RELATÓRIO FINAL DO PROJETO DE VERIFICAÇÃO E RESGATE DO PATRIMÔNIO ARQUEOLÓGICO QUE VENHA A SER IMPACTADO PELAS OBRAS DE CANALIZAÇÃO PARA IMPLANTAÇÃO DE CABOS ÓPTICOS, ENERGIA ELÉTRICA E REDE DE ESGOTO NA ÁREA CENTRAL DE CURITIBA, PARANÁ

June 7, 2017 | Autor: Igor Chmyz | Categoria: Arqueología histórica
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ SETOR DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES CENTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS ARQUEOLÓGICAS

RELATÓRIO FINAL DO PROJETO DE VERIFICAÇÃO E RESGATE DO PATRIMÔNIO ARQUEOLÓGICO QUE VENHA A SER IMPACTADO PELAS OBRAS DE CANALIZAÇÃO PARA IMPLANTAÇÃO DE CABOS ÓPTICOS, ENERGIA ELÉTRICA E REDE DE ESGOTO NA ÁREA CENTRAL DE CURITIBA, PARANÁ.

Requerentes: Trix Engenharia Civil Ltda. Fieng Construtora de Obras Ltda. Copel Distribuição. Contratante: Fundação da Universidade Federal do Desenvolvimento da Ciência, da Tecnologia e da Cultura.

Paraná

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Portaria autorizatória n. 112/2002 – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. Apoio institucional: Centro de Estudos e Pesquisas Arqueológicas da Universidade Federal do Paraná. Coordenadora: Eliane Maria Sganzerla Equipe: Roseli Santos Ceccon Eloi Bora Igor Chmyz Registro BANPESQ/UFPR nº 2002211928

Curitiba, 31 de agosto de 2010

Rua General Carneiro, 460 - 12º andar - Ed. Dom Pedro I - CEP: 80060-150 Telefone: (41) 3360-5123 Caixa Postal 2093 - CEP: 80011-970 - Curitiba - PR Site: http://www.humanas.ufpr.br/orgaos/cepa - E-mail: [email protected]

SUMÁRIO

Introdução ..................................................................................................................1 Desenvolvimento das pesquisas de campo e laboratório ....................................2 O registro do patrimônio arqueológico...................................................................5 Considerações sobre o acervo e seu significado.................................................33 Considerações finais ..............................................................................................40 Referências ..............................................................................................................45

RELATÓRIO FINAL DO PROJETO DE VERIFICAÇÃO E RESGATE DO PATRIMÔNIO ARQUEOLÓGICO QUE VENHA A SER IMPACTADO PELAS OBRAS DE CANALIZAÇÃO PARA IMPLANTAÇÃO DE CABOS ÓPTICOS, ENERGIA ELÉTRICA E REDE DE ESGOTO NA ÁREA CENTRAL DE CURITIBA, PARANÁ.

Introdução Este relatório trata das intervenções arqueológicas realizadas na rua Barão do Serro Azul e avenida Cândido de Abreu, junto a obras de saneamento básico e de instalações de cabos de fibra óptica e eletricidade; duas dessas obras estenderam-se em trechos de vias adjacentes, e também foram atendidas. Quando os trabalhos arqueológicos foram iniciados, em 30 de abril de 2002, as obras mencionadas já se encontravam em andamento. Foi determinante para a implantação do projeto de salvamento, a constatação, por arqueólogo, de evidências antigas em um dos pontos impactados na rua Barão do Serro Azul, em princípios daquele mês. Cientificada do fato pelo Centro de Estudos e Pesquisas Arqueológicas da Universidade Federal do Paraná – CEPA/UFPR-, a 10ª Superintendência do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – 10ª SR/IPHAN/PRprovidenciou o embargo das obras enquanto se desenrolaram os entendimentos com seus responsáveis, para a estruturação de um projeto de acompanhamento especializado. Embora promovidas pela Companhia de Saneamento do ParanáSANEPAR-, Empresa Brasileira de Telefonia – EMBRATEL- e Companhia Paranaense de Energia – COPEL-, os entendimentos relativos aos dois primeiros empreendimentos foram mantidos com FIENG Construtora de obras Ltda. e TRIX Engenharia Civil Ltda., as empresas executoras; os relacionados à implantação da rede subterrânea de energia ocorreram diretamente com a Copel Distribuição. Desde o embargo, até o início das pesquisas, sucederam-se várias reuniões com os executores das obras, inclusive nas dependências da 10ª SR/IPHAN/PR, como a mantida no dia 25 de abril de 2002. Nesses encontros, os empresários argumentavam que não haviam sido alertados previamente sobre a possibilidade da ocorrência de vestígios arqueológicos nas áreas de suas obras. Contratos foram a seguir celebrados entre a Copel Distribuição e os empreiteiros e a Fundação da Universidade Federal do Paraná para o Desenvolvimento da Ciência, da Tecnologia e da Cultura – FUNPAR. O projeto de acompanhamento e resgate estruturado pelo CEPA/UFPR foi autorizado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, por meio da Portaria nº 112/2002, sendo designada, para a sua coordenação, Eliane Maria Sganzerla, pesquisadora-associada daquele órgão. Das pesquisas de campo, desenvolvidas entre os dias 30 de abril a 25 de julho de 2002, participaram Roseli S. Ceccon, Eloi Bora e Igor Chmyz. Leandro Cezar Martins e Daniel Maoski, alunos da Universidade Federal do Paraná e bolsistas do projeto, a elas se integraram nos primeiros trinta dias; foram depois substituídos pelo aluno-bolsista Allan Thomas Tadashi Kato. Os trabalhos de laboratório, nas dependências do CEPA/UFPR, estenderam-se até dezembro do mesmo ano e foram conduzidos pela coordenadora e pelos pesquisadores acima mencionados, contando com a

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assistência da aluna-bolsista Beatriz Brito de Ferreira Bandeira; Allan T. T. Kato ainda deles participou até o final do mês de agosto. Uma análise preliminar das louças recuperadas foi realizada no início das atividades de laboratório por Julio Cezar Telles Thomaz. A análise final do acervo recolhido foi executada por Roseli S. Ceccon, atividade precedida pela restauração de objetos em louça e vidro, tarefa que se estendeu pelo ano seguinte, período não contemplado financeiramente pelos contratos. Jonas Elias Volcov, pesquisador-associado do CEPA/UFPR, ultimou as figuras que ilustram este relatório, assim como o quadro de arrolamento simplificado do acervo. Igor Chmyz participou da redação do relatório. O projeto em pauta foi registrado no Sistema de Banco de Pesquisas da Universidade Federal do Paraná, sob o nº 2002011928.

Desenvolvimento das pesquisas de campo e laboratório Os espaços abrangidos pelas pesquisas coincidiram, em parte, com a antiga Estrada da Marinha ou da Graciosa, que comunicava o centro de Curitiba com Antonina e Paranaguá. Situam-se hoje em vias públicas sujeitas a intenso movimento de pedestres e veículos. Duas das obras atingiram linearmente os passeios (calçadas) revestidos com petit pavé, a terceira, também linear, uma lateral de pista de rolamento (rua); esta se encontrava asfaltada. Nas primeiras, as valas foram abertas manualmente pelos operários. Foram utilizadas para a canalização de fiação elétrica ou extensão de cabos de fibra óptica e eram, em geral, estreitas e pouco profundas; alcançavam, em média, 60cm de largura e 70cm de profundidade. Em determinados pontos, porém as aberturas foram maiores, ultrapassando 100cm de lados e profundidade. Denominadas de “caixas”, serviam para a interligação dos cabos. As obras que se estenderam pela lateral da pista de rolamento, exigiram a ação de máquinas pesadas, além de retoques com ferramentas manuais pelos operários. Distando de 100 a 240cm do meio-fio do passeio, a vala, com largura variando de 80 a 110cm, aprofundou-se desde 200 até 310cm, conforme a topografia do terreno e o declive necessário para escoamento. Executada em grande parte em terrenos instáveis aos lados do rio Belém, a vala da pista de rolamento teve suas laterais escoradas para que a tubulação fosse instalada; o risco de desabamento era constante, também, devido à trepidação causada pelo trânsito pesado ao lado, que não foi interrompido 1. O terreno tornou-se mais consistente após a margem esquerda do rio, nas proximidades do Centro Cívico; o solo, nesse trecho, relacionava-se à formação geológica Guabirotuba. As pesquisas ao longo dessa vala ativeram-se aos limites da abertura, não sendo possível a ampliação do campo de observação e coleta. Além da capa asfáltica e da profundidade em que ocorriam os vestígios, a colocação quase imediata das escoras dificultava o registro da estratigrafia e da camada arqueológica. Ao serem constatados vestígios na pá da retroescavadeira juntamente com o solo retirado, ou no que era depositado ao lado (Fotos 3 e 4) a máquina era paralisada e, antes do escoramento efetuava-se, no interior da vala, 1

No dia 27 de maio de 2002, o desabamento da vala aberta na av. Cândido de Abreu, na esquina da rua Barão de Antonina, vitimou o operário João Batista de Souza.

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a verificação da sua posição nas paredes ou na base da escavação. Neste caso, com ferramenta adequada, as peças eram retiradas até o limite inferior da camada (Foto 5); quando a máquina ultrapassava a profundidade da camada arqueológica, raspagens eram praticadas nas laterais da vala (Foto 6) propiciando a verificação da sua espessura e a sua associação com as peças recolhidas junto ao solo dali retirado e depositado na superfície da rua. Nas valas e “caixas” abertas nas calçadas pôde-se, em alguns casos, explorar o entorno imediato das ocorrências e acompanhá-las em profundidade (Foto 7). As obras foram constantemente monitoradas pela equipe de arqueologia, inclusive aos sábados e, às vezes, até o início da noite, quando eram abertos os leitos das ruas perpendiculares. Para a instalação de cabos condutores de eletricidade, valas e “caixas” foram executadas em ambas as calçadas que ladeiam a rua Barão do Serro Azul, desde as esquinas das ruas São Francisco e Nestor de Castro até as da rua Inácio Lustosa. Passaram a ser acompanhadas apenas a partir das esquinas da rua 13 de Maio; até a data do embargo, já haviam sido implantados os cabos entre estas e as da ruas São Francisco e Nestor de Castro. Nos espaços restantes, evidências arqueológicas foram constatadas em 11 pontos, algumas delas referentes a alicerces de edificações demolidas; as mais numerosas representavam deposições de objetos em forma de monturos. As valas e “caixas” abertas para colocação de cabos de fibra óptica atingiram as calçadas situadas no lado leste da rua Barão do Serro Azul e av. Cândido de Abreu e, em continuidade, as das ruas Ernani Santiago de Oliveira e Prof. Benedito N. dos Santos, já contornando parte da quadra do Centro Cívico. Indícios arqueológicos foram registrados em 8 pontos. Estas foram acompanhadas em toda a extensão, pois, as primeiras evidências, constatadas na rua Barão do Serro Azul, nas proximidades da esquina da rua Pres. Carlos Cavalcanti, motivaram o seu embargo2. Nos dois empreendimentos, quase todas as ocorrências arqueológicas coincidiram com a abertura das “caixas”, cujos lados variaram de 120 a 170cm de lados e, as profundidades, de 100 a 230cm; foram depositadas com aterros ou 2

A lateral desse ponto já havia sido parcialmente impactada com cabos de fibra óptica estendidos pela Netstream Telecomunicações Ltda. no ano de 2000 e anteriormente com a colocação de manilhas para esgoto. As obras da Netstream atingiram várias calçadas em ruas do Setor Histórico de Curitiba, inclusive a mencionada. Por iniciativa do CEPA/UFPR, algumas valas por ela abertas no entorno da Praça Tiradentes foram acompanhadas recolhendo-se, junto à terra depositada nos lados, evidências arqueológicas. Uma “caixa” que estava sendo aprofundada na rua Nestor de Castro, porém, revelou grande quantidade de peças, o que motivou o pedido de embargo das obras. Para que o embargo fosse suspenso, em reunião mantida nas dependências da 10ª SR/IPHAN/PR, em 10 de abril de 2000, o CEPA/UFPR comprometeu-se a realizar, de imediato e às suas expensas, o resgate das evidências naquele ponto e a Netstream a patrocinar, como medida mitigadora dos danos causados, pesquisas na travessa Padre Júlio de Campos, situada aos fundos da Catedral Metropolitana. Somente o CEPA/UFPR cumpriu o acordo, escavando o local entre os dias 29 de abril e 1º de maio daquele ano (Chmyz, 2003:77). Em matéria posteriormente produzida pela repórter Géssica Elen (2001:5), para a Gazeta do Povo, o assunto em questão foi abordado. Na ocasião, a Netstream havia sido absorvida pela AT&T Latin America e, na assessoria de imprensa desta, foi informada que a empresa desconhecia o compromisso assumido por aquela. A matéria jornalística reproduziu, também, o comentário do superintendente regional do IPHAN, confirmando os entendimentos havidos e o seu descumprimento por parte da Netstream, deixando explícito que “Estamos negociando. Caso seja necessário o IPHAN pode até tomar medidas mais drásticas, como entrar na Justiça”. Tais medidas nunca foram tomadas.

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descartadas em cova. Somente em uma vala, com 60cm de largura e 85cm de profundidade, material arqueológico foi registrado por uma extensão de 4,50m, juntamente com aterro. A vala destinada ao escoamento de esgoto foi iniciada na rua Barão do Serro Azul, na esquina da rua Inácio Lustosa, estendendo-se continuamente pela av. Cândido de Abreu até a esquina da rua Lysimaco Ferreira da Costa. Desde o começo, a obra foi acompanhada por arqueólogo. Aberta na pista de rolamento, a 240cm de distância do meio-fio da calçada sul, a vala media 80cm de largura a princípio, sendo alargada para 180cm mais adiante. Sua profundidade oscilou entre 180 e 310cm. Nas porções influenciadas pelas antigas várzeas do rio Belém e tributários, ocorriam infiltrações de água, dificultando tanto o andamento da obra como a pesquisa arqueológica. As escoras laterais, para a contenção do solo instável impediam, em muitos lugares, a verificação da estratigrafia e sua correlação com as evidências constatadas nos sedimentos retirados pela retroescavadeira e depositados ao lado. Entre os 11 pontos que revelaram indícios arqueológicos, dois referiam-se a estruturas de edificações demolidas; os demais correspondiam a monturos depositados na várzea, posteriormente cobertos pelo aterro das vias. Em laboratório, nas dependências do CEPA/UFPR, o material arqueológico resgatado nas áreas das três obras foi submetido às tarefas preliminares de limpeza e marcação (Foto 8). Cada coleção, obtida por meio de coleta ou escavação, foi marcada com o número de catálogo (NºC) correspondente à sequência numérica crescente mantida pela instituição para o registro de acervos. Em continuidade, foi desenvolvido um trabalho de restauração, procurandose unir os fragmentos pertencentes aos objetos originais. Assim, diversas peças puderam ser restauradas, permitindo a classificação de suas funções. Outras, entretanto, somente foram restauradas parcialmente, mas, mesmo assim, possibilitaram interpretações. Nessa tarefa, coleções procedentes de pontos ou níveis próximos foram comparadas resultando, algumas vezes, na complementação de um objeto parcialmente restaurado em uma delas. É o caso, por exemplo, do urinol e do vaso em louça faiança fina pearlware (Foto 12,a), cujos fragmentos mais numerosos encontravam-se em níveis escavados entre 92 e 128cm de profundidade no ponto T-01, que puderam ser completados com os obtidos durante o acompanhamento de vala no ponto C-10; os fragmentos deste ponto situavam-se na profundidade de 58cm e a 85m de distância do anterior, na calçada oposta da mesma rua, junto à esquina da rua Paula Gomes. Na restauração parcial de um prato em louça faiança fina decorada verificou-se que uma de suas porções procedia do ponto T-04, este situado a cerca de 10m de distância. As restaurações praticadas com pratos, xícaras, canecas, vasos e urinóis em faiança fina e garrafas em louça grés e vidro possibilitaram o relacionamento da coleção formada superficialmente no ponto T-01 com as evidências obtidas com controle estratigráfico, partes delas, coletadas na área perturbada, uniram-se com as retiradas na quadra ao lado, entre 82 e 128cm de profundidade. O trabalho de classificação do material recuperado consistiu no agrupamento de peças de cada coleção segundo a sua categoria: cerâmica artesanal, cerâmica industrializada, objetos em vidro, em metal e ossos; peças em couro, madeira e plástico, além de sementes, devido a sua pequena incidência, foram consideradas como miscelânea.

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Após a análise dos componentes das coleções, foram produzidos dois arrolamentos: um detalhado, que se estende no final da descrição do correspondente ponto abordado em campo e outro simplificado, que compõe o Quadro I. Ambos quantificam o acervo, mas somente o primeiro fornece o número de peças resgatadas, fragmentadas ou não. Com a restauração, como foi mencionado acima, vários fragmentos compuseram, de forma completa ou parcial, um objeto. O número real de fragmentos, nestes casos, figura entre parêntesis.

O registro do patrimônio arqueológico Conforme o critério adotado pelo CEPA/UFPR em outras abordagens de arqueologia histórica, a rua Barão do Serro Azul, av. Cândido de Abreu e adjacências foram consideradas, no presente estudo, como pertencentes ao sítio PR CT 71:Curitiba, do qual tais vias são unidades ou componentes. A sigla PR CT 71:Curitiba compreende a malha urbana tecida a partir da atual Praça Tiradentes, desde o surgimento da Vila de Nossa Senhora dos Pinhais, em meados do século XVII, até a Proclamação da República em 1889. Refere-se, portanto, ao contexto histórico da Cidade de Curitiba abrangido pela malha urbana implantada nos períodos Colonial e Imperial. À sigla não se vinculam sítios pertencentes a outros contextos, de origem indígena e temporalmente distanciados, que venham a ser identificados no mesmo espaço geográfico. Embora desenvolvidas simultaneamente, as atividades arqueológicas focaram as três obras separadamente. Por esse motivo, os pontos que proporcionaram evidências antigas em cada um dos empreendimentos, compõem séries distintas de registro; os localizados em consequência da instalação de cabos de fibra óptica foram identificados com a letra “T”, os ligados aos cabos de eletricidade, a letra “C” e, os vinculados à canalização de esgoto, a letra “S”. Na descrição sumária dos pontos e no arrolamento das evidências recolhidas em cada um deles, foi obedecida a ordem sequencial da constatação na determinada obra mesmo que, em alguns casos, os pontos numerados encontrem-se alternados. Isto se deveu à necessidade do atendimento em pontos distantes e não contínuos em relação à extensão da obra nas vias. As descrições referem-se apenas aos locais em que ocorreram evidências na forma de peças ou restos de estruturas arquitetônicas. Operações desenvolvidas junto à instalação de cabos de fibra óptica. Intervenção no ponto T-01 (NºC 5069 a 5078) UTM: (22J) 673936-7186731 Escavação praticada em ponto situado na calçada do lado direito3 da rua Barão do Serro Azul, esquina com a rua Presidente Carlos Cavalcanti (Fig. 1).

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As obras foram executadas em direção ao Centro Cívico. Por isso, a localização dos pontos estudados nesta e em outras obras, obedeceu a mesma orientação.

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Com ferramentas manuais, os operários iniciaram a escavação de uma “caixa”, com 135x120cm de lados; aprofundaram-na até 42cm, quando a localização de evidências arqueológicas levaram ao embargo da obra. O local já havia sido parcialmente perturbado por obras anteriores (ver Nota 2). Solucionado o impasse, o ponto passou a ser escavado pela equipe de arqueologia por meio de níveis artificiais, com 10cm de espessura, até a profundidade de 140cm. Encontrando-se o depósito de peças além dos limites da “caixa” iniciada, estes foram ampliados com a remoção do calçamento (Foto 7). A estratigrafia constatada correspondeu a: calçamento de petit pavé e seu embasamento nos primeiros 10cm; estrato de areia entre 10 e 12cm; concretagem de cimento entre 12 e 22cm; camada de areia entre 22 e 28cm; cabos de fibra óptica entre 28 e 38cm e camada de areia entre 38 e 42cm. Abaixo deste nível, na porção oeste da quadra, ocorreu solo argiloso e compacto, de cor avermelhada, até 140cm de profundidade, limite inferior do corte. No lado leste, caracterizou-se o depósito arqueológico, que se aprofundou até 128cm (Fig. 2).

Figura 2. Perfil da parede sul da Quadra 1 aberta na esquina das ruas Barão do Serro Azul e Pres. Carlos Cavalcanti (Ponto T-01). Símbolos: 1- calçamento; 2- camadas de areia; 3- concreto; 4cabos de fibra óptica; 5- solo avermelhado; 6- depósito arqueológico, com pedras na base.

A depressão foi intencionalmente produzida no solo avermelhado para deposição de refugo. Verificou-se que a parte escavada correspondia a uma porção de uma cova que se prolongava para o sul, em direção à atual edificação da rua. No trecho exposto, a depressão media 120cm de largura, estreitando-se um pouco para baixo. Em ambos os lados e abaixo da depressão, o solo avermelhado não continha material arqueológico. Em um corte-experimental feito na base do corte e que se aprofundou até 200cm, vestígios também não foram detectados. As evidências ocorreram em todo o depósito, juntamente com fragmentos de carvão; pequenos blocos de rocha intemperizados distribuíam-se pelo espaço restrito, mas tenderam a formar uma concentração na base da estrutura. Durante a escavação, na cova foram registrados estratos côncavos de solo avermelhado, com espessuras variadas, às vezes interrompidos, mas que mantinham a mesma tendência de curvatura das que as antecediam. Representavam terra da periferia carreada por enxurradas enquanto a depressão era gradativamente preenchida com o lixo.

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O material arqueológico recuperado no solo revolvido e nos diversos níveis corresponde a: T-01= SUP. (NºC 5069) 1 fragmento de recipiente cerâmico artesanal impregnado de fuligem (Foto 9,a); 7 fr. de recipientes cerâmicos manufaturados digitados (Foto 9,b); 69 fr. de telhas goivas; 26 fr. de tijolos maciços; 2 fr. de azulejos brancos; 1 garrafa de grés vidrado bege, com cunho: "...AMBE... POTTERY LONDON". Dimensões: 25cm de altura e 9,20cm de diâmetro no bojo (Foto 19,a); 1(2) fr. de garrafa de grés vidrado bege; 1(2) fr. de garrafa de grés vidrado bege (gargalo e porção do bojo); 1(10) fr. de garrafa de grés vidrado bege, com insígnia "A" próximo à base. Dimensões: 27cm de altura e 9,10cm de diâmetro (1 do NºC 5076 e 1 do NºC 5078) (Foto 19,c); 1(32) fr. de garrafa de grés vidrado bege, com cunho "A" próximo à base. Dimensões: 27cm de altura 9,30cm de diâmetro (6 do NºC 5076, 3 do NºC 5077 e 4 do NºC 5078) (Foto 19,b); 3 fr. de canecas de faiança fina, sendo duas pearlware e uma sponge azul; 1(2) fr. de caneca de faiança fina pearlware com friso bordô, Engine-turned; 1(3) fr. de caneca de faiança fina pearlware; 1(5) fr. de caneca de faiança fina pearlware sponge azul (1 do NºC 5073 e 1 do NºC 5076) (Foto 14,f); 1(5) fr. de caneca de faiança fina pearlware padrão Engine-turned; 1(5) fr. de caneca de faiança fina pearlware padrão Engine-turned xadrez azul (porções da borda, bojo e base); 1 fr. de alça de faiança fina pearlware; 1(2) fr. de xícara de faiança fina pearlware (base em pedestal); 1(4) fr. de xícara de faiança fina pearlware; 1(3) fr. de xícara de faiança fina pearlware; 1(9) fr. de xícara de faiança fina facetada floral pintada à mão borrão azul (base em pedestal) (Foto 17,a); 4 fr. de xícaras de faiança fina pearlware, sendo uma com faixa bordô e uma carimbada policromada; 2 fr. de pires de faiança fina, sendo um pearlware e um carimbado policromado; 1(3) fr. de pires de faiança fina pearlware, com inscrição "6" e "70", em baixo-relevo na base; 1(3) fr. de pires de faiança fina pearlware carimbado policromado (Foto 14,e); 1(3) fr. de prato de faiança fina pearlware; 8 fr. de pratos de faiança fina, sendo seis padrão Willow azul, um com sup. modificada padrão fitomorfo e um pearlware padrão Royal Rim; 1(2) fr. de prato de faiança fina borrão azul padrão Chinoiserie gótico; 1(3) fr. de prato de faiança fina pearlware padrão Royal Rim; 1(3) fr. de prato de faiança fina padrão Willow azul com marca "...DSHIRE" na base; 1(9) fr. de prato de faiança fina padrão Willow azul com marca na face externa da borda; "STAFFORDSHIRE STONE CHINA H&A". (1 do NºC 5073) (Foto 15,b); 1 fr. de malga de faiança fina branca; 9 fr. de tigelas de faiança fina, sendo seis pearlware, uma com friso em azul, uma floral estilo peasant (Foto 14,a) policromada e uma carimbada policromada; 1(35) fr. de tigela de faiança fina branca. Dimensões: 12cm de altura e 25cm de diâmetro na boca (Foto 10,a); 1(11) fr. de tigela de faiança fina branca. Dimensões: 10cm de altura e 22cm de diâmetro na boca (1 do NºC 5078) (Foto 10,b); 1(2) fr. de tigela de faiança fina branca; 1(2) fr. de tigela de faiança fina pearlware; 1(51) fr. de vaso de faiança fina pearlware. Dimensões: 18cm de altura e 28cm de diâmetro na boca (1 do NºC 5075, 5 do NºC 5076, 17 do NºC 5077 e 8 do NºC 5078) (Foto 11,b);

9 1(22) fr. de vaso de faiança fina pearlware. Dimensões: 18cm de altura e 28cm de diâmetro na boca (2 do NºC 5071, 1 do NºC 5073, 3 do NºC 5076 e 2 do NºC 5077) (Foto 11,a); 1(18) fr. de vaso de faiança fina pearlware (1 do NºC 5073, 5 do NºC 5077, 1 do NºC 5078 e 1 do NºC 5095); 1(2) fr. de vaso de faiança fina pearlware; 1(2) fr. de vaso de faiança fina pearlware; 21 fr. de vasos de faiança fina, sendo seis brancos e quinze pearlware; 1 fr. de pote de faiança fina pearlware; 2 fr. de urinóis de faiança fina creamware; 3(8) fr. de urinóis de faiança fina creamware; 1(73) fr. de urinol de faiança fina pearlware. Dimensões: 18cm de altura e 28cm de diâmetro na boca (1 do NºC 5070, 1 do NºC 5073, 17 do NºC 5076, 2 do NºC 5077 e 6 do NºC 5078) (Foto 13,a); 1(64) fr. de urinol de faiança fina pearlware. Dimensões: 18cm de altura e 28cm de diâmetro (1 do NºC 5074, 1 do NºC 5075, 7 do NºC 5076, 32 do NºC 5077 e 7 do NºC 5078) (Foto 13,b); 1(56) fr. de urinol de faiança fina pearlware. Dimensões: 13,7cm de altura e 22cm de diâmetro (1 do NºC 5074, 3 do NºC 5076, 6 do NºC 5077, 6 do NºC 5078 e 4 do NºC 5095) (Foto 12,a); 1(52) fr. de urinol de faiança fina pearlware. Dimensões: 13,7cm de altura e 22cm de diâmetro (4 do NºC 5074, 1 do NºC 5075, 6 do NºC 5076, 3 do NºC 5077 e 4 do NºC 5078) (Foto 12,b); 1(11) fr. de urinol de faiança fina branca; 1(11) fr. de urinol de faiança fina pearlware; 1(5) fr. de urinol de faiança fina pearlware; 1(15) tampa de urinol de faiança fina pearlware (1 do NºC 5076, 6 do NºC 5077 e 4 do NºC 5078) (Foto 12,b); 2(5) fr. de tampas de urinóis de faiança fina pearlware; 2(4) fr. de urinóis de faiança fina pearlware; 3(7) fr. de urinóis de faiança fina pearlware; 12 fr. de urinóis de faiança fina pearlware; 3 fr. de louças de faiança fina, de função não identif.; 1 fr. de pires de porcelana branca; 1(3) fr. de pires de porcelana branca sextavada; 42 fr. de vidros planos incolores; 1 fr. de vidro de espelho; 1(2) fr. de garrafa de vidro verde-musgo-escuro (ombro); 1(2) fr. de garrafa de vidro verde-musgo-escuro (bojo); 1(2) fr. de garrafa de vidro verde-claro (bojo); 1(3) fr. de garrafa de vidro verde-musgo-escuro (base e porção do bojo); 1(3) fr. de garrafa de vidro verde-musgo-escuro; 1(4) fr. de garrafa de vidro verde-água (gargalo); 1(4) fr. de garrafa de vidro verde-musgo, com inscrição "...LT. GAY..." (bojo); 1(5) fr. de garrafa de vidro verde-claro (base e porção do bojo); 1(6) fr. de garrafa de vidro verde-musgo-escuro (base e porção do bojo) (1 do NºC 5073, 2 do NºC 5076 e 1 do NºC 5078); 1(16) fr. de garrafa de vidro verde-musgo, frente com brasão em alto-relevo formado por leões ladeando um castelo e, inscrições "...GAYEN" na lateral esquerda e "...LTO..." na direita (2 do NºC 5076, 1 do NºC 5077 e 2 do NºC 5078) (Foto 21,b); 50 fr. de garrafas de vidro, sendo nove verde-claro, trinta e um verde-musgo-escuro (1 com molde triplo), dois incolores, cinco verde-oliva, um âmbar e dois azul cobalto. Dois apresentam inscrição: "...I...", "...A..." e um com insígnias "C S & L." na base. Correspondem a porções da base, bojo e gargalo; 2 fr. de frascos de vidro verde-musgo-escuro (gargalo e porção do ombro); 1 frasco de vidro azul. Dimensões: 8,50cm de altura e 2,50cm de diâmetro (Foto 22,c); 1(2) fr. de frasco de vidro azul-cobalto; 1(2) fr. de frasco de vidro verde-claro (gargalo e porção do ombro); 8 fr. de frascos, sendo seis de vidro azul-cobalto e dois incolores (gargalos, porções do ombro e bojo); 1 fr. de manga de lampião de vidro incolor;

10 1 conta de colar de vidro amarelo. Tem formato ablongo, medindo 16x14mm (Foto 23,a); 9 fr. de caixas de fechadura de ferro; 1 ferrolho de porta em ferro (Foto 24,e); 1 fr. de pegador de janela de latão (Foto 24,a); 1 gancho de janela de ferro (Foto 24,h); 1 fr. de dobradiça de ferro; 2 cravos de ferro; 7 pregos de ferro; 1 fr. de cravo em ferro. Tem formato em T, medindo 6,50cm na trave horizontal e 6,50cm 4 na haste vertical. Destina-se à fixação de tábuas na construção naval (Foto 24,f) ; 1 fr. de chapa perfurada de ferro; 4 fr. de embalagem de conserva de folha-de-flandres; 1 fr. de colher de sopa de cobre (Foto 24,j); 1 colher de sobremesa de cobre (Foto 24,i); 1 fr. de estribo de ferro (Foto 24,g); 1 suporte de mastro em ferro. Mede 15cm de altura, 18cm de diâmetro na base vazada e 17cm de diâmetro na parte superior. Na porção central desta, há orifício com 4cm de 4 diâmetro; seu peso é de 4,50kg (Foto 26) ; 6 fr. de objetos de ferro, de função não identificada; 951 fr. de ossos de bovinos partidos (trinta e seis com golpes de faca); 93 fr. de ossos de crânios bovinos; 54 dentes de bovinos, sendo quatro inclusos em fr. de mandíbulas; 28 fr. de osso de bovino serrados (serra fina); 8 fr. de vértebras de bovinos; 43 fr. de ossos de galináceos; 2 fr. de ossos de canídeos.

T-01= 42 a 52cm (NºC 5070) 1 fragmento de recipiente cerâmico manufaturado, com engobo vermelho (Foto 9,c); 1 fr. de telha goiva; 8 fr. de tijolos maciços; 1 fr. de xícara de faiança fina sponge azul; 1 fr. de xícara de faiança fina transfer printing marrom; 2 fr. de louça de faiança fina, de função não identif.; 1 botão de roupa de porcelana branca; 27 fr. de vidros planos incolores; 2 fr. de garrafas, duas de vidro verde-oliva e uma incolor; 1 fr. de faca de ferro (Foto 24,c); 1 fr. prego de ferro; 2 fr. de ossos de bovinos serrados (serra fina); 1 fr. de osso de bovino partido.

T-01= 52 a 62cm (NºC 5071) 3 fragmentos de telhas goivas (uma moderna); 1(2) fr. de xícaras de porcelana branca facetada (base em pedestal) (Foto 17,b); 1 fr. de pires de porcelana branca; 1 fr. de garrafa de vidro verde-água; 1 cravo de ferro; 1 fr. de prego de ferro; 2 fr. de tiras de ferro; 2 fr. de ossos de bovinos partidos.

T-01= 62 a 72cm (NºC 5072) 1 fragmento de telha goiva; 1 fr. de argamassa (revestimento de parede); 1 fr. de chapa de zinco; 48 fr. de ossos de bovinos partidos; 4

Peças identificadas por Clovis Justinho da Silva.

11 1 fr. de osso de bovino serrado (serra fina); 1 fr. de osso vértebra bovina; 2 epífises de bovino; 1 fr. de osso de galináceo.

T-01= 72 a 82cm (NºC 5073) 1 fragmento de telha goiva; 1 fr. de tijolo maciço; 2 fr. de tijolos tipo lajota; 1(3) fr. de caneca de faiança fina pearlware sponge azul; 1 fr. de xícara de faiança fina pearlware; 1(9) fr. de xícara de faiança fina sextavada borrão azul floral pintado à mão, base em pedestal (porção do bojo com resto de alça); 2 fr. de pratos de faiança fina pearlware; 1(3) fr. de malga de faiança fina whiteware; 7 fr. de ossos de bovinos partidos (dois com golpes de faca); 4 fr. de ossos de bovinos serrados (serra fina); 3 fr. de ossos de galináceo.

T-01= 82 a 92cm (NºC 5074) 1 fragmento de malga de faiança fina pearlware; 5 fr. de urinóis de faiança fina pearlware; 5 fr. de vidros planos incolores; 5 fr. de ossos de bovinos partidos; 1 fr. de osso de galináceo partido.

T-01= 92 a 102cm (NºC 5075) 1 fragmento de garrafa de vidro verde.

T-01=102 a 112cm (NºC 5076) 6 fragmentos de telhas goivas; 1 fr. de caneca de faiança fina pearlware; 2 fr. de canecas de faiança fina, sendo uma branca e uma carimbada policromada (Foto 14,d); 2 fr. de tigelas de faiança fina borrão-azul; 1 fr. de travessa de faiança fina branca; 2 fr. de tigelas de faiança fina borrão-azul; 2 fr. de vasos de faiança fina pearlware; 3 fr. de louças de faiança fina, de função não identif.; 1 fr. de urinol de faiança fina pearlware; 10 fr. de vidros planos incolores; 1 fr. de vidro de espelho; 12 fr. de garrafas, sendo uma de vidro incolor, quatro verde-água, quatro verde-oliva e três verde-musgo; 7 fr. de frascos de vidro azul-cobalto; 1 parafuso de ferro; 21 fr. de ossos de bovinos partidos (dois com golpes de faca); 4 fr. de ossos de galináceos partidos.

T-01=112 a 122cm (NºC 5077) 2 fragmentos de tijolos tipo lajota; 1(10) fr. de garrafa de grés verde-claro, com cunho "LAM...". Dimensões: 18cm de altura e 8,10cm de diâmetro (6 do NºC 5069, 1 do NºC 5071 e 2 do NºC 5073) (Foto 19,d); 2 fr. de canecas de faiança fina pearlware; 1(3) fr. de xícara de faiança fina branca (base em pedestal); 1(4) fr. de pires de faiança fina borrão-azul estilo Chinoiserie (1 do NºC 5078) (Foto 16,a); 1(2) fr. de prato de faiança fina padrão Willow azul, com cunho "...ORT"; 1 fr. de prato de faiança fina padrão Willow azul;

12 7 fr. de vasos de faiança fina pearlware; 1(2) fr. de urinol de faiança fina branca; 1(3) fr. de urinol de faiança fina branca; 1(15) fr. de tampa de urinol de faiança fina branca. Dimensões: 5,50cm de altura e 22cm de diâmetro; 1 fr. de louça de faiança fina pearlware, de função não identif.; 1(2) fr. de garrafa de vidro verde-oliva; 1(6) fr. de garrafa de vidro verde-oliva claro; 1(4) fr. de garrafa de vidro azul-cobalto; 1(8) fr. de garrafa de vidro verde-oliva (molde triplo), com insígnia "2" na base. Dimensões: 28cm de altura e 8,20cm de diâmetro (2 do NºC 5078) (Foto 21,a); 5 fr. de garrafas, sendo uma de vidro verde-musgo, duas verde-oliva, uma azul-cobalto e uma âmbar; 1 fr. de embalagem de conserva em folha-de-flandres; 1 fr. de panela de ferro; 1 fr. de argola de ferro; 21 fr. de ossos de bovinos partidos; 4 fr. de ossos de galináceos partidos.

T-01= 122 a 128cm (NºC 5078) 17 fragmentos de telhas goivas; 4 fr. de tijolos maciços; 4 fr. de louças de faiança fina, sendo uma branca, duas pearlware e uma policromada floral pintada à mão estilo spatter, de função não identif.; 1(2) fr. de louça de faiança fina policromada estilo spatter, de função não identif.; 1 fr. de caneca de faiança fina pearlware; 1 fr. de xícara de faiança fina borrão azul com faixa pintada à mão; 1 fr. de prato de faiança fina, padrão Willow azul, com marca "DAVENPORT" e símbolo de âncora em baixo-relevo (Foto 15,d); 1 fr. de travessa de faiança fina branca; 1 fr. de vaso de faiança fina pearlware; 1 fr. de malga de faiança fina policromada carimbada; 6 fr. de urinóis de faiança fina pearlware; 1(4) fr. de malga de biscuit branco. Dimensões: 9,50cm de altura e 15,50cm de diâmetro. Apresenta perfuração próximo à base e insígnia "4" em baixo-relevo na base (Foto 10,c); 2 fr. de vidros planos incolores; 1(5) fr. de garrafa de vidro verde-água irisado; 1(6) fr. de garrafa de vidro azul-cobalto; 50 fr. de garrafas, sendo trinta e quatro de vidro verde-musgo (uma contendo massa de vidraceiro na base), seis verde-musgo claro (um gargalo com marcas de molde e contendo tampa de vidro incolor), três verde-oliva, um verde e seis azul-cobalto; 2 fr. de frascos de vidro azul-cobalto. Um apresenta inscrição "...L" no bojo; 1 frasco de vidro incolor irisado, com inscrições em alto-relevo: "ACEITE DE HIGADO DE NORUEGA" na frente, "HAMBURG" no lado direito e "BECKER & FRANCK NACHF" no lado esquerdo (Foto 22,a); 26 fr. de recipientes de ágata; 4 fr. de aneis de fogão a lenha de ferro; 13 fr. de panelas de ferro; 2 fr. de embalagem de conserva em folha-de-flandres; 1 fr. de talhadeira de ferro; 1 fr. de prego de ferro; 1 fr. colher de sopa de ferro; 83 fr. de ossos de bovinos partidos (quatro com golpes de faca); 1 fr. de osso de bovino serrado (serra fina); 6 fr. de ossos de galináceos; 1 dente de canídeo; 1 fr. de osso de canídeo.

Intervenção no ponto T-02=SUP (NºC 5079)

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UTM: (22J) 673942-7186758 Uma “caixa” já aberta foi constatada na calçada direita da rua Barão do Serro Azul, na esquina oposta da rua Pres. Carlos Cavalcanti (Fig. 1). O corte media 130cm de lado e aprofundava-se até 160cm. Nas suas paredes, verificouse que abaixo da calçada e do seu embasamento, o terreno era constituído por solo avermelhado e compacto, de textura argilosa. Junto ao solo depositado ao lado, foram encontrados 1 fr. de alça em louça faiança fina pearlware e 1 fr. de louça em porcelana branca, de função não identificada. Não foi possível determinar a profundidade em que as peças estavam. Intervenção no ponto T-03= 50-175cm (NºC 5080) UTM: (22J) 674088-7187325 Acompanhamento de abertura de “caixa” na calçada direita da rua Barão do Serro Azul, a 41m de distância da esquina da rua Heitor Stockler de França (Fig. 1). Escavado pelos operários, o corte mediu 150x170cm de lados, aprofundando-se até 230cm. Junto à parede sudeste, caracterizou-se uma estrutura de tijolos maciços unidos com argamassa de cal. Seus vestígios ocorriam entre 50 e 130cm de profundidade, abaixo de camadas de aterro com e sem caliça, além do calçamento. A nordeste, a estrutura encontrava-se destruída estando, esse trecho, preenchido por aterro de coloração cinza-claro (Fig. 3). Em um dos cantos da estrutura havia um espaço angulado, como um degrau de escada; a superfície e os lados dos tijolos limitados por esse degrau eram revestidos com argamassa.

Figura 3. Perfil da parede leste da “caixa” aberta na avenida Cândido de Abreu (Ponto T-03). Símbolos: 1- calçamento; 2- solo argiloso avermelhado; 3- caliça (aterro); 4- solo marrom-claro (aterro); 5- estrutura de tijolos maciços; 6- solo cinza-escuro (aterro); 7- solo argiloso avermelhado.

A estrutura e o aterro lateral assentavam em solo argiloso cinza-escuro, o qual, por sua vez, estava depositado no embasamento formado por solo averme-

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lhado, argiloso e compacto. O solo cinza-escuro aprofundava-se até 175cm. As evidências arqueológicas ocorreram nesse solo e são representados por: 2 fragmentos de recipientes cerâmicos manufaturados simples; 2 fr. de telhas goivas; 1 fr. de telha alemã; 1 fr. de azulejo branco; 1 fr. de garrafa de grés amarelo; 1 tinteiro de grés marrom, com 4,90cm de altura e 4,80cm de diâmetro (Foto 20); 1 fr. de xícara de faiança fina com faixa borrão azul e linha sinuosa em vermelho (Foto 16,b); 3 fr. de pratos de faiança fina, sendo um padrão Willow azul, um pearlware padrão Royal Rim e um pearlware transfer printing com paisagem em preto; 1(8) fr. de prato raso de faiança fina padrão Willow azul, com cunho emoldurado "...GINAL STAFFORDSHIRE WA...", "...TEVÃO BUSK & Cia", "RIO DE JANEIRO", encimado por "Rª" em losango e círculo e por "Z" abaixo, isolado. Apresenta, ainda, em baixo-relevo, as insígnias "5" e "70", parcialmente sobre a moldura (Foto 15,a); 2 fr. de tigelas de faiança fina pearlware; 1 fr. de malga de faiança fina com frisos desbotados; 1 fr. de xícara de faiança fina branca; 1(13) fr. de pires de porcelana branca com faixa e frisos desbotados. Dimensões: 3cm de altura e 13cm de diâmetro; 1 fr. de terrina de porcelana branca; 3 fr. de ossos de bovinos partidos (um com golpe de faca); 1 fr. de osso de bovino serrado (serra fina); 2 fr. de vidros planos incolores; 1(3) fr. de frasco de vidro incolor (porções do gargalo, ombro e bojo); 1 fr. de garrafa de vidro verde-claro; 1 fr. de copo de vidro sextavado marrom; 2 fr. de suportes de ferro; 1 fr. de solado de calçado costurado de couro; 1 fr. de cunha de madeira.

Intervenção no ponto T-04=60-155cm (NºC 5081) UTM: (22J) 674088-717328 Acompanhamento de abertura de “caixa” na calçada direita da rua Barão do Serro Azul, a 38m de distância da rua Heitor Stockler de França (Fig. 1). Mediu 150x170cm de lados e foi aprofundada até 230cm. Na parede sudeste do corte, aos 60cm de profundidade, foi registrada uma estrutura formada por tijolos maciços em posição vertical, rejuntados com argamassa de cal; formavam apenas uma fileira, assentando-se diretamente no solo. A estrutura estava coberta pelo calçamento, uma camada de solo vermelho e outra de aterro repleto de restos de demolição (caliça), pedras, madeira e plásticos. Abaixo da estrutura havia uma deposição de solo argiloso marrom, que se aprofundava até 145 ou 155cm. Essa camada justapunha-se a solo argiloso de coloração cinza-escuro até o limite inferior do corte; no canto leste, aos 185cm de profundidade, caracterizou-se porção de solo argiloso de cor cinza-claro ou azulado, correspondente à várzea do rio Belém (Fig. 4). O material arqueológico foi registrado na camada formada pelo solo cinzaescuro e compreende: 1(2) fragmento de telha goiva; 1 fr. de tigela de louça vidrada amarela, com inscrição “2” no bojo (Foto 9,d); 1(2) fr. de prato fundo de faiança fina padrão Willow azul, com cunho em azul na base "...L STAFFORDSHIRE..." "...BUSK" e "...EIRO" (1 do NºC 5080) (Foto 15,c);

15 1 fr. de prato de faiança fina pearlware com friso azul-claro; 1 fr. de prato de faiança fina transfer printing floral azul; 1 fr. de prato de faiança fina transfer printing preto, com cena exótica (Foto 16,c); 3 fr. de xícaras de biscuit branco, sendo um com base em pedestal; 3 fr. de pratos de biscuit branco, sendo um moldado padrão trigal (Foto 18b); 1 fr. de garrafa de vidro verde-oliva; 2 fr. de tiras de zinco; 1 fr. de alça de panela de ferro; 2 fr. de ossos de bovinos partidos; 1 fr. de osso de bovino serrado (serra fina).

Figura 4. Perfil da parede sudeste da “caixa” aberta na avenida Cândido de Abreu (Ponto T-04). Símbolos: 1- calçamento; 2- solo avermelhado (aterro); 3- caliça (aterro); 4- estrutura de tijolos maciços; 5- solo marrom (aterro); 6- solo argiloso cinza-escuro; 7- solo argiloso cinza-azulado.

Intervenção no ponto T-05=23-31cm (NºC 5082) UTM: (22J) 674142-7187563 Acompanhamento de vala aberta na calçada direita da rua Barão do Serro Azul, a 26m da esquina com a rua Comendador Fontana (Fig. 1). Com 60cm de largura e 85cm de profundidade, a vala revelou abaixo do calçamento, entre 20 e 60cm, solo argilo-arenoso de cor cinza-escuro; na base da vala, o solo tornava-se argiloso e de cor avermelhada. As evidências arqueológicas ocorreram entre 23 e 31cm de profundidade, por uma extensão de 2,50m. Estão representadas por: 1 fragmento de vaso moldado de cimento branco; 2 fr. de pratos de faiança fina pearlware; 1 fr. de prato de faiança fina pearlware padrão trigal; 1 fr. de malga de biscuit branco; 2(4) fr. de pratos de biscuit branco; 18 fr. de pratos de biscuit branco.

Intervenção no ponto T-06=20-30cm (NºC 5083) UTM: (22J) 673976-7187838 Acompanhamento de abertura de “caixa” na calçada direita da rua Ernani S. de Oliveira, além da margem esquerda do rio Belém (Fig. 1). O corte foi praticado no canteiro da calçada, medindo 120x135cm de lados e 130cm de profundidade. A estratigrafia era formada por solos superpostos de cores preta, avermelhada e amarela, misturados com saibro.

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Junto ao solo preto superficial, foram registrados: 1 fr. de azulejo branco e 1 fr. de prato em louça porcelana branca.

Intervenção no ponto T-07=30-40cm (NºC 5084) UTM: (22J) 673978-7188153 Acompanhamento de abertura de “caixa” na calçada das esquinas das ruas Jacy Loureiro de Campos e Prof. Benedito Nicolau dos Santos, ao lado do rio Belém (Fig. 1 e Foto 1)). Com 120x140cm de lados e 100cm de profundidade, o corte atingiu camadas de aterros formados por solos de coloração avermelhada e cinzaescuro, repletos de saibro, areia, madeira e plásticos, junto a esses depósitos, foram recolhidos: 2 fragmentos de azulejos brancos; 1 fr. de lajota bege; 2 fr. de pires porcelana com friso dourado; 1 fr. de prato de porcelana com faixa dourada; 1 fr. de pires de vidro pirex, decorado por estêncil trigal azul, com inscrição "Color..." e “MA” na base; 1 fr. de vidro derretido verde-escuro; 1 fr. de copo vidro incolor; 1 (3) fr. de copo vidro sextavado incolor com inscrição “NO” e “60º” na base; 3 fr. de garrafa, sendo uma de vidro marrom, uma verde-claro e uma incolor; 1 crucifixo de cobre (Foto 23,b).

Intervenção no ponto T-08=30-150cm (NºC 5085) UTM: (22J) 674080-7187804 Acompanhamento de abertura de “caixa” na calçada das esquinas das ruas Papa João XXIII e Ernani S. de Oliveira, ao lado da Prefeitura Municipal de Curitiba (Fig. 1). Medindo 160x170cm de lados e 125cm de profundidade, o corte expôs, aos 30cm, estruturas de tijolos unidos com argamassa de cal. Entre a superfície da calçada e as estruturas, havia uma camada de areia depositada sobre lajes de pedra de cantaria. Estas dispunham-se diretamente sobre as construções de tijolos. Os tijolos formavam duas paredes não revestidas, que se encostavam; de um lado, a parede foi erigida com tijolos maciços e, de outro, com tijolos mais finos, do tipo lajota, com dois furos. Ambas atingiram 150cm de profundidade, assentando-se no solo argiloso avermelhado (Fig. 5 e Foto 2).

Figura 5. Perfil da parede leste da “caixa” aberta na esquina das ruas Para João Paulo XXIII e Ernani S. de Oliveira (Ponto T-08). Símbolos: 1- calçamento; 2-camada de areia; 3- lajes de rocha; 4- estruturas de tijolos e lajotas; 5- caliça.

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A parede formada com lajotas foi perturbada em um lado estando, esse espaço, preenchido com caliça. Não foram registradas peças arqueológicas nesse local. Operações desenvolvidas junto à instalação de cabos de eletricidade. Intervenção no ponto C-01=25-38cm (NºC 5086) UTM: (22J) 673934 - 7186712 Acompanhamento de abertura de vala e “caixas” na calçada direita da rua Barão do Serro Azul, entre as esquinas das ruas 13 de Maio e Pres. Carlos Cavalcanti (Fig. 6). A vala monitorada, com 15cm de extensão e 60cm de largura, atingiu a profundidade de 70cm. Ao longo do corte, abaixo do calçamento e da sua base, constatou-se grande variedade na coloração dos solos depositados com aterro: cinza-claro, cinza-escuro, marrom e avermelhado, sendo este o verificado na parte mais profunda. Canalizações anteriores haviam impactado os solos. As “caixas” abertas nas extremidades da vala, não revelaram material arqueológico. Este foi detectado nas porções centrais da linha, situando-se entre 25 e 38cm de profundidade, junto ao solo cinza-escuro, por uma extensão de 1,35m. Corresponde a: 1 fragmento de telha goiva; 1 fr. de tijolo maciço; 3 fr. de azulejos, sendo dois brancos e um com decalque floral verde; 1 fr. ladrilho de cimento marmorizado policromado; 1 fr. de caneca de faiança fina padrão Engine-turned xadrez azul; 1 fr. de prato de faiança fina pearlware; 1 fr. de prato de faiança fina pearlware padrão trigal (Foto 14,c); 1 fr. de tampa de travessa de faiança fina pearlware pintada à mão floral verde; 1 fr. de prato de faiança fina pearlware padrão trigal; 3 fr. de louças de faiança fina, de função não identificada; 1 fr. de vidro plano incolor; 9 fr. de garrafas, sendo duas de vidro verde-claro, duas verde-oliva, quatro verde-musgo e uma verde-escuro; 1 fr. de prego de ferro; 1 fr. de tampa plástica com inscrição "...AXI"; 8 fr. de ossos de bovinos partidos; 1 fr. de osso de ave partido.

Intervenção no ponto C-02=25-80cm (NºC 5087) UTM: (22J) 673956-7186905 Acompanhamento de abertura de vala na calçada esquerda da rua Barão do Serro Azul, nas proximidades da esquina da rua Inácio Lustosa (Fig. 6). A vala, com a mesma largura da anterior, foi aprofundada até 100cm. Mostrava-se, também, com perturbações antigas, inclusive com abertura de “caixa”. Nas proximidades do seu extremo noroeste, foram localizados restos de alicerces de pedra e de parede. Encontravam-se ao lado da antiga “caixa”, aos 25cm de profundidade. Os primeiros eram representados por grandes blocos irregulares de pedra, com argamassa de cal, que se aprofundavam até 50cm. Os segundos, constituídos por tijolos maciços desarticulados, foram registrados após a “caixa” agora aberta; estavam associados a fragmentos de reboco, alguns deles com restos de pintura uniforme na face lisa. Aprofundavam-se até 80cm, o limite inferior da “caixa”.

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Na estratigrafia desse trecho, verificou-se que abaixo da calçada havia fragmentos de reboco, muitos deles com restos de pintura. Entre 50 e 80cm de profundidade, o solo, no qual se encontravam os remanescentes de demolição, era argiloso e de coloração avermelhada. Para baixo, até 100cm, o solo tornavase marrom. Esta camada assentava em outra, formada por solo argiloso cinzaclaro. Na junção desses solos foram encontrados 2 fr. de conchas (lamelibrânquios fluviais), 1 objeto de ferro (contratesta de porta) e 1 fr. de tijolo maciço.

Intervenção no ponto C-03=25-50cm (NºC 5088) UTM: (22J) 673951-7186883 Acompanhamento de abertura de vala e “caixas” na calçada esquerda da rua Barão do Serro Azul, entre as esquinas das ruas Inácio Lustosa e Paula Goes (Fig. 6). Aprofundando-se até 70cm, a vala revelou vestígios de alicerces por uma extensão de 6,50m. A porção central desses restos de demolição encontravam-se em frente da atual edificação nº 415. Foram percebidos aos 25cm de profundidade, cessando aos 50cm; eram representados por blocos de rocha intemperizada, menores que as anteriores. Estavam rejuntados com argamassa de cal. Fragmentos dessa argamassa e de reboco, muitos destes apresentando uma face lisa com restos de pintura, cobriam os alicerces desde 15cm de profundidade, logo abaixo do calçamento. Os alicerces estavam inseridos no solo argiloso avermelhado. Nesse local não foram encontrados objetos arqueológicos. Foi apenas recolhido 1 fr. de reboco com camadas superpostas de tintas verde, bege e azul-claro. Intervenção no ponto C-04=25-95cm (NºC 5089) UTM: (22J) 673940-7186840 Acompanhamento de abertura de vala e “caixas” na calçada esquerda da rua Barão do Serro Azul, entre as esquinas das ruas Inácio Lustosa e Paula Gomes (Fig. 6). Esta vala também foi aprofundada até 70cm. Revelou, diante da atual edificação nº 447, vestígios de estruturas antigas logo abaixo da calçada. Estas eram formadas por quatro fileiras de tijolos maciços rejuntados com argamassa de cal, assentadas em alicerces de pedras irregulares, igualmente rejuntadas com argamassa (Fig. 7).

Figura 7. Perfil da parede oeste da vala aberta na rua Barão do Serro Azul (Ponto C-04), evidenciando vestígios de edificação.

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Os tijolos aprofundavam-se até 50cm. Continuada a escavação nesse trecho, verificou-se que os alicerces atingiam 95cm de profundidade, assentandose no solo argiloso avermelhado. Junto à parede e alicerces não foram detectadas peças arqueológicas; estas ocorreram, porém, na “caixa” aberta no extremo norte da vala, onde a base da edificação demolida não mais ocorria. Encontravam-se em um bolsão de solo cinza-escuro, entre 60 e 75cm de profundidade, englobado pelo solo avermelhado. Acima do bolsão, fragmentos de argamassa e de reboco eram numerosos; um destes apresentava restos de sete camadas superpostas de tinta: azul, marrom, rosa, verde, marrom, amarela e azul. O material recolhido nesse ponto é representado por: 1 fragmento de azulejo branco; 25 fr. de argamassa de revestimento de parede. Um deles apresenta sete camadas de tinta: azul, marrom, rosa, verde, marrom, amarelo e azul; 6 fr. de vidros planos incolores; 1 fr. de osso de bovino partido; 2 fr. de ossos de bovinos serrados (serra grossa).

Intervenção no ponto C-05=70-85 (NºC 5090) UTM: (22J) 673934-7186824 Acompanhamento de abertura de “caixa” na calçada esquerda da rua Barão do Serro Azul, na esquina da rua Paula Gomes (Fig. 6). Este corte foi praticado no extremo sul da vala e mediu 110x115cm de lados por 130cm de profundidade. Revelou, abaixo do calçamento, solo argiloso de cor marrom que cobria um depósito em forma de montículo constituído por solo de coloração cinza-escuro; este, por sua vez, dispunha-se sobre o solo avermelhado. No solo marrom havia intrusão de pequenos blocos de rocha intemperizada no canto superior e de solo avermelhado, formado por enxurrada, no canto inferior oposto. O depósito de solo cinza-escuro, com cerca de 15cm de espessura na porção central, aprofundava-se até 85cm (Fig. 8). Além do material arqueológico,

Figura 8. Perfil da parede oeste de “caixa” aberta na rua Barão do Serro Azul (ponto C-05). Símbolos: 1- calçamento; 2- solo argiloso marrom (aterro), com intrusão de blocos de rocha; 3solo argiloso avermelhado (intrusão); 4- depósito arqueológico; 5- solo argiloso cinza-escuro.

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nesta estrutura ocorreu grande quantidade de carvões e cinza. O acervo reunido é constituído por: 9 fragmentos de telhas goivas; 2 fr. de telhas alemãs; 1 fr. de tijolo maciço; 1 fr. de louça faiança fina policromada carimbada, de função não identificada; 1(5) fr. de prato de faiança fina pearlware; 1 fr. de tigela de faiança fina pearlware; 1 fr. de pires de porcelana branca; 1 fr. de louça porcelana com friso dourado, de função não identif.; 2(4) fr. de garrafas de vidro âmbar; 22 fr. de garrafas, sendo duas de vidro âmbar, uma marrom, oito verdes e onze verdemusgo; 1(3) fr. de garrafa de vidro verde-musgo; 1 fr. de cálice de vidro incolor; 1 fr. de cunha de ferro; 1 fr. de cilindro de lança-perfume de folha-de-flandres; 24 fr. de escória de fundição de ferro; 10 fr. de ossos de bovinos partidos (um com golpe de faca); 3 fr. de ossos de bovinos serrados (serra fina); 1 fr. de osso de animal de pequeno porte partido.

Intervenção no ponto C-06=85-90cm (NºC 5091) UTM: (22J) 673937-7186828 Acompanhamento de abertura de “caixa” na calçada esquerda da rua Barão do Serro Azul, na esquina da rua Paula Gomes (Fig. 6). Esta “caixa” e a descrita anteriormente situam-se nos extremos da vala que será descrita no ponto C-08. O corte, com 80cm de lados e 90cm de profundidade, revelou solo avermelhado logo abaixo do calçamento; estava perturbado por obras anteriores. Na base da “caixa” foram recolhidos 1 fr. de garrafa de vidro incolor e 2 fr. de ossos de bovinos com extremidades serradas (serra fina).

Intervenção no ponto C-07=95cm (NºC 5092) UTM: (22J) 673925-7186825 Acompanhamento de abertura de vala e “caixa” na calçada direita da rua Paula Gomes, a partir da esquina da rua Barão do Serro Azul (Fig. 6). A vala foi iniciada na “caixa” descrita como ponto C-05, comunicando-se com a praticada a 14m de distância a oeste. Com 80cm de lados e 95cm de profundidade, a “caixa” revelou solo perturbado por obras anteriores; o maior impacto foi representado por canalização de esgoto aos 45cm. Na vala, também perturbada, não foram encontradas evidências. Na “caixa” o solo era argiloso, de coloração avermelhada. Aos 95cm de profundidade, foram coletados 1 fr. de prato em louça faiança fina com decoração Shell Edged azul (Foto 14,b) e 1 fr. de prato em louça porcelana branca.

Intervenção no ponto C-08=52-63cm (NºC 5093) UTM: (22J) 673938-7186829 Acompanhamento de abertura de vala na calçada esquerda da rua Barão do Serro Azul, ao norte da esquina da rua Paula Gomes (Fig. 6). A vala, com 60cm de largura e 75cm de profundidade, estendeu-se por 7,50m, entre as “caixas” descritas como pontos C-05 e C-06. Abaixo da calçada, e

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até 40cm de profundidade, havia caliça representada por fragmentos de tijolos maciços, argamassa e areia. Este aterro estava depositado sobre outro, formado por solo argiloso avermelhado com blocos de rocha dispersos. O material arqueológico tendeu a se concentrar na porção mediana da vala, entre 52 e 63cm de profundidade. Está representado por: 1 fragmento de azulejo marrom-claro; 1 fr. de garrafa de vidro verde-escuro; 1 fr. de frasco de vidro incolor; 1(2) fr. de portinhola do depósito de cinza do fogão a lenha de ferro; 1 moeda de cuproníquel. Anverso: emblema da República; legenda: "REPÚBLICA DOS ESTADOS UNIDOS DO BRASIL"; 400 RÉIS; MCDI. Verso: efigie da República, circundada por 21 estrelas; 1 fr. de osso de bovino partido.

Intervenção no ponto C-09=52-62cm (NºC 5094) UTM: (22J) 673935-7186807 Acompanhamento de abertura de vala e “caixas” na calçada esquerda da rua Barão do Serro Azul, ao sul da esquina com a rua Paula Gomes (Fig. 6). Estendendo-se por 8m, a vala foi aberta com 40cm de largura e 70cm de profundidade; comunicava-se com “caixas” nos extremos. Um aterro, formado por solos de coloração avermelhada e cinza-escuro, foi constatado desde a base do calçamento até 40cm de profundidade; ambos estavam associados a caliça. Para baixo, até o limite do corte, o solo avermelhado predominou, mas também estava perturbado por diversas canalizações. As evidências arqueológicas concentraram-se apenas nas proximidades da “caixa” norte; ocupavam um espaço com 1,30m de largura, situando-se entre 52 e 62cm de profundidade. Correspondem a: 1(2) fragmento de azulejo branco; 5 fr. de azulejos, sendo quatro florais em rosa e um marrom; 1 fr. de prato de faiança fina transfer printing azul; 1 fr. de garrafa de vidro verde-musgo; 1 fr. de cabo de faca de alpaca (Foto 24,d).

Intervenção no ponto C-10=28-58cm (NºC 5095) UTM: (22J) 673935-7186809 Acompanhamento de abertura de vala e “caixas” na calçada esquerda da rua Barão do Serro Azul, na esquina da rua Paula Gomes (Fig. 6). Medindo 15m de comprimento, 60cm de largura e 75cm de profundidade, a vala proporcionou vestígios apenas nas proximidades da “caixa” situada no extremo norte. O local encontrava-se perturbado por obras anteriores. O material arqueológico foi constatado entre 28 e 58cm de profundidade, formando pequena concentração em meio ao solo argiloso avermelhado. Está representado por 5: 1 fragmento de manilha vidrada marrom-escuro; 2 fr. de azulejos, sendo um branco e um cinza-claro; 4 fr. de garrafas de grés, sendo uma marrom e três brancas; 1 fr. de garrafa de grés marrom; 1 fr. de xícara de faiança fina pearlware; 2 fr. de louças de faiança fina pearlware, de função não identif; 3 fr. de pratos de faiança fina, sendo dois pearlware e um padrão Willow azul; 5

Cinco fragmentos de louça faiança fina desta coleção uniram-se com os que reconstituíram um vaso e um urinol no acervo do ponto T-01.

23 1 fr. de urinol de faiança fina pearlware; 1 fr. de prato de porcelana branca; 5 fr. de isolantes de porcelana branca; 4 fr. de terrinas de ironstone; 1 fr. de vidro plano incolor; 1 fr. de garrafa de vidro verde-oliva; 2 fr. de copos de vidro incolor; 4 fr. de ossos de bovinos partidos; 1 fr. de osso de bovino serrado (serra fina).

Intervenção no ponto C-11=50-61 (NºC 5096) UTM: (22J) 673887-7186603 Acompanhamento de abertura de vala e “caixas” na calçada esquerda da rua Barão do Serro Azul, entre as esquinas das ruas Inácio Lustosa e Barão de Antonina (Fig. 6). A vala, com 38m de extensão, revelou solo perturbado por obras anteriores. Peças foram detectadas somente no espaço da “caixa “ aberta no extremo sul. Esta media 80cm de lados, com 70cm de profundidade. O solo constatado entre 14 e 61cm de profundidade era argiloso, de cor cinza-escuro e estava, como na vala, perturbado. Para baixo, até o limite inferior do corte, era argiloso avermelhado. O material arqueológico foi encontrado entre 50 e 61cm de profundidade, e corresponde a: 1 fr. de xícara em louça faiança fina, com decoração borrão azul e faixa pintada à mão, 1 fr. de prego em ferro e 1 fr. de osso de bovino com extremidades serradas (serra fina).

Operações desenvolvidas junto à instalação de tubos para esgoto. Intervenção nos pontos S-01 a S-06 (NºC 5097 a 5103) UTM: (22J) 67402-7187052 a (22J) 674030-7187098 Acompanhamento de abertura de vala no lado direito da pista de rolamento da av. Cândido de Abreu, entre as esquinas das ruas Inácio Lustosa e Barão de Antonina (Fig. 9). A obra começou a ser monitorada nas porções medianas da quadra. A abertura foi iniciada com 80cm de largura, passando a 100cm em seguida. Operada com retroescavadeira, a vala atingiu 310cm nesse trecho; a regularização da sua base foi executada com ferramentas manuais. A capa asfáltica e o seu embasamento aprofundavam-se até 25cm. Esse conjunto assentava em uma camada formada por saibro, pedras, areia e fragmentos de argamassa e tijolos, cuja base atingia profundidades variando de 100 a 145cm. O aterro havia sido depositado sobre um solo argiloso e úmido, com a consistência de lodo, de cor cinza-escuro tendendo para o preto; aprofundava-se até 200 ou 230cm, conforme o ponto abordado. Encerrava raízes em decomposição. Para baixo, até o limite do corte, o solo tornava-se ainda mais argiloso e compacto, adquirindo coloração cinza-claro ou cinza-azulado. Água, infiltrada pelas paredes, acumulava-se no fundo da vala. As evidências arqueológicas ocorriam na junção entre os solos argilosos, aprofundando-se no inferior (Fig. 10). No ponto S-01 (UTM: 674020-7187052), a camada arqueológica dispunha-se entre 125 e 170cm de profundidade; no S-02 (UTM: 674022-7187059), entre 100 e 140cm; no S-03 (UTM: 674022-7187061), entre 110 e 144cm; no S-04 (UTM: 674022-7187064), entre 123 e 143cm; no S-05

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(UTM: 674024-7187065), entre 130 e 145cm (Fig. 10) e no S-06 (UTM: 6740307187098), entre 145 e 170cm. Estavam associadas a fragmentos de carvão. Embora não tenha sido possível o registro dos vestígios continuamente, devido ao escoramento das paredes sujeitas a desmoronamento, medida preventiva que impedia a sua visualização nas partes bloqueadas, verificou-se que o depósito arqueológico estendia-se por quase 50m de extensão. O material recolhido por meio de rápidas raspagens nas paredes da vala, quando se constatava a profundidade e a espessura da ocorrência, e no solo dela retirado pela máquina corresponde a: Ponto S-01=125-170cm (NºC 5097) 1 fragmento de telha goiva; 1 fr. de garrafa de grés bege; 1 fr. de louça de faiança branca, de função não identificada; 1 fr. de malga de faiança fina floral pintada à mão estilo peasant; 1 fr. de garrafa de vidro incolor; 1 artelho de bovino.

Figura 10. Perfil da parede leste da vala aberta na avenida Cândido de Abreu (Ponto S-05). Símbolos: 1- capa asfáltica; 2- embasamento; 3- caliça (aterro); 4- solo argiloso cinza-escuro; 5solo argiloso cinza-claro. Na camada 4, o material arqueológico ocorria desde o seu limite superior até a linha tracejada.

Ponto S-02=100-140cm (NºC 5098) 1 fragmento de cerâmica modelada (asa com superfície digitada); 12 fr. de telhas goivas (dez modernas); 2 fr. de tijolos maciços; 2 fr. de manilhas vidradas; 1 fr. de azulejo amarelo; 2 fr. de canecas de faiança fina pearlware; 2 fr. de pires de faiança fina pearlware; 1(2) fr. de prato de faiança fina pearlware; 2 fr. de pratos de faiança fina, sendo um branco e um padrão trigal; 4 fr. de canecas de biscuit branco, sendo uma padrão trigal; 5 fr. de pratos de biscuit branco, sendo dois padrão trigal (Foto 18,c); 1 fr. de vaso vidrado cinza de cimento branco; 7 fr. de vidros planos incolores; 3 fr. de garrafas de vidro verde-oliva; 1 fr. de copo de vidro incolor;

26 2 parafusos de ferro, sendo um de porca; 1 tampinha furada em folha-de-flandres; 1 ferrolho de porta de latão; 1 chave de ferro; 2 pregos de ferro; 3 fr. de couro, sendo dois solados de calçado (costurados e pregados) e um de cinta (costurada); 4 fr. de sementes, sendo duas de coco, uma de pêssego e uma de abóbora; 2 fr. de ossos de bovinos partidos; 4 fr. de ossos de bovinos serrados (serra fina); 1 fr. de concha fluvial (lamelibrânquio).

Ponto S-03=110-144cm (NºC 5099) 1 fragmento de telha goiva; 1 fr. de telha alemã; 7 fr. de argamassa de revestimento de parede, com camada de tinta marrom-claro; 1 prego de ferro; 1 osso de galináceo.

Ponto S-04=123-143cm (NºC 5100) 2 fragmentos de telhas goivas (modernas); 1 fr. de tijolo tipo lajota; 2 fr. de manilhas, sendo uma vidrada; 1 fr. de tijolo maciço; 1 fr. de argamassa (revestimento de parede); 4 fr. de xícaras de faiança fina pearlware; 1 fr. de tampa de faiança fina com friso azul; 4 fr. de pratos de faiança fina pearlware, sendo um padrão fitomorfo; 1 fr. de tigela de faiança fina branca; 2 fr. de louças de faiança fina branca, de função não identif.; 2 fr. de pires de porcelana, sendo um branco e um com friso dourado desbotado; 1 fr. de louça de porcelana branca, de função não identif.; 2 fr. de canecas de biscuit branco; 1 fr. de caneca de biscuit branco padrão trigal (Foto 18,a); 8 fr. de pratos de biscuit branco; 6 fr. de pratos de biscuit branco padrão trigal; 1 fr. de vidro plano incolor; 7 fr. de garrafas, sendo quatro de vidro verde-claro, duas verde-musgo e uma verdemusgo-claro; 1 frasco de vidro incolor, com 11cm de altura e 3,50cm de diâmetro (Foto 22,b); 2 fr. de frascos, sendo um de vidro incolor (1 com inscrição "...AI d...", em alto-relevo) e um âmbar; 1 fr. de prego de ferro; 1 fr. de arame de ferro; 1 fr. de ponteira de ferro (Foto 24,b); 1 fr. de chapa de zinco; 1 fr. de tira de zinco; 2 fr. de couro, sendo um de calçado costurado e um de alça; 1 fr. de solado de calçado de borracha; 2 fr. de ossos de bovinos partidos.

Ponto S-05=130-145cm (NºC 5101) 3 fragmentos de telhas goivas; 1 fr. de tijolo maciço; 1 fr. de pires de faiança fina pearlware; 2 fr. de pratos de faiança fina pearlware; 1 fr. de pires de porcelana branca; 4 fr. de vidros planos incolores; 1(4) fr. de garrafa de vidro verde-claro; 5 fr. de garrafas, sendo duas de vidro verde-claro, uma marrom e uma incolor;

27 1 fr. de frasco de vidro incolor.

Ponto S-06=145-170cm (NºC 5102) 1 fragmento de telha goiva; 1 fr. de telha alemã; 3(6) fr. de pratos de biscuit branco, sendo dois padrão trigal; 15 fr. de pratos de biscuit branco padrão trigal (Foto 18,d); 1 fr. de prato de faiança fina pearlware; 26(27) fragmento de vasos de cimento branco vidrados; 14 fr. de vidros planos incolores; 13 fr. de garrafas, sendo dez de vidro verde-oliva, uma verde-água, uma incolor e uma azulcobalto, com inscrição “28” na base; 1 fr. de frasco de vidro incolor; 1(2) fr. frasco de vidro incolor irisado; 1 fr. de prego de ferro; 1 fr. de arame de ferro; 1 fr. de trinco de janela de ferro; 11 fr. de braçadeiras de zinco; 3 fr. de ossos de bovinos serrados (serra fina).

Intervenção no ponto S-07=85-105cm (NºC 5103) UTM: (22J) 674051-7187176 Acompanhamento de abertura de vala no lado direito da pista de rolamento da av. Cândido de Abreu, entre as ruas Barão de Antonina e Heitor Stockler de França (Fig. 9). Neste ponto, a vala apresentava 110cm de largura, aprofundando-se até 310cm. Abaixo do asfalto e do seu embasamento, até 85cm de profundidade, ocorreu aterro com as mesmas características do descrito nos pontos anteriores. Este repousava em solo argiloso, compacto e de cor cinza-escuro. Para baixo, a partir de 180cm, o solo argiloso adquiria colorações cinza-claro e marromesverdeado. O material arqueológico foi constatado logo abaixo do aterro, aprofundando-se até 105cm no primeiro solo argiloso. Formava uma camada com 20cm de espessura. Está representado por: 2 fragmentos de telhas alemãs; 1 fr. de telha francesa; 3 fr. de pratos de faiança fina branca; 1 fr. de xícara de faiança fina borrão azul com faixa concêntrica; 1 fr. de pente de plástico amarelo.

Intervenção no ponto S-08=80-95cm (NºC 5104) UTM: (22J) 674054-7187191 Acompanhamento de abertura de vala no lado direito da pista de rolamento da av. Cândido de Abreu, entre as ruas Barão de Antonina e Heitor Stockler de França (Fig. 9). Apresentando as mesmas dimensões do ponto descrito acima, a vala revelou que o aterro situado abaixo da capa asfáltica atingia 80cm de profundidade, repousando em solos argilosos como os constatados naquele. As evidências arqueológicas encontravam-se no limite inferior da camada de aterro, aprofundando-se entre 80 e 95cm na camada subjacente. Compreendem: 1 fragmento de telha goiva; 1 fr. de telha alemã;

28 2 fr. de telhas francesas; 3 fr. de azulejos, sendo um branco e dois policromados desbotados; 1 fr. de prato de faiança fina, marrom na face superior e branco na inferior; 1 fr. de malga de faiança fina branca; 1(2) fragmento de prato de faiança fina pearlware; 1 fr. de isolante de porcelana branca; 4 fr. de vidros planos incolores; 1 fr. de tira de cobre; 1 fr. de osso bovino serrado (serra fina).

Intervenção no ponto S-09=100-120cm (NºC 5105) UTM: (22J) 674076-7187297 Acompanhamento de abertura de vala no lado direito da pista de rolamento da av. Cândido de Abreu, entre as ruas Heitor Stockler de França e Comendador Fontana, nas proximidades da margem esquerda do rio Belém (Fig. 9). A partir deste ponto, a vala passou a ser aberta até 200cm de profundidade. Abaixo do pavimento, o solo era argiloso, de cor cinza-escuro assentando, aos 100cm, no solo argiloso avermelhado. Vestígios arqueológicos foram registrados sobre o solo avermelhado, nele penetrando até 120cm; formavam uma camada com 20cm de espessura que se estendia por 4m. Estão representados por: 1 fragmento de tijolo maciço; 10 fr. de telhas alemãs; 1 fr. de caneca de louça vidrada marrom; 1(4) fr. de malga de faiança pearlware; 1(2) fr. de pires de faiança fina pearlware; 5 fr. de pratos de faiança fina pearlware, sendo um com inscrição na base "...EAKIN... LEY...ND. (Foto 16,d); 2 fr. de vidros derretidos; 4 pregos de ferro; 1 tampinha de alumínio; 1 fr. de semente de pêssego; 1 fr. de osso de bovino partido; 1 fr. de osso de bovino serrado (serra fina).

Intervenção no ponto S-10=100-120cm (NºC 5106) UTM: (22J) 674062-7187226 Acompanhamento de abertura de vala no lado direito da pista de rolamento da av. Cândido de Abreu, entre as ruas Barão de Antonina e Heitor Stockler de França (Fig. 9). A vala, com 110cm de largura, aprofundou-se até 300cm. Logo abaixo da capa asfáltica, foram identificados um depósito de caliça e, aos 60cm de profundidade, restos de edificação. Estes formavam duas fileiras de tijolos maciços assentados verticalmente que se aprofundavam até 115cm (Fig. 11). As fileiras de tijolos foram acompanhadas por 40m ao longo da vala, sempre apresentando as mesmas características. No trecho representado pela Figura 11, observado em frente à atual edificação nº 292 da avenida, as fileiras de tijolos haviam sido perturbadas pela construção de uma coluna ou estaca de argamassa de cal com 30cm de diâmetro. Abaixo dela havia grande bloco de rocha. A cova praticada para a sua feitura, fragmentou os tijolos e possibilitou a infiltração da caliça do aterro superficial.

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A estrutura de tijolos encontrava-se no solo argiloso de cor marrom. Material arqueológico não foi constatado neste acompanhamento.

Figura 11. Perfil da parede leste da vala aberta na avenida Cândido de Abreu (Ponto S-10). Símbolos: 1- capa asfáltica; 2- embasamento; 3- caliça (aterro); 4- estrutura de argamassa; 5bloco de rocha; 6- estrutura de tijolos maciços; 7- solo argiloso marrom.

Intervenção no ponto S-11=10-30cm (NºC 5107) UTM: (22J) 674123-7187478 Acompanhamento de abertura de vala no lado direito da pista de rolamento da av. Cândido de Abreu, entre as esquinas das ruas Heitor Stockler de França e Comendador Fontana (Fig. 9). Somente paralelepípedos alinhados por uma extensão de 80m foram constatados logo abaixo da capa asfáltica. Esse calçamento assentava-se no solo argiloso de coloração avermelhada. A vala continuou sendo aberta até a esquina da rua Lysimaco Ferreira da Costa e, do seu acompanhamento, também não resultou material arqueológico.

Foto 1. Abertura de “caixa” ao lado do rio Foto 2. Restos de paredes expostas no Belém (ponto T-07). ponto T-08.

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Foto 3. Constatação de evidências no solo Foto 4. Coleta de evidências no solo retirado pela retroescavadeira (ponto S-07). depositado ao lado da vala (ponto S-08).

Foto 5. Escavação da camada arqueológica Foto 6. Delimitação da camada arqueológica exposta na vala (ponto S-08). na parede da vala (ponto S-04).

Foto 7. Abertura de quadra no ponto T-01.

Foto 8. Limpeza, marcação e classificação do material arqueológico em laboratório.

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Foto 9. Fr. de recipientes em cerâmica Foto 10. Tigelas em louça faiança fina (a-b) artesanal (a-c) e em louça vidrada (d). e malga em biscuit (c).

Foto 11. Vasos em louça faiança fina.

Foto 12. Urinóis em louça faiança fina.

Foto 13. Urinóis em louça faiança fina.

Foto 14. Fragmentos de recipientes em louça faiança fina decorada.

Foto 15. Pratos em louça faiança fina Foto 16. Fragmentos de recipientes em louça decorada e respectivas marcas em destaque. faiança fina decorada e marca de fabricante (d).

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Foto 17. Xícaras em louça faiança fina (a) e porcelana (b).

Foto 18. Fragmentos de pratos em louça biscuit.

Foto 19. Garrafas em louça grés.

Foto 20. Tinteiro em louça grés.

Foto 21. Garrafas em vidro.

Foto 22. Frascos em vidro.

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Foto 23. Conta-de-colar em vidro e crucifixo em Foto 24. Objetos em metal. cobre.

Foto 25. Moeda em cuproníquel.

Foto 26. Suporte de mastro em ferro.

Considerações sobre o acervo e seu significado As pesquisas desenvolvidas nas áreas atingidas por obras de telefonia (T), eletricidade (C) e saneamento (S) na rua Barão do Serro Azul, avenida Cândido de Abreu e vias adjacentes revelaram, sob seus calçamentos e asfalto, indícios arqueológicos depositados como monturos sobre a várzea do rio Belém, em covas ou juntamente com aterro. Dos pontos que revelaram evidências arqueológicas, o T-01 foi o que as proporcionou em maior volume e variedade. Entre as 2.685 peças fragmentadas ou completas recolhidas6, somente 12 (0,45% do total) referem-se a porções de recipientes cerâmicos confeccionados artesanalmente por grupos familiares para uso próprio ou comércio. Rotulada como neobrasileira por arqueólogos, essa cerâmica foi elaborada com técnicas herdadas dos tupi-guarani, um dos grupos indígenas que ocupavam o planalto curitibano quando da sua apropriação por portugueses. Devido ao processo interativo sequente, a produção cerâmica sofreu influência da tecnologia ibérica, dela resultando recipientes com asas modeladas e bases planas, mas ainda construída por meio de cordéis de argila temperada com areia e mantendo muitas 6

Anteriormente aos trabalhos de restauração, as peças resgatadas somavam 3.277.

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formas típicas dos indígenas. Essa cerâmica era produzida nos arredores de Curitiba até a primeira metade do século XX (Tiburtius, 1968:49). Os vestígios da cerâmica artesanal foram encontrados na área T, especialmente junto ao ponto T-01, e na S (Quadro 1). Representam panelas e tigelas utilizadas para cozinhar alimentos ou servi-los. A maioria apresenta superfícies alisadas (tipo Simples) ou revestidas com tinta pastosa vermelha (tipo Engobo vermelho). Poucos têm decoração feita com a extremidade do dedo (tipo Digitado); uma asa modelada ostenta essa decoração. De olarias, estabelecimentos que, ao contrário dos anteriores, eram providos de máquinas e fornos derivaram, em larga escala, itens destinados a atividades construtivas na cidade. Nas áreas pesquisadas, os vestígios dessa produção correspondem 205 peças (7,64%). As telhas coloniais (goivas) foram as mais representadas nas três áreas, seguidas pelos tijolos maciços. As lajotas (tijolos delgados), menos frequentes, só ocorreram nas áreas T e S. As telhas alemãs foram mais expressivas nos pontos da área S e, as francesas, somente nesta. Restos de paredes construídas com tijolos e lajotas ainda foram constatados em alguns pontos (T-03, T-04, T-08, C-02, C-03, C-04 e S-10), várias delas sobre alicerces de pedra. As demolições das edificações, para o alargamento das vias, foram iniciadas em 1941. As telhas goivas são testemunhos da arquitetura portuguesa. Sua produção deve ter começado no final do século XVII ou no início do seguinte. Em 1721, o Ouvidor Rafael Pires Pardinho (Curitiba, 1906:10), ao traçar as normas para a urbanização da Vila de Curitiba estabelecera, no seu Provimento 33, a obrigatoriedade da cobertura das casas com telhas de barro. As telhas alemãs e francesas passaram a cobrir as edificações mais tarde, aquelas em função do afluxo de imigrantes germânicos na primeira metade do século XIX, que começaram a ocupar terrenos ao norte do núcleo central da Cidade, inclusive em trechos das vias focadas nesta pesquisa (Heisler, 1929:69). Fragmentos de recipientes e objetos em louças diversas, que requeriam temperaturas mais elevadas e tecnologias mais sofisticadas para a sua fabricação, estão representadas por 392 peças (14,60%) ocorrendo, em maior número, nos pontos da área T. Resultaram de comércio com o exterior. As que puderam ser identificadas por marcas ou decorações apontam para a sua procedência de fábricas inglesas, as quais passaram a exportá-las em grande quantidade após a abertura dos portos brasileiros às nações amigas em 1808. O único fragmento de louça que talvez tenha procedido de Portugal anteriormente, está assinalado por faiança branca (correspondente a malga), encontrada no ponto S-09. A louça faiança fina foi a mais frequente nas três áreas, sendo mais numerosa na T, especialmente no ponto T-01. Embora muitas apresentem decorações, as louças em faiança fina eram vendidas a preços acessivos. Nos fragmentos que possibilitaram a identificação da função dos objetos, verificou-se uma predominância dos pratos rasos e fundos (23,20% do total faiança fina), seguidos por urinóis (19,20%), vasos (14,40%), xícaras (9,20%), tigelas (8,40%), canecas (7,20%), pires (3,60%), malgas (3,60%), travessas (1,20%) e pote (0,40%). Quatro tampas associaram-se a urinóis. Vinte e quatro peças (9,60%) não puderam ser identificadas quanto à função (Quadro 2).

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Quadro 1. Arrolamento resumido do acervo recuperado junto às obras.

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Quadro 2. Frequência relativa das formas na louça faiança fina.

Os vasos ocorreram apenas no ponto T-01, ao passo que os urinóis, além deste, também no C-10. O fato de fragmentos originários desses dois pontos, apesar de estarem em calçadas opostas e a dezenas de metros de distância, terem composto um urinol e um vaso durante a restauração, indica que ambos, antes do descarte, tiveram uma origem comum. Quanto ao acabamento, em 16,40% das faianças finas, as faces são brancas. Em outras ocorreram esmaltes nas tonalidades pearlware (54,80%), creamware (1,60%) e whiteware (0,40%). As 67 restantes (26,80%) são decoradas com várias técnicas (Quadro 3).

Quadro 3. Frequência relativa das técnicas de acabamento e decoração na louça faiança fina.

O esmalte pearlware passou a ser usado a partir de 1810, substituindo o creamware (Tocchetto et alii, 2001:23). As decorações mono ou policrômicas apontam para técnicas que variam da pintada à mão, carimbada, spatter, sponge, transfer-printing, engine-turned à da superfície modificada (moldada), com motivos, padrões e estilos floral, linear, em faixa, blue edged, azul borrão, willow azul e royal rim.

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Marcas, como “STTAFORDSHIRE STONE CHINA H&A”, “ORIGINAL STTAFORDSHIRE” e “DAVENPORT”, existentes nas bases de algumas peças, permitem relacioná-las com fabricantes da Inglaterra em meados do século XIX. Em duas peças com a segunda marca, há associação da firma do importador: “ESTEVÃO BUSK & CIA – RIO DE JANEIRO”. Ambas foram decoradas por técnica transfer printing, padrão Willow e estilo chinoiserie. Em um prato, também Willow azul e estilo chinoiserie, a âncora que centraliza a inscrição “DAVENPORT”, apresenta detalhes que a remetem ao período de fabricação: de 1830 a 1860. Em vasos com a mesma marca, os números que ladeiam a âncora informam o ano de fabricação: 1869. Os períodos de produção de louças decoradas aqui encontradas, como Shell edged azul, Pearlware Royal rim, Pearlware Engine-turned xadrez azul, entre outras, variam de 1780 a 1850 e de 1820 a 1860. Fragmentos de louças em porcelana foram encontrados nas três áreas, mas com pequena frequência; correspondem a 1,01% da amostragem total (27 peças), representando pires, pratos e xícaras. Poucas receberam decoração por meio de frisos e faixas dourados. Entre os pires e xícaras com superfície branca, alguns são facetados. Não foram identificadas marcas de fabricantes nessa louça de custo mais elevado em relação às anteriores. Restos de pratos, canecas, xícaras e malga em louça biscuit, uma porcelana não esmaltada e submetida a duas queimas, concentraram-se nos pontos T-05, S-04 e S-06. As 71 peças recolhidas (2,64%) apresentam superfície branca, porém nas de vinte e seis pratos e duas canecas ocorre decoração moldada trigal. Mais rara nas pesquisas foi a louça ironstone, assinalada apenas por 4 fragmentos de terrinas (0,15%), no ponto C-10; não ostentam decoração ou marcas de fabricante. Garrafas em louça grés, uma delas intacta, foram registradas nas três áreas, sendo mais frequentes nos pontos T-01 e C-10. A peça completa e as restauradas permitiram o seu dimensionamento: variam de 18 a 27cm de altura e de 8,10 a 9,20cm de diâmetro no bojo. A superfície vidrada mostra cores variando do bege, ao marrom e verde-claro. Em uma delas há marca do fabricante: “...AMBE... POTTERY LONDON”. Serviram para o envasamento de bebidas fermentadas e destiladas. Intacto também, um tinteiro em grés foi encontrado no ponto T-03. De cor marrom, com superfície vidrada, a peça mede: 4,90cm de altura e 4,80cm de diâmetro no bojo. Conforme Lima et alii (1989:218), no século XIX, a Inglaterra exportou para o Brasil grande quantidade de objetos em grés. Vinte e quatro fragmentos de azulejos (0,89%) foram detectados nas três áreas, mas em maior número na C. Há um equilíbrio entre os brancos e os decorados. Alguns destes apresentam a superfície superior com cores amarela, cinza-claro e marrom-claro, aplicadas uniformemente; outros apresentam-na decorada por decalque, com motivos florais mono ou policromados. Nos pontos da área T, todos os azulejos são brancos. Manilhas em louça vidrada e botão e isolantes de porcelana serão comentadas adiante, junto às “miscelâneas”. Os objetos elaborados em vidro correspondem a 382 peças (14,22%). Entre eles predominam as garrafas fabricadas em vidro verde com vários tons;

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ocorrem, também, as de vidro incolor, azul e marrom, estas igualmente em vários tons. Proporcionalmente, foram mais numerosos no ponto T-01. Algumas ostentam, lateralmente e em alto-relevo, inscrições incompletas: “...T. GAYEN” e “...GAYEN... LTD”, esta associada a brasão. Nas bases de outras foram constatadas marcas: “C S & L”, “28” e “2”, não identificadas nos catálogos consultados. Fabricadas manualmente e por sopro em muitos casos, uma delas conserva indícios do processo em molde triplo, uma técnica que vigorou de 1820 a 1870 (Zanettini; Camargo, 2000:10). Na extremidade superior dos gargalos desses exemplares ocorrem colar ou colares de vidro, adicionados durante a produção entre 1840 e 1870; um destes, com estrias verticais paralelas conserva, ainda, tampa de vidro incolor. Uma garrafa fabricada em molde triplo, que pôde ser restaurada, mede 27,50cm de altura e 8,00cm de diâmetro no bojo; na base, em alto-relevo, lê-se o número 2. As garrafas de vidro, como as de grés, deveriam conter bebidas fermentadas e destiladas, além de refrigerantes. Frascos de vidro incolor, azul e azul-cobalto, apresentam grande variedade de formas e dimensões. Seus vestígios também predominaram no ponto T-01. Conforme as inscrições nas facetas de um deles (“ACEITE DE HIGADO DE NORUEGA/HAMBURG/BECKER & FRANCF NACHF”) representam embalagens de produtos farmacêuticos importados (revigorantes e medicamentos). Outros conteriam perfumes e loções, como o frasco cilíndrico em vidro azul-cobalto, com colares do mesmo vidro aplicados externamente nas extremidades; este, encontrado no ponto T-01, mede 8,50cm de altura e 2,60cm de diâmetro no bojo. Vidros planos e translúcidos de janela ocorreram em maior quantidade no ponto T-01, mas também estavam presentes nos de outras áreas. Somente um fragmento, igualmente encontrado naquele ponto, mostra vestígios de sua utilização em espelho. Treze objetos de vidro ou de seus fragmentos apresentam funções diferenciadas das comentadas acima e, embora classificadas, integram a coluna “outros” no Quadro 1. Correspondem a manga de lampião a querosene e contade-colar (ambas do ponto T-01), copos (T-07, C-10 e S-02), cálice (C-05) e pires de pirex (T-07), com decoração trigal azul pela técnica de estêncil. As inscrições na sua base, “Color...” e “MA”, remetem-no à produção nacional recente. Essas evidências relacionam-se à iluminação e às atividades e copacozinha. A conta-de-colar, de cor amarela e medindo 16mm de comprimento e 14mm de diâmetro máximo, liga-se a Oxum na religião do Candomblé. Vidros derretidos foram registrados nos pontos T-07 e S-09. Objetos em metal foram recolhidos nas três áreas, mas, em especial, no ponto T-01. O ferro é a matéria-prima predominante; na fabricação de poucas foi utilizado o cobre, latão, zinco, folha-de-flandres (ferro estanhado) e alumínio. As de ferro encontram-se em precárias condições de conservação. Apesar de somarem apenas 168 peças (6,26%), esse acervo informa sobre múltiplas funções, a maioria delas ligadas a edificações e às atividades desenvolvidas no seu interior. Os cravos, também conhecidos como “pregos de ferreiro”, somente ocorreram no ponto T-01 e em pequeno número. Pregos roliços foram um pouco mais comuns, sendo registrados em todas as áreas e, de forma mais concentrada, no ponto T-01.

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Como componentes de edificações ou a elas relacionados no processo construtivo, foram captados fechaduras, chave, dobradiça, contratesta de porta, parafusos, trincos, engates, arame, ponteira e talhadeira. Restos de embalagens de folha-de-flandres contiveram alimentos e, chapinhas do mesmo metal, vedaram recipientes contendo líquidos. Vinculados à montaria, foram registrados estribo e argola de arreio, ambos no ponto T-01. O ponto T-01 proporcionou, ainda, duas peças cujas funções não se ajustam ao ambiente doméstico: um suporte de mastro em ferro, talvez utilizado em estabelecimento de ensino ou repartição pública, e um cravo, também em ferro, destinado à fixação de tábuas na construção naval; este tem a forma de T, medindo 6,50cm na trave e 6,50cm no pino. O suporte, com 4,50kg de peso, mede 15cm de altura, 18cm de diâmetro na base e 17cm no topo. No centro deste, já uma perfuração com 4cm de diâmetro. Um crucifixo de cobre, encontrado no ponto T-07, vincula-se à religião católica. No ponto C-05 ocorreram escórias de ferro, provavelmente descartadas da Fundição Marumby, de Mueller & Irmão, que atuava desde o século XIX no espaço da rua Barão do Serro Azul hoje ocupado pelo Shopping Mueller. A única moeda recuperada estava no ponto C-08. De cuproníquel, a peça apresenta o valor de “400 réis” e a data de “MDMI”. Sua circulação abrangeu o período de 1901 a 1942, quando foi substituída pelo padrão cruzeiro. Evidências ósseas, geralmente relacionadas à alimentação, foram as encontradas em maior número em todas as áreas, especialmente no ponto T-01. Somando 1.439 peças (53,59%), a maioria delas deriva de bovinos processados em açougue. Uma pequena parcela dos ossos mostra extremidades seccionadas com serra de “dentes finos”; poucos as apresentam com sinais de uso de serra com “dentes grossos”. Predominam os ossos fragmentados, diferenciados como “partidos” na classificação, alguns com marcas de golpes de faca ou machado. Posturas municipais disciplinando o manuseio de carcaças em açougues de Curitiba datam de 1858 (Pereira-Org., 2003:76); proibiam o uso de machados ou outros instrumentos que não fossem serras ou serrotes. Os ossos partidos poderiam indicar o comércio de carne anteriormente à determinação municipal, interpretação reforçada pela presença de marcas deixadas pelos instrumentos que passaram a ser proibidos. No depósito do ponto T-01 foram registrados, também, fragmentos de vértebras, crânios, mandíbulas e dentes de bovinos, alguns destes ainda inseridos naquelas. O ponto T-01 proporcionou, ainda, ossos de galináceos e de canídeos; além desse ponto, ossos de aves domésticas ocorreram nos pontos C-01 e S-03. Três fragmentos de valvas de lamelibrânquios (0,11%) foram recolhidos nos pontos C-02 e S-02. Referem-se à antiga fauna aquática das várzeas do rio Belém. Peças não incluídas nos itens comentados acima, por serem recentes ou constituídas por matérias-primas diversas, foram reunidas na coluna “miscelânea” do Quadro 1; são representadas por 83 evidências (3,09%), completas ou fragmentadas.

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Assim, telhas do tipo colonial, mas produzidas com técnicas modernas, foram registradas nos pontos T-01, S-02 e S-04. Elaboradas da mesma forma, são as manilhas vidradas ou não, encontradas nos pontos C-10, S-02 e S-04. Relacionadas às edificações demolidas em função do alargamento das vias, estão fragmentos de revestimentos de paredes, recolhidos amostralmente nos pontos T-01, C-01 e C-04. Conservam, na face alisada da argamassa de cal, restos de pintura uniforme, às vezes com camadas superpostas. Em um deles (C04), as camadas correspondem a pinturas sequenciais nas cores azul, rosa, marrom, rosa, verde, amarela e azul, inferindo o longo período de ocupação da casa. Fragmento de lajota em concreto com marmorização em uma face procedeu do ponto C-01; apresenta decoração geométrica em forma de losangos nas cores cinza, preta e branca. Revestiu piso de residência. Parte de grandes vasos de jardim, fabricados em cimento branco, ocorreram nos pontos S-02 e S-06; alguns estão com a superfície vidrada. Botão e isoladores de eletricidade, que provieram dos pontos T-01 e S-08, respectivamente, foram confeccionados em porcelana branca. Uma tampa com inscrição incompleta “...AXI” e um pente amarelo, ambos de plástico e recentes, estavam nos pontos C-01 e S-07. Encerrados em ambiente úmido, conservaram-se evidências elaboradas com matérias-primas que seriam decompostas em outros ambientes. Vinculam-se a atividade construtiva, indumentária e alimentação. Compreendem cunha de madeira (T-03), solas e partes de calçados de couro (T-03, S-02 e S-04), cinto em couro (S-02) e alça de sacola em couro (S-04). Deste ponto procede, também, uma sola de sapato em borracha. Os solados de couro foram costurados e pregados. Como resíduos alimentares estão sementes de coco, pêssego e abóbora, preservados nos pontos S-02 e S-09.

Considerações finais As vias abrangidas pelas atuais pesquisas correspondem, em parte, à Estrada da Marinha ou da Graciosa que, a partir da rua da Entrada ao lado da Praça Tiradentes, conduzia ao litoral paranaense. Com o passar do tempo, o caminho [da Graciosa], ao chegar em Curitiba, batizou a rua por onde entrou. Ali ficou por muitos anos, até ser substituído sucessivamente pelos nomes de Cândido de Abreu, Fontana, João Gualberto. Caetano Munhoz da Rocha e Erasto Gaertner. Hoje, restringe-se à pequena travessa de uma só quadra, junto ao Graciosa Country Clube (Moreira, 1975:266).

O núcleo criado em torno da Praça Tiradentes em meados do século XVII pouco havia se expandido até o final do XVIII. O seu crescimento tornou-se mais expressivo no século seguinte, devido ao impulso econômico proporcionado pelas indústrias ervateiras e madeireiras, o afluxo de imigrantes e, principalmente, à elevação de Curitiba à condição de Capital da Província do Paraná instituída em 1853. A urbanização da rua Barão do Serro Azul ocorreu na primeira metade do século XIX, com a ocupação de seus terrenos ainda por famílias de portugueses ou de seus descendentes. Essa predominância de ocupantes, porém, começou a ser atenuada com a chegada de imigrantes germânicos. O pioneiro Miguel

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Mueller nela se instalou em 1833. Sua propriedade situava-se no Largo de Chafariz [Praça 19 de Dezembro], “dando para a rua Riachuelo e para a Graciosa”. (Trevisan, 2000:157). Na segunda metade do século XIX, Reinhold Garmatter estabeleceu açougue e fábrica de linguiça no mesmo Largo e, na Graciosa, Alois Groetzner abriu novo açougue, além de salão de dança. Outros imigrantes alemães passaram a se fixar em chácaras ou colônias nos arredores da Estrada da Graciosa e ao norte da malha urbana central, especialmente ao longo dos caminhos que se dirigiam para o Açungui, Barigui e Campo Largo. Ocuparam preferencialmente terrenos florestados, com solos férteis. Desses assentamentos periféricos tratou Alfredo Heisler (1929:49), por ocasião das comemorações do centenário da imigração alemã no Paraná, localizando-os no croquis então produzido (Fig. 12).

Figura 12. Localização das chácaras ou colônias alemãs nos arredores de Curitiba (Fonte: Heisler, 1929:69).

Os que se fixaram na cidade, contribuíram para a mudança do estilo arquitetônico de origem portuguesa reinante. Conforme Nestor Vitor (1996:71), os colonos alemães estabelecidos nos arredores, de onde abasteciam Curitiba com seus produtos agrícolas, logo se transferiram para o quadro urbano, dedicando-se ao comércio e implantando indústrias diversificadas. O fornecimento de produtos hortigranjeiros continuou sendo proporcionado por imigrantes de outras etnias. Foi importante para o incremento da urbanização do trecho em pauta, a definição da Estrada da Graciosa como via de comunicação de Curitiba com o litoral, encerrando a disputa secular entre os núcleos populacionais do Atlântico. Antonina defendia o uso do Caminho da Graciosa, enquanto Paranaguá e

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Morretes, o do Itupava para o escoamento dos produtos sujeitos à cobrança de pedágio. Prevalecendo um deles, o outro deixava de ser utilizado. Coube a Zacarias Góes de Vasconcelos, o primeiro presidente da nova Província, a escolha da Graciosa. Com os recursos financeiros disponíveis nessa fase inicial, entretanto, só foi possível a execução de retificações e alargamentos nos pontos precários do caminho (Moreira, 1975:351). As edificações construídas pelos primeiros moradores da rua Barão do Serro Azul e av. Cândido de Abreu, começaram a ser demolidas em 1941 para o seu alargamento. Seus vestígios, representados por alicerces de pedra e paredes de tijolos maciços, inclusive de fragmentos de argamassa de cal que as revestiam, muitos deles com camada ou camadas sucessivas de pinturas, foram encontrados em diversos pontos das áreas pesquisadas. Algumas dessas edificações existentes antes das transformações pelas quais passaram as duas vias, foram assinaladas em croquis publicado por Luis C. P. Tourinho (1977:30/31): na rua Barão do Serro Azul, na esquina com a rua Paula Gomes, encontrava-se o Armazém do Leonel e, próximo a esquina da rua Inácio Lustosa, a Escola Alemã. Na av. Cândido de Abreu, após a esquina da rua Inácio Lustosa, existia a Padaria Reforma de um lado e a Fundição Marumby do outro. No final da avenida, onde hoje se erguem os prédios do Centro Cívico, ficava o Campo do Paraná tendo, ao lado, o Bangalô de Dona Geralda (Fig. 13).

Figura 13. Edificações localizadas na rua Barão do Serro Azul e avenida Cândido de Abreu (Fonte: Tourinho, 1977:30/31).

É provável que as escórias de ferro registradas no ponto C-05 sob a calçada da rua Barão do Serro Azul, entre as esquinas das ruas Inácio Lustosa e Paula Gomes, sejam rejeitos da Fundição Marumby. Nesse estabelecimento industrial podem ter sido fabricados, entre outros objetos em ferro encontrados em diversos pontos, também o suporte de mastro de bandeira e o cravo destinado à construção naval, ambos procedentes do ponto T-01, na esquina da rua Pres. Carlos Cavalcanti com a Barão. É possível que o suporte de mastro se relacione ao mobiliário da Escola Alemã demolida e, o cravo, aos que eram encomendados àquela metalúrgica para a construção de embarcações de madeira no litoral do Paraná.

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O ponto T-01 representa, na área pesquisada, uma forma de deposição de lixo doméstico que caracteriza uma prática comum na Cidade anteriormente à coleta regular pelo poder municipal. Esta foi instituída por meio de Postura, em 1895 (Pereira, 2003: 103).7 Esse ponto não pôde ser escavado completamente porque se encontrava obstaculizado por edificação recente. Guardando certa semelhança com a estrutura T-01, embora de dimensões menores, estavam os pontos C-05 e C-10, localizados na calçada da rua Barão do Serro Azul, em ambas as esquinas da rua Paula Gomes. Outra forma de deposição de resíduos foi constatada na área da canalização de esgoto na av. Cândido de Abreu. A vala aberta para esse fim atingiu grande profundidade expondo, em vários trechos, a antiga várzea do rio Belém. As evidências registradas nesse meio apontam para o costume dos curitibanos de depositar, no século XIX, seu lixo sobre o terreno instável nas proximidades da margem direita daquele curso fluvial. Pode ter sido descartado pelos moradores que iniciaram a ocupação da rua Barão do Serro Azul e os da rua Riachuelo. Objetos introduzidos juntamente com aterros foi a terceira modalidade de deposição de material arqueológico verificada na pesquisa. Os aterros eram, geralmente, compostos por resíduos de demolições. No cotejo dos itens referentes à copa-cozinha nas coleções reunidas neste trabalho, chama a atenção a baixa frequência dos recipientes confeccionados artesanalmente, não obstante a sua produção e uso tenha perdurado até a primeira metade do século XX. Em espaços estudados no Setor Histórico de Curitiba, cujos remanescentes apontam para ocupantes de origem portuguesa, a presença da cerâmica neobrasileira foi constante, ao lado de louças industrializadas. Os poucos fragmentos agora encontrados, restringiram-se às áreas T e S, especialmente no ponto T-01; apenas um fragmento ocorreu no ponto S-02, junto à várzea do rio Belém. Entre as louças industrializadas, predominou a elaborada em faiança fina, seja na utilizada em copa-cozinha (56,80%), seja na higiene (urinóis-19,20%) ou na decoração (vasos-14,40%). Somente 26,80% dessa louça recebeu decoração; a maioria apresenta superfície branca ou revestida com esmaltes, dos quais o pearlware é o mais popular (54,80%). Louças em grés, porcelana, ironstone e biscuit foram mais raras, não ocorrendo, a terceira, nas áreas T e S. A louça biscuit, ausente na área C, tendeu a formar concentrações em alguns pontos das outras. Garrafas em louça grés foram encontradas esparsamente nas três áreas e, tinteiro, igualmente em grés, somente no ponto T-03. O único fragmento de recipiente em louça faiança, provavelmente procedente de Portugal, foi localizado aos 120cm de profundidade, nas proximidades da margem esquerda do rio Belém (ponto S-09). 7

Em covas abertas nos quintais das residências, às vezes de grandes dimensões e profundidades, era depositado o lixo doméstico. Essas estruturas disponibilizam, para o pesquisador, importantes repositórios de objetos e restos alimentares, que informam sobre o cotidiano dos seus antigos moradores, bem como de sua condição social e econômica. Pelo fato de estarem circunscritas e, em profundidade que as protegiam de impactos superficiais, as evidências arqueológicas recuperadas nesses espaços são passíveis de restauração, como as que foram praticadas com as procedentes do acima citado ponto. Lixões domésticos com essas características já foram escavados em outros pontos do meio urbano curitibano e também no ambiente rural junto a ocupação neobrasileira; em um daqueles, o depósito havia sido formado no século XVIII.

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As marcas, técnicas de acabamento e decoração verificadas na louça em faiança fina resgatada apontam para a produção inglesa no século XIX, principalmente na sua segunda metade, justamente no lapso de tempo em que as vias abrangidas por este estudo foram ocupadas. Poucas louças e objetos em vidro, metal e plástico referem-se, porém, ao século XX, como a moeda de 400 réis, datada de MCMI, recuperada sob a calçada da rua Barão do Serro Azul, próximo à esquina da rua Paula Gomes (ponto C-08). Conforme o Banco Central do Brasil, esta é a única moeda brasileira em que a data foi cunhada em algarismos romanos (www.bcb.gov.br). Circulou até 1942, quando foi implantado o padrão “cruzeiro”. Nas palavras de Luís C. P. Tourinho (1977:33), “...quatrocentão era dinheiro. Chegava para assistir dez filmes no Cine Palácio, (...) por duzentão. O resto, dava para comprar dois „americanos‟ (...) que embora afirmasse ser o doce feito de milho pipoca, mel e cuspo, saboreava-o com prazer”. De todos os pontos pesquisados, o T-01 foi, como já se disse, o que proporcionou o maior volume e diversidade de objetos fragmentados ou intactos. Embora não explorado em sua totalidade porque se encontrava perturbado em uma parte e obstaculizado por edificação em outra, a escavação procedida no trecho disponível permitiu, além de sua caracterização como depósito de lixo em cova aberta intencionalmente, a correlação das evidências descontextualizadas com as obtidas com controle estratigráfico. Nesse espaço, os vestígios resultantes de atividades domésticas predominaram, mas com frequência excessiva de alguns componentes. Os urinóis, vasos, garrafas e ossos de bovinos manipulados em açougue ocorreram em quantidades não compatíveis com a demanda de uma residência normal. Essa cova teria recebido resíduos produzidos pelos moradores do local e também de estabelecimentos dos arredores, como açougue e hospedaria (no caso dos urinóis). Algumas peças desse ponto, quando restauradas, incluíram fragmentos recuperados em outro situado mais distante (C-10), indicando a procedência, nos dois casos, dos mesmos geradores do lixo. Os acervos procedentes das três áreas pesquisadas por este projeto encontram-se no CEPA/UFPR integrando, as peças restauradas e os fragmentos mais representativos, o “Museu Arqueológico José Loureiro Fernandes”, desempenhando sua função educativa junto às comunidades universitária e externa.

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