Regressar ao Relatório Delors (1996)
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Regressar ao Relatório Delors (1996) Learning: The Treasure Within (Delors et al., 1996), também conhecido por Relatório Delors (RD), cumpriu este ano o vigésimo aniversário da sua publicação, aproximadamente o mesmo tempo que o antecede o Relatório Faure (RF) (Faure et al., 1972). Parecendo querer manter a cadência de lançamento de uma reflexão sobre educação a cada 20 anos, a UNESCO lançou em 2015 um novo relatório sobre educação. Rethinking Education: Towards a global common good? desenvolve-‐se em torno do conceito de desenvolvimento social sustentável enquanto procura recuperar a visão humanista da educação defendida no RD e no RF (UNESCO, 2015, p. 14). Apesar do lançamento da nova obra sobre educação, pensamos ser pertinente o regresso ao RD. Segundo Tawil & Cougoureaux, o RD foi sendo reconhecido, ao longo das últimas duas décadas, como uma referência chave para a reconceptualização da educação à escala global (2013, p. 1). Na visão dos autores esta reconceptualização da educação proposta no RD continua a representar um contributo importante nos debates atuais e, por essa razão, recomendam o regresso à sua mensagem (2013, p. 8). Elfert concluiu o seu artigo sobre o RD e o RF propondo revisitação da sua mensagem, nomeadamente dos pilares da aprendizagem definidos no RD, como resposta aos desafios do nosso tempo (2015, p. 96). No entanto, e apesar da intencionalidade prospetiva assumida pela Comissão Delors face ao século XXI (Delors et al., 1996, p. 253), o RD parece ter perdido espaço no debate educativo para outros documentos como o Education for All (EFA) ou os Millennium Development Goals (MDGs) (Tawil & Cougoureaux, 2013, pp. 7 e 8), ambos lançados ao longo do ano 2000. Este regresso ao RD que propomos poderia ser concretizado de diferentes formas. Uma possibilidade seria através da sistematização do seu impacto a nível local, nacional e supranacional como não feito até hoje (Tawil & Cougoureaux, 2013, p. 5). Outra possibilidade seria a leitura cruzada entre o texto do RD e a agenda dos Sustainable Development Goals e outras obras contemporâneas de referência. Ainda, uma terceira possibilidade a explorar seria a da designação de equipas locais/nacionais com a missão de reinterpretar os quatro pilares da aprendizagem à luz dos desafios atuais da educação à escala global, uma das maiores dificuldades diagnosticadas no RD (Tawil & Cougoureaux, 2013, p. 5). Por estas ou por outras vias, pensamos que o regresso ao RD deve ser uma estratégia a considerar por quem tem responsabilidades na área da educação.
Bibliografia citada Delors, J. et al. (1996). Learning: The Treasure Within. 2ª edição. Paris: UNESCO Publishing. Elfert, M. (2015). UNESCO, the Faure Report, the Delors Report, and the Political Utopia of Lifelong Learning. European Journal of Education, 50(1), Faure, E. et al. (1972). Learning to Be. The World of Education Today and Tomorrow. Paris: UNESCO Publishing. Tawil, S. & Cougoureux, M. (2013). Revisiting Learning: The Treasure Within. Assessing the influence of the 1996 Delors report. UNESCO Education Research and Foresight.
Occasional
papers.
Retrieved
from
http://unesdoc.unesco.org/images/0022/002200/220050E.pdf UNESCO Education Research and Foresight (2015). Rethinkind Education: Towards a global common good?. Paris: UNESCO Publishing.
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