Relatório final < Descobrindo a cultura do Outro através das línguas: o tandem na Unila>

June 4, 2017 | Autor: Carla Gomes | Categoria: Intercultural Competence, Tandem language learning
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UNIVERSIDADE FEDERAL DA INTEGRAÇÃO LATINOAMERICANA GOMES, de S. Carla. Descobrindo a Cultura do Outro através das línguas: o tandem na UNILA. Projeto de Pesquisa de Iniciação Científica, PROBIC, modalidade voluntária – Instituto Latino-Americano de Arte, Cultura e História da Universidade Federal da Integração Latino-Americana (ILAACH) e Ciclo Comum. Orientadora: Valdilena Rammé. 2014-2015.

RELATÓRIO FINAL

< DESCOBRINDO A CULTURA DO OUTRO ATRAVÉS DAS LÍNGUAS: O TANDEM NA UNILA>

FOZ DO IGUAÇU

UNIVERSIDADE FEDERAL DA INTEGRAÇÃO LATINOAMERICANA GOMES, de S. Carla. Descobrindo a Cultura do Outro através das línguas: o tandem na UNILA. Projeto de Pesquisa de Iniciação Científica, PROBIC, modalidade voluntária – Instituto Latino-Americano de Arte, Cultura e História da Universidade Federal da Integração Latino-Americana (ILAACH) e Ciclo Comum. Orientadora: Valdilena Rammé. 2014-2015.

SETEMBRO / 2015 UNILA

< DESCOBRINDO A CULTURA DO OUTRO ATRAVÉS DAS LÍNGUAS: O TANDEM NA UNILA>

Relatório Final apresentado ao Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica, Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação da Universidade Federal da Integração Latinoamericana e órgãos de fomento, sob orientação da Profa. Valdilena Rammé.

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA INTEGRAÇÃO LATINOAMERICANA GOMES, de S. Carla. Descobrindo a Cultura do Outro através das línguas: o tandem na UNILA. Projeto de Pesquisa de Iniciação Científica, PROBIC, modalidade voluntária – Instituto Latino-Americano de Arte, Cultura e História da Universidade Federal da Integração Latino-Americana (ILAACH) e Ciclo Comum. Orientadora: Valdilena Rammé. 2014-2015.

FOZ DO IGUAÇU

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA INTEGRAÇÃO LATINOAMERICANA GOMES, de S. Carla. Descobrindo a Cultura do Outro através das línguas: o tandem na UNILA. Projeto de Pesquisa de Iniciação Científica, PROBIC, modalidade voluntária – Instituto Latino-Americano de Arte, Cultura e História da Universidade Federal da Integração Latino-Americana (ILAACH) e Ciclo Comum. Orientadora: Valdilena Rammé. 2014-2015.

SUMÁRIO RESUMO....................................................................................................................2 INTRODUÇÃO E OBJETIVOS...............................................................................3 RÁPIDA REVISÃO TEÓRICA...............................................................................4 MATERIAIS E MÉTODO.......................................................................................7 RESULTADOS E DISCUSSÃO...............................................................................8 CONSIDERAÇÕES FINAIS..................................................................................15 REFERÊNCIAS......................................................................................................16 AGRADECIMENTOS............................................................................................16 ANEXOS..................................................................................................................17

UNIVERSIDADE FEDERAL DA INTEGRAÇÃO LATINOAMERICANA GOMES, de S. Carla. Descobrindo a Cultura do Outro através das línguas: o tandem na UNILA. Projeto de Pesquisa de Iniciação Científica, PROBIC, modalidade voluntária – Instituto Latino-Americano de Arte, Cultura e História da Universidade Federal da Integração Latino-Americana (ILAACH) e Ciclo Comum. Orientadora: Valdilena Rammé. 2014-2015.

RESUMO

Este trabalho pretende discutir os dados da pesquisa de Iniciação Científica que observa a aquisição de uma consciência intercultural (SILVEIRA, 2011) entre os participantes do projeto de extensão Tandem UNILA: português e espanhol pedalando juntos (RAMMÉ, 2014). As sessões de tandem presencial acontecem na Universidade Federal da Integração Latino-Americana, instituição bilíngue e multicultural, entre hispano-americanos e brasileiros da comunidade da tríplice fronteira. Ao acompanhar as sessões através de entrevistas guiadas, nosso objetivo foi verificar se este método de ensino/aprendizagem de línguas proporciona a aquisição de uma consciência intercultural aos participantes, visto que os aprendizes têm uma relação mais próxima e autêntica com a língua-cultura que estudam. Considerando que os tandenistas entram, de certo modo, em contato com a faceta heterogênea e multicultural de povos latino-americanos, o que foi verificado foi se essa conscientização intercultural pôde, assim, fomentar a desconstrução de ideias pré-concebidas da cultura do outro, por este motivo, outra questão que a pesquisa buscou observar foi a ocorrência, assim como das alterações de carga negativa/positiva, e vice versa, de manifestações de visões estereotipadas sobre a cultura do parceiro tandem, entre os interagentes.

Palavras-chave: 1. consciência intercultural; 2.método tandem; 3. língua-cultura; 4. povos latino-americanos; 5. desconstrução de ideias pré-concebidas

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IDENTIFICAÇÃO Título do Projeto de Pesquisa: (Português e espanhol pedalando juntos: a relevância da aprendizagem em tandem para o fortalecimento do bilinguismo em línguas próximas) Título do Plano de trabalho: Descobrindo a cultura do outro através das línguas: o Tandem na UNILA Nome da Estudante Pesquisadora na Modalidade Voluntária: Carla de Sousa Gomes Nome da Orientadora: Valdilena Rammé Local de execução: UNILA – Universidade Federal da Integração Latino-americana Vigência do plano de trabalho: 2014-2015

1. INTRODUÇÃO E OBJETIVOS A presente proposta de pesquisa se dedicou a investigar as interações ocorridas entre participantes do projeto de extensão acadêmico Tandem UNILA: português e espanhol pedalando juntos, que esteve em atividade de agosto de 2014 ao mês de dezembro de 2015. As sessões de tandem face-aface foram realizadas entre hispano-americanos e brasileiros (sendo estes estudantes, corpo técnico, comunidade foz-iguaçuense e das cidades internacionais que fazem fronteira com Foz do Iguaçu) semanalmente, durante duas horas. As perguntas de investigação são as seguintes: 1) Quais são os estereótipos sob os quais se vê certos países da América Latina, do ponto de vista dos próprios latino-americanos? 2) O tandem promove a desconstrução de estereótipos – ideias pré-concebidas que se tem sobre povos - nacionalidades latino-americanos? 3) O método tandem influencia na concepção que os próprios falantes têm de suas próprias línguas-cultura? De que maneira? No

que

diz

respeito

ao

tandem,

um

método

de

ensino-aprendizagem

de

línguas

estrangeiras/adicionais, a interação com o falante nativo da língua que se estuda permite aos participantes um contato mais direto com a cultura do Outro, o que possivelmente pode acarretar na manifestação de choques culturais, decorrentes, naturalmente, das diferenças culturais. Assim, para que o diálogo flua com um maior êxito, é importante que os tandenistas desenvolvam uma consciência intercultural (MENDES, 2011), a qual poderá, provavelmente, fomentar a desconstrução de estereótipos ou ideias preconcebidas sob os quais os tandenistas possivelmente veem a cultura do Outro. Sendo a UNILA uma instituição de ensino superior bilíngue e que, além disso, se propõe à integração da América Latina em diversos âmbitos, inclusive o linguístico-cultural, uma missão institucional, destacada, inclusive, em seu Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI). A partir disso, propõe-se que este método de ensino-aprendizagem de línguas pode mostrar-se como apropriado a uma das missões acadêmicas da Instituição, no sentido de colaborar para o cumprimento desses objetivos. 3

Os objetivos desta pesquisa também vão ao encontro dos objetivos do projeto maior de pesquisa da professora orientadora da pesquisa, Valdilena Rammé, autora do projeto se intitula “Português e espanhol pedalando juntos: a relevância da aprendizagem em tandem para o fortalecimento do bilinguismo em línguas próximas” -, o qual pretende, entre outros objetivos, “2. Averiguar as implicações práticas das teorias aplicadas de L2 e sócio-interacionistas neste processo;” (RAMMÉ, 2014).

2. RÁPIDA REVISÃO TEÓRICA

Segundo CARVALHO SILVA-OYAMA (2010), o tandem apresenta variadas formas de realização, com o uso de diversos meios, com diversas línguas praticadas, sendo possível até mesmo recorrer a uma terceira língua em comum, a fim de solucionar eventuais problemas de comunicação, aí temos o tandem trilingual. O tandem é formal quando a aprendizagem é fomentada por uma instituição, e informal, quando é praticado de maneira espontânea, por indivíduos alheios a um âmbito institucional. Já o tandem face-a-face é realizado de maneira presencial, em estabelecimentos como bares, cafés ou qualquer outro ambiente onde o intercâmbio linguístico seja autêntico. Há também outra modalidade de tandem denominada e-tandem, propiciada pelo constante avanço tecnológico, permitindo a comunicação entre dois indivíduos que se encontram geograficamente distantes, por meio da troca de e-mails, vídeos-chamadas, SMS, carta etc. No caso do tandem português-espanhol, CARVALHO SILVA-OYAMA (2010) ainda destaca que fato de essas duas línguas serem vastamente próximas faz com que a sua aprendizagem por falantes nativos de quaisquer umas das duas seja diferenciada, em comparação a outros idiomas. Para ilustrar esse fato, a autora cita Silveira (2011), quem defende que quem aprende o português ou o espanhol e ao mesmo tempo é falante nativo de uma destas duas línguas, já pode ser considerado um falso principiante, devido à grande interface de itens entre essas línguas, por conta da facilidade que estes aprendizes podem experimentar, num primeiro momento. Em seu artigo, CARVALHO SILVA-OYAMA (2010) conclui que a língua materna (LM) tem uma importante influencia sobre o uso de Estratégias de Comunicação e que a proximidade entre estas duas línguas é o que favorece esta utilização. Inclusive aconselha-se que o aprendiz se arrisque em suas interações in-tandem, pois isso faz que seu desenvolvimento intralinguístico seja efetivado com mais êxito, tendo em consideração os pressupostos da colaboração e da cooperação, essenciais no tandem, seja lá qual for sua modalidade. Na

questão

específica

da

aprendizagem

comunicativa-intercultural

(MENDES,

2011;

SCHNEIDER, 2010), defendem que essa proximidade poderia facilitar, desde muito cedo, o 4

desenvolvimento de uma consciência intercultural, tendo em vista que os aprendizes de ambas as línguas teriam repertório para negociações de sentido mais complexas e que permitiriam um diálogo intercultural efetivo. Considerando o objetivo específico de entender como o diálogo intercultural em tandem poderia influenciar na desconstrução ou afirmação de ideias pré-concebidas sobre a língua-cultura do outro, buscou-se resenhar textos em Linguística aplicada que tratassem da interculturalidade no ensinoaprendizagem de línguas estrangeiras. Entre outros textos, destacou-se o relatório de pesquisa “As diferenças culturais no Teletandem”, realizado pela bolsista PIBIC e estudante do curso de Letras da UNESP - Universidade Estadual Paulista, Eloísa Raquel de Góis, no ano de 2009. Este trabalho igualmente guiou a atual pesquisa, pois trazia objetivos similares, embora em contexto diverso. Isto é, o projeto de Iniciação Científica em que a pesquisadora acima operou está inserido em um projeto-mor, o Projeto Teletandem Brasil: “Línguas estrangeiras para todos”, que foi iniciativa da mesma universidade de que a estudante faz parte. O objetivo deste projeto maior é possibilitar que seu corpo discente tenha um contato, de caráter mais complexo, com as línguas e suas respectivas culturas, por meio do contato virtual com falantes nativos dos idiomas estudados. A pesquisa em questão consistiu em investigar que função o contexto de aprendizagem, promovido pelo projeto Teletandem Brasil, cumpre no que diz respeito à desmistificação dos estereótipos que supostamente pudessem surgir na interação entre participantes estudantes do curso de licenciatura Letras-alemão, da anteriormente mencionada universidade; e que, além disso, eram estagiárias do laboratório do Projeto, o que indica que elas estavam familiarizadas com este contexto de ensino/aprendizagem de línguas estrangeiras. Para justiçar seu trabalho, a pesquisadora aponta a interculturalidade, a qual é propiciada pelo contexto de aprendizagem in-tandem, dado que os interagentes são duas pessoas que pertencem a culturas diferentes, o que consequentemente acarreta em possíveis choques culturais, que por sua vez são originados de manifestações de preconceitos baseados em estereótipos que possivelmente são externados pelos tandenistas. Por meio da análise das entrevistas, a acadêmica observa que se poderia descobrir como as tandenistas lidam com essa questão, s elas estão aptas ou não a vivenciar esse tipo de diálogo. Góis (2009) observa que os estereótipos são formados, principalmente, por meio da escassez de informações ou ainda pela aquisição destas por meio da mídia de massa, os quais têm a tendência de generalizar as diversas culturas existentes no mundo. Para fundamentar este argumento, ela cita uma fala de Hall (2005), a qual afirma que apesar de as nações serem sempre compostas de diferentes

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grupos étnicos, classes sociais e de gênero, ainda assim são passíveis de serem estereotipadas, por meio da observação de comportamentos repetitivos. Como uma solução a essas possíveis barreiras interculturais, consequentes da manifestação de estereótipos, a autora defende que o método tandem pode ajudar a quebrar esses obstáculos do diálogo intercultural. Após analisar os dados obtidos, com o intuito de mostrar que o diálogo com um falante nativo do idioma estrangeiro que se estuda, contribui para que estereótipos e conflitos linguísticos- culturais sejam derrubados, a pesquisadora obteve as seguintes respostas: (a) “os estereótipos estavam presentes em todas as entrevistas, em diferentes níveis e intensidades.”; (b) os estereótipos encontrados pelos brasileiros, para alemães foram: que os alemães são responsáveis e pontuais e que eles são pessoas frias (não receptivas), apesar de haver ocorrido uma divergência em relação a este último; (c) as participantes alemãs não externaram ter nenhum tipo de pensamento estereotipado em relação aos brasileiros; (d) a investigadora observou que os estereótipos manifestados pelas respostas das entrevistadas foram superados ou substituídos por outros com carga semântica menos negativa, o que é possibilitado pela interação in-tandem. É importante salientar que isso vai de encontro ao objetivo principal desta pesquisa, o qual era de verificar as características de promoção da conscientização cultural que este contexto de ensino/aprendizagem de línguas oferece a seus praticantes. Outro ponto importante, apresentado nas considerações finais de Raquel Góis é o fato de ela observar que além do fator propício ao diálogo intercultural do teletandem, ainda assim, a eficiência da interação dialógica está condicionada às duas vozes, o “eu” e o “outro”, seguindo a concepção de Bakhtin. Isso quer dizer que se os tandenistas atuarem, nas interações, com disposição a cumprir com os conceitos/princípios da aprendizagem colaborativa, como a reciprocidade, além do respeito mútuo, suas experiências serão muito mais proveitosas. Vale ressaltar que a pesquisa aqui discutida resultou bem-sucedida, dado que contribui na elucidação e no fomento do debate em relação às questões teóricas que o Projeto Teletandem Brasil se propõe a responder, pois o tema sob o qual ela se debruça é de enorme pertinência, tendo em conta que as línguas, mergulhadas em seus caldeirões culturais, são sempre vulneráveis a serem vistas pelo “outro” com olhares preconceituosos, fundamentados em estereótipos, os quais sempre estarão presentes em interações dialógicas (BAKTHIN, 1986 apud DE ARAÚJO et al. 2010), até mesmo entre indivíduos que compartilham o sentimento da mesma nacionalidade e estão envolvidos pela “mesma cultura” nacional, quem dirá entre pessoas com bagagens culturais diferentes.

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Portanto, o ponto mais positivo é a constatação de que o método de aprendizagem em tandem, seja este praticado em quaisquer de suas modalidades, é uma ferramenta metodológica muito eficaz na ação de rompimento e de desestabilização de preconceitos cristalizados, já que permite que seus participantes tenham a autêntica situação de diálogo com um falante nativo do idioma que se está aprendendo, intrinsecamente pleno de carga cultural, favorecendo, por isso, a aquisição de senso crítico e consciência intercultural, por parte dos interagentes. Na seção Resultados e Discussão, voltaremos a abordar as questões acima, olhando, desta vez, para os dados coletados entre os tandenistas da UNILA, e veremos que mais uma vez se comprovam as conclusões de Góis (2009).

3. MATERIAIS E MÉTODO

A fim de responder as questões colocadas, foi elaborado um questionário composto por oito perguntas (anexo a este relatório) que foram feitas em entrevistas presenciais, conforme o planejamento do projeto, que era, também, de acompanhar as interações ocorridas entre tandenistas participantes do projeto de extensão acadêmico Tandem UNILA: português e espanhol pedalando juntos, em atividade entre o segundo semestre de 2014 e em 2015. Essas sessões de tandem face-aface aconteceram semanalmente em encontros de aproximadamente duas horas de duração. Por meio de gravações de áudio, os diálogos das entrevistas estabelecidas com os tandenistas foram, posteriormente, transcritos e analisados de forma a procurar responder as perguntas de investigação anunciadas, anteriormente, neste relatório. Respeitando o cronograma (em anexo) elaborado no projeto de pesquisa, foram realizadas entrevistas com três participantes do projeto Tandem UNILA, no de 2014. Inicialmente, planejou-se entrevistar oito participantes. Entretanto, por razões de não ter encontrado o número desejado de tandenistas que se dispusessem a conceder entrevistas, em contribuição a esta pesquisa, o número de entrevistados que se planejou ter anteriormente não pode ser mantido, visto que somente três se dispuseram a conceder entrevista. Por conseguinte, foram entrevistados um participante de nacionalidade brasileira, estudante do curso de Ciências Políticas, outro de nacionalidade uruguaia, que cursa Ciências Biológicas e por fim um tandenista paraguaio, estudante de Economia. As entrevistas duraram em média 20 minutos, nas quais foram realizadas as perguntas formuladas com o objetivo de detectar, no discurso dos tandenistas, se a experiência de participar desta atividade pedagógica, o Tandem UNILA, fez com que estes adquirissem uma consciência intercultural e um esforço, de suas partes, de proporcionar, a seus parceiros tandem, conhecimentos e informações sobre seus países de origem. Também se 7

buscou encontrar, em suas falas, se houveram momentos, durante as sessões, em que os participantes manifestaram ter alguma ideia pré-concebida e manifestações de estereótipos associados aos países de origem de seus demais colegas tandenistas. Assim, passamos à discussão dos resultados encontrados na presente pesquisa.

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

O primeiro entrevistado, brasileiro, cujo nome não será revelado (assim como os dos demais), por questões de preservação de suas identidades, será chamado aqui de Entrevistado 1, e assim sucessivamente. Este participante é estudante do curso de bacharelado em Ciência Política e Sociologia, na UNILA. Ele participou de sessões Tandem no ano passado (2014), durante um mês, tendo mantido, deste modo, quatro encontros. As sessões de interação, segundo ele, duravam em média uma hora e meia. Por motivos de desistência de sua primeira parceira tandem, este acabou interagindo com duas colegas, ambas também estudantes desta instituição acadêmica. A anterior era de nacionalidade peruana e a posterior de nacionalidade colombiana. Agora, iniciando a apresentação e, ao mesmo tempo, a análise dos dados coletados pela entrevista, ao responder a pergunta 4), que interroga ao participante como se deu sua experiência de participar do Tandem UNILA, este responde da seguinte maneira: “Particularmente eu sempre procurava... é... por exemplo, falar um pouco sobre a História do Brasil, sobre questões do convívio brasileiro... Porque seria até uma forma, a meu ver, uma forma de informar ao colega sobre questões culturais do Brasil e ao mesmo tempo exercitar, no caso a minha... é... exercitar o espanhol, no caso, entendeu? Então eu sempre, quando eu conversava com os colegas, no caso, eu sempre tentava fazer menção de assuntos relacionados à cultura, à política, porque era também uma forma também de a gente compartilhar conhecimento, não era só uma questão aí de aprender a falar hispano-hablante, mas de você também compartilhar a questão do conhecimento da sua própria cultura, entendeu?”

Com base no discurso apresentado acima, do Entrevistado 1, podemos afirmar que existia, da parte deste participante, um esforço, em suas interações tandem, de informar a suas parceiras, tanto à peruana quanto à colombiana, sobre assuntos relacionados à cultura brasileira. O que nos permite confirmar que, por meio do método de ensino/aprendizagem de línguas tandem, os interagentes parecem, de fato, ter ou adquirir, por meia dessa experiência, uma consciência intercultural. Avançando para a próxima questão da entrevista, que procurava saber o que o participante encontrou de mais proveitoso da experiência de participar do Tandem UNILA, foi respondido o seguinte:

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“Pra mim a questão do método tandem, né? Pra mim ele é muito útil, porque você acaba compartilhando né? Não só a questão da língua, do idioma, mas você acaba compartilhando outros contextos, de outras realidades culturais, sociais, políticas, entende? Então isso é enriquecedor, quando a gente utiliza esse mecanismo do tandem pra não só o aprendizado da linguagem, do idioma, mas também você trocar informações culturais, sociais e políticas, né? Eu acho que é muito enriquecer, entendeu?”

Podemos observar que o tandenista discorre sobre a questão da ação de compartilhar aspectos que estão muito além da língua como um sistema gramatical, sendo, portanto, trabalhados temas que fogem de questões unicamente intralinguísticas, fazendo com que as interações atravessem também questões culturais, e não somente gramaticais. Logo depois, quando perguntei se suas parceiras tandem também pareciam demonstrar um esforço de fornecer, ao colega, informações de nível cultural, de seus países de origem, o entrevistado responde:

“Da colega do outro país que a gente conversou, ela também me passou algumas informações, dentro daquilo que a gente ia conversando, e até mesmo questionando a cultura, 'Como é isso?’ ‘Como não é?’ ‘Como é que o pessoal vive?’ ‘O que eles pensam a respeito de tal assunto cultura, entende?’ ‘Por quê?’ Porque você, na realidade, nesse diálogo, existe justamente a troca de conhecimento, a troca de informações, entendeu? Eu acho muito rico, muito rico. Rico e interessante e que a gente deveria investir mais... nesse... porque nós temos material humano justamente capaz de nos enriquecer. Então, esse encontro, ele é fantástico, porque você troca informação, você adquire conhecimento, né? Além de nos revelar que sua colega também se preocupava em ter informações sobre o país dele, a fala do entrevistado 1 também contribui a que reiteremos que, o contexto de aprendizagem tandem, proporciona a troca de informações, devido a seu caráter dialógico. O que resulta em que esta experiência seja enriquecedora, usando as palavras do participante. Quando pedi ao entrevistado um exemplo das trocas de informações culturais, que ele próprio declarou ter ocorrido, nas quais ele passou a ter conhecimentos sobre o país da parceira, ele afirmou:

“Eu descobri, por exemplo, que nem os próprios peruanos sabem como surgiu aquela cidade famosa, Cuzco, né? É um mistério tão grande aquela cidade ter sido construída naquelas condições, em montanhas, que nem eles mesmos sabem como surgiu... Outra coisa que eu descobri foi que o Peru recebeu muitas imigrações de orientais, né? Isso eu não sabia, então é por isso que eles tem aqueles traços, os olhos meio puxados, é por causa disso. Isso era uma coisa que eu não sabia e descobri por meio do diálogo com a colega peruana.”

Acima, no discurso do entrevistado, podemos notar que, efetivamente, houve trocas de informações entre os tandenistas. Outro dado que merece ser destacado é o fato de o entrevistado revelar uma hipótese pessoal, que faz referência a características étnicas dos povos desse país andino, o Peru, de que o motivo pelo qual “os peruanos terem aqueles traços, com olhos meios puxados”, seja por conta das imigrações de orientais que esse país recebeu, baseando-se na informação dada por sua parceira tandem, de nacionalidade peruana. A afirmação “Isso era uma coisa que eu não sabia e descobri por meio do

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diálogo com a colega peruana.”, reforça uma das hipóteses desta pesquisa, sobre a possibilidade de que o contato estabelecido entre tandenistas possibilita que os participantes manifestem ter opiniões de caráter estereotipado, com relação a seus colegas tandem. No entanto, quando questionado se ele tinhas ideias pré-concebidas, sobre os países de origem de suas parceiras, antes das interações tandem, o entrevistado declarou:

Não, não tinha essa ideia na cabeça, fixa, não. Tinha assim, é... a visão, né? Da pessoa como ele se apresenta, no caso, entendeu? O estereótipos da personalidade, não, a gente tem os estereótipos, é... Os estereótipos... Da questão... Não tinha e nem tenho, porque pra ter isso aí, tem que ter uma convivência maior, né? A gente tem assim, ligeiras noções, né? Mas não são noções que você pode dizer: “É assim!” Por exemplo, uma coisa eu notei... é... nos nossos colegas hispano-hablantes, é que são pessoas bastante queridas, é... a meu ver... Não sei até onde eu posso confirmar isso, né? Mas a meu ver são pessoas muito... muito queridas, eles são um povo muito querido, o povo hispano-hablante. Talvez eu esteja até equivocado, ingênuo, talvez... a principio...é... a noção que eu tenho é justamente essa, né? A ligeira impressão que eu tenho é que são pessoas muito queridas. “Eu já achava pela convivência que eu tinha com os colegas, né? Agora a gente não pode generalizar. Porque você sabe que independente do país as pessoas, elas tem sua cultura, tem sua formação, tem sua maneira de pensar, e isso é uma coisa que vai diferenciar de país pra país, de pessoa pra pessoa. Eu não posso impor um juízo de valor a um determinado grupo social por uma pessoa. Porque aquilo diz respeito à pessoa e não ao grupo, totalmente. Eu posso fazer uma correlação, né? Tentar dizer que o peruano é assim porque o grupo social que ele tá inserido também é assim, entendeu?” Podemos ver, por meio do discurso do entrevistado 1, que ele afirma que “os hispano-falantes são pessoas queridas”, sendo isto um indicativo de que, de qualquer maneira, ele vê “os colegas hispanofalantes” por meio de um estereótipo positivo, de que são “pessoas queridas” . Ao mesmo tempo, ele também afirma que “não se pode generalizar”, mostrando que, contudo, não se pode encerrar a todos os colegas, ou até mesmo os “povos hispano-falantes”, como ele mesmo mencionam, dentro de um ponto de vista estereotipado. Neste momento, após trazer os dados considerados mais importantes para as perguntas de investigação desta pesquisa, coletados com o entrevistado 1, observaremos, agora as informações obtidas com a segunda entrevista. Como mencionado anteriormente, o segundo entrevistado é de nacionalidade paraguaia, estudante do curso de bacharelado em Ciências Econômicas. Sua participação no tandem UNILA teve dois semestres de duração, segundo informado por ele mesmo. Em cada semestre de interações, o tandenista teve uma parceira tandem, sendo as duas do sexo feminino e também estudantes desta instituição de ensino acadêmica. Primeiramente, quando questionei o entrevistado sobre o que o fez se interessar em participar do Tandem, ele respondeu:

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“Porque eu achei uma experiência muito interessante... porque normalmente nas aulas de língua não tem esse negócio de fazer intercambio de línguas... então eu acho que é uma maneira, como dizer, muito... Muito prático de aprender. Porque não é só na teoria, você aprende na prática também.”

Logo peço para que o entrevistado explique, de forma mais detalhada, tais afirmações:

“Bom, quando uma pessoa que aprende uma língua, quando ela tem intenção de aprender uma língua, não basta só ela conhecer a gramática, a parte teórica da língua, ela tem que conhecer a cultura, o que envolve a língua, sabe?” A partir da fala do entrevistado 2, evidencia-se que ele também apresenta ter consciência de que, por meio da aprendizagem tandem, os interagentes aprendem também questões culturais da língua, não somente gramaticais. A seguir, o tandenista desenvolve sua declaração, com mais detalhes:

“Pra conhecer os sotaques, 'por que a língua é desse jeito?'” A indiossicracia que tem por trás da língua, e tudo mais. Então eu acho que o tandem oferece uma janela muito particular, muito prática, nesse sentido, porque ajuda na interação entre pessoas e diferentes culturas, diferentes modos de pensar, de ver a vida. Então, facilita o intercâmbio entre culturas, entre sociedades, indivíduos de diferentes modos de agir, modos de pensar.”

Logo adiante, quando pergunto como se deu a experiência de ter participado do tandem, o entrevistado 2 volta a retomar a ideia de “intercâmbio entre culturas”, ao reconhecer:

"A troca em si tava no sentido de que eu traspasso minha cultura, meu conhecimento pra ti, e tu transpassa teu conhecimento e a tua cultura pra mim.” Quando peço por exemplos dessas “trocas”, o entrevistado 2 declara que conheceu, por meio de sua parceira tendem, mais sobre os diferentes “sotaques” existentes nas diversas regiões do Brasil:

“Eu acho que no Brasil, o exemplo mais claro disso, são os sotaques que tem... tipo tem assim o chiado... no Centro, no Centro-Oeste, no Norte, no Nordeste também... no Rio de Janeiro... Como é que o Brasil, ele se distribui, linguisticamente, cada região é muito peculiar, linguisticamente. Cada região tem sua peculiaridade, sua particularidade.” Logo, o tandenista agrega que os países da América Latina tem um sotaque similar, ao contrário do Brasil, que segundo ele, “é totalmente diferente”:

“Então assim, eu acho isso muito interessante... tipo no Brasil, porém como na America Latina seja dividida entre vários Estados, vários países, cada um tem o seu próprio jeito, mas dentro do país a fonética, o sotaque é muito similar. Mas no Brasil a gente se dá conta de que é totalmente diferente.”

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Posteriormente, questiono ao Entrevistado 2 sobre sua experiência no Tandem, como ela ocorreu, especificando sobre a interação com a primeira parceira, uma brasileira natural do Estado de São Paulo. O tandenista respondeu, revelando que a colega foi “muito bacana, muito alegre”:

“Bom... ela foi muito bacana, muito alegre. A gente acabava falando de muitas coisas, tipo, músicas, gostos, preferências, família.” O entrevistado 2, afirma, mais uma vez, as mesmas ideias sobre a colega tandem:

“Eu gostei muito dela, porque ela é uma pessoa muito aberta, ela foi uma pessoa muito honesta, e foi uma pessoa muito bacana mesmo... tipo uma pessoa que a gente sempre falava coisa boa. Então gostei muito disso... além de ser uma pessoa receptiva e que... e muito dedicada [...]”. Em seguida, pergunto se o tandenista tinha ideias prévias, sobre o Estado de onde vem sua colega tandem. Ele afirma:

“Não, eu só sabia que era uma... que o Brasil é multicultural, dividido em regiões e que cada região tem sua particularidade. Mas eu não conhecia as particularidades em si mesmo, até que eu fiz o tandem.”

No entanto, mais adiante ele adiciona:

“Não, não. Não tinha não. O que a minha primeira parceira disse foi que São Paulo tem praias lindas, coisa que eu não sabia, mas que eu soube que tinha. São Paulo tinha litoral, com mar.” Por fim, a terceira e última entrevista foi feita a um participante tandem de nacionalidade uruguaia, estudante do curso de bacharelado em Ciências Biológicas. Ele participou de sessões do tandem durante um semestre, segundo informação dada por ele. Diferentemente dos outros tandenistas, o Entrevistado 3, teve mais de um parceiro tandem, por meio de grupos de interagentes, na maioria das interações. Não tendo participado em dupla. Ele informou, ainda, que seus colegas eram de diferentes Estados do Brasil, como São Paulo, Minas Gerais e até mesmo alguns foz-iguaçuenses. Ao perguntar sobre como foi a experiência de participar do Tandem UNILA, o entrevistado me respondeu, destacando que o que se aprende no tandem são assuntos de ordem cultural, mais que gramaticais:

“Estuvo Bueno, creo que lo que más aprendés así, fueron más... eh... curiosidades, asuntos más culturales, ¿no? De diferentes países, más que nada Brasil, en mi caso, que era lo que intercambiaba. Y no tanto así con gramática, no era tipo como una clase, una aula tradicional, assim.” Logo, ele acrescenta:

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“[...] parece que aprendes más cosas, no tanto así de la lengua, así como la enseñanza tradicional, y aprendes como cosas así que están como... alrededor de eso.” Quando lhe peço exemplos de assuntos que o tandenista conheceu, por meio das interações tandem, ele responde, revelando que foi a primeira vez que ele percebeu a existência de diferentes sotaques no Brasil:

“Bien, en que éramos seis, en total, estábamos haciendo seis, y ahí, por ejemplo, aprendí varios “sotaques”. “Sotaques”, sería acentos, en español, varios acentos, de varias regiones. Eso para mí fue súper importante, o sea, así como variaba esa pronunciación. Ahí fue la primera vez que caí que había tantos acentos, dependiendo de... de... ¿no? De la región... eh...después también, por ejemplo, más curiosidades, por ejemplo, frases, eh... no tanto acentos, como que... frases que en determinados Estados se usan más, que tienen más uso, y en otros... eh... eh... o sea, mismo entre Estados, las distintas personas no conocen estas frases, o sea, como que son típicas de un lugar. Algunas cosas de gramática, inclusive de gramática, no aprendí tanto, así en el tándem... Depois disso, peço, mais uma vez , por exemplos, e o Entrevistado 3 traz uma situação que ilustra satisfatoriamente que, nas interações, se discutiam, de fato, assuntos culturais, e inclusive políticos:

Humm... por ejemplo, era la época de la reelección en Brasil, y... por ejemplo, hubo un tándem dónde nos quedamos hablando un poco sobre unos términos que se usaban en el ámbito político de Brasil, algunas explicaciones de qué significaba, por ejemplo, que significaba PT, qué significa PSDB, eh... Qué significa la reelección, qué diferencias tenía esa reelección acá en Brasil y con Argentina. Entonces ese es otro ejemplo de que no era tanto así gramática, estructuras de portugués, pero que habían otras cosas que estaban pasando en este momento, ¿no? Y que por ejemplo un brasileño puede explicar bien. Y también tuvimos unas comparaciones con otros países, tipo... “Ah, ¿qué diferencias tiene com Uruguay, con Argentina? Eso.”

Quando perguntei se ele tinha ideias prévias sobre os Estados dos parceiros, ele retomou sobre o “sotaque”, dizendo este ficou mais claro para ele, depois da experiência no tandem:

“Eh... fue como más... porque así, como que el día-a-día, tá, si uno no se da cuenta, uno no presta tanta atención. Pero ahí donde hay un espacio para eso, donde hay varios brasileños, de varios Estados, varias regiones, y se comienza a discutir ciertas palabras y cómo se pronuncian, ahí fue mucho más claro, tipo “ah, acá se pronuncia así” y pronuncia “acá se pronuncia así!” es que en el día-a-día, veo, no sé, ahora yo estoy viendo a vos que sos de Rio de Janeiro y luego a la tarde veo a un paulista, tipo no es lo mismo... entonces ahí sí... fue.. Es como que uno procesa más así... que hay diferencias, un poco más, ¿no? , que tienen...” Porém, mais adiante ele revela:

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“Pero... fuera del 'sotaque' poca cosa, si. Hoy en día sé que, por ejemplo, en Minas Gerais se caracterizan por el queso, en fin, en fin, pero tipo en ese momento no, no fue así tanto.”

Posteriormente, o Entrevistado 3 conta que ocorreram situações em que seus parceiros tandem demonstraram ter pontos de vista estereotipados sobre o Uruguai, país natal do tandenista, como a carne, o mate e a educação:

“Eh, pasó en algunos, ¿no? Que los uruguayos saben mucho más, ¿no? Ah, el mate, “ahí vos tomás” por ejemplo yo no tomo mate, “Ah, ¿cómo no tomás mate?” “Ah, no, no tomo mate.” “.”, “Ah, ¿y la carne?”“, “Que La carne de Uruguay, no sé qué...” ahí... ese tipo de estereotipos, sí. Eran tipos de cosas que ellos identificaban, ¿no? Tipo más básicos, así... Es lo que ellos ven mismo en la UNILA, ¿no? Eh... tipo mate, la carne, eh... La educación... eh, en algunos tándem algunos me preguntaban sobre la educación, porque veían que acá, cuando llegan es como que uno, a veces, es bastante notable la diferencia entre las educaciones, ¿no? Que parece que, a veces, a algunos uruguayos les cuesta menos que a otros, ¿no?

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Após analisar os dados fornecidos pelas entrevistas concedidas por participantes do Brasil, do Paraguai e do Uruguai, constatou-se que, a partir dos discursos desses três tandenistas, de fato, nas interações tandem havia um esforço constante, de parte dos interagentes, de fornecer informações de seus países, principalmente no nível cultural, a seus parceiros de aprendizagem, assim como fazer comparações de costumes e características culturais de seus países de nacionalidade; o se que configura numa competência comunicativa intercultural (CCI), desenvolvida por esses estudantes. Sendo, a CCI, definida por (SILVA, S. E. Victor, 2011): “[...] a competência comunicativa intercultural (CCI) é reconhecida como a capacidade que satisfatoriamente habilita o aprendiz de língua estrangeira (L2) a proporcionar a interação entre a cultura da língua estrangeira e a cultura da língua materna.”. Também pôde-se observar que, nas três falas, houve manifestações de estereótipos sobre os países dos parceiros, sendo todos estes positivos, ocorrendo até mesmo uma generalização neutra sobre mundo hispano-americano, por parte de um falante nativo do espanhol paraguaio. Porém aconteceu também o fato de um dos entrevistados ter enfatizado que não se pode considerar que todo um grupo apresenta certas características culturais tendo por base somente um indivíduo que advém desse grupo. Finalmente, todas as informações decorrentes dos resultados obtidos foram de fato ao encontro dos resultados esperados previamente à realização e conclusão da pesquisa, os quais eram a detecção de manifestações de estereótipos e preconceito, de parte dos participantes do Tandem UNILA, e suas posteriores possíveis substituições por estereótipos de carga menos negativa, ou vice-versa, a partir das interações com os parceiros tandem.

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7. REFERÊNCIAS

DE ARAÚJO, I.R.L.; VIEIRA, A.S.; CAVALCANTE, M.A.S. Contribuição de Vygotsky e Bakhtin na linguagem: sentidos e significados. Debates em Educação, v. 1, n. 2, 2010. GÓIS, E. R. As diferenças culturais no teletandem. Relatório final de bolsa PIBIC – Reitoria UNESP. Faculdade de Ciências e Letras de Assis. Orientador: Dr. João A. Telles, Departamento de Educação, 2009. MENDES, E. O português como língua de mediação cultural: por uma formação intercultural de professores e alunos de PLE. 2011. RAMMÉ, V. Português e espanhol pedalando juntos: a relevância da Aprendizagem em tandem para o fortalecimento do bilinguismo Em línguas próximas. Projeto de pesquisa do professor orientador. Unila-probic 2014 – 2015 SILVA, S. E. V. Consciência intercultural na formação do professor de inglês: o que sugerem as diretrizes curriculares para o curso de letras? Educere et Educare – Revista de Educação, v. 6, n. 12, jul/dez 2011. SILVA-OYAMA, A. C. Estratégias de comunicação na aprendizagem de português / espanhol por teletandem. Rev. bras. linguist. Apl; Belo Horizonte, v. 10, n. 1, p. 89-112, 2010.

8. AGRADECIMENTOS

Agradeço a UNILA, juntamente com PRPPG e principalmente à professora Valdilena Rammé pela atenção, pelo constante apoio pedagógico e pela excelente orientação no decorrer de todo o processo de realização da pesquisa.

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ANEXOS

Anexo 1: CRONOGRAMA Mês/Ano

Atividade

Março/2015

Coleta de dados; monitoria em sessões do Tandem UNILA, leitura de bibliografia.

Abril/2015

Coleta de dados; monitoria em sessões do Tandem UNILA, leitura de bibliografia.

Maio/2015

Coleta de dados; monitoria em sessões do Tandem UNILA, leitura de bibliografia; transcrição de dados coletados, elaboração de relatório.

Junho/2015

Leitura de bibliografia, monitoria em sessões do Tandem UNILA, elaboração de relatório.

Julho/2015

Finalização de relatório para entrega.

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Anexo 2:

QUESTIONÁRIO DA PESQUISA

1) Por quanto tempo você participou do Tandem UNILA? 2) Por que você se interessou em participar? 3) Quais eram as suas expectativas com relação a esta forma de aprendizagem? 4) Como foi sua experiência de participar no Tandem UNILA? 5) O que você considera que foi mais proveitoso nesta experiência? 6) Qual era a nacionalidade de seu (sua) parceiro (a) no Tandem? 7) Você tinha alguma ideia prévia sobre o país dele (a)? 8) O que você aprendeu sobre o país do seu parceiro (a) por meio dele (a)?

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Anexo 3:

TERMO DE AUTORIZAÇÃO PARA USO DE ENTREVISTA Pelo

presente

documento

eu,

_______________________________________________________________ ______________________________,RG:_____________________________, declaro ceder direito de uso de relatos gravados durante entrevista efetuada em ___/___/_____ à pesquisadora Carla de Sousa Gomes, estudante de Letras – Artes e Mediação Cultural da Universidade Federal da Integração Latino-Americana, no projeto de pesquisa de Iniciação Científica intitulada “Conhecendo a Cultura do Outro através da Línguas, o Tandem Unila”, sob a orientação da Profª Valdilena Rammé. A pesquisadora se compromete a manter anônimas as identidades dos entrevistados, e não revelar seus dados pessoais. A pesquisadora acima citada fica, consequentemente, autorizada a utilizar, divulgar e publicar, para fins acadêmicos o mencionado depoimento com a única ressalva de garantia da integridade de seu conteúdo.

____________________, ______ de ___________________ de _______

_________________________________________ Assinatura do entrevistado _________________________________________ Assinatura e RG do pesquisador

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