RELATÓRIO FINAL - FACEBOOK E ELEIÇÕES - UMA ANÁLISE DOS COMENTÁRIOS E INTERAÇÕES RELACIONADOS AOS PRINCIPAIS PRESIDENCIÁVEIS NA PÁGINA FOLHA DE S. PAULO DURANTE A DISPUTA ELEITORAL DE 2014.

June 20, 2017 | Autor: Bruno Nichols | Categoria: Public Opinion, Political Science, Political communication, Facebook, Facebook Studies
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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO COORDENADORIA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E INTEGRAÇÃO ACADÊMICA PROGRAMA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E EM DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO E INOVAÇÃO

BRUNO WASHINGTON NICHOLS

RELATÓRIO FINAL

FACEBOOK E ELEIÇÕES - UMA ANÁLISE DOS COMENTÁRIOS E INTERAÇÕES RELACIONADOS AOS PRINCIPAIS PRESIDENCIÁVEIS NA PÁGINA FOLHA DE S. PAULO DURANTE A DISPUTA ELEITORAL DE 2014.

Relatório apresentado à Coordenadoria de Iniciação Científica e Integração Acadêmica da Universidade Federal do Paraná por ocasião da conclusão das atividades de Iniciação Científica ou Iniciação em desenvolvimento tecnológico e Inovação - Edital 2014/2015 (ano de início e término do Edital).

Emerson Urizzi Cervi / Departamento

Título do Projeto: Uso de novas tecnologias nas eleições municipais de 2012 na região Sul do Brasil: Análise da cobertura política e campanha eleitoral das novas mídias digitais em disputas municipais no Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. / Número de Registro no BANPESQ/THALES: 2012003874

CURITIBA 2015

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO COORDENADORIA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E INTEGRAÇÃO ACADÊMICA PROGRAMA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E EM DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO E INOVAÇÃO

RELATÓRIO FINAL TÍTULO: Eleições 2014: uma análise dos comentários relacionados aos principais presidenciáveis na página Folha de S. Paulo no Facebook. 2.

3. ALTERAÇÕES REALIZADAS NO PLANO DE TRABALHO SUBMETIDO

As alterações que foram realizadas ao longo da pesquisa dizem respeito à operacionalização do objeto de estudo, uma vez que, inicialmente, a pesquisa se propusera a acompanhar as postagens, os comentários e as interações entre os comentários de onze jornais em suas páginas no Facebook – destes, três jornais de circulação nacional (O Estado de São Paulo, Folha de São Paulo e O Globo) e oito jornais em âmbito regional (Diário do Pará/PA, Correio do Estado/MS, O Povo/CE, Zero Hora/RS, O Estado de Minas, A Tarde/BA, Correio Brasiliense/DF e Gazeta do Povo/PR). Dessa forma, o trabalho perderia o foco ao analisar uma amostra tão grande, sendo necessário, então, diminuir o tamanho da amostra e alterar o título do plano de trabalho para a forma atual, predispondo-se a observar de forma crítica os comentários e interações relacionados aos principais presidenciáveis na Folha de São Paulo durante a disputa eleitoral de 2014. No tocante a itens como metodologia e objetivos, a pesquisa não sofrera grandes ajustes em si, caracterizando apenas a alteração do objeto em função de suas execuções. Algumas reformulações quanto à periodicidade analítica também ocorreram. Em suma, as análises agora estão dispostas, majoritariamente, em turnos (não mais em semanas, como antes). A análise sobre a radicalização também sofreu pequena reforma, passando a ser estudada em conjunto com outras variáveis, de modo a ampliar e aprofundar o estudo, tornando a análise mais rica. O título sofreu alterações, contendo menos caracteres mas continuando rico em informações.

4. RESUMO

Considerando a participação cada vez maior dos brasileiros na rede social Facebook busca-se, neste projeto, analisar as dinâmicas produzidas pelos comentários realizados nas publicações da página do Jornal Folha de São Paulo durante a cobertura eleitoral do ano de 2014. Procura-se, a partir desse estudo, verificar o total de comentários por turno; apontar como se deu a reflexividade dos comentários por turno e também por semana e, por fim, certificar se comentários críticos prevalece sobre comentários elogiosos. Para a instrumentalização desta pesquisa, fora utilizada a técnica de análise de conteúdo com aplicação do Netvizz aliado ao programa IBM/SPSS para o refinamento dos dados e disposição dos mesmos. Esta pesquisa desenvolvida com os dados obtidos através do Núcleo de Comunicação Política e Opinião Pública (CPOP) da Universidade Federal do Paraná (UFPR). Através da análise dos dados do primeiro turno, constata-se que houve 156.456 comentários válidos para esta pesquisa no primeiro turno.

Em relação à

reflexividade por turno, há uma prevalência geral da característica “persuasão” (21,3% do total analisado) nos comentários, seguida por radicalização – 20,2% de comentários radicalizados. Quanto à forma, conclui-se que no debate prevaleceram os comentários em tom de crítica em face aos comentários elogiosos, ficando em 51,2% x 38,2%, respectivamente. Em suma, os dados relacionados ao primeiro turno denotam que os comentadores apresentam uma maior tendência a persuadir ou ser persuadido e a tecer comentários majoritariamente críticos. Por sua vez, no segundo turno houve 260.963 comentários válidos para esta análise. Quanto à reflexividade, persuasão apresenta característica dominante com 25,9% seguida por radicalização 6,4%. Por sua vez, ao analisar a forma dos comentários percebe-se que no segundo turno o número de comentários elogiosos supera os comentários críticos – 46,3% x 35,5%, respectivamente. Com os dados expostos, pode-se dizer que i) comentou-se mais no segundo turno que no primeiro, ii) que a característica persuasiva tornou-se ainda mais dominante no segundo turno e iii)

os

comentários elogiosos passaram a serem dominantes em relação aos críticos no segundo turno, tendência oposta ao que ocorrera no primeiro turno.

5. INTRODUÇÃO

A eleição presidencial de 2014, além de acirrada, pode ser pensada como uma disputa marcada por diversas situações inesperadas ao longo do período de campanha eleitoral como, por exemplo, o falecimento do presidenciável Eduardo Campos (PSB) e a escolha para suprir o lugar deste candidato pela até então vice-presidente Marina Silva (PSB). A partir do momento onde há um cenário de intensa disputa - como uma eleição - por diversas partes numa rede social como o Facebook - que ganha, dia pós dia, mais membros, tornando-se a maior rede de relacionamentos via internet do Brasil - cria-se a necessidade de analisar os valiosos dados fornecidos pelas mais variadas fontes: desde os meios de comunicação tradicionais que migram, cada vez mais, para estas novas formas de interação, aos comentadores desta rede, que produzem múltiplas formas de interação dentro de um espaço que oferece ampla liberdade para a execução de qualquer forma de comentário. Neste cenário, torna-se necessário um estudo aprofundado sobre o debate público ocasionado nesta rede social à respeito da corrida presidencial em 2014. Objetiva-se, então, pensar as variadas formas de relação que se desenvolveram no seio dos posts publicados pela página do Jornal Folha de São Paulo no Facebook, procurando tendências a serem verificadas pelos resultados. Com a popularização aliado ao rápido crescimento da internet somado a “explosão” das redes sociais como Twitter, Google Plus e Facebook pelo mundo, e com a maior adesão brasileira por esta última1, busca-se analisar dentro da página do Jornal Folha de São Paulo, no Facebook, a maneira pela qual se deu a dinâmica das interações dentro dos posts relacionados aos principais presidenciáveis: Aécio Neves (PSDB), Dilma Rousseff (PT) e Eduardo Campos/Marina Silva (PSB). Sabe-se que a eleição presidencial de 2014 fora acirrada, representando – entre outros elementos, um cenário de disputa por votos, denotando à internet – e, em específico, no caso analisado, o Facebook - uma plataforma de ampla concorrência para a garantia de tais, concorrência esta que propicia formas de interações e dinâmicas em relação a eleição em si. Somado a imensa adesão nacional ao Facebook (mais de 76 milhões de usuários, conforme matéria da Folha de São Paulo) os jornais tradicionais nas novas mídias passam a ter cada vez mais importância nas eleições, uma vez que em suas publicações o debate público entre os agentes é fomentado, podendo constituir uma ferramenta para a escolha do voto. O debate público, na internet, apresenta suas características próprias. Neste contexto, Cervi (2013) explica que:

O público que participa do debate contemporâneo deve ser entendido como um conjunto de indivíduos que não se conhecem entre si, mas que consideram a possibilidade de que a ação ou opinião do outro seja próxima à sua. Ao conjunto dessas expectativas sobre temas públicos damos o nome de opinião pública. Como resultado desse debate, a opinião pública é um fenômeno transitório, pois depende de sentimentos, percepções e comportamentos próprios e dos outros. Qualquer mudança em um dos elementos integrantes do debate, como entrada de novos integrantes, de novas formas de informações 1

http://observatoriodaimprensa.com.br/download/PesquisaBrasileiradeMidia2014.pdf

sobre o tema ou até mesmo de novos temas, são suficientes para influencias a opinião individual e por consequência alterar a opinião pública. (CERVI, 2013, p. 254).

Vale ressaltar, também, que o Facebook (ao contrário dos Portais independentes dos jornais, em sítios próprios na web) não oferece bloqueios nem análise prévia dos comentários, oferecendo assim um espaço realmente aberto para o fomento do debate público. Outra vantagem substancial ao analisar o Facebook dos Jornais em detrimento dos sites próprios é a quantidade de material a se analisar: para se publicar um comentário no site de um jornal, há uma série de quesitos a serem aceitos e preenchidos para tal, outras vezes alguns sites publicam comentários recebidos seguindo um parâmetro. Sendo assim, a quantidade de comentários enviados ao jornal não é a mesma do número de comentários publicados pelo mesmo – apresentando, então, uma diferença essencial (para este estudo) entre essa rede social e os sites: o número de comentários publicados – proporcionando, no caso do Facebook, um ambiente analítico mais completo. Tendo em vista o contexto explicitado, uma das hipóteses que pode ser pensada é a de que i) houve significativo aumento no debate entre os comentadores, tendência a ser verificada a partir da observação do número de comentários, considerando que esta tendência se deu de forma crescente ao longo da disputa eleitoral; ii) existe uma relação significativa entre as variáveis “tempo de campanha” e “reflexividade”, considerando que os comentadores tendem a radicalizar mais no segundo turno do que no primeiro turno; iii) que a variável “formato do comentário” apresenta números invariavelmente maiores no que tange conteúdo crítico em vistas de elogios; iv) que a reflexividade entre os comentários se dá de uma forma onde não há existência de qualquer característica que se desponte como a única e principal para explicar tal dinâmica.

6. REVISÃO DA LITERATURA;

A Folha de São Paulo é um jornal tradicional fundado em 1921 com o nome “Folha da Noite”, que passou a ter também os jornais “Folha da Manhã” e “Folha da Tarde” anos depois. Mais tarde, em 1º de Janeiro de 1960, os três jornais se fundem dando origem ao nome utilizado atualmente2. Com a expansão da internet no Brasil, o Jornal Folha de São Paulo passa a, em 1996, investir em conteúdos na web com a criação do Universo Online (UOL), passando a ser a primeira empresa jornalística do Brasil a divulgar notícias em jornal físico e na web pelo endereço eletrônico “uol.com.br”. Um ano antes, é criado o portal eletrônico FolhaWeb que em 1999 passa a ser chamado de Folha Online, ainda operando de forma independente ao conteúdo publicado em jornal físico – independência que acabaria em 2010, com a integração das redações da Folha Online e da Folha impressa.3 A empresa possui, também, uma página oficial na rede social digital Facebook, contando com 5 milhões de curtidas proporcionando, desta forma, maiores possibilidades deliberativas no objeto empírico analisado. A deliberação propõe trazer à tona modos de lidar com conflitos que, de outra forma, dificilmente encontrariam solução. Os processos de formação da opinião e da deliberação influenciam as preferências dos participantes, pois permitem filtrar os temas, as contribuições, as informações e os argumentos em disputa (SAMPAIO, R. C; MAIA, R. C. M. e MARQUES, F. P; 2010 pag 448) - nesta perspectiva, então, a reflexividade no debate público estaria sob o foco analítico. Ainda nesse aspecto, de acordo com Habermas (1996, p. 1734 apud SAMPAIO, R. C; MAIA, R. C. M. e MARQUES, F. P; 2010 pag 448) a deliberação significa, em si, confronto, pois nas trocas discursivas, os participantes tematizam exigências de validade e tentam resgatá-las ou criticá-las através de argumentos e sua força é medida em um contexto criado pela solidez das razões. Por serem submetidas a avaliações e críticas, acredita-se que as expressões racionais também podem ser corrigidas e melhoradas através de trocas discursivas. Porém, a visão deliberacionista é criticada quanto sua efetividade nos meios online. Para Davis (apud SAMPAIO, R. C; MAIA, R. C. M. e MARQUES, F. P; 2010 pag 450) as discussões online não visam à busca em comum por soluções de uma determinada questão conflituosa, mas sim para expressar posicionamentos particulares – sem, necessariamente, estarem em conflitos. Outras críticas são feitas ao modelo deliberacionista quando Wilhelm (apud SAMPAIO, R. C; MAIA, R. C. M. e MARQUES, F. P; 2010 pag 450) comprova a homogeneidade de ideias quanto aos participantes das discussões, ocasionando em debates onde as ideias expostas dificilmente seriam conflitantes entre si, ou quando Jankowski e Van Os (apud SAMPAIO, R. C; MAIA, R. C. M. e MARQUES, F. P; 2010 pag 450) atestam em seus estudos que apenas um pequeno grupo de pessoas dominou o debate em questão, apresentando uma limitação quanto à flexibilização da discussão quanto aos temas e também em relação aos interesses mútuos e reciprocidade.

2

Informações baseadas em: http://www1.folha.uol.com.br/folha/circulo/historia_folha.htm Informações baseadas em: http://temas.folha.uol.com.br/folha-20-anos-na-internet/a-folha-na-web/lider-entre-jornaisfolha-completa-20-anos-na-internet.shtml 3

Outra crítica ao deliberacionismo online parte de Pippa Norris (2003) e está relacionada ao engajamento político que se deve ter para construir uma democracia direta efetiva nos meios online. Segundo a autora o mundo político – na web – divide espaços com sítios de entretenimento, por exemplo, resultando numa possível falta de atenção para com o primeiro (pág. 43), além disto: Em muitos estudos baseados em análise de pesquisas norte-americanas verificouse que a Internet geralmente funciona para “ativar” mais e informar os cidadãos norte-americanos que já estavam envolvidos em política, pregando para os convertidos e reforçando as desigualdades sociais existentes na participação política. (Bimber, 1998; Corrado, 2000; Davis, 1999; Davis e Owen, 1998; Hill e Hughes, 1998; Kamarck e Nye, 1999 apud NORRIS, 2003, p. 24, tradução nossa).

A busca pelo entendimento para a resolução dos conflitos tendo por base o debate também é, de certo modo, discutido por Manin (1996):

O princípio da conciliação, tanto na política quanto nas esferas sociais, supõe a negociação e a discussão. É comum subestimar a importância do debate na democracia de partido, porque o caráter essencial da solução conciliatória nessa forma de governo não foi adequadamente reconhecido. Pensava-se que os representantes dos diferentes campos estivessem rigorosamente comprometidos com os detalhes de suas plataformas políticas - caso em que, de fato, não seria possível nenhuma mudança de posição e nenhum debate. Mas, na realidade, quando a democracia de partido é uma forma estável de governo, ela não funciona por meio da rígida imposição de programas preestabelecidos. (MANIN, 1996. p. 21)

Desta forma, embasada na literatura exposta, busca-se compreender as tendências mais praticadas na participação dos comentadores no debate público ocorrido nos posts da fanpage “Folha de S. Paulo” no Facebook – testando as hipóteses propostas somada à esta revisão. A escolha da literatura para o desenvolvimento deste projeto fora calcada em dois pilares: Jornais e Redes Sociais. Sabe-se que o uso da internet e das redes sociais vem crescendo no Brasil, e isto também modificou, de certo modo, a maneira pela qual o brasileiro interage com a informação. A internet possibilita uma relação de interação entre as informações e o consumidor, oferecendo a ele novas oportunidades para expressar seu ponto de vista em relação a determinado assunto, de acordo com Panis (2013):

O que difere a internet das outras formas de comunicação e o que a constitui como uma nova mídia é a possibilidade de interação envolvendo candidatos e cidadãos, bem como o suporte e ferramentas que dão ao leitor a opção de escolher sua fonte de informação. A internet viabiliza uma comunicação mais horizontal, interativa e constante que tem potencial para dar novas possibilidades de práticas de participação política. (PANIS, 2013, p. 20).

Com a inserção dos tradicionais veículos de informação na rede social Facebook, novas possibilidades de interação também surgiram, sendo possível a expressão de sua opinião sem

limite de caracteres, sem censura prévia, publicação instantânea, interação com outros debatedores, entre outras possibilidades, o que não se verificava através da utilização dos portais independentes dessas mídias tradicionais – tornando-se necessário, então, a realização de uma pesquisa sobre essa relação no Facebook em face às demais redes. Para Marques e Sampaio (2011):

O Facebook também desempenhou um papel interessante na medida em que “curtir”, “compartilhar” ou “comentar” o input inicial gerado por um contato significa distribuir uma mensagem para sua própria rede de amigos. Nesse sentido, a distribuição de conteúdos em rede possibilitada por esta outra iniciativa revela, inclusive, uma vantagem em relação ao Twitter, no qual as mensagens tendem a se perder em grande velocidade. (MARQUES; SAMPAIO, 2011. p. 7).

Desta maneira, faz-se importante a análise da dinâmica dos comentários de um dos maiores jornais do Brasil nesta plataforma, a Folha de São Paulo, no período referente à disputa eleitoral de 2014, buscando verificar as tendências marcantes do que fora comentado. Há, também, que se destacar a operacionalização dos comentários em seu sentido amplo, considerando a possibilidade de radicalização do debate - bem como ocorre nos fóruns, conforme observado por Marques (2006): Nos fóruns abrigados pelo ambiente digital, são comuns ofensas ou exclusões de usuários que não se dobram a determinado posicionamento, o que na verdade não caracteriza uma atitude democrática, na medida em que se configura como uma forma de violência. (MARQUES, 2006, p.181-182).

Destaca-se o fato de que a internet pode ser considerada como um marco na maneira em que ocorre a transmissão da informação para os internautas e o fomento do debate através dessas informações publicadas. Como já dito, o contato entre os comentadores e os posts se dão de forma mais horizontalizada do que nas mídias tradicionais. Segundo Marques e Sampaio (2011):

No que concerne ao consumo de informação política, por exemplo, nota-se uma ruptura em relação aos padrões tradicionais auferidos pelos media convencionais. Ainda que o horário gratuito de propaganda eleitoral continue relevante (e alvo de disputas partidárias com o intuito de formar coligações para garantir tempo de TV relevante), é crescente o consumo de informações por meio da Internet. É verdade que muitas destas informações são apenas reprodução do que já se tem na televisão ou no rádio. Porém, há materiais que somente são tornados disponíveis através de cartascorrente, de vídeos e gravações revelando momentos infelizes de opositores ou, mesmo, de opiniões que outros usuários compartilham com suas listas de contato. Munidos de conhecimento sobre este cenário, as coordenações de campanhas eleitorais passam a instrumentalizar os media digitais de maneira a se adequar a este novo padrão característico do mercado contemporâneo de oferta de informações. (MARQUES; SAMPAIO. 2011. p. 16).

As rupturas entre o padrão de informação antigo para o novo é um dos reflexos da chamada Web 2.0, demarcando então “um determinado período tecnológico, a um conjunto de novas estratégias mercadológicas e a processos de comunicação mediados pelo computador” (PRIMO, 2006, p. 1). Denotando ainda mais importância essas novas formas de se relacionar horizontalmente com as informações, a “Web 2.0 tem repercussões sociais importantes, que potencializam processos de trabalho coletivo, de troca afetiva, de produção e de circulação de informações, de construção social de conhecimento apoiada pela informática” (PRIMO, 2006, p. 2). Analisar a reflexividade no debate público dentro da rede social digital Facebook, considerando as possibilidades que esta oferece, traz-nos uma série de novidades, principalmente quanto à liberdade conferida para tecer um comentário. Assim, o contato da informação publicada por uma página com os comentadores da mesma podem gerar diversos tipos de comentários, variando desde perspectivas gerais acerca do tema principal abordado no conteúdo compartilhado, perpassando a assuntos secundários da própria publicação e, até mesmo, comentários onde a essência de seu conteúdo é destinada a outro comentador (CERVI, 2013).

Ou seja, a relação horizontalizada proporcionada pela utilização dos espaços oferecidos pelas redes sociais digitais gera mobilização por parte dos agentes nelas inseridos. O estudo de Penteado (2012) acerca do Facebook em relação à campanha eleitoral digital aponta para o fato do crescimento contínuo das redes sociais como lugar de sociabilização e esta relação frente uma eleição, segundo o autor:

Hoje as redes sociais já são locais comuns de sociabilidade para uma parcela crescente da população, que passa cada vez mais tempo dentro desses espaços. O tema das eleições surge naturalmente dentro das redes sociais, contudo é um assunto que promove, em geral, grande mobilização. Nos períodos eleitorais, a disputa entre os simpatizantes e militantes dos candidatos ganha espaço dentro das comunidades virtuais, muitas das quais associadas a determinados candidatos ou então, bem comum dentro do universo digital, contra esses, reunindo pessoas que são contrárias a certas personalidades políticas. Por serem espaços de interatividade da sociedade contemporânea, as redes sociais também são palcos de disputas políticas, pouco aproveitados pelas campanhas, que não estão acostumadas ao novo formato de comunicação mais livre. (PENTEADO, 2012, p. 50).

O contato da informação publicada por uma página com os comentadores da mesma podem gerar diversos tipos de comentários, variando desde perspectivas gerais acerca do tema principal abordado no conteúdo compartilhado, perpassando a assuntos secundários da própria publicação e, até mesmo, comentários onde a essência de seu conteúdo é destinada a outro comentador (CERVI, 2013).

7. MATERIAIS E MÉTODOS

O método de pesquisa deste projeto se dá através da análise de conteúdo do material coletado a partir da utilização do aplicativo online Netvizz referente ao período de cobertura eleitoral, do primeiro ao último dia de campanha, sobre comentários e interações realizadas nos posts em relação aos principais presidenciáveis na página do jornal Folha de São Paulo no Facebook. Através da execução deste aplicativo foram disponibilizados arquivos em planilhas preenchidos segundo um conjunto de especificações - e, a partir deste banco de dados completo, fez-se necessário a utilização do programa IBM/SPSS para a disposição estatística destes dados, tornando viável, dessa forma, uma melhor apresentação dos resultados obtidos. O conjunto de especificações elaboradas para a execução desta pesquisa baseou-se no planejamento do Professor Orientador Emerson Urizzi Cervi junto ao grupo Comunicação Política e Opinião Pública (CPOP) da Universidade Federal do Paraná, visando à decodificação em variáveis. Essa divisão apresentou como resultado um livro de códigos para a categorização dos comentários e interações destas publicações. O Livro de Código para os Comentários apresenta as seguintes variáveis: ‘Resposta Comentador’ – evidencia se o comentário é dirigido ao post ou a um comentador deste determinado post; ‘Destinatário Comentador’ – indica quem é o destinatário do comentário; ‘Formato do Comentário’ – indica qual foi o formato predominante do comentário; ‘Posição do Comentador’ – mostra como foi a dinâmica do comentador em relação aos outros comentadores do debate; ‘Reflexividade do Comentador’ – aponta como fora a reflexividade deste comentador em relação a um post, sendo essa variável responsável apenas ao que tange outros debatedores, excluindo-se aqui a reflexividade do comentador em relação ao portal ou a candidatos; e, por fim, ‘Justificativa do Comentador’ – última variável deste livro de códigos, visa categorizar a justificativa usada para defender determinada posição por parte deste comentador. Em anexo, o livro de Código para Comentários:

LIVRO DE CÓDIGOS- COMENTÁRIOS – FACEBOOK - 2014

Fonte: Núcleo de Pesquisa em Comunicação Política & Opinião Pública

8. RESULTADOS E DISCUSSÃO

N

Válido

156465

Ausente

00

1º turno Fonte: Núcleo de Pesquisa em Comunicação Política & Opinião Pública

Estes dados dizem respeito ao número de comentários válidos para esta análise, ou seja, a quantidade de comentários que citaram um ou mais presidenciáveis.

Frequência

Válido

Porcentagem

Porcentagem

Porcentagem

válida

acumulativa

Persuasão

33399

21,3%

21,3%

21,3%

Progresso

13609

8,7%

8,7%

30,0%

Radicalização

31614

20,2%

20,2%

50,2%

Outro

77843

49,8%

49,8%

100,0%

Total

156465

100,0%

100,0%

Fonte: Núcleo de Pesquisa em Comunicação Política & Opinião Pública

Esta tabela diz respeito à reflexividade adotada pelos comentadores no primeiro turno. Percebe-se que há certo equilíbrio entre Persuasão e Radicalização, não havendo uma tendência que desponte uma característica como a prevalecente nos comentários realizados.

N

Válido

260963

Ausente

00

2º turno Fonte: Núcleo de Pesquisa em Comunicação Política & Opinião Pública

Já este quadro representa a quantidade de comentários realizados no segundo turno que citaram os candidatos considerados para este levantamento. Frequência

Válido

Persuasão

67545

Porcentagem

25,9%

Porcentagem

Porcentagem

válida

acumulativa

25,9%

25,9%

Progresso

7775

3,0%

3,0%

28,9%

Radicalizaç

16586

6,4%

6,4%

35,2%

Outro

169057

64,8%

64,8%

100,0%

Total

260963

100,0%

100,0%

ão

Fonte: Núcleo de Pesquisa em Comunicação Política & Opinião Pública

No segundo turno, há um forte destacamento da variável “Persuasão” dentre os comentários realizados, indicando como característica dominante destes no segundo turno da eleição presidencial. Ao analisar a reflexividade dos comentários entre as semanas que compõe o primeiro e o segundo turno, temos a seguinte disposição: Elogio x Crítica

Semana da

Elogio

Crítica

Indefinido

Contagem

Contagem

Contagem

01

693

1356

628

02

601

2666

581

03

1356

6244

4198

04

1829

7832

1720

05

4600

6311

654

06

289

1532

72

07

5036

7197

1957

08

2578

4253

452

09

9027

10492

1715

10

11106

9018

1645

11

2923

3443

294

12

11147

10838

899

13

7490

7729

1078

14

1169

1273

544

campanha

Fonte: Núcleo de Pesquisa em Comunicação Política & Opinião Pública

Quando analisado os comentários por semana no primeiro turno, verifica-se que os comentários elogiosos têm suas máximas nas semanas 05, 07, 09, 11 e 12. Por sua vez, os

comentários críticos têm seus picos registrados nas semanas 03, 04, 05, 07, 09, 10, 12 e 13. Nas semanas 03 e 04 ocorreram as sabatinas com os principais presidenciáveis no Jornal Nacional, bem como o início do Horário Gratuito de Propaganda Eleitoral. A semana 07 foi marcada pela morte de Eduardo Campos e escolha de Marina Silva como sua substituta na corrida à presidência da república pelo PSB. Nas semanas 09, 12 e 13 houve debates presidenciais.4 Por sua vez, as semanas 05 e 11 destacam-se como datas de repercussão dos fatos anteriores a elas.

Elogio x Crítica por semana de campanha primeiro turno 12000 10000 8000 6000 4000 2000 0 1

2

3

4

5

6 Elogio

7

8

9

10

11

12

13

14

Crítica

Fonte: Núcleo de Pesquisa em Comunicação Política & Opinião Pública

Verificando o gráfico disponibilizado para ilustrar os dados obtidos quanto à relação entre os comentários elogiosos e críticos por semana de campanha no primeiro turno nota-se a prevalência dos comentários críticos sob os elogiosos em 12 das primeiras 14 semanas de disputa eleitoral, representando um ambiente mais conflituoso.

Elogio x Crítica

Semana da

Elogio

Crítica

Indefinido

Contagem

Contagem

Contagem

14

17433

17696

878

15

20210

20455

21423

16

41459

30555

7073

17

41732

23948

18101

campanha

Fonte: Núcleo de Pesquisa em Comunicação Política & Opinião Pública

4

Dados retirados em: http://www1.folha.uol.com.br/infograficos/2014/06/84329-calendario-eleitoral.shtml, http://g1.globo.com/politica/eleicoes/2014/noticia/2014/08/psb-escolhe-marina-silva-para-ser-candidata-nolugar-de-campos.html e http://g1.globo.com/sp/santos-regiao/noticia/2014/08/eduardo-campos-morre-aposqueda-do-aviao-em-que-viajava.html.

Os comentários elogiosos no segundo turno são maiores que os críticos e apresentam seus picos nas últimas três semanas de campanha eleitoral. A semana 16, onde ocorreram três debates, demonstra a quantidade mais expressiva de comentários elogiosos do segundo turno até então – quando é superada pela semana 17, onde houve o debate na Rede Globo somado a repercussão dos debates ocorridos na semana anterior.

Elogio x Crítica por semana de campanha segundo turno 41732

41459

45000 40000 35000 30000 25000 20000 15000 10000 5000 0

30555

1743317696

23948

2021020455

14

15

16

Elogio

17

Crítica

Fonte: Núcleo de Pesquisa em Comunicação Política & Opinião Pública

Neste gráfico mostra-se a tendência de aumento crescente dos comentários elogiosos face aos críticos nas últimas semanas de disputa. Nota-se a queda expressiva dos comentários críticos comparando as duas últimas semanas, enquanto os comentários elogiosos praticamente mantém sua constante (contando com um pequeno decréscimo). Quando o assunto passa a ser a comparação entre comentários de características criticas e elogiosas no primeiro turno, nota-se a tendência principal: no primeiro turno da eleição presidencial, a característica que se destacou entre os comentários foram os de natureza crítica, somando 51,2% do total analisado, enquanto os comentários de cunho elogiosos resultaram um montante de 38,2%.

Frequência

Válido

Porcentagem

Porcentagem

Porcentagem

válida

acumulativa

Elogio

59844

38,2%

38,2%

38,2%

Crítica

80184

51,2%

51,2%

89,5%

Indefinido

16437

10,5%

10,5%

100,0%

Total

156465

100,0%

100,0%

Fonte: Núcleo de Pesquisa em Comunicação Política & Opinião Pública

Tendência essa que não se verifica no segundo turno, onde os comentários elogiosos correspondem à maioria do total analisado, significando em 46,3% - ou 120 mil e 834 comentários, como demonstrado abaixo:

Frequência

Válido

Porcentagem

Porcentagem

Porcentagem

válida

acumulativa

Elogio

120834

46,3%

46,3%

46,3%

Crítica

92654

35,5%

35,5%

81,8%

Indefinido

47475

18,2%

18,2%

100,0%

Total

260963

100,0%

100,0%

Fonte: Núcleo de Pesquisa em Comunicação Política & Opinião Pública

9. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A partir da análise dos dados obtidos através da metodologia podem-se realizar algumas inferências. Os resultados indicam que, ao contrário de nossa hipótese inicial, neste estudo não houve aumento da radicalização conforme o tempo – pelo contrário, o que houve foi a diminuição de 47,5% da quantidade dessa característica do primeiro para o segundo turno – sugerindo que os debatedores não optaram pela radicalização como maneira preferencial ao se pronunciar diante das publicações. Os comentários buscaram radicalizar substancialmente nas semanas onde houve as sabatinas do Jornal Nacional e na semana onde ocorreu o primeiro debate presidencial. O tempo de campanha pode ser considerado um fator explicativo para o aumento dos comentários persuasivos. Quando comparado em turnos, evidencia-se a crescente tendência das tentativas de persuasão por parte dos comentários, que apresentaram seus picos em semanas de debate eleitoral e na semana onde Eduardo Campos falece e Marina Silva passa a ser uma presidenciável para as eleições daquele ano. É importante atentar ao fato de que a característica persuasiva sempre foi a dominante tanto nos dois turnos, porém, apresenta ampla “liderança” apenas no segundo turno, aumentando sua presença em 102,2%. A característica progresso é das três analisadas - a menos utilizada pelos comentadores, tendo seu pico nas semanas 12 e 16, ambas as semanas de debates eleitorais, tendo sua intensidade diminuída em 42% de um turno para o outro. Dessa forma, rejeita-se a hipótese de que o tempo de campanha constitui-se como fator para o aumento da radicalização, não havendo, portanto, relação – neste aspecto – entre as duas variáveis analisadas. Por outro lado, descobriu-se que a variável “tempo de campanha” pode ser apontada como fato explicativo para o aumento da persuasão ao longo do tempo. Ou seja, os comentários das publicações realizadas pelo jornal Folha de São Paulo no Facebook preferiram, majoritariamente, utilizar a persuasão como forma principal para expor seus argumentos, relegando a radicalização um decréscimo considerável. Ao se cruzar as variáveis correspondentes ao tempo de campanha e “característica de comentário” percebe-se que, novamente, nossa hipótese inicial não se confirma. Ao contrário, a partir da análise dos resultados referentes a esse cruzamento, temos como resposta que ao longo do tempo de campanha, o teor dos comentários que apresentam maior crescimento são os elogiosos. No primeiro turno há, de fato, um destaque da categoria crítica como a mais utilizada, prevalecendo em 12 das primeiras 14 semanas de disputa. Ao separar a eleição por turnos verifica-se que os comentários críticos apresentam, realmente, um aumento de 15,5% do primeiro para o segundo turno; mas este aumento não foi o suficiente para esta condição manter-se como a característica mais utilizada dentre as opções analisadas, pois os comentários elogiosos apresentaram um salto positivo de 101,9%, passando a representar, no segundo turno, 46,3% do total analisado. Desta forma, ao decorrer da campanha, os comentários mudaram sua postura: se inicialmente buscavam os tons críticos para se estabelecer no debate público, isso não se verifica num segundo momento, quando os comentários passam a apresentar formas mais elogiosas dentro do deste.

Quanto aos picos dos comentários por semana, a distribuição se deu da seguinte forma: os comentários elogiosos tiveram seus picos na semana 05, 07, 09, 11, 12, 15, 16 e 17. Por sua vez, os comentários críticos tiveram seus picos nas semanas 03, 04, 05, 07, 09, 10, 12, 13 e 16. Ou seja, em cinco semanas ocorreram picos nestas duas formas de classificação dos comentários – destas, três correspondem a datas de debates eleitorais, uma corresponde à morte de Eduardo Campos e a escolha de Marina Silva como presidenciável, e a semana 05 provavelmente contempla-se pela hipótese de ser uma semana de repercussão da sabatina de Dilma Rousseff no Jornal Nacional. Ao se deparar com as semanas onde não houve picos mútuos de intensidade, a categoria elogiosa apresenta suas maiores taxas de comentários nas semanas 11, 15 e 17 – última semana de campanha eleitoral, bem como onde houve o último debate entre os presidenciáveis Aécio Neves e Dilma Rousseff na Rede Globo. Por sua vez, a categoria crítica possui taxas máximas nas semanas 3, 4, 10 e 13. Assim, pode-se pensar que, enquanto o último debate e a última semana de campanha estimularam um pico de elogios aos candidatos, as primeiras semanas de sabatina e o penúltimo debate geraram máximas de críticas ao debate. Os dados obtidos sugerem que, a luz da revisão, os debates ocorridos nas postagens sugerem a tendência de que os comentadores utilizaram o espaço para tentar impor suas posições aos outros através da utilização de características persuasivas. Assim, a crítica ao modelo deliberacionista online de Davis é a que melhor contempla estes resultados, considerando também a visão de Marques em relação às ofensas realizadas dentro deste objeto empírico, porém é importante ressaltar o decréscimo da radicalização ao longo da campanha frente ao crescimento exponencial de táticas de convencimento realizadas ao longo da mesma, bem como a substituição da forma de comentário mais utilizada, variando do crítico (no primeiro turno) para a postura elogiosa (segundo turno).

10. REFERÊNCIAS

PANIS, N. K. Participação Política e internet: portal estadão.com na eleição para presidente de 2010.

uma

análise

dos comentários

no

CERVI, E. U. Como os webleitores do “Portal Estadão” comentaram a eleição de Dilma Rousseff em 2010: uma discussão sobre os participantes do debate público em campanhas eleitorais nos novos meios de comunicação. Explanans, v. 2, n. 1, p. 75–99, 2013. MARQUES, F. P. J. A. Debates políticos na internet: a perspectiva da conversação civil. Opinião Pública, Campinas, v. 12, n.1, p. 164-187, 2006. MARQUES, F. P. J. A.; SAMPAIO, R. C. Election after election: rupturas e continuidades nos padrões midiáticos das campanhas políticas online. In: ENCONTRO ANUAL DA COMPÓS, 20., 2011. Porto Alegre. Anais... Brasília: Compós, 2011. SAMPAIO, R. C; MAIA, R. C. M. e MARQUES, F. P; Participação e deliberação na internet: um estudo de caso do Orçamento Participativo Digital de Belo Horizonte. OPINIÃO PÚBLICA, Campinas, vol. 16, nº 2, Novembro, 2010. NORRIS, P. Preaching to the Converted? Pluralism, Participation and Party Websites. Party Politics 9 (1): 21-45, 2003. PRIMO, A. O aspecto relacional das interações na Web 2.0. In: XXIX Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação, 2006, Brasília. Anais, 2006. PENTEADO, L. C. Facebook e Campanha Eleitoral Digital. Em Debate, Belo Horizonte, v.4, n.4, p.41-53, jul. 2012. FOLHA DE SÃO PAULO. História da Folha de S. Paulo. Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/folha/circulo/historia_folha.htm Acesso em: 20 de jul. 2015. FOLHA DE SÃO PAULO. Folha 20 anos na internet. Disponível em: http://temas.folha.uol.com.br/folha-20-anos-na-internet/a-folha-na-web/lider-entre-jornais-folhacompleta-20-anos-na-internet.shtml Acesso em: 20 de jul. 2015 OBSERVATÓRIO DE IMPRENSA. Pesquisa Brasileira de Mídia. Disponível em: http://observatoriodaimprensa.com.br/download/PesquisaBrasileiradeMidia2014.pdf Acesso em: 20 jul. 2015

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