Regras práticas de acentuação gráfica.

July 5, 2017 | Autor: I. Costa | Categoria: Língua Portuguesa, Acentuação
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REGRAS PRÁTICAS DE ACENTUAÇÃO GRÁFICA


Primeira Regra - Oxítonas.

São acentuadas as oxítonas terminadas em: a, e, o, abertos ou fechados,
seguidos ou não de s. Também são acentuadas as oxítonas, com mais de uma
sílaba, terminadas em: em, ens.

Ex.: sofá, maré, abricó, avô, você, fazê-lo, pá, pés, pó, tô, sós, farás,
cafés, compôs, alguém, parabéns, convém, convéns, detém-lo, retém-no, (tu)
manténs, (ele) obtém, buscá-las, hás, dendê, cortês, lês, crê, pôs, dá-lo,
fá-lo-á, movê-los-ia, fê-los, pô-los, qué-los, sabê-lo-emos, trá-lo-ás.

( A terceira pessoa do plural do presente do indicativo dos verbos ter, vir
e seus compostos recebe acento circunflexo no e da sílaba tônica. Ex.:
eles... contêm, convêm, têm, vêm. Derivados: abster, ater, conter, deter,
entreter, manter, obter, reobter, reter, suster; advir, avir, convir,
contravir, desavir, desconvir, desintervir, devir, entrevir, intervir,
obvir, provir, reavir, reconvir, revir, sobrevir.

( São acentuadas com acento agudo as oxítonas terminadas em éis, éu, éus,
ói, óis que tiverem som aberto. Ex.: réis, papéis, réu(s), chapéu(s),
herói(s), troféu(s), dói, anzóis.

( Judeu, deus, dei, reis (soberanos), foi, dois etc. não levam acento
porque têm som fechado.


Segunda Regra - Paroxítonas.

São acentuadas as paroxítonas terminadas em: um (uns), x, u (us), r, i
(is), n (ns), ão (ãos), l, ã (ãs), ps, om.

Ex.: álbum, fóruns, látex, bônus, júri, íris, dândi, hífen, órgão, órfãos,
amável, ímã, órfãs, tênis, éter, âmbar, fênix, acórdão, bênção, réptil,
cânon, próton, nêutron, aníon, fótons, cólons, fórceps, bíceps, rádom,
iândom.

São acentuadas as paroxítonas terminadas em ditongo. Ex.: água, bilíngue,
trilíngue, ambíguo, oblíquo.

( Há uma variação na pronúncia dos verbos terminados em guar, quar e quir,
como aguar, averiguar, apaziguar, desaguar, enxaguar, obliquar, delinquir
etc. Tais verbos admitem duas pronúncias em algumas formas do presente do
indicativo, do presente do subjuntivo e também do imperativo. Assim, temos
dois casos que vão anotados a seguir.

( Se a pronúncia se der com a ou i tônicos, essas formas devem ser
acentuadas. Ex: enxáguo, enxáguas, enxágua, enxáguam; enxágue, enxágues,
enxáguem; delínquo, delínques, delínque, delíínquem; delínqua, delínquas,
delínquam. Esta é a pronúncia mais adotada no Brasil.

( Se forem pronunciadas com u tônico, essas formas deixam de ser
acentuadas. Exemplos: enxaguo, enxaguas, enxagua, enxaguam; enxague,
enxagues, enxaguem; delinquo, delinques, delinque, delinquem; delinqua,
delinquas, delinquam.

( As paroxítonas terminadas em ens não são acentuadas. Ex.: himens, hifens,
itens, nuvens, imagens. Já as terminadas em ons o são. Ex.: aníons, fótons,
nêutrons, cólons.

( Não são acentuados os prefixos paroxítonos terminados em r ou i. Ex.:
anti-herói, super-homem, inter-relação.

( Também não é acentuada a terminação amos do pretérito perfeito do
indicativo dos verbos da primeira conjugação. Ex.: saramos, paramos,
chegamos.

( Também não são acentuadas as paroxítonas com vogais repetidas. Ex.:
Saara, mooca, xiita, xiismo.


Terceira Regra - Proparoxítonas.

Todas as proparoxítonas são acentuadas.

Ex.: pêndulo, público, cálculo, árvore, sílaba, lâmpada, ânion, núcleon,
oxítonas, cânones, árabe, exército, louvaríamos, devêssemos, fôlego,
déficit (déficits), superávit (superávits), hábitat (hábitats), friíssimo,
seriíssimo.

( Incluem-se nesta regra, por motivo meramente prático, as paroxítonas
terminadas em encontros vocálicos que podem ser pronunciados como ditongos
orais (ea, eo, ia, ie, io, oa, ua, ue, uo, seguidos ou não de s), bem como
as paroxítonas terminadas no ditongo oral ei (eis).

Ex.: área, Itália, cerimônia, série, Mário, áureo, róseo, mágoa, páscoa,
água, árdua, rádio, ânua, tênue, vácuo, aniônio, núcleo, silêncio,
espontâneo, distância, ciência, província, Leôncio, pronúncia, régua,
manicômio, répteis, túneis, devêreis, jóquei, móveis, fáceis, éreis,
faríeis, férteis, úteis, fôsseis, fósseis, queríeis, ágeis, escrevêsseis,
pônei.

( Não são acentuados os termos latinos deficit, superavit e habitat;
ademais, eles não recebem "s" no plural: os deficit, os superavit, os
habitat.


Quarta Regra - Hiatos.

Coloca-se acento agudo no i e no u tônicos, seguidos ou não de s, quando
formarem hiato com a vogal anterior e formarem sílabas isoladas.

Ex.: saúva, saúde, Tatuí, Jaú, juízo, Heloísa, reúne, reúso, balaústre,
país, cafeína, contraí-la, distribuí-lo, egoísta, viúvo, saía,
contribuíram, saíam, possuía.

( São acentuadas as oxítonas terminadas com i ou u tônicos, seguidos ou não
de s, quando precedidos de ditongo. Ex.: tuiuiú, tuiuiús, Piauí.

( Não são acentuadas as paroxítonas, com i e u tônicos, quando precedidos
de ditongo. Ex.: feiura, baiuca, bocaiuva.

( Como não formam sílabas sozinhos, não são acentuados o i ou o u seguidos
de: l, m, n, r, z ou do grupo nh. Ex.: Raul, ruim, ainda, Jair, juiz,
tainha, moinho, ventoinha, demiurgo, paul, contribuinte, retribuirdes.

( Por não formarem sílabas sozinhos, também não são acentuados o i e o u
tônicos quando pronunciados juntamente com a vogal que os precede. Ex.:
linguista, arguira, delinquido.

( Também não se assinala com acento agudo a base dos ditongos tônicos iu e
ui, quando precedidos de vogal. Ex.: atraiu, contribuiu, possuiu, pauis,
saiu.

( Como anotado acima (segunda regra), também não são acentuadas as
paroxítonas com vogais repetidas. Ex.: xiismo, xiita, vadiice, paracuuba.
Note-se que palavras como friíssimo e seriíssimo são acentuadas apesar das
vogais idênticas (i-i); tais palavras recebem o acento por serem
proparoxítonas.


Quinta Regra - Terminação oio.

Não se acentua o primeiro o fechado e tônico do grupo oio. Ex.: arroio,
tamoio, apoio (substantivo).


Sexta Regra - U tônico.

( Não se põe acento agudo na sílaba tônica das formas verbais terminadas em
que, quem. Ex.: apropinque, delinquem.


Sétima Regra - Acento diferencial.

Acentua-se, de acordo com lei, tão só a palavra pôde (pretérito perfeito do
verbo poder) em oposição a pode (presente do indicativo). A prática tem
imposto o uso de fôrma (substantivo) para distinguir de forma
(substantivo); assim, tal distinção já se encontra abonada no dicionário
Aurélio. Para não ferir a lei, alguns gramáticos propõem que se mantenha a
grafia legal e se coloque, nos casos em que possa haver dúvida, a pronúncia
entre parênteses à frente da palavra em questão: forma (ô), forma (ó). Ex.:
"escolhi esta forma (ó)"; "a forma (ó) da forma (ô) é retangular".


Oitava Regra - Homógrafas.

Nos casos indicados abaixo, em que ocorre homografia, acentua-se a forma
tônica.
as (artigo) ás (substantivo)

por (preposição) pôr (verbo)
porque (conjunção) porquê (substantivo, ou quando
vem no fim da frase)
que (pronome, quando não vem quê (subst., interjeição, ou
no fim da frase; advérbio ou pronome no fim da frase)
partícula expletiva)

Obs.: é preciso tomar cuidado com eventuais ambiguidades quando se usar
para (do verbo parar) e para (preposição), veja-se o exemplo "trânsito
pesado para Recife".

Nona Regra - Abreviaturas.

Se na abreviatura aparece a sílaba acentuada da palavra, o acento
permanece. Ex.: pág. (página), côn. (cônego).


Décima Regra - Acento grave.

Assinala-se com acento grave a contração da preposição a com o artigo a ou
com os seguintes adjetivos ou pronomes demonstrativos: aquele, aquilo e
aqueloutro. Assim, teremos: à, às, àquele(s), àquela(s), àquilo,
àqueloutro(s), àqueloutra(s).


Décima Primeira Regra - Uso do Trema.

O trema é usado exclusivamente em nomes próprios e seus derivados. Ex.:
Anhangüera, Müller, mülleriano.
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