Redução de Voos da GOL - PTI - Economia, Estratégia e Precificação
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Tecnologia em Marketing EAD – 3º semestre Economia e Estratégia e Precificação – Professor Lincoln Marcellos Luara Midori Fukumoto Deguchi
Redução de Voos da GOL
1. Após a retirada dos referidos voos da GOL, esta empresa conseguirá aumentar seu faturamento e diminuir seus custos? Explique.
Retirar produtos do mix que não geram o lucro esperado pode diminuir custos.
Isso deve-se ao fato de que os custos variáveis (hora extra de mão-de-obra, combustível, tarifa aeroportuária, etc.) não mais existirão. Entretanto, os custos fixos (mão-de-obra, manutenção, depreciação das aeronaves, etc.) continuarão a existir, mesmo que os voos não mais estejam em funcionamento.
Torna-se importante ressaltar a diferença entre lucro e faturamento. Como explicado por José Henrique Garcia Moreira em seu artigo “Faturamento não é Lucro”: “Faturamento é o total arrecadado pela empresa ao longo de um dia, mês ou ano. Ao final de um período qualquer. Lucro é o resultado final positivo das atividades de uma empresa com fins lucrativos após os pagamentos de suas despesas com insumos e manutenção de todas as atividades organizacionais.”
Considerando esta definição de faturamento, o fato único e exclusivo de retirar voos da grade não causa um aumento no faturamento.
Simulei uma situação para exemplificar o que afirmo, considerando alguns dados obtidos no artigo disponibilizado, veja a seguir:
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Ano 1
Ano 2
Receita Bruta Voo Normal
92
92
Voo Excluído
8
0
Voo Normal
-9,2
-9,2
Voo Excluído
-0,8
0
Receita Líquida
90
82,8
Voo Normal
-73,6
-73,6
Voo Excluído
-8,8
0
7,6
9,2
Impostos Indiretos
CPV – Custo do Produto Vendido
Lucro Bruto
Considerando 100 voos como base fictícia, retirei 8% em “voo excluído”. Usando também um valor fictício de impostos indiretos em 10%, cheguei ao valor da Receita Líquida que é, claramente, maior no ano em que a empresa operava ainda com todos os voos (Ano 1), com o resultado de 90 enquanto que no ano seguinte, com os voos já excluidos, a receita líquida foi de 82,8.
Calculando o Custo do Produto Vendido com os voos normais a 80% e os voos excluidos a 110%, cheguei ao Lucro Bruto de 7,6 no Ano 1 e 9,2 no Ano 2, ano em que os voos já haviam sido excluídos.
Com a retirada do custo dos voos que foram excluídos, o lucro bruto do Ano 2 aumentou, entretanto, o faturamento continua sendo de 92, que é referente somente aos voos que foram mantidos.
Ressalto que esta é uma simulação que visa somente exemplificar, os dados utilizados não são concretos e precisos.
Seria possível aumentar o faturamento caso houvesse um outro cenário.
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Se a empresa remanejasse os voos que foram excluidos para rotas mais lucrativas, como pontes aéreas, por exemplo, seria possível alcançar aumento de faturamento pois os custos fixos continuariam os mesmos do que quando foram excluidos, entretanto, estariam gerando faturamento para a empresa. Veja:
Ano 1
Ano 2
Receita Bruta 92 8
100
Voo Normal
-9,2
-10
Voo Excluído
-0,8
0
Receita Líquida
90
90
Voo Normal
-73,6
-80
Voo Excluído
-8,8
0
7,6
10
Voo Normal Voo Excluído
0
Impostos Indiretos
CPV
Lucro Bruto
Nesta imagem é possível ver a transferência dos voos excluídos para linhas mais lucrativas. A receita líquida aumenta e o lucro bruto também. Nesta situação, os custos fixos são quase como um “estoque” para as empresas aéreas. Quanto mais giro houver no estoque, maior será o faturamento da empresa, ou seja, quanto mais utilização que valide os custos fixos, maior será o faturamento.
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2. Disserte sobre a importância dos custos fixos para as companhias aéreas.
Como mencionado num artigo publicado pelo Wall Street Journal em 2012, os custos fixos de uma companhia aérea são uma grande parte do valor das passagens.
Foi realizada uma simulação de um avião com 100 passageiros e foram feitas divisões de assentos com base nos custos que a companhia aérea possui para melhor ilustrar a situação.
Copiarei abaixo a ilustração disponível no artigo e informo que os dados realizados na pesquisa são referentes a companhias aéreas norte-americanas, portanto, a diferença maior que teríamos com as companhias aéreas aqui no Brasil seriam as taxas, impostos e tributos. Farei uma livre tradução da ilustração, para melhor entendimento.
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29
assentos
cobrem
as
despesas com combustível, 20
assentos
despesas
de
assentos
cobrem
as
salários,
16
cobrem
as
despesas de propriedade, 14 assentos tributos
cobre e
assentos
taxas,
impostos, cobrem
manutenção, cobrem
as
11 a
9
assentos
outras
despesas
(lanches que são oferecidos gratuitamente,
extravio
de
malas, seguros, etc.) e 1 assento é lucro.
Os custos fixos são tantos que é bem simples compreender porque tantas companhias aéreas ao redor do mundo já declararam falência.
É necessária um ótimo gerenciamento dos custos fixos, ou seja, não perder com eles, como estava acontecendo nos voos que foram excluídos, é essencial para que a companhia aérea continue operando.
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3. De acordo com o presidente da GOL: “(...) houve uma mudança no cenário macroeconômico, de patamares, e nós estamos nos ajustando a essa mudança.”. O que são mudanças macroeconômicas? Disserte de acordo com o conteúdo que viu em nossas primeiras aulas.
Antes de mais nada, é importante esclarecer o que é macroeconomia. Segundo Mendes: “A macroeconomia tenta explicar as relações entre os grandes agregados (ou variáveis) econômicos, a saber: consumo, poupança, investimento, produto e renda nacionais, níveis de emprego nacional, nível geral de preços, controle da inflação, oferta e demanda monetárias e o desequilíbrio externo (balança comercial, de serviços e de capital).”
Mendes também explica que a macroeconomia está centrada em:
Comportamento da economia em seu conjunto;
Desempenho dos agregados econômicos;
Inter-relações entre os agregados;
Contas do setor público;
Desenvolvimento socioeconômico;
Balanço de pagamentos
Como exemplificado por Mendes, a macroeconomia enxerga a floresta, enquanto a microeconomia enxerga uma árvore.
Mudanças macroeconômicas podem ser aumento na inflação, que impactam os preços dos produtos e serviços; aumento em combustíveis como o diesel, que alteram também o preço final de produtos e serviços de transporte, por exemplo.
Havendo mudanças no cenário geral, ou seja, na macroeconomia, as empresas precisam se ajustar para evitar ou minimizar perdas e proteger seus bens e mercados atendidos.
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Referências MCCARTNEY, Scott. How Airlines Spend Your Airfare. 2012. Disponível em: . Acesso em: 06 maio 2015. MENDES, Judas Tadeu Grassi. Economia: Fundamentos e Aplicações. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2004. MOREIRA, José Henrique Garcia. Faturamento Não É Lucro. Disponível em: . Acesso em: 07 maio 2015.
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