Religião: A alienação humana

June 2, 2017 | Autor: Daniela Gomes | Categoria: Crónica, Religião
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Religião: A alienação humana Crónica

Aluna: Daniela Soares Gomes Unidade curricular: Técnicas de Redação Professora: Ana Teresa Peixinho

Religião: A alienação humana

Ter uma religião é um direito consagrado pela Declaração Universal dos Direitos Humanos, considerado por muitos um direito fundamental inerente à liberdade de pensamento e de consciência do homem. Eu cá acho que ter uma religião significa exatamente o contrário. Significa prescindirmos da nossa liberdade de pensamento, de consciência e de agirmos por nós próprios. É nada mais nada menos do que a alienaçao humana – condição psico-sociológica de perda da identidade individual decorrente da falta de autonomia de pensamento e de ação com base na sua própria consciência. Há pouco tempo li uma notícia no “Público” sobre uma sudanesa que foi condenada à morte. Já por si, a questão da condenação à morte de um indivíduo por parte de outro já me provoca uma grande indignação. Contudo, o que mais me indignou ao ler sobre este caso foi o motivo da condenação à morte de Meriam Yehya Ibrahim Ishag: ter-se casado com um sudanês cristão e recusar renunciar à sua fé cristã. Foi acusada em agosto do ano passado de adultério por estar em união com um homem que não é mulçumano e em fevereiro deste ano foi-lhe imputado o crime de apostasia. A apostasia é a renúncia ou o abandono de uma crença religiosa, pelo que o islamismo considera que quem comete este crime tem de ser condenado à morte (é a lei islâmica que impera no Sudão). Para agravar ainda mais a minha indignação: foi um membro da família de Meriam que a denunciou. A religião tem este tamanho poder de levar as pessoas a pensarem e seguirem um determinado conjunto de ideais, teorias e/ou regras, tidos como verdades absolutas e inquestionáveis, mesmo não sendo possível à religião comprovar as suas teorias com provas científicas e/ou irrefutáveis. E porque é que as pessoas sentem necessidade de ter fé e crer em algo que não se pode provar como verídico e/ou existencial, chegando a discutir e até matar por causa disso? A minha resposta é simples: porque as pessoas sentem necessidade de se guiarem por uma entidade (superior) que lhes diga o está certo e o que está errado, o que devem ou não devem fazer, e que lhes sirva de fonte de força para

ultrapassarem

os

obstáculos

que

aparecem

nas

suas

vidas.

A religião hipnotiza os indivíduos, mostra-lhes apenas uma realidade e/ou perspetiva do mundo unicamente possível e a mais correta, não os deixando ver a vida e o mundo com outros olhos. Eles submetem-se cegamente aos valores/princípios/morais da religião em que depositam a sua fé e, por vezes, esses valores levam-os a cometer atos que atacam a dignidade humana, sem que eles tenham consciência. Por causa da religião, Meriam não

vai poder educar o seu filho de 20 meses e o filho que ainda está na sua barriga e que nascerá na prisão.

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