoas com deficiência deveria ter uma atenção própria, não sendo relegado apenas à condição de uma parte integrante da massa de pobres ou marginalizados. Isso se efetivou através de vários exemplos práticos e concretos. No século XVI, foram dados passos decisivos na melhoria do atendimento às pessoas portadoras de deficiência auditiva que, até então, via de regra, eram consideradas como "ineducáveis", quando não possuídas por maus espíritos.

Ao longo dos séculos XVI e XVII, em diferentes países europeus, foram sendo construídos locais de atendimento específico para pessoas com deficiência, fora dos tradicionais abrigos ou asilos para pobres e velhos. A despeito das malformações físicas ou limitações sensoriais, essas pessoas, de maneira esporádica e ainda tímida, começaram a ser valorizadas enquanto seres humanos. Entretanto, além de outras práticas discriminatórias, mantinha-se o bloqueio ao sacerdócio desses indivíduos pela Igreja Católica.

Século XIX

Chegando ao século XIX, é interessante registrar a forma como o tema das pessoas com deficiência era tratado nos EUA. Neste país, já em 1811, foram tomadas providências para garantir moradia e alimentação a marinheiros ou fuzileiros navais que viessem a adquirir limitações físicas. Assim, desde cedo, estabeleceu-se uma atenção específica para pessoas com deficiência nos EUA, em especial para os "veteranos" de guerras ou outros conflitos militares. Depois da Guerra Civil norte-americana, foi construído, na Filadélfia, em 1867, o Lar Nacional para Soldados Voluntários Deficientes, que posteriormente teria outras unidades.

Os Avanços do Século XX

A assistência e a qualidade do tratamento dado não só para pessoas com deficiência como para população em geral tiveram um substancial avanço ao longo do século XX. No caso das pessoas com deficiência, o contato direto com elevados contingentes de indivíduos com seqüelas de guerra exigiu uma gama variada de medidas. A atenção às crianças com deficiência também aumentou, com o desenvolvimento de especialidades e programas de reabilitação específicos.

No período entre Guerras é característica comum nos países europeus – Grã-Bretanha e França, principalmente, e também nos EUA – o desenvolvimento de programas, centros de treinamento e assistência para veteranos de guerra. Na Inglaterra, por exemplo, já em 1919, foi criada a Comissão Central da Grã-Bretanha para o Cuidado do Deficiente. Depois da II Guerra, esse movimento se intensificou no bojo das mudanças promovidas nas políticas públicas pelo Welfare State. Dado o elevado contingente de amputados, cegos e outras deficiências físicas e mentais, o tema ganha relevância política no interior dos países e também internacionalmente, no âmbito da Organização das Nações Unidas (ONU). A "epopéia" das pessoas com deficiência passaria a ser objeto do debate público e ações políticas, assim como outras questões de relevância social, embora em ritmos distintos de um país para o outro.

Os Dias de Hoje

Em suma, nesse panorama histórico buscamos resgatar elementos para uma visão geral acerca da temática das pessoas com deficiência. Da execução sumária ao tratamento humanitário passaram-se séculos de história, numa trajetória irregular e heterogênea entre os países (e entre as próprias pessoas com deficiência). Apesar disso, é possível visualizar uma tendência de humanização desse grupo populacional. É verdade que, até nos dias de hoje, existem exemplos de discriminação e/ou maus-tratos, mas o amadurecimento das civilizações e o avanço dos temas ligados à cidadania e aos direitos humanos provocaram, sem dúvida, um novo olhar em relação às pessoas com deficiência.



Cronograma Preliminar

fev
mar
abr
mai
jun
jul
ago
set
out
nov
dez
Participação em Congressos
X
X
X








Levantamento Bibliográfico
X
X









Fichamento
X
X
X








Entrevistas



X
X
X





Elaboração de Idéias






X
X
X


Digitação Final









X

Apresentação para a banca










X




REFERÊNCIAS
Disponível em: http://www.underGoogle.com/blog/2006/geral/histria-da-Google.html ACESSO EM: 30 de março de 2011
Disponível em: http://www.yousaytoo.com/conhe-am-o-inicio-do-facebook/125891 ACESSO EM: 30 de março de 2011
Disponível em: http://www.ruadireita.com/informatica/info/a-historia-da-microsoft/ ACESSO EM: 30 de março de 2011



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