Representatividade das Coletas Botânicas nas Mesorregiões do Estado do Paraná Universidade Estadual do Norte do Paraná – UENP/CJ Paula Martins de Souza (
[email protected]), Gislaine Souza Rosa
INTRODUÇÃO
MATERIAL E MÉTODOS
A cada ano são descritas inúmeras novas espécies, porém a lacuna de conhecimentos sobre a biodiversidade dos remanescentes vegetais ainda representa uma das principais barreira para a conservação. A integração e disponibilização de informações realizadas pelas coleções botânicas (MACHADO, BARBOSA, 2000), podem colaborar para a identificação de áreas prioritárias para a conservação, um importante instrumento de proteção utilizado no Brasil e no mundo (MMA, 2000). . Baseando-se nesta premissa foi realizada uma análise preliminar da representatividade temporal e espacial das coletas botânicas nas mesorregiões do Estado do Paraná utilizando as informações disponíveis no banco de dados speciesLink.
Os dados dos registros botânicos foram obtidos,pela pesquisa no formulário de busca disponível no site do speciesLink (http://splink.cria.org.br/), utilizando os filtros Reino (Plantae), País (Brasil), e Estado (Paraná). Em tabelas no Excel os dados passaram por um novo filtro para retirada de registros com coordenadas geográficas ausentes e informações errôneas quanto ao ano de coleta e município, assim como a retirada de registros de algas e fungos também relacionados. Posteriormente foram elaborados gráficos utilizando como recurso a tabela dinâmica devido ao montante de dados disponíveis.
6000
Foram levantados 302.761 registros georreferenciados, datados entre 1694 e 2014, distribuídos em 3.155 gêneros, e 567 famílias. As famílias Asteraceae, Fabaceae e Myrtaceae (Figura 1), e os gêneros Solanum, Eugenia e Baccharis (Figura 2) foram os mais numeroso, totalizando 24 % e 5% dos registros respectivamente. A mesorregião metropolitana de Curitiba destacou-se com 45% do total de registros analisados, seguida das mesorregiões Centro Oriental (18%), e Noroeste Paranaense (10%) (Figura 3). As demais sete regiões figuraram todas abaixo de 7%, e o menor número de registros foi apresentado pela mesorregião Sudoeste (0,7%). Estes valores demostraram que a cobertura espacial dos registros foi significativamente tendenciosa, com as quatro principais áreas contribuindo com mais de 70% de todos os registros. Este padrão de distribuição espacial pode ser explicado principalmente pelas estratégias de coleta adotadas, assim como o número e idade de implantação das coleções botânicas do Estado.
5000
Número de Registros
RESULTADOS E DISCUSSÕES
10000 5000 0
1000
Figura 2. Número de registros por gêneros. Paraná, Brasil.
Mesorregiões
Número de Registros
15000
2000
Gênero
30000
20000
3000
0
35000
25000
4000
SOP COC SUP CSP NPP OP NCP NP COR MC 0
Família Figura 1. Número de registros por família. Paraná, Brasil.
20.000 40.000 60.000 80.000 100.000 120.000 140.000 160.000 Número de Registros
Figura 3. Número de registros por mesorregião do Estado do Paraná. Mesorregião Metropolitana de Curitiba (MC), Mesorregião centro oriental paranaense (COR), Noroeste paranaense (NP), Norte central paranaense (NCP), Oeste paranaense (OP), Mesorregião Norte Pioneiro paranaense (NPP), Centro-sul paranaense (CSP), Sudeste paranaense (SUP), Centro Ocidental paranaense (COC) e Sudoeste paranaense (SOP).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
A amostragem tendenciosa, assim como o baixo número de coletas denota, de maneira preliminar, a necessidade da implementação de estratégias de amostragens sistemáticas da biodiversidade vegetal, afim de fornecer representatividade espacial, e possibilitar a utilização destes dados em estudos ecológicos e de conservação em grande escala com maior confiabilidade.
Ministério do Meio Ambiente (MMA). AVALIAÇÃO E AÇÕES PRIORITÁRIAS PARA A CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE DA MATA ATLÂNTICA E CAMPOS SULINOS. Brasília: DelRey, 2000. MACHADO, Silvia Rodrigues; BARBOSA, Suzana Bissacoti.. MANUAL DE PROCEDIMENTOS HERBÁRIO BOTU “IRINA DELANOVA GEMTCHUJNICOV”. Março, 2010. Disponível em: . Acesso em: 20 de maio de 2014.