REFUNCIONALIZANDO A CASA SOLARENGA: UMA GROUNDED THEORY (resumo)

June 3, 2017 | Autor: José Luís Braga | Categoria: Tourism Studies, Anthropology of Tourism, Sociology of Tourism, Grounded Theory
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REFUNCIONALIZANDO A CASA SOLARENGA: UMA GROUNDED

THEORY

Programa de Doutoramento em “Dirección e Planificación

do Turismo”

Linha de investigação: “metodología de investigación en gestión de empresas turísticas” Doutorando José Luís Sousa Soares de Oliveira Braga Diretores Prof. Doutor António Barros Cardoso (UP) José Luís BragaProf. Doutor MIGUEL PAZOS OTÓN (USC)

0 – SUMÁRIO DA APRESENTAÇÃO José Luís Braga

Refuncionalizando a Casa Solarenga: uma Grounded Theory

0. Sumário da Apresentação 3

I – INTRODUÇÃO: 1. Recolha de dados; 2. A GT como metodologia; 3. O processo da GT.

4. 5.

6. 7.

II – RESULTADOS DA INVESTIGAÇÃO 1. “Refuncionalizando”; 2. A primeira etapa: “improvisando”; 3. A segunda etapa: “profissionalizando”;

Uma tipologia de anfitriões; Caracterização dual dos hóspedes; Estilos de “refuncionalização”; Modelo causal em ciclo virtuoso e vicioso amplificado.

III – CONSIDERAÇÕES FINAIS 1. Recomendações aos promotores da MEH; 2. Recomendações ao setor público; 3. Recomendações às associações do setor. 4. Contribuições futuras. José Luís Braga

I - INTRODUÇÃO José Luís Braga

Refuncionalizando a Casa Solarenga: uma Grounded Theory

1. Recolha de dados (1/2)



Realizámos 53 entrevistas a proprietários de casas solarengas e 5 sessões de observação participante em 4 daqueles espaços. Objetivo principal: compreender

o que está a acontecer nas casas solarengas.

José Luís Braga

2 - Casa de Sezim (Guimarães)



1- Paço de Calheiros (Ponte de Lima)

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1. Recolha de dados (2/2) 6

José Luís Braga

Fonte: Oficina do Mapa – Universidade do Porto

2. A GT como metodologia (1/2) 7





A Grounded Theory (GT) é uma metodologia indutiva. É um método generalista, que pode ser usado com dados quantitativos ou qualitativos.

José Luís Braga

Refuncionalizando a Casa Solarenga: uma Grounded Theory

2. A GT como metodologia (2/2) 8





A GT consiste num conjunto de procedimentos de pesquisa rigorosos que conduzem à emergência de categorias conceptuais. Estas são relacionadas entre si como uma explicação teórica da ação que resolve continuamente a principal preocupação dos participantes na área substantiva.

José Luís Braga

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3. O processo da GT (1/13) 9





Na GT (Glaseriana) as fases do processo são geralmente sequenciais. (Simmons apud GT Institute, 2008). Porém, quando o processo se inicia, são normalmente conduzidas em simultâneo, de acordo com os requisitos específicos da pesquisa.

José Luís Braga

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3. O processo da GT (2/13) 10

Codificação aberta; seletiva; teórica

Escrita de memorandos analíticos

Recolha de dados

Categorias emergentes Propriedades

Fonte: Adaptado de SALDAÑA, Johnny – The coding

Categoria central/principal

manual for qualitative researchers. Londres: Sage

Dimensões

Publications Ltd., 2009, p. 43.

Teoria Fundamentada José Luís Braga

3. O processo da GT (3/13) 11

(1) PREPARAÇÃO A. B. C. D.

Minimização dos preconceitos; Ausência de revisão preliminar da literatura; Tópico geral de pesquisa, sim. “Problema” de pesquisa predefinido, não.

José Luís Braga

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3. O processo da GT (4/13) 12

(2) RECOLHA DE DADOS A. Forma mais comum: entrevistas intensivas, normalmente combinadas com observação participante, mas pode ser usado qualquer tipo de dados, incluindo quantitativos. B. Amostragem teórica: A análise inicial determina onde ir e o que procurar em seguida no âmbito da recolha de dados. A análise e recolha de dados enformam-se mutuamente. José Luís Braga

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3. O processo da GT (5/13) 13

(3) CODIFICAÇÃO ABERTA A. Análise comparativa constante: Ao identificar conceitos e propriedades de conceitos, cada incidente é comparado com outros incidentes e com os conceitos e propriedades emergentes. B. Codificação substantiva: os códigos substantivos resumem a substância empírica. José Luís Braga

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3. O processo da GT (6/13) 14







O desenvolvimento de um código substantivo envolve a codificação dos dados incidente a incidente. Um incidente pode, por exemplo, ser uma linha, uma página ou um documento. O investigador codifica abertamente para gerar conceitos e propriedades de conceitos. José Luís Braga

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3. O processo da GT (7/13) 15



Os códigos são uma abstração, uma concetualização a que chegámos colocando três questões neutrais:

A. Que categoria indica este incidente? B. Que propriedade de categoria indica este incidente? C. Qual é a principal preocupação do participante? José Luís Braga

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3. O processo da GT (8/13) 16

(4) CODIFICAÇÃO SELETIVA A. A codificação aberta prossegue até que a categoria central e as principais dimensões e propriedades tenham sido identificadas. B. A codificação agora é seletiva, limitando-se aos dados relacionados com a variável central. José Luís Braga

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3. O processo da GT (9/13) 17

(5) CODIFICAÇÃO TEÓRICA 

Os códigos teóricos concetualizam a forma como os códigos substantivos se podem relacionar mutuamente como hipóteses a serem integradas na teoria.

José Luís Braga

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3. O processo da GT (10/13) 18

(6) ESCRITA DE MEMORANDOS 





Os memorandos são a escrita teorizada de ideias acerca dos códigos e das suas relações. São a escrita daquilo que está a emergir dos dados e da análise. A escrita de memorandos é realizada ao longo de todo o processo. José Luís Braga

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3. O processo da GT (11/13) 19

(7) INTEGRAÇÃO DA LITERATURA 



Quando o analista já está confiante com a teoria que desenvolveu, pode começar a examinar e a integrar a literatura existente que se afigura relevante. O material teórico da literatura deve ser pertinente para a teoria, tal como qualquer outro constructo teórico.

José Luís Braga

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3. O processo da GT (12/13) 20

(8) CLASSIFICAÇÃO E ESBOÇO DA TEORIA 



A classificação refere-se à ordenação conceptual dos memorandos num esboço da teoria emergente, evidenciando as relações entre conceitos. Este processo, por vezes, estimula a escrita de mais memorandos e, com frequência, leva à recolha adicional de dados. José Luís Braga

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3. O processo da GT (13/13) 21

(9) ESCRITA 



A classificação integral dos memorandos constitui o primeiro rascunho do nosso texto escrito. A partir desta fase, apenas há que refinar e polir o nosso produto para chegar à sua versão final.

José Luís Braga

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II – RESULTADOS DA INVESTIGAÇÃO José Luís Braga

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1. “Refuncionalizando” (1/20) 23

Para tal e, a menos que os proprietários possuam avultado capital próprio, a sustentabilidade da casa requer que lhe seja dada uma função social. José Luís Braga

4 – Quinta do Convento da Franqueira (Barcelos)



A “refuncionalização” procura resolver a principal preocupação dos proprietários que é conservar a casa solarenga na família.

3 – Casa de Campo (Celorico de Basto)



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1. “Refuncionalizando” (2/20)



A “refuncionalização” é moldada por um processo social básico (PSB) composto por duas etapas que designámos “improvisando” e “profissionalizando”. Um PSB explica a organização do comportamento social tal como se desenvolve ao longo do tempo (Carrero Planes et al., 2006).

6 – Paço do Pombeiro (Felgueiras)



5 – Quinta do Monteverde (Viana do Castelo)

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José Luís Braga

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1. “Refuncionalizando” (3/20) 25

Áreas da casa que estavam vocacionadas para funções agrícolas são reconvertidas para a hospedagem. José Luís Braga

8 – Casa das Torres da Facha (Ponte de Lima)



“Refuncionaliza-se" para implementar a Modalidade de Exploração da Hospedagem (MEH).

7 – Quinta de Cortinhas (Arcos de Valdevez)



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1. “Refuncionalizando” (4/20)



A “refuncionalização” pode ser parcial ou total. “Refuncionalização" total é a dos anexos, que permite aumentar a funcionalidade da casa, pois aqui a reconversão pode ser integral no interior. José Luís Braga

10 – Casa dos Assentos (Barcelos)



9 – Casa da Lage (Ponte de Lima)

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1. “Refuncionalizando” (5/20) 27



A “refuncionalização” pode ser menos radical transformando só unidades de habitação familiar em unidades de hospedagem ou de fruição de turística.

11 – Monte Saraz (Monsaraz)

“Refuncionaliza-se” para criar várias Modalidades de Exploração: da Hospedagem; de Eventos; de Formação Hoteleira; etc. 12 – Casa do Terreiro do Poço (Borba)



José Luís Braga

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1. “Refuncionalizando” (6/20)



A "refuncionalização" para implementar a MEH acelera a recuperação da casa e aumenta a sua intensidade. A “refuncionalização” pode interferir mais ou menos na identidade da casa, no sentido de lhe dar funcionalidade ou de manter a sua genuinidade.

José Luís Braga

14 – Herdade da Retorta (Serpa)



13 – Casa do Adro da Igreja (Vila Nova de Milfontes)

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1. “Refuncionalizando” (7/20)



A "refuncionalização" não visa, necessariamente, o maior lucro possível, mas maior certeza na continuidade. Isto ocorre por via de uma recuperação mais intensa e acelerada da casa. José Luís Braga

16 – Quinta de Malta (Barcelos)



15 – Casa da Aldeia (Sever do Vouga)

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1. “Refuncionalizando” (8/20) 30

18 – Forte de São João da Barra (Tavira)



Quando o anfitrião dispõe de mais capital próprio, a urgência em recuperar é menor.

17 – Quinta do Ervedal (Baião)



Nestes casos, a "refuncionalização" pode não ser necessária. José Luís Braga

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1. “Refuncionalizando” (9/20)



A "refuncionalização" pode instituir uma maior segregação de espaços ou uma maior aproximação entre hóspede e anfitrião (e.g. divisão por pisos). A identidade da casa constitui um obstáculo à "refuncionalização". José Luís Braga

20 – Villa Duparchy (Luso)



19 – Quinta de São Caetano (Viseu)

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1. “Refuncionalizando” (10/20) 32

Isto dificulta a sua competição com os alojamentos massivos (e.g. hotéis).

22 – Solar dos Viscondes (Ferreira do Alentejo)



A funcionalidade original da casa também é um limite à total formalização da MEH.

21 – Casa de Vargos (Torres Novas)



José Luís Braga

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1. “Refuncionalizando” (11/20)



A casa principal apresenta mais obstáculos à "refuncionalização" do que os anexos. Na casa principal um aumento de funcionalidade mais depressa determina uma diminuição da genuinidade.

24 – Casa de Pascoaes (Amarante)



23 – Solar do Morgado de Oliveira (Macedo de Cavaleiros)

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José Luís Braga

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1. “Refuncionalizando” (12/20) 34



25 – Casa dos Lagos (Braga)

A antiguidade da casa leva a um aumento dos custos de sustentabilidade e à resultante elevação dos preços praticados. A reduzida capacidade de hospedagem das casas também torna insustentáveis certos equipamentos típicos de alojamentos massivos (e.g. ginásios).

26 – Morgadio da Calçada (Provesende)



José Luís Braga

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1. “Refuncionalizando” (13/20)



Estas carências tornam a hospedagem necessariamente mais informal (e.g. não há receção 24 horas). Em períodos de baixa afluência, a MEH tornase, com frequência, insustentável.

28 – Casa de Fontes (Alquerubim)



27 – Casa do Ameal (Viana do Castelo)

35

José Luís Braga

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1. “Refuncionalizando” (14/20)



Amiúde fecha-se completamente a capacidade de hospedagem para não reduzir a sustentabilidade da MEH.

30 – Quinta de Santa Comba (Barcelos)



29 – Paço de São Cipriano (Guimarães)

36

A "refuncionalização" para formalizar a MEH é gradativa e contínua e nunca está completa. José Luís Braga

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1. “Refuncionalizando” (15/20) 37

Quando a sustentabilidade da MEH é elevada, o ritmo de recuperação aumenta. José Luís Braga

32 – Casa da Tojeira (Cabeceiras de Basto)



A “refuncionalização” visa incrementar a estética, o conforto, a segurança da casa, aperfeiçoando deste modo a MEH.

31 – Quinta do Vermil (Ponte de Lima)



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1. “Refuncionalizando” (16/20)



Ao acelerar o ritmo de recuperação, intensificase, também a "refuncionalização" para formalizar a MEH. Isto tem implicações positivas na avaliação da hospedagem, o que, por sua vez, incrementará novamente a sustentabilidade.

José Luís Braga

34 – Quinta da Veiga (Covas do Douro)



33 – Casa de Mogofores (Anadia)

38

Refuncionalizando a Casa Solarenga: uma Grounded Theory

1. “Refuncionalizando” (17/20)



A "refuncionalização" também pode ter em vista a segregação espacial de modo a conferir mais autonomia aos hóspedes (e à família anfitriã). Quanto maior for a capacidade de hospedagem da casa e a sua funcionalidade, maior será a possibilidade de segregação destes espaços. José Luís Braga

36 – Casa do Outeiro (Ponte de Lima)



35 – Quinta do Crasto (Ponte de Lima)

39

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1. “Refuncionalizando” (18/20)



Ao aumentar a capacidade de hospedagem, a MEH transformar-se-á num híbrido, podendo subsistir dois estilos de "refuncionalização" numa só casa. Um é desenvolvido nos anexos, onde vigora uma autonomia grande, uma pessoalização reduzida e uma menor proximidade. José Luís Braga

38 – Paço da Glória (Arcos de Valdevez)



37 – Casa dos Pombais (Guimarães)

40

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1. “Refuncionalizando” (19/20)



Outro é exercido na casa principal onde a autonomia dos hóspedes é menor, a pessoalização é maior e a proximidade física também.

40 – Quinta do Casal do Condado (Ponte de Lima)



39 – Casa da Levada (Amarante)

41

A "refuncionalização" para aumentar a capacidade de hospedagem pode ser facilitada pelo financiamento da estrutura política. José Luís Braga

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1. “Refuncionalizando” (20/20)



O anfitrião para prosseguir com a MEH tem de "refuncionalizar" também para acatar com o enquadramento legal. Por vezes, as soluções adotadas em conformidade com a estrutura legal podem ser lesivas da sustentabilidade da MEH.

José Luís Braga

42 – Casa Manuel Espregueira e Oliveira (Viana do Castelo)



41 – Paço de Lanheses (Viana do Castelo)

42

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2. A primeira etapa: “improvisando” (1/1) 43

* Exigência do enquadramento legal; * Condicionamento ao financiamento para a recuperação exercido pela * Apego da família estrutura política; anfitriã; * Autonomia da família * Aproximação entre anfitriã e hóspedes; família anfitriã e hóspedes; * Diversificação da * Genuinidade; proposta de hospedagem; * Flexibilidade de preço. * Competição com casas congéneres e alojamento massivo; * Formalização; * Articulação com a envolvente. José Luís Braga

3. A segunda etapa: “profissionalizando” (1/1) 44

* Competição com casas congéneres e alojamento massivo; * Diversificação da proposta de * Apego da família anfitriã; hospedagem; * Genuinidade; * Condicionamento ao financiamento para a * Flexibilidade de preço. recuperação exercido pela estrutura política; * Formalização; * Autonomização; * Segregação; * Competência tecnológica do anfitrião; * Capacidade de gestão do anfitrião; * Dedicação do anfitrião. José Luís Braga

4. Uma tipologia de anfitriões (1/4)

* Competência linguística; * Dinamismo; * Competência de relacionamento interpessoal; * Dedicação.

* Realização pessoal; *Cosmopolitismo; * Capacidade gestora; * Criatividade.

José Luís Braga

Anfitrião não vocacionado

Anfitrião Vocacionado

45

4. Uma tipologia de anfitriões (2/4) 46

Anfitrião de linhagem • Objeto de escolha no seio da família original. • Melhores possibilidades de valorizar a hospedagem. • Missão de assegurar a continuidade da casa (menos importância conferida ao lucro). • O seu apego familiar força-o a dedicar-se à MEH.

Anfitrião por aquisição • • • •

Adquire a casa visando, sobretudo, o lucro. Menores possibilidades de valorizar a hospedagem. Apego vicário à casa. Menos disposto a sacrificar-se pela casa. José Luís Braga

Refuncionalizando a Casa Solarenga: uma Grounded Theory

4. Uma tipologia de anfitriões (3/4) 47

Anfitrião iniciador

Anfitrião continuador

• Boa relação interpessoal • Reduzida capacidade gestora • Reduzido dinamismo • Baixa competência tecnológica • Baixa competência linguística

• Visão mais profissionalizante da MEH • Maior competência tecnológica • Maior capacidade gestora.

José Luís Braga

Refuncionalizando a Casa Solarenga: uma Grounded Theory

4. Uma tipologia de anfitriões (4/4) 48

Anfitrião Profissional

Anfitrião Manipulador

• Baixos níveis de apego (com implicações negativas na valorização da hospedagem exercida); • Elevados níveis de competência tecnológica; • Alta dedicação à MEH • Maiores níveis de realização; • Alta competência linguística; • Alto dinamismo e criatividade; • Maior capacidade gestora; • Alta competência de relacionamento interpessoal.

• Isenta-se do enquadramento legal de forma dolosa; • Detém capital próprio em suficiente medida para prescindir da MEH; • Fecha a capacidade de hospedagem da casa à MEH; • Preserva o apego à casa na íntegra, não sacrificando a sua autonomia; • Reduzida competência de relação interpessoal. José Luís Braga

5. Caracterização dual dos hóspedes (1/1) 49

Hóspedes sensíveis à MEH

• Geram um sentimento de autorrealização no anfitrião; • Valorizam a proximidade de contacto com o anfitrião; • Têm preocupações culturais e, tendencialmente, pertencem a um extrato social elevado; • Privilegiam o papel de valorizador da hospedagem exercido pelo anfitrião; • Conformam-se mais facilmente com as limitações funcionais da casa; • Procuram conscientemente a identidade exclusiva inerente à casa.

• • • •

Hóspedes insensíveis à MEH

Exigem uma hospedagem mais formalizada; Levam o anfitrião a realizar-se menos com a modalidade; Preferem o estilo moderno de "refuncionalização"; Procuram uma proposta de hospedagem semelhante à praticada pelo alojamento massivo; • Pretendem mais autonomia e menos pessoalização; • O anfitrião destacá-los-á, eminentemente, para os anexos, ao contrário do que que sucede com os hóspedes sensíveis, que serão, tendencialmente, alojados na casa-mãe.

José Luís Braga

Refuncionalizando a Casa Solarenga: uma Grounded Theory

6. Estilos de "refuncionalização" (1/1) 50

Estilo Clássico

• Hospedagem feita na casa-mãe; • Maior genuinidade; • Proposta de hospedagem básica (Bed & Breakfast); • Típico do anfitrião iniciador.

Estilo Híbrido

• Hospedagem na casa mãe e nos anexos ou só nos anexos; • Dirigida a hóspedes sensíveis e insensíveis à MEH; • Menor proximidade.

Estilo Moderno

• Menor genuinidade (recheio contemporâneo); • Proposta de hospedagem mais diferenciada (semelhante ao boutique hotel); • Típica do anfitrião continuador.

José Luís Braga

51

7. Modelo causal em ciclo virtuoso e vicioso amplificado (1/4) Menor dedicação

Menor realização

Menor auscultação

Menor certeza da continuidade da casa

Menor pessoalização

Menor ritmo/intensid ade de recuperação da casa

Obtendo avaliações negativas da hospedagem

Menor capital próprio

Redução da sustentabili da Josédade Luís Braga MEH

Reputação negativa da casa

52

7. Modelo causal em ciclo virtuoso e vicioso amplificado (2/4) Menor dedicação Menor auscultação Menor pessoalização Obtendo avaliações negativas da hospedagem Reputação negativa da casa Redução da sustentabilidade da MEH Menor capital próprio Menor ritmo/intensidade de recuperação da casa Menor certeza da continuidade da casa Menor realização

José Luís Braga

Refuncionalizando a Casa Solarenga: uma Grounded Theory

53

7. Modelo causal em ciclo virtuoso e vicioso amplificado (3/4) Maior dedicação Maior realização

Maior auscultação

Maior certeza da continuidad e da casa

Maior pessoalização

Maior ritmo/intensida de de recuperação da casa

Obtendo avaliações positivas da hospedagem

Maior capital próprio

Reputação positiva da casa Elevação da sustentabilid ade da MEH José Luís Braga

54

7. Modelo causal em ciclo virtuoso e vicioso amplificado (4/4) Maior dedicação Maior auscultação Maior pessoalização Obtendo avaliações positivas da hospedagem Reputação positiva da casa Elevação da sustentabilidade da MEH Maior capital próprio Maior ritmo/intensidade de recuperação da casa Maior certeza de continuidade da casa Maior realização

José Luís Braga

Refuncionalizando a Casa Solarenga: uma Grounded Theory

III - CONSIDERAÇÕES FINAIS José Luís Braga

Refuncionalizando a Casa Solarenga: uma Grounded Theory

1. Recomendações aos promotores da MEH (1/3)





Os proprietários que dispuserem de anexos devem criar dois sistemas diferenciados de hospedagem. O anfitrião de uma casa solarenga, se pretende rentabilizá-la, deve ser vocacionado para a atividade. É fundamental que a casa solarenga faça uma articulação eficaz com a envolvente.

José Luís Braga

44 – Solar Egas Moniz (Penafiel)



43 – Casa de Abbades (Ponte de Lima)

56

Refuncionalizando a Casa Solarenga: uma Grounded Theory

1. Recomendações aos promotores da MEH (2/3) 57



45 – Casa do Pinheiro (Ponte de Lima)

As casas solarengas devem ser apelativas tanto para os hóspedes sensíveis à MEH como para os hóspedes insensíveis à mesma. A competição não se deve fazer através do preço, mas pela formalização e diferenciação da proposta de hospedagem. José Luís Braga

46 – Casa do Barreiro (Ponte de Lima)



Refuncionalizando a Casa Solarenga: uma Grounded Theory

1. Recomendações aos promotores da MEH (3/3)



Os anfitriões não devem formalizar a atividade em demasia, sob pena de perderem a diferenciação relativamente ao alojamento massivo. O anfitrião deve agir como um valorizador da hospedagem. Para tal deve estar a par de tudo o que sucede na envolvente e servir de facilitador da experiência dos clientes.

48 – Quinta do Bárrio (Terras de Bouro)



47 – Casa das Pereiras (Ponte de Lima)

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José Luís Braga

Refuncionalizando a Casa Solarenga: uma Grounded Theory

2. Recomendações ao setor público (1/2)



A denominação legal de TH deve designar apenas alojamentos de qualidade muito alta e de elevada homogeneidade. As autarquias devem garantir que as envolventes das casas classificadas se encontram em bom estado e devem zelar pela atratividade das zonas que confinam com as casas. José Luís Braga

50 – Casa do Arrabalde (Ponte de Lima)



49 – Casa das Paredes (Fafe)

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Refuncionalizando a Casa Solarenga: uma Grounded Theory

2. Recomendações ao setor público (2/2)



As casas têm uma carga burocrática elevada que recai sobre os promotores da MEH e o enquadramento legal está em permanente mudança o que gera insegurança nos agentes. As administrações locais devem estimular a animação turística na envolvente às casas, não só na época alta, como na baixa. José Luís Braga

52 – Casa de Covas (Ponte de Lima)



51 – Casa do Antepaço (Ponte de Lima)

60

Refuncionalizando a Casa Solarenga: uma Grounded Theory

61

3. Recomendações às associações do setor (1/2) 





As associações de proprietários devem exigir que as casas solarengas nelas integradas possuam elevados padrões de formalização de hospedagem. As associações devem zelar pela dedicação dos promotores da MEH à atividade. As associações devem recorrer a outsourcing para garantirem padrões imparciais de avaliação da qualidade de serviço das casas. José Luís Braga

Refuncionalizando a Casa Solarenga: uma Grounded Theory

3. Recomendações às associações do setor (2/2) 



As associações devem relacionar-se equitativamente com todos os seus associados, criando formas consensuais e transparentes de distribuição de reservas pelas casas associadas. As associações devem procurar estar em contacto com empresas de animação turística para que estas ajudem a dinamizar a oferta recreativa das casas suas associadas. José Luís Braga

53 – Mercearia da Vila (Ponte de Lima)

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Refuncionalizando a Casa Solarenga: uma Grounded Theory

4. Contribuições futuras 63





Utilizar a GT para conhecer as estratégias de transmissão de herança dos proprietários de TH, de modo a influenciar positivamente a legislação de direito sucessório. Elaborar um inventário de todos os recursos turísticos de regiões onde existe uma elevada concentração de TH (e.g. Ponte de Lima) para que se possam criar produtos turísticos apelativos. José Luís Braga

Refuncionalizando a Casa Solarenga: uma Grounded Theory

OBRIGADO PELA VOSSA ATENÇÃO! José Luís Braga

Refuncionalizand a Casa Solarenga: uma Grounded Theory

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