REGISTRO DE MAMÍFEROS ATRAVÉS DE ARMADILHA DE PEGADAS, EM ÁREA A SER REFLORESTADA, NA REGIÃO OESTE DO ESTADO DE SÃO PAULO. MARCOS R. S. LEMES1,2*; ARTUR ANDRIOLO1,3; UBIRATAN PIOVEZAN1,4; HERNANI G. DA CUNHA RAMOS1,5*; JOSÉ M. BARBANTI DUARTE1, 6 1 - Projeto Cervídeos Brasileiros; 2 - Programa de Pós-Graduação em Comportamento e Ecologia Animal/UFJF; 3 - Departamento de Zoologia/UFJF; 4 - EMBRAPA-Pantanal/CPAP; 5 - Programa de Pós-Graduação em Reprodução Animal/UNESP-Jaboticabal; 6 - Departamento de Zootecnia/UNESP-Jaboticabal; * Bolsista CAPES.
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RESULTADOS E DISCUSSÃO
INTRODUÇÃO
Fonte: Site biota e ufscar
Com a fragmentação dos ecossistemas da região oeste do Estado de São Paulo, em decorrência da implantação de hidrelétricas, é essencial o conhecimento da abundância e diversidade da fauna, para o planejamento e implementação de estratégias de manejo e conservação da biodiversidade (Fonseca et al., 1994).
Área de 177,75 ha
Com um total de 257 amostragens registramos 8 espécies de mamíferos silvestres: cervo-do-pantanal (Blastocerus dichotomus, 31,13%), anta (Tapirus terrestris, 9,34%), capivara (Hidrochaeris hidrochaeris, 15,18%), tamanduábandeira (Myrmecophaga tridactyla, 2,33%), paca (Agouti paca, 1,95%), mãopelada (Procyon cancrivorus, 4,67%), cachorro-do-mato (Cerdocyon thous, 7,39%) e tatu-galinha (Dasypus novemcinctus, 10,51%). Duas domesticadas: cachorro-doméstico (Canis familiaris, 1,56%) e carneiro-doméstico (Ovis aries, 3,50%). Uma exótica: lebre-européia (Lepus europaeus, 12,45%). Em razão do substrato ser bastante arenoso, não identificamos alguns rastros, sobretudo, das espécies de pequeno porte. Espécies Amostradas 1.95
FIG.1 - Localização das armadilhas de pegadas, próxima ao reservatório da Usina de Porto Primavera. A direita (vermelho) localização da área de estudo, no Estado de São Paulo. FOTO: PROJETO CERVÍDEOS BRASILEIROS.
2.33
1.56
3.50 31.13
4.67 7.39 9.34
MATERIAL E MÉTODOS
10.51
FOTOS:PROJETO CERVÍDEOS BRASILEIROS
Entre outubro de 2001 e fevereiro de 2002, em área a ser reflorestada (177,75ha), no município de Caiuá-SP (21º34’28”S e 51º55’04”W) realizamos o levantamento de mamíferos, mediante armadilhas de pegadas, em razão da ampla capacidade de amostragem e pequeno custo. As armadilhas eram constituídas por 4 aceiros de 784m2 (98x2m) que perfaziam os lados de um quadrado, compostos por substrato latossólico arenoso. Circundavam uma cultura de forragem, instalada como fonte emergencial de alimento para herbívoros silvestres, durante o enchimento do reservatório da Usina Hidrelétrica de Porto Primavera. As coletas foram realizadas a cada três dias. Ao entardecer do dia precedente à coleta, qualquer sinal de pegada era apagado. Ao amanhecer e ao entardecer do dia de coleta identificávamos (Becker & Dalponte, 1999) e registrávamos o número das mesmas.
FIG. 2 - 1) Armadilha de Pegadas - Aceiros (98x2m); 2) Pegada de cervo-do-pantanal, animal com maior percentual de amostragem.
Apoio:
15.17 12.45 Blastocerus dichotomus Lepus europaeus Tapirus terrestris Procyon cancrivorus Myrmecophaga tridactyla Canis familiaris
Hidrochaeris hidrochaeris Dasypus novemcinctus Cerdocyon thous Ovis aries Agouti paca
Quadro. 1 - Freqüência de pegadas por espécie. Em destaque, o percentual do cervo-do-Pantanal, animal com maior freqüência de passagem.
CONSIDERAÇÕES FINAIS A importância de um Programa de Reflorestamento que atenda as necessidades dessas espécies silvestres é fundamental. Um acompanhamento, a longo prazo de programas dessa natureza permitirá avaliar melhor, a eficácia de metodologias de reflorestamentos, na manutenção da diversidade biológica, em abrigar e manter tais espécies.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BECKER, M. & DALPONTE, J. C. 1999. Rastros de Mamíferos Silvestres Brasileiros. Editora UNB, Brasília, 2a ed, 180p. FONSECA, G. A. B.; RYLANDS, A. B.; COSTA, C. M. R.; MACHADO, R. B. & LEITE, Y. 1994. Livro Vermelho de Mamíferos Brasileiros Ameaçados de Extinção, Fundação Biodiversistas, Belo Horizonte-MG.
