Resenha critica - Introdução a filosofia Maria Chaiu

June 29, 2017 | Autor: Bruno Beltrão | Categoria: E-books
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Resenha Crítica
Bibliografia:
Chaui MARILENA. Convite à filosofia. Vol. 1. Ed Ática, 2000.
Resumo: O livro "Convite à Filosofia" da autora Marilena Chaui, faz menção a introdução da filosofia em si, abordando a história da filosofia, sua origem, suas características, seus elementos e seus instrumentos de aplicação na atitude filosófica. Leva o leitor a entender e a compreender o que é a filosofia, e a importância da mesma. O livro se desenvolve em uma introdução breve e objetiva, e segue em capítulos, subdividido em 8 unidades.

Ideia central da leitura: A Obra começa incentivando o leitor a fazer uma reflexão sobre as simples afirmações e perguntas do cotidiano, para compreender que, em cada afirmação ou pergunta, contém silenciosamente várias crenças não questionadas por nós. A autora traz a mente o que até então passa despercebido pelo leitor, levando-o a entrar nessa nova dimensão que existe por trás de cada afirmação, cada pergunta, cada questionamento. Compreendemos através da leitura que a vida cotidiana é feita de crenças não questionadas e totalmente aceitas. Cremos na existência do espaço, na existência do tempo, na realidade, na moral, na distinção do bem e do mal, na sociedade. A ideia da autora é gerar no leitor uma atitude filosófica, que ao invés de afirmar tal coisa, questionar o que é tal coisa, por exemplo, nas palavras da autora: "Em vez de "que horas são?" ou "que dia é hoje?", perguntasse: O que é o tempo?", indagando o leitor a interrogar a si mesmo, desejando conhecer porque cremos no que cremos, por que sentimos o que sentimos e o que são nossas crenças e nossos sentimentos. Quando o leitor começa a ter tais questionamentos, começa a então adotar a atitude filosófica. A leitura faz com que um novo aspecto ao significado da filosofia começa a brotar, entendendo que a filosofia, resumida nas palavras da autora "É a decisão de não aceitar como óbvia e evidente as coisas, as ideias, os fatos, as situações, os valores, os comportamentos de nossa existência cotidiana; jamais aceita-los sem antes havê-los investigados e compreendidos.". Desse modo, entendemos a necessidade da filosofia para um todo, o instrumento do conhecimento, sendo a mesma, uma reflexão crítica de um todo. A leitura pode ser comparada a um jardineiro que planta uma semente, e conforme vai regando, essa semente cresce e vira uma flor. A semente é o que é a filosofia, e a introdução da leitura é a água que faz germinar no leitor o senso crítico, o pensamento filosófico, que se transforma em uma nova visão de mundo, a flor em si. A ideia central da leitura é gerar no leitor esse sentimento filosófico, e a leitura segue então abordando desde a origem da filosofia, até todos seus aspectos, elementos, características, e objeto.

Crítica: Antes de dizer qualquer coisa sobre a filosofia, é importante ressaltar que a mesma se divide em duas: a filosofia comum (senso crítico), e a filosofia grega; que são instrumentos racionais para a compreensão do universo, da origem, da vida. É importante essa distinção da filosofia, pois, como diz o filósofo Antonio Gramsci " Todos nós somos até certo ponto filósofos". Quando se diz a palavra "filosofia" a um leigo, o mesmo imagina um louco, com pensamentos loucos, avoado, que não diz coisas com coisas. O que esse leigo não sabe é que ele próprio filosofa todos dias, afinal, como visto anteriormente, a filosofia comum são os conjuntos de questionamentos, de indagações, de reflexão. Voltando ao exemplo do leigo, ao acordar de manhã, qual seria o primeiro pensamento do leigo? Vamos analisar uma série de hipóteses de pensamentos: " Por que tenho que acordar cedo?" Por que não posso dormir mais tempo?" "Porque tenho que levantar todo dia para trabalhar"? São perguntas que passam pela nossa mente quando acabamos de acordar, pois ainda estamos em processo de despertar. Esse momento é crucial para a filosofia, pois desde manhã, o leigo filosofa, faz uma série de questionamentos, de indagações, não aceita o fato de ter que acordar como algo concreto, querendo continuar dormindo (algo abstrato). Esse é apenas um exemplo para ilustrar que a filosofia comum está presente todos dias, em todo ser pensante. Já a filosofia grega, é dotada de instrumentos para a compreensão de uma revelação mais profunda das coisas até então desconhecidas. Usa de um sistema racional, lógico, sistemático, para então responder tais questões. Na obra convite a filosofia a autora trata a filosofia como instrumento para a verdade absoluta, onde, apenas se aplicarmos a filosofia encontraremos as respostas que todo ser humano busca. A filosofia é racional e opõe se a religião. A autora falha em dizer que as duas se opõe no sentido de racionalidade e não da religião em si, pois a religião é fundamentada pela fé, que é racional. Se a fé não for racional, se não vier com um fundamento, então não é fé, e sim fideísmo. O Cristianismo é fundamentado na palavra de Deus, a famosa bíblia sagrada, que acima de tudo, é um texto totalmente histórico. A fundamentação do Cristianismo tem uma base histórica, onde o Cristo morreu, e depois do terceiro dia ressuscitou. Parece loucura para a filosofia já que não existe razão que explique isso, entretanto, relatos históricos de Israel, testemunhas oculares, pergaminhos, todos comprovam tal ressureição. Dessarte, a fé cristã tem um fundamento racional, o evangelho tem uma racionalidade. Entretanto, no sentido da religião em si, as duas se opõe por pelo fato da religião, como o Cristianismo por exemplo, afirmar que a palavra de Deus é verdadeira, absoluta, e o único caminho para o conhecimento. Na própria palavra de Deus encontramos versículos como: "A sabedoria deste mundo é loucura as olhos de Deus". Desse modo entendemos que a filosofia grega, que é dotada de racionalidade e lógica, não aceita os preceitos explicados pela fé, que é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que não se veem. (Hb 11:1). O que a filosofia não conseguiu até hoje, foi suprir o vazio do ser humano, o vazio que a filosofia chama de "busca pelo conhecimento" é na verdade a ausência de Deus. O homem é inclinado a eternidade, não aceita a ideia de uma morte eterna, e mesmo a filosofia com toda sua racionalidade, não conseguiu apagar esse sentimento do ser humano; " Se Deus não existe, então a conclusão é que a vida de alguém não significa nada. Uma vez que não existe um propósito duradouro para a vida, não existe uma maneira certa ou errada de viver. Não importa de que modo se vive ou naquilo em que se acredite, pois o destino do mesmo é o pó. Porém, se Deus existe, então existe um significado e propósito para a vida, se existe um verdadeiro propósito para a vida, então existe uma maneira certa e uma maneira errada de se viver. As escolhas que fazemos hoje, também afetam na nossa eternidade." – Não tenho fé suficiente para ser ateu, Ed. Vida, 2006. O Cristianismo ao contrário da filosofia, conseguiu suprir o vazio do homem, restaurando o relacionamento de Deus para com o homem, guiando desse modo o homem a uma plenitude. Salomão, que foi um grande filósofo cristão, dotado de filosofia; chegou a seguinte conclusão: Tudo é vaidade, e o fim é temer a Deus e guardar seus mandamentos, isso é a felicidade. O ser humano, criado por Deus como um ser pensante, deve de fato filosofar, questionar, e buscar a verdade, deve ter um pensamento crítico, uma busca pelo conhecimento, mas buscar essa verdade no Senhor, que se fundamenta por ser quem É.


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