Resenha: A Revolução da tecnologia da informação

June 9, 2017 | Autor: Julia Caliman | Categoria: Information Technology, Nuevas tecnologías, Resenha critica
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JULIA CAROLINE CALIMAN





A REVOLUÇÃO DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO




Resenha apresentada como requisito para a obtenção de nota parcial da disciplina Webjornalismo, do curso de Comunicação Social – Jornalismo, oferecido pela instituição de ensino Faculdade Assis Gurgacz.









FACULDADE ASSIS GURGACZ
2015

CASTELLS, Manuel. A revolução da informação. In: A sociedade em rede. 2. Ed. São Paulo: Paz e Terra, 1999. p.67-107.
Julia Caroline Caliman
Julliane Brita
VIDA E OBRA DO AUTOR
Manuel Castells Olivan nasceu na Espanha, em 1942. Ele iniciou sua carreira como sociólogo na Universidade de Paris, onde lecionou 12 anos. Em 1979, Castells foi nomeado professor de Sociologia e Planejamento Regional na Universidade de Berkeley, Califórnia. Foi professor visitante em 15 universidades e conferencista convidado de instituições acadêmicas e profissionais em mais de 35 países. Integrou o Grupo Especializado de Alto Nível sobre a Sociedade da Informação, na Comissão Européia, entre 1995 e 1997, e o Conselho Consultivo sobre Tecnologias da Informação e Comunicação, no Secretariando Geral da Nações Unidas (2000-2001).
Atualmente, Castells é um dos pensadores mais influentes do mundo, foi o quarto cientista social mais citado entre 2000 e 2006 e o primeiro na área da comunicação. Durante os anos 70, Manuel Castells teve uma grande influência no desenvolvimento da sociologia urbana, porque apoiou os movimentos sociais, enfatizando sua importância na transformação da sociedade urbana. Até hoje, ele é um dos maiores especialistas em movimentos sociais, e aplica seu conhecimento, também, em movimentos sociais na era da internet.
Castells reafirmou sua credibilidade como intelectual com a trilogia "A Era da Informação: Economia, Sociedade e Cultura", pois mapeou e previu o desenvolvimento das tecnologias da informação e comunicação e a interferência delas na sociedade. Ele pensa no conceito de capitalismo informacional e inicia sua construção teórica a partir do desenvolvimento das tecnologias da revolução industrial e seus impactos nas diversas áreas humanas.
O sociólogo dedicou a maior parte do seu trabalho para a pesquisa da Sociedade da Informação, com análises sob os aspectos econômicos, sociais e culturais que estão transformando o mundo, que por sua vez, transforma a sociedade. As obras mais influentes de Manuel Castells até hoje é: A Sociedade em rede, A Era da informação, O Poder da identidade, A Galáxia da internet e A questão urbana.
SÍNTESE
O autor aborda o novo paradigma tecnológico como uma revolução. Segundo ele, a tecnologia da informação possibilita avanços em diversos campos de estudo, desde telecomunicações/radiodifusão, microbiologia e inclusive na própria T.I. Essa revolução aconteceu devido à convergência entre as áreas de estudo, fontes de energia e ao mesmo tempo em que ficava mais fácil o acesso à informação.
Castells compara a revolução da T.I com a revolução industrial, porque ambas penetrou na cultura, economia e em todos os domínios das atividades humanas, ele também compara que a tecnologia da informação é para a nossa revolução como as novas fontes de energia foram para as revoluções industriais sucessivas.
O autor caracteriza essa revolução como o momento de aplicações dos conhecimentos para gerar outros conhecimentos, uma convergência de informações que geram outras informações e assim por diante, em um ciclo cumulativo entre a inovação e seu uso. Isso significa que os usuários podem usar e criar ao mesmo tempo. O resultado disso tudo é o avanço progressivo das técnicas e da informação. Ele afirma também que pela primeira vez na história, a mente humana é uma força direta de produção e as tecnologias uma extensão da mente.
Segundo Castells, esse sistema que produz e modifica informação, tem sua própria lógica, caracterizado por transformar um grande número de informações e dados em um sistema comum, com velocidades cada vez maiores e custos cada vez mais reduzidos. Ele destaca que essa rede não é estática, ela se modifica e é reprogramado de acordo com a necessidade do usuário.
O escritor faz uma revisão histórica da Revolução Industrial para responder questões da Revolução da T.I, já que a nossa experiência sobre o novo está baseada no passado recente. Ele inicia apontando que os historiadores consideram duas revoluções industriais. A primeira, caracterizada pela substituição das ferramentas manuais por máquinas e a segunda, pelo desenvolvimento da eletricidade. Logo após, ele indica que tanto nas duas revoluções industriais, quando na revolução da informação o conhecimento científico e a redução dos custos foram essenciais para a penetração desses novos paradigmas na sociedade.
As descobertas tecnológicas foram possíveis devido à união de diversas áreas do conhecimento. O autor afirma que foi necessário também um ambiente institucional adequado, com as ferramentas necessárias para um grupo de pessoas, com conhecimentos elevados, poder exercer essa conversão de ideias e experimentos a fim de definir um problema técnico e resolvê-lo. Além de um bom patrocínio econômico para resultar em um custo benefício satisfatório e uma rede de fabricantes e usuários capazes de trocar informações e conhecimento para aprender usando.
Castells aborda as macromudanças da microengenharia e aponta que a microeletrônica, computadores e telecomunicação são os três principais campos da tecnologia que trocam informações e sustentam o avanço tecnológico, porque eles contribuem um com o outro e todos avançam de modo homogêneo. Ele descreve o processo que possibilitou o processamento de impulsos elétricos permitindo a codificação e decodificação lógica da comunicação entre máquinas e por fim, a mudança para o silício, que é um semicondutor de energia muito abundante, consequentemente barato.
A partir dessa integração e a aplicação do silício nas indústrias eletrônicas e de microeletrônica, o avanço de chips cada vez mais potentes e em tamanhos menores aconteceu naturalmente, a convergência entre campos de estudos, teses e descobertas aconteceu e ainda acontece em um nível acelerado, porque é cada vez mais rápido o acesso a novas descobertas e possibilita que engenheiros e profissionais da TI cruzem tais informações para aperfeiçoar as novas tecnologias.
Os computadores foram um entre vários segmentos das novas tecnologias surgidas após a segunda guerra mundial. O autor conta a trajetória dessa máquina, desde o primeiro computador eletrônico, que pesava 30 toneladas, até as versões comerciais e os mini chips, que apresentam velocidade, memória e capacidade de armazenamento cada vez maiores.
Castells explica sobre a criação da internet e ressalta os pontos mais importantes, como a origem dedicada para ações militares, criando um sistema de informação que transferisse os dados para vários servidores, garantindo que a informação não fosse perdida caso atacassem o sistema. Alguns anos depois foi possível o empacotamento de todos os tipos de mensagens, tanto texto, som, vídeos e imagens, reduzindo todas as informações materiais em códigos binários que atuam de modo organizado em uma rede.
Com a invenção do microprocessador, o microcomputador, os sistemas operacionais, o desenvolvimento e aperfeiçoamento de softwares, a fibra ótica e a rede eletrônica, o Estados Unidos e a Inglaterra, que foram os pioneiros, conseguiram atingir a produção de massa, com preços reduzidos. Qualquer pessoa com conhecimento básico em PC teve e tem acesso a internet, não somente os militares e cientistas como era no inicio.
Todo o avanço dos microcomputadores foi paralelo ao avanço da engenharia genética. Na microbiologia, a revolução teve seu ponto de partida com a descoberta do DNA. A partir disso, foi possível a recombinação e manipulação da estrutura básica da vida. Como resultado, a sociedade pode presenciar fatos como a clonagem genética e se beneficiar com a aplicação da tecnologia na medicina. Um exemplo são as microcirurgias. O agronegócio também se beneficiou, com microrganismos alterados geneticamente para determinados fins. Mas, devido à linha tênue entre a ética e a inovação, a biotecnologia caminhou e caminha com passos mais cautelosos, porque a possibilidade de manipular a vida acarreta na responsabilidade de saber como e quando alterar o desenvolvimento natural.
A elite de empresários que visam lucro e poder usaram da tecnologia para controlar e patentear o genoma humano. Essa foi a consequência mais ambiciosa e egocêntrica que a biotecnologia presenciou.
Usado a potência de supercomputadores, apenas em cinco anos eles determinaram a sequencia de porções de aproximadamente 85% de todos s genes humanos, criando uma base de dados genéticos gigantesca. (CASTELLS, 1995, p. 95)
A revolução genética, além de contar com batalhas comerciais para manipular o genoma, também tem um lado positivo, a possibilidade de identificar e controlar doenças, com genes e cromossomos artificiais.
O autor questiona sobre o porquê das novas tecnologias da informação se concentrar apenas nos Estados Unidos, nos anos 70. Em seguida, ele responde através de diversos apontamentos como: Contexto social, sistema capitalista mais estruturado, superioridade militar com sede na corrida espacial, além do importante impulso tecnológico com o programa "Guerra nas Estrelas". Inclusive, os efeitos sinérgicos entre todas as principais tecnologias. Os Estados Unidos tinha a matéria prima, universidades equipadas e pensadores de diversas áreas com um objetivo em comum. Assim, o país foi cenário para que um avanço tecnológico possibilitasse o outro.
Em seguida, cientistas e indústrias de outros países contribuíram intensamente tanto na descoberta quanto na difusão das novas tecnologias. As empresas japonesas, por exemplo, contribuíram para melhorar o processo de fabricação com base em eletrônica e para a penetração das tecnologias da informação na vida quotidiana em uma escala global. O Vale do Silício contou com pesquisadores de diversas áreas atuando no local:
Novos conhecimentos tecnológicos, um grande grupo de engenheiros e cientistas talentosos das principais universidades da área, fundos fenetosos vindo de um mercado garantido e do departamento de defesa, além da formação de uma rede eficiente de empresas de capital de risco. (CASTELLS, 1995, p. 100)
Mesmo nos EUA, os contratos militares e as iniciativas tecnológicas do Departamento de Defesa foram fundamentais para essa revolução tecnológica, porque as maiorias das verbas das pesquisas vinham do governo americano, para difundir as descobertas em domínio público em troca da manutenção do monopólio das telecomunicações públicas.
O autor conclui o capítulo explicando sobre o paradigma da tecnologia da informação, caracterizando-o de forma que a informação é a matéria prima; por segundo, afirmando que a penetrabilidade do novo meio tecnológico é necessária e avistada em toda a atividade humana e a terceira característica refere-se à lógica da rede, que é a complexidade das interações entre usuários e programadores, para simplificar, atualizar e aperfeiçoar os mecanismos da rede.
A lógica de redes é necessária para estruturar o sistema, pois ela permite a modificação e reconfiguração da rede. Segundo o autor, essa é a principal característica do novo paradigma, principalmente porque ela é aplicada em uma sociedade que está em constante mudança. Outra característica é a flexibilidade e a crescente convergência entre as tecnologias. Assim, a microeletrônica, as telecomunicações, a optoeletrônica e os computadores são todos interligados nos sistemas de informação.
Assim, os avanços revolucionários das pesquisas biológicas se sustentam por causa do grande poder da informática; a nanotecnologia permite a inserção de microcomputadores para diagnosticar e tratar doenças e a engenharia genética consegue avançar em seu mapeamento e manipulação do DNA. Ao mesmo tempo em que as mesmas pesquisas sobre o DNA contribuem com a informática através de estudos biológicos reproduzidos nos sistemas de informação.
O autor finaliza o capítulo observando os limites da realidade, comparando-os aos da ficção cientifica, concluindo que esses limites estão se aproximando e sendo superados a cada dia, através da aproximação entre máquinas e seres humanos incluindo a inteligência artificial.
CRÍTICA DA RESENHISTA:
Se fosse para explicar a evolução da Tecnologia da Informação em termos matemáticos, eu usaria a progressão aritmética, com a sequência de Fibonacci (2,4,8,16,32,64,...). Porque, tanto a TI, quanto a Sequência de Fibonacci evolui de modo progressivo acelerado, multiplicando-se em vez de somar. Isso, devido à utilização de informações anteriores para formular novos conhecimentos e assim progressivamente. Os efeitos da multiplicação da informação na sociedade resultam em uma multiplicação de conhecimentos, recursos e possibilidades de mudanças em todas as áreas das atividades humanas.
Com a penetrabilidade das mudanças tecnológicas nas atividades humanas, muda-se não apenas as técnicas e as ferramentas de interação social, mas também a cultura e a própria identidade da espécie. A Biotecnologia é o melhor exemplo disso, porque possibilita a manipulação da matéria prima da vida, que é o DNA.
Ao manipular o DNA, uma estrutura invisível a olho nu, o ser humano move-se para a posição de criador, podendo criar estruturas gigantes, como no caso dos nanotubos de carbono. Como criadores, vem junto uma grande responsabilidade, que exige um domínio de conhecimento não apenas científico, mas também moral, ético e principalmente humano. As novas tecnologias da informação e tecnologias da vida tem o poder de elevar as técnicas e padrão de vida da sociedade, ou destruí-la com a mesma facilidade. O limite entre uma e a outra é uma linha tênue chamada consciência.
O jornalismo também foi penetrado pelas tecnologias da informação, ao ponto de ter que encontrar novos mecanismos de engajamento. Com tanta informação na rede, o jornalista deparou-se com duas opções: Produzir um conteúdo diferenciado, utilizando todos os recursos que a tecnologia digital dispõe, ou fazer o papel de curador da informação, selecionando o melhor conteúdo para apresentar ao público de forma segmentada, de acordo com a preferência do usuário.
Ao mesmo tempo em que o ser humano descobre novas tecnologias, eles compreendem sua própria estrutura e seus próprios mecanismos. Um exemplo disso é a biomedicina, neurociência e a física quântica. Esses novos campos de estudos existem graças à tecnologia do micro e a possibilidade de se informar instantaneamente, devido à internet. Portanto, de acordo com as experiências extraídas do livro e, entre outras, eu concluo que as novas tecnologias são a maneira que o ser humano encontrou de reconhecer a si mesmo.











Acadêmica do curso de Jornalismo – FAG
Orientadora da disciplina de webjornalismo – FAG
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